Tipos Muro
Tipos Muro
Tipos Muro
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Obras com Estrutura de Contenção
Muro de arrimo 11 . 1
Em boas condições de fundação, podem-se utilizar muros rígidos (pedra rachão, concreto
e outros tipos). Se a fundação pode deformar, é recomendável o uso de muros flexíveis,
como gabião.
condições da fundação
M URO de A RRIMO ou G RAVIDADE tipo de solo do aterro
disponibilidade de espaço e acessos
sobrecarga
altura do muro
custo dos materiais disponíveis
qualificação da mão-de-obra
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Antes de se optar pela utilização do solo-cimento, deve-se verificar o tipo de solo do local e a ocorrência, nas proximidades, de jazidas
de material adequado a essa técnica. Em princípio, qualquer solo pode ser estabilizado com cimento. No entanto os solos que contenham
de 50% a 90% de areia produzem um solo-cimento mais econômico e durável. Os solos finos (argila) apresentam alguns inconvenientes,
tais como dificuldade na pulverização e maior consumo de cimento. Nesses casos, recomenda-se a mistura do solo argiloso com solos
arenosos, em proporções capazes de produzir uma composição que atenda aos requisitos de economia, durabilidade e resistência mecânica
( FIDEM, 2001a). Os solos escuros, com matéria orgânica, mostram grande retardo nas reações de hidratação do cimento, o que reduz
gradualmente a estabilidade do solo-cimento resultante, não devendo ser utilizados na mistura.
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Recomendações
A mistura de solo-cimento deve ser compactada e utilizada o mais rápido possível, em menos de uma hora.
Quando o solo da encosta for muito argiloso, é recomendável inserir barbacãs ou a substituição de
alguns sacos do muro por geotêxtil.
O muro deverá ter a face externa inclinada contra o talude, no mínimo em 10 o com relação à vertical.
A utilização de cobertura vegetal pode ser adotada sobre o solo-cimento, melhorando visualmente o
resultado e protegendo o material da ação direta do sol.
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A base do muro deve estar apoiada em terreno firme e situar-se abaixo do nível da base do talude a ser protegido,
evitando que o muro venha a ser arrastado pela movimentação desse espaço e sua construção deve estar associada
à execução da microdrenagem (canaletas de borda e de pé).
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Estes muros possuem uma estrutura rígida, com baixa capacidade de deformação, o que exige bom terreno de fundação, drenagem
eficiente e prevenção contra tendência ao deslizamento. São estruturas economicamente viáveis para alturas de até 3m e em situações
em que há disponibilidade de pedras e mão-de-obra com mínima qualificação. A alvenaria deve ser executada com pedras graníticas,
não intemperizadas, malhadas e isentas de impurezas ou detritos, com diâmetro médio superior a 0,30m ( FIDEM , 2001a ).
O assentamento deve ser executado com argamassa de cimento e areia no traço 1:4, e todos os espaços internos da estrutura
devem ficar preenchidos com essa massa. A escolha das pedras deve ser feita de tal forma que possibilite um melhor acabamento
para a face externa do muro. A superfície do topo do muro deverá ser revestida com uma camada de argamassa, com espessura
mínima de 2cm.
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Em taludes mais altos, é aconselhável o uso de contrafortes na estrutura do muro, aumentando sua resistência, sem
demandar maiores volumes de concreto.
É indispensável a drenagem com barbacãs e drenos para a redução da pressão da água no muro.
A microdrenagem superficial também é imprescindível para garantir a durabilidade e efetividade da obra ( Cunha, 1991).
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Muro de gabião-caixa
Gabiões são gaiolas formadas por redes de aço zincado preenchidas com pedras de mão, com pesos unitários de até 15Kg, com
tamanhos entre 10cm e 20cm, não intemperizadas. Esse tipo de muro funciona como muro de gravidade e deve ser executado a
partir de um projeto executivo específico, desenvolvido para cada tipo de situação, sendo recomendável para alturas de até 5m.
Os gabiões-caixas são abertos na obra para a armação das peças uma a uma. O enchimento das caixas deve ser manual para
reduzir, para cerca de 30 a 35%, o índice de vazios entre as pedras, já que arranjos muito frouxos podem comprometer a estabilidade
do muro. As costuras das caixas são feitas, de modo contínuo, em todas as arestas de contato entre os painéis, bem como na união
das caixas laterais, nas superiores/inferiores e nos diafragmas.
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Recomendações
O terreno deve ser previamente limpo e nivelado, antes da colocação da primeira camada de gabiões- caixas.
É recomendável o uso de geotêxtil ou areia, na transição entre os gabiões e o material do corte ou aterro ( Cunha, 1991 ).
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O sistema de contenção de encostas com blocos de concreto articulados utiliza o princípio básico de encaixe lateral sem o uso de
argamassa para a montagem do muro, formando um revestimento ecológico, ideal para uso em muros com altura e ângulo variado,
podendo se acoplar escadaria, integrada ao muro de arrimo. Esse processo construtivo permite executar contenção em encostas
com inclinações baixas de 35º até a vertical. Em encostas com ângulo superior a 70º, possibilita o plantio de vegetação, transformando
o muro de arrimo em um jardim inclinado. É recomendado para taludes que apresentam problemas de infiltração de água.
O acabamento superior do muro, junto à última camada de blocos, geralmente não necessita de nenhum tratamento
especial, podendo-se preencher os dois vazios da última camada com terra vegetal e plantar vegetação. Caso não exista o
interesse em utilizar vegetação no muro, os vazios frontais podem ser preenchidos com brita ou concreto magro. Geralmente
é possível fazer o acabamento lateral embutido no terreno através de curvas. Este acabamento proporciona à obra uma
estética agradável e é extremamente eficiente no controle de águas superficiais, evitando o surgimento de erosões no
entorno do muro.
A manutenção dos muros limita-se aos cuidados com a vegetação. A área acima e em torno dele deve possuir drenagem na
parte posterior, confeccionado em tubos plásticos, que levarão a água para a parte externa, a fim de evitar o surgimento de
focos de erosão que possam evoluir e causar o descalçamento de blocos. Da mesma maneir,a devem ser evitadas infiltrações
superficiais acima do muro, principalmente aqueles tipos que suportam estradas. Eventuais trincas decorrentes de deformações
ou desgaste devem sempre ser corrigidas e impermeabilizadas.
Muro de solo-pneu
Nos muros de espera ou de arrimo, também poderão ser utilizados pneus descartados. Algumas experiências satisfatórias,
embora ainda em pequena escala, foram realizadas em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro (Sieira et al., 1997). São obras de fácil
construção e de baixo custo, com boa drenabilidade, que utiliza o solo da própria encosta associado a uma estrutura montada
com pneus inservíveis, amarrados uns aos outros segundo um arranjo pré-estabelecido em função da altura da encosta e das
dimensões do muro.
Ao final, o muro de solo-pneu deve ser recoberto por uma camada de terra para preenchimento dos vazios formados pelo encaixe
dos pneus, com semeadura de gramíneas para sua fixação, evitando que pneus expostos possam representar risco de incêndio.
O número de camadas de pneus é função da altura e inclinação do talude, bem como das condições de estabilidade do muro.
Caso o solo utilizado no enchimento dos pneus seja argiloso (má drenagem), deve-se colocar barbacãs para a saída de água do
dreno de areia ou de brita
EM PLANTA
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3 4
1 2
VISTA FRONTAL
VISTA LATERAL
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Composta por elemento pré-moldado de concreto que funciona como pele e distribuição das pressões com
tirantes metálicos ou geossintéticos que resistem aos esforços pelo atrito desenvolvido no solo compactado.
Semelhante à contenção com gabião convencional, o solo reforçado utiliza a geogrelha como elemento de armação e ancoragem
do solo, permitindo estabilizar os taludes mais íngremes e a fixação de revestimento vegetal, reduzindo o impacto ambiental.
Sistema especialmente vantajoso para contenção de taludes em áreas urbanas, é indicado quando se deseja obter uma estrutura
semiflexível, de construção simples e rápida, com paramento frontal em blocos de concreto pré-moldado e maciço estrutural
com geogrelhas. A estrutura de contenção obtida com esse sistema pode ser aplicada em qualquer altura.
D ETALHES da G EOGRELHA