Resumo Do Debate Entre Luiz L. Marins e Awo Ifagbayin 2013
Resumo Do Debate Entre Luiz L. Marins e Awo Ifagbayin 2013
Resumo Do Debate Entre Luiz L. Marins e Awo Ifagbayin 2013
Marins 1
http://www.luizlmarins.com.br
Março de 2015
Introdução:
Este texto é um resumo do debate que protagonizaram em 2013, Luiz L. Marins e Awo
Ifgbayin. Ele foi necessário devido à confusibilidade das réplicas e tréplicas, com
citações extensas sem diferenciação. Para melhor clareza, faremos um histórico resumo:
• Luiz L. Marins promove crítica a esta fala, afirmando que Orunmila não é
apenas uma das divindades Ioruba, e que não é superior aos outros, tecendo mais
alguns comentários a respeito da origem de Ifá, sugerindo ao babalaô rever a
postagem.
De fato, a base para toda a argumentação de superioridade dos Ifaístas no Brasil está na
mitologia da Igreja de Orunmila (Ijô Orunmila) de Lagos, que Popoola vem publicando
e divulgando livros na internet. Nada contra, mas precisam dizer que é a mitologia da
Igreja, e não dos Iorubas.
Neste estudo, mostra o lado acadêmico Popoola, e o uso de seu cargo sacerdotal do Ijô
Orunmila para implantar sua mitologia criada para servir os interesses desta Igreja de
Orunmila.
Por ter sido este novo mito de Popoola o verdadeiro ponto de partida de todo o debate,
sugerimos ao leitor que primeiro conheça o texto Solagbade Popoola e o Novo Mito
Iorubá da Criação do Universo, ainda que seja de data posterior ao debate, e depois
volte para complementar esta leitura.
Debate entre Luiz L. Marins e Awo Ifagbayin 2013 - Luiz L. Marins 3
26/03/2013
IFÁ
Preocupado em esclarecer os leitores, do nosso blog, para que não haja mais dúvidas do
culto de ifá e a religião tradicional yoruba, estamos divulgando alguns textos que
poderão ajudar as pessoas em uma melhor compreensão da cultura e da religião yoruba
como um todo.
Existe uma confusão, entre a realidade e as lendas, isso é comum em todas as culturas,
no inconsciente coletivo fica gravado ao longo do tempo, as imagens de mais fácil
assimilação, o texto abaixo, identifica, baseado em obras dos mais renomados autores
yorubanos e europeus, que pesquisaram sobre a religião yoruba.
E muito fácil identificar que a origem do culto de ifá, em nada tem haver com a religião
tradicional yoruba, a assimilação do povo yoruba em sua religião tradicional, há
influência de ifá, é facilmente confirmada. O culto à ifá é exclusivo, independente e
superior aos demais, com cargos sacerdotais e liturgia próprios, totalmente diferente do
culto aos demais orisás.
Debate entre Luiz L. Marins e Awo Ifagbayin 2013 - Luiz L. Marins 4
Vejamos o que diz o texto abaixo, não esquecendo que estamos falando dos maiores
conhecedores da religião (Èsìn yorùbá):
Não é sem motivo, pela importância de Orunmilá, que possua um culto exclusivo,
independente e superior aos demais, com cargos sacerdotais e liturgia próprios.
Oriundo de Ifé, o culto se propagou por diversas regiões do Continente Africano, desde a
Nigéria Ocidental até o Baixo-Togo onde ocupa uma região que se estende até a fronteira
do antigo Império do Dahomé além de todos os países pertencentes à etnia ioruba.
Zunnõ, o informante de Maupoil anteriormente mencionado, afirmou que Ifá foi revelado
através dos 16 signos oraculares principais (Odu-Meji) por Mawu..” sobre uma pedra
retangular branca instalada por Mawu em Meca.
Meca teria sido, segundo Zunnõ, o local onde surgiu o culto, sendo daí transportado para
outras regiões, tendo então se estabelecido em Ifé, onde foi criado o primeiro centro de
estudos de Ifá e de culto de Orunmilá.
A origem árabe do sistema oracular de Ifá pode ser comprovada de diversas formas muito
mais “seguras” que uma simples declaração feita por um babalaô.
1 - As figuras que compõem o sistema de Ifá são perfeitamente iguais às que compõem um
sistema divinatório de origem oriental denominado “Geomancia Árabe”, muito usado
também na Europa.
3 - A palavra “fá” usada pelos fon da mesma forma que “Ifá” pelos nagôs e “Afã” pelos
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minas do Togo pode ser encontrada no idioma árabe onde significa “sorte”, “augúrio” .
Na Pérsia nos séculos VIII e IX, ou seja, na florescência da cultura iraniana, a Geomancia
era matéria ensinada em Universidades célebres como a de Bagdá e estudada pela elite
intelectual da época. Foram os sábios formados nestas mesmas universidades que, junto
com a filosofia e a ciência adquiridas, levaram a Geomancia à Alexandria.
“Os símbolos Odu são muito antigos. Eles originaram de Orunmila em Ile-Ife. Sinais
similares parecem ter sido usados no Egito (anteriores pelo menos a 3.000 aC”.
<http://egbeifaajagajigi.no.comunidades.net/index.php?pagina=1209575114_04>
Referência Bibliográfica
2 - “...sur une pierre rectangulaire blanche intallé par lui à la Mecque" ... De haut en bas
étaint inscris: les lettres de l'alphabet árabe, les seize signes principaux de Fá et les
caracteres latins...” ( Maupoil 1988 ).
3 -“Fá” ou “fa’lun” = Augúrio / “mujarrib el fal” = aquele que prevê o futuro, adivinho
(Maupoil, 1988).
4 - Epega, 1987.
5 – Protasio Frikel – Die Seelenlebre dar Gêge und der Nagô. (Citado em Bastide e
Verger, 1981).
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Bàbàláwo Ifágbaíyin
<http://www.babalawoifagbaiyin.com/2013/03/ifa-preocupadoem-esclarecer-os-
leitores.html>
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27/03/2013
Luiz L. Marins
Devido ao teor e o tom da forma como foram apresentadas, julguei oportuno emitir
opinião, tomando por base “as mesmas fontes” por ele citadas. Vejamos:
“[...] E muito fácil identificar que a origem do culto de ifá, em nada tem
haver com a religião tradicional yoruba […] A origem árabe do sistema
oracular de Ifá pode ser comprovada de diversas formas [...]”
Não, o culto de Ifá é iorubá. O que não é ioruba são os sinais geomânticos, que existem
em toda a África oriental, e deram origem a diversas formas oraculares, cada qual
Debate entre Luiz L. Marins e Awo Ifagbayin 2013 - Luiz L. Marins 1
Sobre estes sinais geomânticos até hoje não há informação segura sobre suas origens, se
africanas, árabes ou chineses. É verdade sim que tem muita semelhança com o I ching,
mas o Ifá tal qual existe na Iorubalandia, não existe nem entre os árabes, nem entre os
chineses, pois seus similares não possuem os versos e iniciações sagradas, tal qual
existem na religião tradicional ioruba.
Nestas duas frases, separadas no texto original, mas aqui confrontadas para estudo,
verificamos uma completa e total contradição do autor, que compromete, e leva ao
descrédito todo o texto publicado.
“O culto à ifá é exclusivo, independente e superior aos demais ... Não é sem
motivo, pela importância de Orunmilá, que possua um culto exclusivo,
independente e superior aos demais [...]”
Não, ele pode ser independente, mas não é superior, pois também é um culto Orixaísta
(que queira, quer não) uma vez que sem a colaboração de alguns Orixás, Ifá nada
realiza. Ifa depende totalmente do poder do Orixá Exu. Os mitos mostram isso. Ifa não
tem poder para criar nada. A criação é um poder exclusivo de Obatala dado por
Olodumare.
O culto de Obatala tem a mesma importância que o culto de Orunmila. Vale lembrar que
quem plantou a palmeira no mundo foi Obatala, conforme o mito da criação deste. Sem
este ato de Obatala, o culto de Ifa não existiria, ou usaria outro elemento como
instrumento divinatório, mitologicamente falando.
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Segundo Samuel Jonshon, em History of the Yorubas, o culto de Ifá teria sido
introduzido na Iorubalandia somente após muita resistência (e mortes), pois os nativos
nagôs negavam a deixar de cultuar seus Orixas ancestrais, para cultuar sementes,
segundo Jonshon.
Se a geomancia não é africana, como dizem alguns, o obi, por sua vez, o é, sendo
também utilizado no Ifá, que o adotou.
CONCLUSÃO:
Embora verdadeiras algumas outras afirmações que não coletei aqui, mas que constam
no site, o teor da publicação mostra prepotência, arrogância e preconceito.
Parece-nos que autor não soube separar a diferença entre estudar as origens da
geomancia, versus, estudar as origens do Ifá. Sugiro ao babalaô rever o post, pois tais
afirmações não são dignas do cargo sacerdotal que ocupa.
<http://iledeobokum.blogspot.com.br/2013_03_01_archive.html>
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27/03/2013
• Réplica de Ifagbayin
Esclarecimentos
Texto: Babalawo Ifagbaiyin
Peço desculpa aos leitores do nosso blog, mas precisamos responder aqui algumas
críticas, esclarecendo algumas questões que certamente foram divulgadas pretende
prejudicar diretamente o nosso trabalho.
Algumas pessoas frustradas que se imaginam cultas, mas que na verdade não
demostram capacidade para interpretar um texto, não deveriam se arvorar como
escritores, isso certamente cria uma confusão para os leitores prejudicando assim o
entendimento.
O senhor Luiz qualquer coisa, não é um sacerdote é um pretenso escritor, frustrado pelo
insucesso, é um doente, precisa se tratar deve procura um psiquiatra, que o ajude a
entender os complexos que atormentam a sua mente doentia.
Eu não tenho culpa se ele não tem a quantidade de neurônios que imagina. Além disso,
o senhor Luiz qualquer coisa precisa urgentemente de óculos. No texto mencionado por
ele consta a seguinte frase que identifica a autoria dos textos pesquisados por nós...
Debate entre Luiz L. Marins e Awo Ifagbayin 2013 - Luiz L. Marins 0
*** (Existe uma confusão, entre a realidade e as lendas, isso é comum em todas as
culturas, no inconsciente coletivo fica gravado ao longo do tempo, as imagens de mais fácil
assimilação, o texto abaixo, identifica, baseado em obras dos mais renomados autores
yorubanos e europeus, que pesquisaram sobre a religião yoruba).
http://egbeifaajagajigi.no.comunidades.net/index.php?pagina=1209575114_04)
O fato de ignorar essas referências no texto identifica o senhor Luiz como alguém que
usa de má fé, ele certamente esconde as verdadeiras intenções, que podem ser
explicadas por um problema psiquiátrico.
O fato de fazer uma critica a pessoa do Babalawo Ifagbaiyin, excluindo os autores como
fica aqui identificado e analisando uma parte do texto em separada, resulta em uma
agressão e caracteriza uma total falta de entendimento, indicando a necessidade de um
tratamento médico urgente.
Todo metido a esperto, precisa estudar muito, lhe indico uma leitura sadia: A história
da criação, por Solagbade Popoola.
<http://www.babalawoifagbaiyin.com/2013/03/esclarecimentos-peco-desculpa-os.html>
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27/03/2015
Prezado Babalaô,
1º) Minha contestação refere-se ao objeto de estudo proposto, e minha indignação diz
respeito à prepotência da postagem, que diminui e deprecia todos os outros segmentos
religiosos afro-brasileiros, quando postula que, o culto praticada pelo seu segmento
religioso é superior aos demais. Este pressuposto é inaceitável. Como a postagem é
originalmente de outro site, minhas observações valem para aquele também. O culto de
Orúnmìlà, não é superior nem inferior ao culto de nenhum outro Òrìsà.
2º) Pesquisadores e estudiosos sérios não trabalham com a ideia da verdade absoluta,
sejam estudos seus, meus, ou de outrem. Estudos e pesquisas são passíveis de sabatinas
e contestações, que, para serem consideradas, precisam ter fundamento. Críticas
gratuitas serão sempre desconsideradas.
Debate entre Luiz L. Marins e Awo Ifagbayin 2013 - Luiz L. Marins 2
3º) Pesquisadores e estudiosos éticos não discutem “pessoas”, mas sim, temas, pois o
objeto de estudo não é o autor, mas antes, a pesquisa, e nunca usam de termos e
qualificativos depreciativos quando se dirigem ao interlocutor. Ainda que discordem do
tema, mantém o respeito ao interpelado. Assim sendo, meu post é em observação ao
assunto publicado, não à sua pessoa. A réplica depreciativa e vexatória que fez, não tem
razão de ser.
4º) O Ifá não é unânime e homogêneo, como querem fazer parecer os recentes babalaôs
brasileiros. Há várias escolas de Ifá, com diferenças filosóficas e técnicas. Algumas
ganharam fama, não por serem superiores a outra, mas sim, devido à condição de seus
sacerdotes serem letrados e escritores, que os coloca numa posição privilegiada para
ditarem os conceitos que acreditam.
5º) Um sacerdote de Ifá tem o poder e o direito de criar o mito, quando necessário for.
Este mito pode ganhar notoriedade em suas reuniões regulares, e assim ser aceito e
adotado por toda a escola de Ifá em que nasceu. Entretanto, é preciso ressaltar que sua
aceitabilidade se restringe à escola que teve origem, não significando que será aceito por
Debate entre Luiz L. Marins e Awo Ifagbayin 2013 - Luiz L. Marins 3
outras escolas, nem que o mito particular criado por uma escola, representará sua
cultura tradicional como um todo. Se por acaso o babalaô que criou o mito for letrado, e
possuir o dom da escrita, este mito, se publicado, poderá tornar-se conhecido não só na
Iorubalândia, como no exterior, e em outras línguas.
Mesmo que isto aconteça, não tem este mito a legitimidade para representar todo o
pensamento de uma cultura oral tradicional. É o caso do mito de origem de Popoola
apresentado pelo Senhor. Ele é verdadeiro apenas para a escola de Popoola, e não
representa o pensamento da religião tradicional ioruba, na sua síntese teológica,
cosmológica e teogônica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Pouco importa se o Senhor e sua escola de Ifá acreditam que o Ifá é árabe ou chinês. O
que não podemos aceitar é a prepotência de dizer para toda a sociedade afro-brasileira,
que sua religião e divindade correlata, são superiores, depreciando e diminuindo todos
os outros segmentos religiosos descendentes de matriz africana.
Outrossim, não convém a um babalaô, numa réplica, pronunciar-se na forma como fez o
Senhor, usando de qualificativos inapropriados, na intenção clara de vingança e
depreciação da pessoa, em vez de simplesmente responder ao tema, como era de se
esperar de um estudioso.
A propósito, sou iniciado sim, para Òòsàálá, que não é inferior, nem superior à sua
divindade, apenas tem função diferente dentro do Orixaísmo (a religião de todos aqueles
que praticam o culto de Òrìsà).
Ìlera !
<http://iledeobokum.blogspot.com.br/2013/03/reflexoes-sobre-ifa.html>
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ALGUNS COMENTÁRIOS:
Marcos Arino
5 de junho de 2013
É muito ruim, mas, muito ruim mesmo, uma pessoa de Ifá achar que faz parte de um
culto superior aos demais e que cultua uma divindade superior as demais. Isso soa
como coisa de religião abraâmica, que tem a certeza de que existem vários deuses,
mas, o dele é o único que é o de verdade.
Ifá não é o culto mais importante. Orunmila não é uma divindade superior as demais.
O babalawo não é um sacerdote que esta acima dos demais e que tudo pode fazer.
Tenho certeza que muitos que estão em Ifá pensam assim. Estão errados e esse
pensamento contamina toda a sua prática. Não sei a linha de pensamento do
Sr.Ifagbayan, mas aquela não foi uma frase boa.
Julio Julinho
01/04/2013
http://www.babalawoifagbaiyin.com/2013/03/esclarecimentospergunta-iya-
apetebi.html?spref=fb
Um usuário anônimo faz perguntas lógicas, utilizando as próprias palavras dele e ele
se contra diz fundamentalmente, pois afirma que fez: “119 iniciações para orixá, 21
isefas, 6 itefas;
Mas nas respostas deixa claro ser obrigatório ter que ter Iya Odu para se poder fazer
isso, só que em contra partida, declara ter recebido recentemente este orixá. Então
como é que ele diz que fez tudo isso nestes últimos três anos se ele mesmo alega que um
Babalawo sem Iya Odu não pode fazer? Além de um monte de perguntas que ficam sem
suas respostas, pois o mesmo, quando responde, sempre deixa margem para um
entendimento ambíguo, isto é, não sabe responder com simplicidade e lógica. Ou ele é
louco ou é experto!!!!
Porque ele não chama seus iniciados para lhe apoiar? Afinal, onde estão eles? Quem
foi o Olowo fez a tal Iya Odu dele e porque não cita o nome deste sacerdote? Será que
ele tem mesmo este assentamento? Não dá nome aos bois por que deve algo? Está se
escondendo do que? Seja claro ao menos! Onde estão os líderes desta família Agboola?
Ilê Axé Nagô Kóbi: Reflexões Sobre Ifa Publicadas Pelo Babalaô Ifagbayn Agboola: