1brochura MÁQUINAS SÍNCRONAS Editado PDF
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MÁQUINAS SÍNCRONAS
Uma utilização típica da máquina síncrona funcionando como gerador é em centrais eléctricas,
independente do seu tipo (hídrica, a carvão, a diesel, etc...). Praticamente toda a energia eléctrica
disponível é produzida por geradores síncronos em centrais eléctricas; eles convertem, assim
energia mecânica em elétrica. Geradores síncronos também são utilizados para geração de
energia elétrica em centrais de pequeno porte e em grupos geradores de emergência, os quais são
instalados em indústrias, hospitais, aeroportos, etc... Neste caso o gerador não está ligado a um
grande sistema de energia, mas funcionando de forma isolada.
O rotor pode ser de dois tipos consoante a existência ou não de saliência. O rotor de pólos
salientes Figura 2 é constituído por um número mais ou menos elevado de pólos sob os quais se
encontra instalado o enrolamento indutor. Este enrolamento é normalmente do tipo concentrado.
O rotor de pólos lisos contém um enrolamento indutor distribuído em cavas e realiza-se com um
número reduzido de pólos. Este enrolamento indutor é designado também por enrolamento de
campo ou por enrolamento de excitação.
Núcleo do induzido
Tem por função permitir uma indução magnética intensa. Como é atravessado por um
campo magnético variável no tempo, tem que ser constituído por um material com pequenas
perdas no ferro, ou seja com pequena área do ciclo de histerese e com resistividade eléctrica
elevada.
Enrolamento do induzido
Os enrolamentos do induzido são constituídos por condutores, em geral de cobre,
isolados e colocados em cavas. Estes enrolamentos são do mesmo tipo dos enrolamentos do
estator das máquinas assíncronas. São normalmente distribuídos ao longo da periferia podendo o
número de cavas por pólo e fase atingir um número elevado. Nas máquinas trifásicas, os três
enrolamentos estão desfasados de um terço de período uns em relação aos outros.
Rotor
Os rotores são normalmente de dois tipos: rotores de pólos salientes e rotores de pólos
lisos ou bobinados. Nas máquinas de pequena potência usam-se também rotores constituídos por
ímanes permanentes.
Nos rotores de pólos salientes há um núcleo central montado no veio, ao qual se ligam
pólos onde são enrolados os enrolamentos do indutor. Esta solução é utilizada normalmente em
máquinas de elevado número de pólos (baixa velocidade de rotação) sendo relativamente
reduzida a força centrífuga a que os pólos estão sujeitos
Ao contrário das máquinas assíncronas, neste caso, como em regime permanente o campo
no rotor é constante, não há necessidade das precauções usuais no que respeita às perdas por
correntes de Foucault. Assim o rotor não tem que ser necessariamente constituído por chapas
empilhadas, podendo ser de aço maciço. Por vezes há vantagem que o material do rotor tenha
pequena resistividade eléctrica. Assim, qualquer variação do fluxo através do rotor origina
correntes no núcleo relativamente intensas que têm como efeito atenuar as variações de fluxo
através do rotor. Com o mesmo fim montam-se, por vezes, no rotor, condutores de cobre ou
bronze, paralelos ao eixo e que são ligados uns aos outros através de barras ou anéis tal como as
gaiolas das máquinas de indução. Estes condutores constituem os enrolamentos amortecedores.
Em regime permanente, as f.e.m. induzidas nestes enrolamentos são nulas e por consequência
são nulas as correntes neles induzidas. Assim, os enrolamentos amortecedores funcionarão
apenas em regimes desequilibrados ou em regimes transitórios.
Por vezes, em vez de uma fonte de tensão contínua exterior ligada directamente ao
enrolamento de excitação, usam-se enrolamentos auxiliares que se deslocam num campo
magnético. O movimento relativo destes enrolamentos em relação ao campo provoca uma f.e.m.
induzida alternada Por meio de rectificadores esta tensão alternada é transformada numa tensão
contínua e aplicada directamente ao enrolamento de excitação. Estes rectificadores estão
colocados no rotor. Com este dispositivo, normalmente designado por "Sistema Brushless",
consegue-se impor uma corrente de excitação no rotor controlável sem a utilização de anéis e
escovas ou seja sem ligação galvânica do rotor ao exterior.
Este tipo de máquinas encontra-se hoje em fase de grande desenvolvimento devido aos
contínuos melhoramentos que se têm verificado nos ímanes permanentes.
Apesar destas máquinas poderem funcionar como motores e como geradores, é como
motores que têm tido maior aplicação. O número de aplicações tem crescido muito rapidamente
sendo hoje uma máquina que se está a impor nos sistemas de automatismos industriais e
robótica.
que são largamente superiores ao campo de indução correspondente à saturação do ferro (são
usados campos de indução magnética da ordem de 5 a 6 T).
Como a máquina síncrona funciona como gerador nas suas aplicações mais importantes
vamos, neste capítulo, adoptar a convenção gerador. A diferença entre a convenção motor e a
convenção gerador encontra-se ilustrada na Figura 6. Nos esquemas equivalentes representados
nestas figuras estão representadas as resistências dos enrolamentos do estator. Como se verá mais
à frente, o desprezo destas resistências é válido em máquinas de média e de grande potência
quando se pretender calcular os valores das correntes. Para a determinação do rendimento é
sempre necessário entrar com as respectivas perdas.
Sendo
(Equação 1)
̅ ( ) ̅ ̅ (Equação 2)
̅ ( ) ̅ ̅ (Equação 3)
Alternadores
5% 70 a 180% 20%
Hidráulicos
Turbo Alternadores 2% 200 a 250% 25%
Curvas de capabilidade
Se as potências activa e reactiva por fase forem representadas no plano complexo S, o
resultado (locus) será um círculo de raio | | | |/ | | com centro em (0, - ). Para um
dado ponto de funcionamento x, o ângulo de carga δ e o ângulo de fase φ são facilmente
Ensaio de curto-circuito
Neste ensaio cada uma das fases do estator é curto-circuitada através de um amperímetro.
A máquina é conduzida à velocidade de sincronismo pela máquina primária. Mede-se então as
correntes no estator para diversos valores da corrente de excitação , e determina-se o valor
médio das três fases, com o qual se representa a curva característica de curto-circuito SCC
(Short-Circuit Characteristic).
A curva SCC é uma linha recta. Isto deve-se ao facto de em curto-circuito não se atingir a
saturação, porque o fluxo magnético se mantém em valores reduzidos. A explicação para este
facto vem de:
1. Como << , a corrente está em atraso praticamente 90º. A f.m.m de reacção opõe-
se então à f.m.m do indutor e a resultante é muito pequena. O circuito magnético
mantém-se assim não saturado mesmo para valores elevados de e .
2. Na ausência de saturação a tensão interna E vai variar linearmente ao longo da linha de
entreferro e portanto a corrente de induzido vai variar linearmente com a corrente de
excitação.
Característica Externa
A característica externa é a curva que apresenta para um determinado factor de potência
da carga a tensão gerada na armadura pela corrente de armadura, mantendo constantes a corrente
de campo e a rotação.
A tensão gerada irá variar dependendo do nível da carga e do tipo carga. As cargas
indutivas produzem campos magnéticos fortemente desmagnetizantes e, portanto o gerador
apresenta as maiores de quedas de tensão. Por outro lado as cargas capacitivas produzem campos
magnetizantes e a tensão gerada poderá inclusive ser superior a tensão de vazio. Os aspectos das
curvas de tensão gerada em função da corrente de carga, para as diversas cargas, é ilustrado na
Figura 10.
( ) (Equação 4)
Assim, para as cargas resistivas, factor de potência unitário e para as cargas indutivas,
factor de potência menor que a unidade, todavia indutivo, a tensão em carga é menor que a
tensão de vazio e a regulação são positivas. Todavia, para as cargas capacitivas a tensão em
carga poderá ser superior a tensão de vazio e a regulação ser negativa.
A corrente de campo irá variar dependendo do nível da carga e do tipo carga. As cargas
indutivas produzem campos magnético fortemente desmagnetizantes e portanto a corrente de
campo apresenta as maiores valores para compensar essa desmagnetização e evitar a queda de
tensão. Por outro lado, as cargas capacitivas produzem campos magnetizantes e a corrente de
campo deverá ser diminuída afim de evitar aumentos da tensão gerada. Observe que para manter
a tensão gerada constante quanto mais capacitiva for a carga menor é a corrente de campo para o
mesmo valor da corrente de carga. Para carga indutiva o efeito é contrário. Os aspectos das
curvas da corrente de campo em função da corrente de carga, para as diversas cargas, é ilustrado
na Figura 11.
( ) ( ) (Equação 5)
A explicação para este facto vem de desprezarmos a queda de tensão aos terminais de
e . Então, como é constante, E será constante independentemente da corrente de excitação.
Isto implica que o nível de saturação será mantido aproximadamente constante e portanto E vai
variar proporcionalmente a .
Onde:
→ ( ⁄ )
→ (Equação 6)
Portanto:
̇ ̇ ̇ ̇ ̇ (Equação 7)
Onde:
ΔABO ≡ Δ A'B'O'
̇
̇ ̇
Portanto: ̇
̇ ̇ ̇ ̇ (Equação 8)
̇ ̇ ( ) ( ) (Equação 9)
̇ ̇ ( ) (Equação 10)
Potência Sincronizante
Seja um gerador síncrono de rotor cilíndrico operando em paralelo com uma barra
infinita (tensão constante independente da carga). Devido a algum distúrbio, o ângulo de carga
varia de um ângulo (o que corresponde à máquina desenvolver uma potência adicional, de modo
que ela mantém o sincronismo. Essa potência adicional é conhecida como potência
sincronizante.
Figura 14 - Representação fasorial do gerador síncrono de pólos salientes, para representação da potência sincronizante.
[ ( ) ( ) ] (Equação 11)
Aproximações:
a) Δ pequeno ⇨ senΔ≈Δ e ⁄
b) ( ) ⁄
( )
Portanto:
Bipolares e multipolares;
SÍNTESE
As duas partes básicas de uma máquina síncrona são:
A máquina síncrona pode funcionar como motor síncrono ou como gerador síncrono,
também denominado alternador.
Motor Síncrono:
Uma rede de alimentação impõe o campo girante no estator. O rotor magnetizado gira
com velocidade do campo girante sob quaisquer condições de carga.
Gerador Síncrono:
Impõe-se no eixo uma velocidade e o campo girante é então consequência do
magnetismo produzido no rotor. Os condutores do estator produzirão força electromotriz
induzida.
Onde:
Gerador Síncrono
A Figura 17 apresenta o circuito equivalente por fase do gerador síncrono de pólos lisos.
̇ ̇ ̇ ̇ (Equação 13)
Motor Síncrono
A Figura 19 apresenta o circuito equivalente por fase do gerador síncrono de pólos lisos.
̇ ̇ ̇ ̇ (Equação 14)
̇ ̇ ̇ (Equação 15)
Fasorialmente:
̅̅̅̅
̅̅̅̅ (Equação 16)
(Equação 17)
E assim:
(Equação 18)
Portanto, a potência desenvolvida pelo gerador síncrono de polos lisos, por fase é:
(Equação 19)
Gerador Síncrono
Construção do Gerador Síncrono.
No gerador síncrono deve alimentar o enrolamento do rotor com corrente continua, na
qual produz um campo magnético giratório dentro do gerador no qual, por sua vez, induz um
sistema trifásico de tensão nos enrolamentos do estator.
Figura 23 - (a) rotor de pólos salientes de uma máquina síncrona de seis pólos, (b) Fotografia do rotor de pólos salientes
de uma máquina síncrona de oito pólos, na qual pode ver o enrolamento de cada pólo (c) fotografia de um pólo saliente
sem o enrolamento de campo (d) um pólo saliente com seu enrolamento de campo.
Fornecer energia cc ao rotor através de uma fonte externa por meio de rolamentos
e escovas
Prover energia cc por meio de um fonte especial construída directamente sobre o
eixo do gerador síncrono.
Os rolamentos são anéis metálicos em torno do eixo da máquina, mas isolados do mesmo
eixo. Cada extremidade do enrolamento do rotor está conectada a um anel e sobre cada anel faz
contacto sobre uma escova. Se as escovas se conectam os terminais positivos e negativos da
fonte, em todo momento a mesma tensão é aplicada no enrolamento de campo, sem importar a
posição angular nem a velocidade do rotor.
trifásica da excitatriz é rectificada para tensão contínua por meio de um circuito rectificador,
montado também sobre o eixo do gerador, e injectada directamente em seu circuito de campo.
Mediante o controle da corrente de campo da excitatriz (localizado no estator), se consegue
ajustar a corrente de campo pela máquina principal sem a utilização de enrolamentos e escovas.
A Figura 24 se mostra o rotor de uma máquina síncrona com uma excitatriz sem escovas
montadas sobre o mesmo eixo. Como não existem contactos mecânicos entre rotor e estator, a
excitatriz sem escovas necessita muito menos manutenção que é sistema de enrolamentos e
escovas.
Figura 24 - Fotografia do rotor de uma máquina síncrona com excitatriz sem escovas montadas sobre o mesmo eixo.
Nota-se elementos rectificadores electrónicos próximos armadura da excitatriz
Figura 25 - Vista do corte de uma máquina síncrona grande. Nota-se o rotor de pólos salientes e a excitatriz montada
sobre o mesmo eixo.
A Figura 25 apresenta o diagrama em corte de uma grande máquina síncrona com rotor e
oito pólos, estator com enrolamento distribuído e dupla camada e excitatriz sem escovas.
Estator
O estator da máquina síncrona é muito semelhante ao de um motor de indução. É
composto de chapas laminadas dotadas de ranhuras axiais onde é alojado o enrolamento do
estator. As chapas possuem características magnéticas de alta permeabilidade, criando um
caminho magnético de baixa relutância para o fluxo, diminuindo assim o fluxo disperso e
concentrando o campo no entreferro. A construção do rotor a partir de chapas tem a mesma
justificativa que para os demais tipos de máquinas: diminuição das perdas provocadas por
correntes parasitas (correntes de Foucault), as quais estariam presentes em maior grau, caso fosse
empregado uma construção maciça. As chapas são em geral tratadas termicamente a fim de
reduzir o valor das perdas específicas por correntes induzidas. Não existe, em geral, uma
isolação física entre as chapas que compõem o rotor e o estator. O enrolamento do estator pode
ser tanto monofásico como trifásico. Em geral as máquinas síncronas são trifásicas, sendo que
geradores monofásicos são mais utilizados em pequenas potências, ou quando não existe uma
rede trifásica disponível, como em áreas rurais. Quando construídos para baixa tensão as bobinas
do estator são formadas de fios com seção circular e esmaltados; as ranhuras do estator são neste
caso do tipo semi-abertas. No caso de enrolamentos de alta tensão os condutores são de seção
rectangular e as bobinas recebem uma camada extra de isolação com material a base de mica,
sendo que as ranhuras são do tipo aberta. A conexão dos enrolamentos segue o mesmo padrão
que para as máquinas de indução, havendo máquinas com enrolamentos para ligação série-
paralela, estrela-triângulo e máquinas com tripla tensão nominal.
Rotor
O rotor é também formado de chapas laminadas justapostas que em geral são do mesmo
material que o estator. Do ponto de vista construtivo existem dois tipos básicos de rotores:
rotores contendo pólos salientes e rotores contendo pólos lisos (Figura 26, respectivamente).
Esta diferenciação conduz a modelos equivalentes diferentes, mas não altera em nada o
princípio de funcionamento, que permanece idêntico para ambos. Rotores de pólos lisos são em
geral empregados em turbo alternadores, onde o número de pólos é 2 ou 4. Este emprego provém
do fato que rotores com pólos lisos são mais robustos sendo assim mais aptos a trabalharem em
altas rotações (3600 e 1800 rpm). Os geradores em pólos salientes são em geral empregados com
número de pólos igual ou superior que 4. A escolha do número de pólos é ditado pela rotação
mais apropriada para máquina primária. Turbinas hidráulicas, por exemplo, trabalham com baixa
rotação, sendo por isso necessário, geradores com alto número de pólos. A velocidade de rotação
da turbina hidráulica varia em função da pressão hidráulica existente e em função da altura da
queda d´água, sendo que ela se situa entre 50 a 600 rpm. Além disso a velocidade também varia
em função do tipo da turbina (Francis, Kaplan, Pelton, etc...). Este tipo de gerador em geral é
construído com eixo vertical, possuindo grande diâmetro e pequeno comprimento axial; esta
relação entre comprimento e diâmetro é ditada pela baixa rotação a que estão sujeitos (alto
número de pólos). Turbo geradores em geral são construídos com eixo horizontal e possuem
diâmetro reduzido e comprimento axial maior que o diâmetro, devido ao fato de girarem a altas
rotações. Grupos geradores a diesel, por outro lado, utilizam geradores com número de pólos
entre 4 e 8.No caso de pólos salientes o enrolamento de campo, também chamado de
enrolamento de excitação, é alojado no espaço interpolar. No caso de pólos lisos o enrolamento
de campo é distribuído em ranhuras, as quais em geral cobrem apenas uma parte da superfície do
rotor. Além do enrolamento de campo, o rotor pode conter também um enrolamento semelhante
ao do rotor da máquina de indução em gaiola.
Ele confere, assim, uma maior estabilidade à máquina. Neste enrolamento só é induzida
tensão quando ocorrem fenómenos transitórios na máquina, em condições normais e em regime
permanente não há nem tensão nem corrente induzida neste enrolamento; as suas dimensões são
portanto reduzidas em relação ao enrolamento do estator e do rotor. No caso de motores
síncronos ele pode também funcionar como dispositivo arranque, funcionando da mesma forma
que o enrolamento em gaiola de esquilo dos motores de indução. O enrolamento neste caso se
chama enrolamento de partida e a partida do motor é chamada de partida assíncrona; neste caso o
motor não possui, via de regra, carga no eixo durante a partida. Devido ao fato de não haver em
regime permanente variações de fluxo em relação ao rotor, este pode também ser construído de
um material sólido, ao invés de lâminas. Assim, em algumas máquinas todo o ou parte do rotor é
construído de material sólido, a fim de aumentar a rigidez mecânica. Neste caso, a própria
superfície do rotor funciona como enrolamento amortecedor, sendo desnecessário um
enrolamento amortecido inserido em ranhuras. Independente da forma construtiva, os pólos são
alimentados com corrente contínua e criam o campo principal que induz tensão na armadura.
A alimentação do enrolamento de excitação pode ser feita por meio de anéis e escovas. A
grande maioria dos geradores de média e baixa potência utiliza sistemas de excitação sem
escovas. Neste caso a excitação é fornecida por meio de excitatrizes auxiliar montadas no eixo da
máquina e de dispositivos a base de semicondutores. Detalhes desta forma de excitação podem
ser encontrados em catálogos de fabricantes.
Valores Nominais
Os principais valores nominais das máquinas síncronas são discutidos a seguir. Os
valores nominais se referem ao funcionamento da máquina como gerador.
Tensão Nominal
É a tensão de trabalho do enrolamento do estator. Existem máquinas de baixa tensão
(tensão abaixo de 600 volts) e máquinas de alta tensão (tensão acima de 600 volts). Quando a
máquina funciona como gerador e não estiver ligado a um grande sistema, deve-se prover a
máquina de um regulador de tensão, o qual atua na fonte de corrente contínua que alimenta os
pólos do rotor e tem por função manter a tensão no valor nominal.
Potência Nominal
É a potência aparente fornecida ao circuito eléctrico conectado aos terminais do gerador,
dada pela seguinte equação:
A potência activa fornecida pelo gerador depende da característica da carga, sendo dada
pelas expressões:
- Corrente de linha;
- Tensão de linha.
Rendimento
O rendimento para a máquina funcionando como gerador é dado pela equação:
( )
(Equação 24)
- Perdas [W]
Tipos de Conexões
Como o estator é praticamente idêntico ao de um motor de indução ele pode ser
conectado segundo as mesmas ligações que o motor de indução, abordadas na apostila 1:
conexão série-paralela, conexão estrela-triângulo e tripla tensão nominal.
Frequência
A máquina síncrona sempre gira à velocidade síncrona (excepto em condições
transitórias ou sob algum tipo de oscilação). A velocidade síncrona é definida pela rotação da
máquina primária, a qual fornece a potência activa para o sistema ligado ao gerador. A
frequência da tensão gerada depende assim da velocidade de giro e do número de pólos, de
acordo com a equação:
(Equação 25)
Por que não é igual a tensão de fase , e a tensão , e que relação existe entre elas? A
resposta a esta pergunta é demonstrada no modelo do gerador síncrono.
Analisando os efeitos dos três primeiros factores e deles obter o modelo. Neste capítulo não
levará em conta o efeito de pólos salientes, sobre o funcionamento da máquina; ou em outras
palavras, neste capitulo se assumirá que todas as máquinas são de pólos lisos. Está suposição
dará lugar a uma certa imprecisão nos resultados quando a máquina for realmente de pólos
salientes, mas os erros são relativamente pequenos.
Este efeito é conhecido como reacção de armadura. Como estão presentes duas tensões sobre
o enrolamento do estator, a tensão resultante de uma fase será a soma das tensões geradas ea
tensão de reacção da armadura :
(Equação 26)
(Equação 27)
(Equação 28)
(Equação 29)
Esta é exactamente a mesma equação que expressa a tensão de reacção da armadura. Por
conseguinte, a tensão pela reacção de armadura pode ser modelada como uma indutância em
série com a tensão gerada interna.
(Equação 30)
(Equação 31)
(Equação 32)
O que resta do circuito equivalente corresponde aos modelos de cada fase: cada fase
contém uma tensão gerada em serie com a reactância (correspondente a soma da reactância da
√ (Equação 33)
(Equação 34)
O fato de que as três fases do gerador síncrono são idênticas, excepto pelo ângulo de fase,
da lugar a utilização do circuito equivalente pro fase. A Figura 30 apresenta este circuito. No
entanto, um fato importante deve ser lembrado quando se utiliza o circuito equivalente por fase:
As três fases têm tensões iguais e correntes iguais somente quando a carga do gerador é
balanceada. Se as cargas não são balanceadas é exigido cada vez mais, sofisticadas técnicas
analíticas que estão além do escopo do presente texto.
Por exemplo, a Figura 32 apresenta tais relações quando o gerador alimenta uma carga de
fator de potência unitário (uma carga puramente resistiva).Segundo a Equação 32, a tensão total
difere da tensão terminal de fase nas quedas de tensão resistivas e indutivas. Todas as
tensões e correntes estão referenciadas com , na qual se torna arbitrariamente com um ângulo
de 0º.
Este diagrama fasorial pode ser comparado com os diagramas fasoriais do gerador
funcionando com factores de potência em atraso ou em adiantadas, as quais se apresentam na
Figura 33. Nota-se que para uma tensão de fase e uma corrente de armadura especificados, se
requer maior tensão gerada para cargas atrasadas e para cargas adiantadas. Por consequência,
com cargas indutivas se necessita prover maior corrente de campos e pretender obter a mesma
tensão nos terminais, como:
(Equação 35)
E w deve ser constante para conservar a frequência constante. Alternativamente, pra uma
certa amplitude de corrente de campo e de carga, a tensão em terminais é menor com cargas
atrasadas e é maior para cargas adiantadas.
Figura 33 - Diagrama fasorial do gerador síncrono com fatores de potência atrasado (a) adiantado (b).
Nem toda a potência mecânica que entra no gerador síncrono sai da máquina como
potência eléctrica. A diferença entre as potências na entrada e saída do gerador corresponde as
(Equação 36)
(Equação 37)
√ (Equação 38)
(Equação 39)
√ (Equação 40)
(Equação 41)
(Equação 42)
(Equação 43)
(Equação 44)
(Equação 45)
Como:
(Equação 46)
A Equação 46 corresponde a:
(Equação 47)
Pode-se encontrar uma expressão alternativa para o torque induzido no gerador síncrono,
a partir da Equação 43; como , o torque pode ser expresso como:
(Equação 48)
A Figura 38 ilustra de forma esquemática o arranjo de uma máquina síncrona, onde para
facilitar a análise, os enrolamentos do estator são concêntricos, ou seja cada fase é alojada em
duas ranhuras de passo diametral (não encurtado). Com base neste arranjo, pode-se estender a
análise para o caso mais geral de enrolamentos distribuídos e com passo encurtado. O rotor
possui dois pólos, a análise continua válida contudo para um número de pólos maior que 2. O
fluxo produzido pelo rotor é assumido como sendo distribuído de forma senoidal sobre a
periferia do estator. Sendo que os geradores são empregados em sistemas com tensões senoidais,
eles são projectados e construídos para que a sua tensão induzida seja o mais próximo possível
de uma senóide. Esta exigência impõe que a distribuição da indução no entreferro deva ser muito
próxima de uma senóide. Isto é obtido basicamente pela forma como os enrolamentos do estator
são distribuídos ao longo da superfície interna do estator. No caso da máquina de pólos salientes
uma influência acentuada na forma da tensão induzida é também exercida pela forma geométrica
dos pólos, os quais são cuidadosamente projectados para produzir uma indução senoidal no
entreferro Figura 37(a). No caso da máquina de pólos lisos a indução aproximadamente senoidal
no entreferro é obtida pela forma como o enrolamento de campo é distribuído sobre a superfície
do rotor e pela relação entre a parte ranhurada e a parte lisa do rotor Figura 37(b). Desta forma, a
hipótese de assumir uma distribuição aproximadamente senoidal para a indução no entreferro
está de acordo com as características construtivas tanto do gerador de pólos lisos como do
gerador de pólos salientes. Sendo que a hipótese se aplica a ambos os tipos de geradores (pólos
lisos e salientes) a formulação que segue se aplica igualmente a ambos. A velocidade de rotação
do rotor também é assumida constante. De acordo com a figura 4, o fluxo produzido pelo rotor é
denominado de Φ e o fluxo concatenado com as N espiras de cada fase é λ = N ⋅Φ . A densidade
de fluxo no entreferro é dada pela expressão:
O fluxo sob um pólo é dado pela integral da indução, o qual resulta para uma máquina de
p pólos:
∫ ( ) (Equação 50)
A constante 2/p que aparece na expressão acima decorre da conversão entre graus
eléctricos e graus mecânicos. Avaliando-se a expressão acima, resulta para o fluxo sob um pólo:
(Equação 51)
Conforme o rotor gira o fluxo concatenado com cada fase varia com o co-seno do ângulo
entre o eixo magnético da fase e do rotor, dado por α = ω⋅t , onde t é o tempo e ω é a velocidade
angular (rad/s) do rotor. O fluxo concatenado com a fase a é então:
() ⋅ ⋅ ( ) ⋅ ⋅ ( ) ⋅ ⋅ ( ⋅ ) (Equação 52)
A origem do tempo, simbolizado por t, é escolhido como o instante em que o eixo da fase
a coincide com o eixo magnético do rotor. De acordo com a Lei de Faraday, a tensão induzida no
enrolamento da fase a é dada por:
( )
( ) ( ) (Equação 53)
Na expressão acima existem dois termos para a tensão induzida. O primeiro deles é
chamado de tensão de transformação e se deve à variação temporal no fluxo. Este termo está
presente sempre que a amplitude do fluxo variar, mesmo que não haja movimento do rotor. O
segundo termo, chamado de tensão de movimento, é devido ao movimento relativo entre o rotor
e o estator. Ele existe somente quando este movimento existir. Esta tensão é também denominada
de força electromotriz induzida.
⋅ ⋅ ⋅ ( ⋅ ) (Equação 54)
Considerando a equação (8), a tensão induzida pode, finalmente, ser escrita como:
⋅ ⋅ ⋅ ( ⋅ ) (Equação 55)
Pode-se ver que a distribuição senoidal da indução leva a uma tensão induzida
igualmente senoidal.
Deve-se notar que expressão acima também pode ser obtida a partir da tensão induzida
em condutor que se movimenta no campo magnético criado pelo rotor. A obtenção da Equação
55 sob este ponto de vista é deixada como um exercício.
A partir da Equação 54 pode-se obter o valor eficaz (RMS) da tensão induzida. Pela
Equação 54, o valor máximo da tensão induzida é dado por:
(Equação 56)
(Equação 57)
√
A tensão induzida se refere à uma das fases, as demais fases possuem tensões com
mesmas características, mas desfasadas temporalmente de 120º eléctricos. Este desfasamento se
deve ao fato de as fases estarem desfasadas espacialmente 120º eléctricos ( os eixos magnéticos
das fases estão desfasados 120º). A constante N que consta nas equações apresentadas é assim o
número total de espiras em série numa fase.
O tipo de enrolamento concentrado contendo apenas uma bobina, e que foi utilizado na
dedução das expressões da tensão induzida, raramente é utilizado em máquinas síncronas. Em
geral os enrolamentos estão distribuídos em mais de uma bobina alojadas em ranhuras. Além
disso, o passo do enrolamento em geral é encurtado, ou seja os lados das bobinas não estão em
posições diametralmente opostas (180º de desfasagem). Estas medidas contribuem para melhorar
a dissipação térmica da máquina e também melhoram significativamente a forma de onda da
tensão induzida, fazendo com que a mesma apresente um desvio menor em relação a uma
senóide.
(Equação 58)
- Factor de enrolamento.
(Equação 59)
(Equação 60)
Nessas condições não se altera a potência activa que a máquina troca com a rede e sim a
reactiva, como indicado nos diagramas fasorias.
Figura 39 - Representação fasorial do gerador síncrono operando com potência constante e com variação da corrente de
excitação.
Figura 40 - Gráfico da corrente de armadura em função da corrente de excitação. Curva “V” motor síncrono e gerador
síncrono.
(Equação 61)
Sabendo que o torque que acciona o gerador e a corrente de excitação podem ser variados
de forma independente, então o operador pode decidir quanto de potência activa e quanto de
potência reactiva há de entregar do gerador para a rede. A carga activa pode ser variada através
do torque de entrada. A carga reactiva pode ser variada através da corrente de excitação.
Motores Síncronos
Funcionamento do Motos Síncrono
Para simplificar a explicação do funcionamento do motor, ignorar-se-á a resistência da
armadura ( ).
Princípio de Funcionamento
Os motores síncronos possuem o estator e os enrolamentos de estator (armadura) bastante
semelhante aos dos motores de indução trifásicos.
disso, como são proporcionais às respectivas correntes, serão desfasados no tempo, também de
120º entre si.
O campo total H resultante, a cada instante, será igual à soma gráfica dos três campos ,
e naquele instante.
Na Figura 43, está representada esta soma gráfica para seis instantes sucessivos. No
instante (1), a figura 2 mostra que o campo é máximo e que os campos e são negativos
e de mesmo valor, iguais a metade de .
Os três campos representados na figura 3 (parte superior), levando em conta que o campo
negativo é representado por uma seta de sentido oposto ao que seria normal; o campo resultante
(soma gráfica) é mostrado na parte inferior da figura 3 posição (1), tendo a mesma direcção do
enrolamento da fase 1.
Velocidade Síncrona
A velocidade síncrona do motor (rpm) é definida pela velocidade de rotação do campo
girante, a qual depende do número de pares de pólos (p) do motor e da frequência (f) da rede. Os
enrolamentos do estator podem ser construídos com um ou mais pares de pólos, que se
distribuem alternadamente (um “norte” e um “sul”) ao longo da periferia do núcleo magnético.
O campo girante percorre um par de pólos (p) a cada ciclo. Assim, como o enrolamento
tem pólos ou pares de pólos, a velocidade do campo será:
(Equação 62)
As bobinas dos pólos podem ser feitas com muitas espiras de fio de cobre isolado ou
barras de cobre, dependendo do tipo de rotor utilizado (polos lisos ou polos salientes).
A excitação em corrente contínua pode ser aplicada no campo através dos porta-escovas e
anéis colectores ou por um sistema de excitação sem escova e com controle electrónico
(brushless).
Curva do Binário
Os motores síncronos manobram cargas, basicamente com velocidade constante. Estão
normalmente ligadas a sistemas de alimentação de potência muito superior à dos motores – rede
com potência infinita – o que significa que a tensão de frequência serão constantes qualquer que
seja a potência absorvida pelo motor. A curva de binário resultante está apresentada na Figura
44, onde se pode observar que a velocidade do motor é constante desde a situação de vazio até a
situação de carga máxima.
(Equação 63)
Ou seja:
(Equação 64)
Da expressão anterior, do binário induzido, também se pode verificar que quanto maior o
valor da corrente de campo (e, consequentemente de ), tanto maior o binário máximo do motor
síncrono.
De notar que, à medida que o valor de aumenta, o valor da corrente começa por
diminuir e depois aumenta. Para baixos valores de , a corrente surge atrasada e o motor
comporta-se como uma carga indutiva, consumindo potência reactiva Q. Aumentado , a
corrente vai diminuindo, tornando-se cada vez menos indutiva, passa por uma situação em que
esta em fase com – o motor comporta-se como uma carga resistiva – e seguidamente
começa a aumentar, adiantando-se a isto é, o motor passa a comportar-se como uma carga
capacitiva, fornecendo potência reactiva a rede.
(Equação 65)
Figura 48 - Esquema do motor síncrono no momento em que a tensão é aplicada aos enrolamentos do estator .
Assim, durante o ciclo eléctrico. O binário induzido teve um sentido directo e depois um
sentido indirecto, sendo o binário médio induzido nulo, ao longo de um ciclo. O efeito prático é
que a máquina vibra, tenta rodar para um lado depois para o lado contrário, sucessivamente
fortemente não arranca e finalmente sobreaquece.
Redução de frequência
Enrolamentos amortecedores
É o meio mais popular. Os enrolamentos amortecedores são barras especiais, encastradas nas
faces do rotor curto circuitadas nas extremidades por anéis. A forma de funcionamento está
representada na figurax, quando se aplica a tensão aos enrolamentos estatóricos com os
enrolamentos rotóricos desligados, gera-se um campo magnético girante que induz uma tensão
nas barras do enrolamento amortecedor expressa por:
( ) (Equação 66)
Onde:
– Densidade do fluxo;
– Comprimento da barra.
As tensões induzidas produzem uma corrente que flui na direcção a partir das barras
superiores para as barras inferiores comos e pode ver na Figura 50. Resultando num campo
magnético induzido . A expressão do binário induzido é:
(Equação 67)
Resultado num binário nas barras, por consequência no rotor, no sentido directo. Notar
que o binário é por vezes directo e por outras vezes é nulo, mas sempre unidireccional isto é, um
binário líquido numa só direcção, implicando uma aceleração do rotor.
Refira-se, por fim que o rotor acelera, mas não até a velocidade de sincronismo, o que é
fácil entender pelo princípio da indução f.e.m., que obriga a que haja movimento relativo entre o
campo girante e o rotor. No entanto a velocidade de rotação que atinge, é próxima da de
sincronismo, o que permite que a alimentação CC normal dos enrolamentos do rotor possa ser
ligada e conseguindo o campo magnético do rotor “prender-se” ao campo girante, acelerando o
rotor para a velocidade de sincronismo.
Vantagens
A aplicação dos Motores Síncronos na indústria, na maioria das vezes, resultam em
vantagens económicas e operacionais consideráveis ao usuário devido a suas características de
funcionamento. Dentre as vantagens económicas da utilização dos motores síncronos, as
principais são:
Alto rendimento;
Corrigir o factor de potência da rede
Alto Rendimento
Além de considerarmos o custo inicial na aquisição do motor síncrono, devemos
considerar os ganhos que podem ser obtidos pelos baixos custos operacionais.
Uma vez que a corrente de campo requerida é a mínima praticável, haverá menor perda
I2R no enrolamento de campo da mesma forma. Com excepção das situações onde um alto
conjugado é requerido, a baixa perda nos enrolamentos do estator e de campo permitem que o
motor síncrono com FP=1.0 seja construído em tamanho inferior aos motores síncronos com FP=
0.8 de mesma potência.
Assim, os rendimentos do motor síncrono com FP=1.0 são geralmente superiores aos do
motor de indução de mesma potência.
Figura 51- Comparativo entre os rendimentos dos motores síncronos com FP=0,8, FP=1,0 e motores de indução.
Nas indústrias, geralmente predominam as cargas reactivas indutivas, que são os motores
de indução de pequeno porte ou de rotação baixa, as quais requerem considerável quantidade de
potência reactiva (kVAr) consumida como corrente de magnetização.
O factor de potência dos motores síncronos pode ser facilmente controlado devido ao fato
de possuírem uma fonte separada de excitação, e desta forma, podem tanto aumentar a potência
sem geração de potência reactiva (motor com factor de potência unitário), ou também gerar
potência reactiva necessária (motor com factor de potência 0.8). Desta forma, o motor síncrono,
dependendo da aplicação, pode fornecer a potência útil de accionamento necessária com redução
benéfica da potência total do sistema.
Manutenção Reduzida
Por não necessitar de contactos eléctricos deslizantes para seu funcionamento, os motores
síncronos BRUSHLESS não possuem escovas e anéis colectores e com isso eliminam a
necessidade de manutenção, inspecção e limpeza nestes componentes.
Características de Funcionamento
Conjugados
O projecto do motor síncrono sempre deve ser feito levando-se em consideração as
características da carga a ser accionada e com isto os conjugados e inércia têm uma importância
muito grande na especificação do motor.
a) Conjugado de partida
É o conjugado que o motor deve desenvolver para vencer o conjugado resistente da carga
parada ou seja, é o conjugado de partida da carga.
b) Conjugado de Sincronização
É o conjugado que o motor deve desenvolver para atingir a velocidade adequada onde a
aplicação do campo de excitação levará o motor ao sincronismo (pull-in torque).
Inercia
Motores Síncronos para accionar cargas de alta inércia são construídos em carcaças
maiores para atender as condições de aceleração. O tempo que o motor leva para acelerar
provoca aquecimento no enrolamento amortecedor e portanto, este deve ser projectado para
atender as condições de partida.
Partida
O enrolamento amortecedor, que funciona como a gaiola do motor de indução, é o
responsável pela partida e aceleração do motor síncrono. Desta forma, os conjugados de partida e
sincronização variam com o quadrado da tensão aplicada e a corrente de partida é proporcional a
tensão aplicada, como no motor de indução.
O motor síncrono parte como um motor de indução, acelera a carga até o ponto onde o
conjugado do motor iguala o conjugado resistente da carga. Usualmente este ponto ocorre com
95% da rotação síncrona ou acima e nesta situação a tensão de excitação é aplicada no motor e o
rotor sincroniza, ou seja, irá acelerar a inércia combinada do rotor do motor mais a da carga até
rotação síncrona precisa.
Partida assíncrona
O principal método utilizado para partida dos motores síncronos é a partida assíncrona
através da gaiola de esquilo com o enrolamento do rotor curto-circuitado ou conectado a uma
resistência usualmente chamada resistência de partida ou resistência de descarga.
Nas máquinas com escovas, utiliza-se um relé de aplicação de campo, enquanto nos
motores brushless, utiliza-se um circuito electrónico de disparo instalado junto de um disco
girante. A função deste circuito electrónico e do relé de aplicação de campo é gerenciar a
sequência de partida do motor síncrono, desde o fechamento (curto-circuito) do rotor até a
aplicação da corrente no campo.
Figura 53- Comportamento da corrente do estator (Is) e do rotor (Ie) na partida assíncrona.
Corrente de Partida
Durante a partida dos motores síncronos brushless, o enrolamento de campo é curto
circuitado através do circuito de disparo. Enquanto o motor permanecer parado, a frequência da
corrente de campo é inicialmente igual a freqüência da rede (60Hz para rede de 60Hz) e diminui
a medida em que a rotação do motor aumenta.
Tipos de Excitação
Os motores síncronos necessitam de uma fonte de corrente contínua para alimentar o
enrolamento de campo (enrolamento do rotor), que usualmente é suprido através de anéis
colectores e escovas (excitatriz estática) ou através de uma excitatriz girante sem escovas
(brushless).
conversor e controlador estático CA/CC. A excitatriz estática actualmente está sendo muito
utilizada em aplicações com variação de velocidade através de Inversores de Frequência.
Partes Construtivas
ESTATOR
Carcaça
Sua função principal é apoiar e proteger o motor, alojando também o pacote de chapas e
enrolamento do estator. Podem ser construídas nos tipos horizontais e verticais e com grau de
protecção de acordo com as necessidades do ambiente. A carcaça é construída em chapas e perfis
de aço soldadas, com as junções feitas através de solda tipo MIG, formando um conjunto sólido e
robusto que é a base estrutural da máquina. Todo o conjunto da carcaça recebe um tratamento de
normalização para alívio de tensões provocadas pela solda.
Figura 56 - Carcaça.
Estator bobinado
É constituído de partes magnéticas estacionárias, incluindo o pacote laminado de chapas
de aço silício e o enrolamento do estator, que opera com alimentação de potência em corrente
alternada para gerar o campo magnético girante.
Pacote de chapas
É formado por lâminas de aço silício com baixas perdas, prensadas, e o conjunto fixo
através de viga metálica ou sistema de longarinas.
EXCITATRIZ
Sua função é fornecer corrente magnetizante para o bobinado de campo do motor. A
excitatriz brushles (sem escovas) é composta pelo rotor, estator, díodos rectificadores e circuito
de disparo. A excitatriz estática é composta de anéis colectores e escovas e depende de uma fonte
externa para alimentação do campo do motor.
ROTOR
O rotor pode ser construído com pólos lisos ou salientes dependendo das características
construtivas do motor e da aplicação. Consiste nas partes activas giratórias compostas da coroa
do rotor, o enrolamento de campo e o enrolamento amortecedor.
O rotor do motor síncrono de pólos salientes compreende em eixo, roda polar e pólos. Os
pólos são fabricados com chapas de aço laminado que são fixadas através de barras de aço que
são soldadas nas extremidades. As bobinas de campo são feitas de fios de cobre esmaltados ou
barras de cobre planas.
Após bobinados e impregnados, os pólos são fixados ao eixo ou a roda polar, através de
parafusos, por cima ou por baixo do pólo, ou conectados por meio de rabo de andorinha. O
enrolamento amortecedor está alojado nos pólos e é feito de barras de cobre ou outro material
dependendo do projecto do motor.
Eixo
Os eixos são fabricados de aço forjado ou laminado e usinados exactamente conforme as
especificações. A ponta de eixo normalmente é cilíndrica ou flangeada.
Enrolamento amortecedor
Está alojado em ranhuras localizadas nas sapatas polares do rotor de polos salientes ou a
superfície externa do rotor de polos lisos. É constituído de barras que atravessam a ranhura e são
curto-circuitdas nas extremidades formando uma gaiola. O enrolamento amortecedor atua na
partida do motor síncrono, como também garante estabilidade de velocidade perante a variações
bruscas de carga.
MANCAIS
Em função da aplicação, os motores síncronos podem ser fornecidos com mancais de
rolamentos lubrificados a graxa ou mancais de deslizamento com lubrificação a óleo. Os mancais
de deslizamento podem ter lubrificação natural (auto lubrificáveis) ou lubrificação forçada
(lubrificação externa).
Mancais de Rolamentos
Lubrificados a graxa, estes mancais são constituídos de rolamento de esferas ou de rolos
cilíndricos, dependendo da rotação e dos esforços axiais e radiais a que são submetidos. Em
algumas aplicações podem ser utilizados rolamentos especiais.
Quando o rotor gira, o óleo lubrificante é recolhido pelo anel pescador interno e
transferido directamente à superfície do eixo criando uma camada de óleo entre o eixo a
superfície dos casquilhos do mancal.
Lubrificação Forçada
O óleo lubrificante circula no mancal através um sistema de alimentação externa de óleo
e, se necessário é resfriado em uma unidade hidráulica separada. Este sistema torna-se necessário
quando a lubrificação natural do mancal, proveniente do anel pescador interno de lubrificação, é
insuficiente devido a rotação específica requerida ou altas perdas por atrito.
SÍNTESE
PARTIDA
Nesta fase, não se pode formar o conjugado necessário para vencer a inércia da massa do
rotor. Por esta razão, o motor síncrono em repouso não parte por si. O rotor, sem carga, tem que
iniciar o seu movimento em função de um outro motor ou de um dispositivo de partida
assíncrono (por exemplo um anel de curto-circuito), até que sua velocidade alcance um valor
próximo ao nominal do campo girante.
Pela ligação da excitação de C.C., o próprio rotor se aproxima do movimento dos pólos
do campo girante, pois estes atuam continuamente sobre o rotor. Devido a este movimento igual
de rotação, entre o campo girante e o rotor, este tipo de máquina é chamada de síncrona
(sincronismo entre campo do estator e rotor).
EM VAZIO
Em virtude da carga, que o atrito ocasiona, os pólos do rotor nunca alcançam a mesma
velocidade do campo girante do estator permanecendo em atraso por um certo ângulo (ângulo de
carga δ da (Figura 65).
Os pólos que giram, induzem uma f.e.m. no enrolamento do estator, f.e.m. esta que
permanece em atraso em relação à tensão de rede pelo ângulo de carga δ. A diferença de tensão
ΔU entre a tensão de rede e a f.e.m., é o factor que determina o valor da corrente do estator ( )
que em vazio é praticamente igual a corrente de magnetização (corrente reactiva)
Figura 65 - Representação dos enrolamentos do estator e rotor de uma máquina síncrona e seu diagrama fasorial para
condição em vazio.
SOB CARGA
Quando a máquina recebe uma carga mecânica, os pólos do rotor ficam tanto mais em
atraso em relação aos pólos do estator quanto maior a carga, sem que com isto a rotação síncrona
sofra qualquer alteração.
Em virtude do ângulo de carga maior, a f.e.m. em atraso aumenta o seu valor em relação
a tensão da rede, com isto também eleva-se a diferença de tensão ΔU no estator, e a corrente
absorvida ( ) se eleva.
Uma corrente mais elevada no estator origina um campo girante mais forte e este
desenvolve, com o campo do rotor, uma elevação do conjugado para vencer a carga. Disto
resulta uma grande estabilidade de rotação e a possibilidade de elevada sobrecarga de 1,8 vezes o
conjugado nominal.
Somente com uma sobrecarga acima deste valor o ângulo de carga aumenta
acentuadamente, reduzindo a força de atracção entre os pólos do estator e do rotor. Nestas
condições a rotação do rotor cai acentuadamente em relação à do campo girante, sai do
sincronismo e para rapidamente. Simultaneamente, em virtude da inexistência da f.e.m. ( ), a
corrente do estator sobe rapidamente.
A corrente absorvida pelo estator não depende entretanto apenas da carga, mas também
da excitação do enrolamento do rotor. Quando o valor da corrente de excitação é baixo, a f.e.m.
( ) também é baixa, e o enrolamento do estator absorve a potência indutiva necessária para
construir o campo magnético, na forma de uma corrente em atraso à tensão da rede.
Figura 66 - Digrama fasorial da máquina síncrona com carga e o comportamento da velocidade em função.
̇ ̇ ̇ (Equação 68)
E sua representação fasorial está na Figura 67, para diferentes correntes de excitações e o
motor síncrono em operação com potência constante.
Figura 67 - Representação fasorial do motor síncrono operando com potência constante e com variação da corrente de
excitação.
(Equação 69)
Figura 68 - Gráfico da corrente de armadura em função da corrente de excitação. Curva “V” da máquina síncrona
operando como motor.
Figura 69 - Torque do motor em função da velocidade e potência desenvolvida pelo motor em função do ângulo de
potência ou de carga (δ)