12 Resenha

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Vingadores: Ultimato é a conclusão de uma saga de 22 filmes e

80 anos de histórias em quadrinhos, que levou 11 anos para ser


contada no cinema

Ronaldo Gogoni  33 semanas atrás

Vingadores: Ultimato fecha as cortinas da primeira grande


megassaga da Marvel nos cinemas. Um projeto que consumiu 11
anos, se estendeu por 22 filmes e rendeu bilhões de dólares
à Disney está sendo encerrado agora, com velhos amigos dando
adeus, e passando a tocha para uma nova geração de heróis, que
viverão novas aventuras nos anos que se seguirão, para a nossa
alegria.

 Resenha — Capitã Marvel, ou: Thanos não se sente tão


bem...
 Crítica — Vingadores: Guerra Infinita (sem spoilers)

Afinal, a Marvel e a Disney fecharam a Saga do Infinito com chave de


ouro? Descubra na resenha sem spoilers a seguir.

"E houve um dia como nenhum


outro..."
A trama de Vingadores: Ultimato se passa poucos dias depois do fim
de Guerra Infinita: Thanos conseguiu o que queria, matou metade
da população do universo e boa parte dos heróis que tentou
impedi-lo, em vão. No entanto, surge uma possibilidade de reverter
o que aconteceu, graças a dois fatores ausentes no conflito anterior:
a Capitã Marvel (Brie Larson) e o Homem-Formiga (Paul Rudd).
Discutir muito mais coisas além disso significaria entregar elementos
do enredo importantíssimos, e acredito que a surpresa ao chegar na
sala de cinema faz parte da experiência. O que pode ser dito é:
TODAS as teorias ventiladas na internet estão erradas. Todas, sem
exceção.

O que dá para discutir, e isso já foi mostrado nos trailers, é o


sentimento de derrota que abateu não só os Vingadores, mas todo
o mundo: as pessoas desistiram de tudo ao perderem seus entes
queridos, e não conseguem seguir em frente. A humanidade...
estagnou.

Mas como este é um filme de ação, baseado em heróis de


quadrinhos, espere por muitas reviravoltas, piadinhas, um pouco de
drama e batalhas épicas, que colocam as de Guerra Infinita no
chinelo, e ficam no mesmo nível de grandiosidade do confronto final
de Aquaman, curiosamente, o filme mais "ao estilo Marvel" que a DC
já lançou.

All Good Things...


Após mais de uma década, a Disney e a Marvel chegaram à
conclusão que é hora de contar novas histórias, e para
isso, Vingadores: Ultimato está sendo o filme de despedida de pelo
menos dois atores: Robert Downey Jr. e Chris Evans estão pela
última vez dando vida a Tony Stark/Homem de Ferro e Steve
Rogers/Capitão América, e o arco pessoal de cada um deles é
fechado de forma comovente, alinhada com tudo o que ambos
representam.
Os heróis que ficam serão inevitavelmente acompanhados de uma
nova geração de heróis e vilões, com a Marvel podendo explorar
novas oportunidades. Ela já faz algumas brincadeiras nesse sentido,
e deixa pontas soltas propositais para promover conteúdos futuros
já confirmados. Isso sem contar a possibilidade de integrar os heróis
da Fox, como os X-Men e o Quarteto Fantástico, rebootando ambos
para serem incluídos no MCU.

Tecnicamente, Vingadores: Ultimato é primoroso. O nível dos efeitos


está anos-luz do que vimos em Homem de Ferro, as piadinhas ainda
estão lá, hora sutis (como um indireta da Natasha pro Banner), e
outras mais escrachadas. Há também o fato de que a Marvel deu um
jeito de revisitar boa parte de seus filmes anteriores, mas de novo,
dizer mais do que isso é spoiler.

O único problema, é que o filme é longo demais. Alguns problemas


poderiam ter sido resolvidos mais rápido, e para mim, três horas
parece ser um pouco demais. Eu acredito que 150 minutos seriam
suficientes, mas como este filme é uma festa de despedida do início
ao fim, ele é recheado de fanservice, para alegria de todos nós, e
desespero de quem só assiste filmes de países sem luz elétrica e
água encanada.

Tem Stan Lee?


Adivinha...

Tem cenas pós-creditos?


Isso é spoiler. O que posso dizer é: aguarde e confie.

Conclusão
Vingadores: Ultimato é a conclusão épica de uma história que levou
oito décadas de HQs e 22 filmes para ser contada nos cinemas, mas
mais importante: ela foi contada da maneira certa. Para a minha
geração, que veio de uma época onde não dava para fazer algo
assim porque não tínhamos a tecnologia, ou porque ninguém queria
gastar tanto dinheiro com filmes baseados em quadrinhos (ou
ambos), foi um período de trevas, onde uma obra boa era
acompanhada por uma baciada de outras ruins.

Para cada Superman: O Filme, que me convenceu que um homem


podia voar, havia três Superman IV e mais um Supergirl (o com a
Helen Slater, não a série atual, que é excelente); para cada Batman:
O Filme, cinco Liga da Justiça da América; para cada Blade,
dois  Geração X.

As pessoas costumam dizer que o ponto de virada foi X-Men (1999),


mas sendo bem sincero, ele era um filme que economizava muito
em efeitos (a Tempestade mal voava); o que bateu o martelo e disse
"agora vai" foi o Homem-Aranha do Sam Raimi, e de lá para cá, só
ganhamos. Hoje temos uma árvore que fala e um guaxinim, um Hulk
fiel às HQs, homens de armadura, supersoldados, reinos ocultos
avançadíssimos com tecnologia nível Star Trek, e mulheres brilhantes
que detonam naves espaciais na base da porrada.

E melhor, nada disso parece galhofa na tela. Está tudo como era nas
HQs, só que com (muitos) milhões de orçamento e técnicos de
primeira por trás.

Vingadores: Ultimato é o filme que eu esperei a vida toda para ver:


um confronto épico tal qual as grandes histórias escritas por gente
como Stan Lee, Joe Simon, Neil Gaiman, Bill Mantlo, Chris
Claremont, Walt Simonson, Ed Brubaker e etc., e desenhadas por
magos como Jack Kirby, Steve Ditko, John Buscema, John Romita,
Bill Everett, Jim Steranko, George Pérez, Bill Sienkiewicz, Barry
Windsor-Smith, Joe Quesada e tantos outros, sem restrições
orçamentárias, sem economizar em momentos "uau!", como toda
megassaga deve ser encerrada.

 Stan, The Man — Um tributo

Este filme é um presente não só para quem curte HQs de heróis,


mas para todos que apreciam entretenimento de qualidade, e que
também passam importantes valores e mensagens, como Stan Lee
bem disse uma vez: "uma história sem uma mensagem, mesmo que
subliminar, é o mesmo que um homem sem alma".

E que venham os X-Men e o Quarteto Fantástico no MCU. Excelsior!

Nota:
Seis de cinco Jack "The King" Kirby e Stan "The Man" Lee.

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