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UNIVERSIDADE PAULISTA

JULIANA CRISTINA DA SILVA RAIMUNDO

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE TRATO


URINÁRIO RELACIONADO AO CATETERISMO VESICAL

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

2020
2

JULIANA CRISTINA DA SILVA RAIMUNDO

ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE TRATO


URINÁRIO RELACIONADO AO CATETERISMO VESICAL

Pré-projeto de trabalho de
conclusão de curso para obtenção
de título de graduação em
enfermagem apresentado a
Universidade Paulista – UNIP.

Orientadora: Prof. MSC. Lucia


Garcia Dantas Martins Silva

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

2020
3

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo identificar e analisar a importância das medidas
preventivas para redução das taxas de infecção do trato urinário associadas a
utilização de cateterismo vesical. Abordando a importância do conhecimento a
respeito da definição conceitual de infecção do trato urinário, prevenção e suas
consequências para o paciente, bem como para a instituição onde o mesmo se
encontra, baseando-se em conhecimentos científicos e habilidades diante da tomada
de decisões e implementação, em situações específicas como a abordagem de
pacientes portadores dessa patologia e cuidados prestados ao público alvo do
trabalho, compreendendo as atitudes da equipe de enfermagem e no desenvolvimento
de ações de prevenção e redução de danos nesse âmbito. Trata-se de uma revisão
integrativa da literatura, onde irá ser realizada uma revisão bibliográfica por meio de
material disponível nas bases de dados: Scielo (Scientific Eletronic Library Online) e
revistas, materiais descritos em língua portuguesa, publicados entre os anos de 2004
a 2020, onde serão analisados individualmente e qualitativamente. Busca-se
compreender formas de prevenção dessa patologia, visando um cuidado seguro e de
qualidade prestado pela equipe de enfermagem, além de contribuir para estipular
discussões sobre cuidado seguro/prevenção de infecção, bem como facilitar o plano
de ação ao combate de infecções relacionadas a assistência à saúde.

Palavras-chave: Infecção trato urinário, cateterismo vesical, prevenção.


4

ABSTRACT

This study aims to identify and analyze the importance of preventive measures to
reduce urinary tract infection rates associated with the use of bladder catheterization.
Approaching the importance of knowledge regarding the conceptual definition of
urinary tract infection, prevention and its consequences for the patient, as well as for
the institution where he is located, based on scientific knowledge and skills in the
decision making and implementation , in specific situations such as the approach of
patients with this pathology and care provided to the target audience of the work,
comprising the attitudes of the nursing team and the development of prevention and
harm reduction actions in this context. This is an integrative literature review, where a
bibliographic review will be carried out using material available in the databases: Scielo
(Scientific Electronic Library Online), magazines and books, materials described in
Portuguese, published between the years of 2004 to 2020, where they will be analyzed
individually and qualitatively. It seeks to understand ways of preventing this pathology,
aiming at safe and quality care provided by the nursing team, in addition to contributing
to stipulate discussions about safe care / infection prevention, as well as facilitating the
action plan to fight infections related to health care.

Keywords: Urinary tract infection, bladder catheterization, prevention.


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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Fatores associados a ocorrência de ITU complicada......................18


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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Distribuição dos artigos pesquisados de acordo com o ano da


publicação..................................................................................................................34
7

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 9

2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 11

2.1 Infecção .................................................................................................... 11

2.2 Tipos mais comuns de infecção ................................................................ 12

2.2.1 Infecções respiratórias ........................................................................... 12

2.2.2 Infecção de corrente sanguínea ............................................................ 13

2.2.3 Infecção do trato urinário ....................................................................... 13

2.2.4 Infecção de sitio cirúrgico ...................................................................... 13

2.3 Epidemiologia da infecção de trato urinário .............................................. 14

2.4 Infecção de trato urinário .......................................................................... 16

2.4.1 Definição ................................................................................................ 16

2.5 Causas da infecção de trato urinário ........................................................ 17

2.6 Técnica de cateterismo vesical pelo enfermeiro ....................................... 19

2.7 Relevância do aprimoramento da capacitação ......................................... 22

2.7.1 Otimização dos recursos financeiros ..................................................... 22

2.8 Métodos educativos .................................................................................. 23

2.8.1 Evolução do processo de educação ...................................................... 23

2.8.2 Estratégias de aprendizagem ................................................................ 23

2.8.3 Etapas do processo de aprendizagem................................................... 24

2.8.3.1 Revisão da técnica.............................................................................. 24

2.8.3.2 Conscientização dos riscos ................................................................ 24

2.8.3.3 Aprimoramento da visão analítica ....................................................... 25

2.8.3.4 Avaliação ............................................................................................ 25

2.9 Metas de segurança associadas a prevenção de infecção de trato urinário


.................................................................................................................................. 26

2.10 Ferramentas da qualidade ...................................................................... 28

2.10.1 Definição .............................................................................................. 28


8

2.11 Procedimento operacional padrão (POP) ............................................... 28

2.11.1 Definição .............................................................................................. 28

2.11.2 Importância da implantação do procedimento operacional padrão (POP)


.................................................................................................................................. 29

2.12 Auditoria .................................................................................................. 29

2.12.1 Definição .............................................................................................. 29

2.12.2 Auditoria como ferramenta da qualidade ............................................. 30

3 OBJETIVOS ................................................................................................. 31

3.1 Objetivo geral ............................................................................................ 31

3.2 Objetivos específicos ................................................................................ 31

4 METODO ..................................................................................................... 32

4.1 Aspectos éticos ......................................................................................... 32

4.2 Tipo de estudo .......................................................................................... 32

4.3 Referencial teórico-metodológico ............................................................. 32

4.4 Período de coleta ...................................................................................... 33

4.5 Amostra .................................................................................................... 33

4.6 Organização dos dados ............................................................................ 33

4.7 Apresentação dos dados .......................................................................... 33

5 RESULTADOS ............................................................................................ 34

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 45
9

1 INTRODUÇÃO

A infecção do trato urinário é caracterizada como aquela onde ocorre a


proliferação de bactérias, mais comumente a Escherichia Coli, no sistema urinário,
podendo atingir trato urinário inferior, superior ou ambos. (Filho, Vilar, Mota, Leal, Pisi,
2010)

A ITU configura-se como uma das causas mais frequentes das infecções
relacionadas a assistência à saúde (IRAS), pois está muitas vezes associada ao
cateterismo vesical, considerado um procedimento amplamente utilizado nos serviços
de saúde pois auxilia no diagnóstico e tratamento de diversas patologias. O uso de
cateterismo vesical de alivio provoca menores taxas de ITU, uma vez que ele é
retirado logo após o esvaziamento da bexiga. No cateterismo vesical de demora são
encontrados maiores riscos de contaminação após 72 horas de uso do cateter, por
deslocar os mecanismos de defesa essenciais do paciente, pela presença do cateter
na uretra, além de conter o balão de retenção que detém o esvaziamentototal da
bexiga, ocasionando a multiplicação dos micro-organismos. (Mazzo,Mende, Trevizan,
Martins, 2013)

A infecção relacionada a assistência à saúde (IRAS) configura uma significativa


causa de morbidade e mortalidade em adultos e crianças enfermas, acarretando em
um prolongamento no seu tempo de internação, o que influenciará no seu afastamento
de hábitos cotidianos. Além disso, esse tipo de infecção leva ao aumento de custos
hospitalares, pois será necessário maior uso de medicamento e exames de imagem
e laboratoriais. (Souza, Pereira, Rezende, Laura, 2018)

Os fatores de risco para o desenvolvimento de IRAS podem ser diversos, onde


incluem as próprias particularidades do paciente, os procedimentos invasivos aos
quais ele necessitou ser exposto, o nível de debilidade do sistema imunológico do
mesmo, a administração de antibióticos e medicamentos, hemoderivados, nutrição
parenteral, e as singularidades do acesso vascular. Acredita-se que em torno de 60%
das infecções sejam relacionadas a algum tipo de dispositivo intravascular. (Souza,
Pereira, Rezende, Laura, 2018)

A infecção de trato urinário (ITU) é considerada uma complicação direta da


utilização de cateterismo vesical. Entende-se então, que tem-se a necessidade de
prestar um cuidado preventivo aos pacientes por parte da equipe de enfermagem
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visando a prevenção de ITU e suas complicações. Com isso, tem-se que a interrupção
do uso do cateterismo, a monitorização frequente do dispositivo, utilização de bundle,
lembretes, treinamentos, estabelecimento de protocolos operacionais para realização
do cuidado configuram-se como medidas efetivas de prevenção para diminuição de
surgimento de infecção desse tipo. (Doreste, Souza, Queiroz, Luna, Silva, Souza,
2019)

Apesar de ser constante a utilização de cateteres vesicais em meio hospitalar


e não hospitalar, também é notória que as aplicações de medidas para segurança do
paciente não são empregadas com o rigor que necessitam. Isso é possível de
identificação uma vez que os índices de infecção ainda são elevados. (Doreste,
Souza, Queiroz, Luna, Silva, Souza, 2019)

A enfermagem desempenha um papel de extrema importância no que tange o


controle de processos infecciosos relacionados a assistência à saúde (IRAS), uma
vez que o mesmo atua diretamente na colocação do cateter bem como nos seus
cuidados e manutenção. Com isso, pode-se dizer que a partir do momento em que os
profissionais adotam medidas para segurança dos pacientes, essa ação contribui
significativamente para a diminuição das taxas de infecção do trato urinário. Desta
forma, é primordial que se preste um cuidado seguro e de qualidade, visando medidas
preventivas e identificação precoce de falhas que possam acarretar o crescimento
dessas taxas. (Doreste, Souza, Queiroz, Luna, Silva, Souza, 2019)

Tendo como base a dimensão do cuidado que a equipe de enfermagem presta


a todos os pacientes, busca-se enaltecer cada vez mais a importância de prestar um
cuidado seguro, realizando procedimentos com técnicas assépticas, e seguindo
corretamente seus passos e orientações para que não se desencadeie uma infecção
relacionada a assistência à saúde. Pois a mesma configura não somente um agravo
à saúde do paciente, mas também um aumento de custos hospitalares devido ao
prolongamento do tempo de internação que essa condição acarretará. (Doreste,
Souza, Queiroz, Luna, Silva, Souza, 2019)

Portanto, realiza-se essa pesquisa com o intuito de identificaro papel do


enfermeiro no que diz respeito a formas de prevenção de infecção do trato urinário
associado ao cateterismo vesical.
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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Infecção

O princípio do processo infeccioso humano é caracterizado pela comunicação


entre agentes mórbidos do meio ambiente e o ser humano. A infecção é caracterizada
como a entrada e proliferação ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo
de um ser humano ou animal. Tal agente infecioso pode ser de origem bacteriana,
fúngica, viral ou protozoária. O processo infeccioso quando se instala no corpo do
hospedeiro pode levar a manifestações clínicas, e por isso o mesmo passa a se
chamar doença infecciosa. (Souza, Pereira, Rezende, Laura; 2018)

Estudos indicam que apenas uma pequena parte da população que é exposta
a um agente infeccioso desenvolve a doença, isso é possível uma vez que possui-se
no organismo um obstáculo/barreira capaz de impedir que essa infecção se instale.
(Souza, Pereira, Rezende, Laura, 2018)

A infecção relacionada a assistência à saúde (IRAS) configura uma significativa


causa de morbidade e mortalidade em adultos e crianças enfermas, acarretando em
um prolongamento no seu tempo de internação, o que influenciará no seu afastamento
de hábitos cotidianos. Além disso, esse tipo de infecção leva ao aumento de custos
hospitalares, pois será necessário maior uso de medicamento e exames de imagem
e laboratoriais. (Souza, Pereira, Rezende, Laura, 2018)

Cotidianamente, tem-se no organismo diversos agentes infecciosos, no entanto


os mesmos estão controlados pelo sistema imunológico do indivíduo. Todavia, essa
relação funciona como um equilíbrio, se esse, por sua vez, for desfeito desencadeia
uma reação que se transformará em uma doença infecciosa. (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária, 2017)

A grande maioria das infecções hospitalares é causada por micro-organismos


que já estão presentes no próprio paciente. Normalmente, já se possui no corpo
diversos micro-organismos, que em situações em que o organismo apresenta uma
fragilidade os mesmos se aproveitam e se proliferam. (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, 2017)

Os fatores de risco para o desenvolvimento de IRAS podem ser diversos, onde


incluem as próprias particularidades do paciente, os procedimentos invasivos aos
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quais ele necessitou ser exposto, o nível de debilidade do sistema imunológico do


mesmo, a administração de antibióticos e medicamentos, hemoderivados, nutrição
parenteral, e as singularidades do acesso vascular. Acredita-se que em torno de 60%
das infecções sejam relacionadas a algum tipo de dispositivo intravascular. (Souza,
Pereira, Rezende, Laura, 2018)

Essas infecções também podem ser adquiridas em serviços de saúde onde


podem ser derivadas de imprecisões nos procedimentos realizados pelos
colaboradores de saúde, onde as mesmas podem ser transmitidas através de suas
mãos, materiais, ou até mesmo contato com outro paciente portador de infecção.
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2017)

Qualquer pessoa admitida em âmbito hospitalar pode ter risco de contrair uma
infecção, no entanto, pessoas internadas em Unidade de Terapia Intensiva tem uma
probabilidade maior de contraírem uma infecção. Isso se dá ao fato de que nessa
unidade é feito o uso concomitante de procedimentos de ordem invasiva como
cateteres e respiradores, que por sua vez contribuem para a entrada de bactérias e
vírus. (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2017)

2.2 Tipos mais comuns de infecção

2.2.1 Infecções respiratórias

As infecções relacionadas ao trato respiratório podem ser divididas entre as


infecções que atingem o trato respiratório superior e inferior. Quando a agente
infecioso se manifesta nas vias superiores, o mesmo pode desencadear enfermidades
como sinusite, amigdalite, faringite, laringite, entre outras. Essas condições são
consideradas as mais comuns entre os seres humanos. (Côrrea, et al, 2017)

As infecções do trato respiratório inferior (ITRi) são as patologias das vias


aéreas inferiores, citadas como bronquite, bronquiolite, pneumonias e mais. As
pneumonias podem ser classificadas entre adquiridas na comunidade (PAC) e
adquiridas em ambiente onde tenha-se assistência à saúde. (Côrrea, et al, 2017)
13

2.2.2 Infecção de corrente sanguínea

A infecção primária de corrente sanguínea pode ser definida como aquela em


que o paciente pode vir a ter consequências sistêmicas graves, bacteremia ou sepse,
mas o mesmo não apresenta sinais e sintomas de infecção de outro local. Já a
infecção de corrente sanguínea secundária é a condição em que se observa a
ocorrência de hemocultura positiva ou sinais clínicos de sepse, bem como a
apresentação de sinais de infecção de outro sítio. (Jardim, Lacerda, Soares, Nunes,
2013)

No entanto, essa infecção também pode estar relacionada a um cateter


(IRC), onde a mesma é caracterizada como aquela em que a infecção ocorre no local
de introdução do cateter, sem repercussão sistêmica. (Jardim, Lacerda, Soares,
Nunes, 2013)

Esses agentes infeciosos podem atingir o acesso vascular de variadas formas,


tais como: contaminação das conexões, inserção através da colonização da pele, uso
de soluções contaminadas para manter a permeabilidade do cateter, entre outras.
(Jardim, Lacerda, Soares, Nunes, 2013)

2.2.3 Infecção do trato urinário

A infecção do trato urinário é caracterizada como aquela que pode atingir o trato
urinário superior, inferior ou ambos. A ITU acontece quando ocorre a proliferação de
bactérias, mais comumente a Escherichia Coli. No entanto, isso não significa que
outros organismos não possam causam essa patologia. (Filho, Vilar, Mota, Leal, Pisi,
2010)

Uma vez que a ITU atinge a porção inferior do mesmo, ela acomete a vagina,
bexiga e ureteres, causando vulvovaginite, uretrite e cistite. Quando essa infecção
atinge o trato urinário superior, ou seja, rins e a pelve renal, a mesma é chamada de
pielonefrite. (Filho, Vilar, Mota, Leal, Pisi, 2010)

2.2.4 Infecção de sitio cirúrgico

A infecção de sítio cirúrgico (ISC) é definida como aquela que ocorre na região
do procedimento cirúrgico após a realização de procedimentos invasivos nas camadas
14

mais superficiais e profundas da pele. A ISC configura um importante problema de


saúde hospitalar, pois é uma das mais frequentes entre as infecções que são
relacionadas a assistência à saúde. (Otaviano, Cunha, Cunha, Guimarães, 2016).

A ISC irá depender de alguns fatores para se desenvolver, dentre eles:


as condições relacionadas ao próprio paciente, o tempo de duração da cirurgia e bem
como seu grau de contaminação, os matérias e equipamentos utilizados. O
surgimento dessa infecção irá depender da relação entre os fatores de risco e o
paciente. No entanto, na grande parcela dos casos, não é possível identificar a origem
da complicação cirúrgica. (Otaviano, Cunha, Cunha, Guimarães, 2016).

2.3 Epidemiologia da infecção de trato urinário

A infecção de trato urinário é caracterizada pela ocupação de micro-organismos


em algum tecido da via urinária, e permanece no grupo dos quatro tipos mais
frequentes de infeções hospitalares, sendo infecção respiratórias, infecção de
corrente sanguínea, infecção do trato urinário e infecção de sítio cirúrgico. Segundo
estudos epidemiológicos, 35 a 45% de todas as IH estão relacionadas a infecções do
trato urinário, sendo que 80% estão associadas ao uso do cateter vesical de demora.
(Vieira, 2009)

Um dos procedimentos mais utilizados na área da saúde é o cateterismo


urinário, auxiliando em diagnósticos e tratamento de processos patológicos. E grande
parte das ITU estão relacionadas ao uso e ao tempo de permanência do cateter. O
uso de cateterismo vesical de alivio provoca menores taxas de ITU, uma vez que ele
é retirado logo após o esvaziamento da bexiga. No cateterismo vesical de demora são
encontrados maiores riscos de contaminação após 72 horas de uso do cateter, por
deslocar os mecanismos de defesa essenciais do paciente, pela presença do cateter
na uretra, além de conter o balão de retenção que detem o esvaziamento total da
bexiga, ocasionando a multiplicação dos micro-organismos. O fator tempo, prejudica
pelo trauma do tecido uretral, quanto maior o tempo, mais exposto ao risco de lesão
tecidual. (Jorge, Mazzo, Mendes, Trevizan, Martins, 2013)

Grande parte das ITU são acometidas em um grupo especial que envolvem
pessoas de idade avançada, sexo feminino, alterações anatômicas e fisiológicas do
15

trato urinário, doenças pré-existentes, como diabetes, e a higiene defeituosa,


comumente em pacientes com menores condições socioeconômicas. Foi comprovado
também que em um curto período de cateterismo vesical, a urina anteriormente estéril,
passa a colonizada por bactérias rapidamente, onde as mais comuns relacionadas a
infecções urinárias são em ordem de frequência: a Escherichia coli, o
Staphylococcussaprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella e o
Enterococcusfaecalis. A E. coli, desacompanhada, é encarregada por 70% a 85% das
infecções do trato urinário contraída na comunidade, e por 50% a 60% em pacientes
idosos admitidos em instituições. Porém quando a infecção é obtida em nosocômio,
os agentes são variados, prevalecendo as enterobactérias, com grande redução da
E. coli e um desenvolvimento de Proteussp, Pseudomonasaeruginosa, Klebsiellasp,
Enterobactersp, Enterococcusfaecalis e de fungos, com realce para Cândida sp.
(Lopes, Tavares, 2005)

Foi observado que grande parte das ITU estão relacionadas à assistência e ao
uso do cateter vesical, que aumenta com a extensão do período do cateterismo, onde
este valor pode aumentar em 5% a cada dia de uso, com esta estimativa é possível
afirmar que, após 28 dias de uso contínuo da sondagem vesical de demora, esse risco
alcança a 100%, atingindo cerca de 4% dos pacientes com evolução do quadro para
sepse relacionada a infecção, e uma taxa de mortalidade considerada em até 30%.
(Mota,Oliveira, 2019)

A medida profilática para este evento adverso é seguir a recomendação de


inserção com técnica asséptica, cautelas na manutenção e exatidão relacionada ao
tempo de permanência. É importante identificar a ocorrência de ITU em relação ao
uso do cateter, para que sejam efetuadas intervenções pontuais e modificar hábitos
da equipe de saúde, também é necessário que a equipe multidisciplinar esteja
envolvida e participe da indicação do cateter, para que juntos possam avaliar e
determinar a necessidade de permanência do cateter, garantindo a segurança do
paciente. (Mota,Oliveira, 2019)
16

2.4 Infecção de trato urinário

2.4.1 Definição

ITU é definida pela presença de bactéria na urina com limite mínimo de 100.000
unidades formadoras de colônias bacterianas por mililitro (ufc/ml). (Filho, Vilar, Mota,
Leal, Pisi, 2010)

É uma infecção que atinge um ou mais componentes do trato Urinário, visto


que o mesmo é composto por dois rins, dois ureteres, uma bexiga, e uma uretra. Os
rins são órgãos em formato de feijão, encontrados na porção inferior do dorso, logo
abaixo da caixa torácica e são responsáveis por filtrar os resíduos do organismo,
produzindo a urina, que carrega os resíduos e a água em excesso para fora do
organismo. A bexiga é um órgão muscular oco, que armazena a urina durante um
curto período de tempo. Ela distende-se à medida em que a urina se acumula e, em
um determinado momento, avisa ao organismo para que essa pressão crescente seja
aliviada. Por meio de uma válvula esfincteriana muscular, capaz de se contrair e
distender conforme a necessidade, a bexiga se contrai sincronicamente, de maneira
a enviar a urina para fora do organismo, através da uretra. O termo “ITU” é utilizado
frequentemente, mas uma Infecção do Trato Urinário deve também ser identificada
pelo local específico que é afetado. (Filho, Vilar, Mota, Leal, Pisi, 2010)

A urina normal não contém bactérias ou micro-organismos, mas se houver


obstrução ao seu fluxo ou retenção na bexiga, ela oferece um bom meio de cultura
para tal. A maioria das ITU ocorre pela entrada de bactérias a partir da abertura da
uretra, pois elas aderem às paredes da uretra, multiplicam-se e se movem através
dela, atingindo a bexiga, permanecendo no trato urinário baixo (uretra ou bexiga),
onde podem provocar sintomas como urgência urinária (perda parcial ou total do
controle da micção) e sensação de ardor durante a micção. A maioria dessas
infecções é fácil de ser tratada e, portanto, não são consideradas complicadas. Mas
se não forem abordadas e tratadas, a infecção pode se disseminar através dos
ureteres e alcançar os rins. A infecção nos rins, conhecida como pielonefrite, é
extremamente perigosa e pode provocar danos permanente ao indivíduo.
(Labtestonline, 2019)
17

Quanto à localização, é classificada como baixa ou alta. A ITU pode


comprometer somente o trato urinário baixo, caracterizando o diagnóstico de cistite,
ou afetar simultaneamente o trato urinário inferior e o superior, configurando infecção
urinária alta, também denominada de pielonefrite. A ITU baixa (cistite) apresenta-se
habitualmente com disúria, urgência miccional, polaciúria, nictúria e dor suprapúbica.
Neste caso, a urina pode se apresentar turva, pela presença de piúria, e/ou
avermelhada, pela presença de sangue, causada pela presença de litíase e/ou pelo
próprio processo inflamatório.
A ITU alta (pielonefrite) se inicia habitualmente com quadro de cistite, sendo
frequentemente acompanhada de febre elevada, geralmente superior a 38°C,
associada a calafrios e dor lombar uni ou bilateral. Febre, calafrios e dor lombar
formam a tríade de sintomas característicos da pielonefrite, estando presentes na
maioria dos casos.
As infecções do trato urinário podem ser complicadas ou não complicadas, as
primeiras têm maior risco de falha terapêutica e são associadas a fatores que
favorecem a ocorrência da infecção. A infecção urinária é complicada quando ocorre
em um aparelho urinário com alterações estruturais ou funcionais ou quando se
desenvolve em ambiente hospitalar. Habitualmente, as cistites são infecções não
complicadas enquanto as pielonefrites, ao contrário, são mais frequentemente
complicadas, pois em geral resultam da ascensão de microrganismos do trato urinário
inferior e estão frequentemente associadas à presença de fatores complicadores.
(Tabela 1). Um paciente é considerado portador de ITU de repetição quando
acometido por 3 ou mais episódios de ITU no período de doze meses. (Filho, Vilar,
Mota, Leal, Pisi, 2010)

2.5 Causas da infecção de trato urinário

Apesar de haver uma grande variedade de bactérias capazes de causar ITU, a


maioria é provocada pela Escherichia coli, comum no Trato Gastrointestinal e
encontrada nas fezes. Outras bactérias capazes de causar ITU incluem espécies de
Proteus, Klebsiella, Enterococcus e Staphylococcus. Ocasionalmente, além de ser
resultado de leveduras, como Candidaalbicans. Uretrites podem ser resultantes
de Doenças Sexualmente Transmitidas (DST), como herpes, clamídia ou gonorreia.
18

As ITU podem afetar qualquer pessoa, em qualquer idade, mas as mulheres


são mais suscetíveis, visto que 40% das mulheres e 12% dos homens apresentam
pelo menos uma ITU ao longo da vida. Acredita-se que a maior suscetibilidade do
sexo feminino é resultado, em parte, de sua anatomia, pois a uretra feminina é mais
curta, e o ânus e vagina são mais próximos da uretra. Qualquer coisa capaz de
retardar a passagem da urina, bloquear seu fluxo ou introduzir bactérias pode
aumentar o risco de a pessoa sofrer de ITU. (Labtestonline, 2019)

Tabela 1 – Fatores associados a ocorrência de ITU complicada.

Alterações anatômicas estruturais ou Cateteres, distúrbios miccionais,


funcionais do trato urinário instrumentação de trato urinário, litíase,
neoplasias, desordens neurológicas,
(Ex: demência, AVC), pacientes
acamados.

Antecedentes de infecções previas História de ITU na infância, pielonefrite


prévia no último ano, ITU refrataria no
último ano, colonização por uropatógeno
multirresistente, antibióticoterapia
recente (menos de um mês).

Presença de insuficiência renal Insuficiência pré-renal (Ex: desidratação


grave, insuficiência cardíaca), renal (Ex:
glomerulopatias) ou pós renais (Ex:
litíase renal, hiperplasia prostática)

Comorbidades que afetam a capacidade Diabete mellitus, desnutrição,


imunológica. insuficiência hepática, imunossupressão
(câncer, AIDS), hipotermia.
19

2.6 Técnica de cateterismo vesical pelo enfermeiro

O cateterismo vesical tanto de demora e intermitente é uma função privativa do


enfermeiro por ser uma técnica onde um cateter é inserido através da uretra até a
bexiga para se fazer o esvaziamento ou mesmo instilar medicamentos, essa técnica
oferece riscos ao paciente e por esse motivo exige um maior conhecimento técnico
cientifico para sua inserção. (Brasil, 2015)

Os motivos pelo qual um paciente tem a indicação de sondagem vesical variam


desde pacientes internados em unidades de terapia intensiva com consciência
rebaixada, pacientes em procedimentos cirúrgico e pós cirúrgico cujo a recuperação
das funções urinarias demorem algum tempo para se restabelecer. (Mazzo et al, 2011)

O seu surgimento se deu juntamente com o surgimento da borracha, porém, há


indícios deste tipo de material na civilização egípcia no ano de 3000 a 1440 aC, tubos
ocos de cobre possivelmente forma utilizados para introdução na uretra nessa época.
(Lenz, 2006)

Também há indícios de sondas encontradas nas ruinas de Pompéia que foi


destruída por uma erupção vulcânica no ano 79 aC, artefatos esses que só foi possível
recuperar por serem feitos de metal como prata e cobre. No século X um importante
cientista da época chamado Avicena desenvolveu uma sonda flexível feita de couro
de animal, porém sem nenhuma vantagem atribuída pois apesar da flexibilidade havia
muita abrasão devido ao tipo de material. (Lenz, 2006)

Foi somente no século XIX com os novos métodos de tratamento da borracha


na França que houve de fato um verdadeiro avanço nas sondas uretrais e também
para a urologia da época, nomes como Pierre Jules Beninqué, Mercier, Nélaton, Felix
Guyton, Melecot entre outros nomes de peso introduziram naquele momento
inovações nas sondas vesicais que são utilizadas até hoje nas sondas atuais. (Lenz,
2006)

Não demorou para se ter o látex mole que permitiu o surgimento do cateter de
Foley que nos dias atuais ainda vem sofrendo avanços tecnológicos importantes como
o emprego do silicone na confecção da sonda e atualmente o Ministério da Saúde no
ano de 2019 recomendou o uso de cateter com revestimento hidrofílico de poliuretano
para o cateter intermitente. (Brasil, 2019)
20

Com o passar do tempo e com a evolução tecnológica pela qual a sonda vesical
passou desde seu indicio de existência até os tempos atuais alguns problemas foram
encontrados, como se sabe o aparelho urinário é estéril na maior parte do seu trajeto
sendo que a parte não estéril confere ao óstio externo da uretra masculina e feminina,
o que gerou a tempos uma outra discussão sobre a disposição para infecções em
homens e mulheres. (Vilas-Boas, 2018)

É fato de estudos anteriores que pelo fato de os homens ter a uretra com
aproximadamente 15 a 20 centímetros e as mulheres terem a uretra com medida que
vareia entre 3,5 a 4 centímetros o que torna o sexo feminino muito mais susceptível a
invasão de microrganismos encontrados no óstio da uretra. (Campos, Alcoforado,
Franco, Carvalho, Ercole, 2016)

Com as infecções de trato urinário em pacientes após ou até mesmo durante o


uso de sonda vesical, outros estudos foram feitos com o intuito de se saber o porquê
das infecções, pois no passado com as primeiras técnicas e antes do surgimento de
maquinas capazes de esterilizar objetos invasivos eram comuns casos de infecções
graves com origem do trato urinário, nos dias atuais a ITU ainda é um desafio para os
profissionais de enfermagem pois corresponde a segunda maior causa de infecções
relacionada a saúde no Brasil. Com isso técnicas de inserção foram desenvolvidas
mediante muito estudo para se chegar ao um nível satisfatório de segurança para a
sondagem vesical. (Campos, Alcoforado, Franco, Carvalho, Ercole, 2016)

Estudos mostram que não há um consenso sobre a correta técnica correta de


sondagem vesical, existe uma recomendação feita pelo Center of Disease Controland
Prevention no ano de 1981 com a última revisão feita no ano de 2009. Com isso a
execução da técnica é feita de forma diferente pelos enfermeiros. (Ercole, Moreira,
Wenceslau, Martins, Campos, Chianca, 2013)

No Brasil cada instituição tem um padrão de técnica estabelecido e conhecido


como Procedimento Operacional Padrão (POP), porém esses as diferenças são bem
visíveis como em estudo feito em dois hospitais no estado e Minas Gerais onde um
POP se utiliza sabão comum para a limpeza perineal enquanto que outro POP se
preconiza o uso de PVPI, neste estudo se observou que o uso de sabão comum
aumenta em 5 vezes o risco para ITU, em toda a técnica é necessário que se tenha
um certo domínio da técnica correta sem que nenhuma etapa seja quebrada e todo o
21

procedimento seja feito de forma responsável e correta. (Martins, Maia, Paiva, Dantas,
2016)

Outro estudo mostra que a instrumentação da técnica ainda está longe de ser
perfeita pois ainda existem muitos erros o que aumentam o risco e a incidência de ITU
em pacientes com sonda vesical em cuidados intensivos ou mesmo em Peri
operatório, aspectos como falta de habilidade para calçar luvas estéreis,
contaminação de campo estéril, falta de lavagem das mãos são erros constantemente
encontrados em quebra de técnica aumentando a incidência de contaminação.
(Martins, Maia, Paiva, Dantas, 2016)

Além da técnica de inserção da sonda vesical ainda há erros na técnica da


manutenção da sondagem, estudos comprovam que há erros na fixação do cateter o
que causa tração excessiva, outro fator de grande risco de ITU é a altura da bolsa
coletora abaixo da altura da bexiga e acima do chão, segundo literatura consultada
foram encontrados erros nestes dois quesitos considerados erros graves de técnica
de manutenção e ainda foram encontrados bolsas com limite de liquido excedido.
(Ercole, Moreira, Wenceslau, Martins, Campos, Chianca, 2013)

Os resultados das quebras das técnicas são o aumento dos casos de ITU,
aumento em média de 5 dias de internação a mais do que pacientes que não tiveram
ITU e aumento de gastos e insumos da instituição de saúde. (Brasil, 2019)

Se sabe que a enfermagem presta uma importante assistência aos pacientes


com indicação para uso de sondagem vesical tornando esse profissional responsável
direto pela qualidade da assistência prestada estando ele diretamente ligado ao
correto uso da técnica, profissionais que quebram técnicas podem estar cometendo
ato de imprudência uma vez que o mesmo tem embasamento cientifico e treinamento
de campo em estágio para a obtenção de graduação o que não caracteriza a
imperícia, para isso é de grande importância a educação continuada e a manutenção
de profissionais que façam errado mesmo após treinamentos e reciclagens. Atos de
imprudência em sondagem vesical pode levar a ITU que pode evoluir para sepse e
até mesmo ao óbito. (Brasil, 2016)

Mesmo a sonda vesical intermitente também conhecida como sonda de alivio


deve seguir todas as etapas para que a técnica não ocorra de modo errado. Embora
esse tipo de sonda tenha uma incidência de casos de ITU de 3 a 4% enquanto a de
22

demora seja de 19 a 20% todas as etapas devem ser seguidas e mesmo quando há
indicação para auto sondagem o treinamento dado ao paciente é feita exclusivamente
pelo enfermeiro que deve ensinar a técnica correta com todas as etapas devidamente
bem descritas sempre enfatizando os problemas quando a técnica não é seguida à
risca. (Brasil, 2016)

2.7 Relevância do aprimoramento da capacitação

2.7.1 Otimização dos recursos financeiros

Em unidades hospitalares onde o paciente internado é submetido a diversos


procedimentos invasivos, o profissional enfermeiro deve buscar constantemente
aprimorar o seu conhecimento técnico-científico para melhor atender. O cateterismo
vesical é um procedimento a qual necessita de uma habilidade precisa para evitar
complicações ao cliente que necessita do esvaziamento vesical através de uma
sonda. Logo, é de suma importância que o profissional tenha a plena ciência do
procedimento o qual realizará,
Sendo assim, fica instituído que o mesmo deve buscar aprimorar-se
constantemente tanto no saber científico quanto na habilidade técnica. (Silva, Gizelda
Monteiro, Seiffert, Otília Maria L. B; 2009)

A boa capacitação dos profissionais que atuam diretamente na assistência


refletem nos custos gerados em cada procedimento, pois se efetuado
adequadamente tende a ser realizado uma única vez não causando iatrogenias ao
cliente e diminuindo o tempo de sua hospitalização, contribuindo para a redução dos
gastos aumentando a qualidade de vida do usuário do serviço de saúde, dessa forma,
há uma constante necessidade de investimentos na área de aprimoramento dos
profissionais na resolutiva aplicação de treinamentos dos mesmos responsáveis pelo
cateterismo vesical representado na figura do enfermeiro. A ausência desse
conhecimento específico pode gerar desgaste emocional e físico ao paciente, além
de complicações, tais quais trauma uretral, infecção do trato urinário e entre outras.
(Silva, Seiffert, 2009)
23

2.8 Métodos educativos

2.8.1 Evolução do processo de educação

O desenvolvimento educativo vem evoluindo ao longo dos anos e o método de


ensino e aprendizagem tem sofrido diversas alterações com o passar do tempo,
contribuindo para a melhoria da absorção de conhecimento relevante para o
aprimoramento de cada profissional. No antigo método de treinamento, o aluno
recebia passivamente todas as informações passadas pelos mais velhos, sendo
ouvinte e absorvendo o conteúdo explanado. (Silva, Seiffert, 2009)

Como passar dos tempos, observou-se a evolução da ensino-aprendizagem e


atualmente recomenda-se que seja o método ativo onde o aluno ao ouvir, questiona-
se a veracidade dos fatos e busca informações relacionadas ao tema abordado. Essa
busca pelo saber é característica do novo modelo educacional onde Paulo Freire e
Freire em 2001 definiu como a relação dialógica entre aluno e professor, pois ambos
através da reflexão, compreensão e crítica aprendem sobre determinado assunto.
(Silva, Seiffert, 2009)

Charles Mangarez desenvolveu um método que defende a aprendizagem


baseada na observação através de meios audiovisuais. Utilizando a realidade para
aprender através da problematização, com objetos físicos e representativos por
exemplo, observando os pontos-chave de cada situação enfrentada. (Silva, Seiffert,
2009)

2.8.2 Estratégias de aprendizagem

A didática para a implementação do conhecimento da técnica com a intenção


de melhoria nos traz estratégias para a aprendizagem. Tratando-se do ambiente
hospitalar onde será realizada o cateterismo vesical, o enfermeiro responsável pela
educação continuada deve instaurar segregação de pequenos grupos, pois facilita a
dinamização e interação entre os participantes, troca de experiência e
complementação do saber. A capacitação a nível individual também apresenta bons
resultados, a qual o aluno tem mais liberdade de expressão, podendo ser sanada sua
dúvida e a utilização de material didático como folders, é um recurso muito utilizado
que contribui para o compreendimento do conteúdo acordado, uma vez que a
visualização torna-se mais compreensiva sobre a problematização, assim como slides
24

e cartazes autoexplicativos, agregando a fixação da temática em desenvolvimento.


(Pereira, 2003)

2.8.3 Etapas do processo de aprendizagem

2.8.3.1 Revisão da técnica

Ao iniciar a prática de treinamento, é necessária a revisão da técnica, tendo em


vista que o enfermeiro já tivera contato com o procedimento durante o período da
graduação, sendo pertinente a revisão do passo a passo esclarecendo possíveis
dúvidas e atualizando sob novas diretrizes relacionadas ao cateterismo vesical. Logo,
o treinador pode começar sua fala se abrindo para que o receptor expresse seu
conhecimento já adquirido, e ele como um líder poderá nortear melhor o processo de
aprendizagem instruindo sobre as informações faltantes tornando-as completas para
o processo do saber. Enquanto que, a apresentação dos novos materiais disponíveis
no mercado, bem como o seu correto manuseio, auxilia a desenvoltura do
procedimento de maneira estéril livre de qualquer tipo de contaminação por falta de
informação a respeito de determinado dispositivo. (Pereira, 2003)

2.8.3.2 Conscientização dos riscos

O Enfermeiro responsável a realizar o processo de cateterismo vesical é o


principal personagem frente a diversas complicações relacionadas ao procedimento,
portanto, é necessário que este saiba com precisão quais ações tomar e evitar para
prevenir possíveis iatrogenias que podem ser causadas durante a realização do
procedimento. Ademais, durante o processo de treinamento o instrutor deve ressaltar
sobre os riscos a qual o paciente estará exposto no momento da cateterização, para
assim conscientizá-lo a executar a técnica de maneira estéril e assertiva, pois
qualquer falha e quebra do protocolo pode resultar em severas consequências ao
cliente, aumentando o tempo de hospitalização assim como expondo a outras
complicações. (Pereira, 2003)
25

2.8.3.3 Aprimoramento da visão analítica

Ainda durante o processo de treinamento, deve-se enfatizar que o enfermeiro,


sendo o profissional indicado para o cateterismo, diante da conscientização dos
malefícios e dos altos riscos da sondagem vesical deve fazer juízos de todo o seu
conhecimento com o intuito de diminuir a exposição do paciente, assim sendo deve
realizar o cateterismo vesical apenas em casos onde realmente houver indicação, pois
é um procedimento extremamente invasivo. Entretanto, se realmente houver a
necessidade, devem seguir à risca o procedimento operacional padrão (POP)
instituído e realizar a retirada da sonda o quanto antes, reduzindo o tempo de
utilização do cateter. (Siqueira, Kurcgant, 2004)

2.8.3.4 Avaliação

Ao término do processo de capacitação, é de extrema importância a avaliação


da qualidade do treinamento prestado e isso pode acontecer através de um
questionário sobre o assunto que foi abordado, aplicado aos enfermeiros que
receberam o treinamento. O instrutor pode utilizar de questões diretas relacionadas a
cada uma das fases do processo e questões relacionadas a técnica, até mesmo
levantar a problematização, supositório de possíveis situações relacionadas ao
paciente, levando à análise do profissional relacionada ao cateterismo vesical, onde o
Enfermeiro deverá se posicionar da melhor maneira possível visando o bem-estar e a
qualidade de vida do cliente. Mediante a coleta destas informações, o treinador pode
observar se houve ou não a absorção do conteúdo exemplificado, por conseguinte, se
ainda for identificada a ausência ou a falha de informações, ele deve realizar ajustes
com o intuito de consumar por completo o processo de ensino-aprendizagem com
eficiência e eficácia. (Siqueira, Kurcgant, 2004)

O questionamento oral também é uma forma de verificar se os enfermeiros que


receberam o treinamento realmente adquiriram o conteúdo proposto, uma vez que,
essa prática dinamiza a aula e evidencia se realmente houve o aprendizado ou
não. (Siqueira, Kurcgant, 2004)
26

2.9 Metas de segurança associadas a prevenção de infecção de trato urinário

Tendo como base o princípio hipocrático “primeiro não causar dano”, no que
diz respeito as estratégias para garantir a segurança do paciente, tornou-se uma
temática amplamente discutida nos serviços de saúde. Uma vez que os mesmos
oferecem riscos diretos ao paciente, que pode leva-lo não somente ao prolongamento
do tempo de internação, mas pode acarretar em uma grave consequência que é a
morte. (Reis, Hayakawa, Murassaki, Matsuda, Gabriel, Oliveira, 2017)

Frente a isso a organização mundial da saúde (OMS), impulsionada pela


carência de diminuir os riscos e danos evitáveis aos pacientes, associados a cuidados
prestados pelos profissionais de saúde, sugeriu para que todos os países
elaborassem medidas para que fosse promovido um cuidado seguro e de qualidade
aos pacientes. Como resposta a sugestão da OMS, o Ministério da Saúde (MS)
criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), onde pretende-se
desenvolver melhorias relacionadas ao cuidado prestado ao paciente. (Reis,
Hayakawa, Murassaki, Matsuda, Gabriel, Oliveira, 2017)

Para isso, esse programa institui metas voltadas a prestação de um cuidado


seguro, tais como: identificação correta do paciente; melhoria na comunicação entre
os profissionais de saúde; melhoria na segurança no momento da prescrição, no uso
e na administração de medicação; assegurar que um procedimento cirúrgico seja
realizado no local certo, procedimento certo e paciente correto; realizar higienização
das mãos antes e após a realização de qualquer procedimento para reduzir o risco e
infecção; e diminuir o risco de queda e lesão por pressão. (Reis, Hayakawa,
Murassaki, Matsuda, Gabriel, Oliveira, 2017)

Tendo como foco a meta de reduzir o risco de infecção, e relacionando-a a


infecção do trato urinário associada ao cateter, acredita-se que cerca de 69% das ITU-
AC poderiam ser prevenidas uma vez que fossem adotadas medidas de prevenção
eficientes. Como medidas de prevenção, podem ser citadas algumas que se
incorporadas ao cotidiano de trabalho, vão acarretar em um redução significativa nos
índices de infecção, sendo elas: utilização correta da técnica asséptica para inserção
do cateter; instituição de programas de melhoria da qualidade, por meio de auditorias
que irão avaliar se os profissionais de saúde estão aderindo as metas para reduzir os
riscos de infecção relacionada ao cateter utilizando aspectos ligados a manutenção e
27

manipulação do cateter vesical. No que diz respeito a manutenção, citam-se ações


como: cuidados com a fixação do cateter, manter bolsa coletora com menos de três
quartos da sua capacidade utilizada; manter cateter com fluxo, sem obstrução; utilizar
sistema de drenagem fechado. Com relação a manipulação, são citadas cinco
situações em que a higienização das mãos é indispensável, sendo elas: antes e
depois do contato com o paciente; antes da realização do procedimento; posterior a
risco de exposição por fluidos corporais; bem como após contato com locais próximos
ao paciente. (Mota, Oliveira, 2019)

A infecção de trato urinário (ITU) é considerada uma complicação direta da


utilização de cateterismo vesical. Entende-se então, que se tem a necessidade de
prestar um cuidado preventivo aos pacientes por parte da equipe de enfermagem
visando a prevenção de ITU e suas complicações. Com isso, tem-se que a interrupção
do uso do cateterismo, a monitorização frequente do dispositivo, utilização de bundle,
lembretes, treinamentos, estabelecimento de protocolos operacionais para realização
do cuidado configuram-se como medidas efetivas de prevenção para diminuição de
surgimento de infecção desse tipo. (Doreste, Souza, Queiroz, Luna, Silva, Souza;
2019)

Apesar de ser constante a utilização de cateteres vesicais em meio hospitalar


e não hospitalar, também é notória que as aplicações de medidas para segurança do
paciente não são empregadas com o rigor que necessitam. Isso é possível de
identificação uma vez que os índices de infecção ainda são elevados. (Doreste,
Souza, Queiroz, Luna, Silva, Souza; 2019)

A enfermagem desempenha um papel de extrema importância no que tange o


controle de processos infecciosos relacionados a assistência à saúde (IRAS), uma
vez que o mesmo atua diretamente na colocação do cateter bem como nos seus
cuidados e manutenção. Com isso, pode-se dizer que a partir do momento em que os
profissionais adotam medidas para segurança dos pacientes, essa ação contribui
significativamente para a diminuição das taxas de infecção do trato urinário. Desta
forma, é primordial que se preste um cuidado seguro e de qualidade, visando medidas
preventivas e identificação precoce de falhas que possam acarretar o crescimento
dessas taxas. (Doreste, Souza, Queiroz, Luna, Silva, Souza; 2019)
28

2.10 Ferramentas da qualidade

2.10.1 Definição

Avaliar os serviços de saúde é uma ação extremamente necessária, pois com


isso é possível que se identifique carências e com isso busque possíveis soluções ou
oportunidades para que as mesmas sejam melhoradas. A partir disso, as assistências
prestadas pelos profissionais de enfermagem precisam de supervisão, para que se
possa identificar seus resultados, bem como o estabelecimento de práticas seguras
baseadas em evidencias científicas. (Baó, Amestoy, Moura, Trindade; 2018)

Ferramentas da qualidade são caracterizadas como medidas utilizadas


para mensurar, definir, avaliar e sugerir estratégias de solução para os impecílios
encontrados para o correto desenvolvimento de processos de trabalho. A partir dessas
ferramentas é possível obter controle dos processos e de embasamento na tomada
de decisão. Com isso, as ferramentas são todas as ações implementadas para que
se chegue a melhorias e resultados positivos. (Fioreti, Manzo, Montenrgro, Corrêa,
Martins, Costa; 2016)

2.11 Procedimento operacional padrão (POP)

2.11.1 Definição

É a descrição sistematizada e padronizada de uma atividade técnica


assistencial, com o intuito de garantir e atingir o resultado esperado por ocasião de
sua realização, livre de variações indesejáveis.
Um POP se diferencia de uma rotina convencional, pois deve apresentar uma
estrutura mínima, composta por: objetivo, responsabilidade, procedimento técnico,
material necessário, ação corretiva e cuidados especiais. Os pops constituem um dos
elementos do manual de gerenciamento da rotina (MGR), que é o conjunto de normas
e procedimentos técnicos-administrativos estabelecidos para a execução das ações
de saúde, bem como outras informações significativas para o adequado, eficiente e
eficaz desenvolvimento do trabalho. (HUSM, 2020)
29

2.11.2 Importância da implantação do procedimento operacional padrão (POP)

Nos últimos anos, a padronização das atividades gerenciais e assistenciais nos


serviços hospitalares passa a ser uma exigência legal da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), o que a torna uma obrigatoriedade além de uma
necessidade institucional. (HUSM, 2020)

A sua implantação garante a padronização e uniformidade das atividades, com


objetivo de garantir índices de segurança e qualidade de práticas assistenciais e
gerenciais no atendimento ao usuário e no desempenho profissional, não só do
serviço de enfermagem, mas de todos os serviços do hospital. (HUSM, 2020)

Além disso, as não-conformidades (desvios) eventuais têm condições de serem


corrigidas e adequadas ao padrão usual, pois minimizam a ocorrência de desvios na
execução dos procedimentos, propiciando o aumento da previsibilidade de seus
resultados e diminuindo as variações causadas por imperícia ou adaptações
aleatórias. Ainda vêm a contribuir na satisfação do cliente/usuário, aumentando a
credibilidade da instituição. (HUSM, 2020)

2.12 Auditoria

2.12.1 Definição

A auditoria é importante para subsidiar o planejamento das ações de saúde,


sua execução, gerenciamento e avaliação qualitativa dos resultados. Nos casos de
auditoria em enfermagem, a documentação e registro constituem parte integrante do
trabalho diário do enfermeiro.
A palavra auditoria tem sua gênese no latim, isto é, audire. Termo que significa
ipsis litteris, ouvir. No entanto, o termo foi ampliado na língua inglesa audit, o qual tem
o significado de examinar, corrigir e certificar. Dessarte, a auditoria consiste na
avaliação sistemática e formal de uma atividade para determinar se ela está sendo
realizada de acordo com os seus objetivos. (Ribeiro, Silva, 2017)
30

2.12.2 Auditoria como ferramenta da qualidade

A auditoria tem surgido como uma ferramenta importante na avaliação da


qualidade (Auditoria de cuidados) e custos (Auditoria de custos) das instituições de
saúde. Sendo assim, a auditoria na saúde tem por finalidade avaliar o desempenho
de um processo contínuo, método ou programa de assistência de enfermagem (AE)
proposto e adotado por uma empresa, sempre como objetivo precípuo a melhoria na
qualidade da assistência. Por conseguinte, a função da auditoria não é somente
apontar os erros, as falhas e os problemas e as dificuldades, mas também, indicar
sugestões e soluções, assumindo papel eminentemente educacional. Logo, a
auditoria se compreendida como um processo continuo e educativo, propicia
elementos para a implantação e gerenciamento de uma assistência de qualidade.
(Ribeiro, Silva, 2017)
31

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Identificar medidas de prevenção da infeção do trato urinário associada ao


cateterismo vesical.

3.2 Objetivos específicos

Levantar a epidemiologia e tipos de ITU relacionados ao cateterismo vesical de


forma a prevenir ITU.

Identificar as dificuldades, falhas e complicações do cateterismo vesical pelo


enfermeiro.

Elaborar um protocolo operacional da técnica correta da passagem do


cateterismo vesical de demora.

Elaborar um formulário de auditoria na assistência relacionado a infecção do


trato urinário.

Elaborar um programa de treinamento para enfermeiros para procedimento de


cateterismo vesical.
32

4 METODO

4.1 Aspectos éticos

Ética é caraterizada como a investigação geral sobre aquilo que é bom, se


entende como conjunto de princípios morais que reagem os direitos e deveres de cada
um e que são estabelecidos e aceitos em determinado momento especifico (GOLDIM,
2000). É verificada como conduta essencial do comportamento moral adequado,
sobre o uso de regras, para alcançar parâmetros de qualidade.

A partir disso, no presente estudo serão respeitados os direitos autorais das


literaturas utilizadas neste estudo, conforme determinado na Lei 9610 de 19 de
fevereiro de 1998.

4.2 Tipo de estudo

Trata-se de uma revisão integrativa descritiva da literatura com abordagem


qualitativa. A revisão integrativa inclui a análise de pesquisas relevantes que dão
suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica, possibilitando a
síntese do estado do conhecimento de um determinado assunto, além de apontar
lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização de novos
estudos.

4.3 Referencial teórico-metodológico

Foram selecionadas bibliografias em nível mundial, nacional e estadual.

A fim de atender os objetivos da revisão, foram utilizados os repositórios de


publicações científicas como Scientific Eletronic Library On-line (SCIELO), artigos de
revistas e periódicos online.

Nesta busca foram delimitados temas referentes aos descritores: infecção de trato
urinário, cateterismo vesical, prevenção e outros que forem relacionados à temática.
Salienta-se que os descritores supracitados se encontram nos Descritores em
Ciências da Saúde (De CS).
33

4.4 Período de coleta

A coleta dos dados acontecerá no decorrer dos meses de fevereiro a junho de


2020. Após a identificação dos artigos, eles serão analisados e os que atenderem aos
objetivos das pesquisas e que foram publicados nos últimos 10 anos, serão incluídos
no roteiro da pesquisa.

4.5 Amostra

Foram selecionadas fontes de pesquisa a partir de literaturas relacionadas ao


tema do estudo, totalizando 23 fontes. A escolha das fontes foi realizada a partir de
uma análise e leitura criteriosa dos artigos e sites encontradas nas bases de dados,
sendo selecionadas apenas as literaturas que atenderam aos critérios de inclusão
definidos neste estudo. Foram incluídas apenas as publicações que responderam ao
tema do estudo, publicadas no período de 2004 a 2020, no idioma português.

4.6 Organização dos dados

Após o reconhecimento dos artigos, nas fontes de busca apresentadas, serão


avaliados os títulos e resumos, de modo a selecioná-los. Serão elencados os artigos
que são parte da amostra, estes serões registrados e ficha própria contendo dados do
periódico, base de dados, idioma, ano de publicação, objetivos e resultados.

4.7 Apresentação dos dados

Após a identificação dos artigos, serão avaliados os títulos e resumos nas


fontes de busca citadas, estes serão registrados em ficha própria contendo dados dos
periódicos, de modo a separá-los em base de dados, idioma, ano de publicação,
objetivos e resultados.
34

5 RESULTADOS

Quadro 1 – distribuição dos artigos pesquisados de acordo com o ano de


publicação.

AUTOR/ANO TÍTULO OBJETIVO RESULTADO


Mota EC, Oliveira Infecção do trato Identificar fatores A associação da
AC,2019 urinário relacionados à ausência de
associada ao ocorrência de indicação e o
cateter vesical: infecção do trato registro da
por que não urinário necessidade de
controlamos esse associados ao manutenção
evento adverso? uso de cateter possivelmente
urinário. potenciaram a
ocorrência de
infecção do trato
urinário
associada ao uso
de cateter.
Souza FC, Avaliação dos Avaliar os Foram avaliadas
Pereira JC, cuidados de cuidados de 15 trocas de
Rezende DA, enfermagem com enfermagem curativo,
Laura C, 2018. o cateter venoso relacionados ao realizadas por 6
central em uma cateter venoso enfermeiros. As
unidade de central (CVC) em principais
terapia intensiva uma unidade de informações
adulto e Terapia Intensiva extraídas do
pediátrica. adulto e estudo foram
pediátrica, sistematizadas
comparar a em quatro
conduta ao tópicos: dados
protocolo relacionados ao
padronizado na paciente, ao
instituição e cateter venoso
35

analisar os central, aos


resultados materiais
baseando-se no utilizados na
manual da realização do
Agência Nacional curativo e aos
de Vigilância de cuidados de
2017. enfermagem.
Ribeiro BS, Silva Auditoria de Fazer uma Conclui-se que
MC, 2017 enfermagem e avaliação através devido as
sala importância de revisão de empresas e
no ambiente literatura hospitais também
hospitalar: Uma encontrando viverem
revisão de aspectos através situações de
literatura do passar do competitividade
tempo que no mercado de
indiquem a trabalho, as
importância da instituições de
auditoria no saúde em geral
ambiente têm a
hospitalar. necessidade de
investir em
auditoria com a
finalidade de
garantir a
qualidade da
assistência
prestada e a
redução de
custos.
Constatou-se ser
de grande
relevância a
utilização da
36

auditoria
enquanto
ferramenta de
avaliação e
melhoria da
qualidade da
assistência
prestada.
Côrrea RA, et al, Carga de doença O objetivo do As ITRi foram a
2017. por infecções do presente artigo terceira causa de
trato respiratório foi apresentar o mortalidade no
inferior no Brasil, impacto das ITRi Brasil em 1990 e
1990 a 2015: nas taxas de 2015, com 63,5 e
estimativas do mortalidade e 47,0 mortes/100
estudo Global morbidade no mil habitantes,
BurdenofDisease Brasil em 1990 e respectivamente.
2015. 2015. Embora o
número absoluto
de óbitos tenha
aumentado
26,8%, houve
redução de
25,5% nas taxas
de mortalidade
padronizadas por
idade, sendo a
redução mais
marcante em
menores de 5
anos. Também
houve redução
progressiva da
carga da doença,
37

expressa em
DALYs.
Otaviano MLPO, Prevenção de Evidenciar Resultados
Cunha RGB, infecção de sitio ocorrências de apresentados
Guimarães SM, cirúrgico infecção de sitio podem ser
2016 cirúrgico utilizados como
indicadores de
qualidade dentro
do CC.
Otaviano MLPO, Prevenção de O objetivo foi As infecções de
Cunha RGB, infecção do sítio identificar e sítio cirúrgico
Guimarães SM, cirúrgico. descrever a (ISC) ocorrem
2016. prevenção de após
infecção do sítio procedimentos
cirúrgico de invasivos nas
acordo com os camadas
capítulos do livro superficiais ou
“prevenção de profundas,
sítio cirúrgico”. representando
problemas sérios
para a saúde
hospitalar. Entre
as mais
frequentes estão
as infecções
relacionadas à
assistência à
saúde (IRAS).A
ISC varia de
acordo com cada
paciente, tempo
de cirurgia e
potencial de
38

contaminação. A
ISC foi
estabelecida
como indicador
epidemiológico,
utilizado como
indicador de
qualidade, sendo
20% de todas as
IRAS,
aumentando os
custos com a
saúde.
Campos CC, Incidência de Este estudo teve Os resultados
Alcoforado infecção do trato como objetivo deste estudo
CLGC, Franco urinário geral analisar os reforçam a
LMC, Carvalho relacionada ao aspectos necessidade de
RLR, Ercole FF, cateterismo epidemiológicos realização de
2016 vesical de das ITU em estudos primários
demora: um pacientes que busquem
estudo de coorte submetidos ao identificar a
CVD internados solução mais
em centros de segura para a
terapia intensiva realização da
(CTI) de dois limpeza
hospitais de Belo periuretral com
Horizonte. vistas à redução
da infecção do
trato urinário
relacionada ao
uso do cateter
urinário de
demora.
39

Ercole FE, Revisão Buscar as A taxa de


Macieira TGR, integrativa: melhores infecção no trato
Wenceslau LCC, evidencias na evidências urinário não
Martins AR, pratica do disponíveis na altera com a
Campos CC, cateterismo literatura sobre o higienização do
Chianca TCM, urinário conhecimento períneo com
2013 produzido e água estéril ou
relacionado à não, com o uso
técnica de de solução de
cateterismo iodo-povidine ou
urinário clorexidine, ou
intermitente e de aplicando técnica
demora, para limpa ou estéril
embasar
cientificamente o
cuidado de
enfermagem
prestado ao
paciente,
submetido ao
cateterismo
urinário, e
prevenir infecção
do trato urinário.
Método: a busca
foi realizada nas
bases de dados
PubMed e
Cochrane para o
desenvolvimento
da revisão
integrativa. A
amostra foi
40

composta por 34
artigos. Esses
foram analisados
por dois pesq
Jardim JM, Avaliação das O objetivo deste Os resultados
Lacerda RA, práticas de estudo foi avaliar demonstram
Soares NJD, prevenção e as práticas de necessidade de
Nunes BK, 2013. controle de prevenção e elaboração de
infecção da controle de novas estratégias
corrente infecção da que assegurem
sanguínea em corrente conformidade
um hospital sanguínea duradoura para a
governamental. associada ao maioria das
cateter venoso práticas de
central (ICS- prevenção e
ACVC) de curta controle de ICS-
permanência, por ACVC avaliadas.
meio da
aplicação de
indicadores
clínicos
processuais.
Jorge BM, Mazzo Infeção do trato Realizar a Dos 250 artigos
A, Mendes IAC, urinário revisão encontrados, 11
Trevizan MA, relacionada com integrativa da responderam aos
Martins JCA, o uso do cateter: literatura para critérios de
2013 revisão identificar inclusão
integrativa. evidências estabelecidos. A
científicas que maioria
relacionam o apresentou baixo
cateter urinário nível de
de alívio, evidência. Dentre
intermitente e de as pesquisas,
41

demora com a nove abordam os


infeção de trato fatores de risco
urinário. para o
desenvolvimento
de ITU– Infecção
do Trato Urinário
Mazoo A, Godoy CATETERISMO Analisar a Ainda há uma
S, Alves LM, URINÁRIO: discrepância grande
Mendes IAC, FACILIDADES E entre programa necessidade se
Trevisan MA, DIFICULDADES operacional padronizar tanto
Rangel EML, RELACIONADAS padrão entre o processo
2011 À SUA instituições de quanto o
PADRONIZAÇÃO saúde treinamento do
cateterismo
vesical.
Filho JSR, Vilar Infecção do trato O objetivo do A infecção do
FC, Mota LM, urinário. artigo foi trato urinário
Leal CL, Pisi apresentar (ITU) é uma
PCB, 2010. características a das causas
cerca da mais comuns de
definição e infecção na
apresentação população geral.
clínica, etiologia, A mesma recebe
diagnóstico e classificação de
tratamento acordo com a sua
relacionados a localização. Os
infecção do trato sinais e
urinário. sintomas
associados à
ITU incluem
polaciúria,
urgência
42

miccional,
disúria,
hematúria e
piúria. O
tratamento pode
envolver
diferentes
estratégias para
maximizar o
efeito terapêutico.

Silva GM, 2009 Educação Evidenciar a O enfermeiro é


continuada em importância da responsável pela
enfermagem: educação própria
uma proposta continuada para continuidade da
Educação a permanente educação tendo
continuada em atualização da esse que estar
enfermagem função segura e sempre alinhado
de qualidade da com as novas
enfermagem tecnologias tanto
da área da
enfermagem
quanto da área
medica estando
esse apto para
prestar um
serviço de
qualidade e
segurança aos
pacientes.
Silva GM, 2009 Lenz LL, 2006 Cateterismo Analisar por meio
vesical: de revisão de
complicações e literatura
43

medidas aspectos como


preventivas os benefícios e
os riscos do
cateterismo
vesical de
demora
Siqueira, ILCP, Estratégia de Fazer Devido aos
2005 capacitação de capacitação e resultados
enfermeiros treinamento de obtidos, o
recém-admitidos maneira programa foi
em unidades de individual afim de consolidado
internação geral. explorar as nessas unidades,
capacidades com vistas à
individuais de expansão para
cada enfermeiro outras.
recém-admitido.
Lopes HV, Diagnóstico das Apresentar, de Foram descritas
Tavares, 2005 Infecções do forma sucinta e as formas de
Trato Urinário didática, as diagnósticos da
diretrizes infecção de trato
fundamentais urinário.
para o
diagnóstico das
infecções do trato
urinário
Pereira ALF, As tendências Identificar as Para cada tipo de
2003 pedagógicas e a interseções entre setor da saúde
prática educativa os métodos de um tipo de
nas ciências da educação educação
saúde continuada na continuada é
área da ciência adequado pois se
da saúde. um só método for
utilizado em
44

todas as áreas da
saúde
incoerências
podem ocorrer e
a aquisição de
conhecimento se
torna insuficiente
ou
incompreensível
pelo indivíduo
que está
aprendendo
assim como a
transmissão do
conhecimento se
torna falho.
45

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