Compreendes o Que Les - Volume - I - Apocalipse

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Compreendes o que lês?

(Volume I – Apocalipse)

Prefácio
“E que desde a infância sabes as sagras letras que podem tornar-
te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda Escritura é
inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para
a correção, para a educação na Justiça, a fim de que o homem de
Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”
(2 Timóteo 3:15-17).

H
á muito tempo venho guardando no coração o desejo de escrever um livro, como este que ora
apresento. Buscava ao Senhor pela concretização deste anelo, por saber que seria de grande
benefício para o Corpo de Cristo, a Igreja.
Há alguns anos atrás, num encontro de professoras e professores - eu era o único professor - da
Escola do Reino, realizado na cidade de Senhor do Bonfim (BA), compartilhei com os presentes o que
pensava sobre o ensinamento às crianças, e também aos adolescentes e jovens. Comentei, citando
algumas palavras de John Robert Stevens, que as crianças (incluindo-se os adolescentes e jovens)
deveriam receber todo o ensinamento das Escolas do Reino fundamentado na Bíblia. Por exemplo, na
aula de Português, textos da Bíblia podem ser utilizados para análise e interpretação. Podem-se estudar
os vários estilos literários que compõem as Escrituras como: poesia, poema, parábola, provérbio e cartas;
ainda a parte gramatical, como os tipos de discurso: narração, diálogo, dissertação e descrição.
Porém, a Bíblia seria utilizada não apenas na disciplina Português, como também em outras, por
exemplo:
Matemática: existe uma ciência chamada numerologia, que estuda o significado dos números, e
ainda há a numerologia bíblica. As crianças, adolescentes e jovens precisam saber o significado espiritual
e filosófico dos números. Isso porque a matemática, com todas as suas equações e teoremas, foi
concebida a partir de princípios espirituais, que refletem em diversas outras áreas do conhecimento.
História: seriam transmitidos todos os fatos históricos fundamentando-os nas Escrituras, como o
faço no capítulo deste livro sobre o Apocalipse. Os fatos históricos seriam observados do ponto de vista
profético e divino.
Geografia: a geografia é a ciência que estuda a organização do espaço e as interações do Homem
com o meio, nas dimensões econômicas, política, bio-natural e ideológica-cultural. No próximo volume,
desta série “Compreendes o Que Lês?”, estudaremos o Livro de Gênesis, onde observaremos, por
exemplo, a origem do Sistema Solar e da Terra, a origem do Homem, formação dos continentes,
surgimentos dos povos/nações e como a humanidade, com o decorrer dos Séculos, se organizou na
superfície do Globo.
Línguas: Neste ponto seria muito proveitoso o estudo do hebraico e, principalmente, do grego.
Pode-se ainda estudar o inglês, fazendo-se tradução de textos bíblicos e da Palavra Viva nesta língua.
Além disso, por nossas traduções da Bíblia ser de um excelente nível linguístico, os alunos assimilariam
um bom conhecimento da língua portuguesa.
Além destas disciplinas, pode-se extrair muito da Bíblia para ensinamentos em outras matérias,
como, por exemplo: Biologia, Arqueologia, Saúde/Higiene, Educação Moral etc.
Isto tudo, porém, não perdendo de vista a inspiração divina das Escrituras e o seu caráter
sobrenatural.
Deve-se, portanto, adequar cada ensinamento a uma determinada faixa etária, tendo-se como
padrão o que é dito em Deuteronômio 31:9-13. Nesta passagem, o Senhor ordena que as Escrituras
fossem lidas publicamente, para toda a nação de Israel, num período de sete em sete anos. Isso porque, a

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

cada sete anos, aproximadamente, o ser humano passa por um processo de transformação e reestruturação
de sua personalidade. Sendo assim, tendo recebido os ensinamentos bíblicos adequados às suas
necessidades, a personalidade da criança, do adolescente e do jovem estaria sendo formada e abalizada
nas verdades bíblicas. Este processo é comentado por John Stevens numa Palavra gravada e intitulada:
"Criando Gênios".
Se os assuntos tratados aqui - e nos volumes seguintes - forem bem compreendidos, pode-se
aplicá-los como ensinamentos às crianças (a partir de uma faixa etária adequada), adolescentes e jovens.
Desta forma, este livro pode ser utilizado como um excelente “manual de referência" para confecção de
planos de aulas e planejamento escolar.
Embora haja este desejo de ensinar a Bíblia às crianças, aos adolescentes e aos jovens, ao
escrever este livro, também, estou pensando em todo o Corpo de Cristo.

Sobre este volume


Neste livro (Compreendes o que lês? - Volume I) apresento alguns princípios de interpretação que devem
ser observados quando se estiver estudando a Bíblia. Não pretendo esgotar o assunto, mas coloco alguns
pontos que servirão de base para a compreensão dos textos bíblicos. No Anexo I, há uma relação de
livros de consulta e pesquisa que são essenciais para todos aqueles que querem se aprofundar no estudo
das Escrituras. Seria proveitoso que as igrejas locais criassem uma biblioteca e adquirissem estes livros,
que ficariam à disposição dos irmãos, para consulta e estudo.
A razão de estudarmos aqui as Parábolas e depois o Livro de Apocalipse, é que, pelo fato de
analisarmos as parábolas primeiramente, o estudante irá compreender, pela aplicação prática, a discernir o
Paralelismo Hebraico, estilo literário largamente utilizado em toda a Bíblia. Isto facilitará o
entendimento do Apocalipse, que foi escrito tendo como base o Paralelismo. Entretanto, se você quiser
começar o estudo pelo Livro de Apocalipse não deixe de ler o Capítulo 1, pois os assuntos tratados neste
capítulo serão de suma importância para a compreensão deste Livro.
Depois de ter lido todo o livro de Apocalipse, você irá compreender o porquê Deus concedeu a
unção para redigi-lo justamente nestes dias de grandes mudanças que estão acontecendo na Humanidade.
O meu desejo e oração é que o Espírito Santo gere mais fome pela Palavra Viva de Deus em seu
coração.

Raimundo Barreto da Silva


Rio Claro (SP), novembro de 1991
[email protected]

Segunda Edição
Garanhuns (PE), Novembro de 2014

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Introdução
“Eis que um etíope, eunuco... que viera adorar em Jerusalém,
estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta
Isaías. Então disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro, e
acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías, e
perguntou: Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como
poderei entender, se alguém não me explicar? E convidou Filipe a
subir e a sentar-se junto a ele” (Atos 8:27-31).

E
xiste em nossos corações muita vontade de compreender a Bíblia, pois temos a necessidade vital
de entendermos a Palavra de Deus. No entanto, muitos de nós nos encontramos como o etíope da
passagem citada acima, insaciáveis, pois não há quem nos ensine as Escrituras.
É compreensível que todos nós enfrentemos dificuldades para compreender a Bíblia,
primeiramente porque Ela traz em si muitos mistérios, que são revelados por Deus em tempo oportuno.
Fora isso, por vezes nos deparamos com outras espécies de obstáculos como, por exemplo, para
compreender o aspecto cultural que envolve os textos, o seu contexto histórico, discernir a interpretação
adequada para os diversos estilos literários (como os livros proféticos, os provérbios e as parábolas) e
muitas vezes até para entender algumas das palavras que são encontradas em nossas traduções.
Entretanto, é do interesse e missão do Espírito Santo nos guiar em toda a Verdade. Assim como o
Espírito dirigiu Filipe até a presença do etíope para poder ajudá-lo a compreender as Escrituras, ainda
hoje, o mesmo Espírito, desempenha grande esforço a fim de esclarecer-nos a Bíblia. Contamos com o
dom da presença do Espírito Santo, que nos foi dado para ajudar-nos a trilar os caminhos que nos levam
ao conhecimento de toda a Verdade.
Por outro lado, há um esforço que precisamos fazer para compreendermos a Bíblia: o esforço da
dedicação. Alguém já disse que não há revelação ou entendimento da Palavra, sem que haja dedicação.
Quando nos aplicarmos diligentemente a estudar a Bíblia, meditar e ouvir o Espírito do Senhor,
certamente alcançaremos o pleno conhecimento da Verdade.
Em Atos 17:11, o apóstolo Paulo elogia os crentes da cidade grega de Beréia pois estes
“...receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas
eram de fato assim”. A palavra grega traduzida por “examinando” é anakrinõ, e significa esquadrinhar,
fazer uma pesquisa cuidadosa e exata, como nos processos legais. O exame feito por eles não era
superficial. Eles faziam sondagens cuidadosas para confirmar se era verdade aquilo que Paulo e Silas
estavam ensinando, à base das Escrituras, sobre Jesus como o Messias há muito prometido.
Semelhantemente, seguindo o exemplo dos nossos antigos irmãos bereanos, é importante que nós
não somente leiamos a Bíblia, mas também a estudemos - “examinando cuidadosamente” - de modo a
entender o significado do que é dito. Fazendo assim, nós também nos tornaremos como Timóteo, pessoas
aptas a “salvar tanto a nós mesmos como aos que nos escutam”. Se não encontramos a Verdade nas
Escrituras - que é a própria Pessoa de Jesus Cristo -, não teremos firmeza de fé, nem a Vida, e ainda não
poderemos ajudar outras pessoas a encontrarem a Verdade. Para acharmos a Verdade é necessária uma
busca diligente na Palavra. Observe as seguintes passagens:

“Examinai as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas
que testificam de mim” (João 5:39).

“Medita estas coisas, e nelas sê diligente (dedicado), para que o teu progresso a
todos seja manifesto. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua (persevera)

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus
ouvintes” (1 Timóteo 4:15, 16).

“Por isso vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Pois todo o que pede recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á”
(Lucas 11:9, 10).

Leia também a passagem de João 1:45-48. A expressão “debaixo da figueira”, utilizada no texto,
ilustra que Natanael era um verdadeiro israelita, um crente que meditava e buscava compreender as
Escrituras, ele buscava a Vida Eterna.

Com esta motivação no coração, vamos iniciar os nossos estudos.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Capítulo 1
A Estrutura Literária da Bíblia

A
palavra Bíblia vem do vocábulo grego Biblia (Biblia), e significa literalmente LIVROS. Fato
curioso é que este vocábulo na língua grega, tanto pode ser plural neutro, como também
feminino singular. Sendo assim, como plural neutro ele ressalta a PLURALIDADE quanto aos
diversos livros das Escrituras. E como singular feminino ele evidencia maravilhosamente a UNIDADE do
volume, apesar da pluralidade de livros. Explica-se assim a pluralidade na unidade. A Bíblia é ao mesmo
tempo uma BIBLIOTECA e UM LIVRO.
Por esta razão, é muito importante sabermos identificar a estrutura literária na literatura bíblica.
Existem vários tipos literários (os gêneros literários) que compõem a Bíblia. Há diferença real entre um
salmo, de um lado, e uma epístola, do outro lado. Precisamos ler e estudar os livros poéticos como
poemas, as Epístolas como cartas e assim sucessivamente. Há muita diferença literária entre o Livro de
Apocalipse e os livros históricos como: 1 e 2 Samuel.
Os livros poéticos do Antigo Testamento, juntamente com a maioria dos livros proféticos e
muitas passagens dos outros livros, fazem uso extensivo do PARALELISMO HEBRAICO1. Este
artifício literário é construído a partir do uso de duas linhas que as relacionam entre si de alguma forma
especial. A segunda linha pode ser sinônima da primeira, caso em que é chamado “paralelismo sinônimo”
(p. ex., Salmos 1:5; 2:3; 59;1; Isaías 44:22). Quando a segunda linha é o oposto da primeira, a parelha de
versos é chamada de “paralelismo antitético” (p. ex., Salmos 1:6 e 20:8). A segunda linha também pode
ser o clímax da primeira, ou uma ilustração da mesma, ou completá-la de uma forma que seja mais
sentida do que entendida. Este paralelismo é algumas vezes chamado de “sintético” (Salmos 1:2; 9:8;
27:1; 55:6).
Tendo este paralelismo de duas linhas como ferramenta, os poetas do Antigo Testamento
desenvolveram três estilos literários básicos para relacionar estas partes separadas do paralelismo. Estes
estilos são chamados de Paralelismo Padrão, Paralelismo Invertido e Paralelismo em Degrau. Estes
três artifícios literários ocorrem todos em Isaías 55:6-11. Neste caso o paralelismo pode ser visto
claramente, mesmo em uma tradução portuguesa como a ARA. Vamos destacar cada um deles.

Paralelismo Padrão
(Ex.: Isaías 55:6, 7)

A Buscai o Senhor enquanto se pode achar,


A invocai-o enquanto está perto.

B Deixe o perverso o seu caminho,


B o iníquo os seus pensamentos;

C Converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele


C e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.

1
Este texto sobre o Paralelismo Hebraico e o conteúdo dos Capítulos 2 e 3 a seguir, foram extraídos do
livro A Poesia e o Camponês (Uma análise literária-cultural das parábolas em Lucas), conforme
mencionamos no Anexo I – Bibliografia Sugerida.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Aqui o autor começa com três parelhas de paralelismo padrão. Em cada caso o tema exposto na
primeira linha é repetido na segunda. Note que a segunda linha é sinônima da primeira, você pode
constatar isso observando as palavras em itálico: buscai / invocai-o; caminho / pensamentos;
converter-se / voltar-se.

Paralelismo Invertido
(Ex.: Isaías 55:8, 9)

A Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,


B nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor.
C Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra,
B assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos,
A e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.

Ainda estamos lidando com pares de linhas, mas o autor as colocou em ordem diferente (como se
pode ver facilmente observando-se os itálicos). O tema de “meus pensamentos/vossos pensamentos”
ocorre no começo e é repetido no fim (A). O tema de “meus caminhos/vossos caminhos” ocorre na
segunda e quarta linhas (B). A ilustração/parábola dos céus e da terra ocorre no centro (C).
Observe ainda a repetição deliberada da palavra “altos”. A repetição dessa palavra enfatiza o
tema central do poema: Iavé é Deus e habita nos altos céus, logo, seus pensamentos e caminhos são mais
altos (elevados ou nobres) que os pensamentos e caminhos dos homens, daí a necessidade de sua
conversão ao Senhor.
Note que continua a ser usado o paralelismo, mas neste caso é paralelismo invertido.

Paralelismo em Degrau
(Ex.: Isaías 55:10, 11)

Este caso pode ser visto melhor quando escrito como segue:

A Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus,


B e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra
C e a fecundem e a façam brotar
D para dar semente ao semeador e pão ao que come,
A assim será a palavra que sair da minha boca;
B não voltará para mim vazia,
C mas fará o que me compraz,
D e prosperará naquilo para que a designei.

As quatro linhas da segunda estrofe combinam com as quatro linhas da primeira estrofe em um
padrão ABCD/ABCD, fazendo um desenho em forma de degrau, desta forma este artifício poético pode
ser chamado de paralelismo em degrau. Observando-se os verbos, podemos perceber que a primeira linha
de cada estrofe fala de algo saindo e a segunda fala de algo não voltando. As duas últimas linhas
apresentam os resultados.
Estes três artifícios estilísticos podem ser usados em várias combinações, mas os blocos básicos
dessa edificação literária são os três tipos de paralelismo esboçados acima. Uma grande variedade de
padrões encontra-se frequentemente no PARALELISMO INVERTIDO. Desta forma este artifício requer
especial atenção.
O PARALELISMO INVERTIDO de Isaías 55:8, 9, examinado anteriormente, é um caso
claro. Neste caso estamos tratando de parelhas de versos, e os pares de linhas se relacionam uma à outra
de forma invertida. Na literatura bíblica a inversão de temas algumas vezes vai muito além de simples
paralelismo. Conjuntos de parelhas de versos, parágrafos, capítulos e até um livro todo pode ser
considerado como tendo sido composto com base em uma série de temas que são declarados e depois

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

repetidos de forma invertida. Assim sendo, somos obrigados a ir além do paralelismo invertido, e falar do
Princípio de Inversão. Por exemplo, na ilustração das três parelhas de versos de paralelismo padrão
apresentada acima (Isaías 55:6, 7), Isaías usou o princípio de inversão. Ele começa na primeira parelha de
versos com uma conclamação para buscar o Senhor. A segunda parelha diz ao ímpio o que precisa ser
abandonado (caminho e pensamentos). Na terceira parelha voltamos ao tema da primeira (converter-
pensamentos e voltar-caminhos).
Uma observação: Quando um autor bíblico usa intencionalmente a inversão de linhas paralelas,
frequentemente coloca o auge no centro que se relaciona com o começo e o fim. Em seguida há um
ponto de retorno pouco depois do centro. Às vezes há a inversão dupla.
Alguns princípios que ajudam a inspirar cautela talvez sejam oportunos agora.

a) As ideias que se repetem em linhas combinadas são as ideias mais importantes da linha, e
demonstram sê-lo em todo o poema. Se apenas palavras de somenos importância se
combinam, então a estrutura sugerida é imaginária.

b) A linha poética do Antigo Testamento hebraico e a sintaxe do hebraico e aramaico devem


sempre estar como pano de fundo, para ajudar a determinar onde a linha poética começa e
termina. Por exemplo, “ele lhe deu” costumeiramente é uma só palavra nas linguagens
semíticas, e não pode ser quebrada em duas linhas.

c) Frequentemente uma porção mais antiga de literatura apresenta para um novo leitor, alguns
comentários adicionais ligados a ela. Estes comentários adicionais salientam-se porque
quebram o padrão literário. A presença de frases adicionais como essas em algumas das
estruturas literárias do Novo Testamento - como veremos no próximo capítulo ao
examinarmos Lucas 6:22, 23 - introduz um jogo que qualquer número de participantes pode
jogar. Marque frases suficientes como comentários adicionais, e você poderá criar qualquer
padrão literário em qualquer parágrafo do Novo Testamento. Precisamos ter o maior cuidado
para identificar qualquer palavra ou frase como comentário de editor posterior. A interrupção
desse padrão feita pelo comentário adicional precisa estar evidente. É necessário haver uma
razão clara e discernível que tenha levado alguém, em certo estágio da transmissão do
material, a acrescentar um breve comentário.

d) Traduções mais antigas e mais formais, como a ARC, podem ser usadas com proveito pelo
não especialista. Muitas traduções recentes em português usaram de grande liberdade
reordenando as palavras e frases em uma ordem apropriada para a língua portuguesa. Um
bom começo pode ser com a ARA, mas certo conhecimento das línguas originais é essencial
para um estudo preciso da estrutura de determinada passagem.

e) Quando há uma estrutura no texto, os relacionamentos entre as linhas são fortes e evidentes.
A sutileza é um inimigo mortal.

f) Tem-se verificado que as inversões são inconscientemente expressas em vários escritos como
cartas, memorandos de escritório e conversa casual. Neste estudo estamos procurando uma
repetição deliberada que tem raízes no paralelismo hebraico do Antigo Testamento. O
estudante precisa procurar características especiais como o auge central que se
relaciona com o começo e o fim; um ponto de retorno pouco depois do centro; indícios
de inversão dupla; redundância introduzida para completar o paralelismo; e outras
repetições que pareçam ser claramente deliberadas. Quando tais características ocorrem, o
estudante pode estar bem confiante de que está tratando com uma construção literária
consciente, importante para a análise.

Como um reforço ao que vimos até aqui neste capítulo, vejamos mais um belo exemplo de
Paralelismo em Isaías.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Cântico do Servo
(Isaías 49:5, 6)

A Mas agora diz o Senhor,


que me formou desde o ventre para ser seu servo,
B para que torne a trazer Jacó,
C porque eu sou glorificado perante o Senhor,
e o meu Deus é a minha força.

A’ Sim, diz ele:


Pouco é o seres meu servo,
B’ para restaurares as tribos de Jacó,
e tornares a trazer os remanescentes de Israel;
C’ também te dei como luz para os gentios,
para seres a minha salvação até a extremidade da terra.

Já observamos o uso de paralelismo em degrau em Isaías. Aqui, mediante o uso de parelhas


repetidas de versos, o papel característico do servo é enfatizado. Na primeira série o servo é formado do
ventre (A) para restaurar Jacó/Israel (B) e é especialmente honrado por Deus, que se tornou a sua força
(C). Esta série de ideias é relativamente tradicional. Mas a segunda série contém uma surpresa dramática.
Pois descobrimos que é coisa sem importância ser o servo de Deus (A‟) tendo em vista apenas a
restauração de Jacó/Israel (B‟). Assim sendo, ele é dado como luz para a salvação dos gentios (C‟). O
claro progresso do texto esclarece o duplo papel do Servo. Ele é formado/enviado para as “ovelhas
perdidas da casa de Israel”. Mas isto não é suficiente em relação à grandeza do Servo. Ele é fortalecido e
honrado (C) de forma que possa tornar-se a luz de salvação até os confins da terra (C‟). Há uma força
centrífuga de missão expressa no texto.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Capítulo 2
As Parábolas

I) O que é uma parábola?


As parábolas de Jesus são contadas para dirigir-se aos ouvintes e cativá-los, a fim de fazê-los
parar e pensar acerca de suas próprias ações, forçando-os a reagir; ou levá-los a dar alguma reposta a
Jesus e ao Seu ministério. Ainda elas revelam a natureza do reino de Deus e/ou indicam como um filho do
reino deve ser.

II) Os tipos de parábolas.


Há pelo menos seis tipos diferentes de formato em que as parábolas de Jesus funcionam. Portanto,
é essencialmente importante verificar como elas se relacionam.

1. Parábolas em um diálogo teológico.

Um exemplo deste tipo é a discussão teológica (a vida eterna) entre Jesus e o jovem rico em
Lucas 18:18-30. O clímax da discussão ocorre quando Jesus conta a parábola do Camelo e da Agulha
(vs. 25). Ela tem uma função importantíssima de formar o clímax de toda a discussão, e não pode ser
isolada desta. Estão incluídas nesta classificação de parábolas aquelas que se referem aos tempos do fim,
as parábolas que têm o tema da parusia ou do dia do Senhor.

2. Parábolas em um evento narrativo.

Um exemplo deste tipo de parábola é a narrada durante o banquete na casa de Simão, o fariseu,
em Lucas 7:36-50. A parábola do Credor e seus Dois Devedores (vss. 41, 42) funciona como parte do
evento narrativo. Há diálogo, mas as ações dramáticas da mulher silenciosa são o centro de toda a cena.

3. Parábola em uma coleção topical.

Em Lucas 11:1-13 temos uma coleção topical (coleção de tópicos) a respeito do assunto da
oração. A parábola do Amigo à Meia-Noite (Lucas 11:5-8) faz parte dessa coleção.

4. Parábola em um poema.

Ocasionalmente, como em Lucas 11:9-13, temos um poema cuidadosamente composto a


respeito de oração. Jesus apresenta três parábolas impressionantes na estrofe central do poema. A função
delas é que esse clímax é a chave para se entender todo o poema.
5. Parábola sozinha.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Em Lucas 17:1-10 temos três tópicos em rápida sucessão, cada um dos quais contendo algum
elemento parabólico.

6. Parábolas do Reino.

Este grupo de parábolas é muito grande. Estas parábolas são aquelas que expressamente dizem:
“O reino dos céus é semelhante a...”. Esta expressão significa: “É assim com o Reino de Deus...” Este
grupo de parábolas conta-nos alguma coisa acerca da natureza do Reino de Deus - Jesus apresenta-nos o
Reino de Deus por meio de parábolas (cf. Marcos 4:30). Muitas destas parábolas se encontram em
Mateus 13 e Marcos 4.
Desta forma, em todos os tipos de parábolas, a não ser na quinta (Parábolas Isoladas), elas
funcionam como parte essencial de uma unidade literária maior. Em cada caso é a unidade maior (ou
contexto) que precisa ser examinado para se determinar acerca do que, afinal de contas, a parábola fala.

III) Entenda as parábolas.


“E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, conforme podiam
compreender” (Marcos 4:33).

O povo que tinha condições de ouvir e compreender as profundidades do que estava sendo dito
em uma parábola eram os aldeões da Palestina do Século I. Nós, os ocidentais, estamos separados deles
pelo tempo e pelo espaço. Dois mil anos se passaram, e culturalmente somos ocidentais, e não orientais.
Então, quais os cuidados que devemos tomar para não prejudicar a compreensão das parábolas?
Devemos estar atentos às seguintes regras:

1. Sempre que possível, deve-se procurar identificar o auditório, e tentar entender a atitude do
auditório diante do tópico discutido pela parábola. E depois, mediante uma análise daquela decisão/reação
inicial, verificar o que o texto diz para nós. É importante discernir a multiplicidade de temas existentes
numa parábola sem destruir a sua unidade, e sem alegorizar os seus detalhes.
1.a - Leia várias vezes a parábola com o seu contexto;
1.b - Procure discernir quais os símbolos que o auditório original teria identificado
imediatamente e instintivamente na parábola;
1.c - Procure determinar como os ouvintes originais teriam se identificado com a
história e, portanto, quais as suas reações.
2. Observe os aspectos culturais da parábola. As parábolas foram narradas em um ambiente de
comunidades de aldeias palestinas da época de Jesus.
3. Examine cuidadosamente o texto em versões diferentes do Novo Testamento. Se possível,
examine o texto original grego a fim de tirar dúvidas.
4. Observe, caso haja, a estrutura literária, como vimos no capítulo anterior.
5. Esteja atento à repetição padronizada de palavras e frases, e o seu significado para a
interpretação do texto. Neste ponto é importante estar atento aos verbos e adjetivos.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Capítulo 3
Exemplos de Paralelismo nas Parábolas

N este capítulo pretendemos aplicar os métodos vistos anteriormente a algumas parábolas


encontradas no Evangelho Segundo Lucas. Com estes exemplos, a assimilação do que vimos
anteriormente será mais fácil devido à sua aplicação prática. É recomendável, após a análise
destas parábolas, o estudante reler os capítulos anteriores para que os princípios de interpretação sejam
melhor assimilados.

Os exemplos a seguir foram extraídos do livro “A poesia e o camponês”, cuja indicação é


colocada no Anexo I deste livro.

A Ovelha, a Moeda e os Dois Filhos Perdidos


(Lucas 15:1-32)

O Contexto: Lucas 15:1-3.

Nos versículos 2 e 3, Jesus é apresentado como a defender a sua associação com os pecadores:
“Este recebe pecadores e come com eles. Então lhes propôs Jesus esta parábola...”. Para
entendermos com exatidão o que Jesus queria transmitir nas três parábolas que se seguem, precisamos,
primeiramente, compreender o significado cultural da comunhão à mesa.
A comunhão à mesa, em qualquer parte do mundo, é um assunto relativamente sério. Isto é
verdade especialmente no Oriente Médio. Jeremias, um dos “pais” da igreja, diz:
“Para entender o que Jesus estava fazendo ao comer com „pecadores‟, é importante
perceber que no Oriente, até hoje, convidar um homem para uma refeição é uma honra.
É uma oferta de paz, confiança, fraternidade e perdão; em suma, compartilhar de uma
mesa significa compartilhar de vida... Desta forma, as refeições de Jesus com os
publicanos e pecadores são expressões da missão e da mensagem de Jesus (Marcos
2:17), são refeições escatológicas, celebrações antecipadas do banquete do fim dos
tempos (Mateus 8:11), em que a comunidade dos santos já está sendo representada
(Marcos 2:19). A inclusão de pecadores na comunidade da salvação, conseguida com a
comunhão à mesa, é a expressão mais significativa da mensagem do amor redentor de
Deus”.
No Oriente, hoje em dia, como no passado, um nobre pode alimentar qualquer número de pessoas
necessitadas, de nível inferior, como sinal de generosidade, mas não come com elas. Todavia, quando os
convivas (convidados para banquete, almoço, jantar etc) são “recebidos”, a pessoa que recebe esses
convivas come com eles. A refeição é um sinal especial de aceitação. Jesus é mostrado, no texto,
emprenhado em relacionamentos sociais com publicanos e pecadores. Não é de se admirar que os fariseus
ficassem desconcertados.
Além de “comer com pecadores” Jesus é criticado por hospedar pecadores. A acusação “ Este
recebe pecadores” tem paralelo íntimo em Marcos 2:15s.. Neste texto de Marcos, Jesus é claramente o
hospedeiro do repasto. Sendo assim, a irritação dos fariseus é melhor compreendida, pois em qualquer
banquete oriental pensa-se que o hóspede está trazendo honra à casa em que é recebido.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Em suma, Lucas 15:1-3 é o ambiente para as parábolas que se seguem. O assunto é o fato de
Jesus ter recebido pecadores para a comunhão à mesa, como conviva ou como hospedeiro. Este assunto é
de tremenda importância para Jesus e para os seus oponentes. As parábolas de 15:4-32 são uma defesa
dos atos de Jesus, ao mesmo tempo em que expressam a natureza da graça de Deus para com os
pecadores e rejeitados deste mundo. Voltemo-nos agora para a primeira parte desta defesa.

A Parábola da Ovelha Perdida (Lucas 15:4-7)


Examinaremos a estrutura literária da parábola, buscaremos respaldos para compreender os
elementos culturais pertinentes e depois procuraremos extrair os ensinamentos que Jesus queria transmitir
por meio desta.
A estrutura da parábola é a seguinte:

A Que homem, dentre vós, tendo cem ovelhas


B e tendo perdido uma (hadh) delas
C não deixa as noventa e nove no deserto
1 e vai atrás da perdida
2 até que a encontra, e tendo-a encontrado
3 coloca-a sobre os seus ombros, jubiloso (hedhwa?)
4 E chegando em casa chama os amigos e vizinhos
3' dizendo-lhes: Jubilai (hedhwa) comigo
2' porque encontrei a minha ovelha
1' que estava perdida
A’ Eu vos digo que assim há mais alegria (hedhwa) no céu
B’ sobre um (hadh) pecador que se arrepende
C’ do que sobre noventa e nove justos que não necessita de arrependimento.

As correspondências semânticas entre as linhas paralelas são as seguintes:

A que homem dentre vós (dirigindo-se ao auditório)


B uma (ovelha)
C noventa e nove
1 a perdida
2 encontra
3 alegria
4 restauração
3' alegria
2' encontra
1' perdida
A’ Eu vos digo (dirigindo-se ao auditório)
B’ um (pecador)
C’ noventa e nove

A estrutura desta seção tem fortes correspondências sonoras bem como semânticas. São usados
paralelismo invertido e em degrau. As duas estrofes das extremidades usam paralelismos em degrau e a
central, paralelismo invertido.
As correspondências semânticas entre vós, um e noventa e nove que ligam as estrofes I e III,
não necessitam de comentários. Além das correspondências semânticas, há um notável jogo de palavras
ligando essas estrofes. Alguém já notou uma paronomásia (semelhança entre palavras de línguas
diferentes, que indica origem comum) nos antecedentes aramaicos desta parábola, entre “um” ( hadh) e
“alegria” (hedhwa). Esta correspondência sonora corre por todo o poema, e fortalece a unidade das três
estrofes. Hadh ocorre na primeira estrofe, hedhwa na segunda, e ambas as palavras na terceira. Além

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

disso, a hedhwa (alegria) está no centro apoteótico do poema. Assim, as duas estrofes das extremidades
estão ligadas por correspondências semânticas e sonoras.
Isto nos leva a considerar a estrofe central. As parábolas de Jesus são conhecidas pela
naturalidade e pelas qualidades da vida comum. Temos uma declaração longa, que é claramente
construída para propiciar a inversão de ideias que preencherão a forma paralela e o apogeu acerca da
“alegria com a restauração” no centro da parábola.
A parábola/poema, reforçada por sua estrutura, diz ao ouvinte/leitor que o pastor se regozija duas
vezes: uma vez quando encontra a ovelha (3), e uma segunda vez na comunidade, de volta à aldeia (3'). A
primeira ocasião de regozijo é notável. Os pastores da Galileia superior, ainda hoje, confirmam que:
“Uma ovelha perdida ficará deitada, desamparada e recursar-se-á a mexer-se. O pastor é
forçado a carregá-la por uma distância considerável”. Surpreendentemente, este pastor se regozija
com o fato da restauração que ainda está diante dele. Este tema é importantíssimo nesta primeira
parábola, e desaparece completamente de vista na segunda. Reaparece em 15:11-32. O pastor colocou a
ovelha sobre os ombros, sabendo que o trabalho duro ainda deverá ser realizado. Este tema do fardo da
restauração é importante de notar-se. A estória não termina com o fato de encontrar a ovelha. Depois
que ela é achada, ela precisa ser restaurada. Sem que o pastor leve o fardo ao ombro não há restauração. É
a restauração, com o seu fardo implícito e a alegria expressa, que constituem o centro da segunda estrofe,
e desta forma, o clímax de todo o poema. Este quadro nos revela o amor gracioso que procura o pecador.
Uma coisa a ser observada é a frase “no deserto” (Lucas 15:4). O pastor deixa o rebanho “no
deserto”. Depois ele volta “para casa” com a ovelha perdida sobre os ombros. A parábola tem poucos
detalhes, contudo eles são suficientes para permitir uma reconstrução. Os pastores das tribos nômades
deixam as ovelhas soltas durante a noite. Porém, os camponeses, que vivem perto das terras de pastagem,
recolhem as ovelhas a um aprisco do lar, no fim de cada dia. A referência à “casa” na parábola confirma
que estamos lidando com pastores camponeses. Vejamos ainda um comentário que confirma o que foi
dito:

"Nunca vi na Síria, Palestina ou Mesopotâmia um rebanho apascentado por uma única


pessoa. Dois, e até três pastores geralmente são empregados. Quando uma ovelha se
perde e o pastor vai procurá-la, os outros pastores levam o rebanho para casa. Ao
chegar, os vizinhos imediatamente notam a ausência do pastor, ou serão disso
informados, pois além da possibilidade da perda do animal, muitas vezes a questão é a
segurança do homem. Se ele encontra um animal feroz, um pastor sozinho, tendo apenas
a sua funda e o seu cajado, está em uma situação difícil. Portanto, o fato de se achar e
levar para casa a ovelha perdida é motivo de muita ação de graças na comunidade".

O pastor se regozija em comunidade. Como notamos acima, esta alegria em comunidade é


provavelmente devida a dois fatores. Primeiro, a comunidade se alegra ao ouvir que o pastor está a salvo.
Segundo, provavelmente o rebanho pertence a esses mesmos amigos e vizinhos. Faz-se convite aos
amigos e vizinhos da vila, que estavam preocupados como que provavelmente seria uma perda
comunitária. A ovelha perdida é um prejuízo comunitário. A ovelha recuperada é ocasião para alegria em
toda a vizinhança. Da mesma forma, o pecador está perdido para a comunidade, e é natural esperar alegria
comunitária com a sua recuperação, e não “murmuração” como a dos fariseus e escribas em 15:2.
Na conclusão da parábola, registra-se a alegria por “um pecador que se arrepende”. Aqui “ser
encontrado” é sinônimo de “arrepender-se”. Assim, a parábola da Ovelha Perdida estabelece uma
compreensão radicalmente nova da natureza do arrependimento.

Parábola da Moeda Perdida (Lucas 15:8-10)


As parábolas da Ovelha Perdida e da Moeda Perdida podem ser consideradas como uma
parábola dupla. A Moeda Perdida tem uma estrutura literária que é mais simples e menos precisa do
que a da Ovelha Perdida. Os detalhes culturais são genuínos. O tema do fardo da restauração encontra-se
ausente. Esta segunda metade da parábola reforça os temas indicados na primeira metade; entretanto, há
algum progresso.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Mais uma vez precisamos analisar a estrutura desta parte da parábola. A Moeda Perdida exibe o
seguinte padrão:

Ou que mulher, tendo dez moedas de prata,


A se perder uma moeda
B não acende uma lâmpada e varre a casa
e procura diligentemente até a encontrar, e encontrando-a,
C reúne as suas amigas e vizinhas, dizendo:
“Alegrai-vos comigo,
B’ pois encontrei a moeda
A que havia perdido”.

Tem sido observado frequentemente que a moeda pode fazer parte das jóias ou do dote da mulher.
Todavia, precisa ser feita uma distinção entre o beduíno e o aldeão. As mulheres beduínas usam o seu
dote na forma de moedas, dependuradas em seus véus; as mulheres aldeãs não têm o mesmo costume. É
mais provável que a moeda fazia parte de um colar pois, de fato, as aldeãs usam moedas em colares.
Obviamente a beleza do colar como um todo é destruído quando se perde uma moeda. Mais uma vez, a
perda representa mais do que o valor de uma única moeda.
O centro desta parábola enfatiza a alegria pelo fato de se encontrar o que se havia perdido.

A Parábola dos Dois Filhos (15:11-32)

Aqui também temos uma parábola dupla, e cada metade tem a sua estrutura própria. O
versículo de número 11 diz assim: “Certo homem tinha dois filhos...”. Por vezes tem se enfatizado
muito a parábola do primeiro filho, o pródigo, mas, é importante analisar o contraste que Jesus faz dos
dois filhos (o mais moço e o mais velho).
Esboçaremos a estrutura das duas partes da parábola, indicando apenas os versículos, e faremos
alguns poucos comentários. Acompanhe o texto em sua Bíblia.

A Parábola do Filho Pródigo - Mais Moço (Lucas 15:11-24)


vss.
(12) 1 Um filho é perdido - “Dá-me a parte que me cabe”
(13) 2 Bens gastos com uma vida extravagante
(14) 3 Tudo perdido - “gastou tudo... começou a passar necessidades”
(15) 4 O grande pecado - “alimentar porcos para gentios”
(16) 5 Total rejeição - “ninguém lhe dava nada”
(17) 6 Mudança de mente - “caiu em si... aqui pereço”
(18,19) 6' Arrependimento inicial - “levantar-me-ei...
faze de mim um escravo ... (eu restituirei)”
(20) 5' Total aceitação - “seu pai corre e beija-o”
(21) 4' O grande arrependimento - “Não sou mais digno de ser chamado teu
filho”. Não posso pagar meu erro, aceito a graça do perdão.
(22) 3' Tudo ganho - uma roupa, um anel e sapatos (restauração da filiação)
(23) 2' Bens usados em alegre celebração. Um novilho é morto e comido em alegria
comunitária.
(24) 1' Um filho é achado - “Meu filho estava morto e está vivo, estava perdido e foi achado”.

Houve mais regozijo, em comunidade.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

O Filho Mais Velho (Lucas 15:25-32)


vss.
(25,26) 1 O filho mais velho estava no campo e veio...
(27) 2 Teu irmão, ileso. Fizeram uma festa.
(28) 3 Teu pai o recebeu, salvo (obs: indignação, não queria entrar)
(29) 4 Queixa1 - como me tratas... (... te sirvo, jamais transgredi).
(30) 4' Queixa2 - como tratas ele...
(31) 3' O pai tenta reconciliar.
(32) 2' Teu irmão, ileso. Fizemos uma festa. Fique Alegre conosco.
1' Qual foi o final???????? (Faltando) ...

Observe que estes dois filhos tiveram uma atitude errada. Os dois “pecaram” contra o pai. Quanto
ao filho mais moço, fica evidente o seu pecado, mas vejamos qual foi a transgressão do mais velho.
É difícil encontrar na história da literatura um homem que se condene tão completamente com
suas próprias palavras como este filho mais velho. O filho mais jovem ficara atordoado ao ver o preço
pago pelo pai para demonstrar publicamente amor inesperado, quando este corre, abraça-o e beija-o.
Resultado disso uma significativa mudança em toda a sua atitude, pois já não queria trabalhar para pagar
sua dívida (como um trabalhador assalariado, segundo o original grego no verso 19), aceitou a graça do
perdão. O filho mais velho, com a sua insolência (por humilhar o seu pai publicamente, discutindo
enquanto os hóspedes ainda estão em casa), estava convidando severa punição. O pai, porém, mostra-se
conciliador. É apenas razoável esperar que esta demonstração de amor inesperado tenha efeito
semelhantemente notável sobre o filho mais velho. Infelizmente isto não acontece.
Qual será, então, a sua reação? Em vez de uma confissão, acontece uma dupla queixa.

1. O filho mais velho se dirige ao pai sem usar títulos. Os títulos (como: pai) são usados em todo
o decorrer da estória, em discurso direto, até este ponto. Este filho fala: “Há tantos anos eu TE
sirvo...”
2. O filho mais velho demonstra a atitude e o espírito de um escravo, e não de um filho.
Literalmente ele diz: “Eu me escravizei por ti...” A sua atitude mostra claramente: “Eu
trabalhei, onde está o meu?” Ele expressa a atmosfera de uma disputa salarial.
3. Ele acabava de insultar seu pai publicamente, e não obstante é capaz de dizer: “Nunca
desobedeci as tuas ordens”. Este é o espírito dos fariseus, pelo qual ele (o filho mais
velho) entra nas fileiras dos “noventa e nove que não necessitam de arrependimento;”
assim, mesmo que ele nunca tivesse desobedecido as ordens de seu pai, com este ato
ele havia quebrado o mandamento do amor.

A diferença entre ele e seu irmão mais novo era que o mais novo estaria distanciado e rebelde
enquanto ausente da casa, mas o mais velho estava distanciado e rebelde em seu coração, enquanto estava
na casa. O distanciamento e a rebeldia do filho mais jovem tornaram-se evidentes pelo fato de ele se ter
rendido às suas paixões, e pelo seu pedido de abandonar a casa do pai. O distanciamento e rebeldia do
filho mais velho tornaram-se evidente em sua ira e em sua recusa de entrar em casa.
Deve-se lamentar que “a cortina” fechou-se sobre este drama estando o filho mais velho ainda
fora de casa! Será que o pai conseguiu convencê-lo? Ou o filho mais velho continuou do lado de fora, até
o fim? Os fariseus precisavam dar a sua resposta a esta pergunta, implícita na parábola.
O auditório (fariseus e escribas) é encorajado a se considerar presente ali na pessoa do filho mais
velho, murmurando contra o “pecador” sentado à mesa do banquete oferecido pelo pai, ao que estava
perdido.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

A Parábola/Poema Acerca das Dádivas de um Pai


(Lucas 11:9-13)

Esta parábola é composta de três comparações inesquecíveis. Ela apresenta-se na forma de duas
estrofes de poesia da Forma III (paralelismo em degrau) e uma estrofe de parábola da Forma I
(paralelismo padrão). É uma construção mista de parábola/poema. Provavelmente o poema é endereçado
aos adversários do evangelho, e afirma que um Pai Celestial dá boas dádivas a todos os Seus filhos.
Vamos examinar a estrutura literária desta passagem:

Por isso vos digo:


1 pedi, e dar-se-vos-á
2 buscai, e achareis
3 batei, e abrir-se-vos-á.
1' Pois todo o que pede recebe
2' o que busca encontra
3' e a quem bate, abrir-se-lhe-á.

Qual dentre vós é o pai que,


A se o filho lhe pedir pão,
A‟ lhe dará uma pedra?

B ou se pedir um peixe,
B‟ lhe dará em lugar de peixe uma cobra?

C Ou, se lhe pedir um ovo,


C‟ lhe dará um escorpião?

Ora, se vós,
4 sendo maus
5 sabeis dar boas dádivas
6 aos vossos filhos,
4' quanto mais o Pai celestial
5' dará o Espírito Santo
6' àqueles que lho pedirem?

A primeira estrofe é um claro exemplo de paralelismo em degrau. O padrão é: pedir, buscar, bater
- pedir, buscar, bater. Os verbos no presente do imperativo dão a entender ação contínua, e podem ser
traduzidos como “continuai pedindo, buscando, batendo”. A ênfase em “todo aquele”, pode ser entendida
como apelo aos réprobos; até eles receberão, se pedirem. Pode ser também considerada como defesa da
universalidade do evangelho, Jesus podia estar dizendo aos fariseus: “Todo aquele que pedir receberá,
mesmo os pecadores, e não apenas os chamados justos”.
Quanto à segunda estrofe, alguém já comentou que: “Pão, peixe e ovo são a comida comum de
um homem comum... Uma pedra redonda se parece com um pão redondo (Lucas 4:3), e há pequena
diferença exterior entre a serpente do mar que é uma espécie de peixe, e uma serpente da terra, que é
uma cobra comum... e o escorpião quando enrolado se parece com um ovo”.
As três imagens, portanto, são breves paralelismos antitéticos. Cada uma das parelhas de versos
tem a mesma mensagem. Infalivelmente o filho receberá dádivas de seu pai, e estas serão boas.
A terceira estrofe é também um exemplo cuidadosamente elaborado de paralelismo em degrau. O
tema se centraliza na qualidade das dádivas. A pessoa que pede a Deus pode ficar certa de receber dádivas
ainda melhores do que as que um pai dá a seu filho.
Quanto ao auditório a quem foi dirigido este poema, pode-se observar que a parábola foi dirigida
aos discípulos, e o poema para os adversários do evangelho (observe a expressão: “vós, sendo maus”).

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Os Servos Que Esperam


(Lucas 12:35-38)

Observaremos, apenas, a forma literária dessa passagem e o uso das suas figuras ou imagens. A
forma é a seguinte:

A 1 Que a vossa cintura esteja cingida,


1' e a vossa lâmpada queimando.

B 2 E sede como homens que estão esperando


3 que o seu senhor volte das bodas
3' de forma que quando ele venha e bata
2' imediatamente possam abrir-lhe.

C 4 Benditos são esses servos


5 a quem, vindo o senhor, encontre acordados.
6 Em verdade vos digo, que ele se cingirá,
7 e os fará reclinarem-se à mesa
6' e virá e os servirá.
5' Se (na segunda ou terceira vigília) ele vier e assim os encontrar
4' benditos são esses servos.

Neste caso a forma literária é edificada sobre um uso bem sofisticado do fenômeno do
paralelismo em grupos. Se todas as repetições forem ignoradas, os sete movimentos da parábola poderão
ser identificados com facilidade. Eles são os seguintes:
1. Os servos se preparam para servir o senhor.
2. Os servos esperam para servir o senhor.
3. A volta do senhor é esperada.
4. Os servos são benditos por sua vigilância.
5. O senhor vem.
6. O senhor se prepara e serve os servos.
7. Os servos se reclinam (à mesa) para serem servidos.

Todavia, as palavras extras não são redundantes, mas fazem parte da forma literária.
O paralelismo em grupos é como se o poeta deliberadamente abrisse ao meio uma copla ou
parelha de versos, e inserisse vários materiais entre a metade inicial e a final da unidade, para formar uma
estrofe. Um caso claro desta ocorrência encontra-se nas Beatitudes Lucanas (Lucas 6:20-26). Ali -
acompanhe em sua Bíblia -, uma série bem precisa de quatro coplas é formada com as palavras chaves
“bem-aventurados” e “pois”. Como aqui:

Bem aventurados os pobres,


pois deles é o reino de Deus.

O texto tem três parelhas de versos estruturados desta forma. Mas a quarta série tem algum
material extra inserido entre a primeira e a segunda linha da parelha. Isso acontece da seguinte forma:

Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem,


(e quando vos expulsarem da sua companhia, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome
como indigno, por causa do Filho do Homem. Regozijai-vos naquele dia e exultai,
porque grande é o vosso galardão no céu);
pois dessa forma procederam seus pais com os profetas.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

A parelha de versos está intacta. No entanto, material extra foi acrescentado no meio. Ao mesmo
tempo, este material extra no centro está em ordem de acordo com um padrão exato. Há três negativas
combinadas com três positivas, e uma referência ao Filho do Homem no centro. Isto pode ser visto se
mostrarmos da seguinte maneira:

Bem-aventurados sois quando os homens vos odiarem,


e quando vos expulsarem da sua companhia,
vos injuriarem
e rejeitarem o vosso nome como indigno,
por causa do Filho do Homem.
Regozijai-vos naquele dia
e exultai,
porque grande é o vosso galardão no céu;
pois dessa forma procederam seus pais com os profetas.

Assim, este texto é um exemplo do fenômeno do paralelismo em grupos. Um paralelismo em


duas linhas foi aberto ao meio e, neste caso, sete linhas foram acrescentadas no meio. Estas sete linhas
têm uma forma literária característica, com um clímax no meio. Desta forma, o texto maior tem quatro
parelhas de versos, e o quarto é aberto ao meio para perfazer uma estrofe.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Capítulo 4
Compreendendo o Livro de Apocalipse

Q uando nos voltamos ao Livro de Apocalipse depois de ler o restante do Novo Testamento, sentimos
que estamos entrando num país estrangeiro. Ao invés de narrativas e cartas que contêm declarações
claras de fatos e de imperativos, chegamos a um livro cheio de anjos, trombetas, terremotos, bestas,
dragões e abismos sem fundo.
As dificuldades para a compreensão são intrínsecas. Quando chegamos ao Livro para escutar a
Palavra, a maioria de nós dificilmente sabe o que fazer dele. O autor às vezes fala de modo direto: “Eu,
João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha
chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus” (1:9). Escreve para sete
igrejas conhecidas em cidades conhecidas com condições reconhecidamente do Século I.
Ao mesmo tempo, no entanto, há um simbolismo rico e diverso. A maioria dos problemas tem
sua origem nos símbolos, além do fato de que o Livro trata dos eventos futuros, mas ao mesmo tempo o
contexto é reconhecidamente do Século I.
Não pretendemos ter a capacidade de solucionar todas as dificuldades que envolvem o
Apocalipse. Antes, apresentaremos alguns princípios de interpretação e comentários para a compreensão
do Livro de Apocalipse.
Assim como acontece com a maioria dos demais gêneros bíblicos, a primeira chave à
compreensão do Apocalipse é examinar o tipo de literatura que é. Neste caso, no entanto, enfrentamos um
tipo diferente de problema, porque o Apocalipse é uma combinação sem igual, finamente harmonizada,
de três tipos literários distintos: o apocalíptico, a profecia e a carta. Além disto, o tipo básico, o
apocalipse, é uma forma literária que não estamos muito acostumados.
A seguir apresentaremos alguns pontos que devemos sempre ter em mente ao estudar o Livro de
Apocalipse (e que servem, também, para a interpretação das literaturas proféticas).

1. Há um princípio de interpretação que diz: “Bíblia se explica com Bíblia”. Isto quer dizer que a
própria Bíblia traz em si as chaves que destrancam as portas, que leva-nos à compreensão de
todos os mistérios nEla contido. Se você não compreende o significado de uma passagem
isolada, deve buscar a base para sua compreensão em outros textos bíblicos. Sempre procure
outras passagens que venham a fundamentar aquilo que você está lendo e tendo como verdade.
2. Quanto ao Livro de Apocalipse, é importante que ao lê-Lo, tenhamos uma compreensão básica
de outros livros da Bíblia. Pois, a raiz mestre da apocalíptica é a literatura profética vétero-
testamentária, especialmente conforme é achada em Ezequiel, Daniel, Zacarias, e partes de
Isaías.
3. Diferentemente da maioria dos livros proféticos, os apocalipses são obras literárias desde o
início. Tem uma estrutura e forma escrita. Portanto, os diferentes estilos literários analisados
nos capítulos anteriores devem ser observados. A interpretação “poética” é um método
legítimo de estudar o Apocalipse, e certamente um método recompensador.
4. Mais frequentemente, a “matéria” da apocalíptica é apresentada na forma de visões e sonhos, e
sua linguagem é enigmática (com sentidos ocultos) e simbólicos. Portanto, para sua
compreensão, é importante a identificação de cada símbolo apresentado. E, mais uma vez, é
importante que estes símbolos identificados tenham sua correspondência de significado nas
outras literaturas bíblicas. Leia as literaturas proféticas e catalogue todos os símbolos e seus

19
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

significados que são apresentados, como por exemplo: dragão, besta, chifres, gafanhotos,
espada, cavalo, mulher, babilônia etc.
5. Um ponto importante em toda a literatura profética é que os profetas falavam e escreviam
(como João ao escrever o Livro de Apocalipse - cf. 1:19) daquilo que viam e/ou ouviam. Uma
visão, por exemplo, de uma cena futura, e consequentemente, distante, pode ser comparada a
uma pessoa que aprecia uma paisagem montanhosa, onde é difícil precisar a distância que
existe entre uma montanha (ou paisagem) e outra. Aquela paisagem (visão) que parece estar
perto, na realidade está longe. Um outro aspecto é que as “paisagens” distantes, não são
descritas com precisão de detalhes. Porém, quanto mais perto se está da “paisagem” (visão), os
detalhes e seus significados ficam mais nítidos. Quanto mais perto estivermos para o
cumprimento daquelas profecias e à Luz da revelação do Espírito, maior será a nossa
compreensão do que realmente a “visão” significa.
6. Porque são literárias, a maioria dos apocalipses são muito formalmente estilizados. Há uma
forte tendência para dividir o tempo e os eventos em pacotes arrumados. Há, além disto,
grande estima pelo uso simbólico dos números. Como consequência, o produto final
usualmente tem as visões em conjuntos cuidadosamente dispostos, frequentemente
numerados. Não raras vezes, quando estes conjuntos são ajuntados, expressam alguma coisa
sem necessariamente procurar sugerir que cada quadro separado segue imediatamente após o
anterior.
É importante está-se observando cada item exposto acima ao ler-se o Livro de Apocalipse. Ainda
existe um detalhe a respeito deste Livro que deve ser observado de início, que é o fato de ter sido
ordenado a João: “Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo” (22:10).
Ainda observe a seguinte passagem: “Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de
acontecer depois destas” (1:19). No Livro de Apocalipse, João escreveu profecias acerca do que já estava
acontecendo em seus dias (as coisas que são - PRESENTE), e coisas que ainda iriam acontecer depois
destas - FUTURO.
Depois de tudo o que foi dito, então, perguntamos: Qual o princípio ou método de interpretação
do Livro de Apocalipse? Como este Livro está estruturado? Sem dúvida, deve haver algum princípio de
interpretação do mesmo e, certamente, este está “escondido” nas Escrituras.
A seguir mostraremos dois princípios para se compreender como foi estruturado o Livro de
Apocalipse, inclusive, iremos identificar a sua estrutura literária.
Primeiramente, leia Gênesis 41:25-32. Nesta passagem é dito que Faraó teve um SONHO
DÚPLICE ou que foi duplicado, “porque a coisa é estabelecida por Deus, e Deus se apressa a fazê-la”
(vs. 32). Deus deu dois sonhos a Faraó, e estes sonhos se referiam ao mesmo acontecimento, eram
“apenas um” (cf. vss. 25, 26).
Parte do Livro de Apocalipse foi escrito da mesma maneira, sendo composto de uma versão
dúplice das mesmas visões. (Observe as duas páginas seguintes).
O outro princípio, para compreender parte do que está escrito no Livro de Apocalipse, se encontra
em Josué 6:1-5, 15. Nesta passagem observamos que “no sétimo dia, devia-se dar sete voltas ao redor da
muralha”, ou seja, SETE NO SÉTIMO. Em Apocalipse observamos que, semelhantemente, quando da
abertura do “sétimo selo”, pelo Cordeiro, foram liberados os sete últimos julgamentos “pelo soar de sete
trombetas”, tocadas por sete anjos.
Ainda observamos uma série de sete cenas consecutivas, onde há atuação de um anjo em cada
cena. Na sétima cena, porém, observamos a atuação de sete anjos, que têm “os sete últimos flagelos”.
Baseando-se nestes dois princípios, dos Livros de Gênesis e de Josué, concluímos que os
acontecimentos liberados pelo soar das sete trombetas são continuação dos acontecimentos provenientes
da abertura dos sete selos, (sete no sétimo), ou a segunda parte da narrativa (FUTURO).
Ainda observamos que no Livro de Apocalipse há um deliberado uso do princípio literário de
PARALELISMO EM DEGRAU, ou uma dupla narração de um mesmo fato (visão duplicada) - visões
são narradas e depois repetidas de forma paralela.
Uma observação importante: na primeira narrativa (PRESENTE), quando se lê as passagens
paralelas, nota-se que não há repetição de ideias ou palavras, isso porque os fatos relacionados a estas
passagens são complementares (paralelismo sintético). Já na segunda narrativa (FUTURO), o leitor
poderá claramente observar a repetição de ideias e palavras, isso porque os fatos relacionados às
passagens paralelas são sinônimos (paralelismo sinônimo).

20
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Veremos ainda que o Livro de Apocalipse é dividido como segue:


1. História da Igreja: A Igreja é o personagem central da História. Tudo o que acontece no
mundo tem como personagem principal, a Igreja. Daí a atenção que é dada à Igreja nesta primeira parte
do relato de Apocalipse. Nesta parte observamos como a Igreja influencia a História da Humanidade.
2. Os sete selos e as sete cenas com anjos (sete atuações de anjos), paralelamente, constituem a
narrativa da primeira parte da visão e referem-se à História da Humanidade no PRESENTE (“as
coisas que são”).
3. Depois da abertura dos sete selos, segue-se a narrativa da segunda parte da visão (“as coisas
que hão de ser”), com os “sete últimos flagelos” (15:1). Os textos referente às sete trombetas e os sete
últimos flagelos falam da História da Humanidade no FUTURO, e devem ser lidos paralelamente.
Sendo assim, veja como fica o Esboço do Livro de Apocalipse:

(1:1-3) - Introdução Geral.


(1:4-20) - Introdução às cartas e cenas introdutórias.
(2:1-3:22) - Mensagem do Senhor às sete igrejas.
Cada igreja tipifica uma etapa (dispensação) da História da Igreja.
Éfeso - A Igreja Apostólica (séc I)
Esmirra - A Igreja Perseguida (séc II-III)
Pérgamo - A Igreja sob favor imperial (312 a 500 d.C.)
Tiatira - A Igreja da Idade das Trevas (500 a 1500 d.C.)
Sardes - A Igreja da Reforma e da Renascença (1517 d.C. ao Século XVIII)
Filadélfia - A Igreja das missões (séc XIX até início do séc XX)
Laodicéia - A Igreja do tempo do fim (meados do Século XX ...)
(4:1-5:14) - Preparação do “palco” para apresentação do drama que se segue:

História da Humanidade
Versão UM (6:1 a 11:19) Versão DOIS (14:6 a 16:21)
(6:1 a 7:17) (14:6-20)

(6:1, 2) 1º selo 1º anjo (14:6, 7)


(6:3, 4) 2º selo 2º anjo (14:8)
(6:5, 6) 3º selo 3º anjo (14:9-13)
(6:7, 8) 4º selo PRESENTE 4º anjo (14:14-16)
(6:9-11) 5º selo 5º anjo (14:17)
(6:12 a 7:17) 6º selo 6º anjo (14:18-20)

“Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora” (vs. 8:1) -
Preparação para entrar em outra cena. Aqui se deve ler a passagem de 12:1-14:5.

(12:1-6) - A mulher e o dragão.


(12:7-12) - Anjos pelejam no céu contra o dragão. A vitória de Cristo e do seu povo.
(12:13-18) - O dragão persegue a mulher.
(13:1-10) - A besta que emerge do mar.
(13:11-18) - A besta que emerge da terra.
(14:1-5) - O cordeiro e seus remidos. Tendo nas frontes escrito o seu nome e o no me do Pai.
(8:1-6) 7º selo 7 anjos (15:1-8)

“Então os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar” (vs. 8:6). Na abertura do
sétimo selo, os sete anjos preparam-se para tocar as sete trombetas.
“... ninguém podia penetrar no santuário, enquanto não se cumprisse os sete flagelos dos sete anjos.
Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, dizendo aos sete anjos: Ide, e derramai pela terra as sete
taças da cólera de Deus” (15:8; 16:1). Aqui começa a atuação dos sete anjos que liberam os sete últimos
flagelos, pelo soar de sete trombetas.

21
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Versão UM (6:1 a 11:19) Versão DOIS (14:6 a 16:21)

CONTINUAÇÃO
(8:7 a 11:19) (16:1-21)

(8:7) 1ª trombeta 1º flagelo (16:1, 2)


(8:8, 9) 2ª trombeta 2º flagelo (16:3)
(8:10, 11) 3ª trombeta 3º flagelo (16:4-7)
(8:12, 13) 4ª trombeta FUTURO 4º flagelo (16:8, 9)
(9:1-12) 5ª trombeta 5º flagelo (16:10, 11)
(9:13-11:14) 6ª trombeta 6º flagelo (16:12-16)
(11:15-19) 7ª trombeta 7º flagelo (16:17-21)

Os dois últimos versículos desta narração dizem assim:

“Abriu-se, então o santuário de Deus, que se acha no céu, e foi vista a arca da aliança no seu santuário,
e sobrevieram relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e grande saraivada” (11:19) 2.

“... também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um
talento; e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu
flagelo era sobremodo grande” (16:21).

Neste ponto se devem ler os Capítulos 17 a 22, que é uma passagem complementar aos
acontecimentos vistos na 7ª trombeta. Nestes capítulos temos uma narrativa mais detalhada dos
acontecimentos que envolvem o último Ai, e os que seguem a esse.

(17:1-18) - Destruição da grande meretriz.


(18:1-24) - Queda da Babilônia.
(19:1-10) - Bodas do Cordeiro. Júbilo, Alegria no céu.
(19:11-21) - Prisão da besta e do falso profeta.
(20:1-6) - Prisão de Satanás por mil anos.
- Primeira ressurreição.
- Os justos reinam por 1.000 anos (Milênio).
(20:7-10) - Libertação condicional de Satanás.
- Derrota definitiva sobre Satanás.
(20:11-15) - Segunda Ressurreição.
- O juízo final.
(21:1-8) - O novo céu e a nova terra.
“Tudo está feito”.
(21:9-27) - A nova Jerusalém, que desce do céu.
(22:1-21) - Reinaremos pelos séculos dos séculos (vs. 5) ...

2
Observe que o versículo 11:19 é continuação do 15:8. Se fôssemos seguir a ordem normal dos
versículos, como se encontram no Livro de Apocalipse, leríamos primeiramente 11:19 e depois 15:8.
Desta maneira os fatos não fariam sentido, observe: “Abriu-se, então o santuário de Deus...”; e depois
leríamos: “... ninguém podia penetrar no santuário”. Entretanto, seguindo-se o princípio de paralelismo,
observamos que a passagem de 11:19 é posterior a 15:8. Dessa maneira os versículos têm sentido: “...
ninguém poderia penetrar no santuário, enquanto não se cumprisse os sete flagelos dos sete anjos”
(15:8). Depois que os flagelos se cumprem não se houve falar do santuário, seguindo-se a ordem normal
dos acontecimentos. Mas, se lermos 11:19 em seguida, poderemos compreender: “Abriu-se, então o
santuário de Deus...”.

22
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Para identificarmos o sofisticado Paralelismo que foi utilizado na construção do Livro de


Apocalipse, observe o esboço abaixo:
Paralelismo Invertido
Introdução Geral (1:1-3)
na História da Igreja
Introdução às cartas aos anjos das sete igrejas e cenas introdutórias (1:4-20)
Éfeso (2:1-7) - A Igreja Apostólica
Esmirra (2:8-11) - A Igreja Perseguida
Pérgamo (2:12-17) - A Igreja sob favor imperial
Tiatira (2:18-29) - A Igreja da Idade das Trevas
Sardes (3:1-6) - A Igreja da Reforma e da Renascença
Filadélfia (3:7-13) - A Igreja das missões
Laodicéia (3:14-22) - A Igreja dos tempos modernos...

O padrão de paralelismo invertido é claro aqui. Observe que houve um declínio de glória e vida
na Igreja até o “clímax”, a Igreja da Idade das Trevas. Em seguida a este período, segue-se um ponto
de retorno com a Igreja da Reforma. Pouco a pouco a glória e a vida tem sido restaurada à Igreja, que
não deixa de ter seus “poréns”.
Paralelismo em Degraus
na História da Humanidade
(4:1 a 5:14) - Preparação do “palco” para apresentação do drama que se segue.

1º selo (6:1,2)
2º selo (6:3, 4)
3º selo (6:5,6)
4º selo (6:7, 8)
5º selo (6:9-11)
6º selo (6:12-7:17)
12:1 a 14:5
7º selo (8:1-6)
1ª trombeta (8:7)
2ª trombeta (8:8, 9)
3ª trombeta (8:10, 11)
4ª trombeta (8:12, 13)
5ª trombeta (9:1-12)
6ª trombeta (9:13 a 11:14)
7ª trombeta (11:15-19)

1º anjo (14:6, 7)
2º anjo (14:8)
3º anjo (14:9-13)
4º anjo (14:14-16)
5º anjo (14:17)
6º anjo (14:18-20)

7 anjos (15:1-8)
1º flagelo (16:1, 2)
2º flagelo (16:3)
3º flagelo (16:4-7)
4º flagelo (16:8, 9)
5º flagelo (16:10, 11)
6º flagelo (16:12-16)
7º flagelo (16:17-21)
Caps. 17 a 22

23
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

I) A História da Igreja (Apocalipse 2:1 a 3:22).


É muito importante que tenhamos, pelo menos, uma noção elementar da História da Igreja, que
está diretamente relacionada com a história bíblica. Apresentaremos um breve esboço de suas partes
essenciais, seus principais eventos e personalidades. No Anexo I deste livro citamos dois livros: “Manual
Bíblico” e “História da Igreja Cristã”, que contêm material sobre o que ora tratamos. Utilizamos trechos
do material contido nas páginas 670 a 714, sob o título “História da Igreja”, do Manual Bíblico, nesta
parte do livro. Seria bastante proveitoso o estudante ler o Manual, pois este fornece outras informações
importantes.
As sete igrejas, mencionadas na passagem de Apocalipse 2:1 a 3:22, são conhecidas, em cidades
conhecidas da Ásia Menor e com condições reconhecidas do Século I. Observando-se a localização
geográfica destas cidades, em um mapa, na ordem em que as igrejas são citadas no décimo primeiro
versículo, descobriremos que o desenho formado é de um "círculo" - o círculo perfeito da Igreja.
Sendo assim, cada igreja, embora tenha realmente existido, e devamos levar em consideração sua
realidade para compreendermos o significado de cada carta, representa um período (dispensação) distinto
da História da Igreja de Jesus Cristo.

O mapa acima mostra a localização das Sete Igrejas da Ásia. Note que a localização geográfica das
igrejas (cidades) forma um círculo. Observe, ainda, a localização da Ilha de Patmos, aonde João
encontrava-se exilado e recebeu do Senhor as visões do Livro de Apocalipse: “Eu, João, que também
sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha
chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo”. Apocalipse 1:9.

Ao estudarmos o significado do conteúdo de cada carta, procuraremos compreender o contexto


referente a cada igreja/cidade e depois procuraremos relacionar os fatos concretos com o seu significado
profético para a Igreja, em seus vários períodos dispensacionais. Quando referir-nos às igrejas da Ásia,
usaremos a palavra igreja, com “i” minúsculo; ao fazer alusão aos períodos da História da Igreja,
usaremos a letra “I” maiúscula, significando a Igreja como um todo.

24
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

A História Universal é comumente dividida em três períodos:

Antiga: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma.


Medieval: Com o Império Romano, que se estende até a queda deste Império no Século XV.
Moderna: Do Século XV aos tempos atuais.

A História da Igreja é comumente dividida em três períodos:

Período do Império Romano: Grande evangelismo e crescimento; perseguições; mártires; pais da Igreja;
controvérsias; cristianização do Império Romano.
Período Medieval: Crescimento e poderio do Papado; a Inquisição; monasticismo; maometismo e as
Cruzadas.
Período Moderno: Reforma Protestante; grande expansão das igrejas Protestantes; larga circulação da
Bíblia aberta; os governos civis libertam-se, progressivamente, da ingerência da Igreja Romana e
do Clero; missões mundiais; reforma social e fraternidade crescente.

Relacionando os períodos da História da Igreja com as sete cartas do Livro de Apocalipse


observa-se que elas estão enquadradas no seguinte contexto:

Período do Império Romano Éfeso (séc. I)


Esmirra (séc. II-III)
Pérgamo (312 a 500 d.C.)

Período Medieval Tiatira (500 a 1500 d.C.)

Período Moderno Sardes (1517 d.C. ao Século XVIII)


Filadélfia (séc XIX, início séc XX)
Laodicéia (meado do séc. XX...)

Cada carta se endereça ao


anjo da igreja e começa com uma
descrição de Cristo tirada da visão
introdutória, tendo os pormenores
que se mencionam especial
relevância à igreja sob consideração
(cf. 2:1 // 1:16a,13a; 2:8 // 1:18;
2:12 // 1:16b; 2:18 // 1:14b,125a;
3:1 // 1:4b;4:5;Is 11:2; 7:1 // 1:18b;
Is 22:22). A designação de Cristo
na carta aos Laodicenses constitui
uma exceção, sendo uma
reminiscência da saudação com que
o Apocalipse começa (cf. 14:1 //
1:5 - o Amém é uma lembrança ao
cumprimento de toda a profecia,
está tudo consumado com relação à
História da Igreja).
Também é importante observar que cada carta encerra com uma promessa no tocante a galardões
a serem distribuído na Parusia; de modo geral, estas promessas têm uma especial aptidão para cada igreja
individualmente, e é-lhes dada uma concretização nos capítulos finais do Livro.

25
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

1ª Carta: A IGREJA Apostólica (Século I)


Carta à igreja em Éfeso (Apocalipse 2:1-7)

Éfeso era a maior cidade da Ásia e o centro da administração romana daquela província. Fica
situada na costa ocidental do que atualmente é a Turquia asiática. Tomou o título de “Guardiã do
Templo”, originalmente consagrado para a adoração à deusa anatoliana da fertilidade, e depois para a
adoração de Artêmisa ou Diana (Atos 19:35-37), posteriormente, porém, estende-se aos dois ou três
templos devotados ao culto dos imperadores. Justiniano mandou edificar uma igreja a São João naquele
mesmo local.
Havia uma numerosa colônia judaica em Éfeso, e os judeus desfrutavam ali de privilegiada
posição durante o início do império. A igreja foi fundada por Águila e Priscila, em cerca de 52 d.C.,
quando Paulo fez então uma breve visita ali, por ocasião da sua segunda viagem missionária (Atos
18:18,19). Leia ainda (Atos 18:24 a 19:40; 1 Coríntios 16:8). Essa igreja se tornou o centro para a
evangelização do resto da província. Depois da partida de Paulo, Timóteo foi deixado lá (1 Timóteo 1:3) e
imediatamente teve de enfrentar e tratar da questão do ensino falso (cf. Atos 20:29,30 e 2 Timóteo 4:3-
5). Em Éfeso também residiu o apóstolo João.
Suas principais características, segundo 2:2, 3 e 6, são: Labor (trabalho), perseverança, não
suportava homens maus, colocava à prova os que a si mesmos se declaravam apóstolos e não eram,
odiavam as obras do nicolaítas e ainda suportou provas (sofrimentos) por causa do nome do Senhor.
O significado desta carta, do ponto de vista profético, é muito claro e se refere à Igreja Apostólica
do primeiro Século.
O seu labor (gr. "labor até à exaustão") se refletiu, principalmente, no grande evangelismo do
princípio da era da Igreja, como pode-se observar ao ler o Livro de Atos dos Apóstolos, e representou a
Sua característica mais marcante. Esta rápida propagação do cristianismo foi expressa por Tertuliano,
historiador cristão (160-220), assim: “Nós somos de ontem” (refere-se ao recente surgimento do
cristianismo em relação ao Império Romano) “e, todavia, enchemos o vosso império, vossas
cidades, vilas, ilhas, tribos, campos, castelos, palácios, assembléias e o senado” (cf. Atos 8:1-4;
11:19-21; Colossenses 1:5,6). Ao fim das perseguições imperiais, 313, os cristãos eram cerca de metade
da população do Império Romano. Este foi, também, um período de grande manifestação de autoridade,
sinais e prodígios (cf. Atos 4:33; 5:12-16; 6:8).
A perseverança desta Igreja é expressa pela maneira como preservavam, apesar das
dificuldades, a integridade de vida cristã (cf. Atos 3:42-47).
Esta Igreja colocou à prova falsos apóstolos, profetas e mestres (cf. Atos 20:29,30; 2 Pedro
2:1-3; 2 Coríntios 11:13-15; 1 João 4:1; 2 Timóteo 4:1-5 ).
Os nicolaítas eram os adeptos de Nicolau de Antioquia, um dos sete discípulos (Atos 6:5), que,
supostamente, teria dado o seu nome a um grupo. Eles procuravam entrar em compromisso com o
paganismo, a fim de permitir que os cristãos participassem sem embaraço em algumas das atividades
sociais e religiosas da sociedade íntima na qual se encontravam. E, segundo Apocalipse 2:14,15, eles
mantinham o mesmo erro que os balaamitas, a saber: ensinar a comer coisas sacrificadas aos ídolos nas
festas idólatras dos pagãos e praticarem a prostituição. Foram estas as principais matérias condenadas
pela epístola formulada pelos apóstolos e presbíteros, em Jerusalém (Atos 15:6, 22-35) - a epístola foi
“logo enviada para Antioquia”. É notável que os nomes de Balaão e Nicolau são cognatos (Balaão -
“Consumidor ou devorador do povo”; Nicolau - “Dominador do povo”). Deve ter sido para estas pessoas
que Pedro e Judas endereçaram as repreensões contidas em 1 Pedro 5:1-3; 2 Pedro 2:12-19 e Judas
11-16.
Esta Igreja sofreu perseguições (provas - vs. 3), embora não tão intensas como as que
sobrevieram à Igreja Perseguida (analisada na próxima carta). A seguir citaremos algumas perseguições
ocorridas no Século I. Antes, porém, seria proveitoso ler as seguintes passagens: Hebreus 11:35b-40,
Romanos 8:33-39, 1 Pedro 4:12-19. Esta igreja não deixou-se esmorecer, cansar (vs. 3b).
Herodes: Confira em Atos 12:1-3.

26
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Nero. Em 64 d.C. ocorreu o grande incêndio de Roma. O povo suspeitava de Nero; este, para
desviar de si tal suspeita, acusou os cristãos e mandou que fossem punidos. Milhares foram mortos de
maneiras cruelíssima, entre eles, Paulo e, possivelmente, Pedro.
As perseguições vieram a separar famílias inteiras, pais de filhos, marido das esposas, por isso é
que Paulo recomendou: “Considero, por causa da angustiosa situação presente, ser bom para o
homem permanecer assim como está”, solteiro (1 Coríntios 7:26).
Demétrio, 96 d.C. Este organizou uma perseguição aos cristãos sob a acusação de serem ateus,
isto é, talvez por recusarem participar do culto ao imperador. Foi breve, porém violenta em extremo.
Muitos milhares foram mortos em Roma e na Itália, entre eles, Flávio Clemente, primo do imperador, e
sua esposa Flávia Domitila, que foi exilada. O apóstolo João foi banido para Patmos.
Porém, esta Igreja abandonou o primeiro amor (Apocalipse 2:4), o amor por Cristo e pela família
dos cristãos, que tinham no início (cf. 1 Coríntios 3:1-3; 5:9-11; 11:18-22). A partir deste momento
observamos a Igreja entrando em um período de decadência espiritual e moral, até atingir o seu clímax de
corrupção, na Idade Média.

27
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

2ª Carta: A IGREJA Perseguida (Século II-III)


Carta à igreja em Esmirra (Apocalipse 2:8-11)

A cidade de Esmirra3 era uma das mais prósperas na Ásia Menor e tomou o nome de
“Metrópole”. Ali os judeus constituíam uma colônia excepcionalmente numerosa e próspera.
A igreja, prestes a ser severamente provada, necessitava relembrar que o seu Salvador era o
Senhor da História e conquistador do mundo, daí o fato da apresentação de Cristo no versículo oito.
A característica profética mais marcante deste período da Igreja, representado pela igreja de
Esmirra, foi a tribulação (vs. 9a). A Igreja foi assolada por uma perseguição sem igual, encabeçada
pelos imperadores romanos. Veja a relação de algumas dessas perseguições:
Trajano, 98-117 d.C. Visto que os cristãos se recusavam a sacrificar aos deuses romanos ou
tomar parte no culto ao imperador 4, e a Igreja era havida como sociedade secreta, o que era proibido.
Entre os que pereceram neste reinado estavam, Simão, irmão do Senhor, bispo de Jerusalém, crucificado
em 107 d.C., e Inácio, segundo bispo de Antioquia.
Adriano, 117-138, perseguiu os cristãos, mas com moderação. Teléforo, presbítero da igreja em
Roma, e muitos outros sofreram martírio. Apesar disto, nesse reinado, o cristianismo fez marcado
progresso em número, riqueza, saber e influência social.
Antônio, o Pio, 138-161. Este imperador de certo modo favoreceu os cristãos, mas sentia que
devia manter a lei, havendo, por isso, muitos mártires, entre os quais Policarpo.
Marco Aurélio, 161-180. Estimulou a perseguição aos cristãos. Foi cruel e bárbaro, o mais
severo depois de Nero. Muitos milhares foram decapitados ou lançados às feras, entre os quais Justino, o
Mártir. Sua ferocidade foi excessiva no sul da Gália. As torturas que as vítimas sofriam, sem darem
mostra de medo, quase que eram inacreditáveis. Supliciada da manhã até à noite, Blandina, uma escrava,
só fazia exclamar: “Sou cristã; entre nós não se pratica nenhum mal”.
Sétimo Severo, 193-211. Esta perseguição foi muito pesada, porém não generalizada. Em
Alexandria “muitos mártires eram diariamente queimados, crucificados ou degolados”.
Maximiano, 235-238. Neste período, muitos líderes cristãos foram mortos.
Décio, 249-251, decidiu-se, resolutamente, a exterminar o cristianismo. Sua perseguição
estendeu-se por todo o império, e foi muito violento; multidões pereceram sob as mais cruéis torturas, em
Roma, norte da África, Egito, Ásia Menor. Cipriano disse: “O mundo inteiro está devastado”.
Valeriano, 253-260. Mais severo do que Décio, visava destruir completamente o cristianismo.
Muitos líderes foram executados.
Diocleciano, 284-305. Foi a última perseguição imperial e a mais severa; estendeu-se
por todo o império. Durante DEZ ANOS, os cristãos foram caçados pelas cavernas e florestas;
queimados, lançados às feras, mortos por todas as crueldades imagináveis. Foi um esforço resoluto,
determinado e sistemático por abolir o nome de cristão.
Foi sobre estes 10 anos de sofrimento que se referiu o Senhor na carta à igreja de Esmirra
(Apocalipse 2:10). Os dez anos significam, também, um período abreviado, Deus estava abreviando
aqueles dias. Para aqueles mártires, a Palavra do Senhor foi: “Estas coisas diz o primeiro e o último,
que esteve morto e tornou a viver... O vencedor, de nenhum modo sofrerá dano da segunda

3
O nome Esmirra significa Mirra. Esta era uma resina cheirosa, produzida por certas espécies de
coníferas que, tanto o pó (Cantares 1:12,13; 3:6) como em forma líquida (misturada com óleo ou
bálsamo), é usada para perfume (Cantares 5:5,13; Ester 2:12; João 19:39). Estava também na
composição do óleo sagrado, usado para unções (Êxodo 30:23). Era, portanto, um presente muito
apreciado (Mateus 2:11). Vinho misturado com mirra tinha um efeito entorpecente (Marcos 15:23). Pelo
significado, então, da palavra Esmirra, podemos deduzir que esta Igreja era como um “perfume” para as
“narinas” do Senhor. E Ele se alegrou com a tribulação que sobreveio à esta Igreja.
4
O "culto ao imperador" foi decretado por Domiciano. Ele fez disso uma prova de lealdade ao império.
Os cristãos, naturalmente, se recusavam a adorar ao imperador como se fosse um "deus", e as conse-
quências disso foram desastrosas para os crentes. Desenvolveu-se até mesmo o culto à família de
Domiciano. Os próprios cortesãos de Domiciano tinham de chamá-lo "Senhor e Deus". Ao seu próprio
leito ele, ridiculamente, chamava de "leito de um deus".

28
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

morte” (2:8b,11b). O Senhor prometeu-lhes a ressurreição, e a garantia desta promessa foi a Sua própria
ressurreição. Aleluia!
"...tua pobreza, mas tu és rico..." (vs. 9 - cf. Hebreus 10:34). Aqueles crentes eram pobres, mas
não porque não trabalhassem, mas devido às perseguições que sofriam. Suas propriedades foram
confiscadas ou destruídas, e eles sofriam encarceramento. Foram reduzidos a nada pela ira dos
imperadores. A simples sobrevivência física tornou-se um problema, pela falta de alimentos. Conta-se a
história de um certo Nicodemos, cuja família possuía um décima parte da indústria de estanho em Roma.
Mas, tendo a família abraçado o cristianismo, depois da ressurreição de Cristo, foi reduzida a uma
pobreza extrema, e as filhas da família podiam ser vistas a revirar os monturos, atrás de detritos, para com
isso matar a fome.
Neste Período da História da Igreja, foram construídas vastas galerias subterrâneas, estendendo-se
por centenas de quilômetros no subsolo da cidade. Foram usadas pelos cristãos como lugar de refúgio,
culto e sepultamento durante as perseguições imperiais.

29
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

3ª Carta: A IGREJA sob favor imperial (312-500 d.C.)


Carta à igreja em Pérgamo (Apocalipse 2:12-17)

Esta cidade ficou famosa porque foi ali que primeiramente se fabricou o pergaminho (cf. 2
Timóteo 4:13) nome que se originou da palavra Pérgamo.
A cidade de Pérgamo era descrita como “dada à idolatria mais do que toda a Ásia”. Atrás da
cidade situava-se uma colina, mais de 300 metros de altitude, coberta de templos pagãos. Entre eles o
mais destacado de todos era o grande altar de Zeus, colocado sobre uma plataforma esculpida na rocha,
dominando a cidade. O culto ao imperador foi estabelecido ali primeiro que em Éfeso ou Esmirra, de
sorte que posteriormente, Pérgamo se tornou o reconhecido centro do culto na Ásia. Daí dizia-se desta
igreja, que habitava onde está o trono de Satanás (vs. 13).

Profeticamente, esta carta descreve o Período em que a Igreja estava sob favor imperial. Neste
período a Igreja foi feita uma instituição do Estado. Assim como a cidade de Pérgamo era dominada pelo
culto ao imperador, neste período a Igreja começou a institucionalizar-se, sendo governada pelo Império
e, por esta causa, Ela entrou em grande apostasia.
No decurso de suas guerras contra os rivais, Constantino, para se firmar no trono, na véspera da
batalha da Ponte Mílvia, fora de Roma, 27 de outubro de 312, viu no céu, acima do sol poente, a figura
de uma cruz, e sobre esta as palavras “Por este sinal vencerás”. Decidiu combater sob a bandeira de
Cristo e ganhou a batalha. Isto mudou o curso da História do Cristianismo.
Em 313, Constantino promulgou o edito de tolerância, no qual concedeu “aos cristãos e a
todos os outros plena liberdade de seguir a religião que a cada um aprouvesse”, o primeiro deste
gênero na História. E foi adiante: favoreceu de todos os modos os cristãos; deu-lhes os principais cargos;
isentou ministros cristãos de impostos e do serviço militar; incentivou e ajudou a construção de igrejas;

30
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

fez do cristianismo a religião da sua corte; expediu uma exortação geral, 325, a todos os súditos
para que abraçassem o cristianismo; e porque a aristocracia romana persistisse em seguir suas religiões
pagãs, mudou a capital para Bizâncio e denominou-a Constantinopla, “Nova Roma”, capital do novo
império cristão. Em 330, o imperador consagrou a cidade de Constantinopla à Virgem Maria, mãe de
Jesus.
Fez do dia de reunião dos cristãos, o domingo, dia de descanso, proibindo nele todo o trabalho
ordinário e permitindo aos soldados cristãos assistir ao culto nas igrejas.
Com a cristianização do império, foram abolidas a escravidão, os combates de gladiadores, a
morte de crianças indesejáveis, a crucificação como gênero de pena capital.
O primeiro templo cristão foi construído no reinado de Alexandre Severo (222-235). Depois do
edito de Constantino, passaram a ser construídos em toda parte.
O cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano (O Estado). Embora
Constantino tomasse de fato essa deliberação, só se efetivou no reinado de Teodósio (378-95), que tornou
obrigatório a cada cidadão fazer parte da Igreja. Foi isto a pior calamidade que já sobreveio à mesma
Igreja. O desígnio de Cristo era vencer por meio puramente espirituais e morais. Até ao tempo de
Constantino as conversões eram voluntárias, por uma genuína mudança do coração e da vida da pessoa.
Agora, porém, as conversões forçadas enchiam as igrejas de gente não regenerada. Entrou na Igreja o
espírito militar da Roma Imperial, mudando-lhe a natureza e tornando-a uma organização política e
fazendo-a precipitar-se no milênio das abominações papais (o milênio da Idade das Trevas -
tanto para a Igreja como para o mundo secular - que será o próximo período a examinarmos).

Vejamos alguns fatos que marcaram o período da Igreja sob favor imperial.
Queda do paganismo. Teodósio (378-95), ao fazer da Igreja uma instituição do Estado,
empreendeu a supressão à força de todas as outras religiões; proibiu o culto de ídolos. Sob a vigência dos
seus decretos, 375-400, os templos pagãos foram derrubados pelos cristãos, havendo derrame de muito
sangue. Entrava, assim, a Igreja em sua grande apostasia. Conquistou o Império Romano, mas, na
verdade, foi esse Império que A conquistou, não por eliminá-La, mas por lhe dar sua própria fisionomia.
A Igreja Imperial do 4º e do 5º Século tornou-se uma instituição de todo diferente da Igreja
perseguida dos três primeiros Séculos. Na sua ambição de domínio, perdeu e esqueceu o espírito de
Cristo. O culto, a princípio muito singelo e espontâneo, passou a cerimônias complicadas, majestosas,
imponentes, com todo o esplendor externo, próprio dos templos pagãos.
Os ministros tornaram-se sacerdotes. O termo “sacerdote” não fôra aplicado aos ministros
cristãos antes do ano 200 d.C. Foi tomado de empréstimo ao sistema judaico, afeiçoando-se ao exemplo
do sacerdócio pagão. Leão I (440-61) proibiu o casamento aos sacerdotes, tornando-se lei o celibato na
Igreja Romana. Mas o celibato produziu seus maus efeitos. Através dos Séculos, a imoralidade notória
dos sacerdotes tem sido um dos mais berrantes escândalos dessa Igreja.
Os godos, vândalos e hunos, que derrubaram o Império Romano, aceitaram o cristianismo; mas
em grande escala essa conversão foi só nominal; e isto outra vez encheu a Igreja de práticas pagãs. Neste
Período o cristianismo foi fundido com filosofias gregas e orientais, daí surgindo muitas seitas:
gnosticismo, maniqueísmo, montanismo, monarquismo, arianismo, dentre outras. É a isso que se refere a
passagem de Apocalipse 2:14,15. A Igreja que no Século I foi elogiada por odiar as obras dos
nicolaítas, agora permite que o fermento (doutrina) dos balaamitas A contaminasse. O ensinamento básico
de Balaão era confundir assuntos espirituais e morais com interesses materiais, o que era uma
característica do gnosticismo, e que predominou por todo o Período da Idade das Trevas. O espírito
babilônico entrou na Igreja.
Apocalipse 2:16. Só a espada de dois gumes, a Palavra Viva de Deus, poderia fazer a divisão do
que é espiritual e da alma (intelecto), a fim de reavivar a Igreja.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

4ª Carta: A IGREJA da Idade das Trevas (500-1500 d.C.)


Carta à igreja em Tiatira (Apocalipse 2:18-29)

Tiatira era a menor das sete cidades. Ficava no caminho de Pérgamo para Sardes.
Originariamente era colônia militar. Não tinha nenhum templo devotado ao culto dos imperadores, de
sorte que os cristãos não eram tão perturbados por aquele culto como as igrejas precedentes. O problema
desta igreja centralizava-se nas situações comprometedoras criadas pelos interesses comerciais (Atos
16:14,15). Tiatira era uma cidade industrial, célebre pelos seus muitos grêmios comerciais.
Esta igreja era dominada pelo espírito de Jezabel, que era esposa de Acabe, rei de Israel (1 Reis
16:31). Ela é um símbolo de falsa profetiza. Seu ardil se manifestou quando pressionou o marido a
abandonar a Deus e a apoiar o culto a Baal. Usou meios injustos de extorquir bens materiais para
satisfazer os desejos dela. A idolatria e o materialismo eram grandes tentações em Tiatira, um centro
comercial.

No começo do estudo destas sete cartas observamos que elas formam uma estrutura clara que se
enquadra no que vimos a respeito do Paralelismo Invertido. Ainda vimos que a carta à igreja de
Tiatira encontra-se no centro da estrutura. Assim sendo, há uma associação das características desta Igreja
com a primeira (Igreja do Século I) e a última (Igreja do fim dos tempos) (cf. vs. 19).
É importante compreender que durante o período da Idade das Trevas, grandes transformações
aconteceram na Igreja. A Igreja era cheia de obras: amor, fé, serviço e perseverança (2:19a), as primeiras
obras - aqui o Senhor lembra as qualidades anteriores que havia na Igreja Primitiva. Entretanto, por
tolerar ou ser condescendente com “Jezabel”, os fatos mudaram (vs. 20). No versículo 21 deduzimos que
“Jezabel” anteriormente tinha sido advertida, sem resultado, ou por João ou por algum outro líder cristão.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Jezabel era a profetiza que propagava o ensino dos nicolaítas e seus filhos, seus seguidores se prostituíram
pelo culto a outros deuses.
Como resultado do Período da Igreja Imperial (Igreja Romana), a Igreja e a Humanidade entraram
em um milênio de trevas (Idade Média), onde pouco progresso foi feito a nível espiritual, intelectual,
cultural e científico. Este período durou até a Reforma Protestante que foi paralelo ao Renascimento
Cultural.
Cabe lembrar, porém, que o Senhor promete, a esta Igreja devastada, restaurá-La. Ele afirma que
“suas últimas obras são mais numerosas que as primeiras” (2:19b). Leia ainda, para confirmar esta
promessa, as passagens de Ageu 2:6-9 e Joel 2:25-27.

A Idade das Trevas, foi uma época marcada pela idolatria, completa cegueira espiritual e
abusos incabíveis cometidos pela Igreja Romana.
Foi o período do surgimento:
Do Maometismo (570);
Das Cruzadas (1095-1272) - a Guerra Santa contra os infiéis muçulmanos. Foi um esforço da
cristandade por recuperar a Terra Santa - Jerusalém -, tirando-a de sob o domínio dos maometanos.
Houve oito Cruzadas. Elas foram o resultado de um complexo de fatores: a) A crise do sistema feudal
com a consequente marginalização de um grande número de indivíduos; b) Mas não se pode ignorar o
aspecto religioso das Cruzadas. O sentimento religioso do homem medieval eram muito fortes. Ele era
antes de tudo um fiel servidor de Deus e da Igreja Romana. E se as Cruzadas representavam para ele uma
satisfação e compensação material, representavam também o cumprimento de uma obrigação religiosa.
Combater o infiel muçulmano era uma ação santa e representava a possibilidade de salvação eterna,
garantida pelas indulgências oferecidas pela Igreja aos cruzados; c) Há ainda um motivo particular das
Cruzadas, pois estas contribuíram para a luta pelo controle do poder papal dentro da Igreja Romana,
principalmente o desejo de reconquistar a Igreja separada do Oriente.
Da Inquisição, que era uma instituição medieval destinada a fazer averiguações sobre as
heresias, bem como a reprimi-las, foi estabelecida em 1231 pelo Para Gregório IX. Era um tribunal
eclesiástico com jurisdição unicamente sobre os Católicos, com o fim de investigar (inquirição) e punir
crimes contra a fé católica. Os acusados de ´heresia´ eram entregues ao poder civil para aplicação da
penalidade.
Na verdade, as cruzadas e a inquisição, refletiam o caráter imperial da Igreja Romana. A
inquisição, também, revela o espírito de Jezabel, que perseguia os profetas, atuando nesta Igreja.
Das Indulgências. A palavra significa remissão das penas. Com as indulgências, podia-se obter
a remissão de uma parte ou de todos os pecados. No caso de um ´cristão´ prestar algum serviço à Igreja,
como a doação de terras a mosteiros ou igrejas, este benefício era considerado suficiente para demonstrar
o arrependimento do pecador, o que lhe servia como indulgência ou remissão de pecado(s). Urbano II,
papa francês, prometeu indulgência plenária (total) a todos quantos se engajassem na Primeira Cruzada.
Este sistema de indulgências difundiu-se rapidamente. Não apenas papas, mas também bispos davam
indulgências, e cada vez em condições mais fáceis. Contribuições para uma boa obra tal como a
construção de uma igreja ou mesmo de uma ponte ou estrada, eram consideradas dignas de tal
recompensa. Logo foram percebidas as possibilidades financeiras do sistema;
Do Renascimento urbano - o surgimento das cidades -, ligado ao renascimento comercial
(séc. XI);
Guerra dos Cem Anos (1337-1453);
Peste Negra. De origem oriental, o vírus dessa peste foi introduzido na Europa em 1348 e se
propagou com grande rapidez. Em pouco tempo, a Peste Negra dizimou entre um terço e a metade da
população européia. A difusão do vírus da peste foi facilitada por uma série de fatores. Um dos principais
foi a inadequação da estrutura urbana à concentração demográfica. Em outras palavras, as cidades
daquela época não eram planejadas;
Das Transformações Culturais. A cultura medieval foi uma síntese de elementos grego-
romanos, cristãos e germânicos, reformulados em termos de novas experiências. Começou a distinguir-se
no Século XI e atingiu o apogeu no Século XIII. Apesar de predominar o sentimento cristão católico-
romano, verificou-se nela influência da cultura secular e naturalista, representada pela literatura
fantasiosa, mitos, lendas e canções populares. Ainda surgiram as universidades, fato que contribuiu para o

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

desenvolvimento da filosofia (escolástica), da literatura e das artes que, por sua vez, foi a semente do
movimento renascentista que surgiu Séculos depois.
Dos Movimentos Renovadores. Nos Séculos XII e XIII começaram a surgir profundas
mudanças econômicas e sociais, o que gerou uma verdadeira crise de consciência religiosa. Nasceu,
então, uma insatisfação geral dos cristãos em relação ao comportamento do clero, apegado às riquezas,
favoreceu o aparecimento de ideias contrárias à ortodoxa, isto é, aos ensinamentos da Igreja Romana. As
doutrinas defendidas por estes movimentos foram chamadas de heresias pela Igreja Imperial. Estes
movimentos constituíram-se o prelúdio da Reforma Protestante, que despontou dois Séculos depois.
Este período, entretanto, teve seu lado positivo. Foi um tempo de “metamorfose” (transição), que
impelio a Igreja e a Humanidade à busca do equilíbrio entre o espiritual e o natural, que é um pressuposto
para a maturidade. Indícios desta mudança são caracterizados pela Reforma e pelo Renascimento,
movimentos que despontaram logo após este período. Estes movimentos abriram novos horizontes para a
Igreja e para a Humanidade. Marcou o início da Restauração da Igreja.
Se observarmos o Paralelismo Invertido, formado pelas sete cartas às igrejas da Ásia, notaremos
que a carta à igreja de Tiatira encontra-se no centro, indicando que esta representa a fase de maior
corrupção atingida pela Igreja. Mas, segundo o que estudamos sobre o Paralelismo Invertido, após o
clímax da construção poética, que frequentemente é colocado no centro, há um retorno pouco a pouco.
Sendo assim, após a Idade Média, começa um retorno da Igreja à pureza de fé, vida, amor e serviço,
começa o período da Restauração da Igreja.
Apesar de todos os males que sobrevieram à Igreja neste período, havia um remanescente, um
grupo de cristãos sinceros, que buscavam viver a simplicidade e pureza da fé cristã . É importante termos
em mente que, deste período em diante, a Igreja propriamente dita, é constituída por um remanescente (cf.
vss. 24 e 3:4). Foi este remanescente que provocou os movimentos renovadores.

Também é dito, em 2:24b, que: “Outra carga não jogarei sobre vós; tão somente conservai
o que tendes, até que eu venha”. O Senhor promete não lançar sobre a Igreja outra carga como as vistas
naqueles dias. É ainda recomendado àquela Igreja, que conservasse o que eles ainda tinham de bom.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

5ª Carta: A IGREJA da Reforma e da Renascença (1517 d.C. ao séc. XVII)


Carta à igreja em Sardes (Apocalipse 3:1-6)

Sardes era uma cidade de glória deslustrada. Outrora tinha sido a capital do antigo reino da Lídia,
mas entrou em ocaso, depois da conquista persa, até que Tibério a reconstruiu depois de um terremoto. A
cidade era célebre por duas coisas: a sua indústria de tintura e lã, a libertinagem.

A igreja em Sardes é um retrato da própria Igreja, pois houve o tempo quando tinha um nome
para progresso espiritual, mas agora era sem vida; a libertinagem a invadiu, ela estava sem vida, assolada.
Havia, porém, poucas pessoas - um remanescente - que não tinham contaminado as suas vestiduras
(vs. 4), isto é, manchado com o pecado o seu comissionamento cristão. Sardes tipifica a Igreja da Idade
das Trevas, que começa a ser Restaurada pela Reforma.
A Idade Média trouxe morte para muitas das virtudes da Igreja, que foi perdendo sua glória e
pureza. Também muito da cultura e desenvolvimento sócio-econômico da Humanidade foi poldado.
Entretanto, com esta nova dispensação que surge, o Senhor trouxe uma admoestação: “ Sê vigilante, e
consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na
presença de Deus” (vs. 2). O movimento da Reforma - surgido no “ventre” da Igreja - e o movimento
do Renascimento Cultural, serviram para consolidar o resto que estava para morrer.

Reforma Religiosa ou Reforma Protestante foi um movimento de caráter religioso, político


e econômico, verificado na Alemanha, no Século XVI. Provocou a separação de uma parte da
comunidade católica da Europa, dando origem ao protestantismo. Seu objetivo era reestabelecer a fé
cristã na sua simplicidade e pureza primitivas. Rejeitaram a tradição ensinada pela Igreja Romana
porque a julgavam contrária à Palavra de Deus. Desejavam remontar a quinze Séculos atrás, ao tempo da

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Igreja Apostólica. Pensavam fazer uma restauração. Acontece, porém, que não seria possível uma
restauração sem uma revolução completa. De fato, foram rejeitadas as doutrinas e tradições que não se
encontravam nas Escrituras.
As causas. A Reforma foi provocada por fatores de ordem religiosa, política e econômica, tais
como:
a) o estado de anarquia, libertinagem e confusão em que se encontrava a Igreja Roma-
na, que veio a provocar uma insatisfação religiosa generalizada;
b) as transformações econômicas da Europa;
c) os conflitos entre os soberanos e os papas, que contribuíram para o declínio do
papado;
d) os impostos eclesiásticos;
e) a difusão da Bíblia, dentre outros.
Devido a estes fatos e, principalmente, à insatisfação geral dos cristãos com relação ao
comportamento do clero, surgiram os movimentos renovadores. Vejamos os mais importantes:

Petrobrussianos, fundados por Pedro de Bruys, discípulo de Abelardo, 1110, na França:


rejeitavam a missa, sustentavam que a comunhão era um memorial, e que os ministros deviam casar-se.
Arnaldo de Bréscia, 1155, discípulo de Abelardo, pregava que a Igreja não devia ter
propriedades; que o governo civil pertencia ao povo; que Roma devia ser libertada do domínio do papa.
Foi enforcado, a pedido do Papa Adriano IV.
Albigenses, ou Cártaros. No Sul da França, Norte da Espanha e da Itália. Pregavam contra as
imoralidade do clero, contra as peregrinações, o culto dos santos e imagens; faziam largo uso das
Escrituras; viviam abnegadamente e eram muito zelosos da pureza moral. Em 1167, constituíam, talvez, a
maioria da população do Sul da França. Em 1208, o Papa Inocêncio III ordenou uma cruzada; seguiu-se
uma guerra sangrenta; dificilmente, houve outra igual na História; cidade após cidade foi passada ao fio
da espada; em 1229, foi estabelecida a Inquisição e dentro de cem anos os albigenses foram,
completamente, desarraigados.
Valdenses. Sul da França e Norte da Itália. Parecia-se com os albigenses, mas não eram os
mesmos. Valdo, rico negociante de Lião, ao Sul da França, 1176, deu suas propriedades aos pobres e saiu
a pregar. Ensinava que a Bíblia era a única regra de fé e de conduta. Sua pregação despertou, no povo,
grande desejo de ler a Bíblia. Sobreviveram à Inquisição.
João Wyclif. 1324-1384. Professor de Oxford, Inglaterra. Pregava contra a dominação espiritual
do clero e a autoridade do papa. Defendeu o direito, que o povo tinha, de ler a Bíblia. Traduziu esta para o
inglês. Seus adeptos chamaram-se Lolardos.
João Huss. 1369-1415. Reitor da Universidade de Praga, Boêmia. Foi um estudante de Wyclif,
cujos escritos haviam penetrado nesse país. Tornou-se pregador destemido; atacava os vícios do clero e as
corrupções da Igreja Romana; com veemência arrebatava, condenava a venda de indulgências; rejeitava o
purgatório, o culto dos santos e o uso de uma língua estrangeira na liturgia. Foi queimado vivo.
Savonarola, 1452-1498. Em Florença, Itália. Pregava, como um dos profetas hebreus, a vastas
multidões que enchiam sua catedral, contra a sensualidade e o pecado da cidade, e contra os vícios do
papa. A cidade penitenciou-se e se reformou. Mas o Para Alexandre VI procurou, de todos os modos,
silenciar o virtuoso pregador; tentou até suborná-lo com o chapéu cardinalício; mas em vão. Foi
enforcado e queimado na grande praça de Florença, 19 anos antes das 95 teses de Lutero.
Os anabatistas, que apareceram através da Idade Média, em vários países europeus, sob
diferentes nomes, em grupos independentes.
A Renascença, ou reavivamento da cultura, resultado em parte das cruzadas, da pressão dos
turcos e da queda de Constantinopla, ajudou o movimento da Reforma. Surgiu uma paixão pelos clássicos
antigos. Vastas somas foram gastas no colecionamento de manuscritos e na fundação de bibliotecas.
Exatamente nesse tempo, foi inventada a imprensa por João Gutemberg, cujo primeiro livro impresso
foi a Bíblia (1455). Seguiu-se uma abundância de dicionários, gramáticas, versões e comentários bíblicos.
Estudavam-se as Escrituras nas línguas originais. “Um conhecimento novo das fontes da doutrina
cristã revelou a grande diferença que havia entre a singeleza nativa do Evangelho e a estrutura
eclesiástica que se dizia fundada sobre ele”. “A Reforma veio a realizar-se devido ao contato da

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

mente humana com as Escrituras”, e o resultado foi que a mente humana se emancipou da autoridade
clerical e papal.
Erasmo, 1466-1536, homem de vastíssima cultura e autor muito popular da Reforma. A edição
que fez do Novo Testamento Grego forneceu aos tradutores um texto acurado com que pudessem
trabalhar. Ajudou muito a Reforma, mas nunca aderio a ela.
A época em que Lutero iria falar não era uma época morta. Pelo contrário, fervia de inquietação,
preocupada com uma multidão de problemas não resolvidos e anelos não satisfeitos.
Martinho Lutero, 1483-1546. Concretizou o movimento de Reforma. Levou o mundo a
romper com a instituição mais despótica da História, em busca da liberdade. Certo dia, 1508, quando lia a
Epístola aos Romanos, foi iluminado de súbito e a paz lhe inundou a alma: “o justo viverá pela fé”
(Romanos 1:17). Viu, por fim, que a salvação ganhava-se pela confiança em Deus, mediante a fé em
Jesus Cristo, e não pelos ritos, sacramentos e penitências pregada pela Igreja Romana. As proposições
que Lutero afixou à porta da igreja de Wittenberg, a 31 de outubro de 1517, oficializaram o início da
Reforma.
Uma advertência a esta Igreja: "Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás
morto" (3:1c). A Reforma Protestante não realizou tudo aquilo que poderia ter concretizado. Devido ao
abuso de sua própria liberdade, as igrejas dividiram-se em seitas e denominações, que é um indício de
carnalidade (cf. 1 Coríntios 3:1-3; Judas 19). Por isso, a Igreja da Reforma tornou-se uma imensa
organização, mas com pouca evidência de vida espiritual.
Sendo assim, precisamos nos identificar com o remanescente, pois a atividade dos filhos de Deus
não é visível ou conhecida para o mundo em geral, ou o mundo religioso em particular. Esse grupo de
Vencedores que foram chamados para a Soberana Vocação de Deus, está escondido no esconderijo de
Altíssimo. O mundo não percebe o que Deus vai fazer com eles e através deles. O mundo não está
notando as suas grandes proezas.
É interessante observar e comparar os movimentos de restauração com trechos das Escrituras, que
profetizaram a respeito da Restauração da Igreja. Observe os seguintes tópicos:
Livros de Esdras e Neemias. Vimos anteriormente os precursores da Reforma. Todo
movimento de restauração ou reavivamento na Igreja segue as seguintes fases: a) Deus desperta os
espíritos das pessoas, que procuram voltar (arrependimento) à pureza da vida cristã (obs: Esdras 1:5).
Estas dão origem a um remanescente; b) Estas pessoas se associam, motivadas por um único ideal (cf.
Esdras 3:1); c) É reestabelecida uma nova aliança e comunhão com o Senhor (cf. Esdras 3:3 // Atos 13:1-
3) d) O Senhor levanta líderes que lançam o(s) “fundamento(s)” - revelações ou ensinamentos básicos -
da nova construção (cf. Esdras 3:6; 5:16 // Efésio 2:19, 20; 1 Coríntios 3:10-13); e) Há retorno à vida e
prática do verdadeiro cristianismo pela revelação contida nas Escrituras - retorno à Palavra Viva (cf.
Esdras 7:1,6,10); f) Construção ou edificação de todos os objetivos indicados pela Palavra; g) Separação
de todo elemento misto, ou daqueles que não são verdadeiros cristãos (cf. Neemias 13:1-3, 30).
Livro de Joel. Fala da assolação que veio à videira (símbolo de Israel e da Igreja - cf. 1
Coríntios 3:9), mas depois fala da restituição ou restauração de todas as coisas.
O Movimento de Restauração não parou nos dias de Lutero. Deus continuou a fazer Sua Obra.
A seguir transcrevo um breve histórico da Restauração que começou nos dias de Lutero e
continua até nossos dias.

“(Joel 2:25). Deus declarou: „Restituir-vos-ei‟; e então começou uma gloriosa História
da Igreja, quando Deus começou, devagar, mas firmemente, a restauração dEla. Martinho
Lutero (1483-1546), enquanto observava uma penitência (1508), ouviu palavras celestiais: O
justo viverá pela fé, e por toda a Europa os homens começaram a se voltar para a Bíblia e para
uma real experiência de salvação. O primeiro passo da restauração havia sido dado. Os
Luteranos e Protestantes foram perseguidos e martirizados, mas o que Deus havia feito,
permaneceu. Todas as torturas da Inquisição, a mutilação e vazamento de olhos dos crentes, os
espancamentos e as mortes nas fogueiras, não puderam destruí-lo, pois Deus estava restaurando
a Sua Igreja. A História da Igreja continuou, com as histórias de grande homens como João
Calvino (1509-1564), John Knox (1505-1587, Escócia), John William Fletcher (1729-1785), e
centenas de outros. Satanás não conseguiu reter a operação de Deus para restaurar naqueles

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

dias, e não conseguirá retê-la agora. À medida que as gerações se passaram Deus restaurou
mais. O movimento de santificação alastrou-se. Contudo, sempre a história era a mesma: tão
logo um movimento eclesiástico se esfriava, perdia o seu primeiro amor, ou lutava contra
verdades mais elevadas, perdia a espiritualidade. Movimentos muitas vezes, se tornaram
grandemente organizados com regras humanas, em vez de obedecerem à direção de Deus, e o
povo recusava-se a andar na luz que Deus lhes proporcionava, de forma que Deus pulou por
cima das suas pequenas paredes denominacionais e sectárias. Abandonou-os às suas formas,
rituais e cerimônias, e tomou Consigo um grupo faminto de crentes. Eles eram os chamados
dentre os que haviam sido chamados para fora. Desta forma, um novo passo era dado na
restauração da Igreja que Deus estava efetuando.
Ó, igrejas que trazem o nome de seu Senhor, têm vocês nome de que vivem, mas estão
mortas? Têm forma de piedade, mas negam o poder dela? Ei-los marchando através dos Séculos
- os homens que estão progredindo com Deus! Leia a respeito de João WeSalmosey (1703-
1791) - igreja metodista e Movimento de Santificação5 -, que suportou amargas perseguições.
Com quase todas as igrejas da Inglaterra fechadas para a palavra que trazia da parte de Deus,
ele pregou sobre o túmulo de seu pai, único lugar que restava, de onde ele podia pregar.
Apedrejado, tido como alvo de ovos chocos, ele avançou com Deus, e outro passo da
restauração foi dado. A ele seguiram-se homens como Charles G. Finney (1792-1875, Nova
York, convertido em 1821) e uma plêiade de outros, mas ai mesmo naqueles movimentos o fogo
começou a enfraquecer, e eles se transformaram em um evangelho social. Com organização,
jantares na igreja, e programas, eles também começaram a erigir muros sectaristas.
Então apareceu William Booth (1829-1912), com o Exército da Salvação (1878). Aquele
foi um grande dia na sua igreja apinhada, quando lhe foi solicitado que transigisse quanto às
verdades da Palavra de Deus, e a sua esposa o chamou da galeria: „Diga não, Guilherme‟, e
Guilherme Booth disse „Não‟. Assim a igreja avançou mais outro passo. A História nos mostra o
poder de Deus no Exército da Salvação, naqueles dias, com cultos de vigília, e homens e
mulheres desacordados devido ao poder de Deus.
Cerca de meio Século atrás, outro grande movimento nasceu, bem semelhante à história
de Atos 2 - o grande reavivamento do País de Gales (Grã-Bretanha), (1948) sob a liderança de
Evan Roberts, e subsequente derramamento do Espírito de Deus sobre todo o mundo, quando
homens e mulheres de todas as nações começaram a receber o Espírito Santo e a falar em
outras línguas (movimento Pentecostal). A chuva dos céus estava caindo sobre os humildes e
pequenos, e da mesma forma como das outras vezes, Satanás lutou contra ela. Todos os
movimentos de Deus que haviam fechado suas portas a novas revelações, lutaram também
contra ela. Os pregadores também lutaram contra esse movimento, e lhe deram muitos nomes. É
uma tragédia que aquelas pessoas que haviam sido perseguidas por terem recebido uma nova
luz, alguns anos atrás, agora estavam perseguindo os que estavam avançando para uma luz
ainda maior. No entanto, a luz que estavam recebendo nada mais era do que uma restauração
do batismo do Espírito Santo, como tinha sido experimentado pela Igreja do Novo Testamento
primitiva. À medida que os anos passaram, os que haviam lutado contra a luz começaram a
murchar, e começaram a seguir o exemplo das denominações que haviam existido antes deles.
Tornaram-se fortemente sectaristas, expulsaram a nova luz e todos os seus ministros.
Mas, glórias a Deus que a Sua verdade está avançando! Nada pode fazer parar a chuva.
Dar-lhe nomes pejorativos e tornar-se irado não impedirá que ela caia. Você não pode deter
essa poderosa inundação com uma pequena vassoura. E agora, em nossos dias, Deus tem

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Num tempo em que a Igreja havia caído de novo no formalismo sem vida, ele pregava a doutrina do
testemunho do Espírito Santo e de uma vida santa. Na Inglaterra, nunca lhe permitiram pregar suas
doutrinas nas igrejas. Por isso, pregava nos campos, nas zonas de mineração e esquinas de ruas.
Organizou sociedades que defendiam a pureza de vida (Movimento de Santificação). Este movimento,
mudou inteiramente a tonalidade moral da Inglaterra.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

começado um outro movimento. Cousas estranhas estão acontecendo, outra vez. Deus está
impelindo o Seu povo a restaurar os dons do Espírito com os frutos do Espírito. Deus está
operando para completar os passos finais da restauração da Igreja nestes últimos dias.
Durante 450 anos, desde os dias de Martinho Lutero, Deus tem operado para restaurar, e não
cessará de operar até que o poder e glória miraculosos da Igreja sejam maiores do que os da
Igreja dos dias neotentamentários, como está registrado nos Atos dos Apóstolos. É triste, mas é
verdade, que os que receberam o Espírito Santo e até falaram em outras línguas, agora estejam
lutando contra este movimento atual de Deus, quando Ele está restaurando os dons do Espírito,
o fruto do Espírito, os ministérios, e a autoridade espiritual de Cristo no crente, como está
registrado em Efésios. Eu tenho visto e ouvido muitas coisas, ultimamente, que eu sei serão
encontradas somente na Igreja do Novo Testamento...” (Extraído da literatura: “Sião Destruída e
Restaurada”, pgs. 5-8 - por: John Robert Stevens).

Este trecho transcrito conta a história da restauração, dos dias da Reforma, com Martinho Lutero
(1508) até 450 anos depois (1950), aproximadamente.
Após a Reforma, as igrejas Protestantes obtiveram grande expansão, que é o assunto a ser
analisado na próxima carta. A partir de 1950, então, o Soberano Senhor tem trazido um novo
movimento na face da terra. “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas ...”

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

6ª Carta: A IGREJA das Missões (séc. XIX até início séc. XX)
Carta à igreja em Filadélfia (Apocalipse 3:7-13)

O nome Filadélfia significa “amor fraternal”. Devido a frequentes terremotos, a população de


Filadélfia era pequena. A igreja parece ter sido fraca (ver vers. 8: “tem pouca força”).

Vimos como o Senhor vem restaurando a sua Igreja a partir do Século XVI. Pouco a pouco o
Senhor está preparando a Sua Igreja para a entrada no Reino.
A igreja de Filadélfia representa a Igreja do Século XIX e das primeiras décadas do Século XX.
A sua principal característica, durante um período de 450 anos, como citamos anteriormente,
foram as missões realizadas pelas igrejas Protestantes (Batistas, Metodistas, Luteranos, Presbiterianos
e outras), que propiciaram a pregação da Palavra de Cristo em terras longínquas.
Na realidade, as missões protestantes já se notavam desde o início do Século XVIII, quando foi
criada várias sociedades com fins missionários, como por exemplo: A Sociedade para a Pregação do
Evangelho em Terras Estrangeiras (1701); Sociedade Batista para a Pregação do Evangelho entre os
Pagãos (1792); Sociedade Missionária Londrina (1750-1825).
Entretanto, foi a partir do começo do Século XIX que se observou a organização de inúmeras
sociedades missionárias, tanto denominacionais como interdenominacionais, nos Estados Unidos e
Europa. Comissão Americana de Comissionados para as Missões Estrangeiras, 1810; a Sociedade
Missionária Danesa, de 1821; as de Paris e Berlim, de 1824; a Missão Luterana Evangélica de Leipzig e a
Sociedade Missionária do Norte da Alemanha, de 1836 - tais sociedades foram as mais importantes entre
as centenas que enviaram missionários a todos os lugares. Neste período o protestantismo americano
começa a tomar grande força, sobressaindo-se ao europeu.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

As denominações estavam se tornando gigantescas. Os metodistas, escassamente 15.000 ao


tempo de sua organização independente, em 1784, passavam de um milhão em 1850. Os batistas, cem mil
no início do Século XIX, no meio dele haviam aumentado oito vezes.
Estas missões tiveram objetivos filantrópicos, marcadas pela criação de igrejas, escolas, e
comunidades que desenvolveram o amor fraternal (Filadélfia), que se espalharam por todo o mundo. O
movimento metodista, por exemplo, tinha ampla visão filantrópica. O metodismo procurou auxiliar
financeiramente os seus pobres: conseguindo trabalho, remédios para os enfermos, estabelecimento
escolares e dando instrução barata e procurando eliminar a grosseria e a brutalidade existente nas classes
inferiores.

Porém, para esta Igreja, a passagem de Apocalipse em consideração nos revela cinco mensagens
importantes da parte do Senhor. São elas:

b) “Estas coisas diz ... aquele que tem as chaves de Davi, que abre e ninguém
fechará, e que fecha e ninguém abre;... eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual
ninguém pode fechar” (3:7b, 8a). Segundo as passagens de 1 Coríntios 16:9 e 2 Coríntios 2:12,
podemos compreender que a porta aberta refere-se à oportunidade concedida pelo Senhor para a pregação
do Evangelho.
John Gill, escreveu pouco antes do começo dessa era, considerando a sua própria época como era
da igreja em Sardes. Predisse ele que a era da igreja de Filadélfia seria uma espécie de reino espiritual de
Cristo, com a renovação do amor e do evangelismo. Por isso, conjecturou ele: "Essa porta aberta talvez
ofereça uma oportunidade incomum para a pregação do Evangelho; uma grande liberdade
mental de seus pregadores e grande atenção por parte dos ouvintes, cujos corações serão
abertos para observar, receber e abraçar ao Evangelho; além de grande colheita de almas para
Cristo e suas igrejas. Haverá pregação abundante e frequênte da Palavra, com grande sucesso -
o que não poderá ser tolhido por qualquer criatura". É significativo que foi da própria denominação
de Gill, a denominação dos "Batistas Primitivos", da Inglaterra, que saiu Adoniram Judson (1788-1850),
que se tornou o "pai" das missões.
Muitos dos primeiros missionários sofreram oposição na igreja, sendo-lhes dito que estavam
lançando pérolas aos porcos, porque pregavam aos pagãos. Isso mostra a que posição inferior caíra o
evangelismo, na Igreja da Idade Média, e na Igreja da Reforma, ou igreja de Sardes.
As igrejas Protestantes foram fiéis no cumprimento do propósito de Deus para este período da
História da Igreja, levando a Palavra de Deus para terras distantes.
b) “... que tens pouca força” (vs. 8b). Após o período de sua expansão, as igrejas Protestantes
perderam a sua força espiritual. Na Alemanha e Inglaterra, berços destas igrejas, os protestantes tornaram-
se “fracos”, do ponto de vista espiritual. Nos Estados Unidos, grande centro de difusão das igrejas
Protestantes, observamos que estas entraram em mornidão espiritual que vem se agravando até nossos
dias. Sua fraqueza foi gerada pelo fermento da imoralidade, luxúria e vaidade que penetraram nos
corações dos fiéis. Murus sectários foram erigidos pelas denominações, o que veio a fechá-las para o
próprio Senhor e o mover do Seu Espírito. Mesmo assim, essa Igreja tem operado praticamente sem os
dons espirituais e miraculosos.
Ainda uma coisa boa permaneceu nos corações de muitos crentes: “... guardaste a minha
palavra, e não negaste o meu nome” (3:8b). O Senhor conservou um remanescente que prosseguiu
com muitos reavivamentos. Estes movimentos muitas das vezes são chamados, pelos historiadores, de
“não-conformismo”.

O Século XIX e início do Século XX foi marcado por firme expansão e crescimento do não-
conformismo (contra as estruturas denominacionais). Um dos movimentos que surgiu como reação
contra a falsa espiritualidade na Igreja Estabelecida (denominações), foi o chamado “Segundo Grande
Despertamento Evangélico” e cujo principal característico foi dado pelo evangelista americano Dwight L.
Moody (1837-1899). Nome importante neste período foi, também, Edward Irving (1792-1834), em
Londres, que em 1828 pregava que os “dons” da era apostólica podiam ser restaurados se houvesse fé
suficiente - dois anos depois, porém, creu que suas esperanças estavam se cumprindo em outros.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Porém, o mais importante destes movimentos foi o Exército da Salvação. Seu criador, William
Booth (1829-1912), era ministro da Nova Conexão Metodista e, depois de bem sucedida obra de
reavivamento em Cardiff, iniciou trabalho semelhante em Londres, em 1864. Disso resultou, em 1878,
uma organização de aspecto militar, que recebeu o nome de Exército da Salvação, 1880. Sempre engajado
decididamente na filantropia prática tanto quanto no evangelismo de rua, a obra filantrópica se
desenvolveu em grande escala em 1890 em diante, quando Booth publicou Na Trevosa Inglaterra e o
Caminho da Libertação. Apesar de sua forma militar, o Exército da Salvação é, sob vários aspectos,
uma igreja denominacional, e tem feito imensa obra beneficente a favor dos defeituosos e delinquentes.
c) “Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também te guardarei da
hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar (por à prova) os que
habitam sobre a terra” (3:10).
O Senhor está anunciando que guardará (protegerá) o Seu povo da grande tribulação que virá
sobre “os que habitam sobre a terra”, o grande julgamento divino que virá sobre o mundo em pecado.
Como foi nos dias de Noé, os cristãos entrarão na “arca”, ficando protegidos contra os julgamentos que
virão sobre a terra, em forma de chuva. Mais adiante neste nosso livro, falaremos sobre este período, o
tempo dos flagelos e julgamentos que virão da parte de Deus trazendo julgamento a todo pecado, para a
breve manifestação, em plenitude, do Seu Reino.
Perigos, bem como bênçãos sem igual, estão diante desta geração. É da maior importância que
estejamos preparados para o que está para vir. O futuro não virá para nós como um "laço", como Cristo
disse que viria para o mundo inteiro. Quando o "dilúvio" chegar, é necessário ter uma ARCA de
segurança como Noé. Deus está preparando um veículo para nós, para que possamos atravessar em
segurança as águas turbulentas que se levantam? Sim, o Senhor está restaurando a Igreja do Novo
Testamento nos dias modernos. A maior proteção que o crente pode ter, é estar abrigado no redil de
uma igreja local, edificada segundo o padrão do Novo Testamento. Muito depois que tenham perecido as
organizações construídas sobre a sabedoria do homem, as igrejas do Novo Testamento sobreviverão para
serem o instrumento de Deus na terra. "E as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus
16:18).
d) “Venho sem demora” (3:12). A palavra grega traduzida por “venho”, é erchomai,
palavra grega que está associada a uma manifestação espiritual de Cristo. Quando se refere aos tempos do
fim, fala de uma manifestação do Cristo - manifestação do espírito de Cristo - dentro do Seu Corpo,
nos seus santos (cf. 2 Tessalonicenses 1:10). O Senhor lembra-nos a Sua PARUSIA. Ainda não é a
Sua manifestação gloriosa, onde todo o olho o verá e toda a língua confessará o Seu Senhorio. A
manifestação do Senhor nos seus filhos está levando a Igreja ao estado de maturidade espiritual, de
plenitude de vida cristã. Isso é o que temos testificado a partir da pregação da Palavra do Reino, após o
ano de 1950.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

7ª Carta: A IGREJA do tempo do fim (meados do Século XX ...)


Carta à igreja em Laodicéia (Apocalipse 3:14-22)

Com a expressão: “Estas coisas diz o AMÉM” (vs. 14), o Senhor está afirmando que Ele é o
cumpridor fiel dos propósitos de Deus. Esta é a Igreja do fim, a Igreja do tempo do cumprimento de todas
as coisas. Semelhantemente, o título “o princípio da criação de Deus”, exalta Cristo e descreve-O como
autor da atual criação, como também da criação dos novos céus e nova terra a que se referem os últimos
capítulos do Apocalipse e que estão diante desta Igreja.

Depois desta afirmativa, o Senhor passa, então, a descrever o perfil da Igreja atual. As
características citadas demonstram o quadro geral das igrejas denominacionais de nossos dias.
Vimos anteriormente que o período compreendido entre os anos de 1500 a 1950, foram marcados
pelo surgimento, estabelecimento e expansão das igrejas protestantes e pelas fases de reavivamento (ou
períodos de restauração). Agora, a partir do ano de 1950, as igrejas protestantes e os movimentos
passados de reavivamento entram em formalismo, frieza e perda da vitalidade espiritual. O quadro geral,
portanto, das igrejas estabelecidas da atualidade, se espelha muito bem com a descrição da igreja de
Laodicéia.
O remanescente fiel que vem desde o período referente à igreja de Filadélfia existirá lado a lado
com a igreja de Laodicéia.
A Igreja, a qual é representada pela igreja de Laodicéia, é composta por todas as denominações
cristãs da atualidade. Porém, vale lembrar, que há um remanescente ouvindo e andando na vontade de
Deus, para os nossos dias. Semelhante ao que aconteceu nos dias da Reforma, Deus tem tirado o Seu
povo da Babilônia (representada pelas denominações e também pelos sistemas político, cultural e

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

financeiro). Há um remanescente se libertando das amarras da Babilônia, e prosseguindo para cumprir os


propósitos de Deus para esta geração.
Em seu aspecto profético, a igreja de Laodicéia representa mais do que a indiferença ou a frieza
espiritual. Representa a apostasia. Nos dias anteriores à Parusia de Cristo as condições serão péssimas, e o
engano crescerá bastante.
Por tudo isso, damos graças a Deus por este livro está sendo escrito nestes dias, pois servirá para
esclarecer o que temos passado como Igreja.

Vejamos, então, as características desta igreja (Igreja):


a) “... nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio, ou quente” (3:14). Perto de
Laodicéia havia fontes de água mineral morna e emética, que o viajante sedento rejeitava com nojo. Este
é o desgosto que Cristo sente para com uma igreja espiritualmente morna. Qualquer outra condição
espiritual seria mais promissora. Este quadro esclarece exatamente o que temos visto em nossos dias e se
intensificará mais adiante: as nações não estão encontrando uma Palavra Viva, saudável e que saceia a
sede de seu espírito, nas igrejas e denominações atuais. A Humanidade está sedenta, e as igrejas não estão
satisfazendo a sua sede espiritual.
A estas igrejas a Palavra do Senhor tem sido “estou a ponto de vomitar-te”. O Senhor está
rejeitando e se entediando com a condição espiritual das igrejas denominacioanais.
b) “... dizes: Estou rico e abastado, e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que
tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (vs. 17).
Laodicéia era uma das cidades mais ricas da Ásia Menor. Três fatos que se conhecem acerca da
cidade, lançam luz sobre esta carta: era um centro bancário de fabulosas reservas financeiras; as indústrias
principais eram de tecido e tapetes de lã; possuía também uma faculdade de medicina. Ainda,
orgulhosamente, recusou a ajuda de Roma quando foi destruída por um terremoto em 60 d.C.
A igreja local da cidade rica já abraçara a acomodada atitude prevalecente da soberba das
riquezas. Imaginava que possuía grandes riquezas e virtudes espirituais cristãs. Porém, não sabe ela que
as riquezas materiais produzem uma conformidade fatal com os padrões morais mundanos (cf.
Os 12:8; Lucas 1:53).
“Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres,
vestimentas brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e
colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas” (vs. 18). O ouro simboliza a verdadeira
riqueza celestial, a natureza de Deus, sem máculas (Mateus 6:19,20; Lucas 12:21). Vestimentas
simbolizam decência espiritual, santidade e piedade. Colírio refere-se a percepção espiritual, visão do seu
real estado espiritual e do que está para acontecer. O Senhor repreende a jactância (orgulho) espiritual da
igreja em Laodicéia: “Seu centro bancário, seu colírio, sua lã preta não servirão para dar a riqueza, visão e
decência espiritual”. Todo este quadro adapta-se muito bem às igrejas institucionais de nossos dias.
c) “Eu repreendo, e disciplino a quanto amo. Sê, pois, zeloso, e arrepende-te” (vs.
19). O Senhor promete disciplinar as igrejas e denominações atuais.
d) Os versículos 20 e 21 nos mostra que o Senhor está às portas e que aos vencedores é dado
sentar-se no trono, para reger as nações, no Seu REINO.
A partir do ano de 1950 o Senhor tem confiado aos apóstolos e profetas a revelação sobre o
REINO DE DEUS. Esta revelação tem abalado a terra, destruído principados e potestades, estabelecido
o Senhorio de Jesus Cristo. Uma porta foi aberta, e ninguém poderá fechá-la. Uma nova dispensação
inicia-se ...

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

II) A História da Humanidade (Apocalipse 4:1-12:21).

Faremos agora a análise do Livro de Apocalipse a partir do capítulo quatro. Mostraremos o paralelo que
existe nas duas versões do drama das coisas que SÃO (PRESENTE, tendo como referencia os dias em
que viveu o apóstolo João), e das que HÃO de acontecer (FUTURO). Colocaremos os textos lado a lado
e faremos alguns comentários necessários.

Nesta parte do livro iremos ter uma visão geral da História da Humanidade, contada do ponto
de vista bíblico-apocalíptico. Os acontecimentos narrados nesta parte do Livro de Apocalipse são fatos
que marcaram a História. É interessante notar que estes acontecimentos geralmente marcaram um fim de
uma época e o início de outra.
Cabe aqui uma explicação a respeito do significado da palavra Época, que será básica para se
compreender o que iremos tratar mais adiante. Época é um período de tempo cujo começo é marcado por
um fato importante de ordem física ou moral (época do Dilúvio, época do Renascimento) ou por um
acontecimento notável que se toma para origem de uma era (ou dispensação); pode ser ainda um espaço
de tempo que medeia entre duas eras ou acontecimentos notáveis (a época do cativeiro babilônico, a
época das Cruzadas).
É importante frisarmos que o Livro de Apocalipse contém “Revelações de Jesus Cristo, que
Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer, e que ele,
enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João” (1:1). Deus confiou estas
revelações a Jesus Cristo que, por intermédio de seu anjo, foram confiadas ao apóstolo João para que as
escrevesse num livro, conforme viu e ouviu.
Sendo assim, o Livro das Revelações de Jesus Cristo tem o intuito de glorificar a Deus, pois
mostra a Sua Soberania (cf. 1:8), e a de Seu Filho Jesus Cristo (cf. 1:17,18).
A passagem de 4:1 a 5:14 contém a preparação do palco para apresentação do drama que se
segue. O livro selado6 (5:1-14) contém os planos e propósitos de Deus para esta geração. No abrir de
cada selo pelo Cordeiro, é desencadeado os acontecimentos que fazem a História da Humanidade
pós-ressurreição de Jesus Cristo. Cada cena confirma a Soberania de Deus sobre os destinos da
Humanidade.
Jesus Cristo cumpriu seu ministério na terra e ao vencer, sendo aprovado pelo Pai, possibilitou o
desencadear dos propósitos de Deus. Ele abre os sete selos...
No início deste capítulo lembramos que não há repetição de ideias ou palavras nesta primeira
narrativa, isso porque as passagens paralelas a seguir são complementares (paralelismo complementar),
os versículos narram fatos vistos de aspecto diferentes mas que se complementam.
Colocaremos em negrito as palavras e frases que achamos mais importantes, depois faremos
breves comentários.

6
“Selado com sete selos”. O número de selos sugere que o livro era um testamento, conforme os
costumes da época. O testamento cerrado era executado depois da morte do testador, perante as sete
testemunhas que o selariam. Abria-se, lia-se, e cumpria-se aquilo que o testamento dispunha. O plano
divino já tinha sido feito de maneira irrevogável. Abrindo-se os selos, se prontificava para o desenrolar
dos acontecimentos. Só Cristo controla e dá significado à História.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

PRESENTE

Versão UM Versão DOIS


1º selo (6:1, 2) 1º anjo (14:6, 7)
“Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos, "Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo
e ouvi um dos quatro seres viventes, dizendo, um evangelho eterno para pregar aos que se
como se fosse voz de trovão: Vem. Vi, então, e assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo,
eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um e língua e povo, dizendo, em grande voz: Temei
arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora
vencendo e para vencer”. do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a
terra, e o mar, e as fontes das águas".

Os rabinos achavam que a aparição de um cavalo branco era sinal favorável, simbolizando
vitória. Estas passagens complementam-se e estão se referindo ao grande evangelismo do princípio da era
da Igreja, e está relacionado com o que vimos a respeito da Igreja Apostólica do Século I. O grande
Evangelismo realizado pela Igreja primitiva levou as boas-novas da salvação (Evangelho Eterno) a
“cada nação, e tribo, e língua e povo” do mundo conhecido do Século I. E, como consequência,
houve a expansão da Igreja. Estes foram acontecimentos que marcaram o início da era cristã.

2º selo (6:3, 4) 2º anjo (14:8)

“Quando abriu o segundo selo, ouvi o segundo "Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo:
ser vivente, dizendo: Vem. E saiu outro cavalo Caiu, caiu a grande Babilônia que tem dado de
vermelho; e ao seu cavaleiro foi-lhe dado tirar beber a todas as nações do vinho da fúria da
a paz da terra para que os homens se matassem sua prostituição".
uns aos outros; também lhe foi dada uma
grande espada”.

Sem dúvida o cavalo vermelho simboliza algo ruim (derramamento de sangue), ele tira a paz,
provocando guerra e morte entre os homens. A espada é um instrumento de morte; metaforicamente,
significa a própria guerra (cf. Mateus 10:34) - a palavra grande espada indica grande guerra. Ainda
observamos que esta grande guerra está relacionada com a queda da grande Babilônia.
Juntando-se estes dois fatos, observamos que os versículos em consideração complementam-se, e
estão se referindo à Guerra Santa (Cruzadas), guerra que está relacionada com a queda da grande
Babilônia que, na Idade Média, era representada pelo Império Romano e pela Igreja Imperial Romana.
Babilônia era o nome simbólico de Roma, atribuído pelos cristãos desde muitos anos (1 Pedro 5:13).
As Cruzadas, juntamente com a Guerra dos Cem Anos e a tomada de Constantinopla em 1453,
foram eventos que marcaram o fim da Idade Média, pois contribuíram para a queda do Império Romano e
o enfraquecimento da Igreja Romana.
Quando estudamos a carta à igreja em Pérgamo e a carta à igreja em Tiatira, observamos que
Constantino mudou a capital do Império Romano para Bizâncio e denominou-a Constantinopla, “Nova
Roma”, capital do novo império cristão. Também vimos que neste período o cristianismo foi
institucionalizado, tornando-se a religião do Império. Esta associação do Império Romano com a Igreja
Romana lançou o mundo no milênio da Idade das Trevas.
Agora, esta profecia de Apocalipse nos mostra, e a História confirma, que o fim da Idade Média
foi marcado pela queda do Império Romano e da hegemonia imperial da Igreja Romana (a “Grande
Babilônia”).

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

As Cruzadas (Guerra Santa), 1095-1272, são, sob vários aspectos, o fenômeno mais notável da Idade
Média. Muitas são as suas causas. Dentre elas podemos citar:
a) O fervor religioso da Idade Média. A piedade desse tempo valorizou as relíquias e as
peregrinações. E que relíquia mais preciosa poderia haver, ou peregrinação mais significativa do
que à terra santificada pela vida, morte e ressurreição de Jesus? Desde os dias de Constantino
aquela fora a terra das peregrinações. Tornaram-se numerosas no Século XI até a conquista da
maior parte da Ásia Menor pelos turcos, a partir de 1071, e a tomada de Jerusalém.
b) Para conter a expansão dos turcos, que humilhavam os peregrinos na Terra Santa. Esta foi a
causa imediata das Cruzadas.
c) O desejo dos cristãos em obter, diretamente nos países de origem, as especiarias, sedas,
marfim e outros produtos muito procurados na Europa; dentre outros.
As Cruzadas foram um fracasso, se as considerarmos pelos seus objetivos. Elas não conquistaram
de modo algum a Terra Santa. Foi muito grande o seu custo de vidas e em bens.
Com tudo isso, porém, o poder da Igreja Romana foi enfraquecendo-se. Também o Império
Romano sofreu profundos abalos, que veio a culminar com a sua queda, quando da tomada de
Constantinopla pelos turcos no ano de 1453.
Mas as Cruzadas trouxeram alguns benefícios para a Humanidade. Pois estimulou o comércio das
cidades europeias com o Oriente. Ampliou-se muito o horizonte mental do Ocidente. Milhares que
haviam crescido em densa ignorância e estreita
pobreza mental foram postos em contato com
magníficas cidades e com a antiga civilização
do Oriente. Por toda parte houve
despertamento intelectual. A época
testemunhou o mais alto desenvolvimento
teológico do Medievo - o escolástico. E dentro
e fora da Igreja presenciou grandes
movimentos religiosos populares. Viu, ainda, o
desenvolvimento das universidades. Começou
a florescer a literatura moderna no vernáculo.
Grande desenvolvimento artístico, a arquitetura
nacional do Norte da França.
Guerra dos Cem Anos, 1337-1453,
entre a França e a Inglaterra, foi a primeira
grande guerra europeia que provocou
profundas transformações na vida econômica,
social e política da Europa Ocidental. Em seu
primeiro período começou a Peste Negra.
Esta guerra veio a fortalecer a
Monarquia Nacional, que era um sistema de

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

governo caracterizado pelo poder real com a formação de um Estado Nacional. Para que o poder do rei
pudesse exercer-se sobre toda uma nação, era necessário a destruição dos poderes sobreviventes da Idade
Média, o particularismo (feudalismo, municipalismo) e o universalismo (papado e Império Romano).
Desta forma, a Guerra dos Cem Anos contribuiu para o enfraquecimento do Sacro Império e do
Império Romano.

3º selo (6:5, 6) 3º anjo (14:9-13)

“Quando abriu o terceiro selo, ouvi o segundo "Seguiu-se outro anjo, o terceiro, dizendo, em
ser vivente, dizendo: Vem. E saiu outro cavalo grande voz: Se alguém adora a besta e a sua
preto e o seu cavaleiro com uma balança na imagem, e recebe a sua marca na fronte, ou
mão. E ouvi uma como que voz no meio dos sobre a mão, também esse beberá do vinho da
quatro seres viventes, dizendo: Uma medida de cólera de Deus, preparado, sem mistura, do
trigo por um denário; e não danifiques o azeite e cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e
o vinho”. enxofre ... Aqui está a perseverança dos
santos,... Bem-aventurados os mortos que desde
agora morrem no Senhor..."

O cavalo preto é um símbolo de lamento ou aflição. Sendo assim, ele está tipificando a peste
negra.
Peste Negra. De origem
oriental, o vírus dessa peste foi
introduzido na Europa em 1348 e se
propagou com grande rapidez. Em pouco
tempo, a Peste Negra dizimou entre um
terço e a metade da população
europeia. A difusão do vírus da peste foi
facilitada por uma série de fatores. Um
dos principais foi a inadequação da
estrutura urbana à concentração
demográfica. Em outras palavras, as
cidades daquela época não eram
planejadas.
A Balança na mão do cavaleiro
sugere escassez de alimento, falta de
provisão. O que é confirmado pela
expressão: “Uma medida de trigo por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho” (6:6). A comida
básica se vende a preço de ouro, sendo que a provisão de um dia se comprará pelo salário dum dia de
trabalho (Mateus 20:3). Normalmente, um denário (vs. 6) compraria entre doze e quinze vezes a comida
necessária para um homem.
A escassez de alimento foi um outro problema que assolou a Europa, juntamente com a Peste
Negra. O motivo foi a insuficiência da produção agrícola, provocada pelo regime de trabalho no sistema
feudal. Enquanto o mercado consumidor aumentava, a produção agrícola nas propriedades feudais se
mantinha parada ou crescia muito pouco. Por isso, a população das cidades, que crescia rapidamente, não
dispunha da quantidade necessária de alimentos. Observe o seguinte trecho que descreve a situação
daquela época:

“Os franceses sofriam então a fome; as piores colheitas se sucediam uma atrás da outra,
fazendo os preços dos cereais subirem a um nível nunca visto. Os comerciantes desonestos
se aproveitavam da miséria alheia. Havia pouco pão e o preço era alto. Os pobres
supriam a fome comendo raízes e ervas selvagens”.

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Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

A passagem de Apocalipse 14:9-13 tem alguns tópicos importantes e que estão relacionados à
mesma época a que se referiu a passagem de Apocalipse 6:5, 6.
(14:9-13) fala da besta e a sua imagem, perseverança dos santos e ainda se refere aos que
morrem no Senhor. Ainda estamos na Idade Média e tudo isso se refere ao período da Inquisição.
No começo do Século XIII, a situação da Igreja Romana era dúbia. Para tentar preservar a
autoridade da Igreja, foi criada a inquisição.
A Inquisição, denominada
“Santo Ofício”, foi instituída por
Inocêncio III7 e aperfeiçoada sob o
segundo papa que se seguiu,
Gregório IX. Veio a se tornar um
órgão terrível. Era o tribunal
eclesiástico, ao qual incumbia
prender e castigar os considerados
hereges pela Igreja Romana. Todos
os suspeitos de heresia estavam
sujeitos a torturas, sem saber quem
os havia acusado. O processo corria,
secretamente.
No período que se seguiu
imediatamente a Inocêncio III, a
Inquisição executou sua obra mais
fatal no sul da França, com o
massacre dos albigenses, mas a ela
coube a responsabilidade de vastas
multidões de vítimas na Espanha,
Itália, Alemanha e Países Baixos.
Mais tarde, foi ela a principal agência
do esforço papal por esmagar a
Reforma. Afirma-se que nos 30 anos,
entre 1540 e 1570, nada menos de 900.000 protestantes foram mortos, na guerra movida pelo papa com o
fim de exterminar os valdenses. Imagine-se o que não era frades e padres, insensivelmente cruéis e
desumanamente brutos, a dirigirem a obra de torturar e queimar vivos homens e mulheres inocentes; e
faziam isto em nome de Cristo, por ordem do seu “vigário”. A inquisição foi um dos fatos mais
infame da História. Foi inventada pelos papas e usada por eles, durante 500 anos, na mantença do seu
poder.
O papado era o símbolo da besta e a inquisição era sua imagem, sua criação. Segundo a
profecia de Apocalipse que estamos analisando, todos os que adoravam (serviam ou se submetiam) ao
papado e à Inquisição, e permitiam que sua filosofia e ideais tomassem parte dos seus pensamentos ( “sua
marca na fronte”) e de suas ações e feitos (“marcas sobre as mãos”), a estas pessoas será dado
“beber do vinho da cólera de Deus”... o inferno.
Entretanto, o Senhor elogiou a “perseverança dos santos, os que guardam os
mandamentos de Deus e a fé em Jesus”. E aos que foram mortos, durante o período da inquisição,
7
Inocêncio III, 1198-1216, foi o papa mais poderoso da Idade Média. Declarou-se “vigário de Cristo”,
“vigário de Deus”, “soberano supremo da Igreja e do mundo”, com o direito de depor reis e príncipes; que
“todas as coisas da terra, no céu e no inferno estão sujeitas ao vigário de Cristo”. Levou a Igreja Romana
a sobrepor-se ao Estado. Os reis e praticamente todos os monarcas da Europa se submetiam à sua
vontade. Nunca, na História, um homem exerceu maior autoridade do que ele. Ordenou duas cruzadas.
Decretou a transubstanciação. Declarou que o sucessor de Pedro “nunca e de modo algum podia
apartar-se da fé católica” (infalibilidade papal). Proibiu a leitura da Bíblia em idioma próprio de um país.
Ordenou o extermínio dos “hereges”. Mandou massacrar os albigenses. Mais sangue foi derramado
durante seu pontificado e dos seus imediatos sucessores do que em outro qualquer período da História
da Igreja, salvo no esforço papal por esmagar a Reforma, nos séculos 16 e 17. Dir-se-ia que Nero, a
BESTA, tinha revivido, assumindo o nome de cordeiro.

49
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

por causa do nome do Senhor é dito: “Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no
Senhor... para que descansem de suas fadigas, pois as suas obras os acompanham” (14:13).

4ºselo (6:7, 8) 4º anjo (14:14-16)

“Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a "Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre
voz do quarto ser vivente dizendo: Vem. E olhei a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo
um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este na cabeça um coroa de ouro, e na mão uma
chamado MORTE: e o Inferno o estava foice afiada. Outro anjo saiu do santuário,
seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a gritando em grande voz para aquele que se
quarta parte da terra para matar à ESPADA, achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua
pela fome, com a mortandade e por meio das foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto
feras da terra”. que a seara da terra já secou. E aquele que
estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice
sobre a terra, e a terra foi ceifada".

As quatro pragas, espada, e fome, e pestes, e feras da terra, são símbolos dos quatro maus
castigos de Deus (leia atentamente Ezequiel 13:12-21).
A colheita feita com a foice, que é um instrumento utilizado para podar, representa um ato de
juízo, julgamento, como é observado em Jl 3:13. A foice é manuseada por um “semelhante a filho de
homem”, que é um anjo, no caso, chamado de Morte.
Vale ainda lembrar o emprego do número quatro aqui. Este número esta presente na pessoa do
quarto ser vivente e nas quatro pragas. O número quatro subentende universalidade. Logo, este castigo
deve se referir a uma guerra que atingiu os quatro cantos da terra.
Qual fato na História poderia se enquadra neste quadro de morte, espada (em grego, a palavra se
refere à espada de guerra), fome, bestas feras?

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

No início do Século XX, as


relações políticas entre as
grandes potências europeias
eram resultado de tratados
assinados, na maioria das vezes,
sob pressão, desconfiança,
interesses econômicos e
imperialistas. Não eram sinceras
nem cordiais. Na Europa,
embora houvesse paz, reinava a
incerteza, o espírito de
competição, o orgulho nacional.
Vários foram os motivos, alguns
remontando a 1870, que deram
origem à Guerra, responsável
por milhões de vítimas e
destruições sem precedentes.
Praticamente o mundo todo sofreu, de uma ou de outra forma, as consequências da Grande
Guerra. Essa é um das razões por que ela é também denominada Primeira Guerra Mundial.
Uma das consequências da Primeira Guerra Mundial, no campo econômico, foi a grande Crise
de 1929, ocorrida nos Estados Unidos, mas que se expandiu por quase todos os países do mundo. A
razão principal dessa expansão foi a relação de dependência econômica existente entre os Estados Unidos
e grande número de países que com ele mantinham transações comerciais. Os que mais sofreram foram os

50
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

que tinham recebido capitais norte-americanos sob a forma de empréstimos ou investimentos, já que de
uma hora para outra eles foram retirados.
Em todo mundo, os países agrícolas arruinados não podiam adquirir produtos dos países
industrializados, que também estavam arruinados. O trabalho agrícola e o industrial encontravam-se face
a face, de braços cruzados, com seus estoques invendáveis a seus pés. Nos Estados Unidos a produção
declinou. De 1929 a 1933, a produção do aço baixou de 56 para 13 milhões de toneladas. O número de
desempregados chegou a 12 milhões.

5º selo (6:9-11) 5º anjo (14:17)

“Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do "Então saiu do santuário, que se encontra no
altar aqueles que tinham sido mortos por causa céu, outro anjo, tendo ele mesmo TAMBÉM
da palavra de Deus e por causa do testemunho uma foice afiada".
que sustentavam. Clamando em grande voz,
dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo
e verdadeiro, não julgas nem vingas o nosso
sangue dos que habitam sobre a terra? Então, a
cada um deles foi dada uma vestidura branca, e
lhes disseram que repousassem ainda por pouco
tempo, até que tenham se completado o número
dos seus conservos e seus irmãos que iam ser
mortos como igualmente eles foram”.

Um outro anjo, TAMBÉM, tendo uma foice afiada. Semelhantemente ao que vimos
anteriormente, este episódio se refere a uma guerra:

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

As esperanças dos países europeus de uma paz duradoura com o fim da Primeira Guerra Mundial
foram mera ilusão. O comportamento revanchista dos vencedores da Primeira Guerra Mundial; a crise de
1929 e suas graves consequências políticas e sociais em quase todos os países da Europa; o surgimento
dos governos nazi-fascistas - totalitários, militaristas e expansionistas; e o fracasso da Liga das Nações,

51
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

todos esses fatores reunidos criaram as condições para que novo conflito eclodisse, envolvendo todas as
nações europeias e a maior parte dos países do mundo, no período de 1939 a 1945.
Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, iniciam uma nova fase na história dos Homens: as bombas
atômicas que caem em Hiroshima e Nagasaki põem um ponto final à Guerra Mundial. Mas, ao mesmo
tempo, este duplo bombardeio inicia o que foi chamado de Estado de Guerra Permanente: conflitos
ideológicos, políticos, econômicos, guerras convencionais resultam do confronto entre os EUA e seus
Aliados e a URSS e os Países comunistas.
A principal consequência imediata do fim da guerra foi a radicalização das divergências entre os
dois blocos que se formaram: de um lado a União Soviética e seus países-satélites (Stálin reuniu e
constituiu, pela intimidação e pela força militar, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em
dezembro de 1922); de outro, os países capitalistas liderados pelos Estados Unidos. Ainda, para
revitalizar sua economia depois da guerra, a Europa procurou a integração econômica, através da criação
do Mercado Comum Europeu.
No fim da Guerra, os Estados Unidos se afirmam como figura de proa do mundo ocidental. A sua
primazia mundial não se discute: os EUA são o único país que o conflito não abalou. Pelo contrário: seu
poderio financeiro e econômico se revela fabuloso. Por quê? Por duas razões. A primeira: souberam
vencer rapidamente a Crise dos anos 30, graças ao New Deal do Presidente Roosevelt; a segunda: a
Guerra Mundial foi muito proveitosa para a economia dos EUA.
Do afã stalinista de expansão na Europa Central e da política de assistência dos Estados Unidos
(que visa a preservação e a extensão do seu mercado e domínio), decorre o endurecimento das posições
hostis entre as duas potências. A ruptura acontece em março de 1947 quando da Conferência dos Quatro
Grandes (EUA, URSS, Reino Unido e França), em Moscou, ao não conseguirem definir o estatuto da
Alemanha vencida. Esse fracasso acarreta a divisão da Alemanha, simbolizando o corte do mundo em
dois campos ideológicos adversos. É o início da “Guerra Fria”.
A Guerra Fria trata-se de uma guerra de posição na qual cada adversário entrincheirado espera
o assalto do outro. Esta divide-se em duas fases: Primeira, de 1947 a 1949 quando Marshall elabora
um Plano de Reconstrução Econômico para a Europa, para o período de 1947-1949 e que teve como
resposta a criação da OEA (Organização dos Estados Americanos); a Segunda a partir de 1950,
iniciada pela criação, em abril de 1949, da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Observe a data de 1950. Temos tomado esta data como sendo o início de um novo período para o
mundo e para a Igreja de Cristo. Para consolidar ainda mais o significado desta data, vale lembrar que no
ano de 1948 Israel foi reconhecido como Estado, fato que, profeticamente, tem muito significado.
O mundo de hoje, fruto da Segunda Guerra Mundial, é completamente diferente daquele de 1939.
Mudanças econômicas, sociais, políticas e culturas alteraram profundamente a feição do globo, a ponto de
muitos historiadores falarem de uma nova época da História depois de 1945.
Depois destas duas últimas Guerras, a reação dos santos não poderia ser outra: “Clamando em
grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas nem
vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?“ Porém, o Soberano Senhor da História
tranquilizou-os e disse para continuarem dormindo; Ele "adia" o dia da primeira ressurreição e do juízo
final, até que o número dos santos seja completo (cf. Romanos 11:12-16). Compare, ainda, esta passagem
com o que é dito em Hebreus 11:37-40.

52
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

6º selo (6:12-7:17) 6º anjo (14:18-20)

Alguns versículos. Este anjo age juntamente com o anterior.

“Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e “Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem
sobreveio grande terremoto. O sol se tornou autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz
negro como saco de crina, a lua toda como ao que tinha a foice afiada, dizendo: Toma a tua
sangue, as estrelas do céu caíram pela terra, foice afiada e ajunta os cachos da videira da
como a figueira, quando abalada por vento terra, porquanto as suas uvas estão
forte, deixa cair os seus figos verdes, e o céu amadurecidas! Então, o anjo passou a sua foice
recolheu-se como um pergaminho quando se na terra, e vindimou a videira da terra, e
enrola. Então todos os montes e ilhas foram lançou-a no grande lagar da cólera de Deus. E
movidos dos seus lugares. Os reis da terra, os o lagar foi pisado fora da cidade, e correu
grandes, os comandantes, os ricos, os sangue do lagar até aos freios dos cavalos,
poderosos, e todo escravo e todo livre se numa extensão de mil e seiscentos estádios”.
esconderam nas cavernas e nos penhascos dos
montes, e disseram aos montes e aos rochedos:
Caí sobre nós, e escondei-nos da face daquele
que se assenta no trono, e da ira do Cordeiro,
porque chegou o grande dia da ira deles; e
quem é que pode suster-se?...
(7:1) Os ventos são seguros. Proteção da terra,
mar e árvores.
(7:3, 4) “Não danifiqueis nem a terra, nem o
mar, nem as árvores, até selarmos em suas
frontes os servos do nosso Deus. Então ouvi o
número dos que foram selados, que era 144.000,
de todas as tribos de Israel...”
(7:14...) “São estes os que vêm da grande
tribulação... aquele que se assenta no trono
estenderá sobre eles o seu tabernáculo” ...

O sexto anjo age juntamente com o anterior, que tem a foice afiada e provocou a Segunda Guerra
Mundial. O anjo que tem autoridade sobre o fogo falou ao que tem a foice afiada para ajuntar os cachos
da videira da terra. O que
significa esta videira? Estamos
ainda no período da Segunda
Guerra e a videira representa os
judeus. Mas, uma foice será
usada para juntar uvas? Esta visão
representa um julgamento vindo
de Deus contra os judeus no
período da Guerra.
O Estado Nazista, criado
por Adolfo Hitler, era bastante
autoritário. Hitler considerava o
capitalismo internacional, o
marxismo e os judeus, fontes de
todas as calamidades da
Alemanha. Por esta causa decidiu
exterminar os judeus.
As maiores vítimas do
nazismo na Europa foram os
judeus. Há menos de um mês no

53
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

poder, Hitler já come a perseguição dos judeus. Numa progressão paranoica, culminou com a
determinação de extermínio puro e simples, feito de forma sistemática e científica. Não se pode garantir
com exatidão o número dos judeus mortos nos campos de concentração; cálculos oficiais garantem que de
5 a 6 milhões foram eliminados, sem incluir nessa cifra os que morreram de fome e doença nos guetos.
Mais de 2/3 dos judeus da Europa foram mortos. Os judeus não produzem uva, mas sim, sangue em
quantidade enorme.
"O lagar foi pisado fora da cidade..." Que cidade? Jerusalém! A perseguição dos Judeus deu-
se fora da Palestina, deu-se na Europa. Mas, devido a toda esta perseguição, os Judeus migraram para a
Palestina e em 1948 lutaram e conseguiram sua independência política.
"... e saiu sangue do lagar até os freios dos cavalos, pelo espaço de 1.600 estádios".
Foram tantos os números das vítimas que o sangue se elevou até à altura dos arreios dos cavalos. 1.600 é
um número de uma tremenda provação, pois equivale a 40 x 40. Ainda, 1.600 estágios (um estágio é igual
a 8 ou 5 metros) dariam cerca de 300 Km. Alguns têm observado que isso equivale mais ou menos ao
comprimento da Palestina. Isso confirma que o sangue derramado pertencia aos judeus.
A descrição dos efeitos do SEXTO SELO origina-se de numerosas Escrituras, inclusive os
Evangelhos. O pensamento subjacente destas perturbações cósmicas é a impossibilidade que
continuasse a viver sob tais circunstâncias; o fim está próximo, é vindo o grande dia da sua ira
(6:17).
Para o terremoto como um sinal do fim cf. Ezequiel 39:19; para o sol e a lua, Joel 2:31; para a
queda das estrelas e o retirar-se do céu, Isaías 34:4; para a petição aos montes, Oséias 10:8; para o grande
e insuportável dia da ira, Joel 2:11. Tudo isso indica o período da grande tribulação que há de vir sobre a
terra. Porém, um remanescente será protegido pelo selo de Deus (7:4), porque “aquele que se assenta
no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo” (7:17).
Pode-se perceber de imediato que estes versículos descrevem, de modo definitivo, uma série de
juízos, e não qualquer acontecimento em particular. Haverá várias perturbações cósmicas - trataremos
deste assunto mais adiante.

Preparação para entrar em outra cena


(12:1 a 14:5)
“Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora” (vs. 8:1).

Esta expressão indica uma preparação para entrar em outra cena. Aqui se deve ler a passagem de 12:1-
14:5 - esta passagem contém uma narração mais detalhada do que foi dito no sexto selo e também é sua
continuação.
Observe que em 12:1, 3 fala de um grande sinal no céu e 15:1 é a sua continuação. E o verso 15:2
fala dos vencedores da besta e de sua imagem, o que veremos a seguir.
Antes de analisarmos a passagem de 12:1 a 14:5 é importante que nos localizemos no tempo,
para tanto, observe cuidadosamente o esquema na página 56. Este quadro resume os eventos até
agora estudados segundo o Livro de Apocalipse.
É interessante notar o paralelo que existe entre os acontecimentos que marcaram a História da
Igreja e a História da Humanidade. Em determinados pontos da História, como no Século I e na Idade
Média, por exemplo, os fatos ocorridos com a Igreja vieram a marcar profundamente a História da
Humanidade.
Agora, porém, quero chamar a atenção do leitor para os anos de 1945 a 1955. Este período de
tempo marcou o fim da Segunda Guerra Mundial, o que levou o Mundo a entrar no período da era
moderna. O decênio 1945-1955 definiram as feições do mundo contemporâneo, devido à remodelação do
planeta sob o impacto da Segunda Guerra Mundial - como vimos anteriormente.
Como referência, também, em maio de 1948 foi criado o Estado de Israel. E neste mesmo ano
ocorreu o Reavivamento no país de Gales.
Devido a estes fatos, e outros ocorridos no “ventre” da Igreja, temos tomado o ano de 1950 como
sendo o início de um novo período, tanto para a Igreja como para toda a Humanidade. Esta data é
importante e ainda está relacionada com o Ano de Jubileu.

54
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

O Ano de Jubileu, ou Dia da Expiação, é mencionada em Levítico 25. Segundo esta lei,
uma grande transformação tinha lugar em Israel a cada 50 anos. Trombetas soavam, escravos eram
livres e tudo devia ser restaurado, era o dia da libertação. Nessa ocasião todos os escravos judeus eram
libertados, e todos os homens voltavam para a sua herança original. Porém, há uma razão muito mais
profunda para esta lei. Ela tem um significado espiritual, e apresenta à humanidade a esperança de que
Deus estabeleceu um Dia quando toda escravidão cessará, e tudo o que Deus deu à humanidade no
princípio, será restaurado.
O apóstolo Paulo escreveu em 1 Coríntios 15:32 a respeito da "última trombeta", que se refere ao
soar da trombeta do Jubileu, ele associa o soar desta trombeta com uma grande transformação que virá
para a humanidade, de imortalidade revestindo o mortal, de incorrupção revestindo a corrupção.
Mas o que ele queria dizer com "última trombeta"? Note que por ocasião da dedicação do
primeiro templo de Israel em 2 Crônicas 5:21, havia 120 sacerdotes tocando trombetas. Todo o
templo fora terminado, todas as coisas santas colocadas nos seus lugares, e quando as 120 trombetas
foram tocadas, então a glória e a presença de Deus entraram e encheram o templo. Note agora em Atos
1:15 que, por ocasião da dedicação da Igreja primitiva, o Templo vivo de Deus, havia 120
"sacerdotes" de uma nova ordem, tocando as suas trombetas em 14 línguas diferentes (Atos 2:8). A
glória de Deus encheu este "Templo" de tal maneira, que 3.000 pessoas vieram a Cristo. Este foi o
segundo testemunho das 120 trombetas. Mas dois não é o número completo. É necessário que haja
uma terceira vez.
Desde a queda de Adão até Abraão houve 2.000 anos, ou 40 vezes 50 anos. Quarenta períodos de
Jubileu passaram sobre a humanidade, quarenta trombetas foram tocadas no céu, à guisa de promessa.
Mas quarenta não era o fim. Com Abrão, Deus restabeleceu a Sua promessa. Outros 40 Jubileus
passaram-se, e em mais 2.000 anos veio Jesus Cristo. Mas 80 não era o fim. Com Jesus, Deus pagou a
dívida da humanidade, e comprou a sua redenção. A passagem de 1 Pedro 1:4, 5 nos diz
que ela vai ser revelada nos últimos tempos. E agora, dede a vinda de Jesus Cristo, passaram-se 39
períodos de Jubileu, o que coloca, confirmando o que vimos
tratando, o ano de 1950 (39 x 50 = 1.950) como um marco de
mais um Jubileu, caso você considere o ano de nascimento de
Jesus o ano zero. Isto forma um total de 119 trombetas do
Jubileu que soaram desde à época de Adão. Hoje, então,
estamos no tempo da última trombeta...
Realmente o ano de 1948 marcou o início do Jubileu
para os Judeus, com a formação do Estado de Israel - precedido
por uma experiência de expiação. E, no ano de 1950, também,
começou a ser pregada (soar da trombeta) a revelação do Reino
de Deus pelo apóstolo John Robert Stevens (foto ao lado).

O nascimento de uma nação: palco improvisado, estrelas de Davi e a histórica declaração do patriarca David Ben-Gurion

55
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

História da Igreja História da Humanidade

. Nascimento de Jesus Cristo . Nascimento de Jesus Cristo


Século I
Século I . Surgimento e expansão do Cristianismo
. A Igreja Apostólica pelo Império Romano.
. Evangelismo e Crescimento da Igreja
Primitiva
1095-1272 d.C.
Século II e III
- A Igreja Perseguida Cruzadas (Guerra Santa)
312 a 500 d.C. 1337-1453 d.C.
- A Igreja Imperial Guerra dos Cem Anos
Enfraquecimento do Império Romano e da
500 a 1500 d.C. Igreja Romana.
- Igreja na Idade Média 1348 d.C.
(Idade das Trevas) Peste Negra

1540-1570 d.C.
- Inquisição
Perseguição e morte de Protestantes.

1500 ao Século XVIII


- Igreja da Reforma
1483-1546 (Martinho Lutero)
. Reforma Protestante
1703-1791 (João WeSalmosey)
. Movimento de Santificação
Século XIX e XX
- Igreja das Missões 1914 a 1918 d.C.
(Crescimento/expansão das igrejas Protestantes) - Primeira Guerra Mundial
1829-1912 (William Boot) 1939 a 1945 d.C.
- Segunda Guerra Mundial
. Exército da Salvação 1948 - Criação do Estado de Israel
1948 (Evan Roberts)
. Reavivamento de Gales
Século XX ...
- Igreja do Tempo do Fim
1950 ...

É sobre este período, que se iniciou no ano de 1950, aproximadamente, que se refere a passagem
de Apocalipse 12:1 a 14:5. É importante frisar que esta passagem narra um período de transição que
começou após a 2ª Guerra Mundial e vai até os nossos dias (mais especificamente os anos de 1989 a
1991..., como veremos mais adiante).

56
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

(12:1-17) - Sinais no céu... A mulher e o dragão.

Para compreendermos o que significa esta narrativa, passo a transcrever - com alguns
comentários adicionais - trechos da literatura “A Gravidez da Igreja” (Série: Batismo no Corpo), 1990,
pelo irmão Benedito Borges.

Mulher, Figura da Igreja.

“Mulher, na Bíblia, simboliza a igreja. Quando é uma mulher pura, pode ser comparada à Igreja de
Cristo, por exemplo. A Bíblia fala sobre a noiva de Cristo, esposa do Cordeiro (Apocalipse 21:9). Várias
mulheres podem servir como figura da Igreja; acredito que a mais coerente é a própria Maria, que
trouxe à luz Jesus Cristo, o nosso Senhor e Salvador; houve humildade, pureza e submissão nela que
devem ser características da verdadeira Igreja de Cristo, agora. Veja o que Paulo escreve em Efésios
5:27 e 1 Coríntios 11:2.

Os Problemas da Gravidez.

Creio que a gravidez de Jesus seja a que tenha criado o maior problema para a vida de Maria, pois o seu
marido, José, ainda não a tinha recebido como esposa e, de repente, ela se encontra grávida. Você acha
que o povo ia aceitar a explicação de que ela estava grávida do Espírito Santo? Lembre-se de que José
só a aceitou por uma palavra dada por um anjo (Mateus 1:18-25); não foi?
Ela correu o risco de ser apedrejada pelo fato de aceitar a vontade de Deus para a sua vida
(João 8:5). Será que não temos muita coisa em comum com Maria? A Palavra (semente) tem gerado
Cristo em nós e por isso, às vezes, temos que carregar o opróbrio de Cristo, por termos uma revelação
que nem todos têm tido (Hebreus 11:26).

Sem Aparência de Igreja.

Na gravidez muitas mudanças ocorrem: a mulher perde aquele jeito gracioso, há um aumento de peso; às
vezes, aparecem varizes e manifestações como desejos estranhos ou enjoo, algumas são tomadas de
muito desânimo.
Desde que temos recebido esta Palavra (a Palavra do Reino, em 1950) muitas mudanças têm
ocorrido e, como igreja nos termos tradicionais, estamos desfigurados, muitas pessoas nem nos
consideram como igreja por não termos pastores formados em seminários, não usarmos paletó, gravata
ou colarinho clerical; uma boa parte das nossas igrejas nem templo possui, reúnem-se em casas. E, pelo
fato de não pregarmos na rua ou fazermos companha de evangelismo, somos como uma igreja apóstata.

Há Algo Sendo Gerado Bem Aqui Dentro de Nós.

Somos uma igreja grávida. Os esforços que antes eram gastos correndo de um lado para o outro para
fazermos a obra de Deus, agora têm sido canalizados para estarmos na presença d‟Ele, esperando que o
Cristo seja gerado e cresça em nós até que venha à luz na Sua plenitude (Gálatas 4:19).
Assim como não compreenderam Maria, talvez não nos compreendam também, pois a energia
que poderia estar sendo gasta em um movimento externo, visível, está direcionada para algo interno, no
espírito.Há algo de Deus se ndo gerado bem aqui, dentro de cada um de nós.

Algo Tremendo Ainda Não Veio à Luz.

Há algo vivo dentro de nós que tem sido gerado pela Palavra Viva do Senhor, mas que ainda não foi
manifestado; acredito que é algo tremendo que ainda não veio à luz. Quando vier, o mundo vai conhecer
o maior mover de Deus na face da terra. “Este evangelho do Reino será pregado no mundo todo, então
virá o fim” (Mateus 24:14).

57
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Perfeita Varonilidade.

Entre os alvos a serem alcançados pela Igreja, que é figurada pela mulher (Efésios 4:11-13),
encontramos a „perfeita varonilidade‟, que fala do Filho varão que será gerado, formado e virá à luz
através da Igreja (noiva de Cristo - esposa do Cordeiro).

A Igreja dos Primogênitos.

(Hebreus 12:23). Quando nos referimos à Igreja como mulher, também nos referimos a Cristo como o
cabeça da Sua esposa, que é o Corpo no sentido de marido e mulher. Mas, quando nos referimos ao
Filho varão ou à varonilidade da Igreja, estamos nos referindo à Igreja dos primogênitos, assim como
Ele é o primogênito (Colossenses 1:15) de uma nova geração. Só que Ele é também o Cabeça; isto quer
dizer que haverá um Corpo de primogênitos no mesmo nível de autoridade de Jesus, e foi dito que este
Corpo fará as mesmas obras que Ele fez (João 14:12).

O Lado Feminino e Masculino.

Há duas formas de se interpretar isso: a primeira seria dizer que a Igreja apresentada como mulher,
noiva, esposa de Cristo, vai se desenvolver até chegar ao nível de maturidade, passando assim do estado
feminino para o masculino, alcançando assim a varonilidade que se refere Ef 4:13. A segunda seria
admitir que dentre (no „ventre’) da Igreja, que é a mulher, é gerado um grupo que será o Filho varão e
que a característica mais importante será a maturidade. Lembre-se do Salmo dois, versos sete e oito.

A Figura da Igreja no Apocalipse.

O capítulo 12 de Apocalipse fala sobre uma mulher, e pela forma como é apresentada, não temos dúvidas
de ser uma figura da Igreja. O texto fala sobre dois sinais no céu; isto indica que é algo que acontece em
um nível espiritual, onde a luta é travada „nos lugares celestiais‟ (Efésios 6:12).
O primeiro sinal (12:1) é a mulher (Igreja) numa posição espiritual, vestida de sol (Jesus) em
glória, com a lua (fases espirituais: altos e baixos) debaixo dos pés, uma coroa (autoridade) na sua
cabeça. Mas a evidência maior é que esta mulher encontra-se grávida (12:2) e, ainda para confirmar, o
filho que espera é um filho varão (maduro). Será tudo isto coincidência ou realmente é uma revelação do
que está para acontecer? Veja que ela já sente dores de parto (intercessão). Creio que as coisas estão
mais próximas de acontecer do que podemos pensar.
O outro sinal é o dragão (diabo) - (12:3) - que também aguarda o nascimento deste filho para
devorá-lo. Note que a sua calda arrasta (derruba) a terça parte das estrelas dos céus (líderes de
movimentos evangélicos) e lança-os por terra (12:4), e em contraste a isto a mulher dá à luz ao filho
varão e este é arrebatado (elevado) ao céu (ao trono de Deus) (12:5). Autoridade: que também é
representado pelo cetro de ferro para reger as nações. Note, também, que, após dar à luz, inicia-se uma
perseguição: o dragão perseguindo a mulher (Igreja) - (12:13,14). Mas Deus dá a ela duas asas da
grande águia e ela voa para o deserto, para o lugar que Ele preparou a fim de que seja sustentada
durante um tempo, tempos e metade de um tempo (1.260 dias), ou três anos e meio.

Um Rio no Deserto

(12:15-18) Veja que ainda a serpente (Satanás), ao perseguir a mulher (Igreja), lança da sua boca um
rio em direção a ela, a fim de arrebatá-la.
Em um tempo de deserto não se pode confundir: nem todo rio é rio (manancial) de Deus; o
engano crescerá muito nos últimos dias (1 Pedro 2:1-3). Mas, veja também, que a terra abre a sua boca
e engole o rio em proteção à mulher. Há alguns estudiosos da Bíblia que dizem que a terra será a forma
de sustento nos dias futuros, quando haverá dinheiro, mas não haverá o que comprar; o sustento virá da
terra (agricultura). O capítulo 12 termina mostrando que a batalha continua com o dragão irado, indo
pelejar com os outros descendentes da mulher, aqueles que guardam os mandamentos de Deus e têm o
testemunho de Jesus”.

58
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Este trecho transcrito descreve muito bem tudo o que temos passado hoje, como Igreja do Senhor Jesus
Cristo. Está sendo gerado no “ventre” do Corpo de Cristo (a Igreja, a Mulher) um Filho Varão,
constituído de cristãos maduros. Estes enfrentarão lutas com Satanás - por isso é que temos recebido todo
um aprendizado sobre guerrear no espírito. Mas, segundo a passagem de Apocalipse 12:7-12, teremos
vitória...
Ainda notamos a classificação em três grupos de crentes: os que compõem o filho varão, os que
guardam os mandamentos de Deus (os Judeus) e os que têm o testemunho de Jesus (demais cristandade,
composto pelas denominações cristãs). Todos participarão do confronto contra o dragão, mas cada um em
um nível.

(13: 1-10) - A besta que emerge do mar.

No versículo 1, tanto a evidência dos manuscritos, como o contexto, favorecem a seguinte


tradução: “ele ficou em pé sobre a areia do mar”. O dragão (Satanás), tendo falhado, ele só em
esmagar a Cristo e a Seu povo, chama ao seu lado um ajudador - a besta que vem subindo do mar -, e lhe
dá o seu poder, o seu trono e grande autoridade. Esta será representada por sete cabeças sobre a qual há
nomes de blasfêmia.
O mar é um ótimo símbolo da superfície agitada da humanidade não regenerada e,
especialmente, do turbilhão da vida social nacional do qual surgem os grandes movimentos históricos do
mundo (cf. Salmos 72:8-11; Isaías 11:9; Isaías 57:20; Mateus 13:47 e Apocalipse 17:15).
Vimos anteriormente que, após a Segunda Guerra Mundial, o mundo ficou dividido entre dois
grandes blocos: de um lado a União Soviética e seus países-satélites; de outro, os países capitalistas
liderados pelos Estados Unidos. Hoje porém, enquanto estou escrevendo estas linhas (Dezembro de 1991)
estamos vendo grandes transformações sociais, políticas e econômicas acontecerem em todo o planeta.
Nos anos de 1989 a 1991 aconteceram eventos que provocaram grandes transformações em todo o mundo
(ver Anexo II) - e na Igreja também (Quanto à Igreja, não é de se admirar, pois se passaram 40 anos,
desde que eclodiu o período em que estamos estudando no ano de 1950. Estamos presenciando muitas
mudanças acontecendo no povo de Deus, nestes anos. É bom lembrar que no ano de 1990 o Senhor
trouxe-nos a Palavra sobre "Batismo no Corpo", que tem nos preparado para o próximo mover de Deus).
O socialismo nasceu como programa em 1848 (com o Manifesto Comunista de Karl Marx),
assumiu o poder na Rússia em 1917 (durante a Primeira Guerra Mundial), estendeu-se ao Leste europeu
após a Segunda Guerra, em dezembro de 1922 e morreu, simbolicamente, em 9 de novembro de 1989,
com a queda do muro de Berlim. Em 31 de dezembro de 1991 a U.R.S.S. (União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas) foi oficialmente desfeita.
O capitalismo nasceu da Revolução Industrial britânica (séc. 18) e da Revolução Francesa
(1789). Triunfou nos anos 80, mas “impuro”, permeado por concepções social-democratas, contra as
quais se rebelou o neoliberalismo de Margaret Thatcher (na Grã-Bretanha) e Ronald Reagan (nos Estados
Unidos). O neoliberalismo parece não estar se sentindo muito bem - Thatcher caiu em 22 de novembro
de 1990 e o “reagenismo” não emplacou na gestão Bush.
Os dois movimentos - socialismo e capitalismo contemporâneo - estão se arruinando.
Os EUA atravessa uma fase de
declínio econômico em relação a seus rivais
comerciais e tecnológicos; tem acontecido
grande desordem social e econômica; a dívida
externa do país é gigantesca - seu maior credor
tem sido apontado como sendo o Japão. Hoje,
o país do “Sol Nascente” é um dos que têm
uma das maiores rendas per capita do mundo.
O fim dos blocos geopolíticos (mundo
comunista vs mundo livre) devolveu o
conteúdo puramente geográfico aos conceitos
“leste” e “oeste”, e criou as condições para o
surgimento de um novo mundo, multipolar.

59
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Então, do meio deste “mar” de agitação e convulsão social, está saindo uma nova figura e
imagem para todo o mundo. Do agitamento social surgirá um poderio econômico, que condicionará a
ascensão de uma potência militar, de um esplendor cultural e uma onda ideológica ou religiosa
maligna. O mundo está se organizando em comunidades econômicas. Estas comunidades
representarão a besta que sai do "mar".

As características da primeira besta são:


Dez chifres - dez aliados com muito poder (chifre). O número 10 fala de governo terreno. As
dez diademas sobre os chifres significa que estes aliados estarão "coroados" com o poder de Satanás
(cf. vs. 2).
Sete cabeças - sucessão de sete lideres ou administrada por sete pessoas.
Leopardo - crueldade e astúcia.
Urso - força.
Leão - ferocidade, desejo de supremacia.
Hoje já vemos sendo formada a Comunidade Econômica Europeia (CEE). O mundo irá adorar o
dragão (Satanás) e continuará seguindo atrás do sistema político vigente (besta).
Note que esta besta terá “autoridade para agir quarenta e dois meses”, ou três anos e meio.
Esta besta representa, também o iníquo que trará grande apostasia para o mundo (cf. 2 Tessalonicenses
2:1-12). Haverá peleja (guerra) contra os santos. O pano de fundo literário do simbolismo desta passagem
é Daniel 7. E, segundo Daniel 7:21, 22, o Ancião de dias faz justiça aos santos, que possuirão o REINO.

(13:11-18) - A besta que emerge da terra.

Esta besta tem dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, simulando o caráter de Cristo, mas
será diabólica as suas palavras (cf. Mateus 7:15).
Esta besta fará concretizar os planos da primeira besta. Esta tem um grande poder de persuasão,
ao ponto de levar as pessoas a adorarem à primeira besta. Ainda domina a mente das pessoas com seus
ideais e princípios (marca na fronte) e levará as pessoas a executarem seus ideais (marca sobre a mão
direita) (vs. 16). Estes ideais e atos marcarão os padrões comerciais deste período de domínio das duas
bestas (vs. 17). O número do nome da besta é 666. Por ser o número de homem, pode está se referindo ao
falso profeta. Cristo os vencerá, a besta e o falso profeta (cf. Apocalipse 19:1-21).

(14: 1-5 ) - O cordeiro e seus 144.000 remidos.


Tendo nas frontes escrito o seu nome e o nome do Pai.

A finalidade desta visão é fortalecer os cristãos para as tribulações implicadas no relato que se
segue. Ler Mateus 24:29-31.
Ainda fala que haverá um remanescente que desencadeará os últimos eventos da História da
Humanidade. Os 144.0008 remidos não serão guiados pelos ideais da besta, mas trarão em suas frontes
(mentes) os pensamentos de Cristo... eles têm a mente de Cristo (cf. Romanos 12:1, 2 e 1 Coríntios 2:16).
Há um novo cântico em seus corações...

8
O número 144.000 é o múltiplo de 12 x 12.000. O número 12 na Bíblia tem vários significados um
deles está relacionado às doze tribos da nação de Israel, Jesus também escolheu doze apóstolos dentre
os Seus discípulos. Sendo assim, 12 é o número dos separados ou remidos para o Senhor. Sendo
assim, os 144.000 é empregado em Apocalipse 7:4 para descrever os Judeus, das tribos dos filhos de
Israel, que foram preservados do Holocausto, e aqui em 14:1 para todos os filhos do Reino (Sião) que
serão protegidos no tempo do fim.

60
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

7º selo (8:1-6) 7 anjos (15:1-8)

“Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve "Vi no céu outro sinal grande e admirável, sete
silêncio no céu cerca de meia hora. Então vi os anjos tendo os sete últimos flagelos, pois com
sete anjos que se acham de pé diante de Deus, e estes se consumou a cólera de Deus. Vi como
lhes foram dadas sete trombetas. Veio outro que um mar de vidros, mesclado de fogo, e os
anjo e ficou de pé junto ao altar, com um vencedores da besta, da sua imagem e do
incensário de ouro, e foi-lhe dado muito número do seu nome, que se achavam em pé no
incenso para oferecê-lo com as orações de mar de vidro, tendo harpas de Deus; e entoavam
todos os santos sobre o altar de ouro que se o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico
acha diante do trono; e da mão do anjo subiu à do Cordeiro, dizendo:... Depois... os sete anjos
presença de Deus o fumo do incenso, com as que tinham os sete flagelos saíram do
orações dos santos. E o anjo tomou o santuário,... Então um dos quatro seres viventes
incensário, enche-o de fogo do altar e o atirou deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da
à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e cólera de Deus... ninguém podia penetrar no
terremotos. Então os sete anjos que tinham as santuário, enquanto não se cumprisse os sete
sete trombetas prepararam-se para tocar”. flagelos dos sete anjos".

Os flagelos liberados pelas trombetas são consequência das orações dos santos que, após serem
oferecidas a Deus, como um incenso agradável, são queimadas e jogados sobre a terra em forma de
julgamento. Aquilo que tem sido o nosso clamor de justiça, terá sua resposta da parte de Deus nos
flagelos.
Note que em Josué 6:15-17 há trombetas e gritos, aqui há trombetas e orações. As orações dos
justos liberará a resposta do julgamento vindo da parte de Deus.
Na passagem do Livro de Josué, observamos que Raabe foi salva da destruição, “ao subir da
alva”. Os justos, assim como Raabe, não serão afetados pelos horrores desta tribulação.
Gostaria de lembrar uma passagem bíblica que é muito importante e nos orienta qual a atitude que
devemos tomar durante este período que se inicia.
“Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que os vossos corações fiquem
sobrecarregados (oprimidos) com as consequências da orgia (ou libertinagem) da embriaguez e
das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como
um laço. Pois há de sobrevir a todos os que vivem sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois, a
todo tempo, orando, para que possais escapar de todas estas cousas que têm de suceder, e estar
em pé na presença do Filho do Homem” (Lucas 21:34).
Os últimos acontecimentos que antecederão a grande manifestação do Senhor Jesus Cristo, no
Seu Reino, serão atormentadores para todos os que vivem na face da terra. Já estamos entrando nestes
dias. Tudo o que se sucederá é necessario e faz parte do plano de Deus, como veremos mais adiante.
Porém, não permita que seu coração fique sobrecarregado com as consequências da depravação humana.
Quando você presenciar um fato alarmante, não murmure, não entre em depressão nem tristeza de alma,
reverta tudo em adoração e clamor ao Senhor.
Os selos abertos até aqui, representam o princípio das dores. Estes sete últimos flagelos que
se seguem serão ainda piores.
Observemos a passagem de 2 Pedro 3:10-13 atentamente:
“Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande
estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há,
serão descobertas (atingidos ou queimadas). Ora, uma vez que todas estas coisas hão de
ser assim dissolvidas, que pessoas não deveis ser em santidade e piedade, aguardando, e
desejando ardentemente a vinda (Parusia) do dia (Hemera) de Deus, em que os céus, em
fogo se dissolverão? Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e
uma nova terra, nos quais habita a justiça”.
A palavra estrondo, “eko” em grego, significa um som atordoante, tremendo, ensurdecedor. A
palavra expressa o som produzido pelo movimento rápido do ar, e era usada para vários tipos de sonidos.

61
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Já a palavra Elementos (vs. 10), em grego é “stoicheia”, refere-se aos elementos físicos, que pode se
referir aos elementos da terra, ar, água e fogo, ou a “corpos celestes”, isto é, o sol, a lua e as estrelas, ou
pode se referir aos "espíritos elementares". Ardendo, era empregada por escritores médicos para
expressar a temperatura febril; então, pode ter sido usada para denotar uma erupção interna, como a de
um vulcão, que provoca o aquecimento da Terra.
Esta passagem confirma o que iremos ver durante estes sete últimos flagelos. A Parusia do
Senhor e o dia da vingança do nosso Deus, será precedido por grandes distúrbios no Sistema Solar (cf.
Lucas 21:25-28; Mateus 24:29-31; Marcos 13:24-27). Estes distúrbios envolvem terremotos,
aquecimento da Terra, chuvas de meteoritos, agitação do mar e muitas outras convulsões físicas.
Tudo o que veremos a seguir já começou a se desencadear em nossos dias. Haverá uma gama de
problemas atmosféricos, como começamos a observar desde o sexto selo.
Passo a transcrever parte de uma matéria intitulada “Efeito Estufa - O Verão do Fim do
Mundo”, da revista Manchete, que irá abalizar o que veremos mais adiante.

“O planeta Terra um
dia foi azul. Mas seus
habitantes, ao longo das
últimas décadas, vêm
lançando bilhões de
toneladas de gases poluentes
na atmosfera, e o resultado é
inquietante: o bombardeio
contínuo dos raios de Sol é
retido, em partes crescentes,
pelos gases; o calor vai
aumentando e com ele as
secas; o gelo dos pólos vai
derreter-se e aumentar o
nível dos mares em cerca de
dois metros, lá pelo ano
2050. Terras vão
desaparecer embaixo dos mares, furacões de intensidade nunca vista varrerão todas as partes.
Enquanto isto, a camada de ozônio que protege a Terra vai-se destruindo, provocando câncer
na pele e muitos outros males. E não foi nenhum Nostradamus insano que previu tudo isto: são
cientistas, com base em dados objetivos, analisados em computador...
A Conferência Internacional da Mudança da Atmosfera, que aconteceu em Toronto, com
a participação dos mais de 300 delegados de 48 países, foi a primeira tentativa em grande
escala para transpor o hiato entre os cientistas e os poderes decisórios a respeito de uma ampla
gama de problemas atmosféricos, incluindo não apenas o efeito estufa, como também a chuva
ácida e o esgotamento da camada protetora de ozônio da estratosfera...”

Veja ainda o que diz um outro artigo intitulado “Aumenta a frequência dos terremotos”:
“A Terra está mais inquieta do que há muito tempo. Primeiro o México, depois na
Guatemala. Recentemente um grande tremor (oito graus na escala Mercalli de doze graus)
atingiu a República Soviética do Tadjiquistão na Ásia Central... A pesquisa sobre terremotos
continua sem muitos progressos. Os tremores que acontecem em períodos cada vez mais
próximos, intranquilizam os cientistas. Será que um dia virá o grande estrondo? Quando os
sismólogos pensam em Los Angeles, eles têm pesadelos. A metrópole de milhões de habitantes
junto ao pacífico é considerada há muito sujeita a uma catástrofe...”

62
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Um artigo de revista cristã fala: “É um fato que os meios de comunicação falam cada vez mais do
aumento de terremotos. Recentemente também li a frase: „Toda a Terra está inquieta‟... Desde o Gólgota,
quando Deus em Jesus Cristo reconciliou o mundo consigo mesmo, a terra tremeu muito sob o impacto
desse acontecimento incompreensível e imponente: „... tremeu a terra, fenderam-se as rochas” (Mateus
27:51a), e desde então ela não se calou mais. Pelo contrário. Segundo informações do Observatório de
Estrasburgo (França), o número de terremotos aumenta em todo o mundo. Isso confirma o que foi dito
pelo Senhor Jesus em Mateus 24:7; Marcos 13:8; Lucas 21:11”.

-x-x-x-x-x-x-x–

No início deste capítulo lembramos que nesta segunda narração, o leitor poderia identificar
claramente a repetição de ideias e palavras, isso porque os fatos relacionados são sinônimos. Destacamos
as palavras repetidas nas passagens com o sublinhado.
Lembrando o que falamos a respeito do sete no sétimo, podemos compreender que estes últimos
acontecimentos são continuação dos 7 selos/anjos. Sendo assim, todos os fatos que se seguem ocorrerão
em um espaço de tempo correspondente ao desencadeado pelo 7º selo/anjo. Pode ser que dois ou mais
acontecimentos sejam simultâneos.

FUTURO
Versão UM Versão DOIS

1ª trombeta (8:7) 1º flagelo (16:1, 2)

“O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve "Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz,
saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram dizendo aos sete anjos: Ide, e derramai pela
atirados à terra. Foi, então, queimada a terça terra as sete taças da cólera de Deus. Saiu, pois,
parte da terra, e das árvores, e também toda o primeiro anjo e derramou a sua taça pela
erva verde”. terra, e, aos homens portadores da marca da
besta e adoradores da sua imagem, sobrevieram
úlceras malignas e perniciosas".

Segundo a passagem de 8:7, este flagelo irá destruir 1/3 da terra, das árvores e ervas verdes.
A terra, as árvores e as ervas verdes, que anteriormente foram protegidos, agora não escapam de serem
afetadas pelos flagelos. Com a destruição das árvores e ervas verde, que são fonte da própria vida, haverá
escassez de alimento e a humanidade passará por fome.
Os atuais movimentos ecológicos, que pretendem salvar a natureza, é um Ismael (filho falso), um
falso movimento que antecipam a profecia de Romanos 8:18-23, onde descreve a manifestação dos filhos
de Deus que irão libertar toda a criação da futilidade.

A passagem de 16:1, 2 fala que homens serão atingidos com úlceras (ferida, chaga) malignas. A
palavra é de sentido geral e pode referir-se a qualquer "abcesso" ou tumor. A palavra "perniciosas", que
no grego é "poneros", também é empregada em 1 Coríntios 5:8 e refere-se à corrupção que se espalha
como o fermento se propaga pela massa para o pão. A corrupção no íntimo, a malignidade e a decadência
do espírito humano, haverão de aflorar até à pele, podendo ser vistas à superfície. Deus fará aqueles
adoradores da imagem da besta perceberem como são, realmente, fazendo-os sofre por isso. Leia
Romanos 1:18-27. Observe que a idolatria está associada à depravação espiritual, moral e física do ser
humano. "Por isso Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seus
próprios corações, para desonrarem os seus próprios corpos entre si;... Por causa disso os
entregou Deus a paixões infames" - fala da prostituição e do homosexualismo. No último versículo
fala que os homens receberam em si mesmos a merecida punição do seu erro.
Tudo isto está se referindo à AIDS. Para uma melhor compreensão do que vimos, passo a citar
parte do capítulo 6 do livro: “O Que Você Precisa Saber Sobre a AIDS”, do irmão Adiel Almeida de
Oliveira.
63
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

“No dia 27 de março de 1983, pela primeira vez, através do programa „Fantástico‟ na
televisão, o Brasil inteiro tomou conhecimento de que se havia descoberto, nos Estados Unidos,
„uma doença sem cura‟: a Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida. Na época, a notícia
abalou o mundo, e particularmente o Brasil, pois as informações davam conta de que o processo
de destruição causado por aquela enfermidade no organismo do enfermo durava cerca de cinco
anos, e, depois, o que esperava o pobre doente era a morte inevitável. Além disso, o que se
informou é que as fontes de contágio eram: relações homossexuais e agulhas de injeções
infectadas. Na época, o nosso comentário foi: „Em outras palavras, Deus está julgando dois
pecados: homossexualismo e drogas‟. (Em circular enviada a dezenas de igrejas, em 28 de
abril de 1983).
O quadro não mudou nem um pouco... Nunca nenhuma enfermidade foi tão localizada,
atingindo determinada faixa da população - os homossexuais e os viciados em drogas - que são
as pessoas que estão cometendo os pecados que mais se estão tornando comuns e aceitos neste
Século XX. Nós, cristãos, estávamos perplexos, ao ver a sociedade em geral aceitar tais pecados
passivamente e até com boa vontade, considerando a aberração homossexual apenas como „um
modo diferente de vida‟. Porém, como a Bíblia fala de modo diametralmente oposto, nunca nos
havíamos conformado com a atitude permissiva da sociedade como um todo.
Quando a AIDS surgiu, imediatamente o Senhor nos levou a correlacionar essa
enfermidade com aquilo que o Salmos 37 proclama diversas vezes. Se você ler agora,
possivelmente ficará surpreso...
Ao ler este salmo, eu sempre pensava: Como o Senhor realizará estas profecias? Como
só os ímpios serão atingidos, e os justos poupados? Quando surgiu a AIDS, na minha mente e
em meu coração imediatamente estabeleceu-se um elo de ligação entre essa doença e o terrível
julgamento de Deus sobre os ímpios, preconizado e previsto neste salmo.
Então fui levado a pesquisar o Livro de Apocalipse, para ver se encontraria alguma
conotação profética que confirmasse essa ligação que já se estabelecera em minha mente.
Abrindo em Apocalipse 16:1, 2, que fala da primeira praga ou da primeira taça ou
primeiro flagelo da ira de Deus, li o seguinte:... „aos homens portadores da marca da besta e
adoradores da sua imagem, sobrevieram úlceras malignas e perniciosas‟.
As características desta praga, bem diferente do que ocorreu quando as outras taças
foram derramadas, levaram-me a correlacioná-la imediatamente com a AIDS: „úlceras
malignas e perniciosas‟ (ARA), „terríveis e dolorosos‟ (BLH).
Outra coisa que caracteriza essa praga é que ela feriu apenas os „portadores da marca
da besta e adoradores da sua imagem‟ (versículo 2). As outras pessoas não foram
contaminadas...
O homossexualismo, ligado desde os tempos bíblicos à idolatria e, portanto, à adoração
de demônios (Salmos 106:36-38; 1 Coríntios 10:19, 20), nestes últimos tempos tem se ligado a
um terceiro vício, que é o uso de drogas psicotrópicas.”

A AIDS constitui-se um tormento que atingiu a humanidade. Lembro-me de uma entrevista


realizada com uma cantora famosa, onde a apresentadora perguntou-lhe o que achava da AIDS. Ela
respondeu: “A AIDS, para mim, „cheira‟ a julgamento. Parece coisa de religião, moral, coisa de Deus”.
Algo muito importante a se observar no desenrolar destes últimos flagelos é que algumas pessoas
vão murmurar contra Deus, e outras vão reconhecer que tudo tem sido feito por Ele, embora não O
temam. Esta atitude das pessoas lembra o que aconteceu quando das pragas liberadas pelo Senhor, na
libertação dos filhos de Israel do Egito. Gostaria de lembrar alguns fatos que servirão de aplicação para o
que iremos passar neste período.
Primeiramente vale lembrar que não só os israelitas foram protegidos das pragas, como também
Raabe, pelo fato de temer a Deus. “Naquele dia separarei a terra de Gósen, em que habita o meu
povo... Farei distinção entre o meu povo e o teu povo” (Êxodo 8:22, 23 - cf. 11:6, 7). Muitas pessoas
em nossos dias serão protegidas pelo Senhor, juntamente com o Seu povo.

64
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Os magos de faraó sabiam que naquelas pragas tinha “o dedo de Deus” (Êxodo 8:19), embora
não se arrependessem. Pessoas assim serão atingidas pelos julgamentos de Deus (cf. 9:11).
A partir da sétima praga havia dentre os egípcios alguns que começaram a temer ao Senhor:
“Quem dos oficiais de Faraó temia a palavra do Senhor, fez fugir os seus servos e o seu gado
para as casas; aquele, porém, que não se importava com a palavra do Senhor, deixou ficar no
campo os seus servos e o seu gado” (Êxodo 9:20, 21). Semelhante atitude deve acontecer em nossos
dias. Veremos muitas pessoas se rebelarem contra o Senhor, outras, embora não se convertam, temerão ao
Senhor, e reconhecerão que os flagelos são provocado por Ele. Irá haver uma definição clara dos crentes e
não crentes. Muitas, porém, sofrerão...

2ª trombeta (8:8,9) 2º flagelo (16:3)

“O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como "Derramou o segundo a sua taça no mar, e este
grande montanha ardendo em chamas foi se tornou em sangue como de morto, e morreu
atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em todo ser vivente que havia no mar".
sangue, e morreu a terça parte da criação que
tinha vida, existente no mar, e foi destruída a
terça parte das embarcações”.

Com o primeiro flagelo, 1/3 da alimentação terrestre será destruída. Então os homens vão
procurar extrair alimentos do mar. Entretanto, “uma grande montanha ardendo em chamas”, que
mais parece um meteorito ou cometa que cai sobre o mar, transforma-o em sangue (cf. Êxodo 7:20, 21), e
causa a morte de 1/3 da criação que tem vida e destrói 1/3 das embarcações pesqueiras. A passagem de
Sofonias. 1:3 apresenta a destruição dos peixes como parte do drama escatológico.

3ª trombeta (8:10, 11) 3º flagelo (16:4-7)

“O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu "Derramou o terceiro a sua taça nos rios e nas
sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes fontes das águas, e se tornaram em sangue.
das águas uma grande estrela ardendo como Então ouvi o anjo das águas dizendo: Tu és
tocha. O nome da estrela é Absinto; e a terça justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste
parte das águas se tornou em absinto, e muitos estas coisas; porquanto derramaram sangue de
dos homens morreram por causa dessas águas, santos e de profetas, também sangue lhes tens
porque se tornaram amargosas”. dado a beber; são dignos disso. Ouvi do altar
que se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-
poderoso, verdadeiros e justos são os teus
juízos".

Há uma contaminação das águas dos rios e águas potáveis (frescas) das fontes (cf. Jeremias
9:15; 23:15). Desde que a estrela que caiu, ao soar da quinta trombeta (9:1), é um anjo, é possível que
Absinto (vs. 11) seja também um anjo. Absinto, o nome é dado por causa da planta amarga que tem o
mesmo nome.
O anjo das águas reconhece a justiça de Deus neste flagelo.

65
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

4ª trombeta (8:12, 13) 4º flagelo (16:8, 9)

“O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a "O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol,
terça parte do sol, da lua e das estrelas, para e foi-lhe dado queimar os homens com fogo.
que a terça parte deles escurecesse e, na sua Com efeito, os homens se queimaram com o
terça parte, não brilhasse assim o dia como intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus
também a noite. Então vi, e ouvi uma águia que, que tem a autoridade sobre estes flagelos, e nem
voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: se arrependeram para lhe darem glória".
Ai, ai, ai dos que moram na terra, por causa
das restantes vozes da trombeta dos três anjos
que ainda têm de tocar”.

Parece algo semelhante ao efeito estufa, que faz com que o calor do sol aumente e venha a
provocar queimaduras nos homens.
Haverá blasfêmia contra o nome de Deus e as pessoas não se arrependem dos seus pecados.
A águia que está "... voando pelo meio do céu..." será visível para todos, seu clamor será
universalmente ouvido.
"...ai, ai, ai..." São os três últimos julgamentos, trombetas e flagelos, seguintes serão ainda mais
horríveis.

5ª trombeta (9:1-12) 5º flagelo (16:10,11)

“O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma "Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da
estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a besta, cujo reino se tornou em trevas, e os
chave do poço do abismo. Ele abriu o poço do homens remordiam as línguas por causa da dor
abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça que sentiam, e blasfemaram o Deus do céu por
de grande fornalha, e com a fumaceira saída do causa das angústias e das úlceras que sofriam; e
poço escureceu-se o sol e o ar. Também da não se arrependeram de suas obras".
fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-
lhes dado poder como o que têm os escorpiões
da terra, e foi-lhes dito que não causassem dano
à erva da terra, nem a qualquer coisa verde,
nem a árvore alguma, e tão-somente aos
homens que não têm o selo de Deus sobre as
suas frontes. Foi-lhes também dado, não que os
matassem, e, sim, que os atormentassem
durante cinco meses... os buscarão a morte e
não a acharão... O aspecto dos gafanhotos...
tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do
abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em
grego, Apoliom. O primeiro ai passou...”

A palavra "estrela" e "gafanhoto" referem-se a invasões demoníacas da terra, por parte de seres
malignos. Seres de profunda iniquidade, de natureza espiritual, serão soltos à face da terra e
atormentarão os homens. Os "gafanhotos" não atacarão as ervas e árvores, mas terão poder
semelhantes aos escorpiões, injetarão seu veneno nos homens, que não é fatal, mas provocará grande
tormento. Deus estabelece um prazo de cinco meses para que os homens se arrependam, o que não
acontecerá.
Abdom significa “destruidor”, é traduzido “abismo” em Jó 31:12.
O quinto flagelo mostra que o reino da besta será abalado. Os homens ficarão intensamente
angustiados, cobertos de "úlceras", ferimentos feitos por enfermidades e por queimaduras provocadas
pelos raios solares; mas nada disso conseguirá levá-los ao arrependimento e conversão.

66
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Haverá grande terror entre os Seres Humanos (cf. Lucas 21:26-28) "... Ora, ao começarem
estas coisas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças, porque a vossa redenção se
aproxima".

6ª trombeta (9:13 - 11:14) 6º flagelo (16:12-16)

“... Solta os quatro anjos que se encontram "Derramou o sexto a sua taça sobre o grande
atados junto ao grande rio Eufrates. Foram, rio Eufrates, cujas águas secaram para que se
então soltos os quatro anjos que se achavam preparasse o caminho dos reis que vêm do lado
preparados para a hora, o dia, o mês e o ano, do nascimento do sol. Então vi sair da boca do
para que matassem a terça parte dos homens... dragão, da boca da besta e da boca do falso
Assim, nesta visão contemplei que os cavalos e profeta três espíritos imundos semelhantes a
os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, rãs; porque eles são espíritos de demônios,
de jacinto e de enxofre. As cabeças dos cavalos operadores de sinais, e se dirigem aos sete reis
eram como cabeças de leões e de suas bocas do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a
saia fogo, fumaça e enxofre... a força dos peleja do grande dia do Deus Todo-poderoso.
cavalos estava nas suas bocas e nas suas (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-
caudas, porquanto as suas caudas se pareciam aventurado aquele que vigia e guarda as suas
com serpentes, e tinham cabeças, e com elas vestes, para não andar nu, e não se veja a sua
causavam dano... Os outros homens não foram vergonha). Então se ajuntaram no lugar que em
mortos, não se arrependeram... hebraico se chama Armagedom".
Vi outro anjo forte descendo do céu,... Guarda
em segredo as coisas que os sete trovões
falaram, e não as escrevas. Já não haverá
demora, mas, nos dias da voz do sétimo anjo,
quando ele estiver para tocar a trombeta,
cumprir-se-á, então, o mistério de Deus,
segundo ele anunciou aos seus servos, os
profetas.
Dispõe-te, e mede o santuário de Deus, o seu
altar, e os que naquele adoram... Darei às duas
testemunhas que profetizem por mil duzentos e
sessenta dias, vestidas de pano de saco... Passou
o segundo ai...”

Armagedom9, transliteração do hebraico “har megido”, que é “a planície de Megido”, que


domina a planície de Jezreel (Escralom). Este foi palco das maiores batalhas na antiga história de Israel
(cf. Salmos 2:2, 3; Isaías 5:26-30; Jeremias 6:1-5; Ezequiel 38). O termo veio a ser usado para indicar
qualquer batalha "final e decisiva", mas horrenda, com grande matança.
Haverá a grande batalha onde o Senhor destruirá os poderes de todos os povos (leia
cuidadosamente Joel capítulo 3).
O Senhor vem sem demora... Não haverá demora.

Nos dias o soar da sétima trombeta, cumprir-se-á o mistério de Deus.

9
Temos um estudo complementar e detalhado sobre estas passagens paralelas de Apocalipse 9:13 a
11:14 e 16:12-16, denominado: Compreendes o que lês? Volume II (Invasão dos Reis e Demônios
Vindos do Oriente). Você encontrará este estudo também na Biblioteca ReinoNet:
www.bibliotecareinonet.com.br

67
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

7ª trombeta (11:15-19) 7º flagelo (16:17-21)


“O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no "Então derramou o sétimo anjo a sua taça pelo
céu grandes vozes, dizendo: O REINO do ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do
mundo se tornou de nosso Senhor e do seu trono, dizendo: Feito está. E sobrevieram
Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande
E os vinte e quatro anciãos que se encontram terremoto, como nunca houve igual desde que
sentados nos seus tronos, diante de Deus, há gente sobre a terra; tal foi o terremoto, forte
prostaram-se sobre os seus rostos e adoraram a e grande. E a grande cidade se dividiu em três
Deus, dizendo: Graças te damos, Senhor Deus, partes, e caíram as cidades das nações. E
Todo-poderoso, que és e que eras, porque lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-
assumiste o teu grande poder e passaste a lhe o cálice do vinho do furor da sua ira. Toda
reinar. Na verdade, as nações se enfureceram; ilha fugiu, e os montes não foram achados;
chegou, porém, a tua ira, e o tempo também desabou do céu sobre os homens
determinado para serem julgados os mortos, grande saraivada, com pedras que pesavam
para se dar o galardão aos teus servos, os cerca de um talento; e, por causa do flagelo da
profetas, aos santos e aos que temem o teu chuva de pedras, os homens blasfemaram de
nome, assim aos pequenos como aos grandes, e Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo
para destruídes os que destroem a terra. Abriu- grande".
se, então o santuário de Deus, que se acha no
céu, e foi vista a arca da aliança no seu
santuário, e sobrevieram relâmpagos, vozes,
trovões, terremotos e grande saraivada”.

Cumpriu-se, aqui, o mistério de Deus, como foi mencionado em 10:7: O REINO DE


DEUS. O reino do mundo tornou-se de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos Séculos dos
Séculos.
Após a sétima trombeta, será realizado o julgamento dos mortos e a entrega de galardões aos
santos.
Agora devemos ler os capítulos 17 a 21, que é um paralelo aos acontecimentos vistos na sétima
trombeta. Nesses capítulos temos uma narrativa clara e detalhada dos acontecimentos que envolvem o
último Ai, e os fatos que seguem a este. Estes textos descrevem acontecimentos que estão diante de nós,
nos nossos dias futuros.

(17:1-18) - Destruição da grande meretriz.


(18:1-24) - Queda da Babilônia.
(19:1-10) - Bodas do Cordeiro. Júbilo, Alegria no céu.
(19:11-21) - Prisão da besta e do falso profeta.
(20:1-6) - Prisão de Satanás por mil anos.
- Primeira ressurreição.
- Os justos reinam por 1.000 anos (Milênio).
(20:7-10) - Libertação condicional de Satanás.
- Derrota definitiva sobre Satanás.
(20:11-15) - O juízo final.
(21:1-8) - O novo céu e a nova terra. “Tudo está feito”.
(21:9-27) - A nova Jerusalém, que desce do céu.
(22:1-21) - Reinaremos pelos Séculos dos Séculos (vs.5)...

68
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Anexo I
Bibliografia Sugerida

N este Anexo faço a citação de alguns livros que acho importante conter na biblioteca de qualquer
estudante da Bíblia. Os livros, dicionários, gramáticas, concordâncias, versões da Bíblia, manuais
e chaves linguísticas que se seguem fazem parte dos livros de pesquisa que normalmente utilizo
para o estudo da Palavra de Deus.
Fiz questão de relacioná-los, porque vários irmãos em Cristo têm-me pedido uma relação de
livros que possam auxiliá-los no estudo da Bíblia.
Também coloquei comentários após a descrição de alguns livros, com a finalidade de ajudar o
estudante a saber como utilizá-los.
A maioria destes livros pode ser encontrada em qualquer livraria cristã de nossas cidades.

Traduções da Bíblia.

A Bíblia Sagrada
João Ferreira de Almeida (edição Revista e Atualizada no Brasil - ARA)
Sociedade Bíblica do Brasil

Esta é a tradução mais comumente utilizada no meio Protestante. É a tradução que também
empregamos como de costume. Também é boa a sua edição Revista e Corrigida - ARC.
É importante que tenhamos várias traduções da Bíblia, a fim de podermos consultar os textos. A
consulta em outra tradução, por vezes, traz esclarecimento sobre o significado da passagem que se esta
estudando e meditando.

A Bíblia Sagrada - Velho Testamento e Novo Testamento


João Ferreira de Almeida
(De Acordo Com os Melhores Textos em Hebraico e Grego)
Imprensa Bíblica Brasileira
A Bíblia de Jerusalém
Edições Paulinas

Bíblia Vida Nova


Edições Vida Nova

A Bíblia Viva (Paráfrase)


Editora Mundo Cristão

Das traduções “na linguagem de hoje”, acho esta mais fiel aos textos originais. Pode ser
empregada para a leitura de textos com linguagem poética muito difícil, como o Livro de Provérbios, por
exemplo.
Há outras versões da Bíblia que têm sido lançadas pelas editoras cristãs e que devem ser
consultadas pelo estudante.

69
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Manuais, Dicionários, Enciclopédias, Concordâncias e Comentários.

Os mais comuns são:

Manual Bíblico
Henry H. Halley
Edições Vida Nova

É muito importante que todos os cristãos tenham este Manual. Ele é essencialmente um livro de
fatos bíblicos e históricos. Inclui, simultaneamente as notas sobre os livros da Bíblia, um esboço das
descobertas arqueológicas e um capítulo sobre a História da Igreja (que utilizamos largamente neste nosso
livro).

O Novo Dicionário da Bíblia (Vol. I e II)


Edições Vida Nova

O Novo Comentário da Bíblia (Vol. I e II)


Edições Vida Nova

Dicionário Enciclopédico da Bíblia


A. Van Den Born
Editora Vozes
Concordância Bíblica
Sociedade Bíblica Brasileira

Literaturas sobre o grego do Novo Testamento:

Coinê - Pequena Gramática do Grego Neotestamentário


Francisco Leonardo Schalkwijk.
Editora Ceibel
Caixa Postal, 12
CEP 38.740 Patrocínio (MG)

Esta é uma exelente gramática que apresenta um plano de aulas que, seguindo-o, você poderá,
sozinho, desenvolver um bom conhecimento da língua em que foi escrito o Novo Testamento - Grego
Coinê.

Introdução ao Estudo do NOVO TESTAMENTO Grego


Gramática - W. C. Taylor
Editora Juerp

Dicionário do Novo Testamento Grego


W. C. Taylor
Editora Juerp

Léxico do N. T. Grego/Português
F. Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker
Edições Vida Nova

Entre o Dicionário e o Léxico citado, acho mais proveitoso o Léxico.

Dicionário Grego-Português e Português-Grego


Isidro Pereira, S. J.
Livraria Apostolado da Imprensa

70
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Chave Linguística do Novo Testamento Grego


Fritz Rienecker/Cleon Rogers
Sociedade Religioso Edições Vida Nova

Esta Chave Linguística deve ser usada para enriquecer o entendimento dos versículos bíblicos.
Ela traz o significado de algumas palavras, versículo por versículo, do Novo Testamento. As explicações,
por vezes, traz luz ao entendimento do significado original do texto.

O Novo Testamento Interpretado - versículo por versículo


Russel Norman Champlin
MILENIUM Distribuidora Cultural Ltda

Esta é uma obra consagrada no meio Protestante do Brasil. O Novo Testamento é comentado
versículo por versículo. Quando se trata de comentário, precisamos tomar cuidado. Portanto, o que acho
bom e importante, nesta obra, são as explicações sobre os vocábulos gregos que são empregados nos
versículos e algumas informações sobre o contexto cultural e histórico das passagens.

Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento


(Vols. I-IV)
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova

Este Dicionário é muito bom, embora prolixo. Usa linguagem técnico. Mas traz luz sobre o
significado de importantes palavras do grego do N. T.

The Exhaustive Concordance Of The Bible


James Strong - 1951

Esta é uma excelente obra. Uma das melhores concordâncias da Bíblia já editada. Contudo, sua
edição é esgotada, sendo de difícil aquisição. Porém, já existe versões mais modernas, embora com uma
perda, se comparada ao seu conteúdo original. Esta concordância contém todas as palavras empregadas
no Hebraico do A.T. e no Grego do N.T.

Outros Livros.

História da Igreja Cristã (Edição Especial Volumes I e II)


W. Walter
Co-Edição: Juerp - Aste

Este livro contém um índice remisso no qual você pode encontrar vários assuntos citados neste
nosso livro, como por exemplo: Vida de Lutero, Calvino, a Inquisição, Reforma etc. Para se estudar a
respeito da História da Humanidade, um bom livro de História 0será proveitoso.

A História de Israel (No Antigo Testamento)


Samuel J. Schultz
Edições Vida Nova

A Poesia e o Camponês
(Uma análise literária-cultural das parábolas em Lucas)
Kenneth Bailey
Edições Vida Nova

71
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Extraí um bom material deste livro para compor os capítulos 1 e 3 deste nosso livro. Seria de bom
proveito a aquisição deste livro por parte do estudante, pois o autor mostra, ainda, como parte do
Evangelho Segundo Lucas apresenta capítulos que se combinam em um padrão de paralelismo.

A Vida Diária nos tempos de Jesus


Henri Dniel-Rops
Edições Vida Nova

Este é um dos livros que oferece informações a respeito da cultura judia, contemporânea de Jesus
e dos discípulos. O autor esclarece as várias facetas da vida do dia-a-dia. Educação de filhos, casamento,
pobreza, riqueza, comida, trabalho, escrita, doenças, morte, religião, enfim, tudo que esclarece como
viviam os homens e mulheres na Palestina há dezenove Séculos no passado.

72
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

Anexo II
1989 - 1991
Acontecimentos que mudaram o mundo.
1989
Janeiro:
. 1ª visita à China do ministro soviético das Relações Exteriores após 30 anos.
. Tratado da União do Magreb Árabe.

Fevereiro:
. Fim da retirada das tropas soviéticas do Afeganistão.

Março:
. Revolta no Tibete e no Sinkiang.

Abril:
. Crises políticas e violências éticas na África (Senegal, Mauritânia, Libéria etc)

Maio:
. Gorbatchev eleito chefe de Estado soviético.

Junho:
. O Egito reintegrado na Liga Árabe (Casabianca).
. Massacre da Praça da Paz Celestial.
. 1º ministro procedente do Solidariedade.

Agosto:
. Sony compra Colúmbia.

Setembro:
. 1ª visita de Hassan 2º à Espanha desde 1961.

Novembro:
. Queda do muro de Berlim e abertura da cortina-de-ferro.
. Eleições presidenciais livres no Brasil.
. Aylwin eleito contra Pinochet.

Dezembro:
. Intervenção militar dos EUA no Panamá.
. Revolta romena

73
Compreendes o que lês? (Volume I – Apocalipse)

1990
Fevereiro:
. Libertação de Nelson Mandela

Abril:
. Fim do regime comunista na Nicarágua com eleições.
. Independência da Namíbia

Maio:
. Conselho Europeu de Dublin sobre a União política.
. Unificação dos dois lêmen.
. Declaração de soberania das Republicas Bálticas, da Rússia, da Ucrânia etc.

Junho:
. Sucesso do FIS na Argélia.
. Crise do federalismo canadense.
. Tensão na Cachemira.
. Abertura da Bolsa de Budapeste.

Agosto:
. Anexação do Kuait pelo Iraque.
. Envolvimento militar do EUA na Arábia Saudita.
. Retomada de influência da ONU.

Outubro:
. Contatos oficiais entre as duas Coreias.
. Unificação alemã.
. Projeto de visita de Gorbatchev ao Japão.

Dezembro:
. Conferência CSCE Paris.
. Conflito do Oriente Médio - crise do Golfo.
. Thatcher renuncia após 11 anos no poder.

1991

...

Pedido de Mensagens:
Rua das Melancias, nº 58/203
Vila Clóris – Planalto
Belo Horizonte (MG)
CEP: 31.775-390
www.reinonet.com.br
[email protected]

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Você também pode gostar