Gestão Do Produto Audiovisual - SEBRAE PDF
Gestão Do Produto Audiovisual - SEBRAE PDF
Gestão Do Produto Audiovisual - SEBRAE PDF
Volume 2
Gestão do Produto
Volume 2 - Gestão do Produto Audiovisual
Audiovisual
Lia Nunes
Marcos Ribeiro de Moraes
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE
EMPRESÁRIOS DO SETOR AUDIOVISUAL
GESTÃO EMPRESARIAL
MÓDULO 1
GESTÃO
EMPRESARIAL
GUIA AUDIOVISUAL
Volume 2
Gestão do Produto Audiovisual
Autores
Lia Nunes
Marcos Ribeiro de Moraes
Coordenadores
Débora Franceschini Mazzei
Odete Cruz
Erick Krulikowski
MÓDULO 1
GESTÃO EMPRESARIAL
SÃO PAULO
2015
© 2015, APRO - Associação Brasileira de Produção de Obras Audiovisuais e SEBRAE - Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Coordenadores de conteúdo:
Débora Franceschini Mazzei: SEBRAE APRO – Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais
Odete Cruz: APRO
Erick Krulikowski: iSetor
Madalena Vicente: Edição e revisão de texto Leyla Fernandes - Presidente
Zebra Deluxe Comunicação: Projeto gráfico e diagramação
Sonia Regina Piassa - Diretora executiva
Odete Cruz - Gerente executiva de capacitação audiovisual
Rua dos Pinheiros, 870, 16º andar, conj. 161, 05422-001 – São Paulo-SP – Brasil
Telefone/Fax: (55 11) 3089-9606 Paula Sanches - Coordenadora executiva financeira
E-mail: [email protected] Regina Mazzo - Assistente executiva
www.apro.org.br
CDD: 658
658.4
778.5
CDU: 658.82
Idealizadores do projeto
Boa leitura!
Volume 2
Gestão do Produto Audiovisual
APRESENTAÇÃO DOS AUTORES
1
Exclui-se dessa definição as obras de caráter publicitário, os chamados comerciais.
SUMÁRIO
viabilização financeira, as escolhas de modelo de negócios e o posicionamento
de mercado desse produto específico, existe a figura essencial do produtor. 1. MERCADO AUDIOVISUAL...................................................................................... 27
Objetivos............................................................................................................................ 27
Como requisitos básicos para sua atuação, um produtor deve entender as Sumário............................................................................................................................. 28
particularidades do business em que atua e conhecer a fundo a dinâmica 1.1 Que Business é Esse? ...............................................................................................29
do mercado do audiovisual, independentemente de operacionalizar etapas 1.2 Dinâmica do Mercado Audiovisual...................................................................30
específicas da produção do projeto audiovisual – nível mais micro – ou de pensar 1.3 Inovações e Tendências da Circulação e Consumo do Audiovisual:
estratégias mais macro para levantar fundos e estabelecer modelo de negócios a Globalização e Convergência das Plataformas de Conteúdo......................... 33
fim de otimizar a rentabilidade do seu produto/mix ou carteira de produtos. 2. PROCESSO DE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL..........................................................37
Objetivos............................................................................................................................ 37
Boa leitura! Sumário............................................................................................................................. 38
2.1 Papel e Perfil do Gestor de Projetos Audiovisuais......................................... 39
2.2 Pré-Requisitos para se Iniciar um Projeto Audiovisual...............................40
2.2.1 Registro do roteiro/Argumento na Fundação Biblioteca Nacional
(FBN).......................................................................................................................... 40
2.2.2 Cessão de direitos da obra/Imagem/Adaptação.............................. 42
2.3 Estruturas Hierárquicas em Projetos Audiovisuais.......................................43
2.4 Orçamentação..........................................................................................................60
2.4.1 Variáveis que impactam no orçamento............................................... 61
2.4.2 Valores de referência de mercado.......................................................... 65
2.4.3 Modelo de orçamento................................................................................ 66
2.5 Etapas de um Projeto Audiovisual: Atividades Principais.......................... 67
2.5.1 Desenvolvimento......................................................................................... 67
2.5.2 Pré-produção................................................................................................ 68
2.5.3 Produção........................................................................................................ 72
2.5.4 Pós-produção................................................................................................ 72
2.6 Tipos de Gestão de Projetos................................................................................. 73
2.6.1 Ficção live action......................................................................................... 73
2.6.2 Animação....................................................................................................... 73
2.6.3 Documentários.............................................................................................. 74
2.7 Sindicatos....................................................................................................................75 REFERÊNCIAS..............................................................................................................117
2.8 Encerramento do Projeto.......................................................................................75 COORDENADORES E AUTORES............................................................................... 123
2.8.1 Certificado de Produto Brasileiro (CPB)................................................ 75 ESTRUTURA DO GUIA AUDIOVISUAL.................................................................... 131
2.8.2 Certificado de Registro de Título (CRT) e Contribuição para o Desen-
volvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (CONDECINE) ........ 76
2.8.3 Classificação indicativa............................................................................ 76
2.8.4 Prestação de contas.................................................................................... 77
3. FORMAS DE FINANCIAMENTO E MODELOS DE NEGÓCIOS........................... 79
Objetivos............................................................................................................................ 79
Sumário.............................................................................................................................80
3.1 Tripé da Gestão da Carteira de Produtos Audiovisuais............................... 81
3.2 Fontes de Recursos Privados............................................................................... 82
3.2.1 Recursos próprios e contrapartidas ...................................................... 84
3.2.2 Branded content ou product placement ........................................... 84
3.2.3 Institucional criativo.................................................................................. 86
3.2.4 Crowdfunding.............................................................................................. 87
3.2.5 Modelo YouTube........................................................................................... 90
3.2.6 Modelos de negócios e financiamento entre TV e produtoras
independentes......................................................................................................... 92
3.2.7 Sociedade em conta de participação (joint-ventures) ................... 95
3.2.8 Coprodução e cenário internacional ................................................... 97
4. PLANO DE NEGÓCIOS PARA O PRODUTO AUDIOVISUAL ............................ 103
Objetivos..........................................................................................................................103
Sumário...........................................................................................................................104
4.1 Estratégia de Posicionamento de Mercado .................................................. 105
4.2 Plano de Negócios ..............................................................................................106
4.2.1 Plano de financiamento.......................................................................... 107
4.2.2 Composição de receitas........................................................................... 109
4.2.3 Previsão de receitas................................................................................... 111
4.3 Alerta Sobre a Gestão do Produto Audiovisual............................................115
CAPÍTULO 1
Mercado Audiovisual
Lia Nunes e Marcos Ribeiro de Moraes
OBJETIVOS
Apresentar um panorama do mercado audiovisual, suas especificidades e
tendências atuais.
29
Mesmo com o crescimento contínuo da demanda por obras publicitárias, 1.3 INOVAÇÕES E TENDÊNCIAS DA
é cada vez menor a sua participação no total do faturamento da
empresa (prevê-se que, 50% das receitas da produtora neste ano, virão
CIRCULAÇÃO E CONSUMO DO AUDIOVISUAL:
de comerciais), ou seja, a demanda por conteúdo e entertainment, bem GLOBALIZAÇÃO E CONVERGÊNCIA DAS
como novas formas de comercialização do produto audiovisual, cresceram
PLATAFORMAS DE CONTEÚDO
absoluta e proporcionalmente mais do que a demanda por advertising;
A produtora criou uma área exclusiva para lidar com conteúdos híbridos, Dois livros publicados durante a década de 2000 foram pioneiros em
chamada Outras Telas, focada na criação de vídeos e conteúdos on-line diagnosticar as mutações nos hábitos de consumo, nas formas de produção e
para marcas e clientes corporativos (branded content ou advertainment na distribuição do conteúdo audiovisual: Cultura da Convergência, de Henry
= advertising + entertainment); focou em projetos para ambientes reais Jenkins (2008) e A Cauda Longa - Do mercado de massa para o mercado
como vídeos e projeções para museus e exposições de artes visuais; e focou de nicho, de Chris Anderson (2006). Pode-se resumir para onde apontam as
também na distribuição de conteúdo on demand, a O2 Play; constatações de Jenkins (2008) e Anderson (2006):
34 35
O progressivo desaparecimento das barreiras à entrada no negócio sua vida útil cada vez mais curta como produto rentável (a não ser as
audiovisual. A Apple, por exemplo, anteriormente uma empresa voltada criações derivadas possíveis de serem produzidas). Ou seja, a cauda longa
para a fabricação de produtos tecnológicos como computadores, smart é a tendência de distribuição e consumo a afetar a produção também,
phones e softwares, hoje em dia também distribui e coproduz conteúdo disponibilizando um sem número de obras e produtos a custos cada vez
para seus produtos e plataformas como é o caso dos apps, do iTunes e mais baixos e acessíveis, diminuindo o risco do negócio e aumentando suas
da AppleTV. Em outras palavras, atualmente estão se mesclando e se possibilidades de rentabilidade;
fundindo/confundindo os papéis de agentes e de mídia no processo de
circulação e consumo de produtos audiovisuais; Com a infinidade de escolhas de conteúdos e mídias à disposição do
consumidor, não apenas certo padrão mínimo de qualidade de produção
Como aprofundamento dessa tendência, houve um abalo na cadeia de foi estabelecido mundialmente, bem como as oportunidades de negócio e,
valor do mercado audiovisual no mundo todo (the value chain quake), consequentemente, a concorrência aumentou e acirrou entre produtores e
responsável pelo entrelaçamento das cadeias produtivas e de valor: A distribuidores de conteúdo;
Netflix e a Amazon, por exemplo, não são mais unicamente plataformas de
VOD (video on demand) ou site de compras de livros e CDs, respectivamente, Por fim, para aproveitar essas oportunidades, pensando nos custos de
mas também criadoras/produtoras e distribuidoras de conteúdo em uma ou produção, no diferencial do produto e nas estratégias de distribuição,
mais plataformas distintas, porém coligadas (caso de House of Cards (2013, as empresas produtoras são pressionadas cada vez mais a operar em
Beau Willimon) e Orange is the New Black (2013, Jenji Kohan)); economias de escala e de escopo, ou seja, todas as possibilidades de
derivação, formato, corte e recorte de um mesmo conteúdo audiovisual
Os desdobramentos tecnológicos trazem a customização da produção e da matriz devem ser pensadas na largada do projeto, a fim de minimizar
distribuição. Quanto mais sofisticada a tecnologia, mais personalizada é custos e otimizar ganhos com a maior coerência criativa.
a plataforma e a disponibilização de conteúdo: hoje é o consumidor quem
tem as rédeas do mercado na mão. Ao longo do tempo, caminhou-se para Tendo todo esse universo para ser descoberto, diagnosticado e explorado em
uma dinâmica mais afunilada e convergente dos veículos de conteúdo suas múltiplas oportunidades, a empresa produtora, tal como exemplo da
(o que não exclui a convivência de mídias mais antigas com as mais O2, precisa ser cautelosa e hábil ao planejar seus movimentos estratégicos.
recentes). Do cinema para a TV, para a TV por assinatura, para o VOD, para Sobretudo, é necessário começar pelo domínio da gestão mais direta da
Hulu, para AppleTV, para Amazon (as chamadas Smart TVs); produção audiovisual, a qual será tratada em detalhes nos itens a seguir.
OBJETIVOS
Estabelecer o perfil e as características do produtor como gestor de
projetos audiovisuais.
Descrever as etapas a serem percorridas para a efetivação de um projeto
audiovisual, desde a definição da equipe/organograma de funções,
passando pela construção de um orçamento e, consequentemente, sua
gestão, inclusive em relação aos órgãos reguladores e representantes das
categorias envolvidas até o encerramento do projeto.
38 39
certeza de que a mensagem foi entendida, alinhando expectativas e As principais razões para se fazer o registro do projeto estão elencadas a seguir:
necessidades, é uma boa forma de comunicação que deve ser almejada;
Tentar preservar a autoria do texto, evitando eventuais plágios, uma vez
Paciência – Conforme Ferreira (1995, p. 473) é a “virtude que consiste que, para a realização do projeto audiovisual, muitas pessoas terão acesso
em suportar as dores, incômodos, infortúnios etc., sem queixas e com ao seu conteúdo;
resignação”. Por mais que pareça cômico, ter paciência pode ser uma
grande virtude de gestores de projetos audiovisuais, uma vez que, Possibilitar que os direitos do mesmo sejam cedidos com mais segurança e
normalmente, os mesmos estão sujeitos a prazos extensos e burocráticos formalidade para a empresa que realizará a obra audiovisual;
que causam grandes descompassos entre as expectativas do patrocinador,
do realizador, do exibidor e de outras partes envolvidas, quando for o Possibilitar a participação em editais públicos de fomento, uma vez que,
caso. Exercitar a paciência auxilia na prevenção de estresse durante todo o atualmente, a maioria deles exige que o registro seja feito na FBN.
processo de realização de uma obra audiovisual.
Para realizar o registro do projeto na FBN, alguns passos devem ser seguidos:
2.2.2 CESSÃO DE DIREITOS DA OBRA/IMAGEM/ O mesmo cuidado deve ser observado em caso de adaptação de qualquer tipo de
ADAPTAÇÃO obra (literária, teatral etc.), para produções audiovisuais. Neste caso, é necessário
ter o Instrumento Particular de Contrato de Licenciamento de Uso de Obra
Original com Opção de Compra de Direitos Patrimoniais Autorais para Produção
Esse documento é de fundamental importância, pois é por meio dele que o autor de Obra Audiovisual Adaptada e Outras Avenças e também a cessão de direitos
cederá os direitos do roteiro, argumento ou formato à produtora para a realização do roteirista que fez a adaptação da obra. Mais detalhes sobre esses contratos
da obra audiovisual. poderão ser encontrados no Módulo 2 – Legislação, Volume 7 - Contratos.
As funções mais estratégicas que compõem uma equipe audiovisual são: o DIRETOR
produtor (não confundir com produtor de set, de frente ou de base, o nome usado
no mercado é o mesmo, mas as funções são completamente diferentes), que já É o responsável técnico e artístico pelo filme a ser produzido. Tem a importante
foi apresentado anteriormente, o produtor executivo, o diretor e o roteirista. A missão de transformar o que está no papel em um produto audiovisual e, para
Figura 2.1 mostra um organograma da equipe audiovisual estratégica e, a seguir, isso, tem que coordenar toda a equipe técnica do projeto.
descrevem-se as tarefas que fazem parte de cada função.
ROTEIRISTA
PRODUTOR
É quem escreve o argumento e/ou o roteiro do projeto audiovisual. O roteiro pode
ser uma obra original ou adaptada de livros, peças de teatro etc. O roteirista pode
ter influência ou não durante o processo de produção da obra, dependendo das
relações estabelecidas no contrato entre ele e a produtora, conforme apresentado
PRODUTOR
DIRETOR ROTEIRISTA
EXECUTIVO na Volume 3 - Roteiro no Módulo 1 – Gestão Empresarial.
PESQUISADOR
(ROTEIRO)
PESQUISADOR
FIGURA 2.1 É quem auxilia o roteirista buscando as informações necessárias, técnicas
Organograma de uma equipe audiovisual estratégica. ou não, para a realização do roteiro. É muito utilizado, por exemplo, em
filmes de época, para que haja a devida contextualização das cenas no
tempo e no espaço ou até mesmo em projetos que precisem de especificações
técnicas em determinas áreas. Pode ser substituído por um consultor técnico
PRODUTOR EXECUTIVO especializado, quando for o caso.
É aquele que mobiliza e administra recursos humanos, técnicos e materiais para a Ligada ao produtor executivo existe uma estrutura que pode ser chamada de
realização do projeto audiovisual. É responsável pela articulação com as equipes área Administrativa do projeto, conforme mostra a Figura 2.2.
envolvidas no projeto para viabilização do mesmo, nas etapas de pré-produção,
produção, pós-produção e por parte das intermediações com patrocinadores e A seguir são descritas as tarefas que compõem cada uma das funções do
órgãos reguladores. Pode atuar também na etapa de comercialização. organograma da área Administrativa do projeto.
46 47
PRODUTOR
EXECUTIVO
ASSISTENTE
PRODUTOR
EXECUTIVO
DIRETOR DE
ADVOGADO CONTADOR CONTROLLER
PRODUÇÃO
COORDENADOR
DE PRODUÇÃO
ASSISTENTE ASSISTENTE
DE PRODUTOR DE PRODUTOR
DE ELENCO DE LOCAÇÃO
FIGURA 2.2
Área Administrativa do projeto.
48 49
CONTROLLER
ASSISTENTE DE PRODUTOR DE ELENCO
É aquele que controla o dinheiro e os orçamentos técnicos sob a supervisão
(OU CASTING) do produtor executivo. Ele deve garantir que cada equipe use seus respectivos
recursos dentro do proposto e que a prestação de contas de cada área seja feita
É quem auxilia o produtor de elenco nas atividades inerentes à função, incluindo, de acordo com o combinado previamente. Durante as filmagens, é quem fica com
mas não se limitando a realizar contatos com as agências, fazer pesquisas, sugerir o caixa pequeno, para pagamentos corriqueiros como refeições, táxis etc.
elenco, auxiliar nos testes de elenco e agendar horários com os candidatos.
CONTADOR E ADVOGADO
PRODUTOR DE LOCAÇÃO
Normalmente, em produções audiovisuais, são serviços terceirizados, mas que
É o responsável por produzir as locações para as filmagens, seguindo as ficam sob responsabilidade do produtor executivo e são fundamentais para o
especificações do diretor e equipe técnica. É função dele também, pegar as bom funcionamento de qualquer projeto audiovisual.
autorizações de filmagem em cada local, em minuta predefinida pelo produtor
executivo, juntamente com o Deptº Jurídico. Em outra estrutura, que se pode chamar de área Criativa e que fica sob a
responsabilidade do Diretor, existem as funções apresentadas no organograma
representado pela Figura 2.3, cujas áreas também são descritas na sequência.
52 53
DIRETOR
1º ASSISTENTE
DE DIREÇÃO CONTINUÍSTA
2º ASSISTENTE
DE DIREÇÃO
ASSISTENTE DE
OPERADOR MICROFONISTA TRILHA SONORA
ATORES/ATRIZES EDITOR/
DE CÂMERA
MONTADOR
2º ASSISTENTE CENOTÉCNICO
DE CÂMERA
CAMAREIRA
ELETRICISTA MAQUINISTA
FIGURA 2.3
ASSISTENTE DE ASSISTENTE DE
Área Criativa do projeto. ELETRICISTA MAQUINISTA
54 55
PRIMEIRO ASSISTENTE DE DIREÇÃO e ângulo da câmera. É também responsável por operar a câmera e pela
qualidade técnica das imagens captadas.
É o braço direito do diretor. Ele coordena as atividades do set antes e durante as
filmagens e faz a intermediação com as equipes técnicas. É responsável também
pela análise técnica do filme e elaboração das ordens do dia, junto com a produção. PRIMEIRO E SEGUNDO
ASSISTENTES DE CÂMERA
SEGUNDO ASSISTENTE DE DIREÇÃO
São os responsáveis por auxiliar o operador de câmera e o diretor de
Tem como principal função assessorar o elenco e a figuração no que for fotografia com os acessórios das câmeras como lentes, cartões, cabos etc. e
preciso, além de outras atividades que o diretor e o primeiro assistente pela integridade de todo o equipamento de câmera.
considerarem necessárias.
VÍDEO ASSISTENTE
CONTINUÍSTA
É o responsável por operar o gravador de vídeo e monitorar a qualidade da
É responsável pela continuidade das cenas, tanto em uma mesma cena gravação das imagens.
quando há vários takes, quanto entre as sequências do filme.
LOGGER
DIRETOR DE FOTOGRAFIA
É o profissional que descarrega o material filmado no computador do set,
É o responsável pelo enquadramento, planejamento e controle de luz, realiza backups e checa a qualidade das imagens captadas. Obs.: Essa função
especificação do equipamento necessário e posicionamento dos mesmos não existe em filmes rodados em película.
durante as gravações. É responsável também, pelo tratamento de cor dado
ao filme na etapa de pós-produção.
ELETRICISTA-CHEFE
OPERADOR DE CÂMERA Também conhecido como gaffer ou iluminador, é o chefe do departamento de
elétrica. É responsável pelo desenho e/ou execução da iluminação de cada cena.
É quem ajuda a definir o blocking da cena, bem como o enquadramento
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MAQUINISTA-CHEFE CENOTÉCNICO
É o chefe do departamento de maquinaria, sendo responsável por coordenar É o responsável por executar as projeções de cenários feitas pelo cenógrafo.
todos os equipamentos necessários para fixação e/ou movimentação de câmera.
PRODUTOR DE ARTE
MAQUINISTA
Sob as orientações do diretor de arte, ajuda a preencher e adereçar os ambientes
Orientado pelo maquinista-chefe, é o encarregado por auxiliar o operador definidos pelo roteiro e incluir objetos pertencentes aos personagens.
de câmera e o assistente de câmera no que se refere a maquinaria necessária
à determinada cena. Ele instala e opera os equipamentos de fixação e/ou
movimentação de câmera. PRODUTOR DE OBJETOS
É quem, juntamente com o diretor de arte, pesquisa, define e produz todos os
ASSISTENTE DE MAQUINISTA objetos necessários à montagem de cada cenário.
CONTRARREGRA ADERECISTA
Desempenha a função de colocar ou remover equipamentos, móveis e outros Monta, transforma ou duplica objetos de cena e de indumentária, segundo
objetos do set. orientação do setor de arte.
MAQUIADOR MICROFONISTA
É responsável pelas maquiagens dos personagens conforme definição do É o responsável por colocar, segurar e manter em ordem os microfones
diretor de arte e do diretor. É importante ressaltar que existem maquiadores utilizados na filmagem, tanto os de lapela, quanto o boom ou qualquer outro.
especializados em maquiagens de efeitos, como envelhecimento, monstros etc.
PREPARADOR DE ELENCO
FIGURINISTA
É aquele que prepara o elenco e conduz os ensaios e leituras de roteiro
Cria e projeta os trajes e complementos usados pelo elenco e figuração, para atuar de acordo com as definições do diretor, em seus respectivos
executando o projeto gráfico dos mesmos. Indica os materiais a serem utilizados, personagens. Esse profissional pode trabalhar tanto na etapa de pré-
acompanha, supervisiona e detalha a execução do projeto. produção como acompanhar as gravações.
CAMAREIRA ATORES/ATRIZES
É quem cuida da manutenção de todas as roupas utilizadas no filme como São aqueles que interpretam os personagens, seguindo as orientações do
mantê-las limpas, passadas e separadas para cada um dos personagens. É diretor e/ou preparador de elenco.
responsável também por guardá-las em perfeito estado de conservação.
60 61
É o responsável por desenhar e manter a integridade de toda a parte musical Roteiro - A base para qualquer orçamentação e o prin-
do filme, de acordo com as especificações passadas pelo diretor. cipal item que influencia diretamente no orçamento é
o roteiro. Dependendo do que estiver descrito nele, o or-
çamento pode custar x ou 10x. O ideal para se elaborar
TRILHA SONORA um orçamento mais próximo da realidade do projeto é
já ter a análise técnica e um diretor atrelado ao mesmo
Se for usada uma trilha sonora original para o filme, normalmente contrata- que dirá quais são suas expectativas em relação à exe-
se um estúdio de som terceirizado que fará a criação e produção da mesma, cução das cenas, porém, na maioria das vezes, isso não
sob a supervisão do diretor musical. é possível. Nesse caso, o produtor ou o produtor execu-
tivo deve ser capaz de fazer um orçamento estimado,
porém exequível para o projeto. Portanto, pressupõe-se
2.4 ORÇAMENTAÇÃO a leitura prévia do roteiro por tais profissionais para
a realização da primeira análise como base para a
A elaboração prévia e bem estruturada do orçamento de um produto audiovisual elaboração do orçamento. Eventualmente, alguns
é de fundamental importância para um bom gerenciamento, na época de produ- pontos são passíveis de revisão em determinado roteiro
ção do filme. Se bem planejado, ele ajuda a gerenciar o projeto em todas as suas para adequação ao orçamento, os quais devem ser
etapas, evitando estouros pontuais ou de todo o orçamento. discutidos com o roteirista e/ou diretor;
62 63
Formato de captação e masterização - O formato de captação e masteri- mesmas (local, regional ou internacional) e até mesmo a forma e o tempo
zação de uma obra tem muita influência sobre seus custos. Se uma obra é de deslocamento da equipe para chegar até elas. A utilização de locações
finalizada em película 35 mm, por exemplo, os custos de produção (como internas ou externas também influencia na elaboração do orçamento, uma
aquisição de material sensível) e de pós-produção (como custos com teleci- vez que um projeto que tenha muitas externas está, por exemplo, sujeito
nagens e transfer), impactam, consideravelmente, no orçamento global do a variações climáticas ou intempéries do dia a dia que podem causar o
projeto. A opção por câmeras digitais de ponta, também encarece o projeto, cancelamento de determinada diária. Outro fator importante a se observar
tendo em vista não somente os custos de locação e dos acessórios das mes- é se o filme será gravado em locações ou estúdio;
mas, mas também o tamanho e as especificações técnicas dos arquivos que
impactam nos valores de finalização. Imagens captadas em 4K, por exem- Elenco - O elenco pode ser um dos principais itens impactantes no
plo, ainda custam mais para serem finalizadas do que as captadas em 2K; orçamento, se, por exemplo, optar-se por trabalhar com um elenco de
famosos. Os cachês dos atores mais cobiçados podem ser mais altos do que
Tipo de obra – Esta é uma variável importante para o orçamento. Filmes os custos de produção. A presença de crianças e animais no roteiro, também
documentários, em geral, são mais baratos por exigirem uma equipe deve ser observada por exigirem, além de profissionais especializados para
menor e multifuncional, além de não precisarem de elenco, cenários, lidar com elas, um tempo muito maior de filmagem, o que impacta no
muitos equipamentos de luz, figurino etc. Filmes em animação, geralmente, número de diárias de filmagens, aumentando o custo do projeto;
são os mais caros por serem demasiadamente lentos para se produzir e
exigirem mão de obra específica e qualificada, ainda escassa no Brasil. Finalização - Os elementos que compõem a finalização de determinado
Essas colocações são tendências, obviamente existem filmes em animação filme, também influenciam no orçamento:
que custam menos que filmes em live action ou documentário, e assim por • Quantidade de material bruto – Quanto mais material bruto existir,
diante, mas devem ser lembradas para a elaboração dos orçamentos; mais tempo de ilha de edição e editor serão necessários para concluir
o projeto;
Duração da obra - Em filmes em live action, tanto ficção quanto documen- • Ritmo de edição – Materiais como videoclipes ou montages, que
tário, o tempo final não impacta muito no orçamento; já nos projetos em são extremamente clipados e têm que ser sincados com o ritmo da
animação, cada minuto a mais de produto final terá uma forte influência no música, por exemplo, despendem mais tempo de edição;
orçamento. Para evitar tais desperdícios é importante que a etapa de plane- • Legendas, GCs e textos - Esses materiais normalmente exigem
jamento da produção como a elaboração dos storyboards e dos animatics profissionais especializados e tempo para serem desenvolvidos e
seja realizada de maneira bastante criteriosa, evitando desperdícios futuros inseridos no filme;
ou rombos orçamentários para produzir algo que não estava previsto; • Imagens em movimento ou iconográficas – Custos de aquisição
desse tipo de imagens devem ser considerados;
Locações - Para os projetos que exigem locações, é importante atentar • Grafismos ou animações – Custos específicos devem ser alocados
para alguns itens relacionados a elas como: quantidade e localização das para esses casos, em função da quantidade dos mesmos.
64 65
Trilha sonora - A trilha sonora de um filme Outros exemplos que podem encarecer o orçamento: locações em aeroportos,
pode representar um percentual significativo do figurinos de época e uso frequente de equipamentos especiais como drones,
orçamento dependendo, primeiramente, se ela será gruas, steadycam etc.
original ou adaptada. No caso de trilhas originais,
o estilo das músicas faz a diferença. Trilhas Atualmente, projetos multiplataformas ou transmídia são os mais cobiçados
orquestradas, por exemplo, são bastante onerosas. pelo mercado e é fundamental lembrar que cada formato de finalização de
No caso de trilha adaptada, o montante que se uma obra tem um custo específico e um trabalho que demanda maior ou
gasta em clearance (licenças de composições e menor investimento.
fonogramas) também deve ser considerado;
contratado com cachês menores do que aqueles estabelecidos nas respectivas 2.5 ETAPAS DE UM PROJETO AUDIOVISUAL:
tabelas. As tabelas podem ser encontradas nos links: <http://www.sindcine.
com.br/site/tabelas_principal.asp> ou <http://stic.com.br/plus/modulos/
ATIVIDADES PRINCIPAIS
edicao/index.php?cdedicao=3>.
Os projetos audiovisuais podem ser divididos em cinco etapas principais
Outra referência de valores que pode ser usada e que, nesse caso, envolve de realização que facilitam e organizam a sua execução. Essas etapas são
também os valores de serviços e não só de mão de obra, é a tabela utilizada conhecidas como: desenvolvimento, pré-produção, produção, pós-produção
pelo Ministério da Cultura (MINC) e pela Secretaria Estadual da Cultura de e distribuição. Cada uma dessas etapas será explicada na sequência, exceto
São Paulo, para aprovação de projetos inscritos na Lei nº 8.313/1991 (Lei Distribuição que será amplamente discutida no Módulo 3 – Distribuição.
Rouanet) e no Programa de Ação Cultural (PROAC). As tabelas podem ser
encontradas nos links: <http://www.cultura.sp.gov.br/StaticFiles/SEC/
proac/Boletim_de_Precos-Servicos-Abr_2012_Mai_2012_e_Jun_2012.pdf> ou 2.5.1 DESENVOLVIMENTO
<http://www.cultura.sp.gov.br/StaticFiles/SEC/proac/Boletim_de_Precos-
Mao_de_Obra-Abr_2012_Mai_2012_e_Jun_2012.pdf>. A etapa de desenvolvimento é aquela na qual serão realizadas as atividades
necessárias para que o projeto se torne estruturado e esteja apto a começar a
ser produzido. Alguns passos fundamentais para essa etapa envolvem:
2.4.3 MODELO DE ORÇAMENTO
Criação do argumento e registro na FBN;
Existem inúmeros modelos de planilhas orçamentárias que podem ser adotados Pesquisa (quando for o caso), desenvolvimento do roteiro e registro na FBN;
para uma boa orçamentação, mas o modelo sugerido neste guia é o exigido pela Aquisição dos direitos do roteiro por parte da produtora;
ANCINE para aprovação de projetos, o qual também é utilizado por diversos Definição do diretor do filme;
editais de fomento. O modelo pode ser encontrado no site da ANCINE no link: Elaboração do objetivo, justificativa e proposta de direção para o projeto,
<http://www.ancine.gov.br/legislacao/instrucoes-normativas-consolidadas/ quando for o caso. Lembrando que esses itens são comumente requeridos
instru-o-normativa-n-22-de-30-de-dezembro-de-2003>, no item orçamento. nos mais diversos editais de fomento;
Elaboração dos concepts boards para projetos em animação;
Produção do episódio piloto para projetos de séries de TV (quando for o caso);
Elaboração do orçamento analítico;
Inscrição na ANCINE e/ou Leis de Incentivo;
Elaboração do book de captação;
Captação de recursos.
68 69
Definição e contratação da equipe principal - Normalmente, quem define Cronograma - O cronograma do projeto é uma ferramenta de gestão muito
a equipe principal é o produtor, juntamente com o produtor executivo e o importante para que não se perca os prazos, evitando, consequentemente,
diretor. Em um segundo momento, o diretor de produção pode contribuir atrasos em suas etapas, bem como na entrega do produto final. É
para a equipe técnica. É fundamental, na definição de uma equipe, levar interessante que o cronograma seja elaborado em conjunto com as áreas
em conta não só as qualidades técnicas de cada profissional, como técnicas para que todos estejam comprometidos e capazes de cumprir
também a capacidade que cada um tem de lidar com os demais membros os prazos estabelecidos e alinhados às expectativas e necessidades do
da equipe ou a afinidade entre eles. Isso porque obras audiovisuais são projeto. O cronograma deve ser constantemente atualizado, estabelecendo
obras coletivas e problemas interpessoais entre os membros da equipe novos prazos para cada etapa, quando necessário. Após a definição do
acontecem com frequência. Minimizar tais problemas e manter um clima de cronograma, este deve ser disponibilizado para todos da equipe e ficar
cooperação durante a realização do trabalho pode ser uma boa estratégia; sempre em local visível e de fácil acesso (físico ou virtual);
Reuniões de produção (gerais e específicas) - As reuniões gerais de Plano de produção - O plano de produção é feito com base na análise
produção são as que os diretores técnicos estão presentes. Nelas, será técnica e no cronograma e servirá para estabelecer quais cenas serão
feita a leitura do roteiro e o diretor passará aos principais técnicos suas gravadas em cada dia;
expectativas em relação ao filme de forma geral, além de detalhes
70 71
Orçamentação - A orçamentação na etapa de pré-produção é diferente do or- Produção de figurinos - Envolve a escolha de um figurino para cada cena
çamento realizado na etapa de desenvolvimento. Nesta etapa, a orçamentação e personagem, a compra e/ou confecção dos mesmos, e as provas. A
deve ser detalhada para garantir que a soma de todos os itens necessários à higienização e organização dos figurinos devem ser realizadas na etapa de
produção não ultrapasse os valores previamente aprovados nas respectivas ru- pré-produção;
bricas orçamentárias. A título de exemplo pode-se usar determinada rubrica do
orçamento como equipamento de luz. No orçamento predefinido na etapa de Storyboards - Apesar dos storyboards serem usados muito mais por
desenvolvimento, existe um montante para esse item. A somatória de todos os projetos em animação, muitos diretores de filmes em live action optam por
equipamentos definidos pela direção e direção de fotografia, não deve ultrapas- usar essa ferramenta para detalhamento das cenas, ângulos de câmeras e
sar esse montante, por isso, esse detalhamento do orçamento se faz necessário; enquadramentos. Os storyboards otimizam consideravelmente a etapa de
produção em qualquer tipo de projeto;
Produção e preparação de elenco - Todas as etapas da produção de elenco
como recrutamento de atores, testes de VT, edição dos testes, aprovação Gravação de diálogos (projetos de animação) - A maioria dos projetos de
do elenco por parte da direção, bem como a preparação do elenco, animação realiza a gravação dos diálogos ainda na fase de pré-produção.
acontecem na etapa de pré-produção. Eventualmente, a escalação para o Essa é uma etapa importante, pois esses diálogos servirão de base para a
elenco principal pode acontecer ainda na etapa de desenvolvimento, uma produção de todas as animações na etapa de produção. Alguns diretores
vez que isso pode ajudar na visibilidade e credibilidade do projeto frente preferem fazer a gravação dos diálogos na etapa de pós-produção por
aos eventuais patrocinadores, porém a contratação efetiva desse elenco questões artísticas, uma vez que a gravação prévia engessa alterações
normalmente só ocorre na fase de pré-produção; futuras que podem ser interessantes durante o período de produção do
filme. Neste caso, vozes guias são gravadas para servirem de base para a
Produção de locação - As pesquisas, visitas e contatos com as possíveis produção do filme e também do animatic;
locações para as gravações, bem como a contratação e preparação das
mesmas, acontecem na etapa de pré-produção; Animatic (projetos de animação) - O animatic é uma ferramenta bastante
utilizada em projetos em animação para possibilitar a sistematização das
Cenários – Tanto na utilização de locações como em estúdios, a produção cenas a serem desenvolvidas no que diz respeito a ângulos e movimentos
e adaptação de ambientes, cenários e objetos, acontece na etapa de pré- de câmera, bem como o tempo envolvido em cada cena. O animatic nada
produção. É fundamental que todas as locações estejam prontas para mais é do que as imagens do storyboard organizadas em uma timeline,
serem usadas quando as filmagens iniciarem para evitar desperdício juntamente com as referências das vozes guia (ou dos diálogos finais caso
de tempo nas diárias, pois essa fase envolve um grande número de já tenham sido gravados) e também algumas referências de trilha sonora.
profissionais. Idealmente, todos os ambientes deveriam ser testados antes
das gravações, porém nem sempre isso é possível;
72 73
É na etapa de pós-produção que o filme é finalizado. Todas as imagens e sons A etapa de filmagem, neste caso, é a mais problemática,
captados são trabalhados separadamente até serem juntados de maneira uma vez que são muitas as variáveis que podem dar
sistematizada para se estabelecer a narrativa do filme. As principais errado. Condições climáticas ou a ausência de um ator,
atividades realizadas nesta etapa são: por qualquer que seja o motivo, por exemplo, pode
fazer com que uma diária seja cancelada, o que terá
Com relação ao som - Produzir a trilha sonora, gravar e editar ruídos, um impacto significativo no orçamento. Normalmente
gravar (se for o caso) e editar diálogos, editar o som, adquirir direitos gerencia-se grandes equipes por um curto período de
Dolby (quando for o caso), mixar; tempo, se comparado aos demais tipos de filme.
2.7 SINDICATOS
Por outro lado, exigem uma equipe técnica com habilidades totalmente
diferentes de filmes em live action. A necessidade de equipe especializada é um Para um correto gerenciamento da equipe dos projetos audiovisuais, devem-
item que merece atenção na gestão de projetos desse tipo, inclusive considerando se observar as normas estabelecidas pelos sindicatos de cada região nas
as diferentes técnicas de animação (2D, 3D, stop motion, recortes etc.). Convenções Coletivas. Essas convenções são negociadas ano a ano e
existem taxas e procedimentos específicos para a contratação de mão de obra
Grandes bases de produção e equipamentos tecnológicos avançados devem especializada na área. As normas do STIC e do SINDCINE estão disponíveis
ser previstas e administradas durante todo o processo de produção do filme. nos sites: <www.stic.com.br> e <www.sindcine.com.br>, respectivamente.
Consultar o site: <www.justica.gov.br> do Ministério da Justiça para ver os Projetos audiovisuais que utilizam Leis de Incentivo Federais, Estaduais
procedimentos necessários para solicitar a classificação indicativa. ou Municipais, estão sujeitos a prestações de contas específicas para cada
uma delas, ou seja, devem seguir o parâmetro estipulado por cada órgão
regulador de tal lei. Como exemplo, pode-se citar um projeto financiado pela
CAPÍTULO 3
78
Lei nº 8.685/1993 - Lei do Audiovisual e também pelo PROAC (Estado de São Formas de Financiamento e
Paulo). Esse projeto deverá realizar duas prestações de contas distintas, porém
coerentes: uma seguindo os padrões estipulados pela ANCINE e outra seguindo Modelos de Negócios
os padrões estipulados pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
O modelo de prestação de contas sugerido neste guia é o exigido pela ANCINE, Lia Nunes e Marcos Ribeiro de Moraes
estabelecido na Instrução Normativa (IN) nº 110, e pode ser encontrado no link:
<http://www.ancine.gov.br/legislacao/instrucoes-normativas-consolidadas/
instru-o-normativa-n-110-de-19-de-dezembro-de-2012>.
O marco legal e regulatório que baliza a atuação de cada um dos elos da mercado nacional direciona-se cada vez mais a uma diversificação dessas
cadeia produtiva; fontes, sobretudo no que diz respeito a formas alternativas de financiamento/
modelos de negócios que começam a se estruturar como viáveis.
As fontes de financiamento disponíveis, tanto públicas como privadas;
A Figura 3.1 apresenta a tipologia das fontes de recursos disponíveis no Brasil
Os modelos de negócio existentes (desde os já consolidados até os mais para financiamento de obras e produtos audiovisuais. As formas e tipos de
recentes e alternativos); financiamento que complementam ou substituem o financiamento público
são explicadas na sequência. Os mecanismos de financiamento referentes
O cenário internacional do mercado audiovisual, o qual pode fornecer grandes a recursos públicos diretos e indiretos serão abordados no Módulo 2 –
oportunidades de novos negócios e de aquisição de expertise gerencial; Legislação, Volume 4 – Leis de Incentivo Fiscal.
Visto que o Módulo 2 – Legislação, Volume 4 - Leis de Incentivo Fiscal trata RECURSOS PÚBLICOS INDIRETOS RECURSOS PÚBLICOS DIRETOS
Art. 1º FSA
especificamente da legislação que rege a captação de recursos financeiros Art. 1º A PAR
públicos no mercado brasileiro de audiovisual, o foco do presente item fica Art 3º PAQ
Art. 39 IBERMEDIA
restrito às fontes de financiamento passíveis de serem acessadas no âmbito Art. 3º A Editais (SAV, Prefeitura de São Paulo)
privado, fora do âmbito da regulação da ANCINE. FUNCINES RioFilme
PROAC-ICMS
Lei Mendonça - ISS
Mesmo sabendo que as fontes de recursos públicos ainda são
majoritariamente aquelas que viabilizam projetos audiovisuais no Brasil, o FIGURA 3.1
Mapa das fontes de recursos disponíveis para financiamento do audiovisual no Brasil.
84 85
3.2.1 RECURSOS PRÓPRIOS E CONTRAPARTIDAS Apesar de, há muito tempo existirem propagandas divertidas, o branded
content vai além, fazendo com que a marca seja percebida por intermédio
Na grande maioria dos casos, as empresas produtoras nacionais iniciam suas de um programa de entretenimento, e não apenas como uma propaganda
atividades focadas em publicidade ou obras institucionais para corporações criativa e bem-humorada. Ele não invade o espaço e interrompe o consumo
ou empresas públicas e, a partir de um nível de segurança financeira atingido, de conteúdo como faz a propaganda – ele é o conteúdo consumido.
essas mesmas produtoras ampliam seus negócios para a vertente do
conteúdo e do entertainment (veja o exemplo da O2). Sendo assim, recursos O branded content pode se apresentar em diversos formatos e mídias: de
próprios correspondem ao investimento de receitas acumuladas pela própria livros e espetáculos até filmes e programas de televisão. Igualmente pode ser
produtora em reinvestimento em produto ou mix de produtos na área de difundido via mídias sociais: Facebook, Twitter, Tumblr, blogs ou canais da
conteúdo e entretenimento. web como YouTube.
Já as contrapartidas referem-se ao dinheiro da própria empresa produtora Dois exemplos de formatos distintos de branded content:
colocado em projeto audiovisual, quando exigido como forma de
comprometimento e garantia pela legislação de captação de determinadas fontes A série de ficção Descolados (2009, Luca Paiva Mello) em sua 2ª
de recursos públicos (geralmente as contrapartidas equivalem a 5% do valor temporada, iria contar com apoio financeiro de uma grande marca de
total do orçamento de produção, retiradas as taxas de gerenciamento e impostos). bebidas energéticas por conta do plot central da trama girar em torno de
uma badalada casa noturna de São Paulo. Não haveria necessariamente
Há situações cada vez mais frequentes no mercado no qual o financiamento do exposição da marca no programa, mas uma associação do produto àquele
produto audiovisual ou da carteira de produtos audiovisuais advém do tipo de universo apresentado: jovens bonitos, descolados, que passam por conflitos
relação que a empresa produtora estabelece com seus clientes e consumidores. normais a essa fase de transição e que também gostam de se divertir;
Veja que tipos/formas de financiamento e de modelo de negócios são possíveis
e hoje já se transformaram em práticas consolidadas de mercado. O Banco do Brasil, em seu canal no YouTube, veicula esquetes de 2 a 3
minutos com a atriz e comediante Tatá Werneck, nos quais os problemas
e idiossincrasias que todo consumidor/cliente tem com seu banco são
3.2.2 BRANDED CONTENT OU PRODUCT PLACEMENT abordados com ironia, irreverência e crítica bem-humorada.
Também chamado de advertainment, conteúdo de marca e marketing de Direta ou indiretamente, as produtoras desses dois produtos audiovisuais
conteúdo, branded content é todo o conteúdo de entretenimento produzido financiaram-se parcialmente com os recursos injetados pelas marcas. Outro
para marcas com o objetivo de aproximá-las do público, fortalecer e associar formato de acessar o dinheiro dessas marcas é o que se convencionou chamar
seus valores e trabalhar o engajamento dos consumidores. de product placement: geralmente o produto ou a marca aparecem dentro de
um contexto aceitável do programa, mas o restante do conteúdo não remete
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mais à marca, por exemplo, os laptops e smart phones utilizados dentro de um O documentário, embora amplamente embasado pedagógica e cientificamente,
produto audiovisual, sem que o reconhecimento da marca e do produto sejam aborda a questão da obesidade infantil e dos maus hábitos alimentares presente
reconhecidos como prejudiciais ao contexto geral do produto audiovisual. 2
na maior parte das famílias brasileiras de maneira lúdica e cativante, sem ser
careta ou panfletário. A formatação criativa do tema foi tão bem-sucedida que
Também como operação de posicionamento de marca ou produto na relação acabou gerando um quadro no programa Fantástico da Rede Globo durante
com canais de televisão, as empresas produtoras podem intermediar como alguns domingos, e várias versões – cortes diferentes – do documentário, as
representantes de uma ou mais marcas, outro tipo de modelo de negócios quais foram licenciadas para uma dezena de mercados fora do Brasil.
denominado compra de faixa de horário. Slots pouco nobres como o das 6
h ou 7 h da manhã ou a faixa de horário da madrugada, geralmente podem Sem precisar contar com os trâmites burocráticos da captação de recursos
ser vendidos nas empresas radiodifusoras de sinal aberto, sem que o canal se públicos via ANCINE, o que inclui também não ser necessária nenhuma
responsabilize pelo conteúdo veiculado para programas do tipo infomerciais prestação de contas, a empresa produtora teve autonomia e agilidade, sob a
de carros, motos, pescaria, esportes radicais etc. supervisão e com o auxílio dos colaboradores do patrocinador, de posicionar
claramente o documentário dentro do escopo que inclui o conteúdo educativo
e o de entretenimento. Além disso, obteve um lucro além da remuneração da
3.2.3 INSTITUCIONAL CRIATIVO produção com os produtos e licenciamentos derivados.
É como pode ser chamado todo e qualquer produto audiovisual, seja longa-
metragem, documentário ou série para televisão em que há um patrocinador 3.2.4 CROWDFUNDING
majoritário que se utiliza de sua verba própria para divulgação a fim de
financiar um produto audiovisual que transmita a sua mensagem e missão. Em um universo do audiovisual cada vez mais
fragmentado tanto em suas formas de consumir como
Caso emblemático desse tipo de modelo de negócio é o documentário Muito em suas janelas de exploração, o mercado de nicho
Além do Peso (2012, Estela Renner), produzido pela Marinha Farinha Filmes e acabou se tornando uma das razões de ser de modelos
bancado integralmente em seu orçamento de R$ 1.600.000,00 pelo Instituto de negócios alternativos.
Alana, uma fundação privada sem fins lucrativos, dedicada a ações voltadas
para a melhoria das condições de vida das crianças brasileiras. O crowdfunding ou financiamento coletivo nasce da
seguinte forma: por intermédio de sites na internet,
projetos artísticos comunicam-se diretamente com
seus consumidores a fim de obter parte ou o total do
2
Product placement não é o mesmo que ações de merchandising visto frequentemente em novelas de televisão. Estas orçamento para se viabilizarem.
últimas quebram, de alguma forma, a fluência da trama para que o destaque, naquele instante, seja dado a certo
produto ou marca.
88 89
O jogo é de tudo ou nada, isto é, se o projeto se propõe a captar R$ 20.000,00 ao “Nosso projeto é ambicioso e corajoso, com gravação em seis dias sequenciais.
longo de x semanas ou meses e, ao fim desse período não alcançar essa meta, Para que se torne realidade, além de recursos próprios, contaremos com a
não levará nada. Se alcançar, paga um fee fixo pelo serviço de divulgação feito ajuda de pessoas que, como nós, amam a sétima arte”, diz Kozma em entrevista
pelo site e embolsa o dinheiro. Em contrapartida, aqueles fãs/consumidores que a Silvana Perez (<www.bocadoinferno.com.br>). Se o valor total não for
quiseram ver o projeto realizado e colaboraram, levam alguma recompensa atingido até o dia 14 de setembro deste ano (2014), os criadores do projeto não
especial em função do aporte de recursos ofertado. recebem nada e o dinheiro é devolvido aos apoiadores.
Com a convicção de que é possível fazer cinema de qualidade no Brasil sem Em proporções muito mais amplificadas, há exemplos nos EUA, de financiamento
gastar milhões, os cineastas Dimitri Kozma e Geisla Fernandes lançaram coletivo para a produção total ou parcial de filmes de longa-metragem, incluindo
em 2014, na internet, uma campanha de financiamento coletivo para o projetos com diretores ou roteiristas do peso como Spike Lee, Paul Shrader e Zach
longa-metragem Vermes, uma ousada história sobre a loucura, com toques Braff. No caso específico de Lee, a meta a ser atingida era a de US$ 1,250 milhão
de surrealismo e fantasia. Premiados em diversos festivais nacionais e em um mês, porém o diretor, o roteirista e o produtor ultrapassaram essa meta,
internacionais com seus primeiros trabalhos autorais, os diretores esperam arrecadando cerca de US$ 250 mil a mais, por meio de 6.421 apoiadores.
complementar o orçamento e garantir a realização do filme com doações de
particulares, enquanto não captarem financiamento pelas leis de incentivo, um
processo mais demorado e burocrático. CURIOSIDADE:
Na apresentação do projeto para o público via Kickstarter, Lee definiu seu filme apenas
A campanha para angariar fundos está no ar no site: <www.catarse.me/ como um thriller sobre pessoas que gostam de sangue, mas não são vampiros. 3 A postura
vermes> e qualquer pessoa pode acessar e contribuir financeiramente para a do diretor foi considerada, por outros produtores independentes, como descaso com o
realização do filme. Os apoiadores são recompensados de acordo com o valor público e, de certa forma, desfavorável para o site Kickstarter. Na comparação com filmes
doado, o que pode significar desde ter o nome citado nos créditos; ganhar DVD como Veronica Mars (2014, Rob Thomas) e Wish I Was Here (2014, Zach Braff), observa-se
duplo do filme, DVDs autografados com toda a filmografia dos cineastas ou que o barulho em torno do projeto sanguinolento do diretor nova-iorquino não se sustenta.
permissão para uma visita ao set de filmagens. Veronica Mars levou dois dias para atingir a meta de arrecadação de US$ 2 milhões, de
um total de R$ 5.400.000,00 levantados via financiamento coletivo (91 mil apoiadores).
Segundo Dimitri Kozma, a estrutura do filme foi idealizada com base em Já o longa de Braff captou US$ 3,1 milhões com o apoio de mais de 46 mil pessoas (<www.
um orçamento bastante restrito, mas de forma que não comprometesse a kickstarter.com>; <www.cinemablend.com>).
qualidade da produção. O objetivo da campanha de crowdfunding é arrecadar
R$ 20.000,00, quantia que será utilizada para cobrir os custos com o aluguel de
equipamentos, alimentação, estadia e transporte da equipe durante o período
de filmagem, além do cachê simbólico para os atores principais. 3
Da Sweet Blood of Jesus foi lançado nos Estados Unidos em 22 de junho de 2014 e recebido com desconfiança por
crítica e público, mas, sobretudo, com certa dose de revolta pelos realizadores independentes que criticaram a postura
de Spike Lee ao se valer do crowdfunding para fazer mais barulho e polêmica do que valorizar esse instrumento de
financiamento independente.
90 91
3.2.5 MODELO YOUTUBE sobre as obras a serem veiculadas) e largo potencial de visualização pelos in-
ternautas. Mais do que isso, o produtor de conteúdo só usufrui da monetização
Saindo da janela de exibição canal de TV mais via propaganda se tiver emplacado um ou mais vídeos de grande sucesso (mais
convencional e adentrando o universo da web, de 100 mil views), o que, consequentemente, deve gerar um canal de conteúdos
multi e pluri-pataformas 4, o site/canal de conteúdos exclusivos a serem insumados com frequência regular.
denominado YouTube representou uma revolução em
termos de posicionamento de produtos audiovisuais, Uma vez preenchido esses requisitos, o Google AdSense, uma plataforma
assim como de uma nova e rica possibilidade de especialmente criada para unir anunciantes potenciais e conteúdos
As premissas modelo de negócio. Comprado pelo Google em 2008, disponibilizados, é quem desempenhará o papel de casamenteiro entre
básicas o YouTube deixou de ser apenas uma plataforma de as especificidades de um conteúdo audiovisual e seus anunciantes mais
para entrar visualização de vídeos caseiros e de interesse restrito adequados e cabíveis dentro do DNA do produto e da marca.
profissionalmente de público, para se transformar num business com
no esquema de regras muito bem estabelecidas para as produtoras/ A partir desse matching, surgem os vários tipos de advertisement que podem
rentabilização criadores de conteúdo que objetivam o binômio, larga ser explorados visualmente na janela de exibição. Quanto maior o número
do YouTube são: repercussão de audiência mais monetização por meio de visualizações e, portanto, de fidelização de um público relacionado a um
originalidade de visualizações e advertising. canal de conteúdo no YouTube, maior a fatia do produtor na monetização
do conteúdo e publicitária. Assim como maior o poder de barganha do produtor em relação
largo potencial As regras para entrar no negócio estão claramente à plataforma para trazer os seus anunciantes exclusivos ou mesmo produzir
de visualização definidas nos links: <https://support.google.com/ um conteúdo com características de branded content.
pelos internautas. youtube/answer/97527?hl=pt-BR>; <https://support.
google.com/you-tube/answer/94523?hl=pt-BR&ref_ O caso já clássico da Porta dos Fundos (<www.portadosfundos.com.br>)
topic=1115890>; <https://suport.google.com./youtube/ é paradigmático nesse sentido: os esquetes de humor criados e produzidos
answer/2467968?hl=pt-BR&ref_topic=1115890>. pela equipe e atores foram customizados para a janela YouTube. A duração,
a agilidade, a possibilidade de fornecer com regularidade um material com o
As premissas básicas para entrar profissionalmente no mesmo padrão estético e de qualidade e o próprio tema do humor, algo que
esquema de rentabilização do YouTube são: originalida- se conecta muito rapidamente com a audiência da internet.
de do conteúdo (o que implica deter os direitos de autor
Outro fator fundamental que só o YouTube pode fornecer ao canal Porta
dos Fundos: a maior liberdade de formatar os esquetes fora da classificação
indicativa enrijecida das TVs abertas e mesmo de alguns canais a cabo (o que
4
Tal universo será explorado em profundidade no Módulo 4 – Transmídia. retiraria todo o DNA e potência do humor crítico e irreverente do grupo).
92 93
Com o êxito estrondoso dos conteúdos do Porta dos Fundos, o YouTube, Encomenda ou prestação de serviços - O canal de televisão encomenda às
via ferramental Google, não apenas selecionou anunciantes primes para empresas produtoras a produção de programas que sairiam mais caro se
o canal, como também, devido ao número de visualizações atingido por fossem produzidos in house sem abrir mão de nenhum direito patrimonial
episódio, concedeu aos produtores maior poder de barganha nas negociações sobre o produto audiovisual. O canal é detentor dos direitos do formato
publicitárias. Tanto é que o limite máximo de autonomia de monetização apresentado e comissiona uma produtora independente, sob um contrato
foi atingido pelo canal, isto é, produziu um conteúdo branded content que pode variar de 1 a mais anos, a produzir e finalizar cada episódio
para a Fiat, e trouxe a marca para dentro do esquete sem que o Google e temporada do projeto. O Globo Ecologia (1990, Cláudio Savaget),
se opusesse a isso, pois essa ação gerou, no canal específico do Porta dos por exemplo, é comissionado a uma produtora independente, que faz o
Fundos, a exclusão de outros possíveis anunciantes do setor automobilístico trabalho de roteirização, pesquisa, filmagem de externa, cabeças com
responsáveis por grande fatia do mercado publicitário. Mas não há como ir apresentador e pós-produção. O cronograma de produção e a forma de
contra um cliente que está lhe proporcionando tamanha visibilidade. 5
entrega são regulados por contrato entre as partes;
ENTRE TV E PRODUTORAS INDEPENDENTES compromete a fornecer um produto audiovisual para determinada faixa
de horário do canal de TV, o qual não cobra pela exibição do conteúdo. Em
vez disso, faz-se um contrato de divisão de receitas de patrocínio, com o
Pelo simples fato de ter começado de forma financeiramente autônoma, comprometimento do departamento comercial do canal de vender o número
ligada a grandes corporações de mídia e com sua grade de programação máximo de cotas para aquele slot de programação. Se conseguir vender,
sempre patrocinada via venda de espaço comercial, a televisão acaba racha-se meio a meio. Se não, o prejuízo é assumido pela empresa produtora;
por apresentar os modelos de negócios mais consolidados do mercado
e, mais recentemente, mais variados por conta da nova legislação sobre Coprodução - Ocorre quando um canal interessa-se por um conteúdo ou
conteúdo nacional independente. A seguir, listam-se os mecanismos de produto audiovisual formatado por uma empresa produtora e, assim,
relacionamentos comerciais mais usuais entre uma produtora/distribuidora aporta parte dos recursos para o seu financiamento. Para que a produção
de conteúdo e um canal de televisão (aberto ou por assinatura): seja considerada independente, ou seja, sem vínculo majoritário do canal
de televisão, ele só pode deter até 49% dos direitos patrimoniais sobre
a comercialização da obra audiovisual coproduzida. No entanto, os
primeiros direitos de exibição da obra são do canal de TV coprodutor. Este
5
Outra estratégia utilizada por produtoras em relação à plataforma YouTube é a de trampolim para a é o modelo que a legislação brasileira recente visa desenvolver com a lei
potencialização de outros negócios via divulgação de um conteúdo teaser ou editado especificamente para o canal
da internet para que, após o atingimento de público específico, outros cortes e formatos do mesmo produto possam de cota de tela para canais de TV fechada. No exterior, tal modelo já é
ser comercializados em outras licenças de exploração. O documentário Muito Além do Peso valeu-se dessa tática,
disponibilizando uma versão editada para o YouTube para chamar a atenção sobre o produto e sua relevância.
amplamente difundido há muito tempo, sobretudo nos EUA e na Europa;
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Licenciamento - Neste modelo, o canal de televisão apenas adquire os Franquia de formato - O canal de televisão apenas adquire os direitos do
direitos de exibição de um produto audiovisual já realizado e finalizado formato desenvolvido pelo produtor como em um modelo de franqueado
por uma empresa produtora que detém os direitos patrimoniais de e franqueador, devendo obedecer as regras estabelecidas na bíblia criativa
comercialização sobre ele (pode ser também uma distribuidora, que fará a de tal formato de produto audiovisual. O que lhe é permitido é a adaptação
ponte entre a produtora e o canal). Esses direitos valem por determinado desse formato para a realidade cultural do seu território de atuação.
tempo e número de exibições, bem como para determinadas janelas de Existe também a possibilidade de uma empresa produtora nacional ser o
exploração e territórios. Os licenciamentos mais comuns nos canais de TV franqueado do formato de produto audiovisual internacional e oferecê-lo
nacionais são aqueles envolvendo filmes de longa-metragem, documentário, para um canal de televisão local, caso da Moonshot com Sessão de Terapia
programas infantis, animações, sitcoms e séries de ficção. Nos EUA, a (2012, Selton Mello) em segunda temporada exibida pelo canal a cabo GNT
estimativa de quantos licenciamentos uma empresa produtora pode com base no original israelense. Não esquecer que o tão clichê Big Brother
conseguir em determinado ano, com base em resultados passados, é também (2002, J. B. de Oliveira e Carlos Magalhães) nada mais é do que um formato
como bond para empréstimos de financiamento de produção independente; franqueado mundo afora pela holandesa Endemol.
de um sócio participante são exclusivas do sócio ostensivo. O contrato firmado 3.2.8 COPRODUÇÃO E CENÁRIO INTERNACIONAL
entre as partes tem como objeto o produto audiovisual a ser gestado, os sócios
envolvidos, ao final do tempo de duração acordado do contrato diretamente O que define uma coprodução internacional é a
relacionado ao cronograma de produção e exploração comercial da obra parceria financeira, criativa ou técnica envolvendo
audiovisual compartilhada, dividem lucros ou prejuízos tão e somente ligados dois ou mais países para a produção e distribuição
à obra em questão. Finda essa apuração, desfaz-se a sociedade. de uma obra ou produto audiovisual, que será
considerada nacional para as autoridades em todos os
Para o sócio participante, a grande vantagem é o benefício fiscal países signatários do contrato.
possibilitado por esse modelo de negócios: as sociedades em conta de
participação equiparam-se às pessoas jurídicas, o que equivale ao valor de Razões para tantos países, inclusive da América Latina,
uma carga tributária incidente nos lucros apurados e divididos, bem menor verem vantagens e benefícios para seus mercados
que aquele incidente sobre pessoa física, além de os lucros distribuídos serem nacionais ao empreender coproduções internacionais:
enquadrados como isentos de imposto de renda.
Geralmente corresponde a única estratégia que
Portanto, o sócio participante, independentemente de ser pessoa física ou permite à empresas produtoras acumularem
jurídica, tem todas as vantagens financeiras e legais a seu favor: seu risco recursos para financiar orçamentos para produção
é mínimo, limitado à sua miopia em termos de aposta na rentabilidade do de obras audiovisuais com efetivo potencial de
produto audiovisual em que pretende investir. No mais, é a empresa produtora, competição no mercado internacional (no caso da
o sócio ostensivo, quem arca com a gestão integral do projeto, incluindo aí Argentina, por exemplo, como o mercado interno
o gerenciamento de outras fontes de financiamento, a equipe envolvida, os oferece restrições de capacidade de rentabilidade
fornecedores e os encargos tributários e legais. Sendo assim, é fundamental, da do negócio, o modelo de negócios de coprodução
parte da empresa produtora, uma maturidade gerencial e financeira elevada internacional representa a principal oportunidade
a fim de assumir um modelo de negócio como esse, sob pena de ter de honrar de ampliar parceiros/financiamentos acoplada
compromissos com o sócio participante compensando suas perdas em prejuízo a uma ampliação correspondente das janelas
de outros projetos audiovisuais da produtora. e territórios de exploração do produto – todo o
mercado hispânico e, em especial, a Espanha, porta
De qualquer forma, cabe frisar o aspecto ágil e rápido de um acordo nos moldes de entrada para o mercado europeu);
de uma joint-venture, independente dos prazos longos e trâmites burocráticos
envolvidos na captação de recursos públicos, dos quais, um dos mais Divide as tarefas de criação e produção dentro
complicados do ponto de vista da viabilidade são as coproduções internacionais. das vantagens comparativas de cada país,
separadamente em cada uma das etapas do
98 99
processo de efetivação do produto audiovisual: desenvolvimento, Setenta e sete por cento (77%) das coproduções entre países é lançado em,
captação, produção e distribuição; pelo menos, um mercado não doméstico comparado a 33% de filmes de
nacionalidade única;
Abre portas para a atração de um leque mais amplo de formas e
montantes de recursos financeiros. Aqui, inclui-se a união de forças no que Coproduções internacionais faturam, em média, 2,78 vezes mais do que
se refere ao acesso a subsídios e incentivos governamentais em todos os filmes de nacionalidade única;
países envolvidos na coprodução;
Prevalecendo o princípio da reciprocidade, como nos itens anteriores, Ingressos (bilheteria) de mercados internacionais para coproduções
garante o acesso ao mercado do parceiro e o acesso ao mercado de um representam 41% do total, comparado com 15% para filmes de
terceiro ou mais países; nacionalidade única, dentro da amostra pesquisada.
Em termos de potencial de posicionamento de mercado do produto No entanto, uma indústria do audiovisual como a brasileira, ainda em
audiovisual bem como de aproveitamento amplo de várias expertises, processo de consolidação, dependente majoritariamente dos mecanismos
incluindo modelos de negócios complementares e mais sofisticados públicos de fomento para a sua viabilização, ainda tem muito chão a
e a viabilização de orçamentos maiores e com capacidade de maior percorrer para se posicionar no mercado internacional de forma significativa.
rentabilidade, a coprodução internacional corresponde à última barreira Não apenas do ponto de vista financeiro, mas também do criativo. As idas e
a ser desbravada por uma empresa produtora nacional a fim de explorar vindas da economia do audiovisual nacional acabaram por imprimir certo
plenamente as janelas de distribuição e formas de monetização de um ou ranço no que tange aos modelos criativos desenvolvidos, nos temas e gêneros
mais produtos audiovisuais seus. muito locais, nacionais sem grande potencial de interlocução com o resto do
mundo. Afinal, contribuiu para esse cenário também o fato do país ser uma
É fundamental chamar a atenção para dados concretos colhidos e tratados nação continental e que, mais ainda, fala português. Grandes e pequenos ao
pelo Observatório Audiovisual Europeu em um estudo específico sobre mesmo tempo, isolados de certa forma pela barreira da língua e de aspectos
coprodução internacional no continente, com base em dados em mais de culturais a girar em torno do próprio umbigo.
5.400 filmes lançados entre 2001 e 2007 em 20 mercados europeus. As
inferências de tal estudo demonstram as vantagens e benefícios que esse Felizmente, mudanças significativas estão em curso no mercado nacional do
mercado em especial usufrui desse modelo de negócios: audiovisual. Observa-se um número crescente de empresas produtoras que se
engajaram, nos últimos anos, em coproduções internacionais voltadas para
Em média, as coproduções internacionais são distribuídas, no mínimo, o cinema ou para a televisão. Exemplos como as séries de animação infantil
entre dois a três mercados distintos; Escola Pra Cachorro (2008, Marcelo Fernandes de Moura), Meu Amigãozão
(2010, Andrés Lieban) e filmes de ficção e documentários como Amazônia
(2014, Thierry Ragobert), Violeta Foi para o Céu (2004, Andrés Wood) e Praia
100 101
do Futuro (2014, Karim Aïnouz) demonstram tal evolução. Bem como tais incluído entre as responsabilidades que devem ser compartilhadas, a parte
experiências têm muito a dizer sobre quais os entraves e obstáculos aos brasileira pode perder toda a lucratividade do negócio por ter seus custos
quais é preciso ficar alerta para que uma coprodução internacional com duplicados ou triplicados dependendo da flutuação do câmbio;
participação brasileira seja bem-sucedida:
Limites de compartilhamento criativo, barreira da língua e carência de
Divergências de marco regulatório e descompasso nos trâmites expertise - Um produto audiovisual a ser gerenciado por empresas de
burocráticos - Se o pressuposto básico de uma coprodução internacional países distintos deve, obrigatoriamente, como conteúdo, satisfazer uma
é a reciprocidade, isto significa que as empresas produtoras dos países audiência mais além das fronteiras nacionais. O próprio sentido de uma
envolvidos nela precisam sincronizar seus cronogramas de quem faz o coprodução internacional é esse: atingir novos mercados, um público
quê e em que momento. Inviabiliza um cronograma de produção se o mais amplo, o que equivale dizer que a modelagem criativa em menor ou
financiamento da parte estrangeira já está disponibilizado para uso e a maior grau será compartilhada. Não há como falar de temas ou produzir
parte nacional ainda depende de uma série de etapas burocráticas para comédias baseadas em um humor que só faz sentido localmente se o
liberação do dinheiro. Por essa razão em especial, algumas empresas objetivo é a parceria internacional. Igualmente, como criar um conteúdo,
produtoras estrangeiras evitam o Brasil como coprodutor internacional; mesmo falado em português, que possa ser interessante para outros
públicos; ou como é o caso de Violeta Foi para o Céu (falado totalmente
Inflação orçamentária - Ainda sem abordar a questão da diferença de taxa em espanhol) ou de Praia do Futuro (que mescla português e alemão).
de câmbio a encarecer qualquer orçamento relativo a uma coprodução Como produzir um conteúdo sem a necessidade do bastião da língua
internacional para produtos audiovisuais específicos como animação portuguesa? Complementando, a questão da carência de expertise
infantil, os padrões criativos e técnicos exigidos pela contrapartida técnica no mercado audiovisual brasileiro, não apenas de roteiristas,
internacional impõem ao coprodutor brasileiro aportar, da sua parte, um mas de produtores executivos e lato sensu muitas vezes inviabiliza uma
orçamento/recursos do mesmo montante. Um montante e uma escala cooperação internacional pelo desnível de formação e experiência.
aos quais este mesmo coprodutor não estava acostumado a gerir, nem
tampouco levantar uma soma maior de recursos correspondente; Colocadas as vantagens e entraves para a efetivação de um modelo de
negócios baseado em coprodução internacional, cumpre listar as variáveis
Risco cambial - Eis que surge a especificidade da economia brasileira a essenciais a serem levadas em conta no planejamento do modelo:
impactar na operacionalização de um contrato de coprodução internacional.
Ainda muito vulneráveis à volatilidade da especulação financeira dos Tipo de coprodução:
mercados internacionais de capital, a taxa de câmbio do real, no modelo • Com ou sem acordo;
flutuante adotado há algum tempo pelo governo federal, é vítima • Financeira, criativa, técnica;
constante de ciclos de desvalorização. Consequentemente, se um contrato • Envolve um terceiro ou mais parceiros.
de coprodução internacional é firmado sem que esse risco cambial esteja
CAPÍTULO 4
102
Posicionamento de mercado:
• Estratégias individuais de marketing versus estratégias compartilhadas.
105
ininterrupto para seu processo de produção. Depois de comercializado o Acima de tudo, um plano de negócios é uma parametrização, um balizamento
produto/mix de produtos e comprovada sua lucratividade, a caução dos para a empresa produtora mensurar qual o custo/benefício, o esforço
recursos do SGR quitam o principal valor do empréstimo mais os juros. demandado para a produção de uma obra audiovisual e se este é compatível
com as possibilidades de rentabilidade e ganho. E aqui as regras do mercado
No que se refere ao mercado audiovisual brasileiro, a busca da rentabilidade mais o marco legal/institucional são essenciais para essa construção de cenários.
pelo retorno financeiro ainda é novidade, um caminho a ser construído
de forma mais sólida. Nesse sentido, o Fundo Setorial do Audiovisual
(FSA) trouxe uma contribuição valiosa, um turning-point institucional: um 4.2.1 PLANO DE FINANCIAMENTO
compromisso com o retorno financeiro e com o público/audiência.
A primeira etapa da construção de um plano de negócios para um produto
ou obra audiovisual é o chamado plano de financiamento, como ilustrado no
4.2 PLANO DE NEGÓCIOS Quadro 4.1. A primeira coluna lista todos os mecanismos, públicos e privados,
possíveis de serem combinados para o financiamento de um produto ou obra
Um plano de negócios para um produto audiovisual deve incluir as seguintes audiovisual. Quanto mais entrelaçado e completo o mix de formas diferenciadas
variáveis-chave: de financiamento, incluindo aqui supostas pré-vendas do produto ou mesmo o
aporte de investimentos privados, mais robusto o plano de negócios e, portanto,
Qualidade e peso das parcerias efetuadas, incluindo os tipos de fontes de maiores as chances desse produto ter uma vida produtiva mais longa.
recursos e montantes comprometidos;
A última coluna também merece destaque: trata-se da comparação entre os
Capacidade de alcance dos canais e mídias de distribuição e exibição, não valores a serem captados, e que estão ainda em compasso de espera, e aqueles
apenas em termos de audiência e alcance, mas também de rentabilidade; que já estão de fato garantidos. Quanto menor essa diferença, maior a robustez
do plano de financiamento.
Tipos de negócios costurados – ou possíveis de serem acordados – a fim de
que diferentes cenários possam ser esboçados. Trata-se, acima de tudo, de Cumpre lembrar que, esse plano de financiamento, refere-se ao orçamento dos
mensurar a variância de preços e valores de licença, assim como de quanti- itens financiáveis do projeto. Despesas de custo da produtora ou mesmo a taxa
dades e variedade de janelas e licenciamentos passíveis de serem explorados de gerenciamento/agenciamento não podem ser incluídas quando se mescla, ao
ou não, para que, ao longo da vida útil do produto audiovisual, seja viável financiamento, modalidades públicas de recursos.
estimar quais ganhos (cenário otimista), remuneração mínima ou empates
de recursos (cenário realista) ou perdas (cenário pessimista) podem ocorrer.
108 109
* O total da coluna “valor previsto/aprovado ANCINE” deve ser igual ao total geral do orçamento.
110 111
Para um filme de longa-metragem, cuja primeira janela de exibição é o cinema, será O Quadro 4.4 mostra que a estimativa de três cenários: um otimista, um realista
necessário, primeiramente, definir o modelo de comercialização e distribuição. Com e um pessimista, dá a medida, o parâmetro para uma avaliação posterior da
quantas cópias e em quantas salas de exibição o filme será lançado? A resposta a tal rentabilidade final do produto audiovisual. Para obter as receitas de cada um
questão não apenas definirá os custos que serão amortizados com as receitas advindas das desses cenários, deve-se levar em conta o preço médio do ingresso (PMI) e
bilheterias como também as expectativas de público e receita. É fundamental considerar a multiplicá-lo pelo número esperado de espectadores em cada um dos cenários
relação de cópia por espectador, a fim de que ela seja maximizada, uma vez que, dadas as (número esse que depende do número de cópias lançadas do longa).
características do longa, com 20 cópias ao invés de 100, o filme poderá obter um resultado
de receitas, proporcionalmente, muito maior do que se fosse lançado com mais de 100 QUADRO 4.4
cópias. Tal avaliação mostra-se de suma importância para que fracassos sejam evitados, Previsão de receitas - Televisão.
para tanto sugere-se um controle como o exemplificado no Quadro 4.3.
PERÍODO CENÁRIOS
SEGMENTO ÍNDICES
PREVISTO PESSIMISTA REALISTA OTIMISTA
QUADRO 4.3
TV Aberta Faturamento (R$)
Dados sobre a comercialização.
(1ª janela) Comissão de distribuição (R$)
BRASIL. Lei nº 8.401, de 8 de janeiro de 1992 - Lei do Audiovisual. Art. 2º, inciso I:
Para os efeitos desta Lei, entende-se que: obra audiovisual é aquela que resulta
da fixação de imagens, com ou sem som, que tenham a finalidade de criar, por
meio de sua reprodução, a impressão de movimento, independentemente dos
processos de sua captação, do suporte usado inicial ou posteriormente para fixá-
las, bem como dos meios utilizados para sua veiculação. Disponível em: <http://
120 121
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REFERÊNCIAS
COORDENADORES
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E AUTORES
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item/details/419405/TBI-Prices-October-November-2011>. Acesso em: 18 jul. 2014.
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COORDENADORES
E-mail: [email protected]
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AUTORES
MÓDULO 2 - LEGISLAÇÃO
Aborda os diversos aspectos legais que envolvem a relação das empresas audio-
visuais com o mercado. Mostra desde o acesso a recursos e incentivos públicos
para a atividade até os aspectos jurídicos e os modelos de contrato realizados
atualmente, de forma a fazer com que as empresas consigam operar de maneira
mais sustentável legalmente, diminuindo os riscos do negócio e ampliando as
possibilidades de financiamento. Está dividido em quatro volumes:
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Volume 4 – Leis de Incentivo Fiscal - Autora: Raquel Lemos - Supervisora MÓDULO 4 – TRANSMÍDIA
técnica: Eva Laurenti;
Volume 5 – Editais – Autora: Daniela Pfeiffer Fernandes; Apresenta os conceitos sobre transmídia, sua evolução e as tendências na
Volume 6 – Principais Aspectos Legais Envolvendo a Produção produção multiplataforma. Elaborado em um único volume, aborda as cinco
Audiovisual no Brasil (Aspectos Tributários; Direitos Autorais, Trabalhistas, etapas de desenvolvimento de projetos transmídia, incluindo as narrativas
Societários, entre outros) – Coordenador geral: João Paulo Morello; (com seus universos e personagens), a segmentação da audiência, a definição
Coordenadora: Gabriela Pires Pastore; Consultor especial: Luiz Eduardo das múltiplas plataformas de mídias (tradicionais ou digitais), o novo plano
Moreira Coelho; Equipe: Thiago Macedo Clayton, Adriana Savoia Cardoso, de mídias e o empreendedorismo do novo produtor transmídia.
Camilla Relva Restelli, Alexandre Motta Ordones e Carolina Chammas
Narchi; Colaborador: Marcos Augusto Pereira Lara. Volume 9 – Transmídia - Autor: Rodrigo Dias Arnaut
Volume 7 – Contratos (Modelos referenciais de contratos) – Coordenador Colaboradores: Rodrigo M. Terra, Solange Eiko Uhieda, Dimas Dion de Silva
geral: João Paulo Morello; Coordenadora: Gabriela Pires Pastore; Equipe: Santos e Eduardo Fraga (Dudu Fraga).
Thiago Macedo Clayton e Carolina Chammas Narchi; Colaboradores:
Marcos Augusto Pereira Lara, Débora Ivanov, Claudia Toledo de Mesquita,
Rodrigo Salinas e Gilberto Toscano.
MÓDULO 3 – DISTRIBUIÇÃO
Mostra como desenvolver a capacidade de distribuição do conteúdo audiovisual
no cinema, na TV e em novas mídias, abrangendo todas as suas etapas, desde
a concepção do projeto até a finalização do produto. O objetivo é mostrar
as ferramentas que podem ser utilizadas e os possíveis caminhos para que o
conteúdo atinja multidões, impactando na sustentabilidade econômico-financeira
a longo prazo das empresas. Elaborado em um único volume, abrange três temas
principais: distribuição de conteúdos no mercado audiovisual, distribuição para
cinema e distribuição para TV.
REALIZAÇÃO:
PARCERIA:
APOIO INSTITUCIONAL: