Alquimia de Uma Corporação
Alquimia de Uma Corporação
Alquimia de Uma Corporação
Vários autores.
ISBN 85-7615-092-1
04-4526 CDD-658.42108
É PROIBIDA A REPRODUÇÃO
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida
por meios eletrônicos ou gravações, assim como traduzida, sem a permissão, por escrito, do
autor. Os infratores serão punidos pela Lei nº 9.610/98.
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
PREFÁCIO
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1 DOZE VIDAS
E UMA EMPRESA
Narrativas de uma equipe de executivos
Ernesto Luiz Varela
O LIVRO
Não sei bem qual foi o critério que me fez ser o escolhido
pelo grupo para fazer a apresentação da presente “obra literária”.
Talvez isto se deva ao fato de eu ter sido, durante cerca de doze
anos, gerente de aperfeiçoamento do pessoal financeiro no Setor
de Finanças da General Electric do Brasil. De qualquer forma,
me sinto lisonjeado e, por isso, agradeço verdadeiramente. Afi-
nal, conheço todos os seus participantes e quase toda a turma que
integra a coletividade do BTC/FMP (vide explicação a seguir).
Além do mais, confesso também o meu irrestrito apreço e estima
por todos eles ou, pelo menos, por quase todos.
O grande risco de escrever uma apresentação para uma
obra literária tem e não tem (invoquemos Hamlet — eis a ques-
tão), nada a ver com o que se diz. Tem, isso sim, tudo a ver com
quem lê e que reage ao que entende ser a mensagem escrita. Tem
a ver, deixe-me ser mais claro, com os inevitáveis significados
múltiplos, que muitos pensam, ou não pensam, que existe num
texto de apresentação. Uma escrita, por princípio, deve ser clara
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A EMPRESA
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REMINISCÊNCIAS
Sei que não é comum falar de si mesmo ou de lembranças
pessoais num texto de apresentação de memórias de outras pes-
soas. Mas, aproveito o embalo e registro aqui algumas das muitas
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que pude viver (quase fui tentado a dizer vivenciar, tão usado,
mas que eu não gosto) no meu relacionamento de trinta e sete
anos, com centenas de pessoas, na GE. Estou seguro, todavia, de
que os meus estimados amigos saberão relevar esta minha ingê-
nua desobediência.
A fim de não embaralhar tipos e situações ao longo de
tanto tempo, gostaria de me fixar e remontar aos meus primei-
ros anos de “casa”, nos longínquos finais dos anos 1950. Tempo
em que não havia, entre outras tantas coisas, meios de trabalho
tão funcionais e sofisticados como agora. Os sistemas de proces-
samento de dados, calculadoras e meios de comunicação eram
uma “piada” perto do que se dispõe atualmente.
O telefone, apenas do tipo fixo, era um patrimônio raro
e até, em algumas linhas, mais valioso que certos automóveis,
aliás, na sua grande maioria importados! A indústria automo-
bilística no Brasil era incipiente e estava engatinhando ainda.
Também a reprodução gráfica só podia se servir de técnicas ou
produtos ditos “modernos”, tais como máquinas de escrever
(mecânicas e algumas elétricas), papel carbono, caneta-tintei-
ro, cópias em gelatina (alguém consegue ainda hoje se lembrar
do que era uma folha datilografada em “estêncil”?) e demais
utilidades. Ainda se utilizavam máquinas de processamento do
tipo “Hollerith”, com seus primitivos cartões perfurados! Pois
bem, esse era o instrumental disponível para todos os serviços
de contabilidade, custos, faturamento, tesouraria, planejamen-
to financeiro etc. na nossa área.
Uma “revolucionária invenção” da 3M, chamada Ther-
mo-Fax, agitou sobremaneira aqueles tempos. Mas eram cópias
quentes e em papel amarelado, especial da 3M, chamadas pelos
usuários de “cópias torradas”. Sua velocidade de reprodução era
como a dos passos de um cágado (espero ter acentuado adequa-
damente). E também por isso teve vida curta, vítima da voraci-
dade das invenções sucessivas ou novas tecnologias, cada uma,
aniquilando a anterior (nesse caso, a Xerox que o diga).
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nos ou não. Mas o circo em que trabalhou, dizia ele, era do tipo
mambembe, operando apenas numa restrita área do território
norte-americano.
Também ele se comprazia em contar que sua promoção
para o cargo de confiança de bilheteiro, somente aconteceu gra-
ças ao reconhecimento que os donos do circo tiveram pela sua
postura de cordialidade, desvelo e satisfação pessoal, no desem-
penho de sua “importante” função de porteiro. (Boa lição para os
atuais “zeladores” de nossos condomínios, não é mesmo?).
Mas o que realmente o fazia feliz, era saber que os donos do
circo tinham confiança nele, acreditavam na sua palavra e hones-
tidade, princípios básicos da boa e permanente relação entre as
pessoas de bem. Bem! Honestidade é um predicado fundamental
em toda e qualquer relação social, exigida até pelas pessoas ou
organizações nem tanto do bem (vide o caso das organizações
mafiosas, nas quais qualquer desvio de conduta interna, nesse
sentido, é punido sumariamente, até com a morte).
Ele sempre considerou tudo isto como uma das melhores
provas de que a promoção de um funcionário ou trabalhador, em
qualquer empresa, pública ou privada — (claro que muito mais
na privada!) sempre esteve condicionada à boa performance na
posição ocupada e na contínua demonstração de lealdade, corre-
ção e interesse pela empresa. Ele acabou sendo de extrema impor-
tância para a minha formação profissional, além de influenciar,
significativamente, meus conceitos e regras de boa convivência
num ambiente de trabalho, dentro da hierarquia imposta por sua
estrutura organizacional (êta palavrinha enjoada!).
Dito tudo isto, só falta dizer o seu nome, o nome do meu
tipo inesquecível. Lembram-se daquela seção permanente da re-
vista Seleções do Reader’s Digest, “meu tipo inesquecível”? Pois
bem, o meu tipo inesquecível, não o único, mas certamente um
dos mais expressivos, com quem convivi nestes anos todos, cha-
mava-se Hugo Ferdinand Mueller. Lembram-se dele, meus ca-
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2 RECORDAÇÕES DE
UM PASSADO ATUAL
George S. Guerra Leone
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OS CONTADORES DE CUSTOS
E O CHÃO-DE-FÁBRICA
Desde que passamos a ser integrantes do corpo de em-
pregados da GE, aprendemos muitas coisas que nos serviram
bastante ao longo de nossa vida profissional. Eu relatei para o
Roddolfo e para a Sarah o fato de que os contadores de custos
das diversas seções operacionais das muitas fábricas lá existen-
tes, trabalhavam fisicamente, bem perto das atividades das quais
estariam coletando, acumulando e organizando os dados mone-
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RECRUTANDO E SELECIONANDO
OS ESTAGIÁRIOS (TRAINEES)
O Setor Financeiro (melhor dizendo: a vice-presidência Fi-
nanceira), em relação ao recrutamento e seleção de trainees (esta-
giários é a melhor denominação, porque, no dicionário, a palavra
trainee significa um animal ou uma pessoa que está sendo trei-
nada, principalmente um recruta que está sendo preparado para
exercer o serviço militar), adotava dois caminhos.
Um deles era buscar jovens promissores, principalmente
os recém-formados. O outro caminho era buscar pessoas que já
trabalhavam na própria empresa e que tinham muita vontade
de subir na escala hierárquica, aproveitando o treinamento em
finanças e contabilidade que a empresa proporcionava. Uma das
características que mais me chamou a atenção e que foi objeto de
muitas conversas com o Roddolfo e a Sarah, era o fato de que a
Seção de Aperfeiçoamento de Pessoal, a qual tinha a responsabi-
lidade maior de conduzir o Programa Business Training Course
(BTC), selecionava externamente, qualquer jovem, independen-
temente de sua graduação e que selecionava, internamente, qual-
quer pessoa que se saísse bem nas provas de seleção.
Assim, a GE ganhou um excelente gerente financeiro
que vinha de um curso de Filosofia e que foi, mais tarde, “pu-
xado” da GE, para ser o Diretor Financeiro de uma das maio-
res e mais famosas empresas multinacionais. Não estamos nos
“gabando” de que o Aloísio galgou esse posto porque fez o
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A SEÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO
DE PESSOAL — UM MODO ESPECIAL
DE RECRUTAR E SELECIONAR
Trabalhei durante um ano na Seção de Orçamentos e Me-
dições. Fui transferido para a Seção de Aperfeiçoamento de Pes-
soal, cujo Gerente era o Sr. Hellmuth Weber. A minha função, por
incrível que possa parecer, era fazer as traduções dos textos das
aulas do curso BTC, que vinham dos Estados Unidos.
Fiquei por lá, algum tempo. A nossa turma, que foi a pri-
meira turma do BTC fora dos Estados Unidos, tinha aulas no
Edifício Andorinha, no centro da cidade do Rio de Janeiro. A
maior parte da turma, porém, vinha da Fábrica Mazda, em Maria
da Graça, um subúrbio da cidade.
Eu fui muito bem no primeiro semestre, quando estuda-
mos Princípios de Contabilidade, com base nos livros de H. S.
Noble e de Finney Miller. Fui tão bem a ponto de o Sr. Weber me
indicar para ministrar a primeira aula de uma turma do Curso
1, que era uma espécie de cursinho vestibular para os funcio-
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3 A MELHOR ESCOLA
Mituo Teramae
“Sou grato a Deus por ter-me colocado no lugar certo, na hora certa”
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A Melhor Escola
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INÍCIO DE CARREIRA
O trabalho infantil é prejudicial ao desenvolvimento da
criança e do adolescente? No Brasil, hoje, o menor de 16 anos está
impedido de trabalhar, não tem condições para estudar e muitos
vão para as ruas, para mendigar, roubar, traficar etc.
Nasci em 1937 numa família humilde, em Guararapes, dis-
tante 650 quilômetros da Capital de São Paulo. Comecei a tra-
balhar aos onze anos de idade, num escritório de contabilidade,
fazendo escrituração fiscal, e estudando a noite, num curso co-
mercial básico (antigo ginasial). Comecei a trabalhar por opção
própria, pois meu pai disse que quem não queria estudar deveria
trabalhar. Eu optei por fazer as duas coisas.
Quando completei esse curso, passei a trabalhar no Banco
Noroeste. Entrava às 7 horas da manhã e saía às 18 horas. Come-
çava o dia como faxineiro, depois trabalhava como auxiliar de
cobrança e fazia o curso técnico de contabilidade, das 19 às 23
horas. Em 1953, cheguei a substituir o subcontador durante suas
férias, experiência que voltei a repetir um ano depois, já em São
Bernardo do Campo.
No ano de 1954, antes de completar 17 anos de ida-
de, o Banco Noroeste ofereceu a oportunidade de me trans-
ferir para São Bernardo do Campo. Aceitei imediatamente,
pois estava no último ano do curso de contabilidade e teria
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OUTRAS EXPERIÊNCIAS
Em 1961, ainda trabalhando na GE, passei a dar aulas de
contabilidade numa escola de Santo André. Mas, no final desse
ano, o diretor da escola reuniu os professores e disse:
— Eu peço a vocês que não sejam rigorosos nos exames,
pois esta é uma escola particular, que vive em função de seus alu-
nos. Portanto, teríamos a perda de muitos alunos e receita, caso
tenhamos elevado número de reprovações.
Não gostei dessa atitude e me demiti.
Em 1962, passei a dar aulas de Auditoria no IDORT — Ins-
tituto de Organização Racional do Trabalho. Esta experiência
também foi muito gratificante, pois tinha alunos que eram exe-
cutivos de grandes empresas, com muito mais idade do que eu, e
faziam perguntas e mais perguntas, que procuravam me embara-
çar, mas, felizmente, nunca conseguiram.
Em 1963, saí da GE para ser Gerente Administrativo e Fi-
nanceiro da Cia. Telefônica da Borda do Campo, que, a partir
deste ponto, passarei a citar apenas como CTBC, e que estava em
grande expansão.
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dustriais da GE. Ele dizia sempre para empurrar seu chefe para
cargos superiores, para que você pudesse subir também.
Não se apanha moscas com vinagre.
Esta frase era dita por Vicente Martins Jr., Diretor Comer-
cial da CTBC, e se completa com a anterior.
Se você é “azedo”, mal-humorado, antipático, você não
consegue nada de seus interlocutores. Se, ao contrário, você é
simpático, companheiro, solidário e leal, consegue o apoio e a
cooperação de seus funcionários, superiores, clientes e fornece-
dores, criando um excelente ambiente de trabalho.
Seja persistente, não se entregue à toa.
Ver relato sobre a minha primeira semana na CTBC
Não importa quão importante e estratégica é a função do chan-
tagista. Demita-o e “se vire”.
É difícil? Sem dúvida, mas pense no que ocorre quando
um executivo importante morre num desastre. Depois que você
toma esta decisão e tem sucesso com o resultado, sua moral e
prestígio crescem junto à Diretoria e aos funcionários. E nunca
mais alguém pensará em chantageá-lo.
Não existem reuniões sociais. Existem oportunidades
de negócios.
Esta frase é de Thomas Case, Presidente e Fundador do
Grupo Catho. Ele diz que em qualquer reunião, mesmo que
seja num velório, as pessoas se conhecem e trocam cartões de
visita, que servem para marcar visitas e tratar de negócios pos-
teriormente.
Utilize bem os seus contatos para conseguir seus objetivos.
Os contatos e amizades que você vai conquistando ao lon-
go de sua carreira são um meio muito importante para conseguir
novas oportunidades de negócios. É o famoso “QI”, quem indica.
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4 UM ESTRANHO NO
NINHO DOS TRAINEES
Antonio Robles Júnior
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1968, ele ficou cerca de quatro meses sem aulas. Foi o ano dos
grandes confrontos universitários. A FEA — USP foi transferida
para a Cidade Universitária.
No ano de 1968, conheci Laura Pereira, com quem es-
tou casado. Tivemos três filhos: dois homens e uma mulher.
Laura era estudante de Odontologia e na ocasião tinha aulas
na Rua Três Rios, no Bom Retiro. Posteriormente, a Faculdade
de Odontologia da USP, também foi transferida para a Cidade
Universitária.
Em 1969, por meio de indicação de um ex-funcionário da
GE, Dr. José Carlos Moreira, que ocupara o cargo de Gerente de
Orçamentos da GE, e que foi também um trainee, na turma de
Nelson dos Santos — recebi um convite para trabalhar no en-
tão Banco Itaú América S.A. Como estava fazendo preparativos
para meu casamento e necessitando ganhar mais, aceitei o con-
vite e pedi demissão da GE. A oferta foi irrecusável. O salário da
GE, praticamente foi multiplicado por três. Assim, voltei para o
mercado financeiro, como Gerente da Divisão de Planejamento
Econômico do banco.
Esse progresso na carreira devo inteiramente à formação que
a GE me proporcionou.
Depois, o Dr. José Carlos Moreira, como professor de Fi-
nanças na FEA/USP, indicou-me para seu colega de equipe de
professores, o Dr. Roberto Braga, que assumira recentemente a
gerência do Departamento Econômico e Financeiro do Banco
Itaú América S. A.
A Divisão de Planejamento Econômico era responsável
pela apuração de custos, pela elaboração dos fluxos de caixa
do Banco de Investimento e da Financeira do então Grupo
Itaú — América S.A.
Em 1970, casei-me com Laura Pereira. No casamento esta-
vam presentes colegas da GE e do banco. Um dos padrinhos foi o
Sr. Antonio Edmundo Carolo.
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5 APRENDIZADO ETERNO
José Luiz Bassetto
UM PEQUENO PREFÁCIO
Tanto tempo depois e ainda estamos juntos! Nos vemos
uma vez por ano e ainda costumamos relembrar o passado. E
neste caso, não é sofrer duas vezes.
Nosso grupo existe porque a General Electric existe e
porque ela nos proporcionou, por meio de seus programas de
treinamento, um desenvolvimento profissional acima da mé-
dia, como poucas companhias o fizeram. Foram muitos os cur-
sos. Em especial destaca-se o FMP — (Financial Management
Program), o antigo BTC — (Business Training Course). Sem
medo de errar, poderíamos traduzi-lo como: Programa de Trei-
namento Contábil/Financeiro, orientado ao negócio. Foi por
meio dele que eu e todos os que tiveram a oportunidade (quase
500), aprenderam e melhoraram seus conceitos de negócio ao
longo de 3 anos de esforço concentrado para se formar e poder
galgar novas posições na companhia.
Candidatei-me a ser um dos 12 que escrevem este livro,
para registrar uma fase importante de minha vida, mas mais do
que isto, permitir a todos os que venham a ler este texto, que
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A SOLIDEZ DO TREINAMENTO
Eu era um jovem inexperiente quando entrei na GE. E a
regra informal do jogo era: ou você se forma no FMP ou estará
fora. Aprendi isto em menos de um mês. Só que não era tão sim-
ples assim. Para entrar, era necessário antes, ser aprovado no teste
psicotécnico de admissão. Que vergonha! Fui reprovado. Minha
sorte foi outra regra. A existência do Curso Geral. Um “cursinho”
preparatório para o FMP. Mas mesmo ”este cursinho” não foi fá-
cil. Foram 180 dias para completá-lo e ter livre acesso ao FMP,
sem necessidade de repetir o fatídico teste.
E lá fui eu. Entrei no jogo! Era um jogo com regras deter-
minadas e duras. Ganhá-lo só dependia de mim. Do meu esforço
exaustivo e continuado durante 3 anos. A técnica era: ninguém
está disponível para ensiná-lo, você é responsável pelo seu pró-
prio desenvolvimento! Foram muitas as noites e muitos os fins de
semana dedicados ao poderoso “Sr. FMP”. Interpretar as famosas
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O COMEÇO DE TUDO
Entrei na GE ainda jovem, aos 21 anos. Era o ano de
1966. Já tinha um pouco de experiência administrativa, ad-
quirida durante 6 anos de trabalho em um banco. Felizmen-
te, a área para a qual entrei era do Departamento de Custos
da unidade de Equipamentos Pesados, localizada em Campi-
nas. Lá, fabricávamos geradores de energia, transformadores,
motores elétricos de grande porte e locomotivas. Estas eram
tantas, que as fabricávamos em série. Era bonito ver 10 ou 12
locomotivas perfiladas na baia fabril, cada uma delas em um
estágio de fabricação.
O grande desafio era acompanhar e medir o progresso e
desempenho dos produtos, ao longo de todo seu ciclo de fabrica-
ção, contado em meses. Na década de 60, os computadores ain-
da eram novidade para a maioria das companhias, mesmo as de
grande porte. Mas não para a GE.
Nossos sistemas da época, que utilizavam equipamentos
de processamento de dados limitados, já eram todos integrados,
à semelhança dos Sistemas de Gestão atualmente no mercado.
Além de conseguirmos gerar os resultados mensais em prazos di-
minutos, também conseguíamos acompanhar os custos de todos
os componentes e recursos aplicados nos produtos. Nosso siste-
ma de Planejamento e Acumulação de Custos ainda poderia ser
utilizado hoje em qualquer empresa de equipamentos de grande
porte, fabricados por encomenda.
Conseguíamos também comparar o custo planejado com
o realizado em todos os níveis da estrutura do produto, Mate-
rial, Mão-de-Obra e Despesas de Fabricação. A contabilização
do resultado era, praticamente, automática. Mas nem tudo eram
somente flores. A grande lição era: o resultado tem que ser apre-
sentado sempre na mesma data, por meio da realização de todos
os eventos do cronograma de fechamento mensal, conforme o
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O PRIMEIRO PRÊMIO
Era o ano de 1972 quando me formei, 6 anos depois,
compreendendo o Curso Geral em um ano e meio, um ano li-
vre para o casamento e 3 anos do FMP. Eu estava pronto. Por
ter freqüentado o Curso Geral e o próprio FMP, acabei me pri-
vilegiando, pois tive a oportunidade de aprender parte dos con-
ceitos duas vezes.
Coincidência ou não, minha primeira promoção de peso
acabou acontecendo logo após ter-me formado no FMP. Seria
isto uma regra? E era, senão escrita, verdadeira na prática. Claro
que não foi só o FMP o causador da promoção. Também contri-
buíram o estilo da GE, a supervisão e “pressão” de meus chefes e
meu deslumbramento por estar em uma empresa como a GE.
Falando em estilo GE, nós profissionais, nunca preci-
samos de manuais de Organização e Métodos. Tínhamos as
Diretrizes. Por serem diretrizes, não eram compêndios de
centenas de páginas. Somente algumas poucas definiam quem
podia e quem não podia fazer o quê. Ainda nos primórdios
dos anos 60, em vez de manuais de O&M, tínhamos Sistemas.
A GE, mesmo no Brasil, que ainda não tinha a tecnologia de
primeiro mundo, não poupou esforços para investir em solu-
ções automatizadas de gestão.
Devido ao investimento em automação, veio o pri-
meiro prêmio, a grande mudança. Eu jamais imaginei que o
destino, por intermédio da GE, pudesse mudar tanto minha
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A GRANDE MUDANÇA
Quem diria! Aquele garoto nascido em Itatiba e que se mu-
dou para Campinas ainda criança, tinha que mudar de novo! Aos
28 anos, 1974, tornei-me um dos gerentes mais jovens da GE,
que era realmente a empresa das oportunidades. Santo André era
o destino. Santo André, o “A” do ABC, que ainda fervilhava de
indústrias. Um novo mundo se abria.
Era lá onde estava instalado o então famoso CPD — Cen-
tro de Processamento de Dados, o lado hardware da Tecnologia
da Informação. E eu era seu novo gerente. Quanta coisa por fa-
zer, quantos sistemas para processar, quantos fechamentos para
realizar. E aí estava um novo diferencial da GE. Enquanto ainda
hoje, muitas companhias ainda penam para ter seu resultado
mensal lá pelo meio do mês seguinte, na GE ele estava disponí-
vel no quinto dia útil.
Parecia uma epopéia. Começávamos a processar o fecha-
mento mensal no domingo às 18 horas, pontualmente. Terminá-
vamos na quinta-feira por volta das 12 horas. Tudo em seqüência
e afinado, como em uma orquestra. Todos envolvidos, nós, de
informática e nossos clientes, usuários de nosso grande ativo de
sistemas automatizados.
Sim, nós já tínhamos o embrião do que se chama de In-
ternet hoje. O resultado de toda a empresa no Brasil era sub-
metido à matriz através de uma rede chamada QuickComm que
nos ligava à matriz.
Nossos computadores funcionavam 24 horas por dia. E
não era para menos. Todos os chamados departamentos, na ver-
dade unidades de negócio por inteiro, espalhados pelo Brasil, se
serviam de nossos poderosos sistemas. Tudo integrado via malo-
tes, cartões perfurados, correio e táxis. Já conhecíamos o que se
chama hoje de logística. Administrávamos o caos com perfeição,
recuperando atrasos, adiantando operações, acionando profissio-
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Aprendizado Eterno
nais por BIP, contratando serviços de táxi, tudo para que nossos
resultados operacionais estivessem prontos na hora planejada.
Nosso CPD era uma verdadeira organização. Digitadores,
preparadores de dados, programadores de produção, operadores
de computador, controladores de qualidade, supervisores. Ocu-
pávamos quase 800 metros quadrados divididos entre computa-
dores e profissionais.
Lembro-me com saudades da nossa epopéia. Nosso tra-
balho era gerenciar recursos escassos. Fazer muito com pouco.
E isso nos tornava profissionais especiais. Prontos para criar so-
luções a partir do nada. E criamos! Criamos uma operação de
serviços que funcionava, atendendo a todos os usuários a tempo
e com qualidade.
Com a ajuda dos profissionais que eu gerenciava, fizemos
um bom trabalho! Em 6 meses, nosso CPD estava muito melhor
do que encontramos. E eu estava, de novo, pronto para novos de-
safios! Um pouco surpreso, é verdade, mas promovido novamen-
te. Tornei-me o Gerente de Desenvolvimento de Sistemas Indus-
triais, responsável por prover informações automatizadas para
todos os departamentos da empresa que não eram de finanças.
Valeu! Valeu todo o esforço dedicado nos primeiros 8 anos
de empresa. Valeu todo o conhecimento adquirido na área de
custos e os conceitos aprendidos no FMP, os quais ampliaram
meu universo, permitindo-me conhecer quase todos os proces-
sos operacionais de uma empresa industrial.
Estávamos em 1979. Era novamente a hora de mudar e
melhorar. Novas tecnologias de informática estavam surgindo.
Apareceram os primeiros sistemas de armazenamento de dados
em discos. Que maravilha! Estávamos substituindo nossas fitas
de rolo por potentes discos, com capacidade nunca antes so-
nhada. Eram 370 megabytes armazenados em um equipamen-
to do tamanho de uma lavadora de roupas. Entramos também
na era do “on-line”. Agora já podíamos nos comunicar com os
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O INSTRUTOR EM AÇÃO
Nisso também a GE era diferente. Só dependia de mim.
Minha aplicação em cursos como estudante poderia ser premia-
da, dependendo de meu esforço e competência. Tornei-me ins-
trutor de muitos dos cursos que freqüentei.
O FMP, razão principal do lançamento deste livro, é um
caso especial. Nunca é demais afirmar que quem teve a oportu-
nidade de participar como aluno, se destacou tanto na GE, como
em empresas pelo Brasil afora. Um de seus módulos, o último,
ensinava Sistemas de Informação, cobrindo todos os aspectos
desta ciência. Como profissional da área, tornei-me, natural-
mente, seu instrutor. Era desafiante ver usuários entenderem o
“lado oculto” do computador. Tive gratas surpresas, pois muitos
profissionais que ensinei enquanto instrutor, tornaram-se profis-
sionais da área de Informática.
Também fui instrutor no PRBM, aquele em que os “se-
niors” da empresa passavam toda sua experiência para os mais
novos. Diferente do FMP, este não tinha testes. Era, sim, muito
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O TOPO DA PIRÂMIDE
Foi um longo caminho! Oito anos como Gerente de De-
senvolvimento de Sistemas. A competição era intensa. Assim
como eu, meus companheiros também estavam lutando por
um lugar ao sol. O topo, em 1981, foi a Gerência de Seção, o que
pode ser comparado a um diretor de área de uma empresa do
mercado. Depois de ter sido supervisionado por grandes pro-
fissionais, brasileiros e americanos, tornei-me o número um da
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Alquimia de uma corporação
A DESPEDIDA
Mas nem tudo são flores. Devido às estratégias corpora-
tivas mundiais, situação econômica de nosso país e também a
filosofia de ser a número um ou no máximo a número dois em
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Aprendizado Eterno
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Alquimia de uma corporação
• Não julgue o seu funcionário pelo que ele ainda não sabe;
• Encontre um profissional exemplo e imite-o até ser me-
lhor que ele;
• Diversifique suas experiências para aprofundar o conhe-
cimento;
• Se fizer com qualidade, não haverá necessidade de alguém
controlar;
• Só burocratas trabalham das 8 às 17. A solução pode estar
no chuveiro;
• A disciplina é sempre sua aliada. Vale tanto para métodos
quanto para horários;
• Análises parciais ou precipitadas não permitem avaliar o
todo;
• Seja ambicioso, sempre pronto para assumir funções mais
complexas;
• Se a empresa em que você trabalha progredir, você será
levado junto;
• Não resista às mudanças. Elas são inevitáveis. Mude ou
será mudado;
• Tenha visão e audição periféricas. Enquanto trabalha, veja
e ouça;
• Não deixe que o sucesso lhe suba à cabeça, continue tra-
balhando;
• Em uma nuvem ameaçadora sempre está escondida uma
oportunidade;
• Planeje seu dia, sua semana, seu mês e seu ano. Seu futuro
será melhor;
• Não se preocupe com pequenas coisas, tudo são pequenas
coisas;
• Não se preocupe. Um problema dura no máximo três meses.
• Um profissional comum será sempre um profissional co-
mum;
• Não seja enganado. Confiar é bom, conferir é melhor.
106
Aprendizado Eterno
A CONSOLIDAÇÃO
Nem sempre você é dono de seu nariz. Depois de algum
tempo fora da GE, deixei o trabalho burocrático de escritório
para tornar-me um homem do mundo, pois o destino condu-
ziu-me para uma nova carreira, a de Consultor de Tecnologia da
Informação e Gestão de Negócios. Depois de três anos na nova
carreira, a GE se fez presente novamente. Fui chamado de volta,
agora como consultor, para ajudá-la a reformular o patrimônio
de informação de dois de seus negócios. Minha missão foi a de
selecionar e ajudar a implantar novos sistemas automatizados de
gestão, os chamados ERP’s.
A GE vivia um momento especial em direção à Quali-
dade de Processos, empregando a filosofia Six Sigma. E veio
nova oportunidade de aprendizado, pois como consultor, fui
“convocado” a atender aos dois cursos básicos desta técnica
de qualidade.
Embasado no conhecimento adquirido, em grande parte
na própria GE e seguindo os preceitos de Mike Hammer, o pai da
Reengenharia Empresarial, ambos consolidados pela filosofia Six
Sigma, desenvolvi o que hoje chamo de meu “ganha-pão” e com
o que me divirto ajudando inúmeras empresas a melhorarem
seus sistemas de gestão.
Pelo fato de que as empresas operam por meio de proces-
sos e não de departamentos, juntei tudo: GE, Mike Hammer e Six
Sigma e desenvolvi uma metodologia de Seleção e Implantação
de Sistemas de Gestão, orientada a processos de alto desempenho
com inúmeros casos de sucesso.
E depois de longos 18 anos afastado da GE, não tenho
dúvidas em afirmar: ela ainda faz parte de minha vida. O que
lá aprendi, as experiências pelas quais passei, as pessoas com as
quais convivi, jamais serão esquecidas.
107
Alquimia de uma corporação
A NOSSA GE BRASIL
Jack Welch, um dos maiores líderes empresariais deste sé-
culo, também colocou seu amor pela GE no livro “Jack, o defini-
tivo”, leitura obrigatória para executivos e, principalmente, para
quem trabalhou ou trabalha na GE.
No capítulo “Afinal, que Negócio é esse de CEO?“, quase no
final do livro, entre tantas outras coisas ele diz: “Bom mesmo é
diversão”. Repensando as manhãs, tardes e noites que passei na
GE, posso afirmar com convicção que me diverti muito.
Mal comparando, assim como Jack, eu também tinha pai-
xão pelo que fazia e pela empresa, tive e ainda tenho amizades
incríveis, vivi minhas crises, sofri muitas pressões, me empol-
guei por tudo, mudei de rumo e de vida e, principalmente, tive
a oportunidade de comemorar muito, tanto no sentido literal da
palavra, por meio dos inúmeros jantares comemorativos, como
também pelo orgulho do trabalho bem feito e do projeto implan-
tado com sucesso.
E no momento em que termino estas páginas, cons-
tato com prazer, que o novo Presidente da GE Mundial, Jeff
Inmelt, não se afastou do que chamo Empresa Formadora de
Bons Profissionais, pois continua investindo na formação de
novos líderes conforme citação na seção “Gestão Esperta”, da
revista Exame de 14 de abril de 2004. Mais uma notícia: a
GE América Latina acaba de implantar um sistema automa-
tizado, dedicado a facilitar a avaliação de desempenho (Ses-
sion C), conforme publicado na revista Informationweek, de
02/06/2004. Essa GE não pára quando se trata de desenvolver
e avaliar seus profissionais!
E quando cito Welch e Inmelt, não poderia me esquecer
de Thomas Alva Edison, o precursor, que consolidou a GE como
a conhecemos, conforme descrito ao final do que é denomina-
da THE EDISON ERA, no livro “A CENTURY OF PROGRESS
108
Aprendizado Eterno
109
Alquimia de uma corporação
110
INFORMÁTICA,
6 ADMINISTRAÇÃO, CONTROLE
E OUTROS ASSUNTOS
Fernando de Paula Leite Sampaio
111
Alquimia de uma corporação
112
Informática, Administração, Controle e outros Assuntos
O BTC
É um curso intensivo de seis semestres, “self learning”, mui-
to puxado, com nota mínima de aprovação de 75 em 100. Iniciei
o BTC no 2º semestre de 1967. Um curso de extrema dificuldade,
que exigia estar preparado para a próxima aula por meio da fei-
tura de uma montanha de exercícios de grande complexidade.
Casei-me com a Amélia, uma pessoa maravilhosa com
quem estou até hoje, em outubro de 1967, no meio do primeiro
curso. Lembro-me perfeitamente que em uma noite em que eu
estava coberto pelas apostilas e exercícios, minha esposa pergun-
tou-me: — “Você casou comigo ou com esse tal de BTC?”
Realmente era necessário estudar muito, em incontáveis
horas de extrema dedicação.
O curso, basicamente, era orientado a Finanças e Con-
trole, com a finalidade de formar profissionais ecléticos, com
conhecimentos de Contabilidade, Orçamentos, Custos, Audi-
toria e Sistemas de Informações. No intervalo dos semestres
eram ministrados cursos funcionais com o objetivo de mostrar
as várias características de cada departamento. Os instrutores
desses cursos especializados eram os gerentes das áreas espe-
cíficas, como Engenharia de Produtos, Controle de Qualidade,
Matemática Financeira etc.
Como conseqüência, ao terminarmos o BTC, não só ha-
víamos aprendido as matérias ministradas nos cursos como
também tínhamos uma ótima noção de como funcionava uma
empresa, como os departamentos se relacionavam entre si,
113
Alquimia de uma corporação
114
Informática, Administração, Controle e outros Assuntos
O TRADICIONAL ALMOÇO
E o relacionamento quase eterno, continua até hoje. Come-
çou nos almoços sagrados ao final de cada curso de seis meses,
quando todos, exaustos pela prova final que consumia quase 3
horas do sábado, se reuniam para um lauto almoço no Restau-
rante São Judas, em São Bernardo do Campo, na famosa rota do
Frango com Polenta, para comemorar o término de mais uma
etapa do BTC.
Esse almoço de confraternização era realmente sensacio-
nal. Reunia alunos e instrutores de todos os cursos terminados
naquele semestre, num ambiente totalmente descontraído, para
comer um frango com polenta e tomar um “chopinho” (alguns),
além do alho frito, que sempre foi minha paixão.
E este almoço, transformado em missão anual, era tão im-
portante que o costume continua até hoje, o que devemos a al-
guns de nossos abnegados colegas que não medem esforços para
que essa tradição continue.
Desliguei-me da GE em 1976, após nove anos de trabalho
e até hoje, 28 anos depois, reunimo-nos anualmente para um al-
115
Alquimia de uma corporação
EU E A GE
Inicialmente, em minha carreira profissional, aproveitei os
ensinamentos dentro da própria General Electric na área de Sis-
temas de Informações.
Após a conclusão do BTC, fui promovido para a Gerên-
cia de Programação e alguns anos depois para a Gerência de
Análise de Sistemas Industriais, sendo responsável pelos siste-
mas da área industrial das fábricas de Santo André, Campinas
e Rio de Janeiro e Departamento de Serviços na Vila Leopol-
dina, em São Paulo. Mais tarde fui para a Gerência de Análi-
se de Sistemas de Controle e Finanças, posição que ocupava
quando me desliguei da empresa. Como Gerente de Análise de
Sistemas, fui instrutor do BTC, evidentemente, no módulo de
Sistemas de Informações.
Conhecendo a filosofia da empresa e como os diversos
departamentos se relacionavam entre si, ficava muito mais fácil
para nós, perceber suas necessidades para desenvolver sistemas
que pudessem facilitar a vida dos departamentos, estabelecendo
controles e fornecendo funcionalidades e relatórios para que pu-
dessem cumprir sua missão a contento.
Outro ensinamento importante foi o de que, para se ini-
ciar qualquer projeto, deve-se pensar também em custos — um
diferencial da GE — em que tudo tinha que ser claramente justi-
ficado, isto é, para que algum projeto fosse desenvolvido, era ne-
cessário não só que satisfizesse às necessidades dos clientes (de-
partamentos) e da empresa como um todo, mas que ao mesmo
tempo, representasse uma economia de custos.
116
Informática, Administração, Controle e outros Assuntos
117
Alquimia de uma corporação
O PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Além do próprio BTC, a GE utilizava uma série de ferra-
mentas e cursos que muito nos aprimorava. Uma dessas ferra-
mentas era a Avaliação de Desempenho para o planejamento de
carreira. Anualmente éramos convocados pelos nossos gerentes
para um processo de avaliação sobre o que éramos e o que pre-
tendíamos ser no futuro, que lugar queríamos ocupar. E, normal-
mente, nossa ambição era tomar o lugar de nosso chefe. Como
contrapartida, vinha a pergunta:
— Você acha que está pronto para ocupar o meu lugar?
Normalmente nossa resposta era: AINDA NÃO!
A pergunta seguinte:
— Do seu ponto de vista, quais são seus pontos fortes que
fazem com que você ache que pode ocupar o meu lugar?
E nessa hora éramos obrigados a refletir sobre o que real-
mente achávamos de nós mesmos.
Mas a próxima pergunta era ainda mais difícil de ser res-
pondida:
— No seu entender, quais são os seus pontos fracos?
E olhem que nosso gerente realmente nos conhecia, e se
por acaso esquecêssemos de algum ponto importante, ele calma-
mente nos lembrava.
E aí vinha um dos principais pontos:
— O que você acha que tem que fazer para corrigir esses
pontos fracos e torná-los seus pontos fortes?
Então estabeleciam-se metas para o próximo ano, para os
próximos dois anos, para os próximos cinco anos. E tudo isso
ficava registrado em um questionário com uma única via que
ficava em poder do gerente. Afinal, por que precisávamos de uma
via, se o que ali estava escrito era o que nós queríamos nos tornar
e nós sabíamos perfeitamente o que queríamos?
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Informática, Administração, Controle e outros Assuntos
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Alquimia de uma corporação
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Informática, Administração, Controle e outros Assuntos
A MUDANÇA DA PORTA
A fábrica de motores situada em Santo André ocupava um
prédio enorme. A fábrica propriamente dita, localizava-se no
centro desse prédio e, encostadas nas paredes laterais, ficavam
as salas das áreas de apoio, como almoxarifados, ferramentaria,
controle de qualidade, projetos etc.
Nesse prédio existiam duas grandes portas para entra-
da e saída de materiais e produtos. O depósito de chapas de
aço, utilizadas na fabricação dos motores ficava num prédio
anexo à fábrica.
Para suprir a fábrica o operador de empilhadeiras saía
com a empilhadeira da fábrica, dirigia-se ao almoxarifado de
121
Alquimia de uma corporação
PARAFUSOS A MENOS
O aspirador de pó fabricado pela GE era redondo e, para
facilitar o seu manuseio de modo que ele deslizasse suavemente,
era apoiado em três rodízios. Esses rodízios eram afixados em
um suporte retangular que por sua vez eram afixados na parte
inferior do corpo do aparelho por quatro parafusos, situados nos
cantos do suporte.
A idéia apresentada foi a de utilizar apenas dois parafu-
sos para fixar os rodízios no aparelho — na diagonal do suporte.
Com isso reduzir-se-ia à metade a quantidade de parafusos utili-
zados para fixação dos rodízios.
Idéia simples, que não comprometia a qualidade do pro-
duto, mas que apresentou uma enorme redução de custos, pois
eram fabricados milhares de aspiradores por ano e, em vez de
serem utilizados doze parafusos para fixação por aparelho, utili-
zava-se somente seis.
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Informática, Administração, Controle e outros Assuntos
O CONHECIMENTO ADQUIRIDO NA GE
BENEFICIANDO OUTRAS EMPRESAS
Após desligar-me da GE, em 1976, trabalhei em algumas
empresas industriais e de prestação de serviços, sempre ocupan-
do cargos de direção, como Gerência de Processamento de Da-
dos, Diretoria de Controle e Finanças e Diretoria Administrati-
va/Financeira. Pode-se estranhar alguns dos cargos citados, pois
minha carreira na GE foi baseada em Tecnologia da Informação,
mas aí está outro diferencial da GE: saí pronto para ocupar qual-
quer posição Administrativa em qualquer outra companhia.
O que pude perceber é que independentemente do tama-
nho das empresas, os problemas existentes são quase sempre os
mesmos. Eles diferem somente em tamanho e complexidade,
mas no fundo, são os mesmos.
Então cabe a nós, como administradores, detectar os pro-
blemas, equacioná-los, priorizá-los e resolvê-los.
Uma empresa é como uma máquina. Para que uma má-
quina funcione a contento é necessário que todas as peças este-
jam perfeitas, que as engrenagens estejam totalmente encaixadas,
limpas, devidamente lubrificadas e que haja energia para poder
fazê-la funcionar.
Assim como na máquina, numa empresa existem diversos
departamentos, ou seja, as peças ou conjuntos das máquinas.
Numa empresa nenhum departamento trabalha sozinho, para
si mesmo. Na realidade eles existem para que exerçam alguma
função e o resultado desse trabalho seja passado para outro de-
partamento o qual continuará o que foi começado, obtendo no-
vos resultados, que serão repassados para outro departamento e
assim por diante. Em uma análise comparativa temos:
Lubrificação: Para que a máquina não pare é necessário
que cada um faça a sua parte para que o todo funcione e o obje-
tivo seja atingido.
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Alquimia de uma corporação
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Informática, Administração, Controle e outros Assuntos
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Alquimia de uma corporação
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Informática, Administração, Controle e outros Assuntos
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7 A CARREIRA RENASCIDA
Rubens E. S. Estrella
A MEGAEMPRESA
Após terminar Engenharia Mecânica1, na Universidade de
Illinois — EUA, eu havia conseguido uma Bolsa de Assistente de
Pesquisas e fui aprovado no ATGSB2 para cursar o MBA na mes-
ma universidade, e que completaria em 1971.
Como estudante brasileiro nos EUA, resolvido a voltar
para o Brasil, buscava empresas que pudessem me contra-
tar para aqui trabalhar. Era a época do “Milagre Brasileiro”
(1968 - 1977), e tudo que se produzia aqui tinha venda certa
e lucro garantido. Com crescimento médio de quase 10% ao
ano, tudo ficava muito fácil. Os formandos de faculdades ti-
nham emprego certo antes mesmo de sair da escola, e os que
já tinham uma carreira, galgavam posições com rapidez ou
1
University of Illinois, campus de Champaign-Urbana, uma das “Big Ten” dos EUA,
com mais de 40.000 estudantes.
2
Associate Test for Graduate Studies in Business, prova nacional nos EUA, para or-
denar as competências, a cada ano. Cada universidade estabelecia quantos pontos
seus futuros alunos teriam de atingir para serem aceitos.
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Alquimia de uma corporação
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A Carreira Renascida
131
Alquimia de uma corporação
CRESCENDO NA GE
3
Outros cursos que a General Electric tinha in-house, alguns dos quais oferecidos
também no Brasil, além dos vários locais nos EUA, inclusive em sua “faculdade”,
seu Centro de Treinamento em Crotonville, onde muitos dos instrutores eram pro-
fessores da Harvard University.
MPC — Management Practices Course
PRBM — Profitable Business Management
SFM — Sales Force Management
WINS — Workshop in Negotiation Skills
AMMS — Advanced Marketing Management Seminar
GMC — General Manager’s Course
IPS — Industrial Power Systems
SAGE — Sales at General Electric
PODE — Programa de Desenvolvimento de Engenheiros
POPS — Principles of Professional Sales
132
A Carreira Renascida
4
The Organization Man, de William S. Whyte, dos anos 50, um dos gurus da época
em descrição, história e análise de grandes organizações.
133
Alquimia de uma corporação
OBSTÁCULOS
Conversei com meu chefe na época, que disse:
— E você precisa desse curso? Você já sabe tanto quanto
eles podem ensinar. Vai mais é perder tempo e energia” — e riu.
134
A Carreira Renascida
O GURU
A GE tinha um setor de Recursos Humanos que adminis-
trava nossas carreiras, e que era muito importante para o futuro
da empresa. Dentro do RH havia a Administração do BTC/FMP,
135
Alquimia de uma corporação
e foi lá que fui falar com o Varela. Ernesto Luiz Varela era um
mito dentro da GE. Sua experiência e capacidade, mais sua de-
dicação à formação de quadros financeiros eram lendárias. E sua
eloqüência foi o que me ajudou a prosseguir em meu propósito
de cursar o BTC/FMP. O diálogo na Rua Antonio de Godoy, 88,
centro de São Paulo, no antigo endereço da matriz da General
Electric do Brasil S.A. foi mais ou menos assim:
— Varela, o que devo fazer? Cursar o FMP é necessário,
sabendo que eu tenho um MBA da University of Illinois? —
perguntei.
— Você vai aprender como se administra a área financeira
com muita pressão de tempo e precisão. — respondeu Varela,
sorrindo entusiasmado.
— Como na vida real... você sabe fazer? Então faça! E faça
agora e faça muito rápido! — completou.
— Como se estivesse numa guerra! — Exclamou.
— Vamos ver se seus estudos anteriores foram tão bons e
se você consegue administrar seu trabalho e os testes do BTC/
FMP — Desafiou.
— O BTC/FMP é um grande desafio, mesmo para os que
têm mestrado em Finanças. (Meu MBA era em Marketing Inter-
nacional). Muitos iniciam, achando que é moleza e depois têm
que estudar e praticar muito para acompanhar.
— Além do que, qualquer estudo financeiro, no Brasil, é
muitas vezes mais complicado, devido à nossa complexidade tri-
butária, que afeta a área contábil. — alertou.
— Você não viu nada disso em seu MBA americano. —
sorriu, mofando.
— Eles são tão bons, que nem inflação têm, nem correção
monetária. Onde você vai aprender isso? Só aqui! — apontou
dramático para o chão da sala.
— Mas e meu chefe? E se ele complicar minha vida? —
acrescentei.
136
A Carreira Renascida
ENCARANDO O DESAFIO
Minha vida ficou bastante corrida. Os testes eram difíceis.
Quase em ritmo de guerra, como havia alertado o Varela. Cada
teste, submetido no início de cada aula, era dimensionado para
que os alunos tivessem apenas o tempo necessário para terminá-
5
Hermann H. Wever — Vice-Presidente de Aparelhos Domésticos na GE, aspirante
a presidente do Conselho, que foi “seqüestrado” pela Siemens para ser seu Presi-
dente de 1981 até 2002.
6
Heinz Werner von Uslar — Gerente Geral do Departamento de Medidores e Equi-
pamento de Manobra, também atraído para fora da GE, numa Diretoria da Cia.
Vale do Rio Doce.
137
Alquimia de uma corporação
lo. Para ter sucesso, era preciso pensar muito rápido nas maneiras
de montar e estruturar o problema; decidir a melhor forma e
disparar a resolvê-lo, sem hesitar, sem olhar para trás. Aprendi a
dividir os pontos de cada problema pelos minutos-padrão para
terminá-lo e iniciar sempre pelo mais “lucrativo”, o que desse
mais pontos por minuto.
Na sala de embarque da ponte aérea, no Santos Du-
mont (RJ) já se podia ouvir o zumbido dos motores dos ve-
lhos Electras II da Varig. Eu voava para São Paulo, para ne-
gociar uma divisão favorável para nós, de um lote de 100.000
medidores da Eletropaulo.
A divisão se fazia pelo concorrente de preço menor que,
neste caso, éramos nós, GE. Como vencedor em preços, eles nos
adjudicariam 60% do pedido, ficando os outros 40% a serem di-
vididos pelos outros 4 concorrentes. Mas não era só. Havia dois
modelos de medidores, um que dava maior margem de contri-
buição para nós e era preciso negociar, com cálculos precisos e
imaginação, para obter a parte mais lucrativa.
Já tínhamos feito os cálculos na fábrica e eu estava bem
preparado. Pediria o total dos medidores de maior margem e o
saldo dos outros. Dessa forma, embora recebêssemos menos uni-
dades, a combinação era “ótima”, ou seja, o maior volume pos-
sível, em unidades, mas com o maior lucro possível. Esse tipo
de cálculo era essencial e fazia parte do BTC/FMP, para calcular
custos, margens e ponto de equilíbrio.
Quando fecharam a porta do avião e os motores ronca-
ram para decolar, abaixei minha mesinha, que nos Electras eram
maiores, e comecei a treinar os problemas do BTC/FMP. Ou eu
estudava no avião mesmo, ou não teria tempo. Havia um teste
nessa segunda-feira, e eu teria de sair do centro de São Paulo para
Santo André, onde teriam o mesmo teste que no Rio. Que corre-
ria! E ia ainda recapitulando no táxi, a caminho.
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A Carreira Renascida
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A Carreira Renascida
A MAIOR OPORTUNIDADE
Finalmente, no início de 1996 veio a grande oportunidade.
Estabelecer a marca Linde de empilhadeiras no Brasil, primeiro
dirigindo a representação7, depois atuando na compra e venda
da mesma. O Grupo Multinacional Linde, dono da marca de em-
pilhadeiras, um dos maiores conglomerados da Alemanha, com
7
Movimater S.A. — Braço de serviços da SKAM Ind. e Com. Ltda., um dos únicos
dois fabricantes nacionais de empilhadeiras, que vêm galhardamente sobrevivendo
a todos os ciclos de altos e baixos no Brasil, há mais de 25 anos.
143
Alquimia de uma corporação
144
A Carreira Renascida
CONCLUSÃO
Fico surpreso com a minha intimidade com a área finan-
ceira, justo eu que a abominava. Queria pensar só em vendas,
volumes físicos, faturamento, contatos com clientes e participa-
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8 FOI BOM!
José Pascoal Sangali
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Foi Bom!
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NÃO CORRA ATRÁS DA VIDA,
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Alquimia de uma corporação
Você vai atrair para a sua vida coisas e fatos para os quais
está preparado, e ponto final. Várias oportunidades podem
atravessar seu caminho, mas se você não estiver preparado, não
será capaz de enxergá-las. Cito meu exemplo: casei aos 22 anos
com uma pessoa que não procurei, tive três filhos (maravilho-
sos) sem programar. Mudei de emprego três vezes por convi-
te. Montei a minha empresa em 1988, por acaso. Fiquei viúvo
em 1996 sem entender direito por quê... Anos depois me casei
novamente e nasceu Sophia, uma linda menina. Bem, acabei
falando de minha vida para servir de exemplo de que os fatos
acontecem conforme você os atrai. Sua vida será guiada pela
qualidade dos seus pensamentos, e os seus pensamentos serão
guiados por suas crenças e valores.
A grande sabedoria é identificar que os fatos positivos não
são meras coincidências ou sorte. Quando você conhece a ver-
dade e a pratica no dia-a-dia, você descobre que é dono de seu
destino. Reformar o estilo de vida significa viver corretamente,
pensar corretamente e ter a satisfação em viver nos caminhos que
surgem e que você atrai. Conhecer essa verdade é muito impor-
tante, porque todo caminho errado que leva à infelicidade, nasce
da ignorância. Vamos sempre lembrar dos iluminados que dizem:
“A verdade vos libertará”. O que significa conhecer a verdade? É
uma questão puramente mental.
A nossa mente deve conhecer a sabedoria (também de na-
tureza mental) que dirige os destinos do Universo. É importante
enfatizar aqui que os cientistas e filósofos confirmam a existência
de leis e ordem no Universo. A ordem é um produto da sabedo-
ria. Entre as pessoas de pouca sabedoria, como os selvagens, não
existe ordem no dia-a-dia. O Universo todo é dirigido, então, por
uma mesma sabedoria. Isso significa que nossos pensamentos e
nossos desejos também são dirigidos pela sabedoria do Universo.
É como o ar que respiramos: não há distinção entre o “meu ar” e
o “seu ar”. O ar que está no meu pulmão é o mesmo que está no
seu. Ele é universal e comum a todos, tal como a sabedoria.
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Não Corra atrás da Vida, Pense no que Gosta, Faça tudo com Amor
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Alquimia de uma corporação
MÁ SORTE?
O Dr. Karl Menninger, um expoente da medicina psicos-
somática dos Estados Unidos, no livro “O homem Contra Si Pró-
prio”, cita que as doenças crônicas são um suicídio lento. E expli-
ca, citando exemplos reais, que as doenças são curadas quando
se corrige esse instinto de autodestruição. Em relação às pessoas
que lamentam a má sorte, Menninger afirma que a má sorte não
é algo que vem de fora. Segundo ele, a própria pessoa prepara
162
Não Corra atrás da Vida, Pense no que Gosta, Faça tudo com Amor
ESFORÇO E TRABALHO
As qualidades internas de Paz, Amor, Felicidade, Com-
paixão, Harmonia, Equilíbrio, Verdade e Pureza são manifesta-
das por intermédio de esforços. A nossa capacidade potencial,
quando manifestada junto com a natureza divina interior, gera
sucesso acompanhado de felicidade, e esse é o maior objetivo do
homem, ter sucesso, mas ser feliz.
Aléxis Carrel aponta em seu livro “Sabedoria da vida”, que
a lei básica do desenvolvimento dos seres vivos é o esforço. Não
só da parte física como os músculos ou os órgãos, mas também
das demais facetas de nossa existência, como a sabedoria ou a
vontade, não se fortalecerão se não trabalharmos. Só por meio
do esforço e trabalho a natureza divina interior do homem e sua
capacidade interior poderão ser manifestadas em grau cada vez
maior. Temos essa oportunidade quando existem dificuldades
ou obstáculos, por isso não devemos amaldiçoá-los, se surgirem
em nossa vida. Caso o fizéssemos, estaríamos usando a mente de
maneira invertida, e assim diminuindo a manifestação de nos-
sa natureza divina e de nossa capacidade. Devemos agir como o
163
Alquimia de uma corporação
BIOGRAFIA
Eu sou Haelmo Coelho de Almeida, nascido em 29/12/1952,
em Belém-PA (Brasil). Moro no Estado de São Paulo desde 1969,
dos quais, dez anos na cidade de Campinas-SP, e o restante na
cidade de Limeira-SP, que dista 50 quilômetros de Campinas.
Sou Bacharel em Ciências Econômicas com MBA pela FGV em
Marketing. Atualmente sou Diretor da RM Sistemas, empresa
especializada em implantação de Sistemas de ERP — Enterprice
Resource Planning (Sistema de Gestão Empresarial).
Bem, agora que vocês me conhecem um pouco e o que pen-
so, posso afirmar peremptoriamente que não sei em que degrau
nessa “escola da vida” eu estou, nem até aonde vou chegar. Acho
que isso ninguém sabe, porque a nossa missão aqui neste planeta
é um eterno mistério. Mas posso afirmar, com certeza, por onde
comecei: O nome é GE — General Electric do Brasil, em Campi-
nas-SP, onde trabalhei de 1975 a 1980, iniciando aos 23 anos de
idade. Na época a GE produzia equipamentos pesados como lo-
comotivas, hidrogeradores etc., com mais de 2.000 funcionários.
Dentro da GE havia um curso interno, com duração de 5
semestres, cujo nome era FMP — Financial Management Pro-
gram. Trabalhei na GE durante cinco anos. No lado profissional
a GE foi meu pai, mãe... tudo para mim. Foi a semente plantada
que frutifica até hoje. A GE corresponde às atitudes, postura e
164
Não Corra atrás da Vida, Pense no que Gosta, Faça tudo com Amor
O GRANDE MISTÉRIO
Pois bem, fiquei pensando durante vários dias, para escre-
ver este texto, tentando achar o grande “mistério” dessa dobradi-
nha GE/FMP. O porquê dessa forte influência para centenas de
pessoas que passaram pela GE. Você, que está lendo, pode pensar:
o que me interessa nesse texto se não posso voltar no tempo e
trabalhar na GE e fazer o FMP? Respondo para você: o grande
mistério não foi somente a GE, nem o curso FMP e nem os dois
juntos, e sim as atitudes (palavra usada por Jack Welch) que tí-
nhamos em relação à GE e ao FMP.
Havia uma energia em torno das pessoas, da empresa e
do curso. Essa energia era tão forte que, passados 28 anos (para
a minha história de GE), fazemos reuniões anuais chegando a
mais de 100 pessoas. São as atitudes que você tem em relação à
vida que fazem você ser x ou y. As sementes podem ser todas de
boa qualidade, mas vão precisar de um bom solo e de condições
satisfatórias para se tornar uma árvore. O sucesso depende da
dedicação e do amor com que fazemos as coisas.
São essas atitudes que quero transmitir para você e que
servirão para qualquer curso que você faça, em qualquer em-
presa que você esteja. Não importa quantos anos você tenha
agora: 15, 20, 30 ou 80, as atitudes valem para toda a vida, para
todas as idades e para todas as pessoas. Num mesmo curso
temos, no final, pessoas preparadas que souberam aprender
e outras nem tanto. A colheita é conforme o plantio. Se o seu
atual local de trabalho não tem uma energia tão positiva, co-
mece com você, mude você.
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Alquimia de uma corporação
GE — RIGOROSA OU IMPLACÁVEL?
Atualmente, a pressão que sofremos no dia-a-dia é muito
grande, gerando um estresse muitas vezes incontrolável. Todos
nós queremos trabalhar em uma empresa de sucesso, organizada,
que nos dê segurança etc. Uma empresa assim, tem que ser rígida
em torno de seu objetivo, exigindo disciplina de todos, que aca-
bamos chamando de estresse. NA GE não era diferente. A pressão
era extrema em torno dos trabalhos a serem executados, e uma
pressão ainda maior no curso FMP; aulas semanais, provas sem
data definida, tempo das provas extremamente limitado. Você ti-
nha que estudar, estudar, estudar e estudar.
Bem, pense agora onde você está, na sua empresa, seja você
funcionário, gerente, diretor ou proprietário. A pressão está mui-
to grande? Está mesmo? ou será que você não possui os atributos
necessários? As empresas de sucesso, organizadas, parecem luga-
res rígidos para se trabalhar, e realmente são. Se você não possui
os atributos necessários, dificilmente vai durar muito tempo. No
entanto, elas não são culturas implacáveis; são apenas rigorosas.
E a distinção entre ser implacável e rigorosa é crucial.
Ser implacável significa retalhar e cortar, especialmente
nos períodos difíceis, ou demitir pessoas irresponsavelmente,
sem qualquer ponderação ou consideração. Ser rigoroso significa
aplicar, de forma coerente, padrões precisos em todos os momen-
tos e em todos os níveis, sobretudo na alta gerência. Ser rigoroso,
e não implacável, significa que as melhores pessoas não precisam
se preocupar, com relação às posições que ocupam, e podem se
concentrar inteiramente no trabalho.
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Não Corra atrás da Vida, Pense no que Gosta, Faça tudo com Amor
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Não Corra atrás da Vida, Pense no que Gosta, Faça tudo com Amor
MERGULHE NELA
O texto de Paulo Coelho, em “Brida”, diz:
Brida estava na praia com o pai, e ele pediu para ver se a
temperatura da água estava boa. Ela estava com 5 anos, e ficou con-
tente de poder ajudar; foi até à beira da água e molhou os seus pés.
“Coloquei os pés, está fria”, disse para ele. O pai pegou-a no colo, ca-
minhou com ela até a beira do mar, e, sem qualquer aviso, atirou-a
dentro da água. Ela levou um susto, mas depois ficou contente com
a brincadeira. “Como está a água?”, perguntou o pai. “Está gostosa”,
respondeu. “Então, daqui pra frente, quando você quiser saber algu-
ma coisa, mergulhe nela.”
Faça uma auto-análise e veja se você também não é do
tipo que se economiza e não anda o quilômetro extra que leva
ao sucesso. Se você não desse um mergulho no FMP, você não
chegava ao fim. Você tinha que colocar a mente, coração e cor-
po nos estudos. Cada módulo exigia de você muita dedicação.
Portanto, se o que você está fazendo hoje é importante, mergu-
lhe, vá a fundo, não coloque somente o pé para ver se dá certo.
Só dará certo se “mergulhar”.
Lembro de um diálogo com minha esposa, que num dia de
muito cansaço, disse a ela:
— Hoje não vou estudar — eu disse.
— Como não? Isso é importante para você. Tome um ba-
nho e vá estudar — disse ela.
“E eu fui. Tem horas que precisamos de um empurrão
na vida”.
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MEDO/RAIVA/CULPA
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Não Corra atrás da Vida, Pense no que Gosta, Faça tudo com Amor
FOCO
Um dos pontos, extremamente importante no curso FMP,
era o tempo. O curso exigia tempo. Muito tempo de estudo, além
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10 VIVENDO E APRENDENDO
Paulo Boccuzzi
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Vivendo e Aprendendo
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27/02/2002
Amigos:
Após muitos anos de convivência, chegou a hora de dar
novo rumo para a minha vida. Esse sonho somente se tornou
possível, porque tive a felicidade de ter trabalhado em uma em-
presa como a nossa, a qual nos estimula a “stretch our horizons”,
ativando nossa autoconfiança e criatividade.
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11 LEMBRANÇAS DE UM
TRAINEE ITINERANTE
Euzébio Angelotti Neto
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FAZENDO ORÇAMENTOS EM
1979 — SANTO ANDRÉ
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MERGULHANDO NA CONTABILIDADE
1982 — SANTO ANDRÉ
Depois disso, fui ser supervisor de análises contábeis. Uma
das funções deste cargo era controlar o sistema de fechamento
contábil da empresa. Éramos muito rígidos quanto aos prazos,
que eram contados em minutos.
Em certa ocasião, numa fatídica quarta-feira, quando o pes-
soal de orçamentos deveria entregar a estimativa até as 15:20, veio
o gerente de orçamentos do departamento de motores, em pessoa,
me pedir para aguardar mais 20 minutos para fechar. Isto poderia
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Alquimia de uma corporação
IMPLANTANDO UM SISTEMA
DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
— 1984 — MATÃO
Para entender todo este complexo e poder implantar o sis-
tema de orçamento departamental, tivemos que entrevistar to-
dos os gestores. Não contava com as resistências que encontrei. A
técnica eu dominava, mas a política... Teve gerente que demorou
60 dias para confirmar uma simples entrevista. A empresa tinha
urgência, e assim optamos por adquirir um pacote (grande erro!)
e adaptar as nossas necessidades. O programa exigiu um aumen-
to em nosso hardware. A importação desse tipo de equipamento
era controlada, o que dificultava sua aquisição.
Um fator externo, que também não avaliei, foi o familiar.
Mudei com minha família para a cidade e não tive tempo de aju-
dar meu pessoal na adaptação. Desde escola, médico etc. Traba-
lhava 18 horas por dia e a coisa não ia. Neste ínterim, o Control-
ler da empresa foi dispensado e a área foi subordinada ao gerente
financeiro, que não tinha compromisso com o projeto. Ficamos
como filhos enjeitados.
Quando, finalmente, o sistema ficou pronto, pensei que
os problemas tivessem acabado. Ledo engano. A primeira ro-
dada demorou 60 dias para conseguirmos ter uma prévia.
O computador não suportava o volume de dados gerados e
abortava os relatórios. Tivemos que trocar o turno do pes-
soal da Contabilidade. A empresa funcionava normalmente
durante o dia. À noite tirávamos todos os sistemas do ar e
rodávamos somente a Contabilidade. Havia noites em que
o sistema processava 10 horas e abortava às seis da manhã.
Quando, finalmente, conseguimos a primeira rodada, o sis-
tema apontou 57 mil erros.
Passamos quatro dias corrigindo. Teve gente que traba-
lhou 48 horas sem ir para casa. Quando, finalmente, consegui-
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12 A HISTÓRIA DE UM LIVRO
E SEUS AUTORES
Mateus Agostinho Demarchi
O INÍCIO
Em vez da Academia Brasileira de Letras, uma academia de
condicionamento físico. Em vez do chá da tarde, pão de queijo
pela manhã. Em vez de cada um escrever o seu livro, todos escre-
vendo um mesmo livro.
Inicialmente um time (eram onze os escritores), começan-
do um duro jogo. Depois, doze apóstolos, todos com a mesma
missão: divulgar os ensinamentos de uma grande mestra. Assim
como na Bíblia, alguns episódios podem ter sido citados várias
vezes, cada um à sua maneira, mas com certeza, descrevendo sua
experiência, sua vivência, fazendo um testemunho e, principal-
mente, fazendo seu tributo a uma grande empresa que norteou a
sua vida profissional. Esta é a história de um grupo de 12 execu-
tivos que resolveram escrever um livro.
A EMPRESA
A General Electric foi, é, e continuará sendo, em nível
mundial, uma grande, para não dizer descomunal, empresa. E
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O TREINAMENTO
Vários dos autores descreveram os cursos que fizeram du-
rante sua permanência na empresa. Foi também muito citada a
importância do treinamento. Podemos dizer que, quanto a trei-
namento, tínhamos, na GE, três modalidades, ou seja, três ma-
neiras de se fazer.
A primeira: a GE mantinha nos Estados Unidos, na cida-
de de Crotonville, um magnífico centro de treinamento. Uma
série imensa de cursos de administração e técnicos, abertos aos
funcionários do mundo todo. Instrutores — alguns também
professores de Harvard — em tempo integral, durante todo o
ano, praticamente uma universidade própria. Lógico que, face
ao grande número de funcionários, era uma verdadeira loteria a
possibilidade de ser indicado para um curso no referido centro
de treinamento.
A segunda: cursos fechados, normalmente de uma sema-
na, realizados em hotéis do interior do Estado de São Paulo, sem-
pre com instrutores americanos. Aqui um ponto interessante. O
que no mundo atual se considera importante no currículo, ou
seja, o domínio da língua inglesa, era, trinta anos atrás, condição
sine quae non para ocupar um cargo de gerência e poder desfru-
tar dos referidos cursos. Isto porque os cursos eram totalmente
ministrados em inglês. Eram cursos mais voltados para prática
gerencial do dia-a-dia.
Nunca vou me esquecer, por exemplo, num destes
cursos, o ensinamento quanto às técnicas de entrevista, até
com gravação em vídeo, a qual servia para análise posterior,
pelos instrutores e pelo grupo, dos pontos fracos e fortes,
quer do entrevistador, quer do entrevistado. Uma aula prá-
tica que não havia em nenhuma matéria nos compêndios
das universidades.
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A História de um Livro e seus Autores
O MERCADO DE TRABALHO
Com intenso treinamento, tanto em quantidade como
em qualidade, a GE formava muitos funcionários. Pratica-
mente não havia necessidade de ir ao mercado quando do
preenchimento de vagas em aberto. Podíamos dizer que a
oferta interna era maior que a procura.
Por outro lado, com o mercado em expansão, outras
empresas, que não tinham treinamento com a mesma quali-
dade e reputação que os cursos ministrados na GE, procura-
vam pessoas já formadas para suprir suas necessidades. Para
os head-hunters, ao procurarem candidatos para empresas
contratantes, era fato comum incluírem, como um dos re-
quisitos necessários, a formação pelo FMP.
Outro fato interessante que ocorria: um ex-GE, for-
mado pelo FMP, quando em outra empresa, acabava con-
vidando seus ex-colegas para ocuparem vagas em aberto na
sua nova empresa. Tínhamos, e temos até hoje, em diversas
empresas, grupos de colegas com o mesmo background: for-
mados pelo FMP.
O RESTAURANTE
Os exames finais dos cursos, que aconteciam semestral-
mente, eram, como comentado no início pelo Varela, torturan-
tes provas sabáticas. E, após longo período de preparação, após
a tensão da prova final, principalmente porque, para muitos, as
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O LIVRO
Num destes almoços, com grande número de pessoas pre-
sentes, a grande maioria ocupando, ou já tendo ocupado, cargos
elevados nos mais variados tipos de empresas, imenso volume
de conhecimento, experiência, know-how, surgiu a idéia: por que
não juntar um grupo e escrever um livro? Afinal, assunto, conhe-
cimento empresarial, prática, não faltaria.
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OS AUTORES
Novamente, ensina a doutrina e a prática que, em todo e
qualquer livro é imprescindível uma pequena biografia de seu
autor. Mas, e neste caso, em que são doze os autores? Para o leitor
que, pacientemente, leu até aqui, nada mais justo do que saber
algo sobre quem escreveu cada capítulo. Não uma biografia com-
pleta, enaltecendo suas virtudes, muito menos apontando seus
defeitos, mas poucas palavras que identifiquem cada autor. Pela
ordem dos capítulos:
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EPÍLOGO
Esta obra não foi escrita com o intuito de autopromoção
de seus autores, nem por pura vaidade, mas sim com o intuito de
passar aos mais jovens, pessoal cursando uma universidade, pes-
soal recém-formado ou em início de carreira, aos mais maduros,
empresários, profissionais, executivos, a experiência adquirida ao
longo de vários anos, a experiência de toda uma vida profissional
de vários executivos, que hoje integram um grupo que, infeliz-
mente, pelos seus critérios de formação, haverá de se extinguir
num futuro não muito distante.
Ao escrever este livro, os autores procuram perpetuar esta
vivência e comprovar que é possível, independente das divergên-
cias ideológicas, independente do status social, independente das
posições alcançadas, independente da distância física que os se-
param, manter um grupo de pessoas unidas, unidas em função
de uma mesma empresa, unidas em função de uma mesma for-
mação, unidas em função da amizade cultivada na convivência
profissional.
Temos a plena certeza de que a maioria das pessoas que
passaram pela GE tem orgulho de lá ter trabalhado, uma verda-
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Contatos com os autores:
e-mail: [email protected]