Projeto Oraçao para Um Pé-de-Chinelo
Projeto Oraçao para Um Pé-de-Chinelo
Projeto Oraçao para Um Pé-de-Chinelo
Oração
Para um
pé de chinelo
de Plínio Marcos
uma parceria
Circulação 2017
Este espetáculo fez parte das atividades comemorativas
1935-2015 - Plínio Marcos 80 anos
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Dramaturgia
Toda força teatral de Plínio Marcos está presente nesse texto de 1969, que,
tantos anos depois, continua dolorosamente atual. A trama explora magistralmente o
desespero das personagens, atiradas a uma condição próxima à animalidade pela
ameaça de uma violência a que não podem resistir, e de que apenas esperam
conseguir esconder-se.
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O Autor
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“Li a peça pra alguns companheiros do circo e naturalmente eles acharam
que eu tinha enlouquecido, se pensava que podia encenar uma peça com
aquela linguagem. Ficou por isso mesmo.” “Ninguém quis montar e eu
levei para a Pagu, que achou meu diálogo tão poderoso quanto o do Nélson
Rodrigues. Ela, então, levou Barrela para o Pascoal Carlos Magno, que
estava realizando o Festival Nacional de Teatro de Estudante em Santos.
Então, ele fez um puta escarcéu, descobriu um gênio, essas coisas.” “... e no
final do festival falou para os jornais que fazia questão que os estudantes
montassem a peça.”
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Na década de 1980, apesar da censura do governo, que visava
principalmente aos artistas, Plínio Marcos viveu sem fazer concessões,
sendo intensamente produtivo e sempre norteado pela cultura popular.
Escreveu nos jornais Última Hora, Diário da Noite, Guaru News, Folha de
S.Paulo, Folha da Tarde, Diário do Povo (Campinas), e também na revista
Veja, além de colaborar com diversas publicações, como Opinião, O
Pasquim, Versus, Placar e outras.
Depois do fim da censura, Plínio continuou a escrever romances e peças de
teatro, tanto adulto como infantil. Tornou-se palestrante, chegando a fazer
150 palestras-shows por ano, vestido de preto, portando um bastão
encimado por uma cruz e com aura mística de leitor de tarô.
Plínio Marcos foi traduzido, publicado e encenado em francês, espanhol,
inglês e alemão; estudado em teses de sociolinguística, semiologia,
psicologia da religião, dramaturgia e filosofia, em universidades do Brasil e
do exterior. Recebeu os principais prêmios nacionais em todas as
atividades que abraçou em teatro, cinema, televisão e literatura, como
ator, diretor, escritor e dramaturgo.
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Justificativa
As peças de Plínio Marcos atingem o leitor e/ou espectador como estilete: ao mesmo
tempo, provocam repulsa e despertam uma angústia solitária, a necessidade urgente
de intervenção. O terror e a piedade no grau mais absoluto; diálogos exatos, crus,
ferinos, explosões de ódio e violência incontidos, humilhações, provocações
sadomasoquistas, rastejamento abjeto de humilhados e ofendidos, círculos de tensão
entre algozes e vítimas que intercambiam seus papéis; relações de poder
estabelecidas confusamente num emaranhado de seres ignorados pelos “cidadãos
contribuintes”, uma fauna de alcaguetes, prostitutas, homossexuais, cafetões e
cafetinas, policiais corruptos, desempregados, prisioneiros assassinos, loucos, débeis
mentais, meninos abandonados: seres jogados em cena sem nenhuma cortina de
fumaça. Em seus escritos, ele procura denunciar e contestar o modelo capitalista de
produção e consequentemente o próprio regime militar, instituído no país em 1964.
Por isso, Plínio Marcos foi um dos autores mais perseguidos de sua época, quando a
liberdade de expressão e a democracia foram extirpadas para dar lugar a um regime
ditatorial opressor. A simples menção a seu nome já era sinônimo de problema. A
censura federal, por exemplo, o via como um maldito, pornográfico e subversivo. Na
sociedade, ele se tornou figura polêmica porque punha em discussão o “excluído
social” e outros aspectos pouco discutidos durante a ditadura militar, quando ter
liberdade de expressão era muito arriscado, por isso era um ato de coragem.
Plínio Marcos escrevia conforme o que via na sociedade e o que vivenciava em sua
vida, trafegando por “esse Brasil polimorfo, tônico e teimoso, subjugado pelas
diferenças sociais, pela miséria, pelo abandono, um mundo de excluídos, mas que se
conta por milhões” (MOSTAÇO in: MAIA, CONTRERAS e PINHEIRO, 2002: p. 10).
Nas suas peças, avultam como temas a solidão e a decadência humana, o círculo
vicioso da tortura mútua e a absoluta falta de sentido nas vidas degradadas, o beco
sem saída da miséria e a violência, a superexploração do trabalho humano e a morte
prematura como horizonte permanente. Sobressaem, portanto, sujeitos sociais
distintos, marcados pela tragédia individual e coletiva, que circulam pelo espaço
urbano. Os personagens subvertem até certo tipo de teatro engajado em voga nos
anos de 1960 e 1970, pois não veiculam, em regra, uma mensagem otimista ou
positiva quanto à possibilidade de se ter alguma esperança de mudança social. O que
importa é subsistir, seja como for: sem solidariedade de classe, sem confiança no
próximo. Seus personagens se debatem num mundo que não oferece vislumbre de
redenção; estão envolvidos em situações mesquinhas e sórdidas, em que a luta pela
sobrevivência e pelo dinheiro não tem dignidade; via de regra, enveredam para a
marginalidade mais violenta a fim de atingir seus objetivos (Ver PARANHOS, 2007).
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A CIA
A Cia Tanto de Lá Quanto de Cá, nasceu da idéia de três atores apaixonados pela arte
teatral, Venicio Toledo, Daya de Souza e Yuri Montezuma. O nome da companhia se
deve ao fato dos fundadores serem de três estados, São Paulo, Acre e Mato Grosso.
Mais tarde iriam se integrar ao grupo outros acreanos, um peruano, um carioca, e
hoje gente de outros estados e nacionalidades vem se acercando, e brevemente vai
estar nos ajudando a quebrar mais barreiras geográficas e a realizar plenamente a
proposta de TEATRO de FRONTEIRAS que é o motor do trabalho do grupo.
O primeiro trabalho a ser desenvolvido pelo grupo foi o estudo e ensaio do texto
infantil “O Menino Nuvem”, que teve projeto aprovado no edital de pequenos apoios,
financiado pelo estado do Acre, através da fundação Elias Mansour.
Depois de quase cinco meses de ensaios intensos, o grupo realizou curta temporada
de seu 2o espetáculo “Oração para um Pé-de-Chinelo” em dezembro de 2015, no
Teatro Recreio, em Rio Branco AC. Foram seis apresentações com lotação da casa
100% vendida.
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Ficha Técnica
Elenco:
Lília Pontes
Anderson Assef
Yuri Montezuma
Direção
Flávio Lofêgo Encarnação
Produção
Cia. Tanto de Lá Quanto de Cá
Direção de Arte
Allana Khristie
Duração: 50 minutos
Inadequado para menores de 12 anos
Na internet:
http://youtu.be/mQYc35ilvSo
http://www.facebook.com/tantodelaquantodeca/
Contatos:
+55 (68) 99981 7046
[email protected]
www.ciadeteatro.com