Frades e Freiras
Frades e Freiras
Frades e Freiras
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LIBRARY
T, LINO D'ASSDMP0ÃO
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(CHÍ^NIQUETAS MONASTICA.S)
LISBOA
Typ. da Gompanhia Nacional Editora
õO, Largo (lo Conde Bamo, õo
.. 1893
UNIVEP^lTr
OF O-UCAGO
L1BBAR.Y
PROLOGO
arregimentassem.
*
l]
.
dás obras que mandaram executar, n'essa mistura curiosa
dos restos arclíitectpnicos dos dinerenles séculos e vários esty-
los
dasi;èg;o;chas
em que se reajisaram augmentos, reconstruc-
;
ções e Modificações. Alii se encontra desde o capitel do sécu-
lo xiiioúíxiv, ao varandim de 1825, Qolumnas, portaes, es-
cadarias, janelias, pilastras, gárgulas, florões e aduellas das
varias épocas intermédias. É do século xvii o refeitório de
lia-,jnuito sem uso, em cujo tecto se vê uma
representação
allegorica^^dè antigos elementos cósmicos, dos mezes, esta-
V u
ções, etC; ,
etC. ;" ';' . V
mum, mas ura goso particular, era que cada uma procurasse
para o seu paladar os prazeres que talvez não encontrasse
110 refeitório da conimunidnde.
2
14
xae-os vós que ainda elles mal hão de acabar por estas cousas
ijue
andam
fazendo; o que sabido dos amotinados, o seu chefe
reconhecido, um tal Gonçalo Eannes Cabreira, exclamara:
15
pes :
á Sé e em
entrando todos com grandes brados de seu apel-
Hdo que traziam abite, abite '. E como todos chegaram pergun-
taram por ella mostrando grande desejo de a achar, sairam
estonccs a elles Gonçalo Gonçalves que era d'ahi deão, e
Mem Pires chantre e outros beneíiciados para os desviarem
da tenção que traziam e nunca tanto poderam dizer e pregar
da parte de Deus e de Santa Maria, dizendo que lh'a leixas-
sem por então e a não tirassem da egreja, que elles a teriam
presa e bem guardada para se fazer d'ella direito. E se al-
gum mal íizera ou dissera que nunca o fazer quizessem, nem
isso mesmo as doridas preces d'ella poderam amansar a bra-
'
o sr. (jabviel P(M'cira propôo ({ue se interpretem estas duas palavras pelo
grito de Avis ! Avis interpretarão muito plansivel para
! conhece a for-
((uctu
ma do Z nos velhos manuscriptos.
16
zer de praça.»
lia um chronista que aílirma que os corajosos, que tiveram
animo de dar sepultura- sagrada ao ultrajado cadáver, foram
os frades de S. Francisco, que o levaram para a sua casa do
capitulo.
Afastemo-nos d'estas scenas selvagens, caracteristicas de
uma épocha em que o povo não tinha senão o freio religioso
pouco cabia por terra. Aos seus gritos acode gente, e en-
—E um menino.
— Um menino ! Jesus ! É talvez o Menino Jesus !
(|ue se iiào fizesse mais alarido, c deu ordem para que, com
o maior segredo se fosse chamar uma profissional de cruzes
k á porta.
'
cos (lo seu coniprinienlo, polo coro cni dois aiidíires, com a
humano ;
c tanto que nas Cartas da Freira ha reminiscências
preza ag'radavel
— n'aquelle labyrintho confuso, meandro,
complicado de corredores, escadas, pateos, cubículos, eira-
dos e dormitórios, tudo cheio de hervas, tudo em ruinas ou
dre, desidero essere assolta da' miei peccati e non gia dal se-
Os
peritos da Academia das bellas artes recolheram no
alguns azulejos dispersos, duas ou três jarras de
'
edifício
'
As pratas o objectos de valor achavam-.se já tio paço episcopal, e na repar-
tição de fazenda, onde foi feita a escolha.
27
* *
te sujeito ao papa.
Se a devoção dos fundadores fez com que este mosteiro
passar para m*banas, fez com que elle fosse o primeiro que
licoudebaixo da obediência do provincial dos observantes.
Não lhe valeu isto de nada, porque não foi o espirito de An-
tónio de Pádua que animou as freiras ;
mas sim o do seu con-
As noviças
noviças!
Quanto ás que vinham de fora, não entravam no noviciado
senão alguns dias depois de chegarem ao mosteiro, a pretexto
de SC lhes mostrar este e de «outros desafogos mui alheios
das que dão as costas ao mundo». Censurando esta irregula-
31
para o noviciado».
Nas proximidades da proíissão assaltava-as a preocupação
das festas que deviam anteceder e seguir a grande solemni-
dade. O chão do dormitório cobria-se de ricas alcatifas por ;
compromissos.
Como moda entrarem para aquelle mosteiro fidalgas,
era
ou quem como tal se suppunha, as noviças recusavam-se aos
As religiosas
Como os cem mil réis, que cada religiosa pagava por oc-
casião da sua profissão, nem sempre tinham um destino le-
egreja que são eleitos pelo diabo e não por Deus: taes pre-
lados não deviam pôr nos seus diplomas eleitos pela graça
de Deus; mas por mercê dos homens e cólera de Deus /»
As seculares
de vinagreira.
Eram três as classes de seculares alli existentes: as edu-
As oriadas
pessoa do mosteiro;
— que mantinham correspondência illi-
cita;
— que eram encontradas a conversar da janella para
a rua;
— que sé não conformavam com o vestuário esta-
belecido. O
que mitigava este rigor é que o provincial raras
vezes era informado do que verdadeiramente se passava.
42
Profissões e dotes
tido de ir
jurar pobreza absoluta quem momentos antes ti-
esportulíi da entrada !
annuaes.
Encontrei uma escriptura de mil cruzados de dote, em que
os pães da religiosa se obrigavam a satisfazer o juro de vinte
mil réis por anno, emquanto não entregassem o principal, e
não fazendo o pagamento no tempo determinado, teriam en-
tão que pagar dois tostões por dia a quem os fosse cobrar.
Este dote era composto das legitimas da mãe e avó da pro-
fessanda.
Um dote de trezentos mil réis foi assim dividido; cem mil
réis em dinheiro no acto da entrada cento e cincoenta mil
;
alcatifado ;
era a profusão de luzes; eram os doces e bebidas
a esmo ;
e depois os berreiros, as algazarras, e as mesmas
scenas de folia pagã das vésperas de S. João Baptista e
S. João Evangelista.
gão que não houve regra que anniquilasse, nem lei que es-
tirpasse integralmente.
Vimos que qualidade de gente entrava no mosteiro, e por
47
gios.
O coro
A portaria
resto do convento?
As janellas
Basta, para se fazer uma ideia exacta do préstimo das ja-
nellas n'este mosteiro, ler lilteralmcnte e nas entrelinhas o
60
As grades
Dormitórios
Sacristia e egreja
As alfaias, algumas de certo valor artistico, que serviam
que lhes vinha ás mãos, quer elle fosse do piso das educan-
das, que admittiam sem patente, e depois o sonegavam ao
padre mestre provincial, apesar de terem a certeza que, pelo
menos em cada novo provincial, ellas tinham um visitador;
da seguinta maneira:
«E visto ser uso antiquíssimo do mosteiro, que tem força
53
das chaves.»
As rivalidades intestinas levavam as madres a negarem os
ser cumprida.
As discretas
Festas e divertimentos
c oito depois.
56
a estranhos.
E as comedias que se representavam deviam ser algu-
enganados
—e outras que íbrmaram o antigo repertório de
«iftstrumentos bellicos».
Comidas
festa ...»
ligião. . .»
das gastronómicas.
No dia da festa, as religiosas recebiam de extraordinário
pra para esta fuiicção depois de se tirar o que toca aos pa-
dres, na forma que dito íica, se reparta o mais, «em primeiro
mais um prato de arrátel, e junto com este dito prato lhe vae
dres mestres.
E aqui lêem os leitores um calendário de nova espécie, que
os santos instituidores da ordem nem sequer sonharam.
Cada por semana, uma talha d'agua. Em
freira recebia,
ção.
E não ficava mal !
Limpeza
Pelo que ultimamentealli vi, e
pelo que já temos lido, não
parece que no mosteiro existisse uma severa tradição de
aceio. É possivel que nos últimos tempos a edade tivesse
Horas de silencio
Cães
Confessores e pregadores
pelo resto da confissão, que parece não poder sahir dos lá-
bios da confessada ! E depois, a banalidade da absolvição ter-
minada com uma benção e uma pitada !
giões, sendo assim que nos parece que com mais razão de-
viam as nossas religiosas não privar as pobres communida-
des dos nossos religiosos da esmola onerosa com que as
ciliação
—
se é que entre dois frades de ordens differentes
Castigos
Até aqui ainda não fiz senão o rol das maldades das mo-
radoras do mosteiro, convém saber se ellas tinham ou não
reprehensão particular;
reprehensão deante das discretas ;
privação do voto;
prisão, que podia ser perpetua ;
transferencia de mosteiro ;
excommunhão menor ;
cisco.
tuídos para. maior gloria de Deus e dos seus santos, por meio
da piedade, do sacrifício e da abnegação !
Julgamentos
bunal.
D. Filippe, em 1596, confirmou este privilegio, a pedido
da abbadessa, com a restricção de que esta, quando fosse au-
ctora, não podesse citar perante o juiz de fora de Beja os
seus devedores e contendores, que morassem fora da cor-
O voto de pobreza
da Ordem, o homem
de vista clara que comprehendeii que
todas as instituições cá d'este mundo ncão podem desenvol-
ver-se e durar, se forem estabelecidas em princípios conlra
natura, fez escola na Ordem, apesar do que d'elle disseram
os primitivos intransigentes. Graças a elle e a seus discípu-
petuo.
Mas já antes d'isto D. Afibnso V, rogado por sua cunhada
D. Brites, concedera a este mosteiro licença para adquirir
bens profanos e seculares, que rendessem em cada anno cem
mil réis, e para isso dispensou na lei do reino, não obstante
o propósito que tinha feito de não accordar similhantcs dis-
pensas ;
e se o fez foi em memoria de seu irmão o infante
D. Fernando, que começou, e não poude ultimar e estabele-
cer como desejava, este mosteiro; o respeito á infante que
com muito zelo tinha continuado a obra do marido ,
e o de-
'
A Bulia a que se refere este assumpto tem diicatus de camará moeda
pontifícia cujo valor ainda não consegui lixar.
72
Yilialva e Bellas.
communidade».
73
Homj soit
quimaly pense.
Enfermos
lar cada uma por sua vez á cabeceira dos enfermos, segun-
do a ordem d'uma labella ; e, quanto aos remédios, como ha-
via muitas doentes e as «chimicas» eram caras, a abba-
dessa «dê medicamentos até á quantia de doze vinténs e pas-
sando não será obrigada a dar mais a toda e qualquer reli-
'
o CATHOLiciSMO DA GOHTE DO sKRTÃo. Conf. cap. Um coUegto jesuitíco no
século XVI. — Faris, 1891, Guillard, Aillaud & C'."
7
74
O
que se deduz d'esta selvageria para com os doentes, é
que o mosteiro era uma simples hospedaria ao divino, onde
cada qual era considerado, sustentado ou tratado nas doen-
perigo.
O foi sempre victima das epidemias que se gene-
ediíicio
A morte
ceberia a oííerta.
Synthese
iNão será, porém, nem uma nem outra cousa, o que vae ler-
íóra pela porta regrai, que se evadira, mas sim por uma
zer abrir a porta regrai, cujas chaves parece que essa noile
não ficaram sob o travesseiro da madre abbadessa; e, disfar-
pondeu. Aias havia uma voz que lhe zumbia aos ouvidos, que
era Felisarda a fugitiva ;
e sem ter concertado um plano qual-
{juer, dirigiu-se a casa, fez sellar um cavallo, revistou se es-
tavam carregadas as pistolas dos coldres, metteu na algi-
beira três ou quatro moedas de ouro e alguma prata, e par-
tiu na pista dos fugitivos, que conjecturara seguiam pela
estrada de Lisboa.
O que ia elle fazer? Não o sabia. O caminho quasi que o
não via, tal era a nuvem de sangiie que lhe obscurecia a vis-
81
já ahi vem, altrahido pelos tiros, que verique o que lhe acon-
teceu. Fujamos.
E já da porta da estalagem o estalajadeiro, acompanhado
(jiie
o berço dá a tumba o leva».
ainda, sem que possamos aííiançar que todas três eram real-
ESCRIVÃ.
por firme e valiozo p." o que lhe damos todos os nossos po-
deres de direito concedidos que hei aqui por expressos e de-
clarados: 4 dez.'"" de 094.
VinA DA CASA
D'ABEA1SÍTES
Lei-o o leitor:
92
tade com que o fazeis, os quaes serão para ajuda das ol)ras
da casa; e posto que a esmola seja pequena a muito boa von-
tade com que a laço, e que tenho para todas vossas cousas
deveis vos mais de estimar. / E quanto á obra minha que lá
está para fazer, não é necessário encommendarvol-a, nem
queria que vos désseis muita pressa na brevidade, para que
podesse ser millior feita, e como sei certo que será, /mas por
que tenho necessidade da camisa que Pêro Fernandes levou
para amostra vos encomendo muito que ma envieis logo pelo
Rainha
ção
— conventos, mosteiros e egrejas foram obrigados a des-
fazer-se das suas preciosidades, enviando-as a Junot; que
d' Abrantes.
Peças Marcos Onças Oitavas
e pesavam 81] 1 O
~m 7 O
A freira da Annunciada
*
Maria da Visitação abandonada dos grandes que a per-
como tal.
Deus amava por tal sorte a sua dilecta filha que se fez
*
Maria da Visitação chamou-se no mundo Mavia de Monezos, foi lillia de
D. Fernando Lobo e de D. Branca de Menezes; neta, pelo pae, de Diogo Lobo,
barão do Alvito, e pola mãe, de António Telles de Menezes. O pae foi coniraen-
dador de Rio Torto, senhor das Saboarias de Torres Vedras, Soure e Pombal,
do conselho de D. João III e embaixador de Carlos V.
96 .
panegyrista:
«Não consentiu o Senhor que n'esle particular fosse en-
Abrindo um
pequeno parenlhese n'esta narrativa, direi
que este mal de santidade eslava então muito em voga, e
Pedro Ri badeneira, o discipulo amado de Ignacio de Loyola,
conta que estando na Itália, em Bolonba, uma freira, que
era tida por santa, mostrava as mãos, as costas e os pés, cha-
dido».
longe;
— umas vezes mais claras outras mais vermelhas; o
pintores.
7."— Que tendo o seu prelado duvidas da veracidade das
pintando as chagas.
10." — «Que nunca lhe viram favorecer muito as virtudes
O
requerimento ao cardeal para proceder contra a prioresa
da Annunciada é assignado pelas madres Calharina dos An-
sépio, Brites da Ma
de Deus, Margarida de Santo Agos-
b'e
guinte :
tes, que sabiam das cinco chagas e.que o raio que pro-
lhe
tempos não usava dos sentidos nem via, nem ouvia, nem
sentia cousa que lhe causasse dor, antes tinha para si, que
íicava com muitas dores E que juntamente lhe dera também
:
sangue, que ella enxugara com uma toalha. E disse mais que
Nosso Senhor Jesus Ghristo lhe apparecera muitas vezes,
antes de ter as chagas, e depois de as ter as mais d'ellas em
112
tri, et Filio, e o Senhor olhara para ella, e lhe deitara sua ben-
que não era tal, nem sabia, que cousa era verniz, e que ti-
nha fallado a verdade, em tudo o que tinha dito, e n'isso as-
sentou sem embargo de ser amoestada com muita caridade,
relação, e como
Maria da Visitação, negava ludo o que
a dila
lhe perguntassem.
tempo não usara d'este artificio mais que cinco ou seis vezes
porque não fazia os ditos buracos, senão quando cuidava e
lhe parecia, que lhe podiam vêr a cabeça e que o diamantes
do dito exame fora a derradeira vez que os fizera, por enten-
der que se lhe havia de ver a cabeça, os quaes signaes fi-
zera por a lerem por mulher de muito credito, e santidade;
Confessou mais que o signal do lado ella o pintara e fingira
a primeira vez haveránove annos, pintando-o com tinta ver-
melha; E que quando entendera que os padres de sua or-
tura tornara a fazer terceira vez o dia d'antes, que por nosso
mandado lhe foi feito o exame, esperando que se llie havia
de fazer. E
confessou mais, que os pannos que mostrava,
dizendo que os tirava do lado cás sextas feiras com cinco got-
tas de sangue em figura de cruz, eila os pintara por suas
pediam, os
punha no lado, fingindo que os punha limpos, c
que lhe ellepoz para que o não podesse trocar por outro,
ella lh'o tomou, e fazendo que o punha no lado correu um
pouco a cortina da grade onde estava, e tirou sangue de um
dedo, e fez com elle os signaes no próprio panno que o Mouro
lhe dera, e lh'o tornara a dar. Confessou mais, que os signaes
vermelhos das mãos que tinha desde o dito dia de S. Tho-
maz, que vae em cinco annos, ella os pintava todos os dias
pela manhã com tintas vermelhas desfeitas em agua, reno-
vando-os cada dia, e algumas vezes de dois em dois dias, e
nem em
Christo Nosso Senhor lhe apparecera alguma hora,
que dizia algumas cousas, que estavam por vir, mas que se
sahiam certas, era acaso, e não por ella as saber, ou lhe se-
rem reveladas; e se alguns enfermos recebiam saúde com o
que ella lhes dizia, ou fazia, seria pelo nome de Jesus, que
ella nomeava e pela fé e devoção, que as ditas pessoas teriam
em Nosso Senhor, e não por merecimentos d'ella. E que lam-
bem era verdade, que os padres de sua ordem lhe fizeram
por quatro vezes experiência nos signaes das chagas, e na
primeira lhe lavaram as mãos com agua somente, e por não
ser com sabão se não despintaram, e
que a segunda expe-
riência fez o padre geral, pondo-lhe um pouco de sabão, mas
pozeram n'elle um
panno, e ella lhe tornou a dar outro com
os cinco signaes como costuma dar, e tirado o panno os ditos
cila o (cr rasgado com imi canivclc havia trcs ou quatro dias,
esperando que lh'o quizcssem ver quando lhe lavou as mãos
o padre i;eral, e creara n'eilc uma puslella, a qual cila tirara
a esse tcuipo, e correndo-lhe d'ella o sangue o limpou por
sua própria mão com um lenço, duas vezes, e o deu aos di-
tos padres. E que estas íoram as razões porque os ditos pa-
dres cahiram no íingimento de suas chagas quando lhe
íizcram os exames. E disse mais, que havia quatro annos,
(pie se confessava e commungava lodos os dias, e que não
confessava estes fingimentos e simulações, e posto que lhe
íicavam escriipulos, e remordimentos de consciência de os
não confessar, esperava em Nosso Senhor que lhe daria al-
ter para si, que não havia testemunhas, que a vissem pintar
as chagas, posto que o suspeitava. E que tinha dito a ver-
dade- cm tudo e nos pedia, que a despachássemos em íinai,
como nos parecesse pelos autos, que estavam feitos, os quacs
lãos com seus fingimentos, afim de ser tida por santa, e por
lai venerada, pelo que merecia ser mui gravemente castiga-
da. Havendo porém respeito ás mostra3,.que deu de arre-
que se não provêem por eleição. E que lhe seja tirado o veo
pireto da profissão, e perca
sua antiguidade, para que sem-
f
.122
Arcebispo de Lisboa.
Bispo da Guarda.
Fr. Agostinho, electo de Braga.
Paulo AlTonso.
António de Mendonça.
Jorge Sarrão.
Diogo de Sousa.
Fr. João de las Guevas.
cesso a que esse boato deu causa, vô-se que muita gente, não
ousando aíiirmar e existência dos stygmas miraculosos, tam-
bém não se atrevia a negal-a.
não proseguiu.
Continuando na sua vida de resignação e expiação, sem
uma queixa, sem queJDrantamento das austeridades impos-
tas e indo-se-lhe a saúde a pouco e pouco enfraquecen-
do, as suas companlieiras de clausura, e ella também, pedi-
ram algum allivio na penalidade ;
e assim foram obtendo va-
rias commutações: em vinte e cinco de junho de 1591 foi
os cargos.
minhas, se ellas não contivessem muitos dados históricos qne o grande escri-
ptor ou desprezou por não caberem no quadro restricto era que resumiu o
assumpto, ou por que não teve d'elles conhecimento, não lendo consultado as
fontes originaes.
Dito isto, sempre recommendarei aos que desejarem ler a historia da frei-
124
sete annos depois. Eis como uma das preladas, a que depois
me referirei, descreve a scena :
gada que foi a esta rua veio entregar a prelada suas súbdi-
seguida ! oh !
exemplo tanto para imitar !
Quem visse as três
são curiosíssimos.
As dependências do mosteiro são grandes, mas sem gran-
deza; a egreja d'uma só nave é florida como os oradores do
século xvin, que tinham a particularidade de pregarem duas
horas seguidas, sem que, por acaso, da floresta das estações
— verdadeira selva escura — ,
das concordâncias ])iblicas, e
uma luz celeste, que lhe fazia realçar os tons e dar vulto aos
'
Na Historia Chronologica da Ordem da Santíssima Trindade, no tom. II
pag. 214, descrevendo-se a egroja das Trinas do Mocambo, em Lisboa, e reíc-
rindo-se ao segundo altar da parte do Evangelho, chamado do Bom Pastor,
escrevo as seguintes linhas Jeronymo do S. José, o chronista da Provinda
i'r.
de Portugal, que são como que a segunda via do milagre da Santíssima Trin-
dade, do mosteiro da Ave Maria:
«Clausuradas as nossas primitivas religiosas, vivendo satisfeitas com a sua
pobreza, unicamente as desconsolava, não terem na sua egreja um retrato do
dentes desejos pormiltiu, que aijparecessom iia portaria três sujeitos de gejitil
ceu, mandar a estas cândidas cordeirinhas o seu vigilante Pastor, por cujo ti-
que por certo viam com os olhos d'a]ma o que não conseguia
ver com os dois ((ue a terra hade comer, se algum corvo m'os
Cailás.
Irontispicio».
Entrando no coro de baixo, onde em bancadas'de magnifi-
ca madeira, eleganlemejite trabalhadas, podiam ter assento
tranquiila como sóe ser a dos justos, que não deixa uma con-
tracção nem um espasmo. Conta- se que uma das religiosas
dependências do mosteiro.
A vida mosnastica deixando de ser commum tinha-se con-
A SENHORA — É de pasmar !
peitos.
O complemento desta degradação religiosa, a phase
culminante da obliterarão da seriedade christã é o que
cómicas de nomeada ;
e ainda muito menos o que determina
segui para o coro de cima; mas antes fui visitar o quarto on-
de morreu a ultima abbadessa, visto se encontrar no meu ca-
minho, e a senhora que me acompanhava, e d'ella rece-
bera o ultimo suspiro, se prestar a abrir-me as porfas da casa
d'onde sahira o cadáver, e onde mais ninguém desde então
tinha entrado.
13
146
A ultima abbadessa
pois, o báculo veio para o uso monástico, por não querer re-
vendel-o o novo possuidor, com a condição de que voltaria
ao seu poder, assim que se extinguisse o mosteiro. xV velba
Continuação da visita
com isto está dito o que se pôde dizer com decência d'esta
desejo de a desrcever.
Depois da capa, e enquadrado n'uma cercadura a cores,
Ária
Ai meu bem desfallecido
offerecida
á Ex,""' Senhora
D. Maria Amália
•
Consta-me que este quadrinho foi posto em leilão e comprado por 70$000;
gra(;as a ter-lhe um curioso escripto o nome de Raphael n'um dos cantos!! E
houve quem tomasse a brincadeira a sério !
165
O Livro da fundação
seguiu.
A Luiz de Camões, succedem-sc os seus imitadores, os
acastclhanados sem génio nem talento, os adaptadores de
semos de ir
pedir lá fora que nos emprestassem artis-
mado.
No Lwro da Fundação encontro, entre outras, duaspennas
exercitadas na arte de escrever: uma, a que inicia os traba-
lhos da historia do mosteiro e se recolhe ácella em 1669, ou-
egreja d'esle convento era que fez muitas obras; e era dota-
da de grandes virtudes e devotissima do Nascimento do Me-
nino Jesus, e por sua conta corria, liavia muitos annos, o gas-
to do presépio e seu adorno, e
por seus muitos annos veio a
«Oh !
senhoras, que bem empregado lora nosso trabalho,
real fundação ;
o caso que os sereníssimos reis faziam d'elle,
Anna de Athayde.
«... tinha oito horas de oração mental repartidas entre
nmnhã e tarde; e nem as obediências de súbdita nem as oc-
em auctores profanos.
Darei da sua obra uma pequena amostra. Eis como ella
pães desgostos».
Felizmente a tempestade serenou, embora nunca mais se
levantasse o sol da esperança na tenebrosa noite d'aquella
que eu. Mas para prova do que disse das suas aptidões littera-
rias, consinta-me o leitor mais alguns trechos d'esta biographia ,
167
vejada, porque não teve artigo, nem acção ou gesto que cau-
sasse algum horror; mas sim exhalando o espirito paciíico,
(içando depois de morta formosa como era, e ílexivel como
viva; assim morreu que assim morresse, pois se
e era justo
procurei accender.
Antes de fechar este capitulo desejo communicar ao leitor
Noticias diversas
branco das missas, que era tanto, que uma das freiras encar-
tinha, vou copiar-lhe uma nota das propinas que eram dis-
tribuidas ás religiosas:
Á abbadessa 2|1880
Á prioreza 1^920
A cada religiosa ^960
A cada noviça M80
A cada secular ^480
172
Ao capellão-mór 1^200
Aos padres ,^960
Aos feitores ,^960
Aos lellrados ,^960
Ao procurador ^960
Aos médicos ^960
Ao comprador 5^960
a abbadessa 6 alraudes,
trajos, dando mau exemplo aos leigos que d'elles devem re-
foi fundado, até 1561, em que foi unido ao collegio dos pa-
dres da Companhia de Coimbra; porque ainda que el-rei D.
João in deu o dito mosteiro ao padre Simão no anno de 154 J ,
quere, que Sua Alteza lhe dera, pelo mosteiro de Santo An-
tão o Yelho, do pé do Castello, da dita cidade de Lisboa,
quiz guardar nem lhe quiz deferir, por mais que ai legou,
dizendo, que aquelle mosteiro fora doado para sempre aos
mais, que ter rendas, com que acudir ao novo collegio, que
nos traçava (o de Coimbra), tanto que houve esta vacatura
a deu logo ao P. U. Simão, para principio de dote, e fun-
dação do dito seminário; o (piai Sua Alteza com parecer do
seu conselho, e do P. M. Simão, quiz fundar na cidade de
'
Chronica da ordem dos cónegos regrantes do patriarcha S. Agostinho pelo
padre D. Nicolau de Santa Maria. L.'^ 10(57.
IG
182
tulo de :
ger por el-rei nosso senhor, que ora por commissão do illus-
trissimo senhor e senhor Dom Henrique cardeal infante por
mercê de Deus e da santa egreja de Roma arceíwspo d'Evora,
legado à latere n'estes reinos de Portugal, do nosso mui santo
padre papa Júlio III, tendo cargo da visitação assim no espi-
ritual como no temporal do mosteiro de Nossa Senhora de
uma d'ellas houve um filho, que será de dois até três annos, e
porém que está agora apartado d'ellas e de sua conversação, e
sabe elle, segundo voz e fama, que as ditas mulheres são pri-
uma d'ellas dentro das mesmas casas por espaço de dois me-
zes, e a outra por espaço de um raez, as quaes depois iam
e vinham quando elle queria, e a uma cl'ellas emprazou um
olival que era da lâmpada de Nossa Senhora e ai não disse
e do costume disse nihil. Francisco Fernandes o escrevi.
lheres, foi uma sua tia d'ella, em cujo poder estava, que lh'a
deu . . .
que é verdade que dissimula muito com os vicios dos
cónegos.
guém ousou fallar, antes calaram todos, e isto com favor que
tem de Balthasar Sequeira seu irmão, que é muito poderoso
n'este concelho. E que nunca ensina a doutrina, por que é
to que por causa d'ella o dito prior com seu lilho António
com seus furtos, que n elle e em outras partes tem feito; que
tem manceba, filhos e filhas ;
está quasi sempre fora do conven-
to, não o tem castigado porque tem medo d'elle. e ai não . .
santos.
grau.
. . .
que tem muitos íilhos e íilhas ... e se serve d'elles em
casa e fora. . .
que muitas vezes os contígos sahem sem as
gurnachas, que é o habito da sua ordem, e só com pellotes e
capas, e com armas; poucas noites dormem no mosteiro . . .
pessoas:
— hoje hade haver muito sangue em Nossa Senhora
— e na batalha o viu com o habito no braço e um gorguz fei-
voroçado...
Gonçalo Preto clérigo, que diz por elle as missas de sua obri-
gação. . . e que no dia da Senhora das Neves andava com unja
.
.que elle mandou chamar (os ditos cónegos), que vies-
.
portas do mosteiro.
Seguem instrumentos de citação, fixação das cartas e dili-
gencias.
Pouco tempo depois, attesta o juiz do concelho de Rezende,
/
201
dalo.
ção de conezia.
tf
dos.
das constituições.
próprias;
da morte, juízo, inferno e gloria ;
mor».
Mestres na arte de attrahir — e n'isso elles vão de par com
S. Francisco— dão os melhores conselhos ás superiores para
se fazerem amar para serem verdadeiras pastoras, que con-
;
tyrio constante.
Leiam-se os seguinles paragraphos da regra :
Os sermões de S. Bernardo.
Um livro do arcebispo D. Aleixo.
Um da instituição dos sacerdotes.
Um livro do padre Ignacio.
Um da historia bi-partida.
Um livrodos inimigos da alma.
Livro de peccadpres.
Os caminhos para o céo.
Três livros do amor de Deus.
Dois de Jorge da Silva.
Ura livro do Montoya.
Dois livros da vaidade do mundo.
Silva espiritual.
Regra de S. Bento.
manhã.
«Terá agua em abundância, e em parte onde lhe não chova,
e para porem bem não hão de passar de quatro annos, e se
alguma adoecer a apartem das outras.
«Porá muita diligencia em haver muita creãção, deitarão
as galiinhas no principio de janeiro, porque os pintãos, que
sahem então são mores, e estejam em logar quente onde lhes
não de o vento e hão de comer milho, até que possam comer
outro grão mór.
que nas suas plangencias dizia aos que as ouviam: não teem
nôa. O
pobre velho paramentava-se, dirigia-se para o altar,
e sentava-se nos degraus, até que a imperatriz D. Amélia
ponto.
O que ellc lhe ensinou da arte de Pergoleze e Mozart, dos
pelo sol, e doente dos olhos, o vapor ainda hoje não appare-
ceii: provavelmente não sahe senão á noute com a maré.
— E a que horas será isso ?
— Lá para perto das sete.
que pára de hora a hora, e não tem força para safar o barco
quando elle encalha, o que lhe acontece pelo menos três ve-
zes por viagem ;
porque umas vezes falta-lhe o carvão e o
vapor é feito por meio de fachina. . . um inferno dos dia-
bos !
O cemitério é lá em cima ;
domina a parte oriental da ci-
Sigamol-os. íí
par.
O cemitério é grande, mas já foi
preciso augmental-o ad-
dicionando-lhe o morro que, extra-muros, lhe fica sobranceiro
do lado do rio. A municipalidadenão tem para com a ultima
moradia dos seus mortos grandes cuidados ornamentaes.
Murou o recinto, plantou algumas arvores, que deixou sec-
car, na maior parte, por falta de regas, trata de enterrar os
cadáveres e pouco mais. Quando fez a ermida (1861), convidou
o velho pintor Fonseca para lhe pintar o retábulo. O antigo
curo hngindo os galões d'um caixão. Não fora por certo o co-
veiro mercenário que tal fizera mas, no cuidado com que a
;
cada, nem
por isso deixa de ser profundamente sincera. Quem
censurará a pobre mãe que sobre a sepultura do filho veio
collocar os brinquedos que elle deixou cahir das mãos, quan-
do íicoii
prostrado pela febre que lhe fechou os olhos abrindo-
Ihe a cova! E na cruz em cujos braços se penduraram reles
bolas de vidro e ao sopé da qual se amontoaram marcas de
intenções?
Covas vejo em que os vasos de flores já ficaram d'um an-
no para o outro. O sopro do tempo, porém, seccou de todo
as plantas como é provável tenha seccado as lagrimas que
;
também.
Um sujeito vestido de preto, de livro e penna na mão, sa-
tisfeito de si e cônscio da sua importância, corre atarefado,
.
A physionomia geral dos visitantes é simplesmente a da cu-
riosidade. Cumprida a formalidade d'um Padre Nosso, sobre a
campa do parente, o resto era passeio, nò qual sem respeito,
nem decência se pisavam torpemente as sepulturas esquecidas
pelourinho do escuiptor !
'
Admiro-me como a sociedade protectora dos animaes nunca se lembrou
de autoar os passageiros que se aproveitam d'este bárbaro meio de trans-
porte !
231
Aloaoer do Sal
tem o Índice dos seus capítulos nos nomes das ruas, taes
como: travessa e calçada do Almoxarife, rua do Conde, cal-
diz :
Aqui jas :
a ossada :
que a / charom :
nos : fundamen-
to/s : desta ;
capella § omae/stre
; dom : Garcia ;
prz ;
/
por Ihis :
satisfazer •: man / dou v]ue
; ;
§ non tira cen i
ende.
Da sacristia, passa se á casa dos milagres, onde existe o
tumulo de Diogo Pereira, morto em 1427, e que, diz a lapide
foi grande e valente amigo de João í.
tugal :
deza. Os
teem no reino a primazia, e os queijos
lacticínios
leza a doçura.
te farta Lisboa. . .»
A caminho do Torrão
qua do matlo.
Um monumento em lórma de jazigo annuncia ao viajante,
que alli
perdera a vida o íilho d'um rico lavrador. Dirigia-se
elle a Alcácer do Sal, em companhia d'um criado, quando foi
Justiça divina
assassinos a monte.
Ainda os dois cadáveres não tinham baixado á cova, nem
sobre o onde foram encontrados se tinham erguido as
sitio
mola» ;
e ficava sem ella o mais necessitado.
E assim no livro do Deve e ffa-de Haver das penas do pur-
que o
Supremo Juiz mandou indagar o que era.
tões comtigo.
— Mas,— murmura em voz surda o desgraçado— eram em
notas !
be ao céo !
243
Em plenas ruínas
'
Em documento official expuz as rasões, por que não tomei conta •d'estc es-
polio.Que severo livro se escreveria com os documentos ofíiciaes. . . de que se
'
20 do fevereiro de 1893.
248
nhoto.
enterradas.
Existe mais o livro de numero das freiras, as quaes pOr bre-
ve de Clemente XI, de 1702, não podia excedera cincocnta.
A historia d'este edifício abre com um acto de verdadeira
opera cómica.
Estamos em 1589, e na cadeira primacial de Braga senta-
se, ha pouco mais de um anno, fr. Agostinho de Jesus Cas-
seu alcance — lai qual como a Liga liberal dos tempos mo-
dernos,
— a que se levasse a eífeito o afastamento das gra-
FIM
NOTA
Na maioria das transcripções que íiz de antigos trechos, embora conservasse
a syntaxe e prosódia dos originaes, modifiquei a orthographia, attendendo á
Índole d'este livro que não exige nas citações uma intransigência diplomática.
L. d' A.
índice
Prologo 3
Uma abbadessa esquartejada ; 9
As olaristas de Beja 21
As noviças 30
As religiosas 32
As seculares. •. 39
As criadas 40
Profissões e dotes 43
O coro 47
A portaria. 49
As janellas 49
As grades 50
Dormitórios 51
A clausura 51
Sacristia e egreja 52
Arquinha das esmolas. 52
As discretas 54
Festas e divertimentos 54
Comidas , 69
Limpeza 64
Horas de silencio. 64
Cães 65
Confessores e pregadores 66
Castigos 68
Julgamentos , 70
O voto de pobresa 71
Enfermos '. 73
A morte 75
Synthese 76
Velha historia 87
O mosteiro de nossa Senhora da G-raça, d' Abrantes 91
A camisa da rainha e as pratas do Junot.. 91
A freira d'Annunciada 94
O mosteiro da Ave-Maria 125
A ultima abbadessa 146
Continuação da visita 150
O livro da fundação 155
Noticias diversas 170
Os monges rufiões 177
As bilhinhas de Santa Martha 203
Um espolio bem guardado 221
Em Setúbal 221
"
Nas aguas do Sado 230
Alcácer do Sal 232
A caminho do Torrão 237
Justiça divina 238
Em plenas ruinas 243
O mosteiro do Salvador de Braga 247
Nota 259
EMENDAS
Fag.
OBRAS DO MESMO AUTHOR
^ . (Os lázaros —
5 actos .....) ^
Dois dramas „
'
600
(Eva
— 4 actos =
......)
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b'À '^ bZ ?-i i. irivj
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Thomaz.
Frades e freiras