Deusa Ísis PDF
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Deusa Ísis PDF
carreguei
e dei à luz a toda vida
Depois de dar-lhe todo meu amor
Dei-lhe também meu amado Osíris
Senhor da vegetação
Deus dos cereais
para ser ceifado
e nascer outra vez
Cuidei de você na doença
fiz suas roupas
observei seus primeiros passos
Estive com você até mesmo no final
segurando sua mão
para guiá-lo para a imortalidade
Você para mim é TUDO
E eu lhe dei TUDO
E para você eu fui TUDO
Eu sou sua Grande-Mãe, ÍSIS
Nossa amada Deusa Ísis foi cultuada e adorada em inúmeros lugares, no Egito, no
Império Romano, na Grécia e na Alemanha. Quando seu amado Osíris foi
assassinado e desmembrado pelo seu irmão Seth que espalhou seus pedaços por
todo o Egito, Ísis procurou-os e os juntou novamente. Ela achou todos eles, menos
seu órgãos sexual, que substitui por um membro de ouro. Através de magia e das
artes de cura, Osíris volta à vida. Em seguida, ela concebe seu filho solar Hórus.
No começo só existia o grande, imóvel e infinito mar universal, sem vida e em absoluto
silêncio. Não havia nem alturas, nem abismos, nem princípio, nem fim, nem leste,
nem oeste, nem norte e nem sul. Das primeiras sombras se desprenderam as trevas e
apareceu o caos. Desse ilimitado e sombrio universo surgiu a vida e, com ela, a estirpe
dos Deuses.
Conta a mitologia solar que o criador de tudo foi Atum, o Pai dos Pais. A partir do
momento que Atum toma consciência de si mesmo, ele tornou-se Rá.
Então Atum criou os outros Deuses. Recolheu seu próprio sêmen na mão, e engolindo-
o se fecundou a si mesmo. Vomitou, dando vida a Shu e Tefnut, o ar seco e o ar úmido.
Shu e Tefnut se unem e dão a luz ao Deus Geb, a terra, e a Deusa Nut, o céu, que, por
sua vez, quando se uniram fisicamente tiveram quatro filhos: Osíris (Deus da Ordem),
Seth (Deus da Desordem) e suas irmãs Ísis e Neftis, nascidos nessa ordem. A nova
geração completa o número de nove divindades, a Enéada, que começa com o Deus
criador primordial. Na escrita egípcia o três era utilizado para representar o número
plural, enquanto que o nove proporciona um meio simbólico de indicar o "todo". A
Enéada do Deus Sol é conhecida entre os egiptólogos como a Enéada Heliopolitana.
Osíris, o primogênito, havia herdado de seu pai Geb a terra para governá-la. Já a Deusa
Ísis, cujo nome significa "o trono", "a sede" (capital), se uniu a seu irmão Osíris, para
sustentar todo o seu poder, estabelecendo-se assim, o primeiro casal real do Egito. Se
ele era o rei, soberano da terra, ela ia ser seu trono, a sede eternamente estável, de onde
era exercida toda a realeza sobre o Egito.
ÍSIS E O NOME SECRETO DE RÁ
O Deus Sol Rá tinha tantos nomes que inclusive os Deuses não conheciam todos. Um
dia, a Deusa Ísis, Senhora da Magia, se pôs a aprender o nome de todas as coisas, para
tornar-se tão importante como o Deus Rá.
Depois de muitos anos, o único nome que Ísis não sabia era o nome secreto de Rá,
assim decidiu enganá-lo para descobrir.
A cada dia, enquanto voava pelo céu, Rá envelhecia e até já começava a babar. Ísis
recolheu sua baba e modelando-a com terra, deu forma a uma serpente, que depois
colocou no caminho de Rá. Esse foi mordido e caiu ao solo agonizante. Ísis disse ao
Deus que poderia curá-lo, desde que ele lhe revelasse seu nome secreto. Ele se
negou, porém ao notar que o veneno da cobra era potente suficientemente para matá-
lo, não teve outra opção a não ser revelá-lo. Com esse conhecimento secreto, Ísis pode
apropriar-se de parte do poder de Rá.
No Egito, assim como na Babilônia, o culto da lua precedeu o do sol. Osíris, Deus da
lua, e Ísis, a Deusa da lua, irmã e esposa de Osíris, a mãe de Hórus, o jovem Deus da
lua, aparecem nos textos religiosos antes da quinta dinastia (cerca de 3.000 a. C.).
É difícil fazer um estudo conciso sobre o significado do culto de Ísis e Osíris, pois,
durante muitos séculos nos quais esta religião floresceu, aconteceram mudanças na
compreensão dos homens em relação a ele.
Nos primeiros registros, Osíris, parece ser um espírito da natureza, concebido como o
Nilo ou como a lua, o qual, pensava-se, controlava as enchentes periódicas do rio. Era
o Deus da umidade, da fertilidade e da agricultura. Durante o período da lua
minguante, Seth, seu irmão e inimigo, um demônio de um vermelho fulvo
incandescente, devorava-o. Dizia-se que Seth tinha se unido a uma rainha etíope
negra para ajudá-lo na sua revolta contra Osíris, provavelmente uma alusão à seca e
ao calor, que periodicamente vinham do Sudão, assolavam e destruíam as colheitas da
região do Nilo.
Ísis e Osíris eram irmãos gêmeos, que mantinham relações sexuais ainda no ventre da
mãe e desta união nasceu o Hórus-mais-velho. No Egito, nesta época, era hábito entre
os faraós e as divindades a celebração de núpcias entre irmãos, para não contaminar o
sangue.
A história continua contando que quando Osíris tornou-se rei, livrou os egípcios de
uma existência muito primitiva. Ensinou-lhes a agricultura e a feitura do vinho,
formulou leis e instruiu como honrar seus deuses. Depois partiu para uma viagem por
todo o país, educando o povo e encantando-o com sua persuasão e razão, com a música,
e "toda a arte que as mesas oferecem".
Enquanto ele estava longe sua esposa Ísis governou, e tudo correu bem, mas tão logo
ele retornou, Seth, que simbolizava o calor do deserto e da luxúria desenfreada, forjou
um plano para apanhar Osíris e afastá-lo. Confeccionou um barril do tamanho de
Osíris. Então convidou todos os Deuses para uma grande festa, tendo escondido seus
setenta e dois seguidores por perto. Durante a festividade, mostrou seu barril que foi
admirado por todos. Prometeu dá-lo de presente àquele que coubesse nele. Então
todos entraram nele por sua vez, mas ele se ajustou somente a Osíris. Neste momento,
os homens escondidos apareceram e, rapidamente lacraram a tampa do barril.
Levaram-o e jogaram no rio Nilo. Ele boiou para longe e alcançou o mar pela
"passagem que é conhecida por um nome abominável".
Este evento ocorreu no décimo sétimo dia de Hator, isto é, novembro, no décimo oitavo
ano de reinado de Osíris. Ele viveu e reinou por um ciclo de vinte e oito períodos ou
dias, porque ele era a lua, cujo ciclo completa-se a cada vinte e oito dias.
Quando Ísis foi sabedora dos acontecimentos fatídicos, cortou uma mecha de seu
cabelo e vestiu roupas de luto e vagou por todos os lugares, chorando e procurando
pelo barril. Foi seu cachorro Anúbis, que era filho de Néftis e Osíris, que levou-a até o
lugar onde o caixão tinha parado na praia, no país de Biblos. Ele havia ficado perto de
uma moita de urzes, que cresceram tanto com sua presença, que tornou-se uma árvore
que envolveu o barril. O rei daquele país mandou cortar a tal árvore e de seu tronco
fez uma viga para a cumeeira de seu palácio, sem sequer imaginar que o mesmo
continha o barril.
Ísis para reaver seu marido, fez amizade com as damas de companhia da rainha
daquele país e acabou como enfermeira do príncipe. Ísis criou o menino dando-lhe o
dedo ao invés de seu peito para mamar.
Os nomes do rei e da rainha são: Malec e Astarte, ou Istar. Bem sugestivo, pois nos faz
ver que Ísis teve que recuperar o corpo de Osíris de sua predecessora da Arábia.
Acabou tendo que revelar-se para a rainha e implorou pelo tronco da árvore que
continha o corpo de Osíris. Ísis retirou o barril da árvore e levou-o consigo em sua
barcaça de volta para casa. Ao chegar, escondeu o caixão e foi procurar seu filho Hórus,
para ajudá-la a trazer Osíris de volta à vida.
Seth que havia saído para caçar com seus cachorros, encontra o barril. Abriu-o e cortou
o corpo de Osíris em catorze pedaços espalhando-os. Aqui temos a fragmentação, os
catorze pedaços que óbviamente referem-se aos catorze dias da lua.
Ísis soube do ocorrido e saiu à procura das partes do corpo. Viajou para longe em sua
barcaça e onde quer que acahasse uma das partes fazia um santuário naquele lugar.
Conseguiu reunir treze das peças unindo-as por mágica, mas faltava o falo. Então fez
uma imagem desta parte e "consagrou o falo, em honra do qual os egípcios ainda hoje
conservam uma festa chamada de "Faloforia", que significa "carregar o falo".
Ísis concebeu por meio dessa imagem e gerou uma criança, o Hórus-mais-jovem.
É pelo poder de Ísis, através de seu amor, que o homem afogado na luxúria e na paixão,
eleva-se a uma vida espiritual. Ísis, antes de tudo, é provedora da vida. Comumente é
representada amamentando seu filho Hórus, pois ela é a mãe que nutri e alimenta
tudo que gera. Ísis com seu bebê no colo, acabou transformada na Virgem Maria com
o menino Jesus.
Embora Isis fosse considerada como mãe universal ela era venerada como protetora
das mulheres em particular. Sendo aquela que dá a vida, que presidia sobre vida e
morte, ela era protetora das mulheres durante o parto e confortava aquelas que
perdiam seus entes queridos. Em Ísis, as mulheres encontravam o apoio e a inspiração
para prosseguirem com suas vidas. Ísis proclamava ser, em hinos antigos, a deusa das
mulheres e dotava suas seguidoras de poderes iguais aos do homem.
Esta Deusa é também freqüentemente representada como uma Deusa negra. Este fato
está diretamente associado ao período de luto de Ísis (morte de Osíris), quando ela
vestia-se de preto ou ela própria era preta.
As estátuas pretas de Ísis tinham também um outro sentido. Plutarco declara que "suas
estátuas com chifres são representações da Lua Crescente, enquanto que as estátuas
com roupa preta significavam as ocultações e as obscuridades nas quais ela segue o
Sol (Osíris), almejando por ele. Conseqüentemente, invocam a Lua para casos de amor
e Eudoxo diz que Ísis é quem os decide".
No Solstício de Inverno, a Deusa, na forma de vaca dourada, coberta por um traje
negro, era carregada sete vezes em torno do Santuário de Osíris morto, representando
as perambulações de Ísis, que viajou através do mundo pranteando sua morte e
procurando pelas partes espalhadas de seu corpo. Este ritual, era um procedimento
mágico, que tencionava prevenir que a seca invadisse as regiões férteis do Nilo, pois
a ressurreição de Osíris era, naquela época, um símbolo da enchente anual do Nilo, da
qual a fertilidade da terra dependia.
ÍSIS E HÓRUS
Nos rituais antigos egípcios, executados para obter a ressurreição, o olho de Hórus
tinha papel muito importante e era usado para animar o corpo do morto cujos
membros tinham sido reunidos. Hórus, filho e herdeiro por excelência, é invocado
também, para que impeça a ação do réptéis que estão no céu, na terra e na água, os
leões do deserto, os crocodilos do rio.
ARQUÉTIPO DE CURA
Ísis era invocada nas antigas escrituras como a Senhora da Cura, restauradora da vida
e fonte de ervas curativas. ela era venerada como a senhora das palavras de poder,
cujos encantamentos faziam desaparecer as doenças.
Ísis aparece em na nossa vida para dizer que é hora de meditar. Você tem desperdiçado
sua energia maternal sem guardar um pouco para si mesma? Sua mãe lhe deu todo o
amor que você precisou? Pois agora é tempo de você se dar "um colo" para curar as
mágoas do passado. Todos nós precisamos de cuidados maternos, independente de
sermos donzela, mãe ou mulher madura.
ARQUÉTIPO DA MÃE-NATUREZA
Ísis, Deusa da lua, também é Mãe da Natureza. Ela nos diz que para este mundo
continuar a existir tudo que é criado um dia precisa ser destruído. Ísis determina que
não deve haver harmonia perpétua, com o bem sempre no ascendente. Ao contrário,
deseja que sempre exista o conflito entre os poderes do crescimento e da destruição.
O processa da vida, caminha sobre estes opostos. O que chamamos de "processo da
vida", não é idêntico ao bem-estar da forma na qual a vida está neste momento
manifesta, mas pertence ao reino espiritual no qual se baseia a manifestação material.
Com certeza, se a morte e a decadência não tivessem dotados de poderes tão grandes
quanto as forças da criação, nosso mundo inteiro já teria alcançado o estado de
estagnação. Se tudo permanecesse para sempre como foi primeiramente feito, todas
as capacidades de "fazer" teriam sido esgotadas há séculos. A vida hoje estaria hoje
totalmente paralisada. E, assim, inesperadamente, o excesso de bem, acabaria em seu
oposto e tornar-se-ia excesso de mal.
Ísis, tanto na forma da natureza, como na forma de Lua, tinha dois aspectos. Era
criadora, mãe, enfermeira de todos e também destruidora.
O nome Ísis, significa "Antiga" e era também chamada de "Maat", a sabedoria antiga.
Isto corresponde a sabedoria das coisas como são e como foram, a capacidade inata
inerente, de seguir a natureza das coisas, tanto na forma presente como em seu
desenvolvimento inevitável, uma relação à outra.
O VÉU DE ÍSIS
O traje de Ísis só era obtido através da iniciação, era multicolorido e usado em muitos
cerimoniais religiosos.
Plutarco expressa essa ideia quando diz: "Pois Ísis é o princípio feminino da natureza
e aquela que é capaz de receber a inteireza da gênese; em virtude disso ela tem sido
chamada de enfermeira e a que tudo recebe por Platão e, pelo multidão, a dos dez mil
nomes, por ser transformada pela Razão e receber todas as formas e ideias".
Um hino dirigido a Ísis-Net exprime essa mesma idéia de véu da natureza que esconde
a verdade do mistério dos olhos humanos. Net era uma forma de Ísis, e era considerada
como Mãe-de-todos, sendo de natureza tanto masculina como feminina. O texto em
que esse hino está registrado data de cerca de 550 a.C., mas é provavelmente muito
mais antigo.
O véu de Ísis, tem também significados derivados. Se diz que o ser vivo é pego na teia
ou véu de Ísis, significando que no nascimento o espírito, a centelha divina, que está
em todos nós, é preso ou incorporado na carne. Significa dizer, que todos nós ficamos
emaranhados ou presos na teia da natureza. Essa teia é a trama do destino ou
circunstâncias. É inevitável que devamos ser presos pelo destino, mas frequentemente
consideramos este enredamento como infortúnio e queremos nos libertar dele. Se
aceitarmos esta situação de o ser vivo estar preso a teia de Ísis, acabaremos encarando
a trama de nossa vida de maneira diferente, pois é somente deste modo que o espírito
divino pode ser resgatado. Se não fosse aprisionado desta forma, vagaria livremente
e nunca teria oportunidade de transformar-se. Portanto, o espírito do homem precisa
estar preso à rede de Ísis, caso contrário, não poderá ser levado em seu barco para a
próxima fase de experiência.
DANÇA SAGRADA DOS SETE VÉUS
"Vê-la dançar é participar da força criadora que vibra no Cosmos; massa negra e
pulsante explícita nos olhos e cabelos de Jhade. (...) Mãos se elevam em serpente e
cortantes transformam em som o poder telúrico de seu ventre. Que os sons, manifestos
em seu corpo, subam de encontro com o Eterno e sejam ouvidos além do tempo." (por
W. Hassan)
A Dança dos Sete Véus tem sua origem em tempos remotos, onde as sacerdotisas
dançavam no templo de Isis. É uma dança forte, bela e enigmática. Ela também
reverencia à vida, os elementos da natureza, imita os passos dos animais e das
divindades numa total integração com o universo. O coração da bailarina é tão leve
quanto a pluma da Deusa Maat e é exatamente por isso que os véus são necessários,
pois é deles que os deuses se servem para sutilizar o corpo da mulher. Os véus de Ísis,
ao serem retirados, nos transmitem ensinamentos. Quando a bailarina usa dois véus,
ao retirá-los nos diz que o corpo e espírito devem estar harmonizados. A Dança do
Templo, que é usado três véus, homenageia a Trindade dos deuses do Antigo Egito:
Ísis, Osíris e Hórus. A Dança do Palácio, com quatro véus, representa a busca da
segurança e estabilidade e ao retirá-los a bailarina nos demonstra o quanto nos é
benéfico o desapego das coisas materiais. Na Dança dos Sete Véus, cada véu
corresponde a um grau de iniciação.
Os sete véus representam os sete chakras em equilíbrio e harmonia, sete cores e sete
planetas.Cada planeta possui qualidades e defeitos que influenciam no
temperamento das pessoas e a retirada de cada véu representa a dissolução dos
aspectos mais nefastos e a exaltação de suas qualidades.
Toda mulher deixa transbordar seu essência através da dança. Todas aquelas emoções
reprimidas, sentimentos esquecidos, afloram. Toda e qualquer mulher que consegue
penetrar nos mistérios e ensinamentos dessa prática, se revelará de forma pura e
sublime e alcançará o êxtase ao dançar.
Você pode usar esse ritual para pedir à Ísis que reforce sua lealdade se se sentir
tentada (o) a trair a confiança de alguém, ou para pedir que outra pessoa lhe seja leal.
Acenda uma vela branca e coloque à sua frente. Suspenda a vela em frente a vela, de
maneira que brilhe à luz da chama. Enquanto observa a luz brilhando através da
granada, pense em tudo que necessitas fortalecer no sentido da lealdade.
Imagine você, ou a pessoa que a(o) preocupa, em uma situação que possa trair a
confiança. Pense que você, ou essa pessoa, resistem ao impulso. Por exemplo, pode
visualizar uma situação em que um amigo pede para revelar um segredo, porém você
resiste, dizendo:
Agora coloque a granada em seu bolso e use-a como jóia até que sinta que a ameaça
da deslealdade tenha passado.
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Mitologia
Quando Osíris, seu irmão e marido, herdou o poder no Egito, ela trabalhou junto com
ele para civilizar o Vale do Nilo, ensinando a costurar e a curar os doentes e introduzindo o
conceito do casamento. Ela conhecia uma felicidade perfeita e governava as duas terras, o Alto e
o Baixo Egito, com sabedoria enquanto Osíris viajava pelo mundo difundindo a civilização.
Até que Seth, irmão de Osíris, o convidou para um banquete. Tratava-se uma cilada,
pois Seth estava decidido a assassinar o rei para ocupar o seu lugar. Seth apresentou um caixão
de proporções excepcionais, assegurando que recompensaria generosamente quem nele
coubesse. Imprudente, Osíris aceitou o desafio, permitindo que Seth e os seus acólitos pregassem
a tampa e o tornassem escravo da morte.
Cometido o crime, Seth, que cobiçava ocupar o trono de seu irmão, lança a urna ao Nilo,
para que o rio a conduzisse até ao mar, onde se perderia. Este incidente aconteceu no décimo
sétimo dia do mês Athyr, quando o Sol se encontra sob o signo de Escorpião.
Por sua vez, e após a urna atingiu finalmente uma praia, perto da Babilônia, na costa
do Líbano, enlaçando-se nas raízes de um jovem tamarindo, e com o seu crescimento a urna
ascendeu pelo mesmo se prendendo no interior do seu tronco, fazendo a árvore alcançar o clímax
da sua beleza, que atraiu a atenção do rei desse país, que ordenou ao seu séquito que o tamarindo
fosse derrubado, com o proposito de ser utilizado como pilar na sua casa.
Enquanto isso, Ísis prosseguia na sua busca pelo cadáver de seu marido, e ao escutar as
histórias sobre esta árvore, tomou de imediato a resolução de ir à Babilônia, na esperança de
ultimar enfim e com sucesso a sua odisséia. Ao chegar ao seu destino, Ísis sentou-se perto de um
poço, ostentando um disfarce humilde e brindou os transeuntes que por ela passavam com um
rosto lindo e cheio de lágrimas.
Tal era a sua beleza e sua triste condição que logo se espalharam boatos que chegaram
ao rei da Babilônia, que, intrigado, a chamou para conhecer o motivo de seu desespero. Quando
Ísis estava diante do monarca solicitou que permitisse que ela entrelaçasse os seus cabelos. Uma
vez que o regente, ficou perplexo pela sua beleza, não se importou com isso , assim Ísis incensou
as tranças que espalharam o perfume exalado por seu ástreo corpo.
Fazendo a rainha da Babilônia ficar enfeitiçada pelo irresistível aroma que seus cabelos
emanavam. Literalmente inebriada por tão doce perfume dos céus, a rainha ordenou então a Ísis
que a acompanhasse.
Com a urna, Ísis regressou ao Egito, onde a abriu, ocultando-a, nas margens do Delta.
Numa noite, quando Ísis a deixou sem vigilância, Seth descobriu-a e apoderou-se, uma vez mais
dela, com o intento de retirar do seu interior o corpo do irmão e cortá-lo em 14 pedaços e os
arremessando ao Nilo.
Ao tomar conhecimento do ocorrido, Ísis reuniu-se com a sua irmã Néftis, que também
não tolerava a conduta de Seth, embora este fosse seu marido, e, juntas, recuperaram todos os
fragmentos do cadáver de Osíris, à exceção, segundo Plutarco, escritor grego, do seu sexo, que
fora comido por um peixe.
Novamente existe uma controvérsia, uma vez que outras fontes egípcias afirmam que
todo o corpo foi recuperado. Em seguida, Ísis organizou uma vigília fúnebre, na qual suspirou ao
cadáver reconstituído do marido: “Eu sou a tua irmã bem amada.
Não te afastes de mim, clamo por ti! Não ouves a minha voz? Venho ao teu encontro e,
de ti, nada me separará!” Durante horas, Ísis e Néftis, com o corpo purificado, inteiramente
depiladas, com perucas perfumadas e boca purificada por natrão (carbonato de soda),
pronunciaram encantamentos numa câmara funerária, impregnada por incenso.
A deusa invocou então todos os templos e todas as cidades do país, para que estes se
juntassem à sua dor e fizessem a alma de Osíris retornar do Além. Uma vez que todos os seus
esforços revelavam-se vãos, Ísis assumiu então a forma de um falcão, cujo esvoaçar restituiu o
sopro de vida ao defunto, oferecendo-lhe o apanágio da ressurreição.
Ísis em seguida amou Osíris, mantendo o vivo por magia, tempo suficiente para que
este a engravidasse. Outras fontes garantem que Osíris e a sua esposa conceberam o seu filho,
antes do deus ser assassinado. Após isso ela ajudou a embalsamá-lo, preparando Osíris para a
viagem até seu novo reino na terra dos mortos, tendo assim ajudado a criar os rituais egípcios de
enterro.
Ao retornar à terra, Ísis encontrava-se agora grávida do filho, concebendo assim Hórus,
filho da vida e da morte. a quem protegeria até que este achasse-se capaz de enfrentar o seu tio,
apoderando-se (como legítimo herdeiro) do trono que Seth havia usurpado.
Alguns contos declaram que Ísis, algum tempo antes do parto, Seth à aprisionara, mas
que Toth, vizir de Osíris, a auxiliara a libertar-se. Porém, muitos concordam que ela ocultou-se,
secretamente, no Delta, onde se preparou para o nascimento do filho, o deus- falcão Hórus.
Quando este nasceu, Ísis tomou a decisão de dedicar-se inteiramente à árdua incumbência de
velar por ele. Todavia, a necessidade de ir procurar alimentos, acabou deixando o pequeno deus
sem qualquer proteção. Numa dessas ocasiões, Seth transformou-se numa serpente, visando
espalhar o seu veneno pelo corpo de Hórus, quando Ísis regressou encontrou o seu filho já
próximo da morte.
Entretanto, a sua vida não foi ceifada, devido a um poderoso feitiço executado pelo
deus-sol, Ra.
Ela manteve Hórus em segredo até que ele pudesse buscar vingança em uma longa
batalha que significou o fim de Set. A mágica de Ísis foi fundamental para ajudar a conseguir um
julgamento favorável para Osíris. Suas habilidades mágicas melhoraram muito quando ela tirou
proveito da velhice de Rá para enganá-lo, fazendo-o revelar seu nome e, assim, dando a ela acesso
a um pouco de seu poder. Com freqüência, ela é retratada amamentando o filho Hórus.
Ísis sob a forma de serpente se ergue na fronte do rei para destruir os inimigos da Luz,
e sob a forma da estrela Sótis anuncia e desencadeia as cheias do Nilo.
Dendera, no alto Egito, onde Ísis nasceu, existe um santuário de Háthor parcialmente
conservado, com um templo coberto e com o mammisi, ou seja, “templo do nascimento de
Hórus), assim como com um exíguo santuário, onde a etérea Ísis nasceu, deslumbrando o mundo
com sua pele rosada e revolta cabeleira negra.
O amuleto Tjet
(Tyet) - Isis
Tjet (Tyet)
)