Órteses e Próteses

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Órteses e Próteses

Órteses

É todo e qualquer aparelho, dispositivo e instrumento ou adaptação terapêutica que auxilie o


indivíduo em sua função motora. É um recurso terapêutico auxiliar o tratamento que pode
substituir um poder motor ausente, recuperar a função, posicionar ou imobilizar a articulação,
prevenindo ou corrigindo deformidades, protegendo estruturas em processo cicatricial e
permitir assim remodelagem ou crescimento tecidual.

O fisioterapeuta tem papel fundamental na indicação, prescrição e tratamento com órteses.

Ortótica

É a ciência que estuda as órteses. Na composição da área de ortótica existem quatro tipos de
dispositivos: órteses estáticas ou dinâmicas, dispositivos auxiliares da marcha, dispositivos
funcionais (geralmente atrelados a terapia ocupacional), e dispositivos de ortostatismo.

Indicações das órteses

- Alívio ou abolição da dor;

- Suporte de peso corporal e transferências de forças;

- Facilitação do movimento;

- Prevenção, correção, redução, alinhamento ou controle de deformidades articulares e


paralisias musculares;

- Melhorar/ proporcionar estabilidade articular para insuficiência músculo- ligamentar;

- Favorecer processo de regeneração tecidual, cicatrização e repouso tecidual;

- Melhora da função e autossuficiência motora;

- Redução ou controle das instabilidades e fraqueza no desempenho das atividades de vida diária

- Imobilizar totalmente ou parcialmente uma articulação ou segmento do corpo;

- Restringir o movimento em uma dada direção;

- Controlar a mobilidade;

- Ajudar no movimento ou reduzir as forças de sustentação de peso;

Confecção

As órteses podem ser fabricadas de duas maneiras: pré fabricadas (em larga escala) ou
modeladas (sob molde). As órteses pré fabricadas são confeccionadas em termoplásticos de alta
temperatura ou diferentes tecidos. Enquanto as modeladas são confeccionadas em gesso de
Paris, gesso sintético ou termoplásticos de baixa temperatura, diretamente sobre o paciente.

Classificação das órteses

Podem ser classificadas em estáticas/passivas ou dinâmicas/ativas.

As órteses estáticas ou passivas apresentam como função: imobilizar, repouso, proteção,


sustentação e/ou correção. São indicadas para incapacidades (neurológicas, musculares e
articulares), sequelas de fraturas, queimaduras, condições pré-operatórias e patologias
ortopédicas que exijam repouso relativo. As órteses estáticas podem ainda estabilizar
articulações, bem com prevenir contraturas.

As órteses dinâmicas ou ativas visam corrigir deformidades causadas por desequilíbrio


muscular, por meio de tração suave de forma constante para que a musculatura saudável
permaneça ativa.

Ainda sobre classificações, as órteses podem ser classificadas por localizações, podem ser
internas ou externas. As externas são aquelas posicionadas de maneira invasiva, ou seja, dentro
de regiões ou órgãos internos, tais como: marca-passo, stents, etc. As órteses externas são
aquelas vistas a olho nu, tais como palmilhas, coletes, talas, bengalas, etc.

Contraindicações do uso e prescrição de órteses

- Presença de dor com uso de órtese;

- Redução da função pretendida;

- Piora da postura ou da marcha;

- Alergia ao material;

- Restrição da circulação periférica;

- Desenvolvimento de úlcera de pressão;

- Distúrbio de sensibilidade;

- Resultados mais eficazes com a fisioterapia (somente);

- Desconforto emocional;

- Espasticidade grave;

- Incoordenação grave;

- Ausência de pulso periférico;

- Desconfortos emocionais (traumas);


Nomenclatura – Noções gerais

Inglês – Articulação + Orthose , Português – Órtese + articulação, Correspondente no SUS será


um nome específico

Materiais utilizados

Metais, plásticos, plásticos termofixos, plásticos emborrachados, silicone, sspuma de


poliretano, cortiça, gesso, couro, velcros, elásticos, borracha, lonas e tecidos sintéticos.

Aspectos importantes para prescrição

Relações de função x gasto energético, força aplicada e os mecanismos de alavanca, custo x


benefício da órtese.

Órteses de membros inferiores

FO (Foot orthose), OP- órtese para o pé – Palmilhas sob medidas para os pés

AO (Ankle Orthose), OT – órtese para tornozelo – não são oferecidos

AFO (Ankle and foot), OTP – órtese para tornozelo e pé – órtese suropodálica

KO (Knee orthose), OS – Órtese para joelho, não são oferecidas

KAFO (Knee, ankle and foot orthose), OJTP – Órtese para joelho, tornozelo e pé, órtese
cruropodálica

HO (Hip Orthese), QO – órtese para o quadril, órtese rígida para luxação congênita de quadril

HKAFO (Hip, Knee, Ankle, Foot), OJTP – órtese para quadril, joelho, tornozelo e pé, órtese pélvico
– podálica

Palmilhas (OP)

Apresenta como objetivos apoio/correção do arco longitudinal, almofada metatarsal,


amortecedor para calcanhar e alívio de pressão.

Estabilizador Tibiotársico

Indicada para suporte na dorsiflexão


Próteses

É um dispositivo permanente ou transitório que substitui total ou parcialmente um membro,


órgão ou tecido. Podem ser classificadas em:

Interna ou Implantada (Ex: prótese articular, prótese não convencional para


substituição de tumor, coração artificial, válvula cardíaca, ligamento artificial, etc);
Externa ou não implantada (Prótese para membros superiores e inferiores);
Implantada total ou parcial por ato cirúrgico ou percutâneo (Ex: implante
dentário, pele artificial);
Estética, quando mantém apenas a forma e a estética (Ex: prótese ocular,
prótese mamária, cosmética de nariz).

Próteses Convencionais ou Exoesqueléticas

As próteses exoesqueléticas apresentam estrutura externa rígida que


proporciona, além da sustentação, bom acabamento estético. Inicialmente estes
dispositivos eram confeccionados em madeira, mas atualmente existem técnicas que
utilizam de espumas rígidas (extremamente leves) recobertas com resinas plásticas,
reforçadas com fibras de vidro e/ou carbono.
As próteses exoesqueléticas podem ser utilizadas para quase todos os tipos de
amputações, principalmente para os membros superiores, porém, para alguns níveis de
amputações de membros inferiores preconiza-se o emprego de componentes
modulares, como por exemplo, em pacientes com amputações transfemurais,
desarticulação do joelho e de quadril. As articulações de joelho convencionais,
fabricadas em madeira ou plástico, são mais simples e não permitem aos pacientes a
realização de atividades mais sofisticadas.
Pode-se citar como vantagens do sistema exoesquelético a resistência, a
durabilidade e a pouca manutenção das próteses. Encontram-se como desvantagens a
estética menos agradável, as dificuldades para realinhamentos, as poucas opções de
componentes e a impossibilidade de intercâmbio rápido destes.

Próteses Modulares ou Endoesqueléticas

As próteses modulares possuem uma estrutura interna de sustentação formada


por componentes modulares. Para o acabamento cosmético, são recobertas por uma
estrutura, geralmente de espuma, modelada de forma a mimetizar um membro
humano. Os componentes modulares são produzidos industrialmente e fornecidos em
diversas configurações, que proporcionam vários ajustes e reajustes quanto ao
alinhamento. Possibilitam também a troca rápida destes componentes que são
disponibilizados, geralmente, em aço, alumínio e titânio. Os componentes em aço
conferem grande resistência, contudo têm maior peso. O alumínio reduz
significativamente o peso total da prótese, porém limita a capacidade de carga por ter
menor resistência mecânica. O titânio confere as melhores propriedades mecânicas,
pois é leve e resistente, porém com maior custo.
As próteses endoesqueléticas podem ser utilizadas para todos os níveis de
amputação dos membros inferiores, com exceção das amputações parciais do pé e do
tornozelo. Para os membros superiores se restringem às amputações transumerais. A
grande variedade de componentes modulares e a constante evolução tecnológica, por
um lado fornece aos usuários soluções cada vez mais eficazes de protetizações,
enquanto por outro, aumenta a responsabilidade da equipe técnica de reabilitação
quanto à correta indicação dos componentes.

Próteses de Membros Inferiores

A amputação causa perdas no comprimento do membro, na mobilidade


articular, no controle muscular direto e na propriocepção do local, particularmente na
percepção para a colocação precisa do pé no solo. Ao realizar uma amputação, deve-se
ter cuidadosa consideração à escolha do nível.
De modo geral, a conduta é preservar o maior comprimento possível. Deve ser
escolhido um nível que assegurará boa cicatrização, com adequada cobertura da pele e
sensibilidade preservada. O nível será tanto mais adequado quanto melhor se prestar a
adaptação a uma prótese funcional, uma vez tendo sido satisfeitas as exigências
relativas à sua escolha de acordo com a idade, com a etiologia e a necessidade da
amputação. Nos membros inferiores podem ser descritos os seguintes níveis de
amputação: 1 – Hemipelvectomia 2 – Desarticulação do quadril 3 – Transfemural 4 –
Desarticulação do joelho 5 – Transtibial 6 – Desarticulação do tornozelo 7 – Syme 8 –
Parcial do pé.

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