Caderno Tdha
Caderno Tdha
Caderno Tdha
CURITIBA
2008
VALÉRI A ABREU GOB ATTO
CURITIB A
2008
No cotidiano da sala de aula nos deparamos com alunos agitados, que
arrancam os brinquedos de seus colegas, andam de um lado para o outro e não
conseguem ficar muito tempo sentado, no mesmo lugar e na maioria das vezes
não terminam as tarefas solicitadas. Em alguns momentos, chegam a ser
agressivos.
Para Gentile (2000), esse comportamento, geralmente confundido com
indisciplina, é característico de um distúrbio de atenção que, de acordo com
atinge 5% das crianças e adolescentes de todo o mundo: a hiperatividade.
Conhecer os sintomas e aprender a lidar com esse problema é uma obrigação de
qualquer professor que não queira causar danos a seus alunos. Afinal, a demora
em diagnosticar o caso pode trazer sérias conseqüências para o
desenvolvimento da criança.
Essa Unidade Temática busca orientar pedagogos e professores sobre o
TDAH e sobre como tratar alunos com indisciplina ou falta de limites.
Para isso, apresentará a História do TDAH, conceito de Hiperatividade, a
hiperatividade na escola, teste para diagnosticar a hiperatividade, diagnóstico -
orientação à escola e prognóstico, indisciplina em sala de aula, sugestões para
intervenção do professor, referências bibliográficas.
Conceito de Hiperatividade....................................................................................11
INDICAÇÃO DE VÍDEOS......................................................................................28
SUGESTÃO DE ATIVIDADES..............................................................................30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................31
ALUNO INQUIETO E HIPERATIVO
1
Coordenador do Ambulatório de Transtornos de Deficiência de Atenção do Hospital das Clínicas, de
São Paulo – Revista Nova Escola
histórico da criança", explica. "Por isso, a observação de pais e professores é
fundamental."
Geralmente, os hiperativos se mexem muito durante o sono quando bebês.
São mais estabanados assim que começam a andar. Às vezes, apresentam
retardo na fala, trocando as letras por um período mais prolongado que o normal.
Em casa, esses sintomas nem sempre são suficientes para definir o quadro. Na
escola, porém, eles são determinantes.
O professor deve estar atento às atitudes dos alunos, observando se
prestam atenção a detalhes e erram por descuido nas tarefas escolares ou
outras atividades, se têm dificuldade de manter a atenção, se não seguem as
instruções até o final e não terminam tarefas escolares, (observando se este fato
não ocorre por rebeldia ou dificuldades de entendimento), se apresentam
dificuldades na organização de tarefas evitando o engajamento em atividades
que exigem mais concentração e se são facilmente distraídos por estímulos
externos.
A criança hiperativa e impulsiva age assim, em geral, também em
atividades prazerosas.
Independente do grau de motivação que a atividade desperta, alunos
hiperativos não dão atenção às regras e têm dificuldade de
se envolver silenciosamente em atividades de lazer, e
de permanecerem por muito tempo em situações
onde se espera que fiquem sentados e/ou
tranqüilos.
Segundo Ênio Roberto e outros profissionais da
área médica, o distúrbio ainda não tem uma causa única comprovada. Sabe-se
que a origem é genética e que seus portadores produzem menos dopamina, um
neurotransmissor responsável pelo controle motor e pelo poder de concentração,
que atua com maior intensidade nos gânglios frontais do cérebro. Isso explica o
fato de os hiperativos não se concentrarem e esquecerem facilmente o que lhes
é pedido. Pela alta incidência em meninos — cerca de 80% dos casos —,
acredita-se que o problema possa estar relacionado também ao hormônio
masculino testosterona.
Cabe a escola, antes de fazer qualquer encaminhamento, conversar
com os pais para fazer uma investigação sobre a situação atual da família, se há
algo que esteja provocando ansiedade na criança (separação, nascimento,
falecimento, dificuldade financeira etc). Sintomas de desatenção e hiperatividade
ansiosa podem ser considerados normais em crianças que acabaram de passar
por situações traumáticas, e geralmente são manifestações passageiras. Caso o
emocional seja descartado, a escola deve aconselhar a família a procurar
profissionais especializados, como um psicopedagogo que poderá observar
melhor a criança e o adolescente, realizando os devidos encaminhamentos.
É importante também que a escola observar a capacidade auditiva e
visual dos alunos, durante as atividades escolares, e ao perceber qualquer
alteração solicitar aos pais uma avaliação médica.
As intervenções escolares devem ter como foco o desempenho escolar. Nesse sentido
os professores devem ser orientados a seguirem rotinas diárias consistentes e
ambientes escolares previsíveis, isso contribui para que alunos hiperativos mantenham o
controle emocional. As tarefas propostas não devem ser demasiadamente longas e
necessitam ser explicadas passo a passo. É importante que o aluno hiperativo receba o
máximo possível de atendimento individualizado. Ele deve ser colocado na primeira fila
da sala de aula, próximo à professora e longe da janela, ou seja, em local onde ele
tenha menor probabilidade de distrair-se. Muitas vezes esses alunos precisam de
reforço de conteúdos em determinadas disciplinas, outras vezes é necessário um
acompanhamento psicopedagógico centrado na forma do aprendizado, como, por
exemplo, nos aspectos ligados a organização e ao planejamento do tempo e atividade
(SILVA, 2003).
Na primeira noite eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim
e não dizemos nada.
Na segunda noite,
e já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão.
e não dizemos nada
Antunes (2006)
Percebe-se muitas vezes no contexto escolar uma tendência a relação de
poder entre professor e aluno, considerando o professor o detentor no processo
ensino/aprendizagem e o aluno, aquele que espera passivamente receber todos
os ensinamentos.