Minimanual de Autocuidado PDF
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AUTOCUIDADO
PARA CORPOS INVISIBILIZADOS
7 ORIENTAÇÕES INICIAIS
PSICÓLOGO
RENATO SANTANA
CRP 06/141338
O QUE VOCÊ VAI
ENCONTRAR AQUI
01 Para entender…
12 Palavras finais
13 Se quiser falar comigo
PARA ENTENDER..
Fazer parte de um grupo social, para
alguns, é ser empurrado a margem e
invisibilizado. Historicamente, a vida
das mulheres, negros, indígenas,
LGBTQIA+ e periféricos vem sendo
marcada por constantes negociações
com o sistema social para poder
existir. Nossas vivências são
atravessadas pelos mais diversos
silenciamentos, violências e
opressões e o cenário político
brasileiro, desde o período das
eleições de 2018, tem colocado em
xeque nossos direitos mais básicos.
01
Sendo assim, para quem não deveria
viver, manter-se vivo e saudável são
os maiores atos de insubordinação à
ordem [masculina-cisgênera-branca-
heteronormativa] imposta.
Como bem nos ensinou Conceição
Evaristo: “eles combinaram de nos
matar, mas nós combinamos de não
morrer.”
02
como
cuidar
de si?
Autocuidado é
autopreservação
Audre Lorde já deu a letra: “cuidar de
mim mesma não é autoindulgência, é
autopreservação e isso é um ato
político.” Para nós, autocuidado é
mais do que um ato de autoamor,
recebe uma perspectiva mais ampla
como uma estratégia de
autopreservação e resistência. É
sobre encontrar maneiras de existir
num mundo depreciativo e que nos
adoece, de enfrentar as dificuldades
da melhor forma possível, mais
estáveis e com saúde.
04
Escute-se
genuinamente
Para além das ideias de autocuidado
que o capitalismo se apropriou,
oferecendo um passo-a-passo
milagroso (pratique atividade física,
alimente-se bem, faça algo que goste,
etc.), trata-se de escutar
genuinamente os pedidos internos
que seu corpo faz. Essa escuta surge
de uma investigação profunda e
atenciosa sobre as suas
necessidades. Pode ser desde um
descanso até o rompimento de
relações; somente você poderá
descobrir.
05
Nem sempre
é gostoso
Esse olhar interno nem sempre é
bonito e pode doer. Doer ao se
deparar com situações que estão te
machucando, hábitos que são
nocivos, ter que repensar relações e
aspectos da vida. E se permitir sentir
a própria dor é um ato de compaixão
consigo e possibilita a elaboração
dessas situações que trazem
sofrimento e a construção de novas
formas de existir. Para curar, é
preciso tocar na ferida.
06
autocuidado
sem culpa
Viver já traz demandas o suficiente e
se cuidar não deve ser sinônimo de
mais sobrecarga, de culpa ou de mais
pressão. Definitivamente, não deve
ser mais uma tarefa na sua lista de
afazeres. É mais uma ferramenta
nessa jornada tão dura, um recurso
de autopreservação e de afeto
consigo e, por isso, passa longe de
carregar mais peso nas costas. E
atender essas necessidades
emocionais é também reconhecer os
próprios limites e respeitá-los. Vá no
seu tempo, do jeito que der conta.
07
Tecendo redes é
mais fácil seguir
Autocuidado tem uma dimensão
individual, mas também é importante
poder lançar mão do cuidado por
outras pessoas. Não precisa fazer
tudo sozinho, muito pelo contrário.
Fica muito mais fácil se cuidar quando
você se conecta com outras pessoas,
com aquelas que te apoiam quando
as coisas não vão bem. Nesse
sentido, tecer redes de apoio que
sejam protetivas e nutram de afeto
aumenta sua potência de vida.
08
É preciso
poder dançar
De que vale a vida se não é possível
dançar? Como disse Erica
Malunguinho, “resistir é um ato
necessário, mas não é a coisa mais
prazerosa do mundo. Nossa luta é
pela existência.” E as práticas de
cuidado consigo se tratam de
maneiras de poder existir. Isso
envolve encontrar, em meio aos
desafios diários, momentos que
promovam alegria e bem-estar.
09
Cuidar-se é uma
jornada de vida
Autocuidado, muitas vezes, não é
simples e nem rápido porque cuidar
de si não é uma atitude momentânea
em um agrado pontual, ou
emergencial quando a casa cai. É
algo que vai sendo construído, num
processo que envolve se conhecer
bem para um cuidado mais profundo.
Para fazer desse olhar um hábito,
algo natural, é preciso seguir
praticando, e isso tudo leva tempo.
10
você é seu
próprio lar.
(Francisco, el Hombre)
palavras finais
Esse minimanual foi
criado pelo psicólogo
Renato Santana do
projeto Rascunhos de
Gênero.
12
Se quiser falar comigo,
pode me encontrar:
(11) 95476-5636
@/rascunhosdegenero/
/rascunhosdegenero/
M medium.com/rascunhos-de-gênero
e nas ruas :)
Até a próxima!
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