2 - Gestão de Estoques de Informação em Bibliotecas PDF
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, 2019 |
ABSTRACT
It addresses views and concepts on information stock
development policy and the principles of collections, and
highlights and explores new trends that contribute to the
advancement and balanced growth of the collection in a
public library. It has the objective of evidencing the
management of collections in a public library, listing its
processes and the relevance of the policy of formation and
development of collections. It was structured based on a
bibliographic and exploratory research and a qualitative
design. It concludes that for a collection to be fully
developed, a periodic evaluation is necessary and for this,
it is necessary to elaborate a Collection Development
Policy. It is also necessary that this activity be a
continuous and evolutionary process that focuses on the
informational needs of the user community.
Keywords: Information Inventory Management.
Inventory Management Policy Information. Collection
Development - Public Library.
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1 INTRODUÇÃO
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2 BIBLIOTECA PÚBLICA
Nessa nova perspectiva, Bernardino (2017) destaca que para acontecer essa
promoção de mudanças de mentalidade na comunidade a biblioteca necessita
primeiramente conhecer o perfil dessa mentalidade acima de tudo. Essa visão é
responsável pela interação entre biblioteca e a comunidade usuária, colaborando para
uma maior visibilidade da biblioteca.
Por sua vez, as bibliotecas públicas são um fato mundial. Encontram-se em
diversas sociedades, em várias culturas, umas mais avançadas que as outras em
conformidade com o apoio do governo e da comunidade a qual está inserida. A biblioteca
pública é apresentada por Koontz e Gubbin (2012, p. ix) como um “[...] ponto de acesso,
principal e dinâmico, da comunidade, estruturado para responder de modo proativo a
uma multiplicidade de necessidades de informação que estão sempre em mudanças”.
Portanto, para a biblioteca pública obter um desempenho satisfatório pelos usuários é
fundamental que esteja desempenhando sua finalidade no contexto da sociedade da
informação, conforme estão apresentadas no Quadro 1.
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3 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
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Neste documento, por sua vez, são registrados os critérios para seleção de todos
os tipos de materiais nos diferentes suportes informacionais, suas formas de aquisição,
procedimentos de preservação e conservação dos documentos, bem como orientações de
descarte ou remanejamento. Todas as ações são direcionadas ao atendimento das
necessidades de informação de seu público, facilitando - sobremaneira - o acesso à
recuperação e à disseminação do conteúdo.
Nessa percepção de Silva e Cervantes (2012, p. 49), a política de gestão de coleções
“[...] constitui a pedra fundamental de todo acervo, seja ele físico ou eletrônico, e é
evidente que essa está sofrendo alterações significativas em sua composição”. Tal
procedimento é indispensável, visto que essas mudanças na política buscam aprimorar as
diretrizes voltadas à formação e expansão do acervo, com base nos objetivos da biblioteca,
nas necessidades de informação da comunidade a ser assistida, orçamento e outros
recursos informacionais disponíveis (consórcios entre bibliotecas).
Assim sendo, na elaboração da política, Romani e Borszcz (2006), Dias e Pires
(2003) e Vergueiro (1989) atentam para a necessidade de constar no documento a
indicação da responsabilidade nas decisões para a seleção do acervo, ou seja, se deve
haver uma comissão composta por:
a) um bibliotecário, responsável pela unidade de informação;
b) um representante das principais áreas de atuação (ou departamentos
acadêmicos) da instituição à qual está diretamente subordinada;
c) um representante da área administrativa (setor de compras);
d) um representante do conselho comunitário, devidamente analisada e
nomeada pelos órgãos competentes, no caso de biblioteca pública.
Desta maneira, no exercício de suas atividades, compete à comissão de biblioteca:
a) analisar e deliberar estudos e projetos elaborados pela biblioteca e
submetidos à comissão;
b) determinar as prioridades para aquisição de material;
c) definir critérios para duplicata de títulos;
d) estabelecer os parâmetros do acervo, inclusive acervos especiais;
e) possibilitar o desenvolvimento do acervo em sintonia com os objetivos da
biblioteca;
f) propiciar a expansão da coleção racional e equilibrada, de forma a abranger às
necessidades informacionais dos usuários;
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A etapa de seleção é um processo de tomada de decisão, uma vez que por meio dela
são realizadas diversas atividades que requer um parecer técnico para comparação das
diversas publicações disponíveis no mercado editorial sobre um assunto, julgamento de
valor do material isoladamente para os usuários, apreciação das necessidades da
comunidade fundamentada na aplicação de princípios éticos e instrumentos para melhor
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aplicação dos recursos financeiros, buscando desse modo impedir desperdícios dos
investimentos.
Conforme afirmam Estabel e Moro (2014), o processo de seleção do acervo não é
realizado exclusivamente na aquisição dos livros e documentos, mas perpassa diferentes
momentos e etapas dos serviços de biblioteca. Por isso, é necessário identificar a sua
função conforme o tipo de biblioteca e o perfil da clientela. Os autores supracitados fazem
menção que a seleção é a primeira etapa para a constituição do acervo, e o descarte sendo
a última desse processo. No entanto, na GEI, o processo de seleção do acervo é uma
atividade contínua, uma vez que as bibliotecas públicas recebem constantes doações.
Como apontado por Figueiredo (1998, p. 84), a seleção “é um processo de tomada
de decisão título a título”. Constituindo uma tarefa de registro e controle de informações
dos itens a serem submetidos à comissão para apreciação e escolha, que, de acordo com
Weitzel (2006), incluem também os dados bibliográficos das obras, justificativa da
seleção, pareceres, dentre outros aspectos.
Na percepção de Vergueiro (2010, p. 5), a responsabilidade exercida pelo
bibliotecário no processo de seleção “[...] interfere na vida de inúmeras pessoas”; em
contrapartida, se não existir comprometimento e, ainda mais, conhecimento da área em
que atua, a influência pode ser maior e mais negativa. Assim sendo, quer se queira ou não,
o bibliotecário estará “permanentemente interferindo no processo social”.
Nesse âmbito, a IFLA (FEDERAÇÃO..., 2012) chama atenção que grandes acervos
não significam que a coleção seja de boa qualidade, principalmente neste mundo
globalizado, em que os documentos digitais e eletrônicos crescem de forma exponencial,
ou seja, a importância da coleção para as necessidades da comunidade local é mais
relevante do que sua dimensão espacial. O volume do acervo é determinado por diversos
fatores que influenciam na seleção, como espaço físico, recursos financeiros, população
da área de atuação da biblioteca, proximidade com outras bibliotecas, função regional do
acervo, acesso a suportes eletrônicos, avaliação das necessidades locais, percentual de
aquisição e descarte, e política de intercâmbio de obras com outras bibliotecas da rede
biblioteca pública.
Em relação ao estabelecimento de critérios para seleção, Miranda, Gallotti e
Cecatto (2017) asseguram que o acervo seja fruto de um planejamento voltado para as
diretrizes e objetivas da comunidade local. Nessa linha, Vergueiro (2010) recomenda os
seguintes critérios: adequação do material aos interesses da comunidade onde a
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biblioteca está inserida; autoridade do autor e/ou editor; atualidade técnico-científica dos
conteúdos; disponibilidade para acessar os documentos em suporte digital; escassez de
material sobre o assunto na coleção da Biblioteca; aparecimento do título em bibliografias
e índices; cobertura/tratamento; custo justificado; idioma acessível; relevância/interesse
acadêmico-científicos; número de usuários potenciais que poderão utilizar o material; e
condições físicas do material. Tais critérios são apenas uma sugestão, mas cabe ao
bibliotecário adotá-lo conforme a realidade da biblioteca e dos objetivos.
Outro critério considerável é destinado com a seleção do material entre o livro
impresso ou e-book, sendo ambos semelhantes no intuito de atender às necessidades
informacionais do público alvo; contudo, por outro lado, se distinguem quanto à aquisição
e à disponibilização.
Com relação aos critérios específicos para documentos eletrônicos, Weitzel (2000,
p. 5) aponta que a literatura da área de desenvolvimento de coleções foi antecipada:
Um aspecto considerável exposto por Estabel e Moro (2014), além dos critérios
apresentados anteriormente, é a imparcialidade na seleção no decorrer de todo processo
de aquisição dos documentos acervo em relação à compra, à doação e à permuta. Portanto,
não convém a restrição da forma de aquisição, mas deve-se avaliar os conteúdos do
material quanto ao atendimento das necessidades informacionais da comunidade de
usuários em detrimento às preferências pessoais do profissional que executa a seleção.
De modo geral, convém mencionar que a biblioteca pública adota critérios de
seleção apenas para recebimento de doação, devido ser a forma de aquisição mais
frequente no Brasil, em razão da atual conjuntura. A etapa subsequente é a do processo
de aquisição.
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necessite ser incorporado, além de impedir a guarda de materiais sem adequação aos
objetivos da biblioteca. A esse respeito, Johnson (2014) enfatiza que a avaliação de
coleções tem como propósito mensurar a utilidade da coleção ou quão bem está
atendendo seu objetivo. De forma geral, ao avaliar as coleções, é possível administrar com
mais eficiência o desenvolvimento de coleções.
Na concepção de Lancaster (1996), a avaliação é um processo que visa suporte ao
gerenciamento da biblioteca, pelo fato de agrupar informações relevantes a atividades
específicas, a tomada de decisão e a solucionar eventuais problemas. Ou seja, a avaliação
tende averiguar a política de desenvolvimento de coleções adotada, está sendo executada
de exata.
Na sapiência de Vergueiro (1989), a avaliação é etapa mais significante, pois
permite rever o panorama de todas as etapas anteriores, do começo ao fim de cada uma
delas e do processo num todo. Segundo Lancaster (1996, p. 20), a avaliação do acervo
consiste de fato em:
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Destarte, Miranda (2007) faz menção quanto à aplicação dos mesmos critérios
empregados no processo de seleção, no momento da apreciação do descarte das
publicações pela comissão responsável, pois da mesma forma como seleciona as obras
que serão agregadas no acervo, também é imprescindível que sejam avaliados os
materiais passíveis à exclusão definitiva do acervo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das reflexões expostas, este trabalho evidenciou que as bibliotecas públicas
são organizações de existência milenar que tem se inovado em razão das mudanças na
sociedade ao longo dos séculos, porém marcada por diversas crises e desafios,
influenciados por fatores que contribuíram para o seu avanço ou retrocesso. No entanto,
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