Real Gazeta Do Alto Minho - N.º 24
Real Gazeta Do Alto Minho - N.º 24
Real Gazeta Do Alto Minho - N.º 24
Gazeta
NESTA EDIÇÃO
•VIAGEM AO BRASIL-Pág. 5
do Alto
•COMUNICADO AOS PORTUGUESES DE S.A.R. O SENHOR
D. DUARTE, DUQUE DE BRAGANÇA-Pág.6
•A PRINCESA ISABEL, DO BRASIL EM PORTUGAL-Pág. 8
•MONÁRQUICOS QUE LUTARAM PELA LIBERDADE-Pág. 14
•O TESTEMUNHO DE UMA MÉDICA NO COMBATE À PANDEMIA-Pág. 22
Minho
•RECONHECIMENTO DO DUQUE DE BRAGANÇA PELO ESTADO
PORTUGUÊS-Pág. 27
•ENTREVISTA A SUA ALTEZA A INFANTA DONA MARIA FRANCISCA DE
BRAGANÇA-PÁG. 33
•A VIRTUDE PRÓPRIA DA COROA-Pág. 43
•ÉTICA NA POLÍTICA E O FUTURO DE PORTUGAL-PÁG. 48
•A SOLIDARIEDADE DA CASA REAL PORTUGUESA-Pág. 53
•OS DEPUTADOS ELEITOS ÀS CORTES, PELO MINHO EM 1820-Pág.57
DIRECTOR •PROCLAMEMOS, PORTUGUESES, O COMBATE À CORRUPÇÃO-Pág. 60
JOSÉ ANÍBAL MARINHO GOMES
REDACTOR
PORFÍRIO SILVA
JUNHO 2020
EDITORIAL
JOSÉ ANÍBAL MARINHO GOMES
reis de Portugal
D. João V
Filhos
Nascimento – 22 de Outubro de 1689, Lisboa. D. Maria Bárbara (D.Maria Bárbara Xavier Leonor
Teresa Antónia Josefa), Rainha de Espanha
Morte – 31 de Julho de 1750, Paço da Ribeira, (Lisboa, 4 de Dezembro de 1711 – Palácio Real de
Lisboa. Está sepultado no Panteão da Dinastia
Aranjuez, Aranjuez, Espanha, 27 de Agosto de
de Bragança, Igreja de São Vicente de Fora,
Lisboa. 1758. Sepultada no Convento das Salésias Reais,
Madrid, Espanha).
Reinado - 9 de Dezembro de 1706 a 31 de Julho Casou com Fernando VI, Rei de Espanha, filho
de 1750. de Filipe V de Espanha e de Maria Luísa de
Sabóia.
Consorte – D. Maria Ana da Áustria.
D. Pedro de Bragança (D. Pedro de Alcântara
Dinastia – Bragança. Francisco António João Carlos Xavier de Paula
Miguel Rafael), Príncipe do Brasil (Lisboa, 19 de
Cognome – “O Magnânimo”. Outubro de 1712 – Palácio da Torre, Lisboa, 29 de
Outubro de 1714. Sepultado Panteão Real da
Títulos, estilos e honrarias
“Sua Alteza, o Sereníssimo Infante João de Dinastia de Bragança). D. José I de Portugal.
Portugal” (22 de Outubro de 1689 – 1 de D. Carlos (D. Carlos João Manuel Alexandre de
Dezembro de 1696). Bragança), Infante de Portugal, Prior do Crato
“Sua Alteza Real, o Príncipe do Brasil” (1 de (Lisboa, 2 de Maio de 1716 - Lisboa, 30 de Março
Dezembro de 1696 – 9 de Dezembro de 1706). de 1730. Sepultado Panteão Real da Dinastia de
“Sua Majestade, o Rei” (9 de Dezembro de 1706 –
23 de Dezembro de 1748). Bragança).
“Sua Majestade Fidelíssima, o Rei” (23 de D. Pedro III (D. Pedro Clemente Francisco José
Dezembro de 1748 – 31 de Julho de 1750). António), Príncipe do Brasil e Rei Consorte de
Portugal (Lisboa, 5 de Julho de 1717 – Paço de
O estilo oficial de D. João V como Rei era: Nossa Senhora da Ajuda, Queluz, 25 de Maio de
“Pela Graça de Deus, João V, Rei de Portugal e
dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, 1786. Sepultado Panteão Real da Dinastia de
Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Bragança).
Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.” D. Alexandre de Bragança (Alexandre Francisco
José António Nicolau de Bragança), Infante de
Como Rei de Portugal, foi Grão-Mestre das Portugal (Paço da Ribeira, Lisboa, 24 de
seguintes Ordens:
Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Setembro de 1723 – Paço da Ribeira, Lisboa, 2
Cristo. de Agosto de 1728. Sepultado Panteão Real da
Ordem de São Bento de Avis. Dinastia de Bragança).
Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem de
Sant'Iago da Espada.
Antiga e Muito Nobre Ordem da Torre e Espada.
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De D. Luísa Inês Antónia Machado Monteiro «de huma estatura bizarra, e proporcionada, de
D. António de Bragança (Lisboa, 1 de Outubro agradavel presença, magestoso aspecto, olhos
de 1714-Lisboa, 14 de Agosto de 1800. Sepultado grandes, e pardos, nariz quasi aquilino, e todas
no exterior do Panteão Real da Dinastia de as mais feições proporcionadas, agil,
Bragança), Doutor em Teologia, Cavaleiro da desembaraçado, e robuzto. He animado de
Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo. hum espirito vivo, e sublime, com inexplicavel
agudeza, admiravel comprehensaõ nos
De D. Madalena Máxima de Miranda negocios, prodigiosa memoria, com hum
ou da Silva, religiosa no mosteiro cisterciense de conhecimento individual de toda a pessoa, que
São Dinis de Odivelas. Filha de António de huma vez vio, e de inviolável segredo […] nos
Miranda Henriques e de D. Maria de Bourbon. divertimentos moderado, porque o seu mayor
saõ os livros, porém quando entra no da caça
De D. Filipa de Noronha, filha do Marquês de he incansavel, taõ destro na lança, como na
Cascais espingarda» (Sousa, VII, p. 177) «dotado do mais
Criança do sexo feminino (Mosteiro de Freiras agudo entendimento em perceber o que se lhe
de Santa Clara-30 de Maio de 1710, durou propunha. Soube com perfeiçaõ as linguas
poucos meses). Latina, Castelhana, Franceza, e Italiana, sendo
na Portugueza o mais puro, e mais eloquente.
De Madre Paula de Odivelas (Paula Teresa da Teve noticia das partes da Mathematica
Silva e Almeida) convenientes a hum Principe, naõ lhe foraõ
D. José de Bragança (Lisboa, 8 de Setembro de peregrinas as Leys Imperiaes, e Canones da
1720 – Lisboa, 31 de Julho de 1801. Sepultado no Igreja; e no conhecimento dos Ritos, e disciplina
exterior do Panteão Real da Dinastia de Ecclesiastica o mais douto, e versado entre os
Bragança). Doutor em Teologia, Inquisidor-mor. mayores homens desta profissaõ» (Machado,
pp. 45-46).
De D. Luísa Clara de Portugal, “a Flor da Murta”,
dama da casa da rainha. Filha de Bernardo de
Távora de Vasconcelos e Sousa e de D. Maria
Madalena de Portugal.
D. Maria Rita de Bragança (Maio de 1731–1808),
Monja no Convento de Santos, em Lisboa.
De uma senhora francesa incógnita
D. Joana Rita de Bragança
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Viagem ao Brasil
Na segunda quinzena de Fevereiro o Senhor A viagem foi interrompida antes do previsto,
Dom Duarte e sua Filha foram ao Brasil. A devido ao início da epidemia do vírus COVID-19
visita começou com uma breve estadia na no Brasil, mas ainda tiveram a oportunidade
cidade do Recife a fim de rever a família do de visitar a cidade de São Paulo por alguns
grande escritor Ariano Suassuna, que morreu o dias. Nessa cidade, onde foram hóspedes da
ano passado. Durante essa estadia foram Princesa Dona Isabel de Sabóia o Senhor Dom
hóspedes da sua filha, Sra. D. Cristina Suassuna Duarte realizou uma conferência na Casa de
e do seu neto Dr. Gilberto Freyre Neto, actual Portugal a convite do seu presidente, Sr. Dr.
Secretário Estadual da Cultura do estado de António dos Ramos. O tema foi “A influência da
Pernambuco. Língua Portuguesa no mundo”, tendo este
Seguiu-se uma viagem à Região Amazónica evento sido organizado pelo Dr. Durval de
que começou pela interessante cidade de Noronha Goyos.
Manaus e continuou com uma visita à região
do rio Negro. A Infanta Dona Maria Francisca
passou alguns dias em casa dos seus primos
brasileiros no Rio de Janeiro, Príncipes Dom
Alberto e Dona Maritza de Orleans e Bragança
e seus filhos, assim como na vila histórica de
Paraty (RJ), onde foi hóspede do Príncipe Dom
João de Orleans e Bragança.
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Portugueses:
Nas circunstâncias da pandemia que vivemos, reconheço os valores que constituem a alma
portuguesa e que se manifestam hoje com profunda esperança no nosso futuro comum. São exemplo
disso a civilidade e a prontidão com que os portugueses se mostraram convocados para o bem de
todos, visível na tranquilidade e prudência com que se respeitam as instruções das autoridades,
reduzindo o comércio, fechando os escritórios ou limitando ao mínimo indispensável a saída de suas
casas.
Não esqueço as Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo e a forma como nesses locais de
residência e trabalho tão bem têm representado Portugal quando é tão importante ser exemplo.
Uma palavra de enorme respeito e gratidão por todos os médicos, enfermeiros, profissionais da saúde e
de lares que, em condições de grande tensão e cansaço, e grave falta de meios, têm sido inexcedíveis a
cuidar dos doentes do covid-19 e das outras enfermidades, com altruísmo e generosidade, mostrando
bem de que fibra são feitos. Assim também aos cientistas e pesquisadores nacionais que
afincadamente procuram remédio.
Com apreço quero agradecer a todos quantos servem a comunidade que somos, minorando as
consequências das circunstâncias e permitindo um confinamento tão confortável quanto possível -
militares, bombeiros voluntários, forças de segurança, profissionais dos serviços básicos de limpeza,
água, etc., das mercearias e supermercados, farmácias, e tantos outros.
Não esqueçamos o fundamental serviço prestado pelos agricultores. Agora mais do que nunca
percebemos a importância de Portugal poder produzir uma boa parte do que todos consumimos…
Com alegria, vejo também a criatividade e engenho com os quais tantas empresas particularmente
atingidas pela queda brusca da sua actividade se reinventam para acudir a quem mais precisa, criando
propostas onde parecia só haver desalento: cozinhas de hotéis que trabalham para IPSS, restaurantes e
pequenos negócios que fazem entregas em casa, e tantos outros.
A todos quantos se vêem com o seu sustento familiar subitamente interrompido ou diminuído,
manifesto a minha total solidariedade.
Vejo com grande preocupação as muitas famílias que emigraram para Portugal com dificuldades
económicas, em particular as do Brasil, terra Natal de minha Mãe. E fico feliz pelas muitas pessoas que
continuam a ajudar aqueles que, por estarem aqui há pouco tempo, não beneficiam de apoio da
Segurança Social.
Saibam que não estão esquecidos e que, como noutras crises, entre todos havemos de encontrar
soluções para a vossa grande aflição.
Quantos voluntários e instituições caritativas multiplicaram esforços para chegar aos mais vulneráveis e
atingidos, apoiados no reforço financeiro que de outras famílias lhes vai chegando através de
donativos.
A todos os que, enlutados, sofrem a dor da morte nas suas famílias, a minha compaixão.
Nunca como agora se manifestou tão claramente a importância das várias profissões e a honradez do
trabalho de cada um e quanto em sociedade dependemos uns dos outros.
É também nestes momentos em que lutamos contra um inimigo invisível que vemos como os
Portugueses respondem com serenidade. Vemos como um número crescente de pessoas prefere
comprar produtos agrícolas ou industriais produzidos em Portugal, contribuindo para diminuir o
desemprego e a crise económica que ameaça a sobrevivência da nossa economia. As escolhas
inteligentes são cada vez mais importantes para garantir o nosso futuro colectivo!
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Nesta altura em que nos sentimos, de certa maneira, isolados não deixamos de pensar nas pessoas que
estão mais sozinhas e desamparadas.
Havemos de viver esta crise também como oportunidade, firmes na grandeza das inúmeras
qualidades que são as nossas, certos na Esperança que nos foi confiada.
Espero que esta Páscoa e esta provação nos tenha recentrado no essencial da vida e nos conceda a
todos, crentes e não crentes, um espírito de renovação, de Paz e de unidade.
Sua Santidade o Papa Francisco disse que esta pandemia era “uma resposta da Natureza” face ao
nosso comportamento. Que este aviso nos leve a respeitar melhor o ambiente, não esquecendo o
respeito pela Natureza humana que inclui o direito à vida dos mais frágeis.
Peçamos à Imaculada Conceição, Rainha de Portugal, que mais uma vez proteja a nossa Pátria!
Assim também se cumpra Portugal.
Dom Duarte de Bragança
Sintra, 23 de Abril de 2020
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Abstract
A Condessa Maria Droste Zu Vischering – Era alegre e queria que todos, que com ela
nasceu em Munster a 8 de Setembro de 1863, convivessem, fossem felizes.
(Alemanha.) Foi religiosa, no Convento do Bom Mantinha, no seu quarto – hoje transformado
Pastor, no Porto – Rua do Vale Formoso, – onde em capela, – íntimas conversas com Jesus.
faleceu a 8 de Junho de 1899, no dia da festa A seu pedido, com autorização de D. Teotónio
do Sagrado Coração de Jesus. Vieira de Castro – seu confessor, – escreveu a
Leão XIII, para que consagrasse o Mundo, ao
Sagrado Coração de Jesus.
Impressionada pelas cartas da Irmã Maria, e
íntimas conversas com R. P. Lemius, Diretor
Nacional de Montmartre, a Princesa Isabel,
filha de D. Pedro II, resolveu vir a Portugal, no
propósito de erguer basílica, em honra do
Divino Coração.
O local escolhido, era a cidade do Porto, no
Convento onde a Irmã Maria, vivera.
Casa onde nasceu e viveu a Irmã Maria A ilustre e bondosa Princesa, deslocou-se ao
Paço Episcopal do Porto, para expor, a D.
A Irmã Maria – como é conhecida, António Barroso, o seu desejo. Partiu, depois
carinhosamente, na cidade do Porto, – chegou para Lisboa, a fim de cumprimentar a Rainha
a Portugal, a 24 de Janeiro de 1894, vindo a ser D. Amélia.
Superiora do Recolhimento do Bom Pastor.
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Princesa Isabel
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O desaparecimento físico da
dupla Uderzo e Goscinny
grandes monstros da banda desenhada, e a postura de Astérix em relação à
Globalização e às suas nefastas Consequências na Europa
ANTÓNIO MONIZ PALME
Abstract
Globalization, with the mediocre rulers that - Abarcaram, com diáfana leveza e profunda
European countries have, is full of ills that destroy graciosidade, as diferentes facetas regionais, as
Europe, stealing happiness from its inhabitants,
virtudes e os defeitos de cada cultura local,
making it difficult for them to exercise their
customs and religion, in view of the particularities com todas as suas especificidades.
of each territory and each regional culture.
Asterix is quite a symbol of United Europe, against
the separation of the countries of the North and
South and demanding the respect that our
institutions deserve from those who seek us to, at
work, remake their lives here, integrated in our
social principles.
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Panoramix
Abraracourcix
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A Europa tem que definir o essencial da sua própria Esperemos que a actuação negligentemente
cultura e quais os valores fundamentais que têm criminosa dos dirigentes, em relação à
que ser acatados pelos que vêm para a Europa. globalização e à entrada dos imigrantes, se altere
Notem bem, a Europa de Astérix não pretende que e não continue a actuar perversamente por
os que chegam alterem a sua cultura e se arrastamento, apenas através de ineficazes
convertam à nossa religião, mas pretende sem remendos políticos…!
qualquer espécie de dúvida a sua conversão social, Astérix é bem um símbolo da Europa Unida,
através da qual seja respeitada a nossa maneira de contra a separação dos Países do Norte e do Sul e
ser e os nossos hábitos ancestrais. Caso contrário, os exigindo o respeito que as nossas instituições
europeus transformam-se nuns infelizes e uns merecem por parte dos que nos procuram para,
prisioneiros dentro das suas próprias casas, o que no trabalho, cá refazerem a sua vida, integrados
será muito triste, convenhamos…! Se não se nos nossos princípios sociais.Enfim, aos dois
preservarem os direitos dos Europeus de grandes da banda desenhada, Goscinny e Uderzo,
continuarem a viver como querem, com o respeito infelizmente já desaparecidos, tiro
pelos seus valores e tradições, seremos atirados respeitosamente o chapéu, esperando que o seu
para uma inevitável luta pela nossa integridade, Espírito Europeu e a sua mensagem, em prol de
uma espécie de guerra civil com os imigrantes uma Europa forte, continuem vivos na cultura e
prevaricadores, única solução para manter a ordem no coração de cada um.
e o respeito por nós próprios. Como diriam Astérix e
o chefe da sua tribo; - “Que le ciel me ne tombe pas
sur la tête”.
Astérix e a Transitálica
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Abstract Résumé
António de Oliveira Salazar nunca permitiu que os Hipólito Raposo, recusa, em 1930, colaborar com a
monárquicos alcançassem o poder, anulando União Nacional, afirmando que os monárquicos
desta forma e de outras, a importância política D. deviam fazer o mesmo e opõe-se de forma directa
Duarte Nuno. à institucionalização do Estado Novo. Em 1940
publicou “Amar e Servir” onde denuncia, de uma
forma muito dura, a Salazarquia, desferindo um
severo ataque a Salazar, o que lhe valeu a
demissão de todos os cargos públicos que
ocupava e a sua imediata deportação para os
Açores.
Hipólito Raposo
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Vieira de Almeida
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Ribeiro Telles
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Fernando Amado
Mário Saraiva
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Magalhães e Silva
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Francisco Vieira de Almeida Luis Leite Rio
Frederico Guilherme José Pereira de Sá Perry Luís Paulo Manuel de Menezes de Mello Vaz de São
Vidal Payo
Gaspar José Cochofel de Campos Calejo Manuel Alberto Ferraz de Sousa
Gastão Caraça da Cunha Ferreira Athayde PavãoManuel de Carvalho Costa
Gonçalo Fevereiro Manuel de Jesus Carvalho
Gonçalo Pereira Ribeiro Telles Manuel Jorge Fonseca de Magalhães e Silva
Guilherme Gomes Manuel José Cachopo Rebocho
Henrique José Barrilaro Fernandes Ruas Manuel Mascarenhas Novais Ataíde
Henrique Mitchell de Paiva Couceiro Manuel Óscar de Freitas Bettencourt e Galvão
Henrique Queirós Athayde Manuel Paulo Ribeiro de Castro
Henriques Barbosa Manuel Ramos Ferreira
Ilídio João de Almeida Santos Marco António do Nascimento
Isabel Wolmar (Maria Isabel Marques Silva) Monteiro de Oliveira
Jerónimo Barbosa de Abreu e Lima Marcus Daniel Zicale
João Carlos Camossa Nunes de Saldanha Marcus de Noronha da Costa
João Carlos Vaz Serra de Moura Maria Adelina Delacruz Vidal
João Crespo de Carvalho Maria Eliene Santana
João José Melo Lapa Maria Emília Chorão de Carvalho Barrilaro Ruas
João Manuel Bettencourt da Câmara Maria Ester Pereira da Costa Pita
João Marcos Pereira Perry Vidal Maria Joana Delacruz Vidal Braga Real
João Paulo Almeida Monteiro Maria Luiza da Conceição de
João Pedro Maia Loureiro Almeida Manoel de Vilhena
João Pinto Picão Caldeira Maria Ofélia Mafalda de Melo de
João Seabra Portugal da Silveira
Joaquim Barata Navarro de Andrade Mário António Caldas de Melo Saraiva
Joaquim de Almeida Baltazar Mário Coelho
Joaquim L. Espírito Santo de Vasconcelos Mário Emílio de Azevedo
Joaquim Paulo Dias de Aguiar Mário Mendes Rosa
Joaquim Toscano de Sampaio Mário Pessoa da Costa
Jorge Augusto de Melo Azevedo Miguel Martins Leite Pereira de Melo
Jorge Manuel Pujol Figueiredo de Barros Miguel Ramalho Ortigão Nabais e Silva
Jorge Portugal da Silveira Nuno Furtado de Mendonça
José Adriano Pequito Rebelo Nuno Vaz Pinto
José Bernardino Blanc de Portugal Paulo da Costa Dordonnat
José Fernando Rivera Martins de Carvalho Pedro Agostinho de Oliveira
José Hipólito Vaz Raposo Pedro Alves Castanheiro Viana
José Luís Crespo de Carvalho Pedro Manuel Guedes de Paiva Pessoa
José Luís do Amaral Nunes Pedro Manuel Marques Ferreira
José Manuel Le Cocq da Costa e Silva Neves da Pedro Rocha Marques Ferreira
Costa Quirino do Nascimento Mealha
José Mário Soares Dengucho Rafael Castanheiro Freire
José Paulo de Almeida Monteiro Rodrigo Costa Félix
José Vaz Serra de Moura Rodrigo Jorge de Moctezuma Seabra Pinto Leite
Júlio Rosa Rui Ernesto Callaia da Cunha e Silva
Leão Ramos Ascensão Rui Quartin Santos
Luís Carlos de Lima de Almeida Braga Segismundo Manuel Peres Ramires Pinto
Luís Carlos Fernando de Lemos da Câmara Sophia de Mello Breyner Andresen
Leme Victor Manuel Quintão Caldeira
Luís Filipe Ottolini Bebiano Coimbra Wenceslau M. de Lima da Fonseca Araújo
* Agradeço ao Amigo Dr. Augusto Ferreira do Amaral a inclusão de alguns nomes nesta lista, que foi elaborada a partir de diversas fontes tendo por base o Dossier
da Comissão Eleitoral Monárquica - CEM (1973), Convergência Monárquica 1.º ano de acção (1971); Livros das colecções da “Biblioteca do Pensamento Político”,
“Edições de Cultura Monárquica” e Edições Gama (Série A - Política e Clássicos do Pensamento Político Português); Boletins da Liga Popular Monárquica; Lista
Monárquica Candidata às eleições de 12 de Novembro de 1961; “Nas Teias de Salazar, D. Duarte Nuno, entre a Esperança e a Desilusão” de Paulo Drumond Braga,
arquivo pessoal, etc.
Para a elaboração deste artigo, foram também consultados alguns números dos jornais Diário de Lisboa e Capital (mês de Outubro de 1969).
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Abstract
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Abstract
The author, a committed Christian and master of Os seus salões eram frequentados e animados
Militia Sanctae Mariae - Knights of Our Lady, writes por aqueles que haveriam, directa e
about the situation of REVOLUTION in our culture
indirectamente, de lhes cortar a cabeça ou
and civilization. Nothing escapes the moral
revolutionaries by aggressive minorities and with forçá-los ao exílio. Ninguém queria pensar na
power with the media and cultural agents in the força das ideias. No seu poder transformador. E
face of the passivity of the majority. We have to nada ficou como dantes. Em França e por todo
look at the reality of each day. And also the o mundo. A Igreja, os costumes, a política, os
passivity of the citizens. Yes, according to the
bens fundiários e os bens da Igreja roubados,
author, the Revolution is underway and is
overthrowing our entire ancient culture, whose saqueados e vandalizados.
roots are well shaken.
Mots clés: Révolution; Mœurs; Chute de notre O primeiro trabalho dos filósofos foi a
civilisation. demolição dos valores em que assentava uma
civilização. Recordo, o que todos sabem, que
Todos conhecemos este diálogo entre o Duque os Reis de França eram ungidos, um
de La Rochefoucauld-Liancourt e o Rei de sacramental, na Catedral de Reims e que todos
França, o mártir, Luís XVI. Este, quando a 15 de se intitularam “Rei de França”, excepto Luís
Julho de 1789 foi informado que na véspera Filipe, fruto da Revolução e de um Orleães
tinha sido invadida a Bastilha e de lá tirados os regicida, que se intitulava Rei dos franceses, o
poucos malfeitores presos, entre eles um que, no campo espiritual e político é diferente.
célebre marquês de Sade, perguntou ao Conhecem, os meus possíveis leitores, que
duque se era uma revolta e obteve a resposta com a Revolução Bolchevique, em 1917, se
certa e certeira: “Não, Majestade, é uma passou um fenómeno idêntico. Primeiro a
Revolução”. Sim tinha-se iniciado a Revolução destruição das ideias e, a seguir, as marcas
Francesa naquele dia 14 de Julho de 1789. É desse património.
este o marco inicial, mas a dita Revolução Também se lembram da “Revolução Cultural”
tinha começado muitas décadas antes com os de Mao Tsé Tung, na China, que destruiu tudo
filósofos e as ideias que difundiam livremente o que eram “raízes culturais e espirituais” e
mesmo entre a nobreza de alta estirpe. Esta depois os marcos materiais.
tinha aderido total e entusiasticamente.
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Tudo guiado pelo vademecum tutorial das Razão tinha e continua a ter São João Paulo II,
mudanças a fazer e do que havia de demolir-se. O Magno, quando, na Exortação Apostólica Pós-
célebre “Livro Vermelho” que teve tradução e Sinodal “Ecclesia in Europa”, escreveu: «A cultura
devotos nas democracias ocidentais, sobretudo europeia dá a impressão de uma “apostasia
nas camadas cultas que se deleitavam com tal silenciosa por parte do homem saciado, que vive
literatura. Lembram-se do MRPP entre nós e como se Deus não existisse” (n.º 9) ou “… quero
outros movimentos similares cujos corifeus estão recordar a crise da memória e herança cristãs) (n.º
hoje sentados nas cadeiras do Poder político ou 7) ou, ainda “como herdeiros que delapidaram o
mediático?… seu património”» (idem). Os últimos dias foram
Como escreveu Victor Hugo, em “Histoire d`un palco de vandalismo generalizado por todo o
crime”: «Resistimos à invasão dos exércitos; não Ocidente. O nosso tão querido e Mestre Maior da
resistimos à invasão das ideias». A História tem nossa língua, o P. António Vieira, não escapou a
dado razão a Victor Hugo e vai continuar a dar. esta fúria, perante o silêncio de tanta gente
O que se tem passado por todo o Ocidente importante que não perde oportunidade
decadente, decadente porque foi invadido por nenhuma de se mostrar e de perorar sobre tudo, a
ideias a que ninguém se opôs, salvo excepções começar pelo Chefe de Estado que deveria ser o
que foram e são insultadas e anatematizadas garante da nossa Cultura e dos nossos valores e
como da Extrema-direita, fascistas, nazis e símbolos. No Brasil, por exemplo, vandalizaram
quejandos “mimos” segregadores e uma estátua da maior Mulher brasileira na luta
postergadores para o inferno das ideias contra a escravatura, a Princesa Isabel, a que
permitidas pela tirania cultural que nos lava a assinou a Lei Áurea e com este acto maior da
cabeça todos os dias e a toda a hora. Vivemos, não nossa civilização cristã e ocidental perdeu o
tenho dúvidas, um tempo (já com décadas!) de trono.a Grã-Bretanha, atingiram Winston
terrorismo cultural e nenhuma sociedade Churchill, estadista de primeira grandeza. Na
humana escapa a este exercício (da Igreja, à Bélgica, por exemplo, “atiraram-se” a uma estátua
Política ou à Cultura) de demolição insultuosa do do Rei ímpar daquele país, o Rei Balduíno.
nosso património mais respeitável pela idade,
valor intrínseco e simbólico. Nada escapa a este
furor. Temos vergonha do nosso Passado.
Rei Balduíno
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Podemos apagar a nossa História? Não. Não o O que tem sucedido não é uma revolta. É a
devemos deixar fazer seja em nome do que for. Revolução em marcha.
Se alguém, alguma pessoa, não agiu do modo
mais correcto em tudo o fez quando era vivo, a Estamos preparados? Não! Não estamos, nem
nossa atitude não será apaga-lo da História, mas queremos… se estamos, para já saciados pelos
chamar a atenção do que não fez tão bem e bens de consumo, abundantes e descartáveis
sempre com o cuidado de se falar do contexto para não nos “chatearem” quando já não os
cultural, político e espiritual da época em que queremos.
essa personalidade viveu.
Não me venham dizer que são os ignorantes que
A Revolução chegou à luz do dia e está já entre
vandalizam os nossos monumentos ou pedem a
nós.
sua demolição e que sejam arrasados até abaixo
dos alicerces! Não, não são um bando ignaros. É
gente que saiu ou está nas Faculdades
(maioritariamente da área das Ciências
Humanas, como convém ideologicamente
falando) que o povo português paga com os seus
impostos.
Para terminar, e a propósito, permitam-me que sugira a leitura muito atenta de «O COMPLEXO
OCIDENTAL» de Alexandre del Valle (Ed. Casa das Letras, Alfragide, Fev. 2020)… e divulguem esta obra
magnífica.
Capa do Livro
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Reconhecimento do Duque de
Bragança pelo Estado Português
TOMÁS A. MOREIRA
Abstract
Even after the establishment of the Republic in Deposto e exilado, deixara de ser Chefe de
1910, the Portuguese State has always continued Estado e já não reinava, mas para todos
to recognize that the representatives of the continuou a ser El-Rei, até ao momento do seu
historical dynasty of Portugal’s kings deserve a funeral em Lisboa em 1932, realizado com
ceremonial treatment of particular respect.
honras militares e com todas as homenagens
Key words: Recognition; Duke of Bragança; State oficiais por parte do Estado republicano e
Protocol. esmagadora participação popular.
Résumé
Même après la création de la République en 1910,
l’État portugais a toujours continué à reconnaître
que les représentants de la dynastie historique des
rois du Portugal méritent un traitement
cérémoniel d’un respect particulier.
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[1] S.A.R. o Senhor Dom Duarte está ligado a: Fundação Aljubarrota, Instituto da Democracia Portuguesa, Instituto Luso-Árabe, Fundação Inês de Castro, Cultura Sintra,
Confagri, Centro Nacional de Cultura, Associação Portuguesa das Casas Antigas, Associação Amigos de Monserrate, Instituto de Apoio à Criança, Associação das Famílias
Numerosas, Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários de Lisboa e de Sintra, Liga da Protecção da Natureza, Associação Slow Food Alentejo, Turf Club, Grémio
Literário, Real Club Tauromáquico, Liga dos Combatentes, Grupo dos Amigos de Olivença, Real Confraria de S. Teotónio.
[2] “…mesmo aquelas famílias cujos tronos estão vazios e cujas dinastias já não são reinantes, podem exercer um enorme poder de influência e fascínio sobre os
governantes e altos funcionários das repúblicas onde ainda habitam. A sua dignidade intrínseca e o serviço público que prestam aos países de origem, provocam
admiração e aplauso de muitos políticos, tal a identificação e simbologia com a história colectiva que encarnam.” Embaixador José de Bouza Serrano in “As Famílias Reais
dos nossos Dias”, A Esfera dos Livros, 2018.
[3] E o parecer acrescenta: “A esse reconhecimento, associa-se o reconhecimento tácito das restantes Casas Reais do mundo”. E ainda que tem sido “praxis do Estado
Português que os Duques de Bragança testemunhem presencialmente os mais importantes momentos da vida do Estado como algumas cerimónias oficiais,
designadamente aquelas que envolvem a participação de membros da realeza mundial. De igual modo, são os Duques, várias vezes, enviados a representar o Povo
Português em eventos de natureza cultural, humanitária ou religiosa [católica] no estrangeiro, altura em que lhes é conferido o Passaporte Diplomático”. E que “Quanto ao
tratamento por “Sua Alteza Real”, o Protocolo de Estado Português respeita as regras de deferência social e o protocolo internacional, pelo que nas cerimónias em que
participam os Duques de Bragança, e na correspondência oficial que lhe é remetida, é-lhes conferido o mesmo estilo de “SS.AA.RR.”.
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[6] Da intervenção de Nuno Melo no Plenário: “Se há coisa que nos distingue de tantas esquerdas é o profundo respeito - que não é apenas de circunstância - por
instituições fundamentais da sociedade portuguesa. Um respeito que não se declara apenas; um respeito que, para o ser, verdadeiramente, se demonstra, se pratica; um
respeito por instituições que… poderão ser as universidades… ou as Forças Armadas… ou os representantes da antiga família real portuguesa, legado vivo do maior tempo
corrido da nossa História desde a fundação do País… Para além de uma outra evidência: a de que entidades como as que queremos protocolarmente considerar em boa
verdade já o serem. É que a ausência de lei escrita do protocolo do Estado não significa ausência do protocolo do Estado e, até ao presente, essas instituições já vêm sendo
distinguidas pelo protocolo seguido em Portugal há décadas. Daí o facto de o projecto de lei do CDS nem sequer ser peregrino na solução. O nosso projecto limita-se a
consagrar, por escrito, a prática consuetudinária do protocolo nacional e o direito comparado de tantos países que, para muito mais, nos vêm servindo, muitas vezes, de
referência… …os representantes da antiga família real portuguesa já têm estado presentes em inúmeras cerimónias do Estado. Assim vem acontecendo em Portugal, como
fora, noutros países que também são laicos e republicanos… A nós, esta iniciativa parece-nos muito bem. Porque o que está em causa é exactamente o respeito pela nossa
História e, por muito que se esforcem e que queiram, a nossa História não começou a 5 de Outubro de 1910.”.
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Apesar das intervenções favoráveis a esta tese República, começando por pequenos sinais, se
por deputados do CDS e do PSD [7], na versão fossem habituando à presença oficial da
final aprovada para a Lei das Precedências do Família Real, para se irem apercebendo das
Protocolo do Estado Português (Lei nº vantagens da instituição real e em função
40/2006, de 25 de Agosto de 2006) que ainda disso, poderem optar livremente por ir
hoje vigora - não foi incluída qualquer reforçando o seu papel, atribuindo-lhe funções
referência ao representante da dinastia adicionais na organização da Nação. Entre os
histórica portuguesa e ao tratamento objectivos a atingir, o Manifesto dava expressa
protocolar a ser-lhe dispensado. prioridade à “inclusão do Chefe da Casa Real
Mesmo sendo a nova Lei das Precedências no protocolo oficial do Estado”.
totalmente omissa, o Duque de Bragança e os Estas teses foram debatidas no Congresso
seus familiares directos, quando dos Monárquico eleitoral em 2015, levando um
frequentes convites para eventos oficiais conjunto significativo de dirigentes a propor
públicos, continuam a receber um tratamento para o mandato 2015-2018 uma lista, presidida
protocolar de particular respeito. por António de Souza-Cardoso, para a Direcção
No entanto, a ausência de regulamentação Nacional, apresentando como objectivo
conduz a ocasionais mal-entendidos e com político prioritário “baixar os preconceitos
alguma frequência gera situações existentes na classe política e na maioria da
embaraçosas, tanto para os membros da população contra a monarquia e contra a
Família Real, como para as entidades que os instituição real”.
convidam e também para outros convidados. A Moção de Estratégia aprovada definia que “O
Em 2015 divulguei no âmbito da Causa Real objectivo imediato a atingir será formalizar
uma reflexão que designei por “Segundo para o Chefe da Casa Real, no âmbito do
Manifesto Realista”, propondo, “em lugar de regime vigente, um estatuto oficial de
insistir na imediata restauração da Monarquia dignidade institucional e protocolar
em Portugal, optar por etapas e planos correspondente à sua representatividade”.
intercalares para, através de pequenos passos Após confirmação desta estratégia pelos
realistas, sucessivos e complementares, ir órgãos internos da Causa Real, a Direcção
abrindo caminho para uma Monarquia no Nacional apresentou-a e validou-a junto do
longo prazo”. Duque de Bragança, ficando legitimada para
O Manifesto Roialista defende a importância desenvolver as acções necessárias. Sendo-me
de um Rei mesmo em República e apresenta a atribuída pela Direcção a responsabilidade de
instituição real como um potencialmente pilotar esta missão, designou-se uma
valioso complemento para o Estado Comissão e aprovou-se um Plano de Acção
(republicano), devendo este por isso atribuir- detalhado que ao longo de dois anos
lhe uma dignidade institucional divulgámos aos associados da Causa Real nos
correspondente ao seu significado histórico. Congressos, em Assembleias Gerais das Reais
Argumenta-se que, a bem da causa da Associações, através de publicações e de
Monarquia em Portugal a longo prazo, seria numerosas e repetidas informações verbais
importante que os portugueses, mesmo em avulsas.
[7] Os deputados Pedro Quartin Graça e Henrique de Freitas emitiram uma declaração conjunta criticando: “um diploma feito… acima de tudo, com claro propósito de
antagonizar pessoas e instituições com prestígio e tradição na história de Portugal... continua a consagrar o afastamento ou a menorização no Cerimonial do Estado
republicano de cinco importantes instituições com tradição e prestígio em Portugal, a saber: As Forças Armadas, a Igreja, o(s) Herdeiro(s) do Trono de Portugal, os Tribunais e
o Parlamento… mantendo… os mesmos sinais evidenciadores do desrespeito para com estas mesmas instituições e os contributos que as mesmas deram, ao longo de mais
de 800 anos de história, ao nosso País... Igual atitude existiu ao, pura e simplesmente, não incluir na lista de precedências, apagando completamente do Cerimonial do
Estado Português, o(s) Herdeiro(s) do trono de Portugal. Desta forma, esqueceu-se a própria História do País, e tentou apagar o passado, pretendendo desconhecer os
relevantes serviços que este(s) têm prestado à Pátria, quer em sede de representação simbólica exterior, quer como “embaixadores permanentes” de uma Nação que se quer
civilizada e integrada numa Europa desenvolvida e na qual as Monarquias são metade dos regimes políticos existentes. Em suma, a Lei de Protocolo marcada pelo PS, ao
invés de nela reunir o consenso da sociedade portuguesa, que na mesma se devia rever de forma espontânea, é sobretudo marcada pela notória clivagem que os seus
autores com ela pretenderam criar relativamente a importantes instituições nacionais, tentando afastá-las “na secretaria” porque nunca, no passado, o lograram fazer “no
terreno”.”.
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[8] “Propõem acrescentar na Lei nº 40/2006 – “Lei das Precedências do Protocolo do Estado Português” um novo artigo 34º que dirá: “O chefe da Casa de Bragança, quando
convidado para cerimónias oficiais, deverá ser tratado como convidado especial da entidade que tiver, por virtude da mais alta precedência protocolar, a presidência. Ao
cônjuge do chefe da Casa de Bragança é atribuído lugar equiparado ao mesmo, quando esteja a acompanhá-lo.”.
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Para criar condições políticas para uma aprovação A informação sobre este desfecho foi
na Assembleia da República, teria sido necessária, divulgada pela AR em 8-7-2019 e publicada no
nesta fase, uma vaga pública de apoio, alicerçada respectivo "site" da AR, onde ficará, facilmente
nas muitas individualidades de prestígio que acessível ao público, com toda a
assinaram o Manifesto e publicitada pelo documentação de suporte, em:
movimento monárquico e pela Família Real. www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Pa
Tristemente, no momento da verdade houve ginas/DetalhePeticao.aspx?BID=13267
hesitações e até um notório distanciamento por O processo para alteração da Lei, que durou
parte de muitas pessoas que poderiam ter feito a mais de três anos, ficou assim encerrado e
diferença, a começar pelas mais directamente arquivado.
envolvidas na questão. E muitos monárquicos Apesar de não ter sido alcançado o objectivo
entenderam unilateralmente não só não apoiar a desejado, houve efeitos positivos e duradouros:
estratégia da Causa Real, mas manifestar - Foi dada grande visibilidade à questão do
publicamente a sua discordância quanto ao reconhecimento público do respeito devido ao
objectivo da Petição, enfraquecendo Duque de Bragança
dramaticamente a sua posição política e a - O princípio da particularidade do estatuto da
probabilidade de aprovação. Família Real suscitou importantes adesões por
Em 3-7-2019 a Comissão Parlamentar analisou e parte de relevantes individualidades do meio
votou o Relatório. O CDS votou a favor e o PSD político, cultural, social e económico que
absteve-se. Os votos contrários dos habitualmente não apoiam as iniciativas dos
representantes do PCP, Bloco e PS levaram à monárquicos ou até lhes são hostis - a
rejeição da proposta para discussão em Plenário, pretensão não levantou oposições públicas ou
terminando assim o processo de Petição. populares, antes deu lugar a inúmeras
manifestações de simpatia e concordância,
comprovando a popularidade do Duque de
Bragança.
- Todos os argumentos e apoios que foram
aduzidos a favor deste princípio ficaram
registados e poderão ser recuperados quando
vier a ser politicamente oportuno.
- Em qualquer futura revisão da Lei do
Protocolo a questão poderá facilmente ser
repescada e relançada por qualquer deputado.
Assim esperamos.
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RGAM.– É licenciada em que área? E quanto ao RGAM.– Quais são os seus gostos e passatempos?
mestrado?
DMF.- Costumo fazer exercício no ginásio e
DMF.- Sou licenciada em Comunicação pela também comecei a praticar yoga. Anteriormente
Universidade Católica de Lisboa. Quanto ao pratiquei equitação e vela, mas agora não tenho
mestrado, ainda não está definido, mas será tido oportunidade de praticar estes desportos.
provavelmente na área da publicidade ou da Gosto muito de pintar e fotografar. Antes desta
comunicação empresarial. O jornalismo também crise de saúde pública, viajei com o meu pai ao
é uma possibilidade. Brasil, onde estivemos com os nossos primos no
Rio de Janeiro e em São Paulo. Fiquei com uma
grande simpatia pelo Brasil. Fizemos também
RGAM.– Pode-se, então, dizer que, dos três uma expedição à Selva Amazónica, que achei
irmãos, a D. Maria Francisca é aquela com fascinante! Há algum tempo, fui com os pais e
vocação mais artística? irmãos conhecer Timor – é um país
extremamente interessante e simpático. Não
DMF.- Sim, certamente. Também tenho estado a compreendo como há tantos portugueses que
aprender as técnicas da pintura, que é uma viajam para a Ásia e não visitam Timor. Gostaria
actividade de que gosto muito. também de conhecer os outros países de língua
portuguesa.
Na Guiné estive durante o tempo das férias de
RGAM.– Terminado o percurso académico, que verão numa actividade de voluntariado na
profissão pretende exercer? diocese de Bissau. É um país muito interessante,
um povo muito hospitaleiro. Espero poder lá
DMF.- Neste momento já estou a fazer um estágio voltar em breve, para conhecer melhor o interior
numa empresa ligada à nutrição e à saúde e as magníficas ilhas Bijagós.
alimentar, a Nutrialma. Tem sido uma experiência
muito interessante com óptimos profissionais
com quem tenho aprendido muito.
“ JÁ EM PORTUGAL,
HISTORICAMENTE,
TIVEMOS DUAS
RAINHAS, DONA
MARIA I E DONA
MARIA II E
AMBAS
DESEMPENHARAM
MUITO BEM A SUA
MISSÃO EM ALTURAS
ESPECIALMENTE
DIFÍCEIS. ”
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RGAM.– Sendo Infanta de Portugal e filha do RGAM.– Estamos a atravessar a Pandemia da Covid-
Senhor Dom Duarte que, enquanto Príncipe Real 19 provocada pelo novo Coronavírus; como passou a
e Duque de Bragança, é uma figura muito Família Real Portuguesa o confinamento durante o
mediática, a D. Francisca é reconhecida e Estado de Emergência?
interpelada pelas pessoas no dia-a-dia?
DMF.- Tentámos aproveitar o melhor possível o
DMF.- Acho que não sou mediática e felizmente tempo em que ficámos em casa, em Sintra. Claro
não sou reconhecida e interpelada na rua…. É que estávamos muito preocupados com a situação,
em especial conhecendo que tanta gente teve de
verdade que há muitas pessoas que, por boa
ficar fechada em casas sem espaço e sem conforto.
educação, não querem incomodar.
Isso para além de todos aqueles que nem sequer
têm casa.
“É MUITO
IMPORTANTE QUE OS ISSO TAMBÉM É
JOVENS APROFUNDEM VERDADE PARA OS
OS SEUS MENOS JOVENS. É
CONHECIMENTOS DE IMPORTANTE QUE
POLÍTICA E SAIBAM ISSO SEJA FEITO DE
EXPLICAR AS UM MODO ABERTO E
VANTAGENS DAS MODERNO, EVITANDO
MONARQUIAS EM DAR A IMAGEM DE
RELAÇÃO AOS PERTENCEREM A UM
REGIMES CLUBE EXCLUSIVO. ”
REPUBLICANOS.
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RGAM.– O mundo dá muitas voltas e, como dizia DMF.- É muito importante que os jovens
Mark Twain, ‘a história rima’. Na eventualidade da aprofundem os seus conhecimentos de política e
Monarquia ser restaurada em Portugal, como saibam explicar as vantagens das monarquias em
pensa que seria essa Monarquia? relação aos regimes republicanos. Isso também é
verdade para os menos jovens. É importante que isso
DMF.- Obviamente seria como os portugueses seja feito de um modo aberto e moderno, evitando
quisessem e fosse definido pela Constituição. dar a imagem de pertencerem a um clube exclusivo.
Todas as Monarquias actuais seguem essa regra, Essa imagem iria afastar gente muito válida de
outros meios.
enquanto o mesmo não acontece com muitas
Esta Real Gazeta do Alto Minho tem feito um
Repúblicas que têm regimes pouco democráticos
excelente trabalho. Só com verdadeira cultura
ou mesmo ditaduras, especialmente fora da
política poderemos ganhar esta guerra e garantir
Europa.
que Portugal tenha futuro como Nação. Para isso,
gostaria também de recomendar a leitura do livro “A
Liberdade Portuguesa”, com os textos mais
RGAM.– D. Maria Francisca, quer deixar algumas importantes de Henrique Barrilaro Ruas. Foi editado
palavras finais aos monárquicos? há pouco pela Real Associação de Lisboa.
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Luís Correia de Sá
UM MONÁRQUICO DOS ANTIGOS, MAS PARA ESPANTO DE MUITOS,
ANDAVA DESDE ANTES DO 25 DE ABRIL, A CAMBAR PARA A ESQUERDA…!
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Alguns militares presentes já não tinham idade Mal chegámos, mandaram a representação do
para estar na tropa. Estavam encostados sem PPM subir ao primeiro andar para sermos
maneiras às paredes e corrimões, com a barba por recebidos pelo Comandante da Região. Para
fazer, com fardas onde mal cabiam as inestéticas nos impressionar, fizeram-nos entrar numa
banhas. Uma vergonha!. Perante aquele cenário, ampla sala, onde estava Corvacho, imponente,
resolvemos alterar a nossa estratégia. Desistimos sentado pomposamente ao centro, rodeado
da diligência que nos tinha levado até ali e, por uma série de oficiais, postados de pé.
imediatamente, pedimos a todos os partidos Apercebi-me, num relance, que alguns
políticos para fazerem comunicados para a daqueles militares estavam apavorados com o
Imprensa sobre os presos sem culpa formada, o que nos pudesse acontecer. Deduzi que
que conseguimos prontamente, com excepção estavam ali militares que não apoiavam o brig.
do Partido Comunista, como é natural. Além do Corvacho. Bem, voltemos ao assunto. Com a
mais, os líderes partidários escreveram para os voz mais solene e firme que o nervosismo me
responsáveis do MFA a exigir a libertação imediata permitiu, declarei, em nome do PPM, que
dos ilegalmente detidos. Como Freitas do Amaral sabíamos das prisões ilegítimas feitas pelo
se encontrasse no Porto, pressionámos os nossos MFA, sem qualquer fundamento, cumprindo
amigos do CDS para que o seu líder exigisse ser ordens de um determinado partido político.
recebido pelo Corvacho e lhe desse um prazo para Nestes termos, vínhamos avisar o MFA que se
libertar os detidos civis. Ainda por cima, a maior não libertasse as pessoas detidas ilegalmente,
parte dos detidos era militante e simpatizante do no prazo de quarenta e oito horas, seriam os
seu partido. Recordo que Vieira de Carvalho, mesmos tirados da prisão à força. Um dos
antigo presidente da Câmara da Maia, professor e acólitos perdeu as estribeiras e respondeu que
investigador ilustre, era um dos detidos sem culpa a nossa exigência estava mesmo a pedir que
formada. nos metessem todos a ferros. Imediatamente
Mas ao contrário do que era de esperar, o então retorqui que tal era possível, visto que o MFA
líder do CDS desandou a grande velocidade do mandava deter pessoas sem culpa formada.
Porto para Lisboa e de lá escreveu uma carta Demonstrando não estar à espera daquela
formal, em nome do seu partido, a protestar as resposta e da ameaça feita, Corvacho, talvez de
prisões feitas pelo MFA ….! Enfim, são feitios. cabeça perdida pelo meu desaforo, levantou-
O PPM já tinha dado com os pés no MFA uma vez, se e autoritariamente mandou que saíssemos
quando da assinatura do Pacto, que todos os imediatamente do Gabinete, apontando com
partidos, menos nós, acataram. Nestes termos, um dedo a porta e dizendo:-RUA. Após
não ia a nossa gente engolir ter um seu militante cumprimentarmos os presentes com um frio e
preso sem justificação alguma. Tínhamos que cortês aceno de cabeça, saímos com ar
tomar uma atitude drástica. Após participarmos empertigado e solene, vagarosamente como
num comício com o MRPP, no antigo Palácio de convinha, em fila indiana.
Cristal, exigindo a libertação imediata dos presos Nunca tão comprido e longo nos pareceu o
políticos, resolvemos, cara a cara, ir ao Q.G. exigir a caminho da saída. A escada que descemos
sua libertação. E lá fomos. Íamos mentalizados nunca mais acabava e os falsos militares, mal
para o pior. Fomos trajados a rigor, de gravata e fardados, encostados ao corrimão cuspiam e
com o fatinho de ver a Deus. Contactámos chamavam de nomes as nossas mãezinhas e
oficialmente com o Q.G., com a antecedência toda a família sem excepção. Finalmente,
devida, comunicando a visita de uma delegação apanhámos o ar da rua e respirámos fundo.
do PPM, para falar com o Brigadeiro Eurico Estou agora a transcrever o que já escrevi na
Corvacho. Foi constituído um grupo para tal imprensa e num livro publicado.
encontro e todos, sem excepção, foram Deitei-me de costas num canteiro do jardim
prevenidos das possíveis consequências, que fronteiro à porta de armas, para diluir o stress,
incluía a nossa prisão ou até sermos passados enquanto o Luís Correia de Sá,
pelas armas. O Grupo era constituído pelos fleumaticamente, e sem denotar as
Arquitecto Mário Emílio de Azevedo, Eng.º Luís consequências do mau momento vivido, fazia
Correia de Sá, José Vieira Coelho (Conde Paçô reparos ao deplorável fardamento e linguagem
Vieira), José Pedro Alijó e a minha pessoa. dos militares que lá se encontravam.
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Uma vergonha, declarava com o seu ar britânico, No dia seguinte, tivemos a lata de ir à Prisão
tentando trazer a calma a todos nós, de Custoias visitar os presos, informando
nomeadamente ao Paçô Vieira, o mais velho do com pompa e circunstância, que iriam ser
grupo e que pensava que nem lhe iriam dar libertos bem de pressa. Graças a Deus
tempo de se despedir da família. Já se via adivinhámos. Foram todos libertados dentro
encostado a uma parede para ser fuzilado. No do prazo por nós marcado. A coragem dos
meio de uma cigarrada, expressei convictamente elementos daquele grupo não pode ser
a ideia de que tínhamos vencido aquela batalha e esquecida na luta contra os comunistas no
que aquele êxito era a prova de que íamos ganhar Norte, confirmada no 25 de Novembro, por
a guerra contra os comunistas do MFA. Pires Veloso.
Prontamente, o Mário Emílio e o Luís Correia de A fleuma do Luís Correia de Sá e o seu
Sá, seguidos por todos os outros, acabaram por domínio dos sentimentos mais díspares
concordar. Tínhamos feito uma ameaça terrível ao muito ajudou nesta vitória da liberdade
Corvacho e à sua” entourage” e os mesmos não contra o estalinismo.
tiveram coragem de nos responder na mesma Foram comportamentos como o do nosso
moeda, mandando-nos prender. O desafio feito Luís, do Mário Emílio, do Zé Pedro Alijó, do
tinha ficado do lado de lá e não tinha havido uma Paçô Vieira que afastaram da paisagem
resposta concreta e proporcional à nossa incrível política portuguesa o espectro de uma
ameaça. LIBERTAR OS PRESOS À FORÇA. ditadura comunista.
Fotografia do encontro anual, recordado PPM Porto dos anos 70-80 do séc. passado, a 29 de Maio de 2016, na Casa de
Montezelo, Gondomar. De joelhos, da esquerda para a direita: António Abel Pacheco, Armando Prisco, António de Sousa
Guedes e Joaquim Taveira.Em cima da esquerda para direita: Artur Jorge Almeida, Mário Guedes. Luís Correia de Sá,
Maria Elisa Malheiro, António Emílio de Vasconcelos, José Alberto Pinto carvalho, Maria João Vasconcelos, António
Borges Taveira, Paula Marinho e José Aníbal Marinho.
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NOTA INFORMATIVA
A Direcção da Real Associação de Viana do Castelo, com mandato para o triénio
2017-2020, cumprimenta V. Exas, desejando desde já a continuação de um bom
ano de 2020.
A Real Associação de Viana do Castelo tem um plano de actividades e orçamento
para 2020, aprovado em Assembleia Geral, que inclui diversas iniciativas, que vão
desde a organização de conferências à publicação da Real Gazeta do Alto Minho,
órgão oficial de comunicação da Real Associação de Viana do Castelo, do qual
muito nos orgulhamos, e que se pretende sejam executadas com a participação
de todos os associados, simpatizantes e entidades que entendam colaborar, com
o intuito de contribuir e ajudar a dinamizar o ideal Monárquico que todos nós
abraçamos convictamente. Atendendo à necessidade imperiosa que temos em
angariar recursos financeiros necessários ao normal funcionamento da Real
Associação, e tendo em conta que uma das competências da Direcção é a
cobrança de quotas, eu, em nome da Direcção e na qualidade de Vice-Presidente,
venho por este meio solicitar a V. Exas. a regularização da QUOTA DE ASSOCIADO
REFERENTE ao ano de 2020, no valor de 20,00 € (vinte euros), preferencialmente
por transferência bancária, para:
Pedro Giestal
Vice-Presidente da RAVC
FICHA TÉCNICA
TÍTULO: REAL GAZETA DO ALTO MINHO
PROPRIEDADE: REAL ASSOCIAÇÃO DE VIANA DO CASTELO
PERIODICIDADE: TRIMESTRAL
DIRECTOR: JOSÉ ANÍBAL MARINHO GOMES
REDACTOR: PORFÍRIO SILVA
WEB: WWW.REALVCASTELO.PT
EMAIL: [email protected]
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Abstract
‘The Monarchy is worthy in its own right, regardless ‘A Monarquia vale por virtude própria,
of the figure that incarnates it.’ While in the independentemente da figura que a
Republican head of state there is a so-called encarna.’, grafou o Doutor João Pinto Ribeiro
position, a King is institutional, the Crown. It is
essential to defend a true Monarchy, which is
(1590-1649), um dos mais eminentes
different from Realism, which is just the group of Conjurados de 1640, figura-chave na
supporters of a monarch, a royal house, or a suitor. Restauração da Independência de 1640, o
If today there is no place for Absolute Monarchies, Cérebro da Revolução, pois foi o diligente
there can also be no place for absolute republics. intermediário entre os Conjuradores da
History is full of episodes in which the Crown
Nobreza portuguesa que se reuniam no
acted as a brake on elected politicians who tried
to obtain powers greater than those assigned by Palácio dos Almadas e D. João (IV), Duque de
the Constitution and, in the end, the Monarchy Bragança, a quem administrava os negócios
would function as a reserve against dictatorship. da Casa, e que convenceu o hesitante Duque a
aceitar a Coroa Portuguesa dos seus maiores,
Key words: The Crown; Chief of State; King.
sob pena do escol da Nobreza instaurar uma
Résumé república aristocrática como em Veneza.
De facto, uma Monarquia é sempre mais
‘La Monarchie est digne à part entière, quelle que vantajosa para um país, uma vez que na chefia
soit la figure qui l’incarne.’ Alors que le chef de de Estado republicana existe uma fulanização
l’État républicain a une soi-disant position, un roi
do cargo, enquanto um Rei é institucional, pois
est institutionnel, la Couronne. Il est essentiel de
défendre une véritable monarchie, différente du a Coroa vale independentemente da figura
réalisme, qui n'est que le groupe de partisans d'un que a incarna, e como tal a chefatura não fica
monarque, d'une maison royale ou d'un dependente da popularidade, do valor de um
prétendant. determinado presidente, dos seus gostos, dos
Si aujourd'hui il n'y a pas de place pour les
seus humores e, dessa forma, sujeita ao poder
monarchies absolues, il ne peut pas non plus y
avoir de place pour les républiques absolues. pessoal. Para um Monarca o dever prevalece
L'histoire regorge d'épisodes au cours desquels la sobre o querer: recorde-se El-Rei Dom Manuel
Couronne a agi comme un frein pour les II que tinha como divisa ‘Depois de Vós, Nós’,
politiciens élus qui ont tenté d'obtenir des isto é, o dever e a Nação em primeiro lugar, só
pouvoirs supérieurs à ceux attribués par la
depois a Sua vontade. Durante 771 anos de
Constitution et, en fin de compte, la monarchie
fonctionnerait comme une réserve contre la Monarquia Portuguesa El-Rei foi sempre o
dictature. Defensor do Povo e do Reino.
Mots clés: La Couronne; Chef de l’État; Roi.
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Reis de Portugal
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Os Monárquicos não pessoalizam a instituição real A história está repleta de episódios em que a
como os republicanos fulanizam a presidência, Coroa funcionou como um freio aos políticos
pois se o fizessem o Rei ou o pretendente seria eleitos que tentaram obter poderes superiores
apenas o representante dos seus correligionários, aos atribuídos pela Constituição e, assim, em
desses partidários realistas e como tal defenderia último caso, a Monarquia funcionaria como
apenas os interesses desses últimos quando uma ressalva contra a ditadura. Este
subisse ao Trono. Esse partido, que lutasse pelo contrapeso resulta de que uma coisa só é
seu pretendente real, com a ascensão ao trono do superada quando se actua de modo a que tal
seu Rei, seria beneficiado, e isso excluiria a ideia coisa forme com o seu contrário uma unidade:
monárquica, que é justamente uma aglutinação é a tese e a antítese de Hegel. Para haver uma
de forças diversas num país. anulação de uma força negativa política tem
Ora, o Rei não é o Chefe dos Nobres! Muito menos que haver uma força positiva capaz de a
só de alguns! ‘A Nobreza aparecerá à gente moça equilibrar. Ora só um Rei tem essa força e
do meu país como uma realidade eterna, filha da consegue de forma eficaz desempenhar essa
eterna ânsia do sangue para se perpetuar e ser função.
digno. Não é Nobreza a nobreza que esqueceu as Tal não acontece com outro Chefe de Estado
obrigações sociais de sua gerarquia. Não basta que não seja um Monarca, uma vez que existe
usar-se anel armoriado nem ter o brasão lançado essa grande vantagem do Rei, enquanto
no "Livro do Armeiro-Mór do Reyno". Como em entidade real independente, não eleito, não
Portugal não há um "destino", como em Portugal representar qualquer partido político e seus
não há uma "ideia directriz", também em Portugal sectários e com tal não suster qualquer
não há uma "nobreza". Com a Profissão e com a agenda política, podendo assim com o seu
Nobreza é que o Rei de Portugal, - e não o Poder Moderador acautelar a constância
minúsculo rei dum partido! -, empreenderá a dentro da multiplicidade político-social do
restauração da Pátria pela Monarquia.’, grafou país, empecendo à perturbação causada pela
António Sardinha in "Ao Princípio Era o Verbo". política que se adultere. Supra tramas
Hora, se hoje não há lugar para Monarquias partidárias, livre de um calendário político,
Absolutas, também, não pode haver lugar para desprendido de promessas eleitorais, sem
repúblicas absolutas; pois se o Rei seria um de ligações suspeitas com oligarquias, sem
diferentes órgãos do Estado e que exerceria os fraternidade activa com políticos – pois o Rei
poderes que lhe estariam consagrados na Lei não tem partido -, sem solicitudes a favor de
Fundamental do País, os governos republicanos clientelas eleitorais e patronos de campanhas
não podem ter diferente obrigação. que esperam obter mercês e dividendos do
seu “investimento”, o Rei terá a serenidade e a
legitimidade para actuar como moderador
entre as várias facções políticas ou demais
grupos da sociedade civil e colocar-se como
cautela da democracia. Um Monarca jamais se
resumirá a um padrinho de uma legislatura: é
péssimo quando a opinião de um chefe de
Estado coincide sempre com a vontade do
chefe de governo; essa unanimidade é o
primeiro passo para uma ditadura ainda que
com capa democrática.
Aliás, se o Rei que fazia mau uso do poder que
lhe havia sido conferido pela Comunidade, as
Cortes Gerais primeiro, e depois o Parlamento,
também chamado de Cortes, na Monarquia,
dispunham de meios para dirimir o se non
recte faris non es rex, que iam desde a ab-
rogação das regalias reais, pela instituição de
uma Regência, ou mesmo, em último caso
António Sardinha, Alberto Monsaraz e Luís
de Almeida Braga pela deposição do Rei.
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chamaram Grande, talvez pela mortandade que A 1.ª República ou República Velha (5/10/1910 –
provocou, e que custaria a vida de entre Europa e 28/06/1926) foi, também, um período em que a
África a 7.500 militares portugueses. Ao todo só na política interna se destacou negativamente
negra batalha de La Lys morreram 1.643 militares pela deliquescência, pelo sistema do partido
portugueses do Corpo Expedicionário e os que único, o que em último grau comprovou a
não foram mortos ou feitos prisioneiros retiraram impossibilidade de subsistência, por defeito
desorganizadamente para a retaguarda feita de natural, do regímen republicano que foi
trincheiras podres de lama e sangue. 200 mil marcado pela falta de prestígio e enfraquecido
Portugueses foram mobilizados e combateram na por incompetência e impreparação técnica e
Europa e em África, mais de 55.000 no Corpo política, escândalos de corrupção, lutas
Expedicionário Português na Flandres. Ao todo, intestinas, violência, perseguições, censura,
reitere-se, 7.500 soldados portugueses perderam nepotismo, favorecimento, privilégio,
a sua vida e 14.062 foram de alguma forma vítimas despesismo, sem que os criminosos que
da Iª Guerra Mundial, seja como mortos, feridos ou sobraçavam as pastas do poder ministerial
prisioneiros. Além destas baixas foram assumissem as responsabilidades pelos
desmedidos os custos sociais e económicos que próprios erros e ilicitudes. Afonso Costa,
tiveram consequências extremas para a Ministro da Justiça do governo provisório não
capacidade nacional, e, os objectivos que levaram eleito de 5 de Outubro de 1910, anulou as
os responsáveis políticos da 1ª República a derradeiras eleições do constitucionalismo
empurrar a juventude para a guerra saíram Monárquico e no programa político de 29 de
gorados em toda a linha. Agosto de 1911, anunciou o partido republicano
Fernando Pessoa, em 1919, conseguiu, como como o partido único da República. Aliou-se
ninguém, contar essa tragédia em forma de verso: no governo à família Rodrigues, com Rodrigo a
ministro e Daniel como governador civil de
Anda o Povo a passar fome Lisboa, a dupla que fomentou a formiga
E quem o mandou para a França branca. Enfim, apenas um daqueles que
Antero de Quental classificou de ‘garotos’ e de
Não tem barriga para o que come
‘raça pérfida’.
Nem mãos para o que alcança.
Após 16 anos, cuja contabilidade não mente,
Os ladrões já não andam na estrada, com 35 mil mortos, mais de 17 mil feridos e
Moram na pele dos ministros. prisioneiros na Grande Guerra - sangrenta e
que não era portuguesa -, 7 parlamentos, 8
Não é português quem come presidentes, 45 governos, 2 juntas militares, 1
À custa do português pobre. Junta Governativa do Reino de Portugal com a
Restauração da Monarquia Portuguesa no
Nasceram aqui porque tinham célebre movimento Monarquia do Norte
Que nascer em qualquer parte.
cortada violentamente em 1919, 1 governo de
excepção, 1 greve geral brutalmente reprimida,
É inglesa a constituição,
E a república é francesa. revolverismo de Formiga-branca e Formiga-
É de estrangeiros a Nação, negra, centenas de milhares de crimes
Só a desgraça é (que é) portuguesa. políticos e ajustes de contas, fuzilamentos,
noites sangrentas, atentados, prisões
Venderam Portugal arbitrárias, tortura… caía de podre a corrupta
Para ter dinheiro em notas. Primeira República ou República Velha.
Meteram-nos na guerra a mal
Por isso, o Coup… a Revolução do 28 de Maio se
Só para termos derrotas.
fez sem um tiro, só com um desembainhar de
Não nos davam de comer, espadas aclamado pelo Povo.
Nós é que éramos a comida, A República Velha foi, portanto, nas palavras
Para eles poderem viver do historiador Douglas L. Wheeler a ‘parteira
Que lhes estorvava a nossa vida? do mais longo sistema europeu de
sobrevivência autoritária’. Bem sabemos que
Metade foi para a guerra, o mundo gira e que, mais do que se repetir, a
Metade morreu de fome, História rima.
Quem morre, cobre-o de terra.
Quem se afoga, o mar o some.
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Apesar da base comum do existencialismo poder No século XX, para além dos ateus, há também
ser encontrada através da descrição de detalhes existencialistas cristãos. O existencialismo
concretos de personagens e situações específicas, assume uma força importante na teologia,
em romances e peças de teatro, o filósofo só pode tanto protestante quanto católica, assim como
ser considerado existencialista se tentar fazer na filosofia. O movimento filosófico localiza-se
afirmações gerais sobre a condição humana na Europa, nomeadamente na Alemanha e na
(mesmo se esta afirmação consiste em negar a França, tendo muito menos influência, por
possibilidade ou a importância de outras exemplo, sobre os países de língua inglesa.
afirmações de carácter geral!) – citamos Apesar de podermos apontar as suas origens
Stevenson. em Soren Kierkegaard (1813-1855) e em
Outro factor a destacar e que nos é revelado nesse Nietzsche (1844-1900), teremos que ter em
texto é o de que, apesar das diversas formas de linha de conta a influência do método da
divisão das filosofias existencialistas, a mais radical “fenomenologia” do filósofo de língua alemã
assenta sob o ponto de vista religioso e ateu. E são Edmund Gustav Husserl (1859-1938), método
citados Kierkegaard (considerado o primeiro filosófico que tentou encontrar um ponto de
existencialista moderno) que, tal como Marx, partida não problemático através da descrição
rejeitou o sistema teórico abstrato como sendo dos “fenómenos” tais como eles parecem ser,
uma grande mansão onde não se vive na sem nenhum pressuposto de como eles sejam
realidade, e sustentou a importância suprema do na verdade. Segundo Stevenson, Husserl
indivíduo e das suas escolhas, distinguindo as três provocou dessa forma uma viragem
principais formas de vida — estética, ética e subjectiva, quase psicológica na filosofia,
religiosa; Nietzsche (considerado agressivamente transformando-a no estudo da consciência
ateu), sendo que o seu traço mais característico é humana. Outra das grandes referências é
a sua ênfase na nossa liberdade em mudar a base Martin Heidegger (1889-1976), o mais
dos nossos valores, e a sua visão do “super- importante filósofo alemão, cuja preocupação
homem” do futuro, que rejeitará os actuais valores central é a existência humana e a possibilidade
passivos, baseados da religião, por valores mais de uma vida “autêntica” quando se encara a
reais baseados numa humana “vontade de própria posição no mundo a inevitabilidade da
potência”. própria morte – citamos.
É, pois, através desta nossa primeira
deambulação filosófica que melhor podemos
compreender o conceito existencialista em
Jean-Paul SARTRE e, ao mesmo tempo, servirá
de mote às nossas próximas crónicas, aqui na
Real Gazeta do Alto Minho.
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Proclamemos, Portugueses, O
Combate à Corrupção!
PAULO DE MORAIS
PRESIDENTE DA FRENTE CÍVICA
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Esta estratégia tem de obrigar à simplificação de Os condenados devem ainda ser obrigados a
toda a legislação de impacto nos maiores devolver, até ao último euro, os activos que
negócios (urbanismo, obras públicas, contratação retiraram à sociedade, por via de fenómenos
pública…), por forma a eliminar os alçapões que de corrupção e conexos.
favorecem o incumprimento, de modo a retirar Esta estratégia só surgirá se houver vontade
poder discricionário às entidades administrativas política; e esta terá de ser induzida por um
e a impor total clareza na implementação da grupo de valorosos patriotas que a
legislação. Mas também se deve exigir uma estabeleçam. Onde estão eles? E a estratégia
actuação célere da Justiça, eventualmente através de combate à corrupção só terá sucesso com o
da criação de Tribunais especializados. Esta apoio generalizado da opinião pública, dos
intervenção do judiciário deve ir no sentido de cidadãos que exaltem – tal como nos ensina o
julgar com celeridade, absolvendo ou “Hino da Carta” – a “Divinal Constituição” e
condenando, os suspeitos de corrupção. Os proclamem também, em uníssono, o “combate
condenados devem cumprir efectivamente as à corrupção”.
suas penas, sem poderem utilizar manobras
dilatórias que os mantêm eternamente em
liberdade.
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ASSEMBLEIA GERAL
A Assembleia aprovou também por unanimidade,
Presidente – Eng.º Francisco Silva de Calheiros o Plano de Actividades para 2020, ficando o seu
Menezes (Conde de Calheiros) cumprimento dependente da evolução da
Vice-Presidente – Dr. José Diogo Leite Marinho pandemia.
Falcão Gomes Do Plano de Actividades, para além do reforço da
Secretária – D. Maria do Carmo Fernandes Ferreira organização interna, destacamos a realização do
Pinto concurso escolar subordinado ao tema “A
Suplente – Dr. António Pedro Palmeira e Álvares Importância do Recontro de Valdevez para a
Pereira de Lima Formação de Portugal”, em colaboração com o
GEPA (Grupo de Estudos do Património Arcuense),
para o ano lectivo 2019/2020.
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Na sequência dos anteriores “Roteiros pelo Alto Bacelar de Vasconcelos, professor na Escola
Minho” que consistem em visitas a locais e de Direito da Universidade do Minho e
monumentos históricos do Alto Minho, foi Deputado da Assembleia da República desde
aprovada a continuidade da iniciativa, desta vez 2015, pelo partido socialista.
no concelho de Monção: “Circuito pelas Terras de Consta também do Plano de actividades a
Deu-la-Deu”. realização de umas “Jornadas sobre saúde
Do plano consta a realização de mais uma tertúlia pública” a realizar conjuntamente com a Causa
“Reais conversas com…”, cujo temo será sobre a Real.
chefia de Estado. Aprovou-se a dinamização da página da
Também foi aprovada a realização do “Jantar dos internet bem como o aprofundamento das
Conjurados” a realizar em Arcos de Valdevez, no redes sociais, com o intuito de fornecer
dia 30 de Novembro em colaboração com o GEPA informação útil aos associados e público em
- Grupo de Estudos do Património Arcuense geral, interligar os parceiros da network
(conta também com o apoio da Real Associação colaborativa, bem como a participação em
de Braga) onde se procederá à entrega dos iniciativas onde seja possível divulgar,
prémios aos vencedores dos Concursos Escolares, promover e defender a instituição real,
atrás referidos. Este evento contará com a corporizada na Coroa e nas tradições de
presença como palestrante do Prof. Dr. Pedro Portugal.
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