IBET - Módulo 3 - Seminário 6

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INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS — IBET

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO

ALUNO: PEDRO PAULO LULA XAVIER GARCIA

DATA: 29 DE OUTUBRO DE 2019 - SALVADOR-BA

MÓDULO III
SEMINÁRIO VI – ICMS Serviços

Questões:

1. Construir a(s) regra(s) - matriz (es ) de incidência tributária do I CMS – Serviços

Do ICMS – Serviços de transporte interestadual e intermunicipal., temos como


antecedente o critério material: prestar serviço de transporte oneroso de pessoas, bens,
mercadorias ou valores , que ultrapassem os limites geográficos municipais e estaduais de
origem; critério espacial: território de determinado Estado; e critério temporal: momento da
prestação do serviço. Enquanto do consequente: Critério pessoal: - Sujeito ativo: Estado ou DF.
- Sujeito passivo: quem presta o serviço; e Critério quantitativo: - Base de cálculo: valor da
prestação do serviço. - Alíquotas: variáveis, de acordo com a legislação pertinente.
Já do ICMS – Serviços de Comunicação, o antecedente vem como critério material:
prestar serviço de comunicação; critério espacial: território de determinado Estado; e critério
temporal: momento da prestação do serviço. Enquanto o consequente trata-se do Critério
pessoal: - Sujeito ativo: Estado ou DF. - Sujeito passivo: quem presta o serviço.; e do Critério
quantitativo: - Base de cálculo: valor da prestação do serviço. - Alíquotas: variáveis, de acordo
com a legislação pertinente.

2. Que é “prestação de serviços de comunicação”? É possível determinar esse


conceito por meio do texto constitucional? O que pode ser tributado pelo
ICMS: (i) a comunicação (onerosa) efetivamente realizada, ou; (ii) a mera
disponibilidade (onerosa) de meios físicos /canais aptos que possibilitem que a
comunicação aconteça? (V ide anexos I e II) .

O CTN em seu artigo 68, II, traz que o serviço de comunicações é entendido por
“transmissão e recebimento, por qualquer processo, de mensagens escritas , faladas
ou visuais , salvo quando os pontos de transmissão e de recebimento se situem
no território de um mesmo Município e a mensagem em curso não possa ser
captada fora desse território”. Dessa maneira, fazendo uma simples analogia, a
prestação de serviços de comunicação é a operação pela qual uma pessoa, em troca
do pagamento de um preço, realiza, em favor de outra a transmissão e recebimento,
por qualquer processo, de mensagens escritas, faladas ou visuais. Apesar de
existirem serviços gratuitos.
A CF não determina tal conceito, deixando algo vago, como demonstra o art. 21, XI.
O serviço de comunicação é tributável por meio do ICMS sempre que a
comunicação for efetivada ou com a mera disponibilização do serviço ao usuário.

3. Que é “prestação de ser viços de transporte”? Quais suas modalidades? É


necessária a efetividade da prestação de serviços para que o ICMS incida?
Analisar a tributação de transporte aéreo de passageiros e cargas. Há a
incidência do aludido imposto no caso de o transporte ser efetuado por meio
de veículo próprio da empresa, dirigido por motorista que com ela possui
vínculo empregatício? E se o motorista for terceirizado? E se o veículo for
locado?

Tal prestação caracteriza-se por ser a realização de transporte de bens ou pessoas,


sendo primordialmente uma atividade onerosa, e a prestação desse serviço ocorrer
entre munícipios ou estados. Quanto as modalidades, estas se dividem em: segmentada
– utiliza- se veículos diferentes e transportadores diferentes; modal – quando a
mercadoria é transportada por somente um meio de transporte; sucessivo – quando a
mercador ia precisa ser transportada para prosseguimento em veículo de m esma
modalidade de transporte, para alcançar o destino final; intermodal – quando utiliza-
se duas ou mais modalidades de transporte. A prestação do serviço de transporte,
necessariamente, é feita para terceiros . Sendo assim, o ICMS incidirá apenas quando
o transporte de mercadoria for destinada a terceiros. Em caso do transporte ser feito
para a própria empresa, não haverá tributação do ICMS , conforme leciona o
Professor Paulo de Barros Carvalho: “ Exclui-se, por inadmissível, o autosserviço
ou ser viço prestado a si mesmo, p ela reflexividade que lhe é própria e que
acarreta a inexistência de caráter econômico na atividade desenvolvida”. Desse modo,
caso não haja onerosidade na relação, não há prestação de serviço de transporte,
consequentemente não haverá incidência do I CMS.

4. Empresa de transporte internacional, contratada para trazer documentos do


exterior, subcontrata empresa brasileira que efetive o transporte da entrada do
documento em território nacional até o destinatário local. Pergunta-se: (a) tal
operação pode ser desmembrada para fins de tributação pelo I CMS? (b) se
positiva a resposta, qual seria o sujeito passivo da relação tributária? (Vide anexo
VI ).
Não haverá o desmembramento da operação para que haja a tributação do ICMS ,
tendo em vista que o transporte internacional é imune ao ICMS, já que a Carta
Magna não abarcou em seu texto essa incidência. O que encontra-se em tela, é que uma
empresa foi contratada para trazer documentos do exterior, tendo como atividade
o transporte internacional, não incidindo assim o ICMS. Sendo esta a atividade-fim,
não existe a possibilidade de haver o desmembramento.

5. Prestadora de serviço de transporte é contratada para efetuar transporte de


mercadoria de estabelecimento localizado em Osasco/SP para uma trading
estabelecida em São Bernardo do Campo/SP. O destino final da mercador ia
transportada é a exportação. Com base no ar t. 155 , § 2 º, X, “a” da CF /88
e parágrafo único do ar t. 3 º da LC 8 7/96, o Fisco paulista entende que
nesse trajeto interno há imunidade do ICMS somente com relação à operação
de circulação das mercadorias transportadas e não par a o ICMS relativo à
prestação de serviços de transporte. Você concorda com esse entendimento? (V ide
anexo VII).

Neste caso, sim, pois como foi previamente trazido, o ICMS não incide sobre atividade
-meio, e sim, sobre atividade-fim. Se levarmos em conta que a atividade-fim da
mercadoria, é ser levada para o exterior, este posicionamento vai contra o que
estabelece o art. 3 º da LC 87 /96, que traz: O imposto não incide sobre: II -
operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtos
primários e produtos industrializados semielaborados , ou serviços ; (. ..) Parágrafo
único. Equipara-se às operações de que trata o inciso II a saída de mercadoria
realizada com o fim específico de exportação para o exterior, destinada a: I -
empresa comercial exportador a, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma
empresa; II - armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro”. Desse modo, resta claro
que não pode haver desmembramento e ainda que a atividade de exportação não
pode incidir sobre o ICMS, inclusive como uma forma de resguardar o mercado interno.

6. Os conceitos de transbordo e baldeação na prestação, utilizados na prestação de


serviços de transporte de cargas , são sinônimos? A mudança de modal,
utilizando-se de veículos de propriedade de mesmo titular, é caso de
transbordo ou prestação de serviço independente? Empresa X realiza serviço de
transporte entre os Munícipios Y e Z , ambos do Estado de São Paulo,
utilizando-se, para tanto, de caminhão e avião, tendo as mercadorias sido
acondicionadas, ou seja, permanecendo por tempo razoável em estabelecimento
da empresa quando da mudança de modal, haveria de se falar em
descontinuidade de transporte e, por consequência, nova cobrança de ICMS?
(Analisar a problemática à luz do Parecer PGFN/CAT nº 57 /1 3).

Analisando a PGFN/CAT nº 57 /13 , transbordo e baldeação são sinônimos, sendo


estes o ato de passar passageiros ou mercadorias de uma modalidade de transporte
para outro, pouco importando se este é terrestre, se é aéreo ou até hidroviário. Nesta
situação, percebe-se que, de fato, houve o transbordo, tendo em vista que o que ocorreu
foi simplesmente a mudança de modalidade de transporte, tendo a propriedade da
mercadoria ficado resguardada em posse do mesmo titular. Sendo assim, não houve
mudança de titular do transportador e o ICMS incide apenas no tranporte que tem
caráter oneroso. O segundo transporte, na verdade, funciona como uma extensão do
primeiro, não havendo que se falar em nova incidência. Com relação à Empresa X,
também não vejo incidência de novamente de ICMS, tendo em vista que seria um ato
gera simplesmente para facilitar a logística no transporte, não havendo que se falar em
transferência da propriedade da mercadoria transportada, sendo esta apenas uma
atividade-meio para a finalização do transporte, não incidindo assim o ICMS no caso
em tela.

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