Aula 6 - Revestimentos em Paredes

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Revestimentos em Paredes

ConstruçãoCivilII
Paredes são os planos verticais de uma edificação que
fecham, separam e protegem seus espaços internos. As
paredes podem ser estruturas portantes homogêneas ou
compostas projetadas para transmitir as cargas impostas de
pisos e coberturas, ou consistir de um arcabouço
independente de pilares e vigas com painéis de vedação
não estruturais instalados dentro deste arcabouço ou
sobreposto a ele. O padrão destas paredes portantes ou da
estrutura independente deve estar sempre coordenado
com o leiaute dos espaços internos de uma edificação.
Além de transferir as cargas verticais, as paredes externas
devem ter a capacidade de suportar cargas horizontais
impostas pelo vento. Se forem rígidas o suficiente, elas
também podem servir como diafragmas ou paredes de
cisalhamento e transferir as cargas de vento e sísmicas às
fundações.
Uma vez que as paredes externas servem como um escudo
protetor dos espaços internos de uma edificação contra as
intempéries, seus componentes construtivos devem
controlar a passagem de calor e sons e a infiltração de ar,
umidade e vapor d’água. A pele externa da edificação, que
pode ser independente ou parte integral da estrutura da
parede, deve ser durável e resistente aos efeitos
desgastantes do sol, vento e chuva. Os códigos de
edificações especificam a classificação de resistência ao fogo
de paredes externas, paredes portantes e paredes internas.
As paredes internas, que subdividem o espaço dentro de
uma edificação, podem ser portantes ou não. Elas devem ser
capazes de suportar os materiais de acabamento desejados,
fornecer o grau exigido de isolamento acústico e acomodar,
quando necessário, a distribuição de dutos e instalações.
As aberturas de portas e janelas devem ser construídas de
modo que qualquer carga vertical recebida seja distribuída
às suas laterais, e não transferidas às esquadrias. O tamanho
e a localização das aberturas são determinados pelas
necessidades de iluminação natural, ventilação, vistas
desejáveis e acesso das pessoas, bem como pelos
condicionantes impostos pelo sistema estrutural e pelos
materiais de parede modulados.
Paredes portantes de alvenaria ou concreto
• Paredes portantes de alvenaria ou concreto são
classificadas como incombustíveis, e usam sua massa para a
transferência de esforços estruturais.
• Embora sejam resistentes à compressão, tanto o
concreto quanto a alvenaria exigem armadura de reforço
quando são impostos esforços de tração.
• A relação entre a altura e a largura, as medidas de
estabilização lateral e a distribuição apropriada das juntas de
dilatação são fatores essenciais no projeto e construção de
paredes.
• As superfícies das paredes não precisam ser
revestidas, elas podem ficar à vista.
Paredes de montantes leves de metal ou madeira
• Montantes de metal laminado a frio ou madeira
geralmente são espaçados a cada 40 ou 60 cm entre eixos;
este espaçamento se relaciona com a largura e o
comprimento dos materiais de vedação mais comuns.
• Os montantes transferem as cargas verticais,
enquanto seus painéis de vedação ou um contraventamento
diagonal enrijecem o plano da parede.
• Cavidades em paredes duplas podem acomodar
isolamento térmico, barreiras de vapor e as instalações
hidrossanitárias e elétricas, entre outras.
• As paredes de montantes aceitam uma grande
variedade de acabamentos tanto na face interna quanto na
externa; alguns acabamentos exigem uma base em que
possam ser pregados.
• Os materiais de acabamento determinam a
classificação de resistência ao fogo da parede como um
todo.
• Paredes de montantes podem ser montadas in loco
ou pré-fabricadas.
• Paredes de montantes têm forma flexível, devido à
boa trabalhabilidade de seus componentes relativamente
pequenos e aos vários sistemas de fixação disponíveis no
mercado.
Revestimenos

Revestimentos são camadas aplicadas sobre paredes, pisos


e teto a com a finalidade de proteger o substrato contra
umidade, aumentar a resistência e o isolamento
termoacústico, adequá-los à aplicação de novas camadas de
revestimento e conferir efeito estético.
Reboco
Para paredes de alvenaria que não tenham a finalidade de
ser com os blocos aparentes, a aplicação do reboco é uma
forma de dar à parede uma superfície plana, regular e lisa,
permitindo tanto a colocação de revestimento cerâmico
como a execução de pintura. Mais do que um acabamento
com finalidade estética, o reboco tem também a finalidade
de proteger a parede da umidade externa, vedar espaços
entre os blocos, cobrir imperfeições decorrentes do
assentamento dos blocos ou instalações e conferir um
aumento da resistência na parede, principalmente a esforços
laterais. É um revestimento de argamassa aplicado sobre a
superfície da parede para proporcionar um acabamento
uniforme e uma base para a pintura. Para a execução de
revestimento de paredes e tetos, a NBR 7200, de agosto de
1998, adota as seguintes prescrições:
Etapas do Reboco

Chapisco: É uma massa de cimento, areia e água no traço


de 1:3 (cimento: areia média/grossa), e seu tempo de cura é
de 24 horas, de consistência fluida, e é arremessado com a
mão contra a parede de tijolos. Sua finalidade é tornar a
parede áspera e em condições de fixar a próxima camada de
reboco. Existem sistemas mais aperfeiçoados de chapisco,
como o chapisco rolado, ou executado com chapiscadeira.
A argamassa de chapisco deve ser aplicada com uma
consistência fluida, assegurando maior facilidade de
penetração da pasta de cimento na base a ser revestida e
melhorando a aderência na interface revestimento-base. O
chapisco deve ser aplicado por lançamento, com o cuidado
de não cobrir completamente a base. Aditivos que
melhorem a aderência podem ser adicionados ao chapisco,
desde que compatíveis com os aglomerantes empregados na
confecção da argamassa de revestimento e com os materiais
da base. Para seu emprego, devem ser seguidas as
recomendações técnicas do produto, comprovadas através
de ensaios de laboratório credenciado pelo Inmetro. Em
regiões de clima muito seco e quente, o chapisco deve ser
protegido da ação direta do sol e do vento através de
processos que mantenham a umidade da superfície no
mínimo por 12h após a aplicação (NBR 7200, 1998).
Os serviços de revestimento com argamassa devem ser
iniciados com a conclusão do projeto do sistema. Cada
aplicação de nova camada de argamassa exige, de acordo
com a finalidade e com as condições do clima, a
umidificação da camada anterior. A argamassa de
revestimento não deve ser aplicada em ambientes com
temperatura inferior a 5 ºC. Em temperatura superior a 30
ºC, devem ser tomados cuidados especiais para a cura do
revestimento, mantendo-o úmido pelo menos nas 24h
iniciais através da aspersão constante de água. Esse mesmo
procedimento deve ser adotado em situações de baixa
umidade relativa do ar, ventos fortes ou insolação forte e
direta sobre os planos revestidos (NBR 7200, 1998).
Emboço: é uma massa de cimento, cal, areia fina e água,
nos traços 1:2:8 com areia média lavada, para paredes
externas e 1:2:6 para base de cerâmica ou teto. No caso de
ser aplicada em camada única, a areia deverá ser lavada e
fina. O emboço é aplicado em uma camada de
aproximadamente 1,5 cm sobre a parede já chapiscada. Há
casos em que podem utilizar uma argamassa com aditivo
fluidificante no lugar da cal, porém esse material é de
manuseio mais difícil do que o da argamassa com cal.
O emboço é aplicado sobre a parede tendo como
referência as “mestras”, que são trilhos de argamassa feitas
anteriormente e que por sua vez são feitas com base nas
taliscas, que são tacos de madeira fixadas na parede com
argamassa para proporcionar alinhamento e prumo às
mestras. A massa do emboço é jogada entre as mestras, e
após o cimento entrar em pega “puxar” é reguado com uma
régua de alumínio, deixando a superfície do reboco pronta
para receber a camada de massa fina ou já ser
desempenada.
Para definição do plano de revestimento, devem ser
atendidas as espessuras constantes no projeto do
revestimento e estar de acordo com as exigências
estabelecidas na NBR 13749. O plano de revestimento será
determinado através de pontos de referência dispostos de
forma tal que a distância entre eles seja compatível com o
tamanho da régua a ser utilizada no sarrafeamento. Nestes
pontos, devem ser fixadas taliscas de peças planas de
material cerâmico, com argamassa idêntica à que será
empregada no revestimento. Uma vez definido o plano de
revestimento, faz-se o preenchimento de faixas entre as
taliscas, empregando-se argamassa, que será regularizada
pela passagem da régua, constituindo as guias ou mestras.
Após o enrijecimento das guias ou mestras que permita o
apoio da régua para a operação de sarrafeamento, aplica-se
a argamassa, lançando-a sobre a superfície a ser revestida,
com auxílio da colher de pedreiro ou através de processo
mecânico, até preencher a área desejada (NBR 7200, 1998).
Nesta mesma operação devem ser retiradas as taliscas e
preenchidos os vazios. Estando a área totalmente
preenchida e tendo a argamassa adquirido consistência
adequada, faz-se a retirada do excesso de argamassa e a
regularização da superfície pela passagem da régua. Em
seguida, preenchem-se as depressões mediante novos
lançamentos de argamassa nos pontos necessários,
repetindo-se a operação de sarrafeamento até conseguir
uma superfície plana e homogênea.
Massa Fina

É uma massa com areia muito fina com espessura entre 1 e


2 mm de espessura, com traço 1:2:9 (areia fina peneirada),
que é aplicada e desempenada com desempenadeira de
feltro. Em alguns casos é aplicada uma camada de
argamassa composta somente com cal, chamada
“calfinagem”, que confere um acabamento com muita
perfeição à superfície.
Massa Única

Consiste em uma técnica muito utilizada, em que o próprio


emboço é desempenado, inicialmente com desempenadeira
de madeira, e no final com desempenadeira de espuma de
poliuretano.
Acabamentos da superfícies

Sarrafeado: Manter o acabamento resultante do


procedimento descrito. Estando a área totalmente
preenchida e tendo a argamassa adquirido consistência
adequada, faz-se a retirada do excesso de argamassa e a
regularização da superfície pela passagem da régua. Em
seguida, preenchem-se as depressões mediante novos
lançamentos de argamassa nos pontos necessários,
repetindo-se a operação de sarrafeamento até conseguir
uma superfície plana e homogênea.
Desempenado: Executar o alisamento da superfície
sarrafeada através da passagem da desempenadeira
(desempoladeira).

Camurçado: Executar o alisamento da superfície


desempenada com a passagem de esponja ou
desempenadeira apropriada.

Chapiscado: Executar o acabamento sobre a base de


revestimento ou sobre o emboço por meio do lançamento
de uma argamassa fluida, através de peneira de malha
quadrada com abertura aproximada de 4,8 mm ou
equipamento apropriado.

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