ESTEG
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1.1.Introdução
A profissão de gestor, como tantas outras, influenciada pelas inúmeras mudanças económicas e
sociais da nossa era, vem evoluindo. Actualmente, o profissional de gestão deve dispor de
competências, habilidades e atitudes adequados às novas necessidades da sociedade e de um
mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e competitivo.
Portanto, faz-se necessário desenvolver líderes com precisão de suas habilidades dissimilando
essas da tradicional função gerencial. Assim a escolha assertiva de líderes que desempenhem seu
papel em gerir pessoas torna-se fundamental, haja vista que a liderança de uma organização é o
que contribui para o diferencial do seu posicionamento no mercado.
Segundo Porto, Lima e Melo (S/a) a liderança está intimamente relacionada com a influência que
o líder exerce, norteando o comportamento de seus liderados de forma que estes acreditem nos
preceitos e trabalhem visando atingir os objectivos da organização.
1.2.Definição de problema
O trabalho realizado em uma organização, sempre que realizado por duas ou mais pessoas, além
das tarefas predeterminadas, envolve, também, sentimentos e emoções, que são imprescindíveis
para a realização de qualquer tarefa como: o respeito, a cooperação entre os colegas, a
comunicação, a amizade e o espírito de equipe. À medida que o trabalho é realizado, as
interacções entre as pessoas acontecem, o que, nem sempre, podem ser agradáveis. Diante de
vários sentimentos despertados nas relações de trabalho, esses sentimentos vão influenciar, tanto
de forma positiva, quanto de forma negativa, o processo produtivo. Assim, a qualidade do
trabalho pode ser considerada uma variável dependente das relações interpessoais.
Maloa (2007), no seu estudo realizado junto de funcionários públicos do Ministério de Obras
Públicas e Habitação (MOPH) concluiu que um dos factores críticos percebidos foi a fraca
capacidade da liderança fornecer feedback sobre o desempenho.
A situação parece não ser muito diferente actualmente na Electricidade de Moçambique (EDM),
pois segundo alguns funcionários e membros da Direcção, a reforma não se tem feito sentir.
Assiste-se na instituição à falta de uma liderança eficaz para o desempenho institucional, pois a
liderança não tem tido uma comunicação efectiva e muitos menos tem promovido um bom
relacionamento interpessoal, o que afecta negativamente o desempenho dos funcionários e da
própria instituição, provocando assim desmotivação e afectando o clima organizacional e a
qualidade de vida no trabalho. Diante deste cenário observado na EDM, particularmente na
cidade de Maputo, levantou-se a seguinte pergunta de pesquisa:
1.3.Justificativa
Assim, os resultados deste trabalho poderão contribuir para um melhor entendimento das
percepções dos funcionários sobre o papel do gestor no relacionamento interpessoal no local de
trabalho, podendo influenciar a revisão da estratégia e políticas de gestão de pessoas nas
organizações públicas, por um lado. Por outro, a autora desta pesquisa procura compreender as
diferentes atitudes, competências e habilidades dos gestores perante seus colaboradores.
1.4.Hipóteses
1.5.Objectivos
Para responder ao problema acima colocado, a pesquisa persegue dois tipos de objectivos, o
geral que segundo Gil (2008), é aquele que traduz a grosso modo, aonde se quer chegar, sem se
preocupar em como fazê-lo e é amplo, abrangente e observável.
1.5.1.Geral
1.5.2.Específicos
Definição de conceitos
2.1.1 Liderança
Para Chiavenato (1987) a liderança é a influência interpessoal exercida sobre uma situação e
dirigida através do processo da comunicação humana para a consecução de um ou de diversos
objectivos específicos.
Para Davis e Newstron (1993) a liderança é entendida como o processo de encorajar e ajudar os
outros a trabalharem entusiasticamente na direcção de objectivos. É o factor humano que ajuda
um grupo a identificar para onde ele está indo e assim motivar-se em direcção aos objectivos.
Para estes autores, sem liderança, uma organização seria somente uma confusão de pessoas e
máquinas, do modo que “uma orquestra sem maestro seria somente músicos e instrumentos”.
2.1.2 Comunicação
Segundo Meggison, Mosley e Pietri Jr. (1986), a comunicação é ainda apenas uma ferramenta de
administração destinada a realizar objectivos e não deve ser considerada como um fim em si.
Para estes autores, a comunicação é entendida como um processo de transferir significado sob
forma de ideias ou informações de uma pessoa para outra. Um verdadeiro intercâmbio de
significados entre as pessoas abrange mais do que as palavras usadas nas sua conversações, pois
inclui sombras de significados e ênfase, expressões faciais, inflexões vocais e todo o tipo de
gestos não intencionais e involuntários que sugerem o verdadeiro significado. A comunicação é
uma área consequente da evolução dos modos de gestão organizacional. A sua importância
crescente está ligada às características da Economia de Mercado, e ao novo estatuto e papel que
as organizações têm na sociedade.
Segundo Bom Sucesso e Paula (1997, p.36), a valorização do ser humano, a preocupação com sentimentos
e emoções, e com a qualidade de vida são factores que fazem a diferença. O trabalho é a forma como o homem, por
um lado, interage e transforma o meio ambiente, assegurando a sobrevivência, e, por outro, estabelece relações
interpessoais, que teoricamente serviriam para reforçar a sua identidade e o senso de contribuição.
Como pode ver do texto acima, o relacionamento interpessoal é muito importante na comunidade
e na instituição para um bom desenvolvimento e a elevação da qualidade de vida.
Segundo Caetano, Neves e Ferreira (2001), o factor humano nas organizações não é produto nem
função de uma acção social racional lógica baseada exclusivamente em motivações e interesses
de tipo económico. O factor humano é objecto e sujeito de um conjunto significativo de
motivações circunscritas a uma função social de participação no trabalho.
As relações interpessoais tiveram como um dos seus primeiros pesquisadores o psicólogo Kurt
Lewin. Mailhiot (1976, p.66), ao se referir a uma das pesquisas realizadas por esse psicólogo,
afirma que ele chegou à constatação de que “a produtividade de um grupo e sua eficiência estão
estreitamente relacionadas não somente com a competência de seus membros, mas sobretudo,
com a solidariedade de suas relações interpessoais”.
Magalhães (1990) afirma que sem boas relações interpessoais ninguém trabalhará com moral
elevado. É por esta razão que um gestor deve ser capaz de criar condições para que a sua
organização atinja da melhor forma os seus objectivos e, por outro lado, criar condições para seu
pessoal atingir os seus objectivos individuais.
De acordo com Chiavenato (2003), a rapidez nas decisões é obtida pela tramitação de ordens e
papéis e pela uniformidade de rotinas e regulamentos que colaboram para a redução de erros e
custos. A facilidade de substituição daquele que é afastado e os critérios de selecção apenas por
competência técnica garantem a continuidade do sistema burocrático e este último evita o
nepotismo.
Para Chiavenato (2003), a valorização dos profissionais passa pela participação, capacitação,
envolvimento e desenvolvimento de funcionários de uma empresa. As relações interpessoais
desenvolvem-se no processo de interacção entre as pessoas.
Neves et al. (2008) defendem que o líder deve ter habilidades de lidar e conviver com as pessoas,
possuir facilidade para a comunicação, saber ouvir, falar, receber e transmitir mensagens, ter
empatia e simpatia, usar a sua autoridade de maneira discreta, mas firme e absoluta, saber
transferir e delegar responsabilidades mantendo o controlo da situação assegurando a acção e
indicando o caminho em direcção aos objectivos a serem alcançados, como também impulsionar
e não freiar ou inibir o seu comportamento.
Portanto, o papel do líder nas relações interpessoais é muito importante porque é da sua
responsabilidade administrar os conflitos existentes entre as pessoas da equipa. Ele deve tornar o
clima agradável, permitindo ambiente onde prevaleça a união e a cooperação entre todos.
Maximiano (1997) afirma que o líder orientado para pessoas tende a apresentar os seguintes
comportamentos:
Nas funções do executivo, Bernard (1983), citado por Robbins (2002), defende que:
Segundo Adair (1993), um líder deve ser bastante claro, quanto às características dos objectivos.
Para Megginson (1986), o líder trabalha para garantir o equilíbrio entre as metas da organização,
as suas e as do seu grupo. Ou seja, o líder de êxito é o que obtém sucesso em fazer com que os
outros o sigam.
De acordo com Denny (1993), o líder deve ser capaz de definir objectivos realistas e só assim é
que as pessoas podem sentir-se inspiradas quando trabalham para um chefe que tem metas. O
que de algum modo este acaba servindo de espelho, é um guia.
Para Proença (1998), numa instituição pode haver ordem ou caos. Ordem entendida como aquilo
de que somos capazes de prever a evolução; e caos, a partir do momento em que deixamos de ser
capazes de prever, em que as alternativas são tantas e a complexidade é de tal grau, que as nossas
capacidades de compreensão e previsão são largamente ultrapassadas. É exactamente aqui onde
deve surgir o líder e não um simples gestor.
Para que uma instituição tenha um bom desempenho, a liderança deve estabelecer objectivos, dar
exemplo para ser imitado, melhorar constantemente para ser um pensador progressivo e
progressista, arranjar tempo para pensar, dirigir sem esforçar para exercer a chefia pelo exemplo
e não por decreto, avaliar pelos resultados, ou seja, ser julgado pelos resultados, desenvolver a
confiança em si próprio e nas suas capacidades, prever crítica, pensar no futuro e pensar como
vencedor (Denny, 1993).
Segundo Proença (1998), para se tornar líder, precisa-se alargar a sua visão e, de uma forma mais
abrangente, entender o que se passa tanto antes da nascente como para além das extremidades
mais afastadas; é a sua sensibilidade, a sua capacidade de intuir, de detectar, de sentir o meio
ambiente em que a sua expansão se vai fazendo, que pode resultar na escolha do melhor
caminho. Trata-se de opções a partir de dois pontos de vista aparentemente opostos: dominar o
paradoxo para se adaptar a rápidas mudanças.
Chiavenato (2003), na liderança, o chefe deve saber delegar competência. Delegar é uma
condição difícil de ser estabelecida por alguns chefes. Mas é imprescindível para quem deseja ser
ou ter um verdadeiro líder participativo e democrático na empresa moderna. É também uma
questão de etiqueta, de bons modos, já que delegar com sabedoria evita atritos nas relações
interpessoais. Delegar significa colocar o poder de decisão o mais próximo possível da acção,
portanto é preciso ter condições técnicas e emocionais para assumir essa responsabilidade. Líder
é aquele que consegue cooperação da organização que dirige, sabendo respeitar a figura humana,
procurando entender as pessoas, transmitindo aos seus colaboradores equilíbrio, alegria em
trabalhar e cooperar, além de produtividade máxima. O líder deve ter uma série de qualidades e
ter aprendido bem o ofício da direcção. O chefe, que tem controlo absoluto sobre seus
empregados, determinando regras rígidas e fiscalizando constantemente, não terá a mesma
eficácia e positivismo em relação ao espírito de colaboração, iniciativa e responsabilidade da sua
equipa.
Para este autor, o melhor controlo é aquele que atribui responsabilidade a cada funcionário.
Quando um chefe ignora ou desvaloriza um funcionário, automaticamente estará condenando-o à
rotina, ao comodismo e à insatisfação, tornando-o cada vez mais infeliz. O chefe, que só dá
ordens e exige obediência, bloqueia o potencial do ser humano, torna-se autocrático e inibe o
potencial criativo da sua equipa, criando um ambiente de terror e burocracia.
O subordinado, de maneira geral, tende a identificar-se com seu superior, portanto, liderar
consiste também em administrar tensões. Eliminar o medo e ouvir sempre seus subordinados,
estimular a criatividade, aproveitando ideias para constante aperfeiçoamento e solução de
problemas, são características que devem ser inerentes ao chefe.
Agindo assim, ele estará quebrando paradigmas e dando chances aos seus subordinados para
participarem dos problemas e soluções da organização. Saber ouvir é uma arte, e colocar em
prática o que ouvimos, sabendo seleccionar ideias criativas e participativas, pode ajudar muito no
desenvolvimento profissional. Liderança não é brilho, pois o triunfo nos leva a grandes
armadilhas.
Um líder é inteligente emocionalmente se utiliza sua sensibilidade para construir uma cultura de
respeito mútuo entre as pessoas, fazendo-as crescer e produzir.
Para Davis e Newstron (1993), cada pessoa tem as suas aspirações, os seus objectivos, as suas
preferências, as suas características de personalidade, os seus talentos e habilidades, daí que cada
pessoa é única e ímpar. Assim, ao se constituírem equipas de trabalho, as pessoas se destacam
pelas diferenças individuais e, para que possam trabalhar satisfatoriamente, elas precisam de
liderança. Portanto, para que haja motivação, deve haver um bom relacionamento entre os líderes
com grande sensibilidade interpessoal e os seguidores.
Neves et al. (2008) defendem que o líder deve ter habilidades de lidar e conviver com as pessoas,
possuir facilidade para a comunicação, saber ouvir, falar, receber e transmitir mensagens, ter
empatia e simpatia, usar a sua autoridade de maneira discreta, mas firme e absoluta, saber
transferir e delegar responsabilidades mantendo o controlo da situação assegurando a acção e
indicando o caminho em direcção aos objectivos a serem alcançados, como também impulsionar
e não freiar ou inibir o seu comportamento.
Portanto, o papel do líder nas relações interpessoais é muito importante porque é da sua
responsabilidade administrar os conflitos existentes entre as pessoas da equipa. Ele deve tornar o
clima agradável, permitindo ambiente onde prevaleça a união e a cooperação entre todos
Na mesma linha de pensamento, Bergamini (1997) realça uma relação das habilidades técnicas
com as habilidades humanas, salientando que o fracasso da maioria das organizações não está na
falta de conhecimento técnico, mas sim na maneira de lidar com as pessoas. Para esta autora, o
estilo de liderança acaba por influenciar o comportamento das pessoas, pois representa a
filosofia, as habilidades e as atitudes do líder, na prática.
Por sua vez, Chiavenato (1997) afirma que White e Lippit (1939) pesquisaram e classificaram
três estilos de liderança: a autocrática, a liberal e a democrática, como se pode observar na figura
1 abaixo.
Davis e Newstron (1992) também classificam os três estilos de liderança, mas que não entram
em contradição com a caracterização anterior senão diferenças nas denominações, como se pode
ver da figura abaixo.
No nosso dia-a-dia, verificámos que no nosso país os líderes utilizam os três estilos, de acordo
com a situação, com as pessoas e com a tarefa a ser executada. O líder tanto manda cumprir
ordens, como sugere aos subordinados a realização de certas tarefas, como ainda consulta os
subordinados antes de tomar alguma decisão. Ele utiliza correctamente os três estilos de
liderança.
Agora, a principal problemática da liderança é saber quando aplicar, qual estilo, com quem, e
dentro de que circunstâncias e tarefas a serem desenvolvidas.
2.6 Liderança, comunicação e relacionamento interpessoal nas organizações em
Moçambique
Alguns estudos e pesquisas de âmbito nacional tem trazido importantes contribuições do ponto
de vista, académico, científico e prático sobre as dimensões liderança, comunicação e
relacionamento interpessoal nas organizações.
Rajá (2002), concluiu que o estilo de liderança na empresa Impacto denota uma tendência
participativa e orientada para as pessoas, estilo esse que se adequa à estrutura e ao ambiente em
que ela se insere. Portanto, o estudo concluiu que as acções que os líderes empreendem têm um
contributo positivo no desempenho da empresa.
Mabuza (2007) avaliou o clima organizacional numa empresa privada do sector automóvel da
cidade de Maputo tendo constatado que os trabalhadores avaliaram negativamente os seguintes
factores da dimensão liderança: ter um bom relacionamento com o chefe (92%), oportunidade de
participar na tomada de decisão, relativamente ao seu trabalho (77%), informação clara e precisa
do chefe sobre uma tarefa que deve ser executada de modo diferente (66%), estimulo ao
desenvolvimento pessoal pelo chefe (66%), informação do seu desempenho pelos superiores
(54,3%) e liberdade para decidir como fazer o trabalho (49%). O estudo apurou também que para
a dimensão comunicação 97% dos trabalhadores indicaram que desconhem totalmente as metas
da organização.
(54,3%) e liberdade para decidir como fazer o trabalho (49%). O estudo apurou também que para
a dimensão comunicação 97% dos trabalhadores indicaram que desconhem totalmente as metas
da organização.
Ademais, nos estudos realizados por Mahamad (2012), Rossana (2012) e Silva (2013), na cidade
de Maputo, nos sectores de saúde, consultoria e educação, os conflitos interpessoais no contexto
laboral e o relacionamento entre os colegas e com a liderança foram percebidos como fontes de
stress no trabalho pelos profissionais estudados.
Relações Interpessoais
O termo Relações Humanas tem sido empregado com frequência, para referir-se a Relações
Interpessoais (Relacionamento entre as Pessoas). Como pessoa alguém pode relacionar-se
consigo mesmo, entendida como Comunicações Interiores, ou Relações Intrapessoais.
O indivíduo pode ser visto segundo três aspectos: o biológico, psíquico e social, que por
definição de (Morin, 1973; Ruffié, 1976), é um ser biopsicossocial, tríplice origem que lhe
confere uma complexidade singular. Estudar cada aspecto isoladamente não traz uma visão da
realidade de interacção desse indivíduo com o meio e consequentemente com as organizações, já
que cada aspecto influencia os restantes. Dessa forma, as reacções de um indivíduo, dentro do
colectivo, pode diferenciar-se em função do tipo biopsicossocial que ele apresenta.
Pessoas convivem e trabalham com pessoas e como seres humanos reagem e interagem como
tais: comunicam-se, expressam ideias, simpatizam, sentem prazer em suas produções, atraem-se,
antipatizam, sentem aversões, aproximam-se, afastam-se, entram em conflito, demonstram
solidariedade, competem, colaboram, desenvolvem e trocam afecto. São vivências e
experiências, isto é, produções da essência do ser humano e não só bagagens culturalmente
adquiridas e tecnicamente desenvolvidas.
Acrescenta Weil (1995, p: 33) quando trata da composição e estrutura dos grupos sociais:
Recentes pesquisas, efetuadas por meio de inquéritos “sociométricos“,
evidenciaram a existência, dentro de um grupo social, de laços de
amizade, de simpatia ou mesmo de antipatia, tais que podem reforçar a
coesão do grupo ou destruir sua eficácia.
Ettinger (1964, p: 09) lembra, com clareza, aspectos da psicologia da natureza humana:
[...]
Dentro dessas considerações há estudiosos que consideram e entendem que o dia-a-dia dentro da
empresa somada ao sentimento de afeto que vem da família é o que garante as pessoas depois do
trabalho.
O psiquiatra, terapeuta, educador e escritor Içami Tiba define e ensina que o executivo deve
investir na família e nas relações afetivas como se fosse uma empresa, isso se quiser encontrar o
sucesso que vai além de uma boa carreira profissional.
O afeto principalmente o que vem da família, é o que mantém um executivo integro e seguro
entre um emprego e outro, como também, é o que segura o trapezista num vôo entre um trapézio
e outro. É o que permanece com ele quando o dinheiro acaba, a carreira termina, o poder
desaparece, a força física declina.
A sua proposta, no livro recém-lançado O Executivo & Sua Família (Editora Gente, p: 158), é
que, para poder caminhar, as pessoas precisam de dois apoios básicos: a empresa/empresa,
formada principalmente pela vida profissional, e a empresa/afeto, baseada na família.
Na entrevista dada a Rachel Regis, na revista SeRHumano (1998, XXXII, junho, p: 32/34) o
psiquiatra coloca:
Nesse livro, Rachel Regis, aponta que Içami Tiba ensina quais são os “departamentos” dessa
empresa/afeto, revela como eles funcionam e se interrelacionam, quais os principais benefícios
que pais e filhos podem obter nessa delicada relação – com os respectivos riscos – e aponta as
soluções que considera as mais adequadas.
Os comentários sobre trechos do livro, apresentando o autor em sua reportagem, estão contidos
no (anexo I).
2.2 Criatividade
A capacitação para enfrentar um cenário internacional competitivo tem sido um enorme desafio
para muitas organizações. Em todo esse processo, a prática permanente da criatividade e
inovação é sem dúvida, indispensável.
O pensamento de Duailibi e Simonsen (1990) é usado por Alencar (1996, p: 1) para fortalecer
seu entendimento sobre o Papel Decisivo da Criatividade nas Organizações Modernas.
As necessidades e desafios gerados pelas características deste final e início de milênios não
tiveram ainda um impacto no contexto escolar, que não vem desenvolvendo o talento criativo
tampouco tem estimulado nos alunos características como persistência, autoconfiança,
independência, disposição para aprender a partir dos próprios erros, que é tão importante para se
lidar de maneira mais eficaz com novos problemas.
[...]
Muitas das práticas vigentes atualmente na escola tendem a reduzir a
criatividade do indivíduo abaixo do nível de suas reais possibilidades,
levando-o a se perceber como pouco criativo, e a cultivar bloqueios, que
geram insegurança, minam a autoconfiança e levam a um enorme
desperdício de talento e de potencial para produzir novas idéias.
“O aluno que hoje está na escola de primeiro grau logo estará habilitando um mundo bem
diferente daquele com o qual está acostumado no presente. O futuro não acontece simplesmente.
Ele é construído. Ele é aberto, e não fechado, Ele é divergente e não convergente. Para preparar
efetivamente meninos e meninas para esse futuro, nós precisamos desenvolver atividades e
programas que incluam estratégias de pensamento divergente. Nós devemos ajudá-los a
desenvolver uma atitude de abertura para o futuro. Dando às crianças oportunidades para
desenvolver tal atitude, nós estaremos ajudando-as a aprender a pensar de uma maneira
antecipatória a respeito das possibilidades de seu futuro” (p. II).
[...]
Os termos criatividade e inovação têm sido usados de muitas maneiras diferentes, e inúmeras são
as definições já propostas para ambos os termos. Por muitas vezes usados como sinónimos,
porém observa-se que o termo inovação tem sido mais utilizado em nível de organização e
criatividade, para indivíduos e grupos de indivíduos. Para Eunice Alencar, nesse sentido, tem
sido considerado que seria a criatividade do indivíduo o factor fundamental para a geração da
inovação, de interesse da organização, constituindo-se no componente ideacional da inovação,
enquanto está englobaria a concretização e aplicação das novas idéias. Define, no seu livro pgs.
102/103 criatividade e inovação:
Criatividade – processo que resulta em um produto novo, aceito como último e o satisfatório por
um número significativo de pessoas em algum ponto no tempo;
Alguns pontos relativos a esta definição são enfatizados por West e Farr e Alencar usa em seu
livro pg. 103.
Além disso, alguns exemplos de inovação no nível das organizações podem ser assim descritos,
como, um novo produto para o mesmo mercado; um novo produto para um novo mercado; um
mesmo produto para um novo mercado; um novo método ou uma nova estrutura organizacional.
As inovações são classificadas pelos estudiosos como, algumas de natureza técnica, aquelas que
ocorrem nos sistemas técnicos de uma organização, estando diretamente relacionadas às
atividades primárias de trabalho, como a implementação de uma idéia para um novo produto ou
um novo serviço, ou ainda o aprimoramento de produtos e serviços oferecidos. Outras inovações
teriam caráter administrativo e, como exemplos podem ser citados a implementação de uma nova
maneira de recrutar funcionários, de alocar recursos, de estabelecer horários de trabalho, de
premiar funcionários ou um novo método de trabalho que, em última análise, levam a melhores
condições de realização pessoal, profissional, técnico e gerencial.
Nesse sentido a própria autora no seu livro “A Gerência da Criatividade” (1996, p: 16),
acrescenta:
Observa-se, no nível das organizações, que o interesse por criatividade tem sido marcante e
crescente. No sentido de promover as inovações indispensáveis à sua sobrevivência e expansão,
às organizações tem estimulado treinamento com programas de criatividade de seus quadros,
como forma de prepará-los para essa nova realidade. Diante desse contexto outros fatores
influenciam o interesse marcante por criatividade, que são as mudanças constantes no cenário
global.
Diferentemente dos seres humanos, os animais e plantas, que partindo do raciocínio associativo
ou de uma reação associativa, respectivamente, tem como resultado de suas ações o
processamento pelo aproveitamento de experiências anteriores, que se constituem em reações a
estímulos, já o ser humano soma a esse tipo de raciocínio associativo sua capacidade de “ir
além”, construindo hipóteses, conjecturando, sonhando.
Quando digo capacidade inata, falo do potencial que nos é próprio. Daí
afirmação de que nós todos somos criativos, o que só pode ser
contestado em termos de grau. Também se chega a essa convicção pelo
fato aceito de que ”todas as crianças são criativas”, e que seu potencial
inato vai depois sendo bloqueado no processo de socialização [...].
A capacidade de cada um é utilizada e desenvolvida em função do meio,
de seus estímulos, das limitações que apresenta e dos bloqueios que
impõem. [...].
Conclui Predebon (1998, p: 29), que “[...]. Criatividade vai muito além das artes. [...] no que
toca a frase de Erich Fromm a realização pessoal.”
A criatividade também já foi objecto de pensamentos de que ela seria um Dom presente apenas
em alguns poucos indivíduos ou grupos privilegiados.
[...]
[...] criatividade é uma característica de nossa espécie. Como tal, ela está
presente em nosso comportamento normal em um nível às vezes até
imperceptível para a maioria. Há cientistas que defendem ser a própria
linguagem oral do homem um exercício de criatividade, porque ela tem
um mecanismo de “improviso”, e este só se viabiliza pela habilidade
criadora. Portanto, o que chamamos de comportamento criativo é uma
forma de exercer o potencial imaginativo em um nível que, estar a acima
da média, se torne evidente.
Segundo o mesmo autor, o exercício da criatividade no que diz respeito ao seu engajamento total
depende: de determinação (ato volitivo), outras vezes é inato e ainda outras, é produto das
circunstâncias. Esclarece (1998, p: 33):
No meio de tanto conceitos que assolam o mundo empresarial a revista SeRHumano (1998, nº
133, p: 28), apresenta na opinião do psicólogo e consultor Waldez Ludwig da MCG Qualidade,
em sua palestra na 14ª Convenção da APAS – Associação Paulista de Supermercados, a
diferença de criar e inovar, para ele uma decorre da outra, afirmando que criatividade se baseia
na necessidade, em quanto inovação depende da educação:
As influências intrínsecas são resultados do potencial criativo que nasce com o indivíduo,
somados aos estímulos e limitações psicológicos que este sofre no decorrer de sua vida,
afectando aspectos como a motivação, resistência à mudança, medo de correr riscos e o
desenvolvimento da inteligência emocional.
[...].
Alencar (1995, p: 107), usando o estudo feito por Van Gundy (1987), esclarece que as
características de um clima favorável à criatividade nas organizações dependem do clima
psicológico predominante dentro dessa organização e que vários são os factores que têm
influência no reconhecimento, mobilização e uso do talento criativo nas organizações:
- [...]:
Nesses termos, verifica-se que uns dos factores que influenciam a criatividade é a figura do líder.
Líder como consta no dicionário Aurélio, é sinónimo de guia, chefe ou condutor que representa
um grupo, uma corrente de opinião. Em tempos de globalização as características que uma
pessoa deve ter para se tornar líder de um grupo e a importância desses líderes diante da
tendência de horizontalização das relações empresariais é tratado no artigo “a liderança no
mundo globalizado” escrito por Henrique Camargo.
Camargo (2001, p: 34), aborda o estudo da consultora na área de RH e mestre em psicologia
social Maria Inês José Stella, que considera que a sociedade ficaria perdida sem alguém para
guiá-la.
“Para ser efetivamente um chefe, a pessoa precisa ter coragem para tomar as decisões necessárias
para o bom andamento dos negócios e dos interesses que representa, como definir em que
investir tempo, dinheiro e recursos para que a organização atinja o sucesso”.
O artigo escrito por Camargo, tratando da globalização mundial, entende que não basta tomar
decisões, elas devem vir rapidamente. Para isso tem que se conhecer muito bem o negócio que
comanda. A leitura especifica (2001, p: 34, 35) que:
[...] Até agora, mais difícil que gerenciar negócios, criar produtos e
produzir lucros continua sendo administrar pessoas e suas relações.
“Hoje, o carro da Mercedez e o da BMW são muitos parecidos. E a
decisão de compra tornou-se comportamental”, define Renato. “As
pessoas vão onde são bem atendidas. Esse é o grande desafio do líder”,
ele afirma.
O novo perfil do líder pressupõe alguém atento, tolerante e antenado para o que dizem e pensam
os outros. Pierre Légendre julga que. “O comércio humano, antes de ser julgável pelos
procedimentos contábeis e pela ciência dos mercados, é uma questão de palavras”.
Sob outro prisma, Anita Roddíck no mesmo livro (2001, p: 107), tem idéias curiosas do trabalho
de um líder como um provocador, relatando parte de suas experiências, como consultora
empresarial:
“Você precisa surpreendê-los”, diz Roddíck. “Quando visito uma equipe, em qualquer parte do
mundo, reúno-me com ela e pergunto: ‘O que vocês acham que há de errado conosco?’ A
princípio, é claro, as pessoas pensam: ‘Será que ela quer dizer isso mesmo? Estará tentando
insinuar que a empresa faz as coisas erradas?” Você precisa eliminar nelas a noção de que é uma
grande mulher de negócios, de uma gigantesca e bem-sucedida companhia. Depois de rompidas
as barreiras criadas de seu trabalho? Que mais aprecia nele? Como posso torná-lo mais
excitante?
[...].
Verifica-se que uma das preocupações das empresas nesse mundo globalizado é atender a
satisfação do consumidor e para tanto tem entendido que o caminho é a valorização do recurso
humano existente nessa organização.
Segundo Jan Carlzon (2001, p: 108), da SAS, na sua visão empresarial, relata no livro Espírito
Criativo (Goleman):
[...]. A empresa que quiser competir tem que ouvir o mercado e detectar
as preferências dos clientes. A vantagem competitiva reside nas
respostas imaginativas dadas no ponto exato em que a companhia se
encontra com o consumidor.
[...].
Equipes entrosadas, alimentadas pelas energias e habilidades de cada membro, podem ser mais
dinâmicas e eficientes que qualquer um dos participantes. O psicólogo Robert Sternberg, de
Yale, dá a isso o nome de “QI grupal” – a soma total, ou mesmo o produto de todos os talentos
de cada pessoa do grupo. O que falta a uma pode ser fornecido por outra; o brilho de um membro
é partilhado por todos. Quando a equipe é harmoniosa, o QI grupal é altíssimo, recompensa do
líder que consegue montar um grupo bem “afinado”: um líder que conhece os benefícios da
partilha, da confiança e do encorajamento.
A inovação exige dois grandes lances: a criação de uma nova idéia e sua
implementação. Embora um inventor solitário possa aparecer com uma
idéia revolucionária, está cada vez mais difícil colocá-la no mercado sem
a convocação de uma equipe de apoio. E as grandes inovações vêm
sendo cada vez mais obra de esforços conjuntos. A próxima geração de
supercomputadores, drogas geneticamente produzidos e fontes
renováveis de energia também surgirá, sem dúvidas, do trabalho
coletivo.
Segundo reportagem apresentada na revista EXAME (2000, p: 08), a pesquisa teve como base os
seguintes critérios, expostas no (anexo III).
A revista demonstra o resultado da pesquisa na pg. 13, tendo como conclusão, os três princípios
que as melhores empresas têm em comum:
A mesma pesquisa indica que as empresas estão aproveitando mais as sugestões dos
funcionários, como exemplo a empresa: VALEO TÉRMICO, que do total de 8.700 idéias em
1999, 98% foram aproveitadas.
Segundo análise da revista, “as dez melhores empresas” para se trabalhar, entre múltis e
nacionais, exibem práticas de recursos humanos excepcionais. Mais do que isso: têm plena
convicção estratégica de que quanto mais agradarem aos seus colaboradores, mais retorno terão
em produtividade e, conseqüentemente, em lucro. Revista Exame (2000, p: 16/18).
“As dez mais” são empresas que estão muitos próximas de, na opinião
de seus funcionários, atingir a perfeição em seu ambiente trabalho. A
media geral desse seleto grupo ficou com 87%, nove pontos a mais que a
média das outras 90 empresas selecionadas. E só dois pontos abaixo das
dez melhores empresas Americanas. Essa nota obtida significa que 87%
dos empregados dizem estar muitos satisfeitos com a empresa, com o
estilo de gestão, com a justiça reinante e com o respeito que a
companhia demonstra ter pelas pessoas.
[...].
[...].
Alguns trechos da sua participação no programa, durante a entrevista, são relatados os seguintes
aspectos, (1999, p: 18/20):
TECNOLOGIA – [...]. Portanto, agora, o trabalho físico com o
intelectual executivo podem ser confiados às máquinas. Isso significa
que resta ao ser humano o monopólio do trabalho criativo.”
Uma abordagem diferente, para estimular a vida criativa no trabalho diz respeito ao ambiente
físico, constata Goleman (2001, p: 119). “Um escritório frio e convencional sugeri um modo
convencional e frio de ver as coisas. Da mesma forma, os ambientes exuberantes e variados
induzem a ideias criativas”.
Goleman (2001, p: 119), exemplifica na opinião de Anita Roddick, empresária americana, que
diz:
[...]
Verificam-se em alguns relatos e experiências, onde houve aumento de produtividade, que estas
organizações buscaram soluções com idéias inovadoras dentro de um modelo de empresa
criativa. Um dos relatos é apresentado no mesmo livro de Goleman (p: 102/103), pela empresa
Amex Life Assurance, quando nomeada nova presidente, Sarah Nolan, que herdou uma
companhia que respondia mal às necessidades dos consumidores. Esta verificou que o problema
residia na ineficiência da hierarquia, decidiu por uma série de mudanças drásticas:
• Os directores planejaram um escritório aberto, sem paredes, diferente
dos espaços rigidamente divididos que são tão comuns na indústria
de seguros.
Também assim, a história de sucesso que fez da Companhia Cerveja Brahma a Número Um,
como expressão seus comerciais, tem por trás um desses segredos de inovações, que muitos
conhecem, mas, nem todos colocam em prática, ela revela que: “Nossa principal tecnologia é
gente”, dentro desse prisma o que faz a diferença, no caso da Brahma, é que essa afirmação, não
fica apenas no plano dos discursos. Ela é posta em prática por meio de uma política ousada de
motivação do pessoal, de estímulo à iniciativa de cada um e de treinamento constante dos
funcionários. Prova de que isso funciona são os resultados relatados pela companhia.
Dentro de uma nova aprendizagem e convivendo com o intuito e tentativas de manter o lucro, as
organizações, sem distanciar–se dos procedimentos inerentes das Relações Interpessoais,
enfrentam e criam novos procedimentos e diversos modelos de administração e comportamentos,
para transmitir a seus funcionários, na busca de bons resultados, descobrem que a empresa
socialmente humanizada trona-se lucrativa.
[...].
[...].
Ainda assim, dentro da mesma vertente das Relações Interpessoais e produtividade, a busca
incessante dos Recursos Humanos em pessoas com capacidades intrínsecas, que levem a
organização a um melhor desenvolvimento e a um patamar de lucratividade mais elevado, a
ASTD (American Society for Training and Development), que é considerada pelos profissionais
de RH, como o maior e melhor evento de treinamento e desenvolvimento do mundo, traz para
seus grandes eventos personalidades e estudiosos como Peter Ducker, Hugo Nisembaum, Curtis
Plott e outros, que transmitem aos profissionais de RH, a sociedade e às organizações que
traduzem seus esforços em lucratividade, do quanto a importância do investimento em seus
colaboradores e da necessidade de acompanhar esse desenvolvimento.
O consultor Hugo Nisembaum, que freqüenta a convenção desde 1992, entende que, o que levou
ao crescimento incessante do número de participantes no evento todos esses anos, é a descoberta
por partes das organizações que a “Aprendizagem passou a ser assunto estratégico. As empresas
estão investindo mais em seus colaboradores e exigindo mais resultados. A contar pela
participação na convenção da ASTD pode-se afirmar que o interesse na área é grande. A
delegação brasileira foi a Segunda maior dentro 180 países”.
A EXPO, maior feira de produtos e serviços para T&D do mundo, dividiu-se no ano de 1998, em
São Francisco, USA, em três grandes pavilhões. Em todos eles, a interactividade com os
participantes foi a tônica. Hugo Nisembaum percorreu os pavilhões e conta quais as tendências
mais fortes apontadas pelas novidades da feira:
- The Creativity Pavillion (Pavilhão da Criatividade), com apresentações ininterruptas mostrando
como construir ambientes que promovam criatividade inovação. “A quantidade de informações
vai continuar crescendo. Como não será possível armazenar toda a gama de informações, a
criatividade as soluções em um mundo cada vez mais complexo”, explica Nisembaum.
As repórteres Cynthia Rosenburg e Cristiane Mano, na revista Exame (2003, p. 47), trazem uma
leitura referente à satisfação de executivos em relação a seus empregos. Através de uma enquête
realizada no Portal EXAME, na Internet, mais de 90% dos 568 leitores que afirmaram ser
funcionários de grandes empresas se queixaram do aumento de pressão. E 68% deles pensam em
deixar o emprego. Ou seja, de cada três executivos dois pensam em pular fora.
“Tenho sido obrigada a gastar mais de 40% do tempo com questões que
não agregam valor. A empresa se perde na obsessão por cortar custos a
qualquer preço ou no jogo político cada vez mais intenso no primeiro
escalão. Se você fica trancado ali, começa a fazer parte da doença sem
perceber. Aos poucos, deixa de questionar e passa a fazer o básico, para
evitar o desgaste. Hoje fico bem mais atenta a oportunidades fora da
empresa...”.
“Quatro anos atrás, a matriz checava muito pouco o que fazíamos por
aqui. Hoje há mais controle e menos autonomia. As demandas de
reestruturação não param de surgir. Os ganhos são cada vez mais
atrelado aos resultados, diante de metas mais duras e de um mercado
recessivo. Alguns níveis executivos foram cortados. Na estrutura
anterior, eu seria director. Tenho um bom salário, benefícios, e sou visto
como um dos talentos da empresa. Óptimo. Mas me pergunto: ‘Quanto
tempo aguento ficar?”.
A resposta típica foi: “É, acho que a vida nas organizações está ficando
pior... menos na minha”. O presidente de uma grande montadora, depois
de um longo silencio, disse apenas: “Hummm... sobre isso eu não quero
falar. Podemos conversas sobre vender carros?” Podemos, claro. Mas
vender carros já não está fácil hoje em dia – como vender, em geral -, e
soluções criativas tem menor chance de sair da cabeça de gente
pressionada e desestimulada.
[...]
Mas o projecto não saiu do papel. “As empresas estão cada vez mais
condicionadas à competição por custos. As decisões são, sobretudo
financeiras”, diz Xavier. “A ordem subliminar é arriscar o mínimo para
garantir a própria sobrevivência. Em geral, não tem havido muito espaço
para desenvolver rapidamente novas ideias”. Em Março do ano passado,
ele deixou a directoria para a América Latina da fabricante de
fragrâncias para fundar, com três amigos, a Anantha, produtora de
cosméticos e perfumes, baseada em São Paulo. Em apenas um ano, a
Anantha já lançou uma linha de três perfumes com a marca dos cantores
Zezé de Camargo e Luciano e prepara-se para lançar uma linha de
cosméticos com a marca do esportista Amyr Klink.
Surgem na actual conjuntura novos programas, implementados por essas organizações junto a
seus colaboradores, na intenção de criar um ambiente melhor de trabalho, direccionar novo perfil
para seus líderes, alterar a estrutura da organização, que como resultado final, visam o aumento
de produtividade de seus serviços e melhorar a imagem da organização.
Trabalho em equipe
Para Katzenbach e Smith (1994), o trabalho em equipe é formado por um grupo de pessoas em
pequena quantidade, cujo conhecimento é complementado, os membros são compromissados
com as metas e todos se mantêm conjuntamente responsáveis pela performance e alcance do
objectivo, uma vez que a velocidade com que as mudanças ocorrem exige estruturas flexíveis e
adaptáveis.
Monaco (2001) discorre com outra definição para o trabalho em equipe: um grupo típico, em que
os membros se identificam, com predominância da unidade de espírito, da coesão, das relações
interpessoais, do engajamento pessoal e da adesão total dos membros ao grupo. Desta forma, o
sentido dado ao trabalho em equipe tornou-se mais significativo do que ao trabalho em grupo.
Souza e Marques (2002) afirmam que o trabalho em equipe motiva os indivíduos, não se
apresentando como uma ferramenta de cunho individual e selecta xxiii como no trabalho em
grupo. Ainda para esses autores, no trabalho em equipe a sinergia favorece o envolvimento das
A qualidade no trabalho
A qualidade é algo muito procurado nas empresas, tanto as que fornecem ou recebem algum tipo
de serviço ou produto. Fácil de entender, mas difícil de colocar em prática, pois agrega vários
quesitos para que ela seja alcançada. Para definir o termo qualidade vários autores interpretam
essa palavra buscando a forma mais clara de defini-la.
Alguns autores definem qualidade como sendo a "ausência de deficiências”, ou seja, quanto
menos defeitos, melhor a qualidade. (JURAN, 1992, p. 9).
Já, Feigenbaum, (1994, p. 8) diz que "qualidade é a correcção dos problemas e de suas causas ao
longo de toda a série de factores relacionados com marketing, projectos, engenharia, produção e
manutenção, que exercem influência sobre a satisfação do usuário."
Por sua vez, Deming (1993, p. 56) diz que "qualidade é tudo aquilo que melhora o produto do
ponto de vista do cliente". Deming associa qualidade à impressão do cliente, portanto não é
estática. A dificuldade em definir qualidade está na renovação das necessidades futuras do
usuário em características mensuráveis, de forma que o produto possa ser projectado e
modificado para dar satisfação por um preço que o usuário possa pagar.
Segundo Falconi (1992) um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente,
de forma confiável, acessível, segura e no tempo certo, às necessidades do cliente.
Percebe-se com as considerações realizadas que a qualidade no trabalho está directamente ligada
ao relacionamento interpessoal, à forma com que seus integrantes se relacionam. Quando o
relacionamento interpessoal é harmonioso, permite que o trabalho seja bem realizado, faz com
que as pessoas trabalhem de fato em equipe e que os resultados sejam alcançados.
Pode-se dizer que o relacionamento interpessoal harmonioso no ambiente de trabalho faz com
que as pessoas sejam mais comprometidas e se sintam mais valorizadas, proporcionando um
ambiente de respeito mútuo. Por outro lado, quando as relações interpessoais provocam um
clima de insegurança nos colaboradores, de falta de respeito, isso consequentemente prejudica o
comprometimento, gera a perda produtiva e a falta de qualidade no produto oferecido. As
relações interpessoais, o relacionamento humano são factores relevantes no processo produtivo.
É impossível pensar em um ambiente produtivo, sem antes se pensar na humanização desse
ambiente, na importância que o relacionamento entre os colaboradores exerce na execução das
tarefas. Um ambiente agradável, onde o relacionamento entre os colaboradores é motivador,
propicia uma satisfação tanto na organização que almeja seus objectivos, quanto no colaborador
que percebe a sua importância na qualidade oferecida ao cliente.
O gestor dentro de uma organização não é apenas um líder, é sobre tudo mediador da actuação,
participação e envolvimento, buscando ser referência através da cumplicidade da delegação de
tarefas. O líder direcciona as acções, confiante no potencial dos seus colaboradores, para exercer
com qualidade este papel é de fundamental importância que o gestor traga consigo algumas
virtudes como: iniciativa, determinação, prol actividade, o hábito de saber ouvir e de estar aberto
para sugestões.
O bom líder deve ser parte da equipe, parceiro, deve dividir as tarefas e ser cúmplice do seu time,
desta forma o grupo de maneira natural vai tornando-se homogêneo.
O avanço tecnológico que se faz presente desde a era da Revolução Industrial onde a estrutura
social e econômica foi modificada em função do surgimento da ética Protestante exaltando o
trabalho, a poupança e o investimento, o surgimento do Capitalismo onde todos os bens e
serviços utilizados para sobrevivência humana são produzidos pelas organizações. CHANDLER
( 1977, p. 608 ) registra que raramente na história do mundo uma instituição tornou-se tão
importante num período de tempo tão curto. Braga ( 1987, P. 36) concorda, dizendo que “ muitos
aspectos da atividade humana, como trabalho, educação recreação e lazer, são largamente
influenciados pelas organizações modernas.” as organizações tendem a descobrir novas
perspectivas de evolução para adaptar-se a nova era industrial.
Nos dias actuais a necessidade de adequação dos funcionários as actuais tendências são
imprescindíveis para que a empresa não pare no tempo, perdendo espaço para os concorrentes.
CHIAVENATO (2002, p. 529), relaciona capacitação com o próprio desenvolvimento
profissional, pois visa ampliar, desenvolver e aperfeiçoar o ser humano para o seu crescimento
pessoal e profissional.
O programa de capacitação possui maior êxito quando é feito através de um serviço terceirizado
prestado por uma consultoria especializados, afinal directores, gerentes e supervisores já
exercem a função de orientar e direccionar no dia-a-dia. O bom relacionamento interpessoal é
um dos factores que influenciam no satisfatório desempenho das produções diárias de um grupo.
Uma equipe que trabalha unida em prol do mesmo objectivo alcança com qualidade e eficiência
o que é proposto pelo seu líder.
Estilos de Gestão
Cada organização tem sua peculiaridade, nenhuma é igual à outra, pois os estilos de
gerenciamento não são iguais, cada um tem sua maneira de gerenciar a organização do modo
como consideram melhor para o seu desenvolvimento.
1. Estilo de gestão Centralizador: O gestor quem comanda, ele que dirige a empresa
exigindo obediência, ou seja, é do tipo do gestor autoritário.
2. Estilo de gestão Democrático: É o gestor que utiliza as ideias dos colaboradores, gosta
que todos participem nas decisões a serem tomadas.
3. Estilo de gestão "Laissez-Faire": É o gestor que se preocupa com o que os funcionários
pensam, dando a eles total liberdade, além de actuar como árbitro em dificuldades
inesperadas.
Actualmente a Gestão de Pessoas deve ser mais participativa onde os recursos humanos possam
demonstrar seus conhecimentos, habilidades e principalmente atitudes. Seria a aplicação do CHA
(conhecimento, habilidade e atitude) de cada colaborador.
CAPITULO III: Procedimentos metodológicos
Este Capitulo, têm como finalidade indicar os procedimentos metodológicos a ser usada na
pesquisa, classificar a pesquisa, caracterizar o espaço da pesquisa e indicar as técnicas de recolha
de dados.
3.1.Métodos de abordagem
O método de abordagem utilizada para a elaboração do trabalho será dedutivo, pois parte-se do
modo geral para uma situação particular e real, isto é, aquilo que se vive na empresa.
De acordo com Gil (2008: 8), o método dedutivo é o método que parte do geral e, a seguir, desce
ao particular. Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita
chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica.
3.2.Tipo de pesquisa
Neste estudo far-se-á uma pesquisa qualitativa, isto é, na medida em que ela irá analisar a
influência das relações interpessoais na criatividade e desenvolvimento no trabalho e oferecer
explicações profundas do significado, e das características dos resultados da informação que
serão obtidas através de questionários.
SILVA & MINEZES (2001: p. 20) afirmam que, na pesquisa qualitativa, há uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo e a
subjectividade do sujeito que não pode ser traduzidos em números. Neste pesquisa o pesquisador
é o instrumento chave e o ambiente natural é fonte directa para a colheita de dados.
Para a elaboração da presente pesquisa serão usadas as seguintes técnicas de recolha de dados a
entrevista, questionário e guião.
3.5.População
Segundo GIL (2008: 89-91), a População ou universo é um conjunto definido de elementos que
possuem determinadas características.
3.6.Amostra
Para Gil (2008), a amostra é o subconjunto do universo ou da população. Representa uma parte
dos dados da população.
Da população ou universo acima descrita 14 serão seleccionados para a pesquisa dos quais 10
funcionários e 4 gestores da empresa, sendo 1 comercial, 1 recursos humanos, 1 administrativo e
de1 gestor de relações publicas.