Fenasucro: A Voz Do Agronegócio

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Ribeirão Preto SP • Agosto 2015 • Ano 17 • nº 198 • R$ 12,00

A VOZ DO AGRONEGÓCIO

Fenasucro 2015
Feira deve movimentar R$ 2,8 bi

Caderno

VINHAÇA INFRAESTRUTURA SOJA


Matéria prima & LOGÍSTICA Custo de produção SAFRA 2015/16
para geração Setor Agro pede cresce na safra Conab estima
de biogás prorrogação do Reporto 2015/16 em 655 milhões
1 de toneladas
2
Editorial

Diretor: Plínio César

A VOZ DO AGRONEGÓCIO

Edição: Equipe Terra & Cia

Fenasucro, Editor Chefe e de Fotografia: Doca Pascoal


Reportagem: Marcela Servano, Paola Buzollo,

feira de oportunidades
José Jeronimo Reis e Doca Pascoal
Editor Gráfico: Jonatas Pereira I Creativo ArtWork

Contato: [email protected]

C
Outras publicações da Agrobrasil:
hegamos à 23ª edição da Fenasucro & Agrocana, um dos mais Guia Oficial de Compras
do Setor Sucroenergético
destacados eventos voltados para tecnologia e intercâmbio co-
Revista CanaMix
mercial para as usinas e profissionais, do Brasil. Este ano a Feira
Portal CanaMix
vai contar com a participação de pelo menos 50 países, com a expec-
tativa de movimentar cerca de R$ 2,8 bilhões em negócios nas áreas Publicidade:
Alexandre Richards (16) 98828 4185
agrícola, energia, indústria de base, processos e transporte e logística.
[email protected]
Os organizadores esperam a presença de cerca de 33 mil visitantes qua- Fernando Masson (16) 98271 1119
lificados, potenciais compradores. [email protected]
Marcos Afonso (11) 94391 9292
A Terra&Cia deste mês traz as principais atividades que
[email protected]
ocorrerão durante o evento, com destaque para as discussões sobre Nilson Ferreira (16) 98109 0713
energia, automação, transporte, mercado de açúcar e etanol, infraestru- [email protected]
Plínio César (16) 98242 1177
tura e logística. A Fenasucro & Agrocana 2015 acontece em meio a uma [email protected]
crise, mas por muitos empresários, especialmente os representantes da
indústria de base que fornece equipamentos, insumos e serviços às usi-
Assinaturas: [email protected]
nas sucroenergéticas, é considerada uma oportunidade para desenvol-
ver a criatividade, se adaptar e crescer.
Por falar em crise, nesta edição da T&C, o produtor rural, Grupo AgroBrasil
Av. Brasil, 2780 - 14075-030
empresário e representante de classe Ismael Perina Junior fala sobre sua
Ribeirão Preto - SP
insatisfação com o atual governo no que diz respeito às questões ligadas 16 3446 3993 / 3446 7574
ao setor canavieiro. Ele faz duras críticas ao modelo de gestão adotado www.canamix.com.br
pela cúpula do Planalto e afirma que, se nada for feito, o segmento sucro-
Para assinar, esclarescer dúvidas sobre sua
energético vai amargar mais um ano de crise, que pode desencadear a assinatura ou adquirir números atrasados:
falência de usinas e empresas, aumentar o desemprego e trazer conse- SAC 16 3446 3993 e 3446 7574 -
quências sociais graves. 2º a 6º feira, das 9h às 12h e das
Por conta da Fenasucro & Agrocana, a 13h30 às 18h.

edição da Terra&Cia deste mês está mais alcooleira, Artigos assinados, mensagens publicitárias e o caderno
Marketing Rural refletem ponto de vista dos autores e não
mas também traz assuntos ligados à soja, pecuária e expressam a opnião da revista. É permitida a reprodução
infraestrutura. Boa Feira, boa leitura. total ou parcial dos textos, desde que citada a fonte.

Plínio Cesar
Diretor
3
SUMÁRIO

06
Capa
Fenasucro & Agrocana 2015
- 23ª edição da Feira
deve movimentar R$ 2,8 bi

26 30 54
Entrevista - Ismael Perina Opinião Eventos
Junior, presidente da Câmara Paola Buzollo, médica Datagro realiza
Setorial da Cadeia Produtiva veterinária: O uso da 15ª Conferência
de Açúcar e Álcool - Governo: cana-de-açúcar Internacional em São Paulo
incompetência ou maldade? na alimentação de bovinos

Capa 40 - Santa Vitória Açúcar e Álcool Infraestrutura & Logística


inicia produção de etanol
06 - Fenasucro & Agrocana 2015 58 - Setor Agro pede
10 - ISA organiza congresso prorrogação de incentivo
de automação Sanidade tributário nos portos
11 - Bioenergia é tema de destaque 59 - CNA discute desigualdade
15 - Secretário da Agricultura 44 - Ferrugem alaranjada regional em infraestrutura
questiona preços do leilão de energia preocupa produtores de cana 60 - Alckmin volta a pedir
16 - Arnaldo Jardim recebe 47 - CCAS promove série fortalecimento do agronegócio
homenagem na abertura da feira de debates sobre doenças
18 - Oportunidade para profissionais nos canaviais
de Transporte e Logística Produção Animal
20 - Aplicativo vai agilizar
negócios no evento Tecnologia Industrial 62 - Ovinos, caprinos
24 - Programação Geral e pescados têm custos
da Fenasucro & Agrocana 2015 48 - Software aumenta de produção mapeados
a produtividade nas
Usinas de Cana-de-Açúcar
25 Cadeno CanaMix 50 - Planta Piloto vai produz
biogás a partir da vinhaça
Sojicultura
Mercado
66 - Custo de produção da soja sobe
na safra 2015/16
33 - São Martinho: Preços Marketing Canavieiro
do açúcar só devem se
recuperar a partir de 2016/17 52 - Empresários da
Tailândia adquirem
Eventos
equipamentos da Mecat
Produção 68 - Feacoop supera expectativas
de faturamento
70 - Expointer 2015 será
34 - Conab estima safra canavieira Opinião de 29 de agosto a 6 de setembro
em 655 milhões de toneladas
36 - Área cultivada na safra 2015/16 56 - José Jeronimo Reis,
é de 8,95 mil ha advogado: Ainda é possível
37 - Produção de açúcar deve acreditar no Brasil?
alcançar 37,28 milhões de toneladas

4
5
Capa
Divulgação

Fenasucro & Agrocana 2015


deve atrair 33 mil visitantes,

23ª edição da Feira deve


potenciais compradores, segundo
organizadores

movimentar R$ 2,8 bi
Da Redação

O
município de Sertãozinho, a 340 quilômetros da capital paulista, torna-se o cen-
tro das atenções do setor sucroenergético, de 25 a 28 de agosto, quando acon-
tece a 23ª edição da Fenasucro & Agrocana, no Centro de Eventos Zanini (CEZ).
Um dos eventos de grande referência em tecnologia e intercâmbio comercial para as
usinas e profissionais, do Brasil e de outros 50 países, a Fenasucro é focada em negó-
cios e cobre cinco grandes setores: agrícola, energia, indústria de base, processos e

6
Capa
Ale Carolo / alecarolo.com transporte e logística.
A empresa organizadora, Reed Exhibitions Al- Divulgação

cantara Machado, espera a presença de cerca de 33 mil


visitantes qualificados, potenciais compradores. A expec-
tativa de negócios é de aproximadamente R$ 2,8 bilhões,
crescimento de 27,2% em relação à edição passada. A
Fenasucro & Agrocana 2015 ocupa uma área total de 75
mil m², com exposição 100% setorizada. Nesta edição, se-
gundo os organizadores, há um aumento das áreas verdes
e praças de descanso para garantir mais conforto aos ex-
positores e visitantes.
A IV Conferência Datagro/Ceise Br abre oficial-
mente as atividades da 23ª edição da Fenasucro & Agroca-
na, dia 25 de agosto, das 11h às 18h, no Espaço de Con-
ferência do local. O tema central do evento vai discutir o
açúcar, o etanol e a energia no contexto do desenvolvimen-
to econômico. O primeiro painel do dia, sob o comando do
Artur Yabe Milanez, do BNDES,
presidente da Datagro, Plínio Mario Nastari, vai abordar as será um dos debatedores no
Plínio Nastari vai abordar as
painel sobre financiamentos
perspectivas do mercado mundial perspectivas do mercado mundial de açúcar e etanol para
para o setor sucroenergético
de açúcar e etanol para o ciclo
o ciclo 2015/16. A análise contará com a participação do internacional
2015/16 durante a IV Conferência
Datagro/Ceise Br presidente da STAB Brasil, José Paulo Stupiello.
O segundo painel será ministrado pelo diretor
Ale Carolo / alecarolo.com da Datagro, Guilherme Nastari, e vai apresentar uma avalia-
Divulgação
ção da safra canavieira 2015/16 no Brasil. O painel contará
com a participação do presidente da Canaoeste (Associa-
ção dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São
Paulo) e Orplana (Organização de Plantadores de Cana da
Região Centro-Sul do Brasil), Manoel Carlos de Azevedo Or-
tolan. Em julho, durante o 4ª Sugar & Ethanol Summit – Brazil
Day, realizado em Londres, UK, a Datagro já havia destaca-
do que a safra seria mais alcooleira.
No mês passado, a Datagro estimou que a
produção do biocombustível da cana na atual temporada
poderia alcançar 30,66 bilhões de litros em todo país, com
destaque para região Centro-Sul, com produção projetada
em 28,262 bilhões de litros. Uma das justificativas que leva-
ram os especialistas a apontarem para um ciclo favorável ao
etanol foi o excesso de chuvas no início da colheita da la-
voura, o que reduziu teor de açúcar da cana. Sendo assim, Ana Paula Malvestio participará
do painel sobre o potencial de
Guilherme Nastari vai o mix de produção no Centro-Sul poderá ser de 59,5% para expansão da cogeração de
apresentar uma avaliação o etanol, maior percentual desde a safra 2008/09. energia a partir da biomassa da
da safra canavieira cana-de-açúcar no Brasil
2015/16 no Brasil No terceiro painel da conferência, o tema cen-
tral vai discutir os financiamentos para o setor sucroener-

7
Revolucione sua produtividade.

Prosugar
Tecnologia inovadora criada para aperfeiçoar o processo
de clarificação do açúcar. Não remove apenas a cor, mas
garante também melhorias no desempenho industrial:

remove a cor de forma irreversível;


promove maior volume na produção de açúcar;
aumenta a eficiência energética;
age na redução da viscosidade das massas.

8
Potencialize seus resultados.

www.prosugar.com.br
9
Capa
gético internacional. O comando da mesa ficará por conta do chefe conta da crise do setor, as unidades ainda
do escritório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e sem cogeração ficam impedidas de elevar
Social (BNDES) na África, Paulo Roberto de Oliveira Araujo, com a ainda mais o seu endividamento, ou não
participação do gerente setorial do Departamento de Biocombustí- têm garantias suficientes a oferecer para
veis do BNDES, Artur Yabe Milanez, e do diretor do Banco Bradesco, conseguir novos financiamentos.
Antonio Chinellato Neto. De acordo com Plínio Nastari,
No quarto e último painel do dia, os participantes vão da Datagro, é necessário haver uma mudan-
discutir o potencial de expansão da cogeração de energia a partir ça na liberação de créditos. Como sugestão,
da biomassa da cana-de-açúcar no Brasil. O debate será coman- ele citou a possibilidade de criação de uma
dado pelo gerente do Departamento Comercial da Unidade de Ne- linha de financiamento de cogeração onde o
gócios de Turbinas da TGM, Marcelo Severi; o assistente técnico no próprio projeto ou o contrato de venda futura
Departamento de Projetos da Caldema, Leonardo Zanini Cherubim; da energia elétrica fosse a garantia do em-
a sócia-diretora da PricewaterhouseCoopers, Ana Paula Malvestio; e préstimo. Ele citou ainda os benefícios am-
o diretor executivo da APLA, Flávio Castelar. bientais da cogeração de energia a partir do
No Brasil, segundo a Datagro, apenas 127 usinas es- bagaço da cana, que tem zero de emissão
tão exportando energia elétrica para o sistema de um total de 354 de carbono, além de ser muito mais barata
em operação. Isso mostra que existe muito espaço para aumentar a do que a geração termoelétrica a partir de
participação do setor na matriz energética nacional. No entanto, por óleo diesel e carvão.

ISA organiza congresso


de automação

A
ISA (sigla em inglês para Sociedade Internacional de Automa- tação continuada, seja participando da cria-
ção) seção Sertãozinho, realiza o III Congresso de Automa- ção e padronização de novas tecnologias
ção e Inovação Tecnológica Sucroenergética, dias 25 e 26 de ou através do desenvolvimento de soluções
agosto, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho, SP. O evento, para os setores sucroenergético, agroin-
organizado em parceria com a Reed Exhibitions Alcantara Machado, dustrial, óleo & gás, mineração, infraestru-
acontece paralelamente à Fenasucro & Agrocana 2015. tura, entre outros.
O encontro deve reunir autoridades, analistas nas ativi- Além disso, o grupo inicia ain-
dades de tecnologia de automação e de informação, de inovação da um trabalho para facilitar a formalização
tecnológica e expoentes de setores afins para abordar os desafios de publicações especializadas e certifica-
desse segmento e o contexto econômico que o cerca. Além de pres- ções de profissionais, uma vez que a região
tigiar dezenas de profissionais que se associaram de forma pioneira a destaca-se por possuir recursos humanos,
essa seção, a empreitada busca novos desafios. tecnologia e capacidade fabril para gran-
Os organizadores pretendem dar um enfoque regional des demandas de projetos nacionais e in-
para os assuntos abordados internacionalmente, além de fortalecer a ternacionais, atendendo hoje, mais de 100
formação de suas carreiras através de encontros técnicos e capaci- países.

10
Bioenergia é tema
No Brasil, segundo a
Datagro, apenas 127 usinas
sucroenergéticas estão
exportando energia elétrica

de destaque
para o sistema de um total de
354 em operação

A
cogeração de energia limpa por meio do bagaço e da palha poluentes.
da cana-de-açúcar é um dos principais destaques da 23ª As limitações na oferta de
edição da Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho, SP. A bio- energia e o aumento no consumo nacional
energia gerada nos canaviais forma o tripé de equilíbrio do segmen- estão abrindo espaço para o uso de resí-
to sucroenergético, ao lado do açúcar e do etanol. Por conta disso, duos de culturas agrícolas e florestais para
o tema será destacado no V Seminário Ceise Br/Unica sobre Bioele- geração de energia. “Tratar de bioeletri-
tricidade (Bioenergy Conference 2015), que acontece no dia 26 de cidade dentro da Fenasucro & Agrocana,
agosto, a partir das 8h30, no Espaço de Conferências da Feira. de forma técnica, agrega ainda mais valor
O evento integra o calendário da Fenasucro & Agroca- aos produtos e serviços que as empresas
na pela primeira vez e este ano recebeu a chancela da Organização deste segmento estarão expondo durante
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unes- a feira. Mais do que conhecer e adquirir
co), que comemora em 2015 o Ano Internacional da Luz. O seminá- produtos ou serviços, é preciso entender
rio discutirá como o uso da biomassa para produção de energia está a importância de uma fonte energética ver-
mudando o panorama do agronegócio brasileiro, além de ser uma de, ou seja, ambientalmente sustentável
das alternativas para a escassez de energia gerada por hidrelétricas para o país”, afirma o presidente do Ceise
e outros combustíveis como o petróleo e o carvão, ambos altamente Br, Antonio Tonielo Filho.

11
Lançamento nos dias 21 e 22 de Setembro
na 15ª Conferência Internacional DATAGRO

12
Aqui as Maiores e Melhores Empresas
do Setor Sucroenergético

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13
Ale Carolo / alecarolo.com

pela cana-de-açúcar já ocupa a terceira


posição na matriz energética do Brasil.
“O Brasil tem um grande potencial de ex-
pansão para a biomassa. Tecnologias em
máquinas e equipamentos estão sendo im-
plantadas e evoluindo a cada ano”, afirma
o Coordenador do Bioenergy Conference,
Clóvis Rech.
De acordo com Zilmar de
Souza, responsável pela área de bioele-
tricidade da Unica (União da Indústria de
Cana-de-açúcar) o seminário permite um
elevado nível de discussão, importante
para uma troca eficiente de conhecimen-
tos. “Tenho certeza que esta edição será
uma ótima oportunidade para debatermos
o futuro da bioeletricidade com represen-
tantes dos governos federal e do estado
de São Paulo que estarão no evento, além
Ӄ preciso entender a dos grandes especialistas no tema bioele-
importância de uma fonte Segundo a Empresa de Pes-
energética verde, ou seja,
tricidade que também já confirmaram pre-
quisa Energética - EPE, do Ministério de
ambientalmente sustentável sença”, destaca Souza.
para o país”, afirma Antonio Minas e Energia, a oferta de energia reno-
Tonielo Filho
O gerente geral da Fenasucro
vável no Brasil crescerá entre 35% e 40%
& Agrocana, Paulo Montabone, reforça a
nos próximos anos. A eletricidade gerada
importância da bioenergia e o potencial do
setor em oferecer energia limpa proceden-
Arquivo

te do bagaço e da palha. “Atualmente, a


biomassa da cana representa 7% da ma-
triz energética brasileira, no entanto o setor
poderia elevar ainda mais essa participa-
ção. Hoje, por exemplo, temos uma Itaipu
e meia parada, que poderia gerar este tipo
de energia no país”, observa o gerente.
“A geração de bioenergia
é um forte viés para a retomada do setor
sucroenergético. Nosso segmento tem
plenas condições de fornecer energia lim-
pa e mais barata em larga escala, contri-
buindo como alternativa ao abastecimento
elétrico proveniente de fonte hídrica - hoje
em crise. Mas para isso necessita de um
Paulo Montabone: “Atualmente, a biomassa reconhecimento maior e de investimentos
da cana representa 7% da matriz energética
para se tornar uma realidade permanente
brasileira, no entanto o setor poderia elevar
ainda mais essa participação” e competitiva”, afirma Tonielo Filho.

14
Ale Carolo / alecarolo.com

Leilão vai colocar a

Secretário da Agricultura biomassa da cana


(foto) juntamente com
outras fontes de energia

questiona preços do leilão


alternativas, como a eólica,
com preço de R$ 148 por
megawatt-hora (MWh),
considerado muito baixo

de energia
O
secretário da Agricultura do Esta- leilão especifico”, disse. “A expectativa é
do de São Paulo, Arnaldo Jardim, que um estudo nesse sentido seja anuncia-
admitiu no começo de agosto que do durante a Fenasucro, no dia 26”. O even-
o governo paulista tem encontrado dificul- to ocorre em Sertãozinho, SP.
dades para realizar leilões de compra de O secretário paulista criticou o
energia elétrica gerada a partir da bio- leilão para a compra de energia elétrica de
massa. A ideia desses leilões foi lançada reserva de fontes renováveis marcado pelo
no começo de 2015 como uma forma de governo para o final de agosto. Segundo
incentivar principalmente as usinas de açú- ele, além de o leilão colocar a biomassa
car e etanol que produzem energia elétrica juntamente com outras fontes de energia
excedente a partir do bagaço e da palha alternativas, como a eólica, os preços de
de cana e que enfrentam dificuldades de referência, de R$ 148 por megawatt-hora
comercializá-la nos leilões federais por (MWh), são considerados muito baixos.
causa dos preços. “Nesses leilões, quem apresenta o menor
Segundo Jardim, o maior en- custo de geração acaba levando vanta-
trave encontrado é o fato de empresas gem. Mas isso não deveria ocorrer, porque
públicas que seriam demandadoras da a energia eólica, apesar de ser mais barata
energia negociada nos pregões já possuí- para gerar, tem um custo muito maior para
rem contratos de fornecimento com outras chegar ao mercado consumidor”, disse.
companhias. Entre elas, citou Jardim, estão “Esse preço do leilão de agosto não remu-
a Sabesp e o Metrô. “O secretário (de Ener- nera. Poucas usinas e empresas de gera-
gia, João Carlos) Meirelles tenta compatibili- ção a partir da biomassa vão apresentar as
zar esses contratos para termos uma massa propostas”, concluiu Jardim. (com Agên-
compradora que fundamente fazermos um cia Estado)

15
Capa

Arnaldo Jardim recebe


homenagem na abertura da feira

N
a cerimônia oficial de abertura da outros três importantes atores do segmento
23ª Fenasucro & Agrocana, dia 25 industrial sucroenergético: Vagner Stefanoni
de agosto, o atual vice-governador – Produção de Máquinas e Equipamentos;
do Estado de São Paulo, Mário França, que Carlos Ubiratan Garms – Produção de Açú-
acumula o cargo de secretário de Desenvol- car, Álcool e Geração de Energia; e Elizabeth
vimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Farina, Mulher Destaque do Setor.
Inovação, irá entregar uma homenagem ao O encontro entre o governo e
secretário de Agricultura e Abastecimento de empresários sobre APL, realizado dia 5 de
São Paulo, Arnaldo Jardim. Ambos estiveram julho, no Palácio dos Bandeirantes - sede do
reunidos no início de agosto, para discutir a governo estadual - foi organizado pelo Cen-
necessidade da implantação de um Arranjo tro Nacional das Indústrias do Setor Sucro-
Produtivo Local (APL) de Máquinas e Equi- energético e Biocombustíveis (Ceise Br). De
pamentos, da indústria de base e serviços acordo com o presidente da entidade, An-
do setor sucroenergético, em Sertãozinho, tonio Eduardo Tonielo Filho, “a indústria per-
SP. deu competitividade diante da crise que se
Na abertura da feira, Arnaldo arrasta pelo setor, somada ao atual cenário
Jardim será homenageado na qualidade de crítico da economia do país. Sem condições
Arnaldo Jardim receberá
Representação e Defesa do Setor. Na opor- de inovar, a concorrência internacional está
homenagem na qualidade tunidade, também serão homenageados avançando sobre o nosso mercado, com ga-
de Representação
e Defesa do Setor
Sucroenergético

16
Divulgação
rantias de financiamentos a preços baixos”, disse.
O vice governador paulista se mostrou aberto a tornar re-
alidade o projeto de implantação do APL de Máquinas e Equipamentos
que vem sendo trabalhado pelo Ceise Br em parceria com a prefeitura
de Sertãozinho e entidades parceiras ligadas ao setor. Sobre soluções
mais imediatas, França mencionou que “uma chance que vemos de
conseguir uma linha de financiamento é ‘pegar’ arranjos locais e re-
gionais pra identificar como são feitas operações para aquisição de
máquinas, para substituição da energia elétrica usual pela cogerada
através do processo produtivo da cana”, sugeriu.
Acompanhado pelo diretor da Zanini, Frederico Becker -
que representou os associados à entidade -, além do secretário de In-
dústria e Comércio de Sertãozinho, Carlos Roberto Liboni, o presidente
Tonielo Filho alertou para a necessidade de retomada do crescimento Leilão vai colocar a
em toda a cadeia produtiva sucroenergética. Para ele, se nada for feito biomassa da cana
(foto) juntamente com
para estimular a recuperação da indústria de base, as demandas futu- outras fontes de energia
ras das usinas serão comprometidas. A reunião em São Paulo também alternativas, como a eólica,
com preço de R$ 148 por
contou com a particição dos diretores Aparecido Luiz e Gilson Rodri- megawatt-hora (MWh),
gues, além do gerente executivo Sebastião Macedo. considerado muito baixo

17
Capa

Oportunidade para
profissionais de
Transporte e Logística
Arquivo
segmento de Transporte e Logística repre-
senta aproximadamente 30% do custo to-
tal da produção, de acordo com um estudo
publicado pela FEA/USP-Pensa.
Em 2012 cerca US$ 1,5 bilhão
foram investidos em ferrovias, terminais,
transbordos e armazéns. A Unica (União
da Indústria de Cana-de-Açúcar) estima
que até 2017 mais US$ 3,5 bilhões façam
parte do montante de investimentos em
instalações e reparos em dutos e hidrovias
para desenvolvimento da logística de dis-
tribuição e exportação do etanol. Além dis-
so, o Palácio do Planalto anunciou parceria
III Seminário de Transporte e Logística com o BNDES em um plano de conces-
ESALQ-LOG/PECEGE será dia 28 de agosto, sões, sendo que o segmento de logística
das 8h30 às 12h30
será um dos principais a receber investi-
mentos, com aportes de quase R$ 600 bi-
lhões em infraestrutura até 2019.

O
setor de transporte e logística ganha um espaço exclusi- Novas tecnologias em ex-
vo na Fenasucro & Agrocana 2015, para a exposição de posição - Para o gerente da Feira, Paulo
produtos e tecnologias voltadas para a redução de custos Montabone, o visitante que aguardar até a
e aperfeiçoamento do transporte da cadeia produtiva da cana-de- data do evento para fechar negócios en-
-açúcar. Além das áreas de exposições o evento contará com a reali- contrará muitas novidades e condições es-
zação do III Seminário de Transporte e Logística ESALQ-LOG/PECE- peciais. “Teremos entre nossos expositores
GE, organizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, todas as etapas para o transporte e logís-
a ESALQ/USP, dia 28 de agosto, das 8h30 às 12h30. tica desde veículos e equipamentos para
O seminário terá dois painéis que apresentarão as opor- armazenagens até softwares, hardwares e
tunidades e desafios da logística sucroenergética, ministrados pelos embalagens. Essa área da cadeia produti-
pesquisadores Thiago Guilherme Péra e Samuel da Silva Neto. Outro va tem recebido diversos incentivos e, por
tema de discussão será sobre gestão de custos e rentabilidade no isso, o empresário sente a necessidade de
setor sucroenergético, sob coordenação de Haroldo Torres e João investir cada vez mais em modernidade e
Henrique Rosa, também pesquisadores da universidade. Cada vez tecnologia e com isso reduzir ainda mais
mais importante para a cadeia produtiva do setor sucroenergético, o os custos”, disse.

18
19
Capa

Aplicativo
vai agilizar
negócios no
evento

A
Fenasucro & Agrocana lançou um O gerente acrescenta que as
aplicativo para otimizar as visitas funcionalidades do aplicativo vão além de
do público durante os quatro dias reunir as listas de expositores e informa-
do evento, que acontece de 25 a 28 de ções gerais sobre a feira, pois permite tam-
agosto, em Sertãozinho, SP. O APP aju- bém que o visitante tenha acesso à grade
dará o visitante a localizar o seu veículo de eventos de conteúdo, agende reuniões,
no estacionamento e também a encontrar marque seus produtos e expositores favori-
empresas expositoras, inclusive traçan- tos, entre outros. “Teremos mais de 90 ho-
do o caminho até elas dentro do pavilhão. ras de eventos de conteúdo com palestras,
Além disso, o visitante também poderá re- conferências e apresentações e o visitan-
alizar pesquisas por produtos de interesse, te pode, por meio do aplicativo, escolher
conferir atrações promovidas pelos expo- aqueles que mais se enquadram ao seu
sitores, ver a planta completa do evento perfil e adicionar um alarme para lembrá-
e acompanhar notícias. O aplicativo está -lo do horário de início. Ele também pode
disponível para download gratuito na Play agendar reuniões, adicionar seus produtos
Store para dispositivos Android e na Apple e expositores favoritos, além de muitas ou-
Store para sistema operacional iOS. tras funcionalidades.”
De acordo com Paulo Monta- Outra ferramenta disponível
bone, gerente geral da Fenasucro & Agro- para os visitantes compradores da feira é o
cana, o aplicativo foi desenvolvido para Planejador de Visitas. O sistema está dispo-
que o visitante consiga gerenciar e otimi- nível no site e permite que a visita seja pla-
zar o tempo da sua visita ao evento. “As nejada com antecedência pelos visitantes
pessoas estão cada vez mais conectadas que já realizaram o pré-credenciamento.
à rede e aos aplicativos de celular e, sendo Pelo serviço também é possível selecionar
o maior evento do mundo, não podíamos expositores ou produtos favoritos, indicar os
ignorar essa tendência. O aplicativo é mais eventos de conteúdo que deseja participar,
uma facilidade que o evento disponibiliza trocar mensagens com outros visitantes, en-
aos seus visitantes reunindo todas as infor- tre outros serviços. Para ter acesso é preciso
mações sobre a feira na palma da mão”, fazer um pré-cadastro no site da Fenasucro
comenta Montabone. & Agrocana (www.fenasucro.com.br).

20
21
22
23
Capa

Programação Geral da Fenasucro & Agrocana 2015

Dia 25 de Agosto Dia 27 de Agosto

11h00 às 18h00 - 4º Conferência Datagro/Ceise Bb 09h30 às 11h30 - Seminário Agroindustrial STAB


Local: Espaço Conferência Fenasucro Local: Espaço Conferência Feansucro

08h00 às 14h00 - Workshop Temático do Gerhai 08h00 às 12h30 - Reunião Gerhai


Local: Auditório do SENAI, em Sertãozinho Local: Espaço Conferência Fenasucro

08h00 às 13h00 - 3º Congresso de Automação de Ino- 08h30 às 13h00 - Reunião Agroindustrial Gegis
vação Tecnolológica Sucroenrgética 2015 Local: Auditório de Centro Empresarial Zanini
Local: Auditório do Centro Empresarial Zanini
14h00 às 18h00 - Seminário de Transporte e Logística
13h00 às 20h00 - Rodadas de Negócios de Projeto Bra- Local: Auditório do Centro Empresarial Zanini
zil Sugarcane Bionergy Solution
Local: Estande Institucional APLA e APEX BRASIL 13h00 às 20h00 - Rodadas de Negócio de Projeto Brazil
Sugarcane Bionergy Solution
Dia 26 de Agosto Local: Estande Institucional APLA e APEX BRASIL

08h00 às 12h30 - Seminário Agroindustrial STAB Dia 28 de agosto


Local: Espaço Conferência Feansucro
08h00 às 12h30 - Encontre de Produtores Canaoeste /
08h00 às 13h00 - 3º Congresso de Automação e Inova- Orplana
ção Tecnológica Sucroenergética 2015 Local: Espaço Conferência Fenasucro
Local: Auditório do Centro Empresarial Zanini
14h00 às 18h00 - Reunião do Grupo LIDE
14h00 às 18h00 - V Seminário de Bioeletricidade Ceise Local: Espaço Conferência Fenasucro
Br/Unica
Local: Espaço Conferência Feansucro 08h30 às 18h00 - Bio Energy Conference
Local: Auditório do Centro Empresarial Zanini
13h00 às 20h00 - Rodadas de Negócios do Projeto Bra-
zil Sugarcane Bioenergy Solution 13h00 às 20h00 - Rodadas de Negócios do Projeto Bra-
Local: Estande Institucional APLA e APEX BRASIL zil Sugarcane Bioenergy Solution
Local: Estande Institucional APLA e APEX BRASIL

A Fenasucro & Agrocana também integra às comemorações dos 40 anos do


Proálcool - Programa Nacional do Álcool. Com a implantação do Proálcool, a produção
brasileira de etanol saltou de 555 milhões de litros em 1975/76 para 28,6 bilhões de litros
na safra passada. Há 10 anos as vendas de automóveis com motores flex lideram nas
concessionárias. Aproximadamente 85% dos veículos já saem das fábricas com o sistema
que recebe os dois combustíveis.

24
Biosev

SAFRA 2015/16
Conab estima em 655 milhões de toneladas

Mercado Ferrugem alaranjada Biogás


Preços do açúcar Doença preocupa Vinhaça será
devem se recuperar produtores usada como
só em 2016 de cana matéria prima

25
E N T R E V I S T A / Ismael Perina Junior

Governo: incompetência
ou maldade?
O engenheiro agrônomo e presidente da Câmara Setorial
da Cadeia Produtiva de Açúcar e Álcool afirma que a
crise e o descaso do governo não afetou apenas o setor
sucroenergético, mas toda a sociedade

Da Redação
Ale Carolo / alecarolo.com

A
rgumentos é que não faltam a Ismael Perina Junior, um dos mais atuantes re-
presentantes do produtor canavieiro do Brasil, para atribuir ao atual governo a
maior fatia de responsabilidade pela crise que vive hoje o segmento de açúcar,
etanol e bioenergia. Equívocos de gestão, falta de competência técnica, fundamentos
ideológicos e até má intenção integram o rol de trapalhadas da equipe de governo que,
segundo Perina, precisa retomar as rédeas do País, com medidas duras, para assim
pleitear a conclusão do mandato presidencial.
Nos últimos meses, Ismael Perina tem participado de importantes eventos
do setor sucroenergético, sempre com um discurso crítico, mas equilibrado. Admite
que o segmento de açúcar e etanol tem sua parcela de responsabilidade, mas atribui a
maior fatia deste cenário negativo à falta de políticas eficientes. Não bastassem as fa-
lhas de gestão, segundo Perina por incompetência, a boa fé do governo é questionada.
O dirigente afirma que, por ideologia, o governo mirou ataque à figura do usineiro, mas
acertou a sociedade, a economia e o meio ambiente.
Em entrevista à revista Terra&Cia, Ismael Perina Junior fala sobre o atual
cenário do setor, enumera os erros do governo e aponta possíveis soluções. Quase
sem esperança de que a situação vai melhorar nesta safra, o dirigente espera que o
turbilhão que tem assolado o Planalto do Palácio, com fortes divergências políticas
entre Judiciário e Executivo, escândalos de corrupção apontados pela Lava Jato, além
da crise de popularidade da presidente Dilma Rousseff, possam ser suficientes para
alertar o governo de que é preciso começar a acertar.

Terra&Cia - Há uma luz no fim do túnel para o setor sucroenergético ainda


este ano?
Ismael Perina Junior - Para o setor ainda tá muito complicado. Falando
como produtor de cana, os últimos quatro meses foram de preços muito baixos e essa
condição não deve mudar nos próximos três meses. Estamos vivendo hoje a plena sa-

26
E N T R E V I S TA
fra. A oferta de etanol e açúcar está alta. A novas aparecendo. Não sei se podemos
indústria precisa vender para fazer caixa. esperar algo de lá. Precisamos aliviar a
Neste cenário, se nada for feito para so- pressão das vendas, mas isso é um as-
correr o setor, não acredito em recupera- sunto interno que cabe ao setor resolver.
ção dos preços pagos ao produtor nesta Talvez o governo pudesse colocar o preço
ou na próxima safra. E isso é muito sério, no mercado internacional, ou seja, subir
porque os custos de produção aumenta- um pouco a gasolina. Não sei se terá isso
ram bastante. Tivemos alta nos preços do nos próximos três meses. É mais um golpe
óleo diesel e dos insumos. Uma condição forte contra o governo que já está lesado.
insustentável. T&C - O governo tomou algu-
T&C - E se a produtividade mas medidas no começo de 2015. Como
aumentar este ano? Isso pode ajudar? você avalia?
Perina - Em relação à produ- Perina - Insuficientes. Um
tividade, creio que deverá ser melhor do dos instrumentos foi a volta da CIDE, mas
que no ano passado. Não sei se em todas infelizmente em um patamar baixo. Se
as regiões, mas uma boa parte vai sentir fosse em um nível adequado, a gasolina
melhorias. Ainda há falta de investimentos subiria de preço e ajudaria o etanol. Mas
nos canaviais, mas este ano o clima deu certamente o governo não gostaria de ar-
uma mãozinha com chuvas que avança- riscar essa medida impopular, porém, ne-
ram no início da safra, o que não é tão
comum. Mesmo assim, a remuneração vai
se manter baixa. Trabalhando com a hipó-
tese de que os preços serão semelhantes “O governo fez
aos do ano passado, acredito que o custo
de produção, considerando a produtivi- média de olho nas
dade que estamos tendo, deve ficar em
torno de R$ 75,00/ton. Já a remuneração
eleições e segurou o
da cana está abaixo dos R$ 70,00, pouco preço da gasolina”
acima dos R$ 60 e poucos. Então a defa-
sagem é grande.
T&C - De Brasília dá para es-
perar alguma coisa este ano? cessária. O certo é que o governo deixou
Perina - Não, do governo eu bem claro, há alguns anos, que o nosso
não acredito que venha nada, ainda mais setor deveria reduzir os custos. Uma sen-
no atual momento da economia. No pas- sação de abandono. O governo fez média
sado, o governo não deveria ter feito as de olho nas eleições e segurou o preço
“artes” que fez. Por exemplo, eliminou a da gasolina. É preciso entender que a ga-
CIDE (Contribuição sobre Intervenção no solina não tem componente inflacionado
Domínio Econômico cobrada sobre a im- como tem o óleo diesel. O barril do petró-
portação e a comercialização de petróleo leo em determinada ocasião foi a U$140 e
e seus derivados, gás e álcool etílico). a gasolina ficou mais cara. Mesmo assim,
Quem pagou a conta foi a população in- o governo comprou essa gasolina cara,
teira e nós do etanol. A situação está tur- assim como outros derivados, para ven-
bulenta em Brasília, com várias coisas der barato.

27
E N T R E V I S T A / Ismael Perina Junior
Ale Carolo / alecarolo.com
rubou arrecadações, sem contar as ques-
tões ambientais. Eles quiseram dar um tiro
na figura do usineiro, que hoje é composta
por empresários que comandam conglo-
merados avançados. Só posso dizer que
é uma burrice. Má intenção, com compo-
nente forte de maldade. O governo deixou
escapar, por exemplo, a oportunidade de
investir na geração de energia a partir da
cana. Essa incompetência do governo faz
com que o déficit de energia no Brasil, em
alguns períodos do ano, seja compensa-
do com a geração térmica a partir de óleo,
que é poluente e muito mais caro.
T&C - Você acredita no Brasil?
Perina - O Brasil é um país
rico, com muitas possibilidades. Temos
um poder de recuperação fantástico. Já
vivemos várias crises e saímos de todas
delas. Mas o governo precisa fazer sua
Perina: “Do governo eu não
acredito que venha nada,
T&C - No mercado de etanol, parte, por exemplo, reduzindo gastos,
ainda mais no atual momento da lavoura aos postos, quem ganha mais? promovendo um ajuste fiscal coerente e
da economia”
Perina - Boa pergunta. Nas modelos de gestão eficientes que con-
condições atuais, nota-se claramente que templem todos os brasileiros, entre outras
temos um excesso de produção e muita tantas medidas. O estado não sabe tocar
oferta derruba os preços. Por conta da nada. Faz parte da ideologia do partido.
necessidade de caixa, as usinas tem que Querem quebrar as empresas para vira
vender barato. O preço que sai da usina é tudo estatal. No nosso setor muitas em-
baixo e o que vai para a bomba nos pos- presas quebraram por não terem compe-
tos é caro. Tem pouca gente ganhando. tência, claro. Mas se o governo tivesse
O governo precisa verificar se pode ha- agido, seria bem diferente. Essas em-
ver algum cartel. O litro do etanol sai a R$ presas com dificuldades poderiam se re-
1,18 da usina e é vendido nos postos a cuperar e aprender a gerir os negócios.
R$ 1,99. Tem que ver quem está levando Das usinas que estão rodando hoje, pelo
a fatia maior. Tem margem aí no meio que menos 40% estão quebrando. E vai pio-
não é fácil entender. É muita coisa. rar, com as péssimas perspectivas para
T&C - Quais os reflexos desta o próximo ano. Com essa base ideológica
condição do setor para a sociedade? do governo, não há país que se susten-
Perina - Se o governo foi mal- te. Eu presido um sindicato e vejo o sofri-
doso e negligente com o setor, tem que mento. Pessoas honestas e trabalhadoras
entender que comprometeu também a que já não estão conseguindo pagar suas
economia de vários municípios produtores, contas. Se as coisas continuarem assim, o
gerou desemprego, fechou empresas, der- país vai ficar totalmente sem governo.

28
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Nutrição Animal / Opinião

O uso da cana-de-
açúcar na alimentação
de bovinos
Ale Carolo / alecarolo.com
*Paola Buzollo portância para promover um bom desem-
penho dos animais. De maneira contrária

O
Brasil não é apenas o maior pro- ao que ocorre com o valor nutritivo das
dutor mundial de cana. É também gramíneas tropicais, que diminui com o
líder global na produção de açú- avançar do estágio de maturação, a ca-
car e etanol oriundos dos canaviais. O na-de-açúcar apresenta melhora na sua
País conquista, cada vez mais, o merca- qualidade nutricional com o avanço da
do externo com o uso do biocombustível maturidade, com melhores concentrações
como alternativa energética, segundo o de açúcar e fibra.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas- A cana possui deficiências
tecimento (Mapa). Além disso, há no Bra- nutricionais devidas ao seu baixo conteú-
sil uma tradição no cultivo e na utilização do de proteína e minerais, além da redu-
desta gramínea como alimento volumoso zida qualidade ou digestibilidade da fibra,
para bovinos, particularmente no período que limitam o consumo de matéria seca.
seco do ano, que coincide com sua época No entanto, estes nutrientes são de fácil
de colheita. suplementação, não inviabilizando a uti-
A cana-de-açúcar é, sem lização desta forrageira. Um exemplo é a
dúvida, uma cultura com uma série de uti¬lização da cana suplementada com
características desejáveis como recurso ureia, uma fonte indireta de proteína para
forrageiro: possui alta produção por área, o ruminante, e sulfato de amônio. Se ainda
baixo custo por unidade de matéria seca suplementada corretamente com alguns
produzida, disponibilidade na época de tipos de farelos (arroz, soja, algodão, mi-
seca, boa aceitação dos animais quando lho ou sorgo), estimula-se o consumo, e os
devidamente suplementada e de baixo animais podem apresentar ganho de peso.
risco para o produtor. Porém, para o su- Um fator limitante para a uti-
cesso no uso deste forrageiro, algumas lização da cana in natura como forma de
questões devem ser consideradas pelo alimento é a demanda de mão de obra di-
produtor, como seu valor alimentar (e ne- ária para cortes, despalhamento, picagem
cessidade de suplementação do rebanho) e transporte, principalmente para uso em
e a mão de obra disponível para fazê-lo. larga escala. Neste sentido, existem algu-
A definição estratégica do mas opções, como a ensilagem ou adição
período de colheita de acordo com a épo- de aditivos, que possibilitam a conserva-
ca de maturação da cana é de suma im- ção deste material para fornecimento pos-

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31
Nutrição Animal / Opinião

terior aos animais, resultando em concen- apresenta alto grau de fermentação alco-
tração das atividades de corte e moagem ólica, o que acarreta na redução do valor
em apenas alguns dias da semana. nutritivo, elevadas perdas durante a esto-
Para contornar a necessida- cagem, redução no teor de carboidratos
de do corte diário, foi proposta a utilização solúveis e aumento relativo no teor de fibra
de compostos alcalinos como controlado- das silagens.
res da ação de micro-organismos no pro- Devido às perdas inerentes a
cesso de deterioração da cana-de-açúcar este processo de ensilagem, provenien-
após sua picagem, sendo o óxido de cál- tes da ação de leveduras, é constante a
cio o mais comumente utilizado, devido ao indicação do uso de aditivos para reduzir
seu baixo custo e à facilidade de manu- estas perdas. Os aditivos mais amplamen-
seio e aplicação. te utilizados para este fim são o Lactoba-
Além da conservação do ma- cillus buchneri (na concentração indicada
terial, o de óxido de cálcio também age no rótulo de cada produto) e o óxido de
na parede celular da planta, aumentando, cálcio, na concentração de 0,2% da ma-
teoricamente, a solubilidade da fração fi- téria verde, ou a combinação de ambos.
brosa e, consequentemente, a digestibili- O uso da cana-de-açúcar,
dade do produto. Porém, foi comprovado desde que contornadas as limitações
em pesquisas que, após a picagem, há nutricionais e com os ajustes pertinentes
consumo de carboidratos solúveis, inde- nas dietas, pode ser uma realidade para
pendente da dose de cal utilizada. Isto animais de alta performance, tanto para
ocorre devido à respiração celular após o produção de leite quanto para a produção
corte da planta e implica em perdas de de carne.
matéria seca. Caso haja o interesse de in-
Avaliando o desempenho dos troduzir a cana como recurso forrageiro,
animais, alguns autores defendem que há varias ponderações devem ser feitas pelo
sim efeitos benéficos sobre a digestibili- técnico, juntamente com o produtor, fa-
dade das frações fibrosas, mas também zendo o planejamento dos custos de cada
há redução no consumo de matéria seca, uma das opções. Às vezes o que funciona
devido à perda de carboidratos, podendo em uma propriedade, é motivo de prejuízo
resultar em queda de desempenho ou, em outra, portando é importante basear-
nos melhores casos, não se observa efei- -se em cálculos reais e específicos de
tos maléficos. Então, a adição de agentes cada propriedade, observando o que é
alcalinos proporciona apenas vantagens mais confortável e viável para o produtor
logísticas, caso existam. e o seu bolso.
Outra opção é a ensilagem
da cana-de-açúcar, que pode ser vanta- *Paola Buzollo é médica
josa quando há necessidade de liberação veterinária formada pela Universidade
de área, falta de mão de obra, alimenta- Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
ção de grandes rebanhos, ou outros mo- Filho” (Unesp), campus de Jaboticabal,
tivos, mas necessita de muita atenção SP. E-mail para contato: paolabuzollo@
das pessoas envolvidas. A cana ensilada gmail.com

32
Mercado

São Martinho: Preços do


açúcar só devem se recuperar
a partir de 2016/17
O
s preços do açúcar só devem mos- possam reagir”, disse. Segundo ele, esta perspectiva de que não
trar sinais de recuperação a partir haja reação no curto prazo foi um dos motivos para o grupo acelerar
da safra 2016/17, segundo o dire- as vendas antecipadas do produto nesta temporada.
tor financeiro e de Relações com Investi- Guidance - Na divulgação dos resultados do primeiro
dores do Grupo São Martinho, Felipe Vic- trimestre do ano safra 2015/16, o grupo manteve o mesmo guidance
chiato. Em teleconferência com analistas e divulgado em junho deste ano. A empresa pretende moer 19,5 mi-
investidores, ele disse que no curto prazo lhões de toneladas de cana-de-açúcar na temporada, o que repre-
não há perspectiva de alta por causa dos senta alta de 4,2% sobre 2014/15. A companhia projeta produzir 1,29
últimos anos de superprodução global. No milhão de toneladas de açúcar (+5,2%). De etanol anidro, deverão
entanto, o baixo investimento em renovação ser produzidos 423 milhões de litros (-3,4%). De etanol hidratado, a
de canaviais registrado no Brasil, principal projeção é de 304 milhões de litros (-13,7%).
produtor do mundo, pode vir a comprome- “O número que apresentamos em junho é muito próximo
ter a produção do País e, consequentemen- da realidade”, disse Vicchiato. Segundo o executivo, o volume de mo-
te, reduzir a oferta e sustentar os preços. agem no trimestre totalizou 7,4 milhões de toneladas, representando
“Nos últimos anos o investi- 38% do guidance de produção, apesar do elevado volume de chu-
mento em renovação de canaviais está vas no período, que prejudicou o volume de cana processada e a
bem baixo. Então, pode ser que no Brasil, quantidade de Açúcares Totais (ATR). “Ao longo da safra devemos
no ano que vem, haja um volume menor recuperar e chegar com uma produtividade melhor do que na safra
de cana-de-açúcar e, com isso, os preços passada”. (Agência Estado)

Divulgação

Usina do Grupo
São Martinho

33
Produção
Sifaeg

Conab estima safra


Conab estima que a
produção da atual safra do
País tenha um incremento

canavieira em 655 milhões


de 3,2% em relação ao
ciclo passado

de toneladas

O
Brasil deverá produzir 655,16 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra
2015/16. A estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é que
a produção do País tenha um incremento de 3,2% em relação à safra passada
(634,77 milhões de toneladas) e só não é maior em razão da leve redução de área plan-
tada no país e a produtividade nos canaviais de São Paulo, maior estado produtor, se
recuperam de um impacto hídrico da safra passada.
A produção de cana-de-açúcar no Centro-Sul está estimada em 593,96 mi-
lhões de toneladas, 3,2% maior que a produção da safra anterior. O crescimento só não é
mais acentuado porque haverá basicamente uma leve redução na área plantada (0,7%).
A produtividade terá uma recuperação de 4%. Já o Norte e Nordeste deverá ter um au-
mento de 3,1%, passando de 59,38 milhões de toneladas na safra 2014/15, para 61,2 mi-
lhões na safra 2015/16. No Brasil, a produtividade média estimada deve ter um aumento
de 3,8%, passando de 70.495 kg/ha para 73.163 kg/ha.

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35
Produção

Área cultivada na safra


2015/16 é de 8,95 mil ha

A
Wilson Dias/Agência Brasil
área cultivada no Brasil com cana- do 5,3% da área total do país. O Brasil
-de-açúcar na safra 2015/16 é de deve ter uma redução na área de apenas
8.954,8 mil hectares. São Paulo, 49,7 mil hectares na temporada 2015/16,
maior produtor, possui 51,8% (4.648,2 mil equivalendo a 0,6% em relação à safra
hectares), seguido por Goiás com 10,1% 2014/15.
(908 mil hectares), Minas Gerais com 8% O decréscimo foi reflexo do
(715,3 mil hectares), Mato Grosso do Sul comportamento da safra em três grandes
com 8% (713,7 mil hectares), Paraná com estados produtores: Minas Gerais com re-
6,8% (613,4 mil hectares), Alagoas com dução de 11,2% (90,2 mil hectares), São
4,2% (380,3 mil hectares), Pernambu- Paulo, com redução de 0,8% (37,5 mil
Diretor de Política Agrícola
co com 3,1% (273,4 mil hectares) e Mato hectares), Paraná com redução de 3,4%
e Informações da Conab,
João Marcelo Intini Grosso com 2,6% (230,3 mil hectares). (21,6 mil hectares) e Espírito Santo com re-
Estes oito estados são responsáveis por dução de 19,5% (13,5 mil hectares). Além
94,7% da produção nacional. destes, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraí-
De acordo com o diretor de ba, Alagoas e Rio Grande do Sul também
Política Agrícola e Informações da Conab, deverão ter decréscimo na área plantada.
João Marcelo Intini, os outros 14 estados Na Região Norte e Centro-Oeste, todos os
produtores possuem áreas menores, com estados produtores apresentam leve incre-
representações abaixo de 1,4%, totalizan- mento na área cultivada.
Arquivo

36
Produção

Produção de açúcar deve


alcançar 37,28 milhões
de toneladas
Arquivo

Para a safra 2015/16 a


expectativa é de aumento
de 4,8% na produção de

N
açúcar, chegando a 37,28
a safra 2014/15 a produção de açúcar chegou a 35,56 milhões de toneladas. Para milhões de toneladas
a safra 2015/16 a expectativa é de aumento de 4,8%, chegando a 37,28 milhões
de toneladas. Cerca de 71,6% do açúcar no país foi produzido na região Sudeste,
10,8% no Centro-Oeste, 9,5% no Nordeste, 8% no Sul e 0,1% na região Norte. O percentual
de açúcar total recuperável (ATR) destinado à produção de açúcar nesta safra para o país
está estimado em 44,1% do total.
A distribuição do mix indica que Amazonas, Alagoas e Pernambuco deverão
destinar a maior parte da sua produção de cana-de-açúcar e, consequentemente, do seu
ATR produzido, para a produção de açúcar. São Paulo, Paraná e Piauí deverão apresentar
equilíbrio na oferta de açúcar e etanol. Os demais deverão destinar a maior parte da cana-
-de-açúcar para a produção de etanol. O açúcar total recuperável (ATR) médio para a safra
atual está estimado em 134,7 kg/t de cana-de-açúcar.

37
Produção
Elza Fiúza / ABr

Etanol - A produção total do biocombustível da cana


consolidou-se em 28,66 bilhões de litros na safra 2014/15 e está esti-
mada em 28,52 bilhões de litros para safra 2015/16, uma redução de
139,69 milhões de litros, ou 0,5%. O etanol anidro, utilizado na mistura
com a gasolina, deve ter um aumento de 238,8 milhões de litros, pas-
sando de 11,73 para 11,97 bilhões de litros. Para o etanol hidratado,
utilizado nos veículos flex fuel, a expectativa é de redução de 2,2%,
quando comparado com a produção da safra anterior, o que equivale
a menos 378,49 milhões de litros.
Rondônia, Tocantins, Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande
do Sul devem destinar seu ATR total à produção de etanol. Destes,
Rondônia, Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul produzirão ape-
nas etanol hidratado. Nesta safra, 55,9% da produção de ATR deverá
ser destinado à produção de etanol. A produção de etanol continua
concentrada na Região Sudeste, com 57,4% do total produzido no
país, seguido pelo Centro-Oeste (28,8%), Nordeste (7,2%), Sul (5,8%)
e Norte (0,9%).
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avalia
que o etanol deve se tornar mais competitivo em relação à gasolina.
Segundo o coordenador-geral de Cana de Açúcar e Agroenergia da
instituição, Cid Caldas, hoje a produção de cana está próxima de 280
milhões de toneladas, ou seja, 45% do total. “Temos produção de 12
Cid Caldas: “Os
bilhões de litros de etanol, 13 milhões de toneladas de açúcar. Está principais estados que
excelente, dentro da normalidade”, afirmou. promoveram redução de
ICMS têm se beneficiado
Segundo Caldas, 2015 deve ser mais “tranquilo” que os com o aumento do
anteriores em termos de preço porque em São Paulo e Minas Gerais consumo de etanol”

o etanol ficou mais competitivo. Nessas duas regiões deve haver um


incremento de 1,5 bilhão de litros na produção frente à safra passada.
Ele também disse que estados produtores têm reduzido o ICMS sobre
o etanol. “Os principais estados que promoveram redução de ICMS têm
se beneficiado com o aumento do consumo de etanol”, observou.

38
39
Produção

Santa Vitória Açúcar e


Álcool (SVAA), no Pontal
do Triângulo Mineiro, tem
capacidade para processar
2,7 milhões de toneladas de
Santa Vitória Açúcar e Álcool
cana-de-açúcar
inicia produção de etanol

A
usina Santa Vitória Açúcar e Álcool (SVAA), localizada na cidade de mesmo nome,
no Pontal do Triângulo Mineiro, iniciou este mês a a operação e comercialização
de etanol. Fruto da Joint venture entre a The Dow Chemical Company e a Mitsui
& Co. Ltd., a planta tem capacidade de processamento de 2,7 milhões de toneladas de
cana-de-açúcar. O polo alcoolquímico produzirá até 240 milhões de litros de etanol hidra-
tado combustível por safra.
O complexo de SVAA conta com mais de 36 mil hectares de cana e foi proje-
tado com o alto padrão de segurança adotado pela indústria química. A usina conta ain-
da com tecnologia de ponta, sendo a mais moderna e automatizada unidade de produ-
ção de etanol. Desta forma, quase todas as operações são feitas por meio do Centro de
Operações Industriais (COI), colaborando com a segurança, eficiência e produtividade
da planta. O complexo foi concebido e construído de forma modular e com infraestrutura
apropriada, permitindo eventual ampliação e instalação de unidades álcool-químicas.
“A usina de Santa Viória é responsável pela geração de mais de dois mil
empregos, entre diretos e indiretos. Esta operação reforça o compromisso da Dow de in-
vestir no crescimento do Brasil e em setores de grande inovação e de alto valor por meio
de parcerias estratégicas”, afirma Pedro Suarez, presidente da Dow na América Latina.
Atualmente, a SVAA possui um quadro de mais de 1.000 colaboradores di-
retos, que atuam nas áreas Agrícola, Industrial e Administrativa da empresa. No período
de safra, esse número chega a mais de 1.600, sendo que 80% da mão-de-obra é prove-
niente da região. Para Luis Cirihal, diretor de negócios para alternativas renováveis para
América Latina da Dow, “a joint venture é prova do compromisso global da empresa de
investir no desenvolvimento de matérias primas de fontes renováveis, expandindo assim
o leque de matérias primas sustentáveis”.
Cogeração - A usina Santa Vitória Açúcar e Álcool e a empresa Energias
Renováveis do Brasil (ERB) assinaram um contrato para cogeração de energia e vapor
para a usina a partir de biomassa de bagaço de cana. A planta de cogeração poderá ge-

40
41
Produção
Divulgação

Parque de
fermentação da rar 38 MW de energia e 250 toneladas de Para otimizar o uso e preservar os recursos
planta
vapor por hora, consumindo aproximada- naturais, toda água destinada ao abaste-
mente 102 toneladas de bagaço de cana cimento do Parque Industrial é tratada e
por hora. Esta capacidade supre 100% da reutilizada para a fertirrigação no campo.
demanda de energia da usina e o exce- A usina conta ainda com o
dente produzido será distribuído pela rede Programa de Reflorestamento, que já plan-
elétrica. tou, até maio de 2015, mais de um milhão
Além de consumir energia de de mudas de árvores nativas na região de
fonte renovável, na SVAA todos os proce- Santa Vitória e que até 2019 irá plantar ao
dimentos para a implantação dos cana- todo 2 milhões de mudas. Instalou, ainda,
viais são realizados de forma sustentável em sua área operacional, um viveiro de mu-
e alinhados às exigências legais ambien- das nativas da região para fomentar tanto
tais. A colheita é 100% mecanizada e não a proliferação de espécies de cana mais
há queima do canavial, contribuindo para saudáveis quanto o reflorestamento local.
a qualidade do ar ao reduzir as emissões O ambiente conta com capacidade para
de gases do efeito estufa na atmosfera. produção média de 500 mil mudas/ano.

42
43
Sanidade

Ferrugem alaranjada
preocupa produtores
de cana
Divulgação

A ferrugem alaranjada

U
(Puccinia kuehnii) é uma
doença causada por um ma doença relativamente nova no Brasil, identificada pela primeira vez no final de
fungo que provoca lesões
2009 em canaviais da região paulista de Araraquara, a ferrugem alaranjada tem
foliares, as chamadas
pústulas, onde são tirado o sono dos produtores de cana, principalmente nos estados de São Paulo,
produzidos os esporos que
Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás. Nesses cinco estados, a incidência
funcionam como sementes
para sua propagação da doença pode chegar hoje a 15% da área cultivada, o equivalente a 1,3 milhão de
hectares. A doença pode causar perdas de 30% a 50% na TCH e de 15% a 20% no teor
de sacarose dos colmos.
A ferrugem alaranjada (Puccinia kuehnii) é uma doença causada por um fun-
go que provoca lesões foliares, as chamadas pústulas, onde são produzidos os esporos
que funcionam como sementes para sua propagação. Após infectada, a região lesionada
libera uma grande quantidade de esporos no ar, o que contamina outras plantas daquele
mesmo talhão ou de outras áreas. O vento é a principal forma de disseminação.
Atualmente, segundo o diretor financeiro do CCAS (Conselho Científico Para

44
45
Sanidade

Agricultura Sustentável), José Otávio Men- dutor visualize que pode controlar a ferru-
ten, o avanço da doença é controlado atra- gem alaranjada sem aumentar seus custos
vés do uso de variedades resistentes. Além de produção e sem causar impactos signifi-
disso, segundo ele, há dezenas de medi- cativos ao ambiente, simplesmente optando
das preventivas que podem ser usadas pelo plantio de uma variedade resistente.”
simultaneamente ou em sequência, para Em algumas áreas, onde o cli-
frear os danos, que podem ser incluídas ma não favorece a sua ocorrência, pode-
em métodos genéticos, biológicos, cultu- -se optar pelo plantio de variedades com
rais, físicos e químicos. Nos casos mais reação intermediária. Entretanto, mesmo
graves, no entanto, há a necessidade do nessas regiões, podem ocorrer anos favo-
uso de controle químico, com fungicidas ráveis à ferrugem alaranjada e, nesses ca-
eficientes. sos, as variedades intermediárias poderão
Segundo Menten, para o con- apresentar maiores níveis da doença. “Por-
trole químico, o mercado conta hoje com tanto, para maior segurança, os produtores
cinco produtos, que utilizam como ingre- devem sempre priorizar o plantio de varie-
dientes ativos a mistura de uma estrobi- dades resistentes”, afirma Chapola.
lurina e um triazol. As empresas que dis- Para ele, é inevitável que
ponibilizam fungicidas para o manejo da cada vez mais o produtor opte por deixar
ferrugem alaranjada da cana no Brasil são de cultivar variedades suscetíveis à fer-
Alta/FMC (Evos), Basf (Opera), Bayer (Na- rugem alaranjada devido às reduções de
tivo), DuPont (Approach) e Syngenta (Prori produtividade causadas pelo problema.
Xtra). Outros produtos estão sendo avalia- “Estudos realizados em outros países mos-
dos, envolvendo diferentes grupos quími- tram que esta doença pode provocar, em
cos, como as carboxamidas. variedades suscetíveis, quedas de mais de
A melhor maneira de controlar 50% na produtividade.” E não há nenhum
a incidência desta doença é por meio do impedimento para a adesão do produtor a
plantio de variedades resistentes. É o que materiais varietais resistentes a doenças,
defende Roberto Chapola, pesquisador inclusive do ponto de vista de riqueza e
do Programa de Melhoramento Genético produtividade.
de Cana-de-açúcar (PMGCA) da UFSCar “É que uma variedade resis-
(Universidade Federal de São Carlos), o tente tem potencial de produtividade su-
qual compõe a RIDESA (Rede Interuniver- perior à suscetível, pois o patógeno não
sitária para o Desenvolvimento do Setor consegue causar infecção na variedade
Sucroenergético). “Este é considerado o resistente e, dessa forma, não há doença
método ideal para controlar a ferrugem ala- e suas consequentes quedas de produti-
ranjada, por ser aplicável em áreas exten- vidade.” O PMGCA/UFSCar/RIDESA tem
sas e por não causar impactos ambientais obtido, com sucesso, novos materiais que
significativos”, conta. aliam alta produtividade com resistência
Para Chapola, muitos produto- à ferrugem alaranjada e outras doenças
res já têm o conhecimento de que as do- importantes. As quatro novas varieda-
enças em cana-de-açúcar são controladas, des do PMGCA/UFSCar, a RB975952, a
principalmente, por meio de variedades re- RB985476, a RB975201 e a RB975242, são
sistentes. “O mais importante é que o pro- exemplos disso.

46
Sanidade

CCAS promove série de


debates sobre doenças
nos canaviais
O
CCAS (Conselho Científico Para Agricultura Sustentável) participa de uma série Divulgação
de encontros, de agosto a novembro de 2015, para divulgação das principais
tecnologias para a cana-de-açúcar, promovida pelo CTC - Centro de Tecnologia
Canavieira, chamada de CTC Fornecedores. O objetivo é apresentar as novas tecnolo-
gias disponíveis para alavancar o setor sucroenergético. O primeiro encontro foi no dia 7
de agosto, em Ribeirão Preto, SP, onde foi abordado o controle químico da ferrugem na
cana.
Os próximos encontros serão nos dias 04/09 (Araçatuba, SP), 18/09 (Dou-
rados, MS), 09/10 (Piracicaba, SP), 23/10 (Uberaba, MG) e 27/11 (Quirinópolis, GO). De
acordo com o diretor financeiro do CCAS, José Otávio Menten, também professor asso-
ciado da ESALQ/USP, a produtividade de um cultivo agrícola depende de muitos fatores,
tais como variedade, solo, clima, irrigação, técnicas de cultivo, adubação, manejo de
pragas, entre outros.
“As pragas são fatores limitantes do rendimento, impedindo que a planta
expresse todo o seu potencial genético. Na maioria das culturas o controle químico é um
dos mais utilizados por sua eficiência e praticidade. Entre os cultivos de maior importân-
cia no Brasil, a cana-de-açúcar, sem dúvida, é uma que possui destaque e, por incrível
que pareça, é uma exceção: os fungicidas são muito pouco utilizados em tais culturas.
José Otávio Menten leciona
Por isso, é importante abordarmos temas como este para que haja a divulgação e incen- palestra técnica em série de
tivo do uso dessa forma de defesa e controle”, destaca Menten. encontros do CTC - Centro
de Tecnologia Canavieira
O diretor comercial do CTC, Luis Gustavo Dollevedo, ressalta a importância
desta parceria em eventos como esse: “Fornecedores de cana sempre foram um público
de extrema importância para o CTC e queremos reforçar esse relacionamento mostrando
a eles que é possível se sobressair em produtividade quando se investe em tecnologia e
conhecimento da academia é fundamental nesse processo”.
O CCAS é uma organização da Sociedade Civil criada em abril de 2011,
em São Paulo, SP, com o objetivo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da
agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto. Como entidade privada,
de natureza associativa, sem fins econômicos, o CCAS tem suas ações pautadas na im-
parcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.
Já o CTC atua há mais de 40 anos no desenvolvimento e comercialização de
tecnologias inovadoras para o setor canavieiro. As pesquisas abrangem os elos da cadeia
produtiva de cana-de-açúcar, álcool, açúcar e bioenergia, permitindo agregar valor às di-
versas etapas do processo e contribuindo com a evolução sustentável do setor.

47
Tecnologia Industrial

Software aumenta a produtividade


nas Usinas de cana-de-açúcar
Arquivo

Marcela Servano tem como principal objetivo garantir a efetiva-


ção do planejamento avançado.

O
s avanços tecnológicos mudaram total- O diretor técnico da União da In-
mente a forma de trabalho nas últimas dústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio
décadas. Diversos setores passaram de Padua Rodrigues, elogiou o esforço e inves-
por transformações tecnológicas e modifica- timentos em tecnologias da empresa. “O setor
ram a sua forma de trabalho. O setor canaviei- sempre apoiará empresas que fornecem suas
ro foi um dos que mais ganhou investimentos tecnologias em benefícios do setor. As usinas
neste campo. Foram criados inúmeros centros devem sempre recorrer à tecnologia para me-
de pesquisas em universidades e laboratórios, lhorar seu funcionamento, ainda mais agora,
além de empresas especializadas no desenvol- nesse período de retomada em que todos es-
vimento de tecnologia para área, uma delas foi peram resultados eficientes e que aumentem a
a Pentagro, que criou o software BdME-PGDI. produtividade”, salientou Padua.

Antonio de Padua Rodrigues, O nome BdME-PGDI veem de Uma das empresas do setor ca-
diretor técnico da União da Indústria Balanço de Massa e Energia, que permite ao navieiro que utiliza o BdME-PGDI é a Usina
de Cana-de-Açúcar (UNICA)
empresário prever (com margem de erro menor Santa Cruz, em Américo Brasiliense, interior de
do que 0,1% ) quais os volumes produzidos de São Paulo. “Estamos com a Pentagro desde
açúcar, etanol e energia elétrica, baseado em 2009 e a nossa relação é cada vez mais profí-
Arquivo
parâmetros como especificação da matéria-pri- cua, a Pentagro tem sistematicamente nos aju-
ma e configurações dos equipamentos. Segun- dado a obter ganhos de desempenho em nossa
do o diretor executivo da empresa, André Lins, usina”. Declarou o gerente industrial da Usina
o grande diferencial é a plataforma de modela- Santa Cruz, José Henrique.
gem e simulação de usinas de cana-de-açúcar.
Esta tecnologia é única e pertencente 100% a Desenvolvimento do BdME
Pentagro, algo que permite a empresa oferecer O BdME começou a ser desenvol-
um portfolio de alto nível para seus clientes. vido em meados de 2005 dentro do Centro de
A tecnologia da Pentagro traba- Tecnologia Canavieira (CTC) após uma reunião da
lha em três níveis diferentes: estratégico, tático Pentagro com os pesquisadores. A primeira ver-
e operacional. O plano estratégico responde as são embrionária foi criada em 2011. Lins ressalta a
seguintes questões: o que, quanto e quando missão da empresa “o objetivo da Pentagro é pro-
produzir cada um dos produtos de uma usina ver, por meio de suas tecnologias e serviços, ga-
“Nós estamos apostando
de modo que possibilite ela ter a máxima renta- nhos de rentabilidade em usinas de cana-de-açú-
na tecnologia da Pentagro
para obtenção de ganhos bilidade no negócio. O tático, o objetivo é rea- car, sejam elas apoiando as equipes, comercial,
de desempenho em nossas
lizar um planejamento avançado da produção, planejamento ou controle da produção (PCP), bem
unidades produtivas.
Inicialmente, começamos pela onde prioriza a comercialização dada a matéria como aos gestores industriais. Sempre buscamos
unidade Meridiano, mas temos
prima (cana) recebida, sempre buscando o má- ter uma parceria muito forte com nossos clientes.
a expectativa de expandir essa
tecnologia para todas ximo de eficiência possível para uma determi- Valorizamos demais este relacionamento. Sem isto
as outras unidades”
nada planta industrial. Já o operacional possui não conseguiríamos chegar onde estamos”.
Luíz Fabiano Azevedo, Diretor
Industrial na NOBLE AGRI uma plataforma de gestão de desempenho, que www.pentagro.com.br

48
49
Tecnologia Industrial
Divulgação

Com alto valor energético


devido à composição rica
em matéria orgânica, o
resíduo é tema de estudo Planta Piloto vai
produzir biogás a partir
de uma Planta Piloto a ser
implementada em 2016 em
Campinas, SP

da vinhaça
O
bter reaproveitamento energético da vinhaça, principal resíduo gerado na pro-
dução de etanol e açúcar, tem sido um dos assuntos de maior interesse da
indústria sucroalcooleira na última década. Com alto valor energético devido
à composição rica em matéria orgânica, o resíduo é tema de estudo de uma Plan-
ta Piloto a ser implementada em 2016 em Campinas, SP. A pesquisa é resultado de
uma parceria tecnológica entre a Petrobras e a Ergostech Renewable Energy Solution,
e será apresentada ao mercado por sua patrocinadora, a GasBrasiliano, durante a
Fenasucro&Agrocana 2015.
A avaliação das tecnologias de biorreatores disponíveis no mercado na-
cional e mundial, o levantamento de valores de investimento e operação para a implan-
tação da tecnologia em usinas de etanol e a verificação dos custos de purificação de
biogás para geração de biometano para inserção na rede de gás natural fazem parte
do escopo do projeto.

50
Tecnologia Industrial
Incentivos governamentais ch Renewable Energy Solution.
também reforçam o desenvolvimento da Perante tal cenário, os pes-
pesquisa frente a um mercado que se tor- quisadores têm buscado identificar as
nou ainda mais promissor com a definição melhores tecnologias de biodigestão que
de duas novas medidas para o setor ener- se aplicam ao aproveitamento da vinha-
gético: o Programa Paulista de Biogás em ça, ou seu coprocessamento com outros
São Paulo (Decreto Nº 58.659, de 4 de de- resíduos disponíveis na usina - como pa-
zembro de 2012), que prevê a obrigatorie- lha, bagaço, tortas de filtro - que podem
dade de injeção de um percentual mínimo aportar nutrientes e macro elementos para
de biometano no gás natural comerciali- maximizar o processo. Outro desafio a ser
zado no estado de São Paulo; e a Reso- superado é relativo ao processo de pu-
lução - ANP 08/2015, que regulamenta a rificação do biogás, que pode conter al-
especificação do biometano que pode ser tos teores de gás sulfídrico e que causa
injetado na rede de distribuição de gás impacto na corrosão de equipamentos.
natural canalizado para comercialização. O processo de purificação também deve
Segundo o diretor-presidente garantir a composição físico-química do
da GasBrasiliano, Walter Fernando Piazza biometano que será injetado na rede de
Júnior, o objetivo da empresa é se apre- distribuição da GasBrasiliano.
sentar na Fenasucro como parceira tec- “O domínio dos processos de
nológica das usinas e como compradora geração e purificação de biogás permiti-
do biometano. “Nos próximos anos, espe- rá a valoração de resíduos com geração
ramos introduzir energia verde renovável de produtos de alto valor agregado para
nos sistemas de distribuição da GasBra- o mercado de gás natural. Além disto,
siliano e alavancar os investimentos em outros subprodutos poderão ser gera-
redes de gás natural canalizado. Como a dos e disponibilizarão os macronutrientes
área de concessão é privilegiada em rela- (vinhaça tratada e biofertilizante - NPK)
ção à quantidade de usinas, os interesses para fertirrigação da cultura de cana-de-
são convergentes e estamos nos aproxi- -açúcar”, completa a Química de Petróleo
mando do setor”, afirma. Ana Paula Torres, que atua na gerência de
Liderado por uma equipe Biotecnologia do Centro de Pesquisa da
multidisciplinar com ampla experiência Petrobras (Cenpes).
em pesquisas que envolvem energias GasBrasiliano – A conces-
renováveis, o projeto tem entre seus prin- sionária de distribuição de gás natural na
cipais desafios identificar variações na região Noroeste do Estado de São Pau-
composição da vinhaça assim como os lo está presente com sua rede de distri-
principais contaminantes presentes na buição em 30 municípios e atende ainda
matéria-prima. “A vinhaça possui variação outros cinco com gás natural comprimi-
de carga orgânica, teor de nutrientes e do (GNC). Entre os principais municípios
nitrogênio. Estes elementos são desafios atendidos estão Araçatuba, Araraquara,
tecnológicos, pois impactam diretamente Bauru, Marília, Ribeirão Preto e São Car-
na conversão em biogás, e, consequen- los, somando mais de 15 mil clientes que
temente, no rendimento da produção”, ex- consomem em média 870 mil m³ de gás
plica a gerente geral Luciana Yumi Watari, natural por dia por uma rede de distribui-
responsável pelo projeto junto à Ergoste- ção com mais de 900 km de extensão.

51
Marketing Canavieiro

Empresários da
Tailândia adquirem
equipamentos da Mecat
Divulgação
dústria de Alimento e Agroindústria. O pre-
sidente e fundador Attilio Turchetti recebeu
o Prêmio FINEP de Inovação Tecnológica
(etapa nacional) promovido pelo Ministério
de Ciência e Tecnologia, e é membro da
mesa diretora do SPRI (Sugar Processing
Research Institute) de New Orleans, Loui-
siana, USA.
Para Attilio Turchetti, o acordo
firmado com Sayan Chettakul, fundador e
general manager da Wellman, é importante
devido aos dias que o Brasil vive no mo-
Presidente da Mecat, Attilio Turchetti (óculos
mento de crise na indústria de fabricação
escuros), ao lado dos empresários Sayan
Chettakul, Sarah Chettakul e Prakob Kanuwattana de açúcar e etanol e conseguinte reflexo
na fabricação de equipamentos. “Este
A Mecat, líder na tecnologia e na fabricação de máqui- evento evidencia que a única saída da cri-
nas e equipamentos para a separação de microsólidos insolúveis se é exclusivamente através da geração
em um líquido nos setores de etanol, açúcar, suco cítrico e outros, de tecnologias inovadoras e ao continuo
fechou um acordo técnico, industrial e comercial com a companhia desenvolvimento de equipamentos com
Wellman CO. LTD. de Bangkok na Tailândia. O interesse deste rela- elevado agregado tecnológico”, afirma.
cionamento de negócios se iniciou depois da edição 2014 da Fena- É com esta filosofia que, a
sucro - Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética. Mecat, em continuo diálogo com seus
A Fenasucro é uma das mais importantes feiras mun- clientes, os maiores grupos multinacionais
diais no setor industrial do açúcar e etanol onde a Mecat, há dez agroindustriais do mundo, tem acompa-
anos, participa como expositor, para impulsionar sobretudo o mer- nhado as exigências do mercado e reali-
cado externo. O presidente e fundador da empresa, Attilio Turchetti, zado de forma continua inovações tecnoló-
definiu um acordo que prevê vendas de equipamentos junto com a gicas utilizando-se das próprias unidades
transferência de tecnologia. “O objeto do acordo são equipamentos de pesquisa de campo e do próprio labo-
com elevado agregado técnico e tecnológico, onde a Wellman repre- ratório de física, conquistando, desta for-
sentará a Mecat na Tailândia e executará parte dos equipamentos, ma, uma liderança mundial na fabricação
fazendo a montagem das plataformas, as conexões e a automação, de equipamentos para as indústrias de fa-
com transferência de tecnologia Mecat”. bricação de açúcar, etanol e suco cítrico,
Fundada há mais de 30 anos, a Mecat teve como obje- com grande impacto no mercado nacional
tivo a fabricação de equipamentos e máquinas industriais para a In- e internacional.

52
53
Eventos
Arquivo

Edição de 2014 reuniu 650

Datagro realiza 15ª Conferência


participantes de 33 países

Internacional em São Paulo

A
15ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol acontece dias 21 e
22 de setembro no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, SP. O evento técnico oficial
do Sugar and Ethanol Dinner São Paulo reunirá os principais líderes e represen-
tantes de toda cadeia do setor sucroenergético internacional para discutir questões de
mercado e de estratégia setorial. O foco continuará sendo o de valorizar conteúdo de
qualidade, disseminar conhecimento e novas tecnologias, além de estimular networking
entre os participantes.
Na última edição do evento, realizada em outubro de 2014, a Conferência
Internacional contou com a presença de mais de 650 participantes de 33 países, 49 pa-
lestrantes e mais de 70 empresas apoiadoras, que juntas debateram em dois dias formas
de superar os desafios e aproveitar as oportunidades dos mercados brasileiro e interna-
cional. Informações sobre palestrantes, investimento e inscrições podem ser obtidas no
site datagro.com.br. Confira tabela com a programação.

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PROGRAMAÇÃO DATAGRO 15ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL EM SÃO PAULO

Dia 21/09 18h30 às 20h30 - Cocktail 13h10 às 14h45 - ALMOÇO


- 14h às 14h30 - ABERTURA OFICIAL
Arnaldo Jardim, Secretário de Estado Dia 22/09 PAINEL 7 - O MERCADO MUNDIAL DE
da Agricultura e do Abastecimento, - 8h às 9h - RECEPÇÃO AÇÚCAR
Governo do Estado de São Paulo, São - 9h às 9h40 14h45 às 15h45
Paulo, Brasil Palestrante: David Spickle, gerente de Palestrante: Jacques Gillaux, chefe sê-
Katia Abreu, Ministra da Agricultura, pe- risco da Midwest AgEnergy Group, EUA nior da Plataforma de Açúcar da Louis
cuária e Abastecimento, Brasília, Brasil Palestrante: Joseph Harroun, corretor da Dreyfus Commodities, Suiça
(Convidada) Advance Trading Inc., Bloomington, EUA Palestrante: Jamal Al-Ghurair, presiden-
Palestrante: Martinho Ono, CEO da SCA te da AKS Sugar Ltd, Dubai (convidado)
- 14h30 às 15h15 - KEYNOTE SPEECH Corretora S/A, São Paulo, SP Palestrante: Jonathan Drake, diretor da
Tema: Balanço Oferta-Demanda de acú- Moderador: Helder Gosling, diretor da RCMA Sugar Zandaam, Amsterdam,
car no mercado mundial: principais fato- São Martinho S/A, São Paulo, SP (Con- HOL (convidado)
res de influencia; Palestrante: José Ori- vidado) Moderador: Luiz Silvestre, Sucden, São
ve, Diretor Executivo, ISO – International Paulo, SP
Sugar Organization, Londres PAINEL 5 - COMPETITIVIDADE DO
ETANOL COM A GASOLINA PAINEL 8 - FINANÇAS E SERVIÇOS
PAINEL 1 - BRASIL: PERSPECTIVAS E 10h às 11h20 15h45 às 16h45
DESAFIOS Palestrante: Fabio Venturelli, presidente Tema: Financiamentos para investimen-
15h15 às 16h15 da São Martinho S/A, São Paulo, SP to, produção agricola e inovação
Tema: A safra 15/16 no Brasil e perspec- Palestrante: Jacyr Costa Filho, diretor da Palestrante: Carlos Eduardo Cavalcanti,
tivas para o futuro Tereos S/A, São Paulo, SP chefe do departamento de biocombusti-
Palestrante: Guilherme Nastari, diretor Palestrante: Jucelino Oliveira de Sousa, veis do BNDES, Rio de Janeiro, RJ
da Datagro, São Paulo, SP presidente do Grupo Coruripe, Maceió, Moderador: Alvaro Dabus, diretor da AD
Moderador: Manoel Ortolan, presidente AL (convidado) Corretora, São Paulo, SP
da Orplana, Piracicaba, SP Palestrante: Luiz Roberto Pogetti, presi-
dente do conselho da Copersucar, São 15h45 às 16h45
16h15 às 16h45 - INTERVALO PARA Paulo, SP (convidado) Tema: Soluções para o endividamento
CAFÉ Palestrante: Pedro Mizutani, vice presiden- do setor
te da Raízen, São Paulo, SP (convidado) Palestrante: Alexandre Figliolino, diretor
PAINEL 2 - CUSTO DE PRODUÇÃO: Moderador: Plinio Mario Nastari, presi- do Banco Itaú BBA S/A, São Paulo, SP
BRASIL E MUNDO dente da Datagro, São Paulo, SP
16h45 às 17h45 15h45 às 16h45
Palestrante: Livia Kosaka, diretora da 11h20 às 11h40 - INTERVALO PARA Tema: Soluções para aumento de eficiência
Datagro, São Paulo, SP CAFÉ Palestrante: Ana Paula Malvestio, sócia
Palestrante: Martin Todd, diretor executi- da PWC, Ribeirão Preto, SP
vo da LMC, Oxford, EUA PAINEL 6 - PRESIDENTES DOS SINDI-
Moderador: Antonio Pádua Rodrigues, CATOS PAINEL 9 - TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
diretor técnico da Unica, São Paulo, SP 11h40 às 13h10 16h45 às 17h45
André Rocha, presidente do Forum Na- Tema: Agricultura de precisão resulta-
PAINEL 3 - AVALIAÇÃO OPERACIO- cional Sucroenergetico, Goiás dos práticos
NAL AGRÍCOLA E INDUSTRIAL Arlindo Farias, presidente do Sonal, Rio Palestrante: Victor Campanelli, Agro
17h45 às 18h30 Grande do Norte (convidado) Pastoril Paschoal Campanelli S/A, Bebe-
Tema: Evolução da performance opera- Edmundo Barbosa, presidente do Sin- douro, SP
cional, agrícola e industrial dalcool, Paraíba (convidado)
Palestrante: Paulo Zancaner Castilho, Elizabeth Farina, presidente da Unica, 16h45 às 17h45
diretor da Datagro Alta Performance, Ri- São Paulo, SP (convidado) Tema: Mudas pré-brotadas (MPB): con-
beirão Preto, SP Manoel Ortolan, presidente da Orplana, ceito e vantagens
Piracicaba, SP Palestrante: Marcos Landell, coordenador
17h45 às 18h30 Mario Campos Filho, presidente do Sia- Programa Cana do IAC, Ribeirão Preto, SP
Tema: Os novos desafios operacionais mig, Minas Gerais Moderador: Renato Junqueira Santos
advindos da mecanização Miguel Rubens Tranin, presidente da Al- Pereira, presidente da Adecoagro Ivi-
Palestrante: Paulo Zancaner Castilho, copar, Paraná nhema, MS (convidado)
diretor da Datagro Alta Performance, Ri- Pedro Robério de Melo Nogueira, presi-
beirão Preto, SP; Moderador: Celso Tor- dente do Sindaçucar, Alagoas 16h45 às 17h45
quato Junqueira Franco, presidente da Piero Parini, presidente do Sindalcool, Tema: Fermentação: inovações que ge-
UDOP, Araçatuba, SP Cuiabá, MT (convidado) ram resultados
Renato Pontes Cunha, presidente do Palestrante: Henrique Vianna de Amo-
17h45 às 18h30 Sindaçucar, Pernanbuco rim, presidente da Fermentec S/A, Pira-
Tema: Aproveitamento da palha da cana- Roberto Hollanda Filho, presidente da cicaba, SP
-de-açúcar; Palestrante: Otavio Lage de Biosul, Mato Grosso do Sul (convidado)
Siqueira Filho, presidente da Jalles Ma- 17h45 às 18h - ENCERRAMENTO E
chado S/A, Goianésia, SP (convidado) CONCLUSÕES

55
Opinião

Ainda é possível acreditar no Brasil?


*José Jeronimo Reis
Divulgação

O
Brasil vive um momento de incer- librar a balança comercial e os usineiros
teza política e econômica e as podem se valer de estratégias administra-
previsões negativas, que dão con- tivas fiscais para driblar a crise.
ta de que o país vai quebrar, ecoam por Há especialistas no mercado
todos os cantos. capazes de simular cenários com base
As empresas estão traçando nos diversos regimes tributários existentes,
estratégias para tentar driblar a crise, mes- visando uma diminuição nos valores de im-
mo que pareça impossível numa primeira postos a pagar.
análise. Dentre os exemplos de traba-
Nosso Ministro da Fazenda lhos que devem ser realizados pelas empre-
afirmou que, para sairmos da crise, bas- sas do setor agroindustrial poderiam ser ci-
ta fazer os ajustes fiscais, reativar a Lei de tados o compliance da folha de pagamento,
Responsabilidade Fiscal, diminuir o gasto dos tributos nas operações de importação e
público e continuar pagando em dia a dí- exportação, dos impostos diretos e indiretos.
vida dos investidores. Ele realmente tem Há outros ainda, tendentes a
feito um bom trabalho neste sentido, mas contribuir para a estratégia traçada pela em-
não tem contado com muitos aliados. presa, tais como a criação de um mapa fiscal
Isto nos leva a questionar: será possível mesmo vencer administrativo, para se conseguir uma redu-
a crise, o difícil cenário econômico que o país atravessa, a alta taxa ção no passivo tributário, por meio da criação
de juros e a volta da inflação? Igualmente, conseguiremos superar a de planejamento fiscal administrativo.
alta do dólar, o atual sistema político e a queda nos investimentos e Muitas empresas possuem
na expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)? valores a restituir junto à Receita Federal
Sim, é possível! do Brasil por impostos pagos erroneamen-
Nosso país não está quebrado! Ainda temos poder de te ou a maior e nem sabem disso!
consumo, reserva cambial e capacidade de produção! Outras necessitam de uma mi-
Basta fazermos o tal ajuste fiscal que Joaquim Levy tem nirreforma tributária para driblarem a crise e
proposto e nosso Governo e Congresso aprovarem as medidas ne- devem buscar fazê-la o quanto antes, para
cessárias para que isto ocorra, resgatando a credibilidade há tanto que possam até mesmo contribuir para que
perdida, sobretudo por meio de cortes nos gastos públicos, o que o país como um todo também saia da crise.
parece realmente impossível. O setor agroindustrial, histori-
Para as empresas, é sabido que este ano está sendo camente, é um dos propulsores da econo-
de aperto nas contas, mas o cenário para o próximo ano se mostra mia do Brasil e deve continuar fazendo seu
mais otimista, principalmente para o segundo semestre. No entanto, trabalho, agora de modo mais estratégico
a estratégia tem de ser traçada já, para que as possíveis variáveis e com base em informações técnicas con-
não peguem o empresário desprevenido. sistentes, para que possamos sair da crise
O aumento das tarifas públicas e a elevação do teto da o mais rápido possível, voltando a ser uma
inflação, somado à inevitável redução do crédito, ainda vão trazer potência de negócios.
muito prejuízo às empresas e à população em geral, podendo cau-
sar ainda mais desemprego. *José Jeronimo Reis é advogado e sócio
As commodities, como o álcool, podem auxiliar a equi- da J Reis & Theodoro Advogados

56
57
ForWallpaper

Infraestrutura & Logística

Setor Agro pede


prorrogação de incentivo
tributário nos portos

A
Câmara Temática de
Infraestrutura e Logística Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio encaminhou à mi-
do Agronegócio quer
prorrogação do Reporto, nistra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, pedido de apoio à
que isenta de tributação a prorrogação do Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação
aquisição de equipamentos
para operação portuária e da Estrutura Portuária (Reporto). O benefício, que termina no fim deste ano, isenta de
de terminais tributação a aquisição de equipamentos para operação portuária e de terminais, tais
como aparelhos e instrumentos de pesagem, guindastes, pontes rolantes, pórticos de
descarga ou de movimentação, empilhadeiras, trilhos e outros elementos de vias férreas.
Órgão de assessoramento do Ministério da Agricultura, a câmara temática
congrega 60 entidades dos setores público e privado. Em reunião com a ministra, os par-
ticipantes também avaliaram os parâmetros do Programa de Investimento em Logística
(PIL) e os modelos de concessão, com ênfase naqueles definidos pelo maior valor de
outorga, medida que reflete mais na cadeia logística de exportação. Com previsão de
investimentos de R$ 198,4 bilhões para concessão de rodovias, ferrovias, portos e aero-
portos, o PIL foi anunciado pelo governo federal em junho deste ano.
Os investimentos são voltados para modernização da infraestrutura do país.
A Comissão de Infraestrutura e Logística da Confederação de Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA) apresentou proposta para segurança da navegação nas hidrovias das no-
vas fronteiras agrícolas, que sofrem ações de pirataria, tráfico de drogas, prostituição e
roubo de cargas. O presidente da comissão da CNA, Luiz Fayet, defendeu que o efetivo
das Forças Armadas faça a administração das hidrovias nessas regiões. A Marinha Bra-
sileira já atua como autoridade marítima na segurança da navegação, na salvaguarda da
vida humana nas águas e na prevenção contra a poluição hídrica. (Agência Brasil)

58
Infraestrutura & Logística

CNA discute
desigualdade regional
em infraestrutura
N
Divulgação
os últimos 50 anos, o agronegócio expandiu sua fronteira agrícola em direção ao
norte do País, que é carente de infraestrutura, aumentando os custos do trans-
porte entre o local de produção e os portos no Sul e Sudeste. Para solucionar
esse gargalo, a Comissão de Logística e Infraestrutura da Confederação de Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA) vem discutindo alternativas para a questão junto com técnicos
das federações de agricultura e pecuária estaduais.
Para o presidente da Comissão e da Federação de Agricultura e Pecuária
do Estado de Goiás (FAEG), José Mário Schreiner, a intenção das discussões é nivelar o
conhecimento entre todos sobre a pauta e pontuar as possíveis soluções. “É muito impor-
tante essa integração das federações com a CNA. Nosso objetivo é tratar cada demanda
estadual e resolver a questão”, frisou Schreiner.
Segundo consultor da Comissão, Luiz Fayet, no Brasil o agronegócio nas-
ceu e se desenvolveu no Sul do País. Mas, com a ocupação de praticamente todas as
áreas disponíveis localmente, migrou para o Centro-Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste,
alterando a geografia da produção. Com isso, passou a ocupar regiões desprovidas de
Luiz Antônio Fayet, consultor
infraestrutura terrestre adequada e sem capacidades portuárias para consolidar os no-
da Comissão de Logística e
vos corredores, deixando-se de considerar o potencial hidroviário com vistas a reduzir os Infraestrutura da CNA

custos de exportação.
Assim, disse Fayet, o problema mais grave para o setor agrícola é o Apagão Ângela Scalon / Agecom GO
Portuário. “Não escoamos nossa produção pelas rotas mais racionais, que seriam as do
chamado Arco Norte – portos de São Luís, Belém, Macapá, Santarém e Itacoatiara. Nos-
sa produção caminha rumo aos portos do Sul e do Sudeste”, assinalou.
O consultor ressaltou que, à medida que o agronegócio foi subindo para as
novas fronteiras, os custos logísticos da porteira do produtor até um porto de embarque
para exportar foram encarecendo. Hoje, equivalem a quatro vezes mais que os custos
argentinos e norte-americanos. “Tudo em função da falta de infraestrutura. Se houvesse
uma racionalização nesses custos, poderíamos botar no bolso de um produtor de soja ou
de milho dessas áreas uns R$ 4,00 a mais por saco”, complementou.
A assessora técnica da Comissão, Elisangela Pereira Lopes, apresentou parte
José Mário Schreiner
da pesquisa realizada com as federações sobre qual é a infraestrutura (rodovias, ferro-
defende maior integração
vias, hidrovias, portos e armazéns), em cada estado, necessária para o escoamento da entre as federações de
agricultura e pecuária
produção do agronegócio. Federações do Alagoas, Amazonas e Bahia já responderam às
do Brasil e a CNA, com
questões. A Comissão espera a participação de todas as entidades na pesquisa até o final o objetivo de nivelar
conhecimentos sobre os
de agosto. “Só assim teremos uma noção global dos gargalos”, observou. (CNA)
gargalos do setor

59
Alckmin volta a pedir
fortalecimento do agronegócio
A2img / Eduardo Saraiva

O
Geraldo Alckmin: “A
governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, destacou, durante o 14º agricultura é o setor mais
importante do ponto de
Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), realizado no início de agosto, que a vista econômico. É o que
agricultura “é o setor mais importante do ponto de vista econômico. É o que tem tem segurado a peteca das
exportações e ajudado muito
segurado a peteca das exportações e ajudado muito na balança comercial”. Ele disse na balança comercial”
que as questões ligadas ao agronegócio não podem apenas ser discutidas de acordo
com interesses do setor ou da cadeia produtiva e sim considerar os interesses de toda
sociedade brasileira.
Com o tema “Sustentar é Integrar”, o evento aconteceu dia 3 de agosto no
Centro de Convenções do Hotel Sheraton WTC. Na oportunidade, Alckmin destacou a
importância de se valorizar o agronegócio como fonte de desenvolvimento social, em
razão dos empregos que gera, além da questão econômica por ser um segmento que
caminha fortemente, batendo recordes de exportação. “É importante a agregação de
valor, processamento, semiprocessamento, do outro lado infraestrutura e logística para
reduzir o Custo Brasil”, complementou.

60
61
Produção Animal

Ovinos, caprinos e
pescados têm custos de
produção mapeados
Instituto de Pesca / SP

tores e fornecedores de insumos, estimar


a estrutura de custos de produção mais
adequada para a região. “A energia elé-
trica poderá pesar mais para um piscicul-
tor de tanque escavado, que depende do
uso de aeradores, em comparação a uma
piscicultura de tanque-rede, a qual pode
dispensar o equipamento”, exemplifica o
economista Roberto Valladão Flores, da
Embrapa Pesca e Aquicultura.
O trabalho com a aquicultura,
em andamento há dez meses, já visitou os
polos de Bahia e Pernambuco, Paraná, To-
cantins e Mato Grosso e pretende coletar
dados da produção de peixes, em Ron-
dônia, e de camarões e peixes no Ceará
Além do camarão vannamei e Rio Grande do Norte. Além do camarão
(foto), são alvo da pesquisa
as principais espécies de vannamei, são alvo da pesquisa as princi-

U
peixe produzidas no Brasil: pais espécies de peixe produzidas no Bra-
m monitoramento nacional dos cus-
tambaqui, pintado e tilápia
tos de produção animal dos princi- sil: tambaqui, pintado e tilápia. No estudo
pais polos brasileiros faz um raio-X sobre caprinos e ovinos, os especialistas
econômico da aquicultura e a iniciativa co- da Embrapa Caprinos e Ovinos e da CNA
meça a ser reproduzida para diagnósticos estão identificando e caracterizando as
sobre caprinocultura e ovinocultura. O tra- principais regiões produtoras do País.
balho é realizado por meio de parceria en- Modelo de produção local -
tre Embrapa e a Confederação da Agricul- Assim como na pesquisa com pescado,
tura e Pecuária do Brasil (CNA), no âmbito estão previstos painéis com atores da pro-
do projeto Campo Futuro. Participam es- dução de caprinos e ovinos no segundo
pecialistas da Embrapa Caprinos e Ovinos semestre deste ano. Com a participação
(CE) e Embrapa Pesca e Aquicultura (TO). de produtores rurais, sindicatos, associa-
Periodicamente profissionais ções e prestadores de serviços, os pesqui-
da CNA e da Embrapa visitam os polos sadores pretendem caracterizar o que se-
produtivos para, em conjunto com produ- ria a propriedade “modal” em cada região,

62
Arquivo
Capino e ovinocultura
têm custos de produção
modelo que reúne as principais caracterís- que o preço da ração pese muito, a cons- mapeados, um raio-X
ticas dos sistemas de produção locais. trução de uma fábrica local desse insumo econômico no âmbito do
projeto Campo Futuro
Os dados fornecerão informa- poderá impulsionar significativamente a
ções valiosas para a pesquisa e para os produção, por exemplo”, explica Valladão.
arranjos regionais. “Será possível detec- Essas informações poderão
tar, por exemplo, quais ações trarão mais embasar diversos artigos científicos sobre
impacto numa atividade. Numa região em socioeconomia. “Com uma série histórica

63
Produção Animal
consolidada, poderemos observar tendên- de produção sejam atualizados mensal-
cias, comparar regiões, sugerir trocas de mente, garantindo informação mais fiel à
boas práticas e muitas outras ações que realidade dos centros produtores, além
ajudarão produtores, fornecedores, empre- de propor uma nova realidade que pode
sas do setor e gestores públicos, além de aproximar ainda mais as instituições de
ser uma rica fonte de dados para análises pesquisa do setor produtivo. “Iniciativas
econômicas”, afirmou o pesquisador. A como esta são importantes porque o Bra-
equipe publicará boletins trimestrais com sil já tem entidades competentes que
as análises dos polos produtivos. podem colaborar com pesquisas ainda
“Até agora, tínhamos estudos mais próximas da cadeia produtiva, se-
pontuais para projetos de pesquisa, mas guindo o modelo de países como o Uru-
não um levantamento mais abrangente guai”, opina Grassler.
para caprinocultura ou ovinocultura”, en- Nos painéis que serão re-
dossa Klinger Magalhães, pesquisador da alizados com os atores da cadeia da ca-
área de Socioeconomia da Embrapa Ca- prinocultura, os participantes ajudarão a
prinos e Ovinos (CE). Para ele, a proposta identificar a rotina de custos, verificando os
do Campo Futuro motiva as instituições en- gastos assumidos pela propriedade rural
volvidas a elaborar um diagnóstico sobre ao longo de um ciclo produtivo. Entre eles,
custos de produção em um âmbito territo- os valores de alimentação, medicamentos,
rial significativo, reunindo informações do adubo, fertilizantes, impostos, encargos
Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste – as trabalhistas, máquinas, equipamentos,
principais regiões produtoras de caprinos levando em conta fatores como deprecia-
e ovinos no País. ções e juros.
“É, sem dúvida, uma necessi- A partir de 2016, após a reali-
dade. Um conhecimento dessa natureza for- zação dos painéis, os dados serão divulga-
necido ao criador é muito bem-vindo”, desta- dos pelo boletim Campo Futuro e na publi-
ca Edemundo Grassler, superintendente do cação Ativos do Campo, disponibilizados
registro genealógico da Associação Brasilei- pela CNA para sindicatos rurais e federa-
ra de Criadores de Ovinos (Arco), entidade ções de agricultura e pecuária em todo o
que reúne produtores de 25 estados brasi- País. As informações também poderão ser
leiros. Segundo ele, as fontes de informação acessadas no site da CNA e, futuramente,
sobre custos de produção na ovinocultura no Centro de Inteligência de Caprinos e
ainda são difusas: pesquisas pontuais de Ovinos da Embrapa.
pessoas vinculadas ao setor produtivo, de Perspectivas - De acordo
entidades de classe ou até mesmo prove- com a equipe da Embrapa Caprinos e
nientes de contatos pessoais com outros Ovinos, a rede de parceiros e informantes
produtores. A ausência de informações mais que está sendo constituída para colabo-
detalhadas dificulta os processos de tomada rar com o projeto Campo Futuro também
de decisão, o embasamento de políticas pú- deverá embasar ações futuras, como a
blicas e o gerenciamento das unidades pro- sistematização de indicadores de preços
dutivas no meio rural. de produtos da caprinocultura e ovino-
Para além da produção - A cultura no Brasil. A ideia é ter, também,
rede de parceiros informantes permiti- indicadores para cotação de preços de
rá, ainda, que os dados sobre custos produtos como carne, lã, pele, leite e

64
Produção Animal
seus derivados, nas diferentes regiões para gerar informações sobre commodities
do território nacional. e cadeias produtivas, para acompanhar a
A Embrapa pretende avançar evolução dos custos de produção nos prin-
para, futuramente, concretizar o Centro de cipais polos produtores da agropecuária
Inteligência de Caprinos e Ovinos, com um brasileira. Atualmente, o projeto já acom-
sistema de dados para interface com os panha indicadores de conjuntura e de de-
usuários por meio de uma página na inter- sempenho da aquicultura, cana-de-açúcar,
net. “O Centro será uma oportunidade para café, fruticultura, grãos, bovinocultura de
prestar informações para os vários elos da corte e de leite.
cadeia, como produtores rurais, respon- O projeto alia capacitação
sáveis por políticas públicas, entre outros. do produtor rural à geração de informação
Temos hoje um cenário propício, com uma para a administração de riscos de preços,
equipe estruturada e capaz de analisar ce- de custos e de produção na propriedade
nários, em integração com o sistema Agro- rural. Para cada cadeia produtiva, o Cam-
pensa da Embrapa”, ressalta Ferelli. po Futuro busca conhecer os fatores de-
Projeto Campo Futuro - Exe- terminantes da oferta e demanda dos pro-
cutado pela CNA e Senar, o projeto Campo dutos e outros elementos do mercado que
Futuro se dá em parceria com instituições influenciam o comportamento dos custos e
de ensino, pesquisa e sindicatos rurais, preços. (Embrapa)

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65
Sojicultura

Custo de produção da soja


sobe na safra 2015/16
Arquivo
Durante o encontro de avalia-
ção da safra da soja 2014/15 e perspecti-
vas para 2015/16, realizado em Mato Gros-
so do Sul, em abril, foi apresentada uma
estimativa, com base na variação cambial,
de aumento do custo de produção de soja
de até 30%. “Apesar da valorização do
dólar, esse aumento total previsto no cus-
to não ocorreu. Porém, houve um aumento
Em relação à safra 2014/15, o custo de
num patamar bem mais baixo, sendo em
produção da safra 2015/16 verificado média de 14%”, observa Alceu.
mostra aumento de 14,4% para a soja
convencional, de 14% para a soja RR1 e
Dicas do especialista - Alceu
de 13,6% para a soja RR2 ressalta ainda a importância do planeja-
mento da atividade rural e explica “o pro-

U
m estudo técnico sobre a viabilidade econômica da cultura da dutor deve anotar detalhadamente tudo o
soja na safra 2015/16, produzido em Mato Grosso do Sul pelo que for investido, pois somente assim po-
pesquisador Alceu Richetti, revela um aumento médio de 14% derá calcular corretamente o seu custo de
no custo de produção do grão. Os levantamentos econômicos foram produção. Esses dados precisam estar or-
realizados em relação a três variedades distintas de soja. No docu- ganizados para o sucesso da atividade no
mento estão identificadas as quantidades de insumos, as operações longo prazo”, acrescenta.
agrícolas, a gestão da propriedade, assim como as produtividades, Outra dica do especialista se
os ganhos obtidos com essa produção e a eficiência produtiva. refere a pesquisa de preço dos insumos
A partir da confrontação dos custos de produção obser- que serão utilizados, um trabalho necessá-
vados e do rendimento médio obtido com o cultivo da soja foi analisa- rio e que exige dedicação. “O orçamento
da a eficiência econômica da produção. Os resultados da pesquisa pode ser feito com base no princípio ati-
revelam que na safra 2015/16, o custo de produção da soja conven- vo dos produtos utilizados e não somen-
cional é maior que o da soja transgênica RR1 (primeira geração da te com olhar voltado para marca. Existem
soja transgênica - Roundup Ready) e menor que o da soja transgê- produtos similares de qualidade e que
nica RR2 (segunda geração da soja transgênica - Roundup Ready). muitas vezes são mais baratos, apesar de
“Em relação à safra 2014/15, o custo de produção da não serem muito conhecidos e isso pode
safra 2015/16 verificado mostra aumento de 14,4% para a soja con- impactar positivamente o custo de produ-
vencional, de 14% para a soja RR1 e de 13,6% para a soja RR2, o ção da lavoura”, disse.
que leva o produtor a desembolsar mais dinheiro para conduzir a Outra orientação importante é
atividade. Em termos de eficiência, a soja RR1 tem ligeira vantagem o acompanhamento dos preços da soja no
sobre a soja convencional e a soja RR2, na maioria das condições mercado de futuro. “Essas informações pos-
de favorabilidade, tanto nas variações de preços quanto de quanti- sibilitam ao agricultor fazer um planejamento
dades produzidas”, explica Richetti. completo da safra”, destacou Alceu.

66
67
Eventos

Arquivo

A 16ª edição da Feacoop foi

Feacoop supera
uma fonte de conhecimento
aos agricultores e apontou
uma saída eficiente e
sustentável para as crises
hídrica e energética

expectativas de faturamento
Feira de agronegócio, promovida pela Coopercitrus e pela
Sicoob Credicitrus, surpreende e deve movimentar mais que os
R$ 200 milhões de 2014

Da Redação

N
a contramão de todas as dificuldades econômicas do país, a Feacoop (Feira de
Agronegócio Coopercitrus Sicoob Credicitrus) que aconteceu de 3 a 6 de agosto,
na EECB (Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro), no interior de São
Paulo, deve ultrapassar as expectativas superando os resultados de 2014.
O diretor presidente da Coopercitrus, José Vicente da Silva, ressalta que foi
um desafio realizar a edição deste ano diante das adversidades econômicas e políticas
que o país vem enfrentando. Mesmo com a inflação, dólar e juros altos, a Coopercitrus es-

68
Eventos

teve ao lado do produtor rural oferecendo Vitrine tecnológica, a 16ª edi-


as melhores oportunidades de negócios. ção da Feacoop foi uma fonte de conhe-
“Quando se tem uma equipe cimento aos agricultores e apontou uma
muito boa, parceiros fortes, boa vontade e saída eficiente e sustentável para as cri-
um grupo de mais de 22,5 mil cooperados ses hídrica e energética. Para o diretor
como a Coopercitrus tem, se consegue de máquinas agrícolas da Coopercitrus,
vencer os obstáculos. Com certeza su- José Geraldo da Silveira Mello, os bons
peramos os R$ 200 milhões faturados na resultados da Feira mostram o valor de
Feacoop em 2014. Fizemos uma previsão um planejamento estratégico muito bem
antes da Feira e esperávamos faturar o elaborado em um momento em que a
mesmo do ano passado, mas com a con- economia está muito difícil.
jugação de esforços, com o apoio de ins- “A junção dos fornecedores,
tituições financeiras e com a Sicoob Cre- cooperados, agentes financeiros e todo o
dicitrus, realmente tinha que dar certo. Foi trabalho da equipe da Coopercitrus, que
além do que esperávamos”, comentou. buscou entender as necessidades de
Os fechamentos de todas as cada região, de cada cultura, nos permi-
negociações realizadas na edição 2015 tiu realmente trazer para a feira condições
se estenderão por mais algum tempo, po- favoráveis e especiais de preços de linhas
rém, o balaço geral até o momento já é um de financiamentos, porque nesse momen-
dos melhores em todos os anos de Feira. to que antecede o plantio mostrar que a
O diretor de insumos da Coopercitrus, Jair Feacoop é uma fonte de informação e for-
Guessi, compara a edição anterior à deste mação para o produtor, mas sobretudo,
ano e destaca: “Este ano aumentamos um ela é o melhor momento de se fazer bons
dia da Feira. Foram quatros dias em que negócios”, disse Mello.
tivemos um número maior de cooperados, Segundo ele, a agricultura é
visitantes e expositores”. um dos poucos setores que tem prospe-
Em relação às negociações rado, “porém, muitas das feiras que acon-
na área de insumos o diretor comentou: teceram no Brasil até o momento registra-
“No princípio estávamos muito preocupa- ram movimento e faturamento abaixo do
dos com essa Feira, já que o dólar vinha re- esperado. A Feacoop, entretanto cresceu
agindo e, consequentemente, poderíamos em movimento e em faturamento”.
ter uma elevação dos preços dos produ- “Nós crescemos em número
tos. Mas nossos fornecedores mantiveram de expositores, tivemos público recorde na
valores muito bons, com o preço do dólar Feira e os resultados que eu tenho acom-
a R$ 3,20, abaixo do mercado hoje, e isso panhado pelas parciais já estão superan-
nos deu um ponto muito favorável para os do o que aconteceu no ano passado. Isso
bons negócios. A Feira aconteceu em um prova que o trabalho que foi realizado aqui
momento muito propício em insumos, em com o cooperado que acredita na coope-
uma prévia bem relativa, porque, a maio- rativa e a equipe da Coopercitrus que vêm
ria dos pedidos ainda serão fechados nas trabalhando ao longo do tempo com muita
próximas semanas. Podemos dizer que competência, colheram os frutos”, ressal-
vendemos 20% a mais que o ano passa- tou o diretor financeiro da Coopercitrus,
do”, afirma. Fernando Degobbi.

69
Eventos

Expointer 2015 será de 29


de agosto a 6 de setembro
Alina Souza / Palácio Piratini

cho”, disse o secretário da Agricultura e


Pecuária, Ernani Polo. Segundo ele, ape-
sar do quadro de recessão econômica, a
expectativa de negócios na feira é positiva.
“O setor agropecuário acumula bons resul-
tados neste e nos últimos anos, especial-
mente em relação à última safra”.
Neste ano, 4.758 animais estão
inscritos na feira, que apresentará cerca de
160 raças. A programação conta com mais
de 500 atrações simultâneas, que ocorrerão
nos 141 hectares do parque. Entre elas, es-
tão a Feira da Agricultura Familiar, palestras
técnicas, a Exposição de Artesanato do Rio
Grande do Sul (Expoargs), shows e eventos
culturais, além dos julgamentos e leilões de

A
Neste ano, 4.758
animais estão inscritos 38ª edição da Exposição Inter- animais.
na feira, que apresentará nacional de Animais, Máquinas, O parque - O local ofere-
cerca de 160 raças
Implementos e Produtos Agrope- ce ampla infraestrutura para visitantes e
cuários (Expointer 2015), exposição reco- expositores. Conta com 45,3 mil metros
nhecida como um dos maiores eventos quadrados de pavilhões cobertos, 70 mil
do mundo no gênero, ocorrerá de 29 de metros quadrados de área de exposição,
agosto a 6 de setembro de 2015, no Par- nove espaços para leilões, auditórios, 19
que Estadual de Exposições Assis Brasil, locais para julgamentos, 10 mil vagas de
em Esteio, RS. Considerada a maior feira a estacionamento, postos médicos, restau-
céu aberto da América Latina, a Expointer rantes, agências bancárias e infraestrtura
reunirá as ultimas novidades da tecnolo- de internet.
gia agropecuária e agroindustrial, com a Este ano, a Expointer 2015
exposição das mais modernas máquinas, contará com um novo aplicativo para smar-
o melhor da genética e as raças de maior tphones, desenvolvido especialmente para
destaque criadas no Estado. o evento. A ferramenta está disponível para
A estrutura do parque, atingi- download desde o dia 21 de agosto, com di-
do por um vendaval no final de 2014, já foi cas e informações sobre a feira. A ferramen-
completamente recuperada. Com certeza, ta oferece serviços e uma série de funciona-
teremos um grande evento, onde apresen- lidades em toda a programação. A abertura
taremos o melhor de nossa agropecuária e da Expointer será no dia 29 de agosto, às 9h,
o grande potencial do setor primário gaú- no pórtico central do parque.

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