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MÓDULO 2 HISTÓRIA

MÓDULO 2

História

A Invasão do Continente Africano

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA


INSTITUTO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - INDE
Agradecimentos
O Ministério da Educação Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação deseja agradecer os
abaixo mencionados pela sua contribuição na elaboração deste módulo através do fornecimento da
Template:

COL
MÓDULO 2

Conteúdos
Acerca deste Módulo 3

Lição 1 7

Lição 2 14

Lição 3 21

Lição 4 26

Lição 5 32

Lição 6 38

Lição 7 44

Lição 8 49

Lição 9 55

Lição 10 61

Lição 11 69

Lição 12 77

Lição 13 83

Lição 14 89
ii Conteúdos

Soluções 95

Teste Preparação de Final de Módulo 2 101


MÓDULO 2

Acerca deste Módulo


MÓDULO 2

Como está estruturado este


Módulo
A visão geral do curso
Este curso está dividido por módulos autoinstrucionais, ou seja, que vão
ser o seu professor em casa, no trabalho, na machamba, enfim, onde quer
que você deseja estudar.

Este curso é apropriado para você que já concluiu a 7ª classe mas vive
longe de uma escola onde possa frequentar a 8ª, 9ª e 10ª classes, ou está a
trabalhar e à noite não tem uma escola próxima onde possa continuar os
seus estudos, ou simplesmente gosta de ser auto didacta e é bom estudar a
distância.

Neste curso a distância não fazemos a distinção entre a 8ª, 9ª e 10ª


classes. Por isso, logo que terminar os módulos da disciplina estará
preparado para realizar o exame nacional da 10ª classe.

O tempo para concluir os módulos vai depender do seu empenho no auto


estudo, por isso esperamos que consiga concluir com todos os módulos o
mais rápido possível, pois temos a certeza de que não vai necessitar de
um ano inteiro para conclui-los.

Ao longo do seu estudo vai encontrar as actividades que resolvemos em


conjunto consigo e seguidamente encontrará a avaliação que serve para
ver se percebeu bem a matéria que acaba de aprender. Porém, para saber
se resolveu ou respondeu correctamente às questões colocadas, temos as
respostas no final do seu módulo para que possa avaliar o seu despenho.
Mas se após comparar as suas respostas com as que encontrar no final do
módulo, tem sempre a possibilidade de consultar o seu tutor no Centro de
Apoio e Aprendizagem – CAA e discutir com ele as suas dúvidas.

No Centro de Apoio e Aprendizagem, também poderá contar com a


discussão das suas dúvidas com outros colegas de estudo que possam ter
as mesmas dúvidas que as suas ou mesmo dúvidas bem diferentes que
não tenha achado durante o seu estudo mas que também ainda tem.
4 Conteúdos

Conteúdo do Módulo
Cada Módulo está subdividido em Lições. Cada Lição inclui:

 Título da lição.

 Uma introdução aos conteúdos da lição.

 Objectivos da lição.

 Conteúdo principal da lição com uma variedade de actividades de


aprendizagem.

 Resumo da unidade.

 Actividades cujo objectivo é a resolução conjuta consigo estimado


aluno, para que veja como deve aplicar os conhecimentos que acaba
de adquirir.

 Avaliações cujo objectivo é de avaliar o seu progresso durante o


estudo.

 Teste de preparação de Final de Módulo. Esta avaliação serve para


você se preparar para realizar o Teste de Final de Módulo no CAA.

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MÓDULO 2

Habilidades de aprendizagem
Estudar à distância é muito diferente de ir a escola pois quando vamos a
escola temos uma hora certa para assistir as aulas ou seja para estudar.
Mas no ensino a distância, nós é que devemos planear o nosso tempo de
estudo porque o nosso professor é este módulo e ele está sempre muito
bem disposto para nos ensinar a qualquer momento. Lembre-se sempre
que “ o livro é o melhor amigo do homem”. Por isso, sempre que achar
que a matéria esta a ser difícil de perceber, não desanime, tente parar um
pouco, reflectir melhor ou mesmo procurar a ajuda de um tutor ou colega
de estudo, que vai ver que irá superar toas as suas dificuldades.

Para estudar a distância é muito importante que planeie o seu tempo de


estudo de acordo com a sua ocupação diária e o meio ambiente em que
vive.

Necessita de ajuda?
Sempre que tiver dificuldades que mesmo após discutir com colegas ou
amigos achar que não está muito claro, não tenha receio de procurar o seu
tutor no CAA, que ele vai lhe ajudar a supera-las. No CAA também vai
dispor de outros meios como livros, gramáticas, mapas, etc., que lhe vão
Ajuda auxiliar no seu estudo.
MÓDULO 2

Lição 1

Africa Diante do Desafio Colonial

Introdução
Caro aluno, vai iniciar o estudo de mais um módulo de História. Irá
mudar profundamente o seu enfoque uma vez que depois de ter estudado
o processo de evolução do pensamento histórico desde o surgimento da
História até aos nossos dias, agora irá dar início ao estudo da História do
nosso continente, particularmente durante o período de dominação
colonial.

Nesta primeira lição irá fazer algumas revisões sobre os séculos que
antecederam a invasão do continente africano pelos colonizadores para
que possa se enquadrar devidamente no estudo a realizar.

Vamos ao estudo e força!

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Caracterizar o mapa político de África no século XV.

 Analisar as relações entre a África e o mundo entre os séculos XV e


XIX.
Objectivos
 Caracterizar o mapa político de África no inicio do século XIX.

África diante do desafio colonial


África até ao século XV
Durante milénios após o surgimento das primeiras comunidades, África
esteve organizada em chefaturas, reinos, estados e impérios de dimensões
variadas. Muitos dos territórios eram habitados por comunidades
nómadas, dadas as circunstâncias de vida que existiam, na altura, no
continente.

Após este período de tranquilidade interna, por volta do século VI,


começa o processo de fixação de estrangeiros no continente com a
chegada dos primeiros mercadores árabes que se fixaram na faixa oriental
do continente. A partir desta altura os mercadores árabes foram se

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8 Conteúdos

fixando ao longo da costa, onde fundaram feitorias e entrepostos


comerciais.

Foi a partir destas feitorias e entrepostos que esses primeiros árabes


começaram a fazer o seu comércio com os africanos trocando tecidos,
missangas, artigos de loiça, etc., por ouro, marfim, peles, penas e outros.

Os estados africanos no século XV

Como pode, então, ver, caro estudante, no século XV África era um


continente afectivamente no qual a presença e influência estrangeiras
estavam reduzidas a alguns pontos na costa oriental. Numa primeira fase,
esses estrangeiros eram apenas os árabes que faziam comércio com as
comunidades africanas locais.

Você tem ideia de quando inicia a fixação europeia em África?

Como deve se recordar, porque estudou na 9ª classe, no século XV,


iniciou a chamada expansão europeia no mundo que levou à África os
primeiros europeus, particularmente para a costa ocidental do continente.
Desde esse período, e durante quatro séculos, os europeus foram se
fixando ao longo da costa dedicando-se ao comércio com as comunidades
africanas. Os europeus levavam de África ouro, marfim e escravos em
troca de armas de fogo, bebidas, tecidos e outros produtos
manufacturados pela indústria europeia.

Onde se fixaram os europeus durante a expansão europeia? Observe o


mapa

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MÓDULO 2

As rotas da expansão nos séculos XV - XVI

Como viu no mapa os europeus fixaram – se em diversas regiões do


mundo, sendo que no caso de África os locais de fixação foram a costa
ocidental e algumas regiões da costa oriental como Moçambique.

As Razões da Presença estrangeira em África

Que motivos ditaram a fixação dos europeus em África? Terá sido a


expansão europeia no século XX o início da dominação colonial em
África?

É claro que não! Tanto os árabes, a partir do século VI, como os


europeus, entre os séculos XV e XIX, fixaram-se em África apenas
movidos por interesses comerciais. A sua preocupação era fazer comércio
com as comunidades locais, obtendo, em troca, matérias-primas diversas
e escravos.

O povoamento, tanto por mercadores árabes como por europeus, estava


limitado a alguns locais ao longo da faixa costeira e as relações entre
africanos e europeus cingiam-se a esfera económica, comercial, pelo que
não havia qualquer forma de dominação dos povos africanos. Eram os
chefes africanos que estavam a frente dos seus reinos, estados e impérios
e controlavam a actividade produtiva e o comércio com os mercadores
estrangeiros.

Com a penetração mercantil europeia em África desenvolveu-se um


comércio ligando três principais pólos: África, Europa e América,
constituindo-se assim, aquilo que ficou conhecido, na história, pelo nome
de Comércio Triangular. A seguir vai estudar o que foi esse comércio
triangular. Atenção!

Comércio Triangular
Comércio Triangular é uma expressão utilizada para designar um
conjunto de relações comerciais, de carácter transcontinental, dirigidas,
essencialmente, por países europeus ligando as metrópoles e os vários
domínios ultramarinos.

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10 Conteúdos

Era um comércio apoiado em três vértices geopolíticos e económicos:


Europa, África e América (Norte, Centro e Sul). Embora em plano
secundário existiam também relações comerciais com a Ásia.

O vértice europeu deste comércio assenta nas principais potências navais


e políticas do Velho Continente: Holanda, Inglaterra, França, Espanha e
Portugal.

Uma pergunta, legítima, que você coloca, deve ser, que produtos eram
comercializados nesse comércio?

Muito bem, caro estudante! Neste comércio, da Europa saíam produtos


manufacturados, como armas de fogo, rum, tecidos de algodão, ferro,
jóias de pouco valor, entre outros artigos. O destino principal era África,
onde levavam escravos em troca. Os compradores de escravos adquiriam
esta “mercadoria” de europeus ou africanos, quer no litoral quer no
interior. Muitas vezes eram colonos americanos a comprar directamente
em África escravos, sem intermediários europeus.

Da África saíam escravos para as minas e plantações das Américas. Em


troca de escravos os europeus levavam da América açúcar, tabaco,
moedas de ouro e prata (ou em barra, e até mesmo em forma de letras de
crédito de praças financeiras como Londres, Bordéus, Amesterdão,
Nantes, Antuérpia...).

O comércio triangular

Então, pode-se falar da pilhagem do continente africano antes da


ocupação imperialista?

Claro que sim! Além de não conhecer o valor da sua produção, os


africanos não tinham a preocupação de obter riqueza através do comércio,
mas apenas conseguir aquilo que não produziam. Este facto levou a que
os africanos fossem facilmente enganados, fazendo com os europeus o

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MÓDULO 2

chamado comércio desigual. Além do comércio desigual a pilhagem dos


povos africanos realizou-se através do tráfico de escravos, que retirou da
África o seu principal recurso - o Homem.

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu que até ao século XIX quando iniciou a
chamada invasão do continente africano, ele era um continente
independente: não existiam unidades políticas das dimensões variadas
lideradas por reis, rainhas e chefes africanos de acordo com as regras,
Resumo costumes e formas de estar africanos.

Antes do século XIX o contacto com os estrangeiros, que iniciou com os


árabes por volta do século VI e se incrementou com a chegada dos
europeus a partir do século XV estava limitado ao domínio comercial e a
sua presença reduzida a uns poucos comerciantes instalados em alguns
pontos na costa.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

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12 Conteúdos

Actividades
1. Observe atentamente o mapa seguinte

Actividades

• Mencione os estados africanos no século XV, assinalado pelas


letras

2. Caracterize as relações entre África e o mundo entre os séculos


XV e XIX

Já respondeu? Agora compare as suas respostas com as chaves de


correcção.

Chave de Correcção
1. A – Mali B – Songhai C – Ghana D – Mwenemutapa

2. Entre os séculos XV e XIX, as relações entre africanos e europeus


cingiam-se a esfera económica, particularmente comercial, pelo que não
havia qualquer forma de dominação dos povos africanos. Eram os chefes
africanos que estavam a frente dos seus reinos, estados e impérios e
controlavam a actividade produtiva e o comércio com os mercadores
estrangeiros.

Muito bem, chegados a esta fase, nada melhor que você sozinho medir o
seu grau de assimilação dos conteúdos aprendidos, respondendo as
questões abaixo.

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MÓDULO 2

Avaliação
1. Identifique 5 (cinco) estados africanos do século XV.

2. Aponte a função de cada um dos vértices do comércio triangular.


Avaliação

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

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14 Conteúdos

Lição 2

O interesse dos Europeus pela


África

Introdução
Como já estudou, até final do século XVIII a presença europeia em
África esteve limitada às regiões costeiras. Se por um lado não era
imprescindível, para os europeus, ocupar os territórios africanos para tirar
proveito deles, pois o comércio conseguia alimentar a manufactura
europeia; por outro lado a correlação de forças África /Europa era ainda
bastante equilibrada pelo que não era de todo recomendável.

Entretanto a partir do século XIX a atitude dos europeus mudou


drasticamente. As nações europeias começaram a se digladiar pela
ocupação de territórios em África.

A que se deve o novo interesse dos europeus pela África?

Esta lição procura esclarecer a razão por que os europeus mudaram a sua
atitude em relação a África no século XIX.

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Caracterizar o mapa político de África no início do século XIX.

 Explicar o interesse dos europeus pela África no início do século XIX.

 Identificar os principais exploradores que passaram pela África.


Objectivos

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MÓDULO 2

Caro estudante depois da introdução e daquilo que se espera que você


seja capaz de fazer, no fim desta lição, agora vai ver o que moveu o
interesse dos europeus por África.

O Interesse dos Europeus Pela África


O Mapa Político de África no Início do Século XIX

Até ao final do século XVIII o continente africano era maioritariamente


constituído por reinos, estados e impérios autóctones, encabeçados por
chefes originalmente africanos. Nessa altura, a vida política, económica e
ideológica estavam sob controlo efectivo dos próprios africanos. Isto quer
dizer que presença europeia em África estava bastante limitada.
Encontravam-se alguns comerciantes ao longo da costa que se dedicavam
ao comércio com as comunidades Africanas.

África no início do século XIX

Você, agora vai ver como se desenvolveu o processo de penetração dos


europeus por África.

O Avanço dos Europeus pelo Interior de África


A partir de finais do século XVIII e início do século XIX a atitude dos
europeus em relação a África modifica-se. Os europeus, que até finais do
século XVIII não mostravam interesse em penetrar para o interior da
África, começam nesta altura a manifestar interesse pelo interior do
continente africano. Como é que se explica esta mudança de atitude?

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16 Conteúdos

Veja algumas razões

• Movimento contra a escravatura - desde os princípios do


século XIX a Grã - Bretanha, França e outros estados enviam
esquadras militares para os três mares em volta do Continente
africano (Oceano Atlântico, Oceano Índico e mar Mediterrâneo)
com a finalidade de combater o tráfico escravista;

• Movimento missionário - as igrejas, em particular as


protestantes, lançaram-se no século XIX num amplo movimento
anti-esclavagista considerando que estava a ocorrer em África um
verdadeiro genocídio sugerindo o controlo, incluindo a conquista,
da África pela Europa para acabar com o que estava a acontecer;

• Curiosidade Científica e o Espírito de aventura - Apesar de


constituir, desde o século XV, uma das principais fontes de
riqueza para os europeus, no século XIX África continuava uma
incógnita. Assim no século XIX uma das maiores preocupações
dos europeus era conhecer esse "continente misterioso";

• Impacto da Revolução Industrial - com a revolução industrial o


papel da África para a Europa modifica-se. Se até ao século XIX
a África era o principal fornecedor de braços às plantações e
minas nas Américas, a partir desta altura já não era isso que
interessa à Europa. O que os Europeus queriam agora era ver
África a produzir matérias-primas para a Europa e absorver a
crescente produção industrial europeia. Após a Revolução
Industrial os africanos eram mais úteis como produtores de
matérias – primas, e ao mesmo tempo como consumidores dessa
mesma produção industrial nos seus locais de origem do que
enviados como escravos às Américas.

As Viagens Exploratórias

Se as razões expostas anteriormente justificam o interesse dos europeus


pelo interior do continente Africano; no início do século XIX, ainda não
estavam criadas as condições para a penetração, pois a "África era uma
incógnita". Os europeus não tinham nenhum conhecimento sobre as terras
africanas, os seus habitantes, os perigos que os esperavam, as vias de
acesso, entre outras razões.

O avanço dos europeus para o interior da África só foi possível graças à


acção dos exploradores. Com efeito desde princípios do século XIX,
colunas militares, mercadores e missionários começaram a palmilhar o
continente. O objectivo era estudar, fazer o reconhecimento do mesmo.

As principais Viagens Exploratórias


As viagens exploratórias ou de reconhecimento tinham como principal
objectivo produzir o máximo de informação sobre o continente africano e
em particular as vias e condições de acesso não interior. Portanto as

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MÓDULO 2

viagens exploratórias incidiram sobre as principais vias de acesso ao


interior (os rios). Veja por zonas as principais expedições realizadas...

África Ocidental

Na África Ocidental a principal dúvida estava em torno do curso do


Níger, que até ao século XIX alimentava as mais diversas interpretações.
Para seguir o curso do Níger, a Grã-Bretanha criou em 1778, através de
sir Joseph Banks, a Associação Africana.

As duas primeiras expedições foram lançadas a partir da Serra Leoa, com


Houghton à cabeça, e do Egipto, sob a liderança de Hornemann. Os dois
exibicionistas sucumbiram diante dos obstáculos que se lhes colocaram.
O primeiro foi vítima da hostilidade dos mouros enquanto Hornemann
desapareceu no deserto.

Em 1795 foi a vez de Mungo Park acompanhado por cerca de 40 homens,


a partir da Gâmbia. Após enfrentar verdadeiras agruras, conseguiu chegar
a Segu, mas não conseguiu alcançar o destino Tumbuctu e morreu nos
rápidos de Bussa quando tentava seguir até a foz.

No início do século XIX, novas expedições foram lançadas pelo governo


britânico. Vejamos…

• 1821 - Denhan e Clapperton partiram de Trípolis em direcção ao


Chade e conseguiram alcançar Socoto;

• 1825 - Clapperton foi enviado para a costa da Guiné para tentar


localizar o porto de Rakah.

• No prosseguimento da sua missão exploratória, Clapperton


Juntou-se a Richard Lander com quem visitou o Yoruba, o Socoto
e chegou ao Níger. Após a morte de Clapperton, Richard juntou -
se a seu irmão Jean e, sob a bandeira britânica, percorreram o
curso do Níger e, finalmente, representaram num mapa o curso
exacto do rio;

• 1826 - Gordon Laing partindo de Trípolis, alcançou Tombuctu;

• 1827 - René Cailé partiu da costa da Guiné em direcção a


Tombuctu. Em seguida conseguiu chegar a Fez no sul de
Marrocos.

• 1850 - Henri Barth - alemão que viajou por conta do governo


britânico foi, o maior explorador da África ocidental. O seu
Périplo inclui Air, País Haússa e Bornu, curso superior do rio
Benué, Gwandu e Tombuctu. Ao contrário da maioria dos outros
exploradores, que se limitou a descoberta de novos objectos
geográficos, Barth, fez registos de valor inestimável sobre a vida
das comunidades do interior da África.

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18 Conteúdos

África Oriental e Central

Nesta região a principal preocupação aspecto que se pretendia esclarecer


era descobrir a nascente do rio Nilo, mas não só.

De facto, os primeiros exploradores que passaram pela região foram os


missionários Rebmann e Krapf. Enquanto Rebmann conseguiu ser o
primeiro europeu a escalar o cume do monte Kilimanjaro, Krapf traçou
um mapa da região, embora com muito pouca informação.

Em conjunto Rebmann e Krapf compilaram o primeiro dicionário e a


primeria gramática swaílis.

Em 1858, foi a vez de Burton e Speke ao serviço da Sociedade Real de


Geografia descobrirem o lago Tanganyica. Com Burton doente, Speke
descobriu um grande lago a que chamou Vitória.

Em 1860 Speke contornou o lago Vitória e apercebeu que aí nascia um


enorme rio. Tendo depois concluido que tratar-se do rio Nilo.

Samuel Baker e esposa descobriram o lago Alberto.

África Central e Austral

O principal explorador desta região foi o inglês David Livingstone. Ele


chegou à África do Sul em 1849, tendo atravessado o deserto de Calaari,
antes de descobrir o lago Ngami. Depois seguiu para Ocidente até
Luanda. Depois seguiu pelo Zambeze de Oeste a Leste tendo chegado às
cataratas do Zambeze a que chamou quedas Vitória. Em 1856 chegou ao
Oceano Índico e, dois anos mais tarde descobriu o lago Niassa. Depois
alcançou o Tanganyica e o Lualaba. Morreu em 1873, em África.

Henri Morton Stanley - veio pela primeira vez a África em 1858 com o
objectivo de convencer David Livingstone a regressar a Inglaterra, mas
teve que retornar sem sucesso pois Livingstone recusou-se a segui-lo.

Em 1875 Henri M. Stanley retornou a África e, tendo contornado o lago


Vitória, confirmou a descoberta de Speke sobre a nascente do Nilo.
Constatou que o lago Tanganyica não tinha saída para o norte e que o
Lualaba conduzia ao rio Congo.

Com as descobertas de Stanley ficaram esclarecidas todas as


interrogações sobre as principais vias de acesso ao interior do continente
africano.

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MÓDULO 2

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu Após vários séculos de presença em África
sem avançar para o interior do continente, a partir do século os europeus
foram movidos por diferentes interesses a se interessar pelo interior da
África.
Resumo
O passo inicial para a conquista, foi lançar expedições de reconhecimento
ao continente para obter informações que tornassem possível aquele
desiderato.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

Actividades
1. Faça corresponder, através de setas, os exploradores da coluna A às
descobertas da coluna B

Coluna A Coluna B
A.Em 1858, ao serviço da Sociedade Real de
1. H.M. Stanley
Actividades Geografia descobriu, juntamente com Speke o lago
Tanganyica
B. Seguiu pelo Zambeze de Oeste a Leste tendo
2. Samuel Baker
chegado às cataratas do Zambeze a que chamou
quedas Vitória
C. Na companhia da esposa descobriu o lago Alberto
3. Gordon Laing
D.Passou por País Haússa e Bornu, curso superior do
4. Burton
rio Benué, Gwandu e Tombuctu e, além da
descoberta de novos objectos geográficos, fez
registos sobre a vida das comunidades.
E. 1826 - Partindo de Trípolis, alcançou Tombuctu.
5. Livingstone
F. Constatou que o lago Tanganyica não tinha saída
6. Henri Barth
para o norte e que o Lualaba conduzia ao rio
Congo
2. Compare as suas respostas com as soluções que te são propostas a
seguir.

1. F 3. E 5. B

2. C 4. A . 6. D

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20 Conteúdos

Avaliação
1. Descreva o mapa político da África no início do século XIX

2. Explique os factores económicos do interesse dos europeus pelo


interior da África
Avaliação
3. Faça corresponder, através de setas, as colunas A e B de modo a
obter a indicação correcta das áreas por onde cada explorador
passou.

A B

1. H.M. Stanley
A. África ocidental
2. Samuel Baker

3. Gordon Laing
B. África Oriental e
Central
4. Burton

5. Livingstone
C. África Central e
6. Henri Barth Austral

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

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MÓDULO 2

Lição 3

A Corrida Imperialista e a Partilha


de África

Introdução
Até ao final do terceiro quarto do século XIX a presença europeia em
África era ainda bastante reduzida. Inglaterra, Alemanha, França,
Portugal exerciam alguma influência em África e tinham interesses
comerciais. Mas o controle político era quase nulo, pois nenhum estado
estava interessado em suportar despesas de ocupação para obter aquilo
que se podia ter através do controle indirecto.

O período de 1880 a 1935 ficou na História pelas rápidas mudanças que


aconteceram. Particular incidência é para os compreendidos entre 1880 e
1910, que foi período de conquista e ocupação de África pelos europeus.

Nesta lição irá, pois, caro aluno, estudar o processo que resultou nessa
conquista e ocupação

Preste atenção!

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Descrever o mapa político da África nas vésperas da Partilha.

 Explicar as origens da corrida imperialista em África.

Objectivos

A corrida Imperialista e a Partilha de África


O Mapa Político de África nas Vésperas da Partilha
Depois de cerca de três séculos em África, em 1880 os europeus
ocupavam apenas algumas regiões ao longo da costa, cuja extensão
representava cerca de 20% do território africano. A única região em que
se notava a presença europeia no interior era o extremo sul do continente,
onde havia europeus no interior da cidade do Cabo. O restante do
continente africano mantinha a sua total autonomia sob a direcção dos
reis, rainhas e chefes africanos.

21
22 Conteúdos

A África em 1880

Agora veja como é que tudo aconteceu, até princípios de 1880.

A corrida imperialista
Entretanto, em pouco mais de trinta anos, esta situação política, marcada
pela autonomia das sociedades africanas, alterou-se profundamente. Em
1914 toda a África, exceptuando a Etiópia e a Libéria, encontrava-se sob
domínio dos europeus ou em processo irreversível para esse ponto.

O quadro descrito acima irá alterar-se drasticamente no último quartel


com o início daquilo a que se chamou corrida imperialista.

Corrida imperialista é como se convencionou chamar ao ambiente de


disputa entre os estados europeus pela África, entre finais da década de
1870 e princípios de 80.

Os Factores que Desencadearam a Corrida

Em 1876 o rei Leopoldo II convocou a Conferência Geográfica de


Bruxelas na qual fundou a Associação Internacional Africana tendo como
objectivos a exploração do continente, o combate ao tráfico esclavagista e
a introdução da civilização (europeia).

Para perseguir estes objectivos, em 1879, Leopoldo II contratou Stanley


para a Associação com a tarefa de criar postos e assinar tratados com os
chefes africanos.

As actividades de Stanley, em representação da Bélgica, no Congo


originaram de imediato reacções de outros países europeus, com destaque
para os franceses e portugueses.

22
MÓDULO 2

A França que, à chegada de Stanley, já tinha Brazza em missão


exploratória não cedeu às pretensões belgas e instalou-se a disputa da
região entre estes dois países. Paralelamente, lançou-se na consolidação
do seu domínio nos territórios sob sua influência, nomeadamente
Madagáscar, Argélia e outros.

Por seu turno os portugueses, temendo perder os territórios que


consideravam de sua influência, começaram a ocupar os seus territórios
do interior de Moçambique.

Era o início da corrida entre os estados europeus pela ocupação de


territórios, e que rapidamente iria envolver outros estados.

A Inglaterra, não querendo ficar atrás, começou a mudar a sua atitude em


relação as áreas de sua influência optando por impor maior domínio. Já a
Alemanha, que até esta altura tinha se instalado em Walvis Bay, Namíbia,
começou a avançar para o interior.

Esta corrida imperialista não foi pacífica, mas sim marcada por conflitos.
Na busca de soluções para os conflitos inter-imperialistas, que
ameaçavam levar a confrontação, Portugal avançou a proposta de uma
conferência internacional. Esta ideia não vingou sob os auspícios dos
portugueses, mas foi retomada pelos alemães que, em 1884/85,
organizaram a Conferência de Berlim.

23
24 Conteúdos

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu que no último quartel do século XIX, e
vésperas da partilha de África, a presença europeia em África estava
limitada a cerca de 20% do território africano. Em todo o resto do
continente mantinha-se a autonomia dos estados africanos com os seus
Resumo reis, rainhas e chefes. Este período iria, porém, ser marcado por uma
enorme disputa de territórios em África a que se convencionou chamar
Corrida Imperialista.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

Actividades
1. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas a cerca da
invasão do continente africano

a) Depois de cerca de três séculos em África, em 1880 os


europeus ocupavam quase toda a África, exceptuando cerca de
20% do continente.
Actividades
b) Em 1914 toda a África, exceptuando a Etiópia e a Libéria,
encontrava-se sob domínio dos europeus ou em vias disso.

c) Corrida imperialista é como se chamou o ambiente de disputa


entre os estados europeus pela África, nas décadas de 1870/80.

d) Um dos factores da corrida imperialista em África foi a vinda


de Stanley a mando do Jornal New York Herold.

e) Na região do Congo os interesses franceses eram representados


por Brazza e os da Bélgica por Stanley.

f) No âmbito da corrida imperialista a Alemanha, partiu de


Walvis Bay, em direcção ao interior.

g) A conferência de Berlim para pôr cobro à corrida imperialista


foi convocada por Portugal.

h) A Conferência de Berlim realizou na Alemanha entre


Novembro de 1884 e Fevereiro de 1885, organizaram.

Respostas

1. a) V b) V c) V d) F e) V f) V g) F h) F

24
MÓDULO 2

Avaliação
1. Define corrida imperialista

2. Explique os factores que despoletaram a corrida imperialista


Avaliação

25
26 Conteúdos

Lição 4

A Conferência de Berlim

Introdução
Um dos marcos do último quartel do século XIX foi a rivalidade e a
disputa entre as principais potências capitalistas pelo controlo do
continente africano.

No início da década de 1880 as rivalidades ameaçavam explodir a


qualquer momento, e transformar-se numa confrontação militar.

Ora nesta lição você irá estudar como é que as potências se esforçaram
por impedir que se chegasse a uma situação de confrontação que
colocasse em causa os interesses das próprias potências.

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Explicar as razões da conferência de Berlim.

 Explicar os antecedentes da Conferência de Berlim.

 Identificar as decisões da Conferência de Berlim.


Objectivos

A conferência de Berlim
Caro estudante, preste atenção, para perceber como é que o mundo
chegou à famosa Conferência de Berlim.

Antecedentes: o Tratado do Zaire

Na segunda metade do século XIX, quando a disputa dos territórios


africanos ganhava ímpeto, Ferreira do Amaral, então governador geral de
Angola, designa Brito Capelo para assegurar a posse das regiões que
confinam com o paralelo de 5º12' sul e assinar tratados com os chefes
locais, estabelecendo a soberania portuguesa nos territórios de Cacongo e
Massábi.

A França e Inglaterra mostram-se preocupadas com a iniciativa pelo que


foi assinado entre Portugal e Inglaterra, a 26 de Fevereiro de 1884 em
Londres, um acordo: o Tratado do Zaire.

26
MÓDULO 2

Este tratado foi contestado pelos outros estados europeus (França.


Alemanha, Espanha e Holanda) e pelos Estados Unidos da América.

Para este grupo de países, aceitar o tratado de Zaire era o mesmo que
reconhecer os direitos históricos de Portugal. Por outro lado, era
reconhecer o exercício de um poder exclusivo de policiamento e
fiscalização do curso superior do Zaire por parte de Inglaterra e de
Portugal.

Por outro lado, por este tratado, Portugal e Inglaterra ficavam, de facto,
unidos contra a política africana da França e de Leopoldo II.

Perante a exigência de reconhecimento de outras potências, Portugal


propôs uma conferência internacional para tratar das questões pendentes.
A Inglaterra não concorda com a sugestão. Pouco depois Leopoldo II
sugere, a reunião de uma conferência internacional destinada a delimitar
os territórios em África sobre que as diversas potências alegassem
direitos. Nasce, assim, a Conferência de Berlim.

Causas, Objectivos e Decisões da Conferência de Berlim

A principal razão que levou à convocação da Conferência de Berlim


foram os conflitos entre os estados europeus motivados pela disputa de
territórios em África.

Quais Eram os Objectivos de Tal Conferência?

Se tivermos em conta que a motivação principal da Conferência eram os


conflitos inter imperialistas, então fica claro que esta devia se debruçar
essencialmente sobre este problema que punha em causa os interesses das
potências europeias.

Assim podemos concluir que os objectivos da Conferência de Berlim


foram:

• A eliminação e prevenção de conflitos, relacionados com a


partilha, entre os estados europeus,

• Estabelecimento dos mecanismos da partilha.

Nesta importante reunião estiveram representados todos os estados com


interesses expansionistas, maioritariamente europeus, mas também de
outros continentes.

27
28 Conteúdos

As nações representadas no congresso pelos seus ministros e delegados


são as seguintes:

Você, tem ideia sobre o que é que foi decidido naquela grande
conferência internacional?

Então leia o extracto que se segue.

Leitura

Estas nações reuniram-se em conferência a convite do governo imperial Alemão,


e concordaram sob as seguintes declarações:

I O comercio de todas as nações gozarão de uma completa liberdade”

28
MÓDULO 2

1º Em todos os territórios que constituem a bacia hydrografica do Congo e seus


afluentes. Esta costa é delimitada ao Norte pelas costas do Niari, Ogooué, Shire
e Nilo, a Este pelo Lago Tanganika, ao Sul pela costa do Zambeze e loge,
compreendendo portanto, todos os territórios regados pelo Congo e seus
afluentes, incluindo o lago Tanganica e seus tributários orientais.

2º Na zona marítima que se estende sobre o Oceano Atlântico, desde Setta-


Camma até embocadora do Loge. O limite setentrional seguirá o curso do rio
que desemboca em Sette-Camma, e a partir de sua origem se dirigirá por Este
até à junção com a bacia hydrografica do Congo.

3º Na zona que se prolonga a Este, do Congo, como já estava limitada até ao


Oceano Indico, desde o 5 (quinto) grau de latitude Norte até a embocadura do
Zambeze, ao Sul deste ponto alinha de demarcação seguirá o Zambeze até 5
milhas acima do confluente do Shire, e continuará pela linha mais lata que serve
de separação às águas que correm até ao lago Niassa e aos tributários do
Zambeze, para demarcar finalmente a linha de separação das águas de Zambeze
e do Congo.

Ao estender à zona oriental o princípio de liberdade do comercio, este principio


não será aplicado aos territórios que pertençam actualmente a qualquer estado
independente e soberano, salvo quando a isso prestem consentimento. As
potências acordarão empregarem toda a sua influência junto, de assegurar a
todas as nações, as condições mais vantajosas para o seu comércio.

“ІІ - Todas as bandeiras, sem distinção da nacionalidade, terão livre acesso em


todo litoral dos territórios enumerados”

“ІІІ - As mercadorias importadas nestes territórios ficam livres de direitos de


entrada e de trânsito. As potências reservam-se o direito de decidir, ao fim de
um período de vinte anos, se convirá continuar a manter a franquia de entrada”.

“ІV - Toda a potência que exerça actualmente ou de futuro direitos de


soberanias nos territórios mencionados, não poderá conceder neles nenhuma
espécie de monopólio ou privilégio em matéria comercial ”.

“V - Todas as potências que exerçam soberania ou influencia nos mencionados


territórios, se comprometem a valer pela conservação da população indígena e
pelo melhoramento das suas condições morais e sobretudo do tráfico de negros;
outros, sim, protegerão sem distinção de nacionalidade nem religião, todas as
instituições e empresas religiosas, científicas e caritativas, que tendam a instruir
os indígenas e a fazer compreender as vantagens da civilização...”

Lendo atentamente o extracto, verificamos que os pontos I a IV


debruçam sobre a liberalização do comércio nas principais bacias
hidrográficas, particularmente do Zambeze e de Congo.

O ponto V determina a obrigatoriedade de as potências europeias


imporem a civilização europeia o que por outras palavras significa
remover toda a estrutura tradicional africana e substituí-la pela europeia o
que significa ocupar efectivamente as regiões em causa.

Portanto, em forma de síntese podemos dizer as decisões da Conferência


de Berlim podem ser resumidas a três:

• Reconhecimento do Estado Livre do Congo;

• Liberalização do comércio nas bacias do Congo e Níger;

29
30 Conteúdos

• Estabelecimento do princípio da ocupação efectiva.

Ao abrir as principais bacias hidrográficas ao livre comércio das


diferentes potências europeias e adoptar o princípio de ocupação efectiva,
a Conferência de Berlim, procurou atacar a principal razão de conflito
entre os países imperialistas, que era a disputa de territórios em África.

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu Diante do ambiente de conflito e tendo em
vista conter esses conflitos, entre 15 de Novembro de 1884 e 26 de
Fevereiro de 1885, realizou-se em Berlim uma conferência Internacional.
Esta conferência, antecedida pelo tratado de Zaire, procurou estancar as
Resumo rivalidades e disputas estabelecendo regras tanto em relação ao comércio
como a ocupação do continente.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

Actividades
1. Leia o documento seguinte e responda.

Reuniu-se no dia 15 de Novembro último, em Berlim, uma conferência


internacional de várias potências coloniais ou que se presumem colónias,
para regular a navegação e comércio no Zaire, demarcar os limites
ocupados por Portugal, o principal Senhor daquela região, e de outras
Actividades
nações que ali ocupam pequenas extensões, como a Franca, Inglaterra e
ultimamente a Alemanha.

 Sublinhe a (s) passagem (ns) o documento, que reflectem o objectivo


da Conferência de Berlim de acabar com os conflitos inter
imperialistas.

Muito bem, chegados a esta fase, nada melhor que você sozinho medir o
seu grau de assimilação dos conteúdos aprendidos, respondendo as
questões abaixo.

30
MÓDULO 2

Chave de Correcção
De acordo com o documento poderíamos assinalar dois aspectos.

• Regular a navegação e o comércio no Zaire, e

• Demarcar os limites ocupados por Portugal, o principal Senhor


daquela região, e de outras nações que ali ocupam pequenas
extensões.

Certamente você assinalou uma delas! Muito bem! É isso mesmo. As


disputas entre os estados europeus eram motivadas pelo controlo das
principais bacias hidrográficas e pela partilha da África, por isso cada
uma daquelas acções contribuía para acabar com os conflitos.

Avaliação
1. Refira-se aos subscritores e aos termos do Tratado de Zaire.

2. Mencione cinco países participantes da conferência de Berlim


Avaliação 3. Explique o conteúdo do Princípio de Ocupação Efectiva.

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

31
32 Conteúdos

Lição 5

A Partilha e Conquista de África

Introdução
Entre as várias deliberações que saíram da Conferência de Berlim, o
princípio da ocupação efectiva foi o que maior impacto teve na evolução
posterior da África. Segundo este princípio, a presença na costa não dava
direitos sobre as terras do interior pelo que qualquer potência que
reclamasse autoridade sobre determinado território devia proceder à sua
ocupação efectiva.

Em observância a esta determinação da Conferência de Berlim, logo


depois da sua realização, os estados europeus lançaram-se na conquista.
Você, vai, então, ao longo da presente lição estudar como se processou a
conquista de África e que territórios foram ocupados nesse processo, bem
como os países europeus envolvidos.

Bom estudo!

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Identificar as vias de conquista utilizadas

 Analisar a evolução do mapa político de África no limiar do século XX

 Identificar os diversos impérios colónias em África


Objectivos

A partilha e Conquista de África


A partilha de África

Entre as várias deliberações que saíram da Conferência de Berlim, o


princípio da ocupação efectiva foi o que maior impacto teve na evolução
posterior da África. Segundo este princípio, a presença na costa não dava
direitos sobre as terras do interior pelo que qualquer potência que
reclamasse autoridade sobre determinado território devia proceder à sua
ocupação efectiva. Com este enunciado ficava claro que as terras que não
estivessem sob ocupação efectiva podiam ser tomadas por qualquer
potência.

Pois bem, diante desta decisão todas as potências viram-se forçadas a agir
no sentido de preservar as suas áreas de influência. Assim, logo depois da
conferência de Berlim os estados europeus lançaram-se na conquista.

32
MÓDULO 2

Neste processo foi essencialmente duas as vias utilizadas: os tratados e a


militar.

Os Tratados

No período a seguir à conferência de Berlim, no qual a maior pretensão


dos estados europeus era a ocupação de África, os tratados constituíram
um dos principais instrumentos.

Existiam dois tipos de tratados: não-europeus e bilaterais.

Os Tratados Afro-Europeus

Eram assinados entre os chefes africanos e os europeus. Estes tratados


subdividiam-se em dois tipos:

• Tratados comerciais ou ligados ao tráfico de escravos - que


originaram a intervenção política europeia em África.

• Tratados políticos - através dos quais os chefes africanos faziam


concessões aos europeus em troca da protecção. Os tratados
políticos eram feitos entre os africanos e representantes dos
governos europeus ou organizações privadas que depois cediam
os acordos aos seus governos. Os acordos políticos não
produziam, só por si, resultados concretos em termos de
ocupação, mas eram usados tanto como pretexto para a ocupação,
bem como instrumento para conseguir vantagens nas disputas
com outros estados.

Caro estudante, tendo em conta que os tratados afro-europeus conduziram


à ocupação dos territórios africanos, podemos considerar que os chefes
africanos hipotecaram a independência e liberdade dos seus povos? Pode
-se dizer que foram traidores?

À primeira vista parece exactamente isso o que aconteceu, entretanto,


isso não constitui a realidade. Para os chefes africanos estes tratados não
foram assinados tendo em vista renunciar à sua soberania, mas sim com a
finalidade de dar o melhor ao seu povo. Em alguns casos, tendo em conta
que existiam conflitos entre os estados africanos, esses tratados foram
assinados para estreitar relações com um estado europeu de modo a
superiorizar-se aos seus inimigos. Noutros casos os estados africanos
pretendiam com os tratados obter alianças que os permitissem libertar-se
do domínio de outros estados, ou o estado dominador procurava reforçar
seu poder para perpetuar o seu domínio. Havia ainda casos em que os
tratados visavam permitir maior capacidade para enfrentar a ameaça de
outros estados europeus.

Os Tratados Bilaterais

Os tratados bilaterais são aqueles que foram assinados entre as potências


europeias.

Em regra, os tratados bilaterais são assinados a seguir à delimitação das


áreas de influência pelas potências. Sempre que um estado europeu

33
34 Conteúdos

determinasse a sua área de influência era preciso que os outros países


aceitassem ou, no mínimo, não contestassem para que se considerasse
válida a possessão. Entretanto como as áreas de influência eram
frequentemente contestadas tornavam-se quase sempre necessários os
tratados para resolver as disputas territoriais.

Os Principais Focos de Conflitos Inter-Imperialistas

A África ocidental tornou-se foco de conflitos entre ingleses e franceses.

A França, instalada no Senegal tenta expandir-se para o Níger e envia


missões a partir da Costa do Marfim e do Daomé para a curva do Níger
para se fixar a volta do país Mossi. Na mesma altura a Grã-Bretanha que
se fixara na Ashantia e no baixo Níger tenta avançar para o norte para
controlar o país Mossi e os sultanatos peules. O conflito entre os dois
países estendeu-se igualmente aos países do Alto Volta e ao Chade.

Nos Camarões existiam missionários ingleses que trabalhavam há vários


anos, os alemães assinaram, em 1884, tratados com os chefes locais. As
reivindicações inglesas e o avanço dos franceses a partir da Guiné
geraram, na região um conflito tripartido.

As disputas entre as potências imperialistas na África ocidental só seriam


ultrapassadas após a assinatura da Convenção do Níger em 1898 que veio
regulamentar a partilha da região entre as potências.

Na África Equatorial, oriental e central França e Bélgica disputavam o


Congo. A assinatura dos acordos do francês Brazza com os Makololo
originou um conflito franco-belga na região que também era pretendida
pelo rei LeopoldoII. Não tendo havido entendimento, a disputa foi levada
à Conferência de Berlim onde Estados Unidos e Alemanha sustentaram
as pretensões belgas, tendo sido reconhecido o Estado Livre do Congo.
Os acordos de 1891 e 1894 permitiram a fixação das fronteiras do novo
estado com Angola portuguesa.

Na África central e do sul a Inglaterra e Portugal foram os principais


protagonistas. O choque de interesses entre portugueses que pretendiam
criar um império ligando Moçambique e Angola e os ingleses que
sonhavam com um império que se estendesse do Cabo ao Cairo, eclodiu
nos meados da década de 1880. Em 1890 a Inglaterra enviou um ultimato
a Portugal exigindo a sua retirada dos territórios correspondentes aos
actuais Zimbabwe e Zâmbia. Após esta acção de força da Inglaterra,
Portugal assinou com este país um tratado de fronteiras em 1891, através
do qual foram delimitadas as áreas de cada potência.

No Sudoeste africano os alemães que se tinham instalado em Welvis Bay


desde 1842 começaram a avançar em direcção ao interior. Este avanço
provocou uma reacção dos ingleses, pois via o seu plano Cabo - Cairo em
perigo. Os acordos de Abril e Maio de 1885 demarcaram as áreas inglesas
e alemãs na região.

Na África oriental a disputa envolveu alemães e ingleses. Em 1884 o


alemão Karl Peters assinou tratados no Tanganyica que foram publicados
logo depois da Conferência de Berlim. A Grã-Bretanha receando a
ocupação de toda a África oriental pelos alemães decidiu ocupar algumas

34
MÓDULO 2

zonas para travar o avanço alemão. O tratado de Heligoland viria a por


fim as disputas na África oriental ficando Uganda com os ingleses em
troca pela ilha de Heligoland.

No nordeste, França e Inglaterra degladiavam pela materialização dos


seus projectos coloniais. Em 1894, a França organizou uma missão
chefiada por Marchand que devia partir do Congo ao Nilo e estabelecer a
ligação Dacar-Djibuti. Após percorrer cerca de 4000km Marchand içou a
bandeira francesa em Fachoda nas margens do Nilo. Os ingleses
representados por Kitchener protestaram e exigiram a retirada francesa.

Face a iminência de deterioração das relações entre os dois países, numa


altura em que se procurava a união em torno da tríplice entente, em 1899
foi assinada a Convenção Anglo-Egípcia que determinou a entrega do
Sudão aos ingleses que em troca reconheciam a soberania francesa a
oeste do Egipto.

Alguns tratados bilaterais europeus de partilha:

Tratado anglo-alemão (29/4 e Definiu as zonas de influência da Inglaterra


7/5/1885) e da Alemanha no Sudoeste Africano;
Tratado anglo-alemão Coloca Zanzibar sob influência britânica e a
(1/11/1886) África Oriental fica com a Alemanha
Tratdo de Heligoland Dividiu a África Oriental britânicos e
Alemães.
Tratados anglo-alemães (1890- Deram à Inglaterra, direitos sobre o Alto
93) Nilo;
Tratado anglo/italiano (1891)
Tratados franco/português, Reconhecem a influência portuguesa em
Luso/germânico (1886) e anglo- Moçambique e Angola e demarcam as áreas
português (1891) inglesas na região austral;
Tratado entre a Inglaterra e o Fixou os limites do Estado Livre do Congo;
Estado Livre do Congo
Convenção do Níger (1898) Pôs fim as disputas entre França e
Inglaterra na África Ocidental;
Convenção Anglo-francesa Regulamentou a questão egípcia;
(1899)
Tratado de Vereeniging (1902) Pôs fim à guerra anglo-boer.

35
36 Conteúdos

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu Segundo o Princípio de ocupação efectiva
estabelecida em Berlim, qualquer potência que reclamasse autoridade
sobre determinado território devia proceder à sua ocupação efectiva.

Resumo Pois bem, diante desta decisão todas as potências viram-se forçadas a agir
no sentido de preservar as suas áreas de influência. Assim, logo depois da
conferência de Berlim os estados europeus lançaram-se na conquista.
Neste processo foram essencialmente duas as vias utilizadas: os tratados e
a militar.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

Actividades
1. Assinale com um V as afirmações verdadeiras e F as falsas sobre a
ocupação efectiva da África.

a) A seguir à conferência de Berlim, iniciou a ocupação de África,


tendo como vias os tratados e as acções militares.
Actividades
b) Ao assinar tratados políticos com os europeus, os chefes africanos
renunciaram conscientemente à sua soberania.

c) Os tratados bilaterais eram assinados entre as potências europeias e


os chefes africanos.

d) Graças aos tratados bilaterais foi possível evitar muitos dos conflitos
inter imperialistas.

e) No âmbito da ocupação da África, a França e a Inglaterra


disputavam, entre outros territórios, a África Ocidental.

1. a) V b) F c) F d)V e) V

Muito bem, chegados a esta fase, nada melhor que você sozinho medir o
seu grau de assimilação dos conteúdos aprendidos, respondendo as
questões abaixo.

36
MÓDULO 2

Avaliação
1. Refira-se a importância dos tratados para a efectivação do
processo de conquista

2. Faça corresponder através de setas as colunas A e B sobre os


Avaliação tratados bilaterais europeus.

1. Tratado anglo-alemão A. Pôs fim as disputas entre França e


(29/4 e 7/5/1885) Inglaterra na África Ocidental;
2. Tratado anglo-alemão B. Pôs fim à guerra anglo-boer
(1/11/1886)
3. Tratado anglo/ C. Deu à Inglaterra, direitos sobre o
italiano (1891) Alto Nilo;
4. Tratado entre a D. Definiu as zonas de influência da
Inglaterra e o Estado Inglaterra e da Alemanha no
Livre do Congo Sudoeste Africano;
5. Convenção do Níger E. Fixou os limites do Estado Livre do
(1898) Congo;
6. Convenção Anglo- F. F. Coloca Zanzibar sob influência
francesa (1899) britânica e a África Oriental fica
com a Alemanha
7. Tratado de G. Regulamentou a questão egípcia;
Vereeniging (1902)

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

37
38 Conteúdos

Lição 6

Dos Tratados à Conquista Militar

Introdução
Como já foi referido na lição anterior, os chefes africanos nunca teriam
assinado tratados com os europeus com a intenção de hipotecar a
soberania e independência do seu povo. E, muito menos renunciar ao seu
poder. Entretanto, não raras vezes, após assinar os ditos tratados
convencidos de rubricar tratados de comércio ou para obter benefícios,
viam, de seguida, movimentações de europeus em seu território
ameaçando claramente a sua soberania e independência. Diante da
ameaça, os chefes africanos, arrastando seus povos procuraram impedir a
ocupação.

Nesta lição, você, vai então estudar este processo de conquista e


resistência militar africana.

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Caracterizar o mapa político de África em 1891.

 Explicar a origem da radicalização de posições entre africanos e


europeus.
Objectivos
 Descrever a conquista nas diferentes regiões de África.

 Caracterizar o mapa político de África nas vésperas da primeira Guerra


Mundial.

Dos tratados à Conquista Militar


Os tratados tanto afro - europeus, como bilaterais eram bastante diversos
em matéria de sua validade. Se é verdade que alguns dos tratados afro-
europeus eram legais, muitos eram indefensáveis ou simplesmente
condenáveis.

Com efeito muitos desses tratados foram rubricados como forma de os


africanos conseguirem uma melhor convivência com os europeus, que
eram claramente mais fortes, e não como aceitação dos africanos aos
termos dos acordos.

38
MÓDULO 2

Noutras ocasiões, os africanos eram simplesmente ludibriados quanto ao


teor dos documentos assinados.

Em certas ocasiões, os africanos, por suspeitarem das razões apresentadas


pelos europeus para a conclusão desses tratados, recusavam e evitavam
participar deles. Contudo, devido a fortes pressões, acabavam por aceitar.

Muitas vezes, africanos e europeus divergiam sobre o verdadeiro sentido


do acordo a que tinham chegado. Para os chefes africanos esses tratados
eram acordos de cooperação que de forma nenhuma poderiam por em
causa a sua soberania. Entre os europeus a opinião sobre a validade dos
tratados eram variáveis. Uns achavam os tratados legítimos, enquanto
outros consideravam-nos fraudulentos. Contudo, muitos destes tratados
acabaram sendo validados pelo jogo diplomático europeu.

A legitimidade dos tratados bilaterais europeus que decidiam sobre os


territórios africanos, só podia ser admitida à luz do direito positivo
europeu, segundo o qual “a força é fonte de todo o direito”.

Para os estadistas europeus era claro que a definição de uma esfera de


influência através de um acordo entre estados europeus não tinha
legitimidade para retirar soberania à região afectada. Assim as potências
amigas podiam aceitar o controlo de uma nação amiga sobre determinada
área considerada de sua influência, mas as potências inimigas, como é
óbvio, raramente cumpriam.

Portanto, os tratados só por si não tinham força suficiente para levar a


bom termo a ideia de conquista de África. A efectivação da ocupação do
continente só podia ser assegurada pela via militar.

O estados da África Ocidental nas vésperas da partilha

39
40 Conteúdos

A Conquista Militar
A Conquista Francesa

Os franceses foram os que mais se destacaram no recurso à força militar.


O facto de a missão de conquista ter sido confiada aos militares explica a
primazia da opção militar no esforço de conquista.

Na África Ocidental os franceses avançaram do Alto ao Baixo Níger,


num percurso que os levou a subjugar sucessivamente o reino de Caior de
Lat Dior Diop em 1886, o império Soninke de Mamadu Lamine em 1887,
o império Mandinga de Samori Touré em 1898 e o império Tukulor de
Ahmadu entre 1889 e 1891. Ainda na África Ocidental os franceses
ocuparam a Costa do Marfim e a Guiné Francesa em 1893 e em 1894
concluíram a conquista do Daomé.

Nos finais dos anos 1890 todo o Gabão tinha sido tomado e reforçadas as
posições francesas na Argélia e Madagáscar.

A Conquista Britânica

Teve como ponto de partida as suas possessões na Costa do Ouro e na


Nigéria. A pretensão inicial era bloquear o avanço francês para o Baixo
Níger e para o interior do reino Ashanti.

Contrariamente aos franceses, os ingleses não eram favoráveis a elevados


gastos com as campanhas de ocupação. Assim, para os ingleses a opção
militar só foi considerada quando a diplomacia não surtia os efeitos
desejados.

As conquistas britânicas levaram à ocupação de Ashanti em 1901, ano em


que os territórios a norte deste reino, ocupados em 1896 e 1898, foram
formalmente anexos.

Partindo de Lagos, os ingleses lançaram-se à conquista da Nigéria. Em


1893 o reino Yoruba foi proclamado protectorado e no ano seguinte
conquistado o reino Itsekiri. Em 1887 o rei Jaja de Opobo caiu numa
cilada do cônsul britânico, preso.

Nos últimos anos de 1890 Brass e Benin foram também conquistados.


Portanto, cerca de 1900 todo o sul da Nigéria estava ocupado pelos
ingleses.

A conquista do norte da Nigéria partiu de Nupe, uma área sob influência


da companhia inglesa Royal Niger Company. Aqui as principais
conquistas foram sobre Ilorin em 1897 e do sultanato de Sokoto em 1902

40
MÓDULO 2

O Avanço europeu na África Ocidental

No norte do continente, os ingleses já controlavam o Egipto, e em 1898


reconquistaram o Sudão com o objectivo de travar o avanço francês.

Na África Oriental os ingleses declararam o Zanzibar protectorado em


1890 e aquela ilha passou a ser a rampa de lançamento das campanhas
para o controlo do Uganda - protectorado desde 1894 e ocupado
efectivamente em 1899 - e do Quénia no início do século XX.

Na África Central e Austral a conquista esteve a cargo da British South


Africa Company (BSAC) fundada e encabeçada pelo magnata dos
diamantes Cecil Rhodes que ocupou a Matabelelândia (Zimbabwe) em
1893 e Mashonalândia (Zâmbia) em 1901. A última guerra no sul
envolveu ingleses contra boers, na África do Sul, entre 1899 e 1902.

Os alemães dominaram o Sudoeste Africano (Namíbia) no final do século


XIX, o Togo em 1897-98, os Camarões em 1902 e o Tanganyica em 1888
- 1907.

Os portugueses iniciaram as campanhas de ocupação, por volta do ano de


1880 e terminaram cerca de 1920 com a dominação de Angola, Guiné
Bissau e Moçambique.

A Bélgica logrou consolidar a ocupação do Estado Livre do Congo em


1892 - 95 enquanto a conquista de Katanga foi concluída no início do
século XX.

Os italianos que ocuparam Eritreia (1883) e Somália (1886) foram


derrotados pelos etíopes na sua tentativa de ocupar seu território. A norte

41
42 Conteúdos

de África os italianos tomaram a Tripolitânia e Cirenaica (Líbia) em


1911, enquanto Marrocos resistiu até 1912 quando foi repartida entre a
França e Espanha.

Portanto, nas vésperas da Primeira Guerra Mundial todo o continente


africano, exceptuando a Libéria e Etiópia, achava sob domínio europeu.

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu

Tendo por finalidade a conquista e ocupação da África, os europeus


optaram tanto pela assinatura de tratados como pela intervenção militar.
Resumo
Os tratados tanto afro - europeus, como bilaterais, jogaram papel
importante na conquista da África, mas nem sempre reflectiam a vontade
dos chefes africanos.

Pelo ambiente que quase sempre rodeava a conclusão dos tratados, estes
só por si não tinham força suficiente para levar a bom termo a ideia de
conquista de África. A efectivação da ocupação do continente só podia
ser assegurada pela via militar.

Seguindo tanto a via diplomática como à força militar as potências


europeias lançaram-se na conquista de quase todo o continente. Em 1914,
apenas Libéria e Etiópia mantinha a sua independência.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

Actividades
1. Em 1914 quase todo o continente africano estava sob domínio dos
europeus. Pinte no mapa abaixo os impérios coloniais europeus e faça a
respectiva legenda.

(falta o mapa para pintar e fazer a legenda).


Actividades

Muito bem, chegados a esta fase, nada melhor que você sozinho medir o
seu grau de assimilação dos conteúdos aprendidos, respondendo as
questões abaixo.

42
MÓDULO 2

Avaliação
1. Observe atentamente o mapa

(falta o mapa para pintar e fazer a legenda).


Avaliação • Pinte 5 territórios ocupados pela França e 5 ocupados
pela Inglaterra na África Ocidental

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

43
44 Conteúdos

Lição 7

O Mapa político de África após a


conquista e ocupação

Introdução
Nesta lição você vai estudar a evolução ou mudança que se operou no
mapa de África entre 1890 e 1914. Será uma oportunidade para perceber
a amplitude das mudanças que se operaram em tão pouco tempo e assim
entender a violência dentro da qual decorreu o processo de partilha do
continente africano pelos países europeus, no período em referência. Por
outro lado vai estudar as razões que contribuíram para que a conquista e
ocupação tivessem acontecido em toda a extensão.

Bom estudo!

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Caracterizar o mapa político de África após a conquista.

 Explicar as razões do sucesso dos europeus na sua escalada de


ocupação.
Objectivos

O Mapa Político de África após a Conquista e Ocupação


O Mapa Político da África após a Conquista e Ocupação
O período de 1880 a 1910, um intervalo de 30 anos, foi marcado por
profundas transformações no mapa político de África.

Se em 1880, apenas 20% do território africano, correspondente às regiões


costeiras, é que registava a presença de europeus; em 1914 o continente
africano estava quase totalmente ocupado exceptuando apenas a Libéria e
a Etiópia. Os vários estados, reinos e impérios africanos que existiam em
1879 deram lugar a cerca de 40 novos estados.

44
MÓDULO 2

Mapa: África de 1914

A maneira como foram edificados os novos estados africanos suscita


algumas divergências aos historiadores.

Para alguns historiadores, as fronteiras dos novos estados são arbitrárias,


artificiais e aleatórias, na medida em que não tomam em conta a ordem
política anterior à conquista e ocupação.

Outros consideram que as fronteiras resultantes da ocupação colonial são


mais razoáveis.

Em qualquer dos posicionamentos existe uma certa dose de verdade,


senão veja.

Cerca de 30% da extensão total das fronteiras dos países africanos são
linhas rectas, que cortam as fronteiras etno-linguísticas dos povos neles
residentes. Por outro lado os limites mantidos seguiam traçados nacionais
pelo que não são tão arbitrários e inapropriados. Além disso a
modificação de fronteiras como resultado de guerras internas, como o
Mfecane, as djihads dos peul e outras, mostra como as fronteiras
africanas anteriores à partilha eram bastante móveis.

Como se explica que os europeus tenham conseguido subjugar todo um


continente que, até, é lhe muito maior em extensão e número de
habitantes?

Poderíamos aqui neste espaço destacar alguns factores que concorreram


para a tomada da África pelos europeus:

1. A ausência de uma acção concertada de luta contra a ocupação,


levada a cabo pelos africanos, chegando alguns estados africanos a
aliar-se aos europeus para lutar contra outros estados africanos;

45
46 Conteúdos

2. A superioridade económica dos europeus assente na industrialização


que se traduzia na capacidade destes constituir e suportar exércitos
profissionais, enquanto os africanos dificilmente conseguiam ter
exércitos permanentes, limitando-se a recrutar homens, muitas vezes,
sem nenhuma experiência de guerra, sempre que houvesse ameaça de
guerra.

3. A superioridade militar dos europeus-numa altura em que os


europeus usavam as últimas criações da indústria bélica (as modernas
metralhadoras Gatling e Maxim e a artilharia pesada das forças
navais, incluindo veículos motorizados e aviões), os africanos
usavam as armas tradicionais e as obsoletas espingardas de
pederneira e de carregar pela boca. Além disso a convenção de
Bruxelas de 1890 proibia a venda de armas aos africanos.

Portanto, a superioridade económica, política, militar e tecnológica dos


europeus em relação aos africanos tornaram a luta entre africanos e
europeus, bastante desigual, o que explica o triunfo relativamente fácil
dos europeus diante da resistência africana.

Outras questões que importa colocar em torno da partilha são:

• Como é que se explica que os estados europeus tenham decidido


ocupar a África?

• Em que medida consideravam eles, essa acção legítima e


defensável no quadro das relações entre as nações?

Durante o período da partilha, estas questões prendiam a atenção de


vários historiadores, políticos e cientistas, em geral, que apresentaram
diferentes ideias sobre o fenómeno. A diversidade de ideias sobre o
assunto é tal que podemos falar em diferentes teorias sobre a partilha.
Esta matéria será, pois, objecto de estudo da nossa próxima lição.

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu Após mais de três séculos de coexistência
pacífica entre africanos e europeus, num lapso de tempo de cerca de 30
anos a África foi quase toda tomada de assalto pelos europeus. Se em
1880 apenas cerca de 20% estavam sob domínio europeu, em 1914
Resumo apenas a Libéria e a Etiópia mantinham a sua autonomia. Todos os
restantes países africanos tinham caído sob jugo europeu ou estavam em
vias disso.

Muito bem, caro aluno, terminado o estudo de mais uma lição faça,
agora, a sua auto avaliação, resolvendo as actividades que te são
propostas a seguir.

46
MÓDULO 2

Actividades
1. Em 1880 apenas 20% do território africano é que registava a
presença de europeus.

a) Indique três locais do continente africano, excluindo


Moçambique, onde se registava presença europeia cerca
de 1880.
Actividades
b) Indique os locais onde se encontravam europeus em
Moçambique por volta de 1880.

2. Entre 1890 e 1980, portanto em cerca de 30 anos os europeus


conseguiram subjugar todo o continente africano.

a) Aponte os factores que tornaram possível a conquista


europeia.

Guia de Correcção
1. Cabo verde, Senegal, Golfo da Guiné e outros

2. Sofala, Ilha de Moçambique, Quelimane, Ibo e outros

3. Superioridade económica política, militar e tecnológica dos


europeus em relação aos africanos; as divisões e rivalidades entre
as formações políticas africanas.

Muito bem, chegados a esta fase, nada melhor que você sozinho medir o
seu grau de assimilação dos conteúdos aprendidos, respondendo as
questões abaixo avaliação

47
48 Conteúdos

1. Observe o mapa

Avaliação

2. Pinte os dois estados que conseguiram manter a sua


independência após a conquista europeia

3. Analise a correlação de forças entre os europeus e os africanos


nas vésperas da conquista.

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

48
MÓDULO 2

Lição 8

As Teorias Sobre a Partilha de


África

Introdução
A partilha e ocupação de África são acontecimentos que merecem ser
questionados, sobretudo pelas razões que seguem:

Porque será que os europeus decidiram ocupar África?

Porque é que só no final do século XIX decidiram ocupar o continente e


não em qualquer outro momento?

A diversidade de opiniões remete-nos àquilo que se pode designar teorias


sobre a partilha.

Quais são, então, as diferentes teorias sobre a partilha? É isto que você,
caro aluno, vai estudar ao longo desta lição.

Bom estudo!

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Enunciar as diferentes teorias sobre a partilha do continente africano.

Objectivos

Teorias Sobre a Partilha de África


As Teorias Sobre a Partilha
No âmbito das tentativas de explicar a questão da partilha sobressaem
quatro teorias ou grupos de teorias, nomeadamente a teoria económica, as
teorias psicológicas, as teorias diplomáticas e a teoria da dimensão
africana.

Agora, você, vai ver cada uma das posições teóricas assumidas, para
explicar a problemática da partilha.

49
50 Conteúdos

Teoria Económica

Como o próprio termo já sugere, esta teoria sustentava que a partilha de


África tinha motivações económicas, especialmente, ligadas ao
desenvolvimento económico da Europa.

“A super- produção, o excedente de capital e o sub consumo dos países


industrializados levaram-nos a colocar uma parte crescente de seus
recursos económicos fora de sua esfera política actual e a aplicar
activamente uma estratégia de Expansão política com vista a apossar-se
de novos territórios”

Como se pode ver no extracto a conquista de África é aqui explicada por


motivos económicos, nomeadamente o facto de a Europa ter atingido um
tal nível de desenvolvimento que se tornava necessário expandir-se para
fora dos seus limites territoriais.

As Teorias Psicológicas

São teorias que procuram explicar a partilha por razões de ordem


psicológica. Neste grupo temos três teorias:

Darwinismo Social – Baseia-se na teoria de selecção natural de Charles


Darwin segundo a qual “na luta pela vida, as espécies mais fortes
dominam as mais fracas”. Partindo desta ideia, o Darwinismo social
explica a partilha de África como a manifestação desse processo natural e
inevitável.

Cristianismo Evangélico – Considera que a partilha deveu-se a um


impulso missionário e humanitário com o objectivo de regenerar os povos
africanos.

Atavismo Social – Sustenta-se no pressuposto psicológico de que o


homem tem um desejo natural de dominar o próximo só pelo prazer de
dominá-lo. Assim a partilha de África seria um egoísmo nacional
colectivo que se manifesta na disposição, sem objectivos que o Estado
manifesta de expandir- se ilimitadamente pela força.

As teorias psicológicas dão alguma explicação sobre por que a partilha


foi possível e considerada. Porém, nenhuma delas consegue explicar
porque essa partilha se deu num determinado momento histórico.

Por exemplo, por que é que o atavismo social ou o Darwinismo se


manifestaram exactamente naquele momento e não no século XV ou no
século XVII?

Teorias Diplomáticas

Este grupo de teorias dá uma explicação política da partilha e oferece


suporte específico e concreto às teorias psicológicas, pois permitem ver
os egoísmos nacionais dos Estados europeus.

50
MÓDULO 2

As Principais Teorias Diplomáticas São:


Teoria do prestígio nacional - Sustenta que o imperialismo era um
fenómeno nacionalista movido por um forte desejo de afirmação de
prestígio nacional. Para os defensores desta teoria, após consolidar e
redistribuir as cartas diplomáticas no seu continente, os europeus eram
incitados por uma força obscura, atávica, que se exprimia por um desejo
de manter ou de restaurar o prestígio nacional.

Teoria do Equilíbrio de forças - Defende que o desejo de paz e de


estabilidade dos Estados europeus foi a causa principal da partilha da
África. Segundo esta teoria desde que em 1878 os estadistas europeus
pararam com os conflitos em solo europeu, os motivos de conflito
passaram para África e Ásia.

Porém, quando os conflitos de interesses na África começaram a ameaçar


a paz na Europa, as potências europeias decidiram partilhar a África. Era
o que se impunha para salvaguardar o equilíbrio diplomático europeu
estabilizado nos anos de 1880.

Estratégia global - Considera que a partilha da África foi determinada


por uma estratégia global. Segundo esta teoria a influência dos
movimentos proto nacionalistas na África que ameaçavam os interesses
estratégicos globais das nações europeias é que esteve na origem da
partilha.

Portanto, foram as lutas desses movimentos que forçaram os estados


europeus, até então satisfeitos pelo controlo discreto do continente, a
partilhar e conquistar a África contra a vontade. Portanto, a África teria
sido partilhada porque ameaçava os interesses globais das nações
europeias.

Teoria da Dimensão Africana

Todas as teorias expostas até aqui referem-se a África no contexto da


história europeia. Impõe-se contudo, analisar a partilha da África também
na perspectiva da História africana. Nesse contexto, surgiu a teoria da
dimensão africana segundo a qual a partilha de África foi resultado do
longo período de roedora do continente iniciada no século XV. Portanto a
partilha mais não seria, senão o culminar do longo processo de
delapidação do continente iniciada com a chegada dos primeiros europeus
a África.

51
52 Conteúdos

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu

Uma das questões que sempre indignou alguns círculos de opinião é o


facto de um certo número de países ter se achado no direito de retalhar e
Resumo ter efectivamente retalhado todo um continente. É uma questão que
alguns têm tentado explicar, resultando desse exercício várias teorias.
Entre as teorias que explicam a divisão e partilha dos países africanos
pelos países europeus podemos mencionar a Teoria Económica, as
Teorias Psicológicas, nomeadamente o Atavismo Social, o Cristianismo
Evangélico e o Darwinismo Social, as Teorias Diplomáticas que são a
teoria da Estratégia global, a Teoria do Equilíbrio de forças e a Teoria do
prestígio nacional e, finalmente, a Teoria da Dimensão Africana.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

52
MÓDULO 2

Actividades
Faça corresponder as colunas A e B de modo a obter as ideias correctas de
cada uma das teorias sobre a partilha.

Coluna A Coluna B

Actividades A. Explica a partilha como resultado da


super- produção, do excedente de capital e do
1. Atavismo Social
sub consumo dos países industrializados da
Europa.

B. segundo esta teoria o desejo de paz e de


2. Teoria da Dimensão Africana estabilidade dos Estados europeus foi a causa
principal da partilha da África.

C. Baseia-se na teoria de selecção natural de


Charles Darwin segundo a qual “na luta pela
3. Teoria Económica
vida, as espécies mais fortes dominam as mais
fracas”.

D. Segundo esta teoria a influência dos


movimentos proto nacionalistas na África que
4. Teoria do Equilíbrio de forças ameaçavam os interesses estratégicos globais
das nações europeias é que esteve na origem
da partilha.

E. Defende que após consolidar e redistribuir


as cartas diplomáticas no seu continente, os
europeus eram incitados por uma força
5. Cristianismo Evangélico
obscura, atávica que se exprimia por um
desejo de manter ou de restaurar o prestígio
nacional.

F. Considera que a partilha de África é fruto


de um egoísmo nacional colectivo que se
6. Teoria do prestígio nacional manifesta na disposição, sem objectivos que o
Estado manifesta de expandir- se
ilimitadamente pela força

G. Considera que a partilha deveu-se a um


7. Darwinismo Social impulso missionário e humanitário com o
objectivo de regenerar os povos africanos.

H. Defende que a partilha foi o culminar do


longo processo de delapidação do continente
8. Estratégia global
iniciada com a chegada dos primeiros
europeus a África.

Agora compare as suas respostas com as da chave de correcção

Solução

1–F 3-A 5-G 7-C

2-H 4-B 6-E 8-D

53
54 Conteúdos

Avaliação
1. Enuncie a teoria económica sobre a partilha de África

2. Qual é a diferença entre a teoria da Dimensão Africana e as


demais teorias.
Avaliação

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

54
MÓDULO 2

Lição 9

A Resistência Africana

Introdução
Quando se fala de um processo de conquista e ocupação de África que se
desenrolou quase que a velocidade relâmpago, fica uma sensação inicial
de que os africanos pouco ou nada terão feito para impedir a ocupação.
Esta ideia não corresponde à verdade.

Os africanos se bateram de diversas formas e com o máximo das suas


forças para impedir a ocupação.

É pois, caro aluno, sobre a reacção dos africanos face a conquista que
vamos falar nas próximas lições.

Nesta lição, em particular, você irá estudar alguns aspectos gerais da


resistência africana.

Siga atentamente a lição!

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Explicar a atitude inicial dos africanos diante dos europeus.

 Explicar porque os africanos se revoltaram contra os europeus.

Objectivos

A Resistência Africana
Entre 1880 e 1900, a África tropical apresentava uma situação paradoxal,
em que o processo de conquista e ocupação era ao mesmo tempo
irreversível e altamente resistível.

Irreversível por causa da Revolução industrial que permitiu aos europeus


uma vantagem decisiva em armas e facilidades nas comunicações no
interior da África e entre África e Europa graças as ferrovias, a telegrafia
e o navio a vapor.

Resistível por causa da força dos africanos e ao facto de os europeus não


terem aplicado na batalha recursos humanos e tecnológicos abundantes.

55
56 Conteúdos

A implementação da estratégia de penetração foi muito desordenada e


inábil, pelo que os europeus enfrentaram inúmeros movimentos de
resistência que eles próprios provocaram ou inventaram por ignorância e
medo. Face a esta realidade os europeus tinham de “obter a vitória final”,
mas depois era importante, procurar pôr em ordem o conturbado
processo.

Para tentar justificar a partilha os europeus começaram a escrever livros


sobre aquilo a que chamaram “pacificação”.

A literatura colonial sustentou durante longo tempo a ideia de que a


África era uma espécie de vazio político, onde dominavam a anarquia, a
selvajaria, a escravidão, a ignorância e a miséria. Os europeus eram assim
tidos como cavaleiros da civilização e do progresso. Também
procuravam dar a entender a ideia de ausência total do sentimento
nacional entre os africanos, que teriam, salvo algumas excepções aceite
passivamente a ocupação europeia.

Mas é irrefutável que a vitória dos europeus não foi reflexo da


insignificância da resistência africana.

Desde o início da penetração europeia o nacionalismo africano


manifestou-se de várias formas, umas desajeitadas, outras ambíguas, até à
reconquista da independência

“Por toda a parte defenderam os africanos o seu solo e com frequência


palmo a palmo.(…) É por milhares que temos de contar aqueles que se
mataram pelas próprias mãos, de preferência a sobreviverem a
perderem a liberdade (… ) ” In Ki Zerbo, História da África Negra, vol II (pp. 96)

Os estudos sobre a resistência africana das décadas 1880 a 1900, em geral


apoiam-se ou servem para demonstrar três ideias-chave sobre a
resistência africana:

 A resistência africana foi importante na medida em que provou que


os africanos nunca se resignaram diante da invasão;

 Longe de ser desesperada e ilógica, foi, muitas vezes, movida por


ideologias racionais e inovadoras;

 Os movimentos de resistência não eram insignificantes, pois tiveram


consequências importantes em seu tempo e são ainda hoje.

Generalização da Resistência
Uma das ideias sobre a resistência africana é sustentada pelos
historiadores euro centristas e sustentava que os povos africanos viam a
chegada dos europeus como um feliz acaso que os permitiria libertar-se
das guerras internas e tribais, das epidemias, fomes e outros males que
assolavam o continente.

Segundo os teóricos desta corrente havia, entre os africanos, aqueles que


eram pacíficos e, portanto, não ofereceram resistência e outros, uma
minoria "sedenta de sangue", que protagonizaram reacções primitivas e

56
MÓDULO 2

irracionais. Portanto, para esta corrente historiográfica, os africanos


nunca protagonizaram uma acção de resistência como um "fenómeno
organizado".

É despropositado tentar, no contexto da resistência africana, distinguir as


sociedades africanas em belicosas e pacíficas, pois quase todos os estados
africanos se esforçaram por alcançar uma plataforma de colaboração com
os europeus, mas também todos eles tinham valores e interesses a
defender, mesmo com recurso às armas, se fosse necessário.

A atitude inicial dos africanos face à chegada dos europeus no Século


XIX foi muito variada, mas em geral prevaleceu a surpresa receosa ou
divertida e sobretudo a hospitalidade. Raramente foi de hostilidade. Só
quando a escravatura atingiu as pequenas tribos.

Ignorando a existência de Homens brancos (europeus), algumas


comunidades africanas viam os brancos como Homens negros e que se
tornaram brancos por serem leprosos ou como castigo de Deus por serem
infiéis. Outras julgavam que os brancos tinham poderes sobrenaturais,
enquanto outros povos, ainda, achavam que os brancos eram selvagens e
olhavam-nos com espanto e acompanhavam cada movimento seu. Os reis
não aceitavam avistar-se com eles.

Porém os primeiros viajantes (Livingstone, Caillé, Binger, Mungo Park,


etc.) são unânimes quanto à hospitalidade dos africanos. Aliás é essa
atitude que explica o sucesso de várias expedições de exploradores
europeus que por África passaram nos primeiros ¾ do século XIX.

Contudo no fim do século XIX os africanos aperceberam-se da existência


de uma nova vaga de estrangeiros cujos objectivos eram diferentes dos
primeiros. Foi nessa altura que a resistência africana começou a se
manifestar, movida pela consciência de um perigo de morte das
colectividades africanas.

Primeiro foram os chefes e as classes privilegiadas que reagiram perante


a ameaça da sua liberdade e autonomia devido a chegada dos europeus.
Depois, com a implantação do sistema colonial, a resistência generalizou-
se tomando diferentes formas, desde a fuga até a sublevação armada.

Como você vê, todas as sociedades africanas, desde as comunidades


nómadas até as várias sociedades centralizadas resistiram à ocupação
europeia. Como é óbvio, o nível de organização em cada uma das
sociedades reflectiu-se na intensidade que a resistência atingiu em cada
sociedade.

Um ponto assente, porém é que os africanos não assistiram indiferentes,


ou com agrado à ocupação de suas terras e nem tão pouco reagiram com
actos primitivos e irracionais diante da ocupação. Pelo contrário, um
pouco por toda África, independentemente do nível de organização de
cada sociedade, os africanos procuraram, das mais diversas formas de
lutar contra a ocupação de suas terras.

57
58 Conteúdos

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu

A atitude inicial dos africanos face à chegada dos europeus no Século


XIX foi, em geral, de surpresa receosa ou divertida e sobretudo a
Resumo hospitalidade. Raramente foi de hostilidade.

A resistência africana começou a se manifestar no fim do século XIX,


quando os africanos aperceberam-se da existência de uma nova vaga de
estrangeiros cujos objectivos eram diferentes dos primeiros, e foi movida
pela consciência de um perigo de morte das colectividades africanas.

Terminou o seu estudo! Resolva as actividades que lhe propomos para


sua auto-avaliação.

(Falta a palavra actividades)0

1. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas sobre a


resistência africana.

a) A literatura colonial procurou sempre minimizar a Resistência


africana ao tentar dar a entender que os africanos nunca
tiveram um sentimento nacional e, salvo algumas excepções
Actividades
aceitaram passivamente a ocupação.

b) A resistência africana começou a manifestar-se logo no início


do Século XIX quando os europeus iniciaram as viagens
exploratórias.

c) Os primeiros viajantes europeus como Livingstone, Caillé,


Mungo Park, etc., testemunharam a hospitalidade dos
africanos.

d) A resistência africana começou a tornar-se fenómeno


generalizado no fim do século XIX, quando os africanos se
aperceberam das pretensões conquistadoras dos europeus.

e) A resistência africana foi assunto dos chefes, os únicos que se


batiam com os europeus em defesa do seu povo.

f) A resistência africana desenrolou-se sob diferentes formas,


que incluíam a fuga, as greves, manifestações, a sublevação
armada, etc.

Muito bem agora compare as suas respostas com a chave de correcção.

a) V b) F c) V d) F e) F f) V

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

58
MÓDULO 2

Avaliação
1. Caracterize a atitude inicial dos africanos diante da presença dos
europeus

2. Aponte as razões que levaram ao início das acções de resistência


Avaliação em África

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

59
MÓDULO 2

Lição 10

A Ideologia da Resistência

Introdução
Que os africanos resistiram à ocupação dos seus territórios é um facto
irrecusável. Porém algumas divergências surgem, quando se procura
fazer uma leitura desse processo. Alguns minimizam a resistência
considerando-a um acto nada sistemático e sem qualquer organização.
Outros colocam-na num lugar de destaque, colocando-a entre os
acontecimentos mais relevantes do limiar dos séculos XIX/ XX.

Você, vai, então, ao longo desta lição analisar a ideologia da resistência


em África. Irá, também, ver o impacto e a periodização da resistência
africana.

Força!

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

• Analisar a ideologia da resistência africana.

• Explicar o papel das ideologias religiosas na resistência


africana
Objectivos
• Explicar o impacto da resistência afriacana.

• Fazer a periodização da resistência africana.

A ideologia da Resistência
A resistência africana foi desde o seu início objecto de interpretações
diversas por parte dos estudiosos. Nesse contexto surgiram diferentes
posicionamentos, que se identificavam ou com os defensores do
coloialismo ou as correntes anticoloniais ou, até, que historiadores que se
pretendiam isentos.

Para os defensores do colonialismo a resistência armada teve um carácter


irracional e desesperado. Foi resultado da superstição. As populações
estavam satisfeitas com a dominação colonial e só participaram nas
Reacções de resistência por que foram trabalhadas por feiticeiros
curandeiros.

61
62 Conteúdos

Por seu turno as correntes anti-coloniais europeias, que defendem a


resistência africana, consideravam que os africanos não tinham muita
coisa no seu modo de pensar "tradicional"que pudesse ajudá-los a reagir
efectiva ou concretamente às agressões ao seu modo de vida. As
ideologias de revolta foram consideradas "magias do desespero", votadas
ao malogro, sem perspectivas de futuro. Assim vistos, os movimentos de
resistência, estavam condenados ao fracasso.

Mais recentemente, os historiadores da resistência tentaram combater


essas ideias, tanto atribuindo à revolta ideologias estritamente profanas,
como saneando as ideologias religiosas.

A resistência, em África, foi um fenómeno generalizado e organizado

A principal ideologia profana da resistência africana é o princípio da


soberania. No essencial, este princípio considera que a resistência
africana surgiu em resultado da alienação da soberania africana. Como
diz Jacob Ajayi "os dirigentes africanos enquanto guardiães da
soberania do povo, eram hostis a todos os poderes que desafiassem tal
soberania"

Alguns dos principais líderes africanos, como Machemba do reino Yao,


Hanga de Bárue, Hendrik Wittboi e Maherero do Sudoeste africano entre
outros, mostraram, em declarações proferidas diante da ameaça europeia,
a sua determinação para defender a soberania dos seus povos.

Portanto, não restam dúvidas que a necessidade de manutenção da


soberania é que ditou o desencadeamento da resistência africana.

Face a esta situação, podem ser feitos alguns reparos.

Primeiro, é preciso notar que nem sempre os dirigentes africanos foram


reais guardiães da soberania do povo. Por exemplo, no século XIX,
surgiram novos estados cujos reis tinham imposto o seu poder com base
na tecnologia militar europeia. Nesses estados o esforço de resistir à
ocupação era prejudicado pela insubordinação de alguns súbditos que não
viam legitimidade no poder assim estabelecido.

Por outro lado, mesmo nos estados estabelecidos há mais tempo e cujos
dirigentes tinham conquistado legitimidade não se pode imaginar que em
todos eles os reis gozassem de total apoio popular. De facto em alguns
desses estados os reis aumentaram bastante seu poder, tornando-se
autênticos tiranos, graças ao comércio que no século XIX permitia-lhes
obter riquezas e armas. Quando isto acontecia os reis perdiam o apoio
popular na resistência contra os europeus e, pelo contrário, enfrentavam a
chamada "resistência popular contra a classe dirigente" o que, por vezes,
levava ao fracasso da resistência à ocupação europeia.

Ainda em torno da ideologia da resistência, importa destacar o papel da


religião, no contexto da resistência africana. Veja, pois, a seguir como é
que as ideologias religiosas influenciaram a resistência africana.

62
MÓDULO 2

O Papel das Ideias Religiosas


Estudos mais recentes sobre o papel das ideias religiosas na resistência
africana revelam que, ao contrário das teorias sobre os fanáticos
feiticeiros - curandeiros ou da magia do desespero, as doutrinas e
símbolos religiosos apoiavam-se, normalmente, nas questões da soberania
e da legitimidade.

Em regra o poder dos chefes africanos era legitimado por rituais e, como
tal, todas as acções dos chefes, incluindo a mobilização do povo para a
resistência, eram suportados por símbolos e conceitos religiosos.

A forte ligação entre o poder e a religião levava a que, muitas vezes, a


derrota militar conduzisse a uma profunda crise de legitimidade pois as
derrotas militares tiveram, não só repercussões políticas, mas, também
religiosas, já que levavam à destruição dos objectos rituais, à fuga dos
adivinhos, ou a destituição ou morte dos oficiantes dos cultos.

Alguns dos maiores movimentos de resistência em África surgiram na


sequência das crises de legitimidade resultante de derrotas militares e
tinham como finalidade redefinir tal soberania. Quase sempre esses
movimentos eram estimulados por chefes religiosos que traziam para o
movimento uma mensagem de unidade mais ampla, em torno de um ideal
religioso.

Esta realidade verificava-se tanto com o Islão, como com o Cristianismo


e com as religiões africanas. A revolta de 1896 na Mashonalândia (actual
Zimbabwe), a revolta de Bárue de 1917, a revolta Maji Maji de 1905 no
Tanganyica, ou a revolta Xhosa liderada por Makana, entre outras
inspiraram-se em ideologias religiosas.

Mas qual foi, afinal, o impacto das ideologias religiosas na resistência


africana?

Existem diversas interpretações sobre o papel das ideologias religiosas na


resistência africana.

Na verdade alguns estudiosos consideram que o papel das ideias


religiosas na resistência foi sobrevalorizado, enquanto para outros é o
papel da resistência na religião que foi sobrevalorizado.

Na verdade, as ideias religiosas constituíram um suporte de grande valor


para os movimentos de resistência, tanto ao permitir aglutinar a
população em torno de um ideal religioso, conseguindo assim a união que
não seria possível a volta de qualquer outro elemento, como ao animar o
próprio movimento pela convicção da protecção dos deuses.

Não obstante, as ideias religiosas, tiveram, a dado passo, um efeito


pernicioso para a resistência ao alimentar nos guerreiros a ideia de sua
invulnerabilidade aos ataques inimigos em razão da protecção dos "seus".
De facto esta convicção acabou conduzindo as revoltas ao malogro, pois
não lhes permitia avaliar convenientemente a correlação de forças entre si
e o inimigo que iam enfrentar.

63
64 Conteúdos

Consequências e Relevância da Resistência Africana


É um facto que a resistência africana vista sob o ponto de vista daquilo
que era o seu principal objectivo - a preservação da sua soberania face a
ameaça europeia - foi um fracasso.

E, por que se considera que foi um fracasso? Tem alguma ideia, caro
estudante, sobre isso?

Esta avaliação baseia-se no facto de se reparar que volvidos 30 anos após


o início das campanhas de ocupação, quase todo o continente africano
caiu sob domínio dos europeus.

Esta observação não esgota, porém, o impacto da resistência africana.


Sem que tenha sido seu propósito, a resistência produziu resultados de
muito maior alcance na história da África.

No que se refere à soberania é preciso dar mérito aos movimentos de


resistência para o sucesso do nacionalismo e na reconquista da referida
soberania.

Tendo sido depositárias de ideias religiosas, os movimentos de resistência


contribuíram para o surgimento de agrupamentos em torno de ideias,
sejam elas quais forem, opondo-se ao agrupamento de base tribal,
característico dos movimentos primários.

A seguir veja a periodização da resistência africana.

Breve Periodização da Resistência


Ao longo dos cerca de 30 anos que durou a resistência africana podem se
identificar duas fases:

• 1880 a 1900

• 1900 a 1914

Na primeira etapa a conquista de África pelos europeus baseou-se ora na


diplomacia ora na invasão militar ou então nas duas formas. Esta época
foi marcada por uma intensa corrida aos tratados seguidos, na maior parte
dos casos, de invasões, conquistas e ocupações por exércitos europeus.

"A derrota militar de 1897 (…) não provocou a renúncia ao mundo


tradicional, ao contrário do que ingenuamente previam os brancos (…) De
facto, a religião tradicional continuou a inspirar o comportamento
construtivo
Nesta fase ae criador que tiveram
resistência frente
africana ao cristianismo
tinha e à cultura
por objectivo salvaguardar a
ocidental como um todo. Lembrava a população que ainda havia lugar para
independência e estilo tradicional de vida dos africanos. Para conseguir
aceitar ou rejeitar certos aspectos da nova ordem"
esse objectivo os africanos adoptaram como formas de luta o confronto, a

aliança e a submissão temporária.

Na segunda fase (1900 – 1914), ocorre numa altura em que a maioria dos
exércitos africanos tinham sido vencidos e seus chefes fugido, mortos ou

64
MÓDULO 2

exilados, na sequência das acções iniciais de conquista europeia da


África.

A resistência passou a ter como objectivo a reconquista da independência,


eliminação das práticas opressivas do colonialismo ou acomodação no
sistema.

As formas de luta nesta fase passaram a incluir a revolta, as greves, os


abaixo assinados, a sabotagem, a não colaboração, etc.

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu a resistência africana.

Viu que ela tem suscitado as mais diversas ideias quanto a sua origem,
relevância e alcance.
Resumo
Enquanto os teóricos do colonialismo pretendem apresentar a resistência
africana como um fenómeno pouco relevante e nada sistemático, que
apenas era uma manifestação de uns poucos agitadores, os africanistas
assumem uma posição totalmente oposta apresentando este fenómeno
como generalizado e motivado por interesses claros.

A resistência africana vista sob ponto de vista do que eram os seus


principais objectivos, foi um total fracasso pois, volvidos 30 anos após o
início das campanhas de ocupação, quase todo o continente caiu sob
domínio dos europeus.

Não obstante a resistência foi particularmente importante na medida em


que, tendo sido depositárias de ideias religiosas, os movimentos de
resistência contribuíram para o surgimento de agrupamentos em torno de
ideias, sejam elas quais forem, opondo-se ao agrupamento de base tribal,
característico dos movimentos primários.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

65
66 Conteúdos

Actividades
1. Analise comparativamente as ideias das correntes pró-coloniais e
anticoloniais europeias, sobre a resistência africana.

2. Explique em que medida a religião confere à resistência os


pressupostos de soberania e legitimidade.
Actividades

Guia de Correcção

1. Embora tenham como ponto de partida pressupostos diferentes,


nomeadamente a defesa e a contestação ao colonialismo, as duas
correntes acabam minimizando o peso da resistência africana.
Enquanto para os defensores do colonialismo as populações
estavam satisfeitas com a dominação colonial e só participaram
nas acções de resistência por que foram trabalhadas por
feiticeiros curandeiros as correntes anti-coloniais europeias, que
defendem a resistência africana, consideravam que os africanos
não tinham muita coisa no seu modo de pensar "tradicional"que
pudesse ajudá-los a reagir efectiva ou concretamente às agressões
ao seu modo de vida. Por isso os movimentos de resistência,
estavam condenados ao fracasso.

2. A religião confere à resistência os pressupostos de soberania e


legitimidade na medida em que as doutrinas e símbolos religiosos
apoiavam-se, normalmente, nas questões da soberania e da
legitimidade. Em regra o poder dos chefes africanos era
legitimado por rituais e, como tal, todas as acções dos chefes,
incluindo a mobilização do povo para a resistência, eram
suportados por símbolos e conceitos religiosos.

Muito bem, chegados a esta fase, nada melhor que você sozinho medir o
seu grau de assimilação dos conteúdos aprendidos, respondendo as
questões abaixo.

66
MÓDULO 2

Avaliação
1. Refira-se em traços gerais a Ideologia profana.

2. Analise o impacto da resistência africana.


Avaliação

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

67
MÓDULO 2

Lição 11

A Resistência na África do Norte

Introdução
Para ter uma ideia geral do que foi a resistência em África vai estudar
alguns exemplos do percurso deste processo. Uma das regiões que servirá
de exemplo é o norte de África que inclui Marrocos, Tunísia e Líbia.
Nesta lição vai então, caro aluno, estudar apenas Marrocos e Tunísia.

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Situar no tempo a resistência na Tunísia e Marrocos.

 Identificar as principais figuras da resistência.

 Descrever os principais momentos da resistência.


Objectivos

A Resistência na África do Norte


A África do Norte nas Vésperas da Partilha

No extremo norte da África encontram-se os actuais territórios da Líbia (a


oriente fazendo limite com o Egipto), a Tunísia (encrostada entre a
Argélia e Líbia), a Argélia e, mais a ocidente, Marrocos. São, juntamente
com o Egipto (a nordeste da África), os designados países do Magreb ou
ainda África branca.

69
70 Conteúdos

África do norte nas vésperas da partilha europeia

A Resistência e Conquista na Tunísia

Nas vésperas da conquista europeia, a Tunísia enfrentava, por um lado, os


italianos que, para lá emigravam com vários objectivos e, por outro lado,
a ameaça dos franceses, instalados na Argélia.

O Sultão de Constantinopla tinha aproveitado suas desventuras na Argélia


para colocar a Tripolitânia e Cirenaica sob sua alçada e reconquistar a sua
influência sobre a Tunísia, onde existia um forte sentimento a favor dos
otomanos entre a elite da regência de Túnis.

A influência turca constituía perigo para o poder do bei (rei) por isso este
decidiu aliar-se, ora aos italianos, ora aos franceses de acordo com as
circunstâncias.

Entretanto, pouco tempo depois esta estratégia revelou-se fatal, pois


quando os franceses encontraram uma situação favorável para atacar a
Tunísia, o bei ficou isolado não obtendo nem o apoio interno (da elite
local) nem externo (dos europeus). Perante esta difícil situação a 12 de
Maio de 1881, o bei foi forçado a assinar um tratado aceitando o
protectorado francês.

O acordo com a França foi visto como uma traição, razão pela qual a
população revoltou-se esperando o apoio dos otomanos. Os franceses

70
MÓDULO 2

organizaram então uma segunda expedição, que encontrou uma forte


resistência especialmente nas regiões montanhosas do noroeste, centro e
sul do país.

A Itália mantinha as suas pretensões sobre o país, mas os tunisinos


permaneceram fiéis à soberania otomana, islâmica, recusando a
aproximação aos italianos para enfrentar os franceses.

Neste período não tinham ainda sido estabelecidas as áreas de influência


de cada potência europeia na região. Cada país com interesses na região
limitava-se a apresentar suas intenções aos demais países e sempre que
possível apropriar-se de alguns territórios.

Neste contexto, Marrocos acabou ficando sob domínio de duas potências


europeias – Espanha e França. Em 1893 a Espanha impôs uma derrota
aos marroquinos consolidando as suas possessões próximo de Melilla.
Por sua vez em 1899 a França consolidou o seu domínio sobre Tuat.

A Conquista e Resistência em Marrocos


A conquista e resistência em Marrocos teve início num momento em que
se desenrolava uma revolução que levou a queda do Sultão Abdal Aziz.
Apesar dessas distensões internas, diante da invasão emergiu um
movimento nacionalista que assumiu um cariz religioso ao se
transformar numa guerra entre muçulmanos e cristãos, constituindo uma
espécie de prosseguimento das cruzadas.

Cruzadas - movimentos militares, de carácter parcialmente


cristão, que partiram da Europa Ocidental com objectivo de
colocar a Terra Santa (Palestina) e a cidade de Jerusalém sob a
soberania dos cristãos. Estes movimentos estenderam-se entre
os séculos XI e XIII, época em que a Palestina estava sob
controle dos turcos muçulmanos.

Os conflitos entre espanhóis e marroquinos remontam desde a época da


primeira Expansão europeia, quando os espanhóis se apoderaram de
Ceuta e Melilla. Desde essa altura o governo marroquino, tentando travar
o avanço espanhol, começou a impedir o contacto entre os espanhóis
instalados naquelas regiões, e as populações marroquinas.

O bloqueio esteve na origem da guerra entre Espanha e Marrocos em


1859 e 1860. As consequências desta guerra foram particularmente
graves para Marrocos. Além de uma pesada indemnização teve que
aceitar o alargamento territorial de Melilla e ceder um porto na costa
atlântica.

De 1880 a 1881 Marrocos tentou, na Conferência de Madrid, colocar em


discussão a independência de seu território, mas a coligação França, Itália
e Espanha opôs-se e, nem o apoio britânico foi suficiente para que
Marrocos lograsse seus intentos.

71
72 Conteúdos

A conquista desta região de Oásis iniciou em 1899, quando uma


expedição francesa aproximou-se dos oásis e exigiu a rendição do chefe
In Salah. Levantou-se de imediato uma forte resistência, mas a 27 de
Dezembro de 1899 toda a região do oásis foi conquistada. A resistência,
embora enfraquecida, prosseguiu por mais de um ano tendo o último
combate acontecido em Março de 1901. O Sultão Abd al - Aziz apelou a
Inglaterra e Alemanha, mas estes aconselharam-no a aceitar o domínio
francês pelo que assinou o protocolo de 20 de Abril de 1902.

A perda de Tuat foi uma das principais razões da corrosão paulatina do


poder do sultão até a sua queda em 1911.

A partir de 1905 a França lançou-se na conquista nas chamadas bilad al-


siba (regiões desérticas, pobres e sub povoadas administradas por chefes
locais mas sob soberania do sultão).

A França continuou, então, a apropriar-se lentamente dos territórios


marroquinos. Assim ocupou os territórios entre os rios Gir e Zusfana e a
sul tomou Trarza e Brakma.

Para materializar os seus intentos a França enviou, em 1905, para


Marrocos Xavier Coppolani considerado especialista sobre assuntos
muçulmanos e que defendia a teoria de “penetração pacífica”.

Alertado sobre os acontecimentos, o sultão Mulay Abdal-Aziz enviou


Mulay Idris para dinamizar a resistência. Coppolani seria morto em Abril
do mesmo ano durante o ataque ao seu acampamento em Tidjikdja.

Após a retirada de Mulay Idris, em Janeiro de 1907, os franceses


lançaram uma expedição militar que, após derrota em al-Muynam, em
Junho de 1908, apoderou-se de Atar em Janeiro de 1909. Na sequência da
derrota, o xeque al Aynayn retirou-se com os seus apoiantes para al-
Hamra de onde continuou a luta até 1933.

Na mesma época a Espanha, que não pretendia assistir passivamente ao


avanço francês, decidiu avançar. Em 1906 partiram da sua colónia de Rio
de Ouro em direcção ao interior e em 1909 iniciaram a conquista de Rif, a
norte, que só terminou em 1926 após vencer a forte resistência popular
conduzida sob o signo da djihad.

72
MÓDULO 2

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu

Nas vésperas da conquista europeia, a Tunísia, ora sob influência


Otomana, estava simultaneamente sob ameaça dos italianos e dos
Resumo franceses.

Na década de 1880 não tinham ainda sido estabelecidas as áreas de


influência de cada potência europeia na África do norte. Cada país com
interesses na região limitava-se a apresentar suas intenções aos demais
países e sempre que possível apropriar-se de alguns territórios.

A conquista e resistência no norte da África desenrolou-se em diferentes


etapas entre cerca de 1880 e 1933.

França, Espanha e Itália foram as potências que se bateram entre si ou


contra os africanos pela ocupação do norte da África.

A resistência conduzida, em geral, sob o signo de djihad, foi


protagonizada entre outros chefes por In Salah, Mulay Abd al-Aziz,
Mulay Idris e o Xeque al-Aynayn.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

73
74 Conteúdos

Actividades
1. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas sobre a
resistência na Tunísia.

a) Na Tunísia a resistência foi dirigida contra a Turquia, Itália e


França.
Actividades
b) A tentativa do Bei de buscar alternadamente a aliança dos
diferentes grupos europeus para preservar o seu poder permitiu
manter o poder por longo tempo.

c) A tentativa do Bei de buscar alternadamente a aliança dos


diferentes grupos europeus para preservar o seu poder revelou-se
fatal, pois levou o Bei a ficar isolado.

d) A soberania tunisina chegou praticamente ao fim com a


declaração protectorado francês sobre o território, a 12 de Maio
de 1881.

e) A soberania turca chegou praticamente ao fim com a declaração


protectorado francês sobre o território, a 12 de Maio de 1881.

2. No período da conquista europeia, Marrocos enfrentou em simultâneo


duas potências europeias.

• Identifique-as

Guia de Correcção
1.

a) F b) F c) V d) V e) F

2. Marrocos enfrentou simultaneamente a França e Espanha.

Muito bem, chegados a esta fase, nada melhor que você sozinho medir o
seu grau de assimilação dos conteúdos aprendidos, respondendo as
questões abaixo.

74
MÓDULO 2

Avaliação
1. O período de 1899 a 1902 foi crucial na resistência marroquina contra
os franceses. Justifique a afirmação.

2. Mencione as principais fases da resistência marroquina.


Avaliação

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

75
MÓDULO 2

Lição 12

A Resistência na Libia

Introdução
Para terminar a descrição da resistência na África do norte vai estudar
nesta lição os acontecimentos na Líbia.

Ao estudar a resistência na Líbia, você vai ver que, à semelhança do que


aconteceu na Tunísia e Marrocos, também na Líbia existia uma forte
influência da Turquia, resultante dos laços tradicionais entre o império
Otomano e a região do Magreb.

Preste atenção!

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Situar no tempo a resistência na Líbia.

 Identificar as principais figuras da resistência.

 Descrever os principais momentos de resistência.


Objectivos

A Resistência na Líbia
O quadro Político-Geográfico
Nas vésperas da conquista a Líbia compreendia duas principais regiões:

• Tripolitânia – na parte ocidental do território, até ao limite com


Tunísia e Marrocos

• A Cirenaica – a oriente fazendo limite com o Egipto

77
78 Conteúdos

A Tripolitânia, sob domínio do Império Otomano, foi invadida pela Itália


a partir de 1911. Nesta altura dois factores jogavam a favor dos intentos
italianos:

• Enfraquecimento do Império Otomano resultante da revolução


dos jovens turcos e;

• A neutralidade da Inglaterra e da França diante do avanço


italiano.

Neste contexto, a 28 de Setembro a Itália lançou um ultimato contra a


Constantinopla e, apesar da Turquia ter feito uma resposta conciliadora, a
Itália desembarcou tropas nas principais cidades líbias – Tripoli,
Benghazi, Homs e Tobruk – ocupando-as de seguida. Entretanto à saída
das cidades, os italianos, foram confrontados com a resistência dos locais.

Quando pretendiam sair de Tripoli foram batidos pelos líbios em al-Hani.


Nas imediações de Benghazi enfrentaram os líbios em Djuliana, al-
Kuwayfiya e al-Hawari, tendo sido forçados a retornar para o centro da
cidade. Entre 23 de Outubro de 1911 e 2 de Maio de 1912 os italianos
bateram-se com turco árabe em al-Khums, com vitória para os italianos.

A resistência em Derna foi protagonizada pelos turcos, cuja guarnição no


local foi reforçada por oficiais turcos comandados por Anwar Paxa e
Mustafa Kamal (Kamal Ataturk) e apoiados por Ahmad al-Sharif, chefe
espiritual dos Sanusiyya, em especial na mobilização dos árabes do
interior para a guerra.

Tendo formado um exército numeroso e forte Anwar travou várias


batalhas com os italianos entre Outubro de 1911 e Julho de 1912.

78
MÓDULO 2

As cidades de al-Karkaf, Sidi Abdalah, al-Nadura e al-Mudawwar foram


alguns dos principais palcos dos acontecimentos nesta fase.

O facto de os italianos não terem conseguido avançar para além das


cidades ocupadas mostra bem a consistência da própria resistência neste
período.

Perante a dificuldade cada vez maior de ocupar a Líbia, os italianos


tentaram forçar a retirada turca da região, atacando a própria Turquia. As
investidas italianas, especialmente dirigidas contra os estreitos de
Dodecaneso e Dardanelos, constituíram, porém uma ameaça a paz
mundial e despertaram a “questão do Oriente”.

Perante este cenário as potências europeias começam a pressionar Itália e


Turquia no sentido de encontrarem uma solução pacífica, salvaguardando
a paz mundial.

Respondendo aos apelos internacionais, Itália e Turquia assinam o tratado


de Lausanne, pelo qual a Turquia concedia independência a Líbia e a
Itália desocupava as águas territoriais turcas.

Logo que a Turquia saiu da Líbia, os italianos lançaram-se na conquista


deste território. O primeiro confronto entre italianos e líbios após a
retirada turca deu-se em 1913, quando os italianos atacaram as tropas de
Ahmad al-Sharif tendo sido derrotados em Yawn al-Djuma. Após a
vitória Sharif proclamou a criação do Governo Sanusi (Al-Hukuma al-
Sanusiyya).

Na Tripolitânia os italianos tiveram mais sucesso. No início de 1995


atacaram os líbios nas montanhas orientais tendo-os derrotado em
Djanduba em Março. Em seguida bateram os líbios em três outras
batalhas.

Portanto, até a Primeira Guerra Mundial a resistência no Magreb foi


conduzida por um estado organizado que, através de exércitos regulares
tentou fazer frente aos invasores. Entretanto sempre que o estado se
mostrava incapaz entrava em cena o chefe da confraria. Os anos da
Primeira Guerra foram de interregno no que se refere as acções de
conquista. Tudo quanto pretendiam os europeus, neste momento em que a
preocupação maior era a Guerra Mundial, era manter as conquistas.
Contando, com o apoio dos alemães e turcos, os povos da Líbia forçaram
os ocupantes a adoptar uma atitude bastante liberal, evitando molestar os
africanos.

A partir de 1921, uma vez terminada a Primeira guerra Mundial, e os


países europeus refeitos da mesma, as acções de conquista reiniciaram.

Na Tripolitânia a reconquista foi lançada pelo novo cônsul da região –


Volpi. As mudanças de Volpi, iniciaram com o fim da política liberal e a
rejeição de todos os tratados assinados durante e depois da Primeira
guerra Mundial.

Em Novembro de 1922 o general italiano invadiu a capital – Gharyan –


enquanto outro exército ocupava Misurata em Fevereiro de 1923.

79
80 Conteúdos

Neste período muitos factores favoreciam os invasores:

 Comité Central da República Unida estava enfraquecido pelos


conflitos internos e pela guerra civil entre Misurata e Warfallah e
pelo conflito entre os árabes e os berberes das montanhas;

 Em Dezembro de 1922 o chefe espiritual da União – Amir Idris


al-Sanusi abandonou o território para se fixar no Egipto. Facto
que desmoralizou as populações e fez com que muitos soldados
se entregassem ou abandonassem o país.

Com a partida de Amir Idris a resistência ficou sob os auspícios de al-


Rida, novo chefe espiritual em substituição do irmão e Umar ak-Mukhtar
como comandante.

Para enfrentar os italianos, Mukhtar dividiu o seu exército em três


colunas e foi se instalar numa região montanhosa, na região de Jardas,
tendo rechaçado todas as investidas italianas em 1923.

Em 1924 a Tripolitânia entrou finalmente em decadência. Os italianos


apropriaram-se de todas as terras aráveis, mas tinham ainda algumas
dificuldades de controlar o deserto. No final de 1929 e princípios de 1930
o deserto caía sob domínio dos italianos que assim puderam chegar a
Fezzan. Era o fim da Tripolitânia.

Na Cirenaica a resistência continuava firme. Aqui os italianos tiveram


que recorrer a métodos pouco convencionais. Primeiro colocaram um
arame ao longo dos cerca de 300 Km de fronteira entre a Líbia e o
Egipto, para impedir o apoio egípcio. Em seguida ocuparam os oásis,
antes de evacuar todas as populações rurais para o deserto de Sirt, onde
ficaram concentradas em campos.

Apesar do rigor dos italianos a resistência manteve-se firme o que


obrigou os italianos a solicitar negociações. Entretanto ao longo do
processo negocial Mukhtar entendeu que os italianos pretendiam dividir
seus apoiantes para melhor dominá-los, por isso rompeu as negociações e
retomou a guerrilha. Durante dois anos Mukhtar impôs-se aos italianos,
mas em 1931 foi preso e executado após julgamento militar.

Após a morte de Mukhtar a resistência prosseguiu por mais seis meses


sob a liderança de Yusuf Abu Rahil.

80
MÓDULO 2

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu

Nas vésperas da partilha europeia da África, a Líbia estava sob domínio


do império Otomano, pelo que a penetração italiana enfrentou uma
Resumo resistência tanto dos líbios como dos turcos.

Perante a dificuldade de superar a resistência a Itália decidiu atacar a


Turquia para forçá-la a retirar-se da Líbia.

Apesar da retirada Turca os italianos ainda enfrentaram enormes


dificuldades de tal modo que só em 1930 a Tripolitânia foi subjugada,
enquanto a Cirenaica apenas foi efectivamente tomada em 1931.

Caro estudante, agora que ja concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

Actividades
1. Quais são os factores que favoreceram a acção de conquista
italiana na Tripolitânia?

2. Explique o contexto em que foi assinado o tratado de Lausane.

3. Qual foi o impacto do tratado de Lausane na conquista italiana da


Actividades
Líbia?

Guia de Correcção
1. Dois factores eram favoráveis aos italianos no início da
conquista, nomeadamente:

a) Enfraquecimento do Império Otomano resultante da


evolução dos jovens turcos e;

b) A neutralidade da Inglaterra e da França diante do


avanço italiano.

2. O tratado de Lausane foi assinado em resposta ao conflito


Itália/Turquia resultante das investidas italianas, contra a Turquia
que pretendia, assim forçar a retirada turca da Líbia. Este conflito
constituía uma ameaça a paz mundial e, perante este cenário as
potências europeias pressionaram Itália e Turquia para
encontrarem uma solução pacífica, salvaguardar a paz mundial.

81
82 Conteúdos

3. Com a saída da Turquia da Líbia, os italianos lançaram


campanhas conquista deste território. Embora com algumas
dificuldades os italianos lograram sucesso.

Muito bem, chegados a esta fase, nada melhor que você sozinho medir o
seu grau de assimilação dos conteúdos aprendidos, respondendo as
questões abaixo.

Avaliação
1. Faça uma breve periodização da resistência e conquista na Líbia.

2. Explique os factores que enfraqueceram a resistência entre 1922 e


1923.
Avaliação

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

82
MÓDULO 2

Lição 13

A Resistência na África Oriental

Introdução
Continuando o estudo de alguns exemplos de resistência em África, vai
agora estudar o caso da África Oriental.

Sobre o decurso da resistência na região da África Oriental irá, tomar


particular como base os exemplos do Quénia, no Tanganyika e no
Uganda. Siga a lição para ver quais foram os principais momentos da
resistência nesta região.

Bom estudo!

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Situar no tempo a resistência na África Oriental.

 Identificar as principais figuras da resistência.

 Descrever os principais momentos da resistência.


Objectivos

A Resistência na África Oriental


A África Oriental nas Vésperas da Partilha
Nas vésperas da partilha do continente africano, as sociedades da África
Oriental apresentavam níveis de organização bastante díspares. Algumas
sociedades como os Baganda e Banyoro, no Uganda, Banyambo no
Tanganhica e Wanga no Quénia eram centralizadas. Outras como os
Nyamwezi, do Tanganhica e os Nandi no Quénia estavam em processo de
organização como estados centralizados. Outras, ainda, viviam em regime
nómada sem uma organização social estável.

As diferenças entre as sociedades da África Oriental também se


manifestavam a nível do contacto com os árabes e europeus.

Os povos do litoral tinham um contacto mais profundo com os europeus e


árabes do que os do interior, como por exemplo os akamba do Quénia e
os Nyamwezi do Tanganyika que se ocupavam do comércio de caravanas

83
84 Conteúdos

– O comércio a longa distância. Os baganda e os wanga também estavam


envolvidos no comércio, de marfim e escravos, com os árabes.

A seguir vai ver como aconteceu o processo de ocupação do Quénia.

A Resistência e Conquista no Quénia


Os Nandi foram os que ofereceram a resistência mais viva e mais
prolongada (1890 – 1905) do país.A força militar dos Nandi explica-se
pela grande coesão social e pela confiança dos guerreiros em si próprios e
no seu chefe. Graças a sua enorme força combativa os Nandi
conseguiram resistir à ocupação estrangeira por mais de sete anos.

No centro do país a reacção não teve a mesma dimensão devido as


divisões entre os diferentes grupos, chefes ou clãs e as alianças de uns
com os ingleses contra outros chefes africanos. Por exemplo o chefe dos
Gikuyu - Waiyaki – decidiu aliar aos ingleses tendo chegado a fazer um
tratado de fraternidade de sangue com Frederick Lugard, agente da Ibeac.
Procedimento idêntico teve Lemana de um dos grupos Masai que, em
compensação, foi nomeado chefe supremo dos Masai.

No litoral a resistência foi protagonizada pela família Mazrui encabeçada


por Mbaruk Bin Rashid. A resistência dos Mazrui deveu-se à crescente
influência britânica nos assuntos internos das sociedades do litoral

A revolta de Mbaruk teve lugar em 1895 quando, após a morte do váli


(rei) de Takarungu os ingleses da Ibeac indicaram, para substituto, um
aliado seu em vez de Mbaruk que era o legítimo herdeiro do trono.
Entretanto Mbaruk foi derrotado pelos ingleses.

Mais para o interior, os akamba revoltaram-se contra a pilhagem inglesa e


consequente apropriação de cabras, bovinos e até imagens religiosas
consideradas sagradas. A reacção foi encabeçada por por Nziba Mwea
que, em 1890, decidiu recusar-se a fornecer alimentos aos ingleses. No
norte, nos confins do país Kisimayo, os ingleses enfrentaram a resistência
dos Ogdens somális, dos Mazrui e dos akamba, que acabou sendo
derrotada após a intervenção de tropas indianas em 1899. Os Taita
também se envolveram em conflito com os ingleses após se recusarem
fornecer carregadores.

No Quénia Ocidental a principal figura foi Munia, o rei dos Wanga, que
via nos ingleses mais um grupo de mercenários que podia ser usado como
tal na luta contra os seus inimigos (Iteso e Luo). Assim este rei optou
sempre pela aliança.

A Resistência no Tanganyika
No Tanganyica a resistência decorreu tanto por via diplomática como
com emprego da força.

84
MÓDULO 2

Em 1891 e 1893 Mbunga envolveu-se em conflitos com os alemães,


enquanto Hasani Bin Omari também se confrontava com os alemães no
interior diante de Kilwa. Em 1891 os hehe, liderados por Mkwawa
derrotaram os alemães que se vingaram em 1894, tomando a capital, mas
sem conseguir prender o chefe Mkwawa. Já 1899 em foi a vez dos
maconde combaterem os alemães.

A conquista alemã no litoral, liderada por Karl Peters, enfrentou a


resistência de Abushiri ao longo da costa e das tribos gogo, chaga e Hehe.
As duas primeiras foram subjugadas com relativa facilidade, mas os hehe,
liderados por Mkwawa resistiram até 1898.

Sob comando de Abushiri, em Setembro em 1888, os povos do litoral


incendiaram um navio de guerra alemão, antes de atacar Kílwu e matar os
dois alemães que lá residiam e assaltar Bagamoyo.

Reagindo aos acontecimentos, a Alemanha, enviou Hermann Von


Wissman, para a região. Tendo chegado em Abril de 1889 atacou
Abushiri em Bagamoyo, forçando-o a retirar-se para Uzigua onde acabou
sendo preso e enforcado em Dezembro de 1889. Em Maio de 1890 Kílwa
foi bombardeada e tomada de assalto pelos alemães terminando assim a
resistência no litoral do Tanganyica.

A seguir veja, caro aluno como aconteceram as coisas no Uganda.

Uganda

No Uganda a resistência à ocupação inglesa foi particularmente


conduzida pelos reis Kabarega do reino Bunyoro e Mwanga do reino
Buganda.

A resistência de Kabarega decorreu entre 1891 e 1899. A opção inicial


deste rei foi o confronto, mas após falhar nos seus intentos decidiu
recorrer à diplomacia, tentando sem sucesso um acordo com Lugard. Na
fase final e diante do fracasso das tentativas de aproximação com os
ingleses, Kabarega decidiu-se pela guerrilha. Assim abandonou o
Bunyoro e refugiou-se no país Lango, a norte de onde lançou ataques de
surpresa infligindo baixas aos ingleses.

O rei Mwanga de Buganda, proclamado protectorado britânico em 1894,


privilegiou a diplomacia.

Desde a sua chegada ao trono, em 1894, Mwanga tentou limitar o


contacto dos europeus com os baganda, punindo, às vezes com a morte os
que abraçassem o Cristianismo.

Na sua tentativa de impedir o domínio dos estrangeiros em seu território,


Mwanga adoptou a estratégia de “dividir para reinar” ora aliando-se aos
cristãos contra os muçulmanos, ora aliando-se aos muçulmanos contra
cristãos. Portanto, para ele todos os estrangeiros representavam uma
ameaça ao seu poder pelo que era preciso pô-los fora.

85
86 Conteúdos

Um dos últimos actos de resistência de Mwanga teve lugar em 1898,


quando, alegando uma tradição dos Baganda tentou atrair todos os
estrangeiros para uma parada naval numa ilha do lago Vitória, onde
pretendia deixá-los morrer a fome. Contudo o plano foi descoberto pelo
que os europeus montaram-lhe um golpe substituindo-lhe pelo irmão.

Pouco depois tentou retomar o poder e juntou-se a Kabarega na guerrilha,


mas ambos foram capturados e deportados em Kisimayu, onde Mwanga
morreu em 1903.

Resumo da Lição
Nesta unidade você aprendeu que não obstante as diferenças que
caracterizavam os povos da região oriental todos eles assumiram uma
posição firme diante da ameaça colonial. É óbvio que as condições
específicas de cada território ditaram níveis e intensidades diferentes da
Resumo luta. As próprias formas de luta apresentavam diferenças. De uma forma
geral a resistência nesta região desenrolou-se entre 1890 e princípios do
de 1900.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

86
MÓDULO 2

Actividades
1. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas.

a) Nas vésperas da partilha do continente africano, as


sociedades da África Oriental apresentavam níveis de
organização bastante díspares.
Actividades
b) Nas vésperas da partilha do continente africano, a África
Oriental estava organizada em estados centralizados.

c) Nas vésperas da partilha existiam como estados centralizados


os Baganda e Banyoro, no Uganda, os Banyambo no
Tanganhica e Wanga no Quénia.

d) Na África Oriental todas as formações sociais tanto do litoral


como do interior tinham, nas vésperas da conquista,
contactos profundos com os europeus e árabes.

2. Usando exemplos concretos identifique as formas de luta usadas


na resistência na África Oriental.

Guia de Correcção
1.

a) V c) V

b) F d) F

2. Na África Oriental a resistência decorreu tanto por via diplomática


como com emprego da força.

No Tanganyika por exemplo Mbunga, Hasani Bin Omari, Abushiri e as


tribos gogo, chaga e Hehe, privilegiaram o confronto na luta contra a
invasão.

No Uganda a resistência foi conduzida pelos reis Kabarega do reino


Bunyoro e Mwanga do reino Buganda. Kabarega optou inicialmente pelo
confronto, mas após falhar recorreu à diplomacia. Mwanga privilegiou a
diplomacia adoptando a estratégia de “dividir para reinar” ora aliando-se
aos cristãos contra os muçulmanos, ora aliando-se aos muçulmanos
contra cristãos.

Muito bem, chegados a esta fase, nada melhor que você sozinho medir o
seu grau de assimilação dos conteúdos aprendidos, respondendo as
questões abaixo.

87
88 Conteúdos

Avaliação
1. Os Nandi foram os que ofereceram a resistência mais viva e mais
prolongada (1890 – 1905) no Quénia. Como explica a enorme
força militar dos nandi?
Avaliação

2. Indique três figuras ligadas a resistência na África Oriental.

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte

88
MÓDULO 2

Lição 14

A Resistência na África Central e


Austral

Introdução
Uma outra região escolhida para mostrar exemplos de resistência em
África é a África central. Tal como fizemos nos outros casos, vamos
analisar o envolvimento das populações desta região na resistência contra
a ocupação estrangeira.

Será uma oportunidade para, você, conhecer outros protagonistas da


resistência em África.

Tenha bom estudo!

Ao concluir esta unidade você será capaz de:

 Situar no tempo a resistência na África Central e Austral contra a


ocupação estrangeira.

 Identificar as principais figuras da resistência.


Objectivos
 Descrever os principais momentos da resistência.

A Resistência na África Central e Austral


Enquadramento Geográfico

A África Central e Austral, compreende uma série de territórios


localizados a sul do equador não incluindo a costa oriental e o extremo
sul do continente. Actualmente encontram-se nesta região a República
Democrática do Congo, Zâmbia, Zimbabwe, Malawi, Moçambique,
Angola, Namíbia.

Nas vésperas da partilha do continenente africano existiam nesta região


central e austral inúmeras formações políticas das quais se destacam os

89
90 Conteúdos

Estados Lunda e Luba na actual RDC, os Estados Humbe e Chokwe em


Angola, Matabeland, (Zimbabwe) Mshonaland (Zâmbia) Niassaland
(Malawi), o Estado de Gaza, os Estados Militares do vale do Zambeze e
os Estados Ajaua, em Moçambique, bem como várias outras formações
políticas menores.

Em geral, todos os grupos sócio-políticos da região tentaram resistir à


ocupação europeia.

A resistência na África central foi conduzida em diferentes etapas,


visando três objectivos principais:

• Manter a soberania das sociedades africanas;

• Corrigir alguns abusos do regime colonial e;

• Destruir o sistema estrangeiro instalado.

As acções de resistência começaram a se manifestar claramente depois de


1880, altura em que os povos da região enfrentaram, claramente, a
ameaça que a presença europeia representava para a sua soberania.

Para todos eles o objectivo da resistência era impedir a ocupação, mas as


estratégias, a composição étnica, a intensidade da luta e o grau de êxito
alcançado foram bastante variados.

Algumas formações políticas africanas como os nguni da Niassalândia, os


Báruè, os yao, os macua, os Yeke, os Chicunda, os Ovibundo, os Chokwe
entre outros, ofereceram forte resistência aos europeus na região.

Mas a opção de confronto não foi prática em todas as formações


africanas. Algumas houveram que tentaram aliar-se aos europeus.
Gungunhane, antes de se envolver em confronto com os portugueses,
negociou, tanto com os britânicos, como os portugueses. O mesmo
ocorreu entre os hehe e o alemão Karl Peters e ainda com os Bemba e os
britânicos.

90
MÓDULO 2

Houve ainda reinos africanos, particularmente do Congo, que começaram


por submeter-se pacificamente, antes de decidir juntar forças e lutar pela
independência. Os Yaka, os Buja e os Boa contam-se entre os que
optaram por esta estratégia.

Sudoeste Africano
A resistência contra a ocupação alemã foi desencadeada pelos herero e
pelos Nama duas das maiores tribos da região. Nesta região Witboi foi o
principal líder da resistência.

Os alemães já se tinham instalado no Sudoeste Africano desde meados do


século XIX e no âmbito da corrida imperialista, nos anos 80, encetaram o
avanço para o interior, do que resultou o choque com os ingleses
entretanto resolvido através dos chamados trados bilaterais.

O choque com os nativos eclodiu por volta de 1904, quando as


populações, agastadas com a dominação colonial aproveitaram a retirada
de parte das tropas alemãs para atacar os alemães destruindo fazendas e
matando cerca de 100 alemães.

Fazendo uso do seu enorme arsenal, os alemães retaliaram. Sob liderança


de Von Trotha, os alemães desencadearam uma guerra total contra os
herero. O balanço foi devastador: cerca de 80% da população morta,
cerca de 14000 encarcerados e perto de 3000 refugiados incluindo o chefe
Samuel Maherero. Igualmente, foram confiscadas as terras e o gado e
proibida a formação de instituições étnicas e a prática de cerimónias
tradicionais.

Moçambique
A resistência à ocupação colonial, em Moçambique, apenas uma
referência sumária da mesma.

No nosso país a resistência iniciou, de forma sistemática, cerca de 1894


quando os portugueses iniciaram a conquista no sul, onde se encontrava o
Estado de Gaza.

Como uma das maiores e mais fortes unidades políticas do país, o Estado
de Gaza revelava-se particularmente importante no contexto da conquista
de Moçambique pelos estrangeiros.

Por um lado, ocupar Gaza significava conquistar um ponto de partida de


grande valia para as acções posteriores.

Por outro lado derrotar Gaza iria desencorajar a resistência de outros


estados menos poderosos.

Após subjugar Gaza, em 1895/7, foram também dominados, entre finais


do ´seculo XIX e princípios do século XX o Centro e Norte de

91
92 Conteúdos

Moçambique. Tanto numa como noutra região assistiu-se a uma notável


resistência que só foi definitivamente eliminada entre 1917 e 1920, com a
queda do Estado de Báruè e do planalto dos Macondes.

Ao longo do processo de resistência em Moçambique destacaram-se


vários reis e guerreiros entre os quais:

• Ngungunhane, Nwamantibjane, Mabjaia, Maguiguane, no Sul do


país;

• Hanga, Mafunda, Cambuemba, Cabendere, na região Central;

• Mucutu-munu, Komala, Kuphula, os xeiques Molid-Volay,


Faralay e Suali Bin Ibrahimo, no Norte

Resumo da Lição
Nas vésperas da partilha a África Central e Austral era constituída por
vários estados como os Estados Lunda e Luba na actual RDC, Humbe e
Chokwe em Angola, Matabeland, (Zimbabwe) Mshonaland (Zâmbia)
Niassaland (Malawi), o Estado de Gaza, os Estados Militares do vale do
Resumo Zambeze e os Estados Ajaua, em Moçambique, bem como várias outras
formações políticas menores. Todos os grupos sócio-políticos da região
tentaram resistir à ocupação europeia.

A resistência começou a manifestar se claramente depois de 1880, com o


objectivo de impedir a ocupação.

As estratégias, a composição étnica, a intensidade da luta e o grau de


êxito alcançado foram bastante variados.

As formas de luta variaram entre o confronto e a diplomacia.

Caro estudante, agora que já concluiu o estudo desta lição, vamos em


conjunto resolver as questões que lhe são colocadas a seguir:

92
MÓDULO 2

Actividades
1. Indique três estados que existiam na África Central e Austral nas
vésperas da partilha.

2. Indique três formações políticas que privilegiaram o confronto


contra os invasores e outras tantas que deram primazia à
diplomacia.
Actividades
3. Indique as duas principais figuras da resistência no sudoeste
africano

Guia de Correcção
1. Indicar três entre os seguintes estados
Lunda Matabeland, E. M.V Zambeze
Luba Mshonaland Estados Ajaua
Humbe Niassaland
Chokwe Estado de Gaza

2. Os nguni da Niassalândia, os Báruè, os yao, os macua, os Yeke, os


Chicunda, os Ovibundo, os Chokwe entre outros, resistiram
militarmente enquanto os Yaka, os Buja e os Boa (do Congo)
privilegiaram a diplomacia.

3. Os principais líderes da resistência no sudoeste africano foram


Witboi e Samuel Maherero

Muito bem, chegados a esta fase, nada melhor que você sozinho medir o
seu grau de assimilação dos conteúdos aprendidos, respondendo as
questões abaixo.

Avaliação
1. Quais eram os objectivos da resistência africana

2. Indique 2 figuras da resistência em cada uma das regiões de


Moçambique
Avaliação

93
94 Conteúdos

Agora que terminou a resolução desta pequena avaliação, verifique no


fim do módulo se as respostas estão correctas e pode passar para a lição
seguinte!

94
MÓDULO 2

Soluções

Lição 1
1. Cinco estados africanos no século XV

• Songhay

• Mali

• Mwenemutapa

• Etiópia

• Ghana

2. O papel dos três vértices (Europa, América e Ásia e África).

• Europa – fornecia a África e Ásia e América armas de


fogo, rum, tecidos de algodão, ferro, jóias de pouco
valor, entre outros artigos.

• África - vendia escravos para as minas e plantações das


Américas. Tal como a Ásia fornecia matérias-primas
diversas à Europa. Era por outro lado mercado para a
produção manufacturada da Europa.

• América fornecia ouro, prata, açúcar e outros produtos à


Europa.

Lição 2
1. No início do século XIX quase todo o continente africano era
constituído por formações sociais de tamanhos e natureza
variados, liderados por reis e chefes africanos. A presença
europeia estava limitada a algumas possessões ao longo da costa
representando cerca de 20% do território.

2. Os factores económicos do interesse dos europeus pelo interior


da África estão relacionados com a revolução industrial que
resultou num considerável aumento da procura de matérias-
primas, de mercados e de mão-de-obra barata.

95
96 Conteúdos

3. F

1–B 3–A 5–C

2–B 4–B 6 – A

Lição 3
1. Corrida imperialista é o ambiente de disputa entre os estados
europeus pela África, entre finais da década de 1870 e princípios
de 80.

2. Os factores que despoletaram a corrida imperialista foram:

• As movimentações do rei Leopoldo II da Bélgica com


vista a criar o Estado Livre do Congo;

• As acções da França tendentes a ocupar o Congo e a


consolidar o seu domínio sobre Madagáscar, Argélia e
outros.

• O avanço português sobre os seus territórios do interior


de Moçambique.

Lição 4
1. O tratado de Zaire foi assinado entre Portugal e Espanha

2. Indicar 5 entre os seguintes países


Alemanha
Austria-Hungria
Bélgica
Dinamarca
Estados Unidos
França
Espanha
Inglaterra
Itália
Países baixos
Portugal
Rússia
Suécia e Noruega
Turquia
3. O princípio da ocupação efectiva determina a obrigatoriedade de as
potências europeias imporem a civilização europeia o que por outras
palavras significa remover toda a estrutura tradicional africana e
substituí-la pela europeia o que significa ocupar efectivamente as
regiões em causa.

96
MÓDULO 2

Lição 5
1. Os tratados foram importantes no processo de conquista
na medida permitiram aos europeus aprofundar o seu
conhecimento sobre África o que lhes permitiu avançar
facilmente sobre o continente, contrariamente aos
africanos que pouco sabiam sobre os europeus

2.

1–D

2–F

3–C

4–E

5–A

6–G

7 – B

Lição 6
(Falta o mapa com as soluções)

Lição 7
1. Pintar Etiópia e Libéria

(Falta o mapa com as soluções)

2. Nas vésperas da partilha a correlação de forças era bastante


desproporcional pois enquanto os europeus possuíam uma
economia forte, assente na industrialização, capaz de suportar
exércitos profissionais, os africanos não conseguiam ter exércitos
permanentes. Mais ainda, os europeus usavam as últimas criações
da indústria bélica, os africanos usavam armas antigas e
obsoletas.

97
MÓDULO 2

Lição 8
1. A teoria económica defendia que a partilha de África tinha
motivações económicas, especialmente, ligadas ao
desenvolvimento económico da Europa, ou seja foi a super-
produção, o excedente de capital e o sub consumo dos países
industrializados que os levou a partilha de África.

2. A teoria da dimensão distingue-se das demais pelo facto de ser a


única que procura explicar a partilha numa perspectiva da
História africana, considerando a partilha de África resultado do
longo período de roedura do continente iniciada no século XV.
Todas as outras esforçam-se por explicar porque é que os
europeus ocuparam a África e não em explicar porque a África
foi ocupada.

Lição 9
1. A atitude inicial dos africanos face à chegada dos europeus no
Século XIX foi muito variada, mas em geral prevaleceu a
surpresa receosa ou divertida e sobretudo a hospitalidade.
Raramente foi de hostilidade. Os primeiros viajantes
(Livingstone, Mungo Park, etc.) são unânimes quanto à
hospitalidade dos africanos.

2. O início da resistência ocorre a partir de finais do século XIX


quando os africanos aperceberam-se da existência de uma nova
vaga de estrangeiros cujos objectivos ameaçavam a soberania das
sociedades africanas.

Lição 10
1. A principal ideologia profana da resistência africana é o princípio
da soberania que defende que a resistência africana surgiu em
resultado da alienação da soberania africana.

2. Embora a resistência não tenha surtido o efeito desejado foi


importante na medida em que, os movimentos de resistência
contribuíram para o surgimento de agrupamentos em torno de
ideias, sejam elas quais forem, opondo-se ao agrupamento de
base tribal, característico dos movimentos primários.

98
MÓDULO 2

Lição 11
1. Porque foi neste período que tiveram lugar as principais acções
de conquista que culminou com a ocupação de toda a região do
oásis e a implantação do domínio francês pelo protocolo de 20 de
Abril de 1902.

2. A resistência marroquina desenrolou-se em diversas etapas das


quais se destacam:

• Guerra contra Espanha em 1859 e 1860 culminou com


derrota dos marroquinos que tiveram que pagar uma
pesada indemnização, aceitar o alargamento territorial de
Melilla e ceder um porto na costa atlântica.

• 1899 -1902 – acções de resistência conduzidas por In


Salah redundaram em fracasso em Março de 1901 tendo
sido assinado um protocolo em 20 de Abril de 1902.

• A partir de 1905 resistência contra a conquista francesa


das bilad al-siba . o francês Xavier Coppolani enfrentou
a resistência de Mulay Idris até Janeiro de 1907, altura
em que a liderança da resistência passou para o xeque al
Aynayn até 1909.

Lição 12
1. Primeiro período- de finais do século XIX até a Primeira Guerra
Mundial a resistência no Magreb foi conduzida por um estado
organizado que, através de exércitos regulares tentou fazer frente
aos invasores.

Segundo período - partir de 1921, uma vez terminada a Primeira


guerra Mundial, as acções de conquista reiniciaram.

2. Entre 1922 e 1923 dois factores enfraqueceram a resistência:

a) Enfraquecimento do Comité Central da República Unida


devido aos conflitos internos, a guerra civil entre Misurata e
Warfallah e ao conflito entre os árabes e os berberes das
montanhas;

b) O abandono do território pelo chefe espiritual da União -


Amir Idris al-Sanusi.

99
MÓDULO 2

Lição 13
1. A força militar dos Nandi explica-se pela grande coesão social e
pela confiança dos guerreiros em si próprios e no seu chefe.

2. Escolher entre os seguintes líderes Waiyaki (chefe dos Gikuyu);


Lemana (dos Masai); Mbaruk Bin Rashid (Mazrui) Nziba Mwea
(akamba) Munia (Wanga).

Lição 14
1. Os objectivos da resistência na região central e austral eram
manter a soberania das sociedades africanas, corrigir alguns
abusos do regime colonial e destruir o sistema estrangeiro
instalado

2. Figuras ligadas a resistência em Moçambique

Sul: Ngungunhane, Nwamantibjane, Mabjaia, Maguiguane;

Centro: Hanga, Mafunda, Cambuemba, Cabendere;

Norte: Mucutu-munu, Komala, Kuphula, os xeiques Molid-


Volay, Faralay e Suali Bin Ibrahimo,

10
0
MÓDULO 2

Teste Preparação de Final de Módulo 2


Este teste, querido estudante, seve para você se preparar para realizar o
Teste de Final de Módulo no CAA. Bom trabalho!

1. Assinale com um os os estados africanos que já existiam no século XV.


a) Mali, Songhai, Ghana, Mwenemutapa
b) Ghana, Mwenemutapa, Zimbabwe, Moçambique
c) Moçambique, Angola, Congo
d) Zimbawe, Moçambique, Angola, Congo

2. Entre os séculos XV e XIX as relações entre África e a Europa estavam


assentes:
a) Numa base de respeito pela soberania de cada estado
b) Dependência militar dos estados africanos em relação aos europeus.
c) No intercâmbio comercial (comércio desigual)
d) Dominação da África pelos europeus

3. No âmbito do comércio triangular o papel de África era de


a) Fornecer matéria-prima à Europa
b) Mercado da produção manufactureira europeia
c) Local de trânsito dos europeus rumo a Índia
d) Fornecer matéria-prima à Europa e Mercado da produção
manufactureira europeia
4. Faça corresponder as letras aos números de modo a ligar os exploradores
da coluna A às descobertas da coluna B

( O quadro dos números para as respostas esta deslocado, em baixo da


pergunta cinco (5)).
5. Assinale com um os aspectos característicos do mapa político da África
no início do século XIX
a) Existência de reinos, estados e impérios autóctones, encabeçados por
chefes africanos que controlavam a vida política, económica e
ideológica dos africanos.
b) Forte presença europeia em África, controlando a vida política,
económica e ideológica dos africanos
c) Forte presença de mercadores árabes e europeus em África
controlando a vida política, económica e ideológica dos africanos
d) Forte presença de mercadores árabes em África controlando a vida
política, económica e ideológica dos africanos

101
MÓDULO 2

6. Assinale os factores do interesse dos europeus pelo interior da África


a) Curiosidade Científica e o Espírito de aventura e Impacto da
Revolução Industrial
b) As viagens exploratórias e revolução industrial
c) Impulso missionário e viagens exploratórias
d) A dominação colonial e a corrida imperialista

7. Faça corresponder, através de setas, as colunas A e B de modo a obter a


indicação correcta das áreas por onde cada explorador passou.

A B
H.M. Stanley
Samuel Baker África ocidental
Gordon Laing
Burton África Oriental e
Central
Livingstone África Central e
Henri Barth Austral

8. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas a cerca da


invasão do continente africano
a) Depois de cerca de três séculos em África, em 1880 os europeus
ocupavam quase toda a África, exceptuando cerca de 20% do
continente.
b) Em 1914 toda a África, exceptuando a Etiópia e a Libéria, encontrava-
se sob domínio dos europeus ou em vias disso.
c) Corrida imperialista é como se chamou o ambiente de disputa entre os
estados europeus pela África, nas décadas de 1870/80.
d) Um dos factores da corrida imperialista em África foi a vinda de
Stanley a mando do Jornal New York Herold.
e) Na região do Congo os interesses franceses eram representados por
Brazza e os da Bélgica por Stanley.
f) No âmbito da corrida imperialista a Alemanha, partiu de WalvisBay,
em direcção ao interior.
g) A conferência de Berlim para pôr cobro à corrida imperialista foi
convocada por Portugal.
h) A Conferência de Berlim realizou na Alemanha entre Novembro de
1884 e Fevereiro de 1885, organizaram.
9. Assinale com a definição corrida de corrida imperialista
a) Convocação da Conferência Geográfica de Bruxelas na qual fundou a
Associação Internacional Africana
b) Ambiente de disputa entre as potências europeias pela África, entre
finais da década de 1870 e princípios de 80.
c) Viagens realizadas pelos mercadores, missionários e militares, para o
estudo da África.
d) Acções diplomáticas e militares visando a partilha e ocupação do
continente.

10
2
MÓDULO 2

10. Assinale com um V as afirmações verdadeiras e F as falsas em relação ao


arranque da corrida imperialista

a) Um dos primeiros momentos da corrida imperialista foi em 1876,


quando Leopoldo II da Bélgica convocou a Conferência de Bruxelas
na qual fundou a Associação Internacional Africana tendo como
objectivos a exploração do continente, o combate ao tráfico
esclavagista e a introdução da civilização (europeia).

b) Para perseguir estes objectivos, em 1879, Leopoldo II expulsou


Stanley da Associação na qual tinha a tarefa de criar postos e assinar
tratados com os chefes africanos.

c) As actividades de Stanley, em representação da Bélgica, no Congo


não originaram quaisquer reacções de outros países europeus.

d) À chegada de Stanley ao Congo, já Brazza se encontrava em missão


exploratória na região, pelo que instalou-se a disputa da região entre
franceses e belgas.

11. Assinale com um os aspectos contidos na Acta da Conferência de


Berlim que reflectiam o objectivo daquela conferência de acabar com os
conflitos inter imperialistas.
a) Regular a navegação e o comércio no Zaire, e demarcar os limites
ocupados por Portugal, e de outras nações que ali ocupam pequenas
extensões.
b) Formar um exército conjunto para impor a ordem entre os estados em
disputa em África
c) Delimitar todos os domínios territoriais de todas as nações europeias
em África
d) Impor a decisão do respeito pelos direitos históricos de cada estado
europeu em África

12. Assinale com um o ano e os subescritores do Tratado de Zaire.


a) 1884 entre Portugal e Inglaterra, em Londres,
b) 1885entre Portugal e França, em Londres,
c) 1884 entre Portugal e Inglaterra, noZaire,
d) 1884 entre França e Inglaterra, em Londres,

13. Assinale com um os países participantes da conferência de Berlim


a) Grécia, Inglaterra, Alemanha, Portugal, França
b) China,Inglaterra, Alemanha, Portugal, França
c) Japão,Inglaterra, Alemanha, Portugal, França
d) EUA, Inglaterra, Alemanha, Portugal, França
14. Assinale com um V as afirmações verdadeiras e F as falsas sobre a
ocupação efectiva da África.
a) A seguir à conferência de Berlim, iniciou a ocupação de África, tendo
como vias os tratados e as acções militares.
b) Ao assinar tratados políticos com os europeus, os chefes africanos
renunciaram conscientemente à sua soberania.
c) Os tratados bilaterais eram assinados entre as potências europeias e os
chefes africanos.
d) Graças aos tratados bilaterais foi possível evitar muitos dos conflitos
inter imperialistas.

103
MÓDULO 2

e) No âmbito da ocupação da África, a França e a Inglaterra disputavam,


entre outros territórios, a África Ocidental.

15. Faça corresponder através de setas as colunas A e B sobre os tratados


bilaterais europeus.

Tratado anglo-alemão E. Pôs fim as disputas entre França e Inglaterra


(29/4 e 7/5/1885) na África Ocidental;
Tratado anglo- Pôs fim à guerra anglo-boer
alemão(1/11/1886)
Tratado C. Deu à Inglaterra, direitos sobre o Alto Nilo;
anglo/italiano (1891)
Tratado entre a D. Definiu as zonas de influência da Inglaterra
Inglaterra e o Estado e da Alemanha no Sudoeste Africano;
Livre do Congo
Convenção do Níger Fixou os limites do Estado Livre do Congo;
(1898)
Convenção Anglo- F. Coloca Zanzibar sob influência britânica e a
francesa (1899) África Oriental fica com a Alemanha
Tratado de Regulamentou a questão egípcia;
Vereeniging (1902)

16. Faça corresponder as colunas A e B de modo a obter as ideias correctas


de cada uma das teorias sobre a partilha

10
4
MÓDULO 2

17. Assinale como teor da teoria económica sobre a partilha de África


A. Explica a partilha como resultado da super-produção, do excedente de
capital e do sub consumo dos países industrializados da Europa.
B. Segundo esta teoria o desejo de paz e de estabilidade dos Estados
europeus foi a causa principal da partilha da África.
C. Baseia-se na teoria de selecção natural de Charles Darwin segundo a
qual “na luta pela vida, as espécies mais fortes dominam as mais
fracas.
D. Segundo esta teoria a influência dos movimentos proto nacionalistas
na África que ameaçavam os interesses estratégicos globais das nações
europeias é que esteve na origem da partilha.

18. Qual é a diferença entre a teoria da Dimensão Africana e as demais


teorias.
19. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas sobre a
resistência africana.
a) A literatura colonial procurou sempre minimizar a Resistência
africana ao tentar dar a entender que os africanos nunca tiveram um
sentimento nacional e, salvo algumas excepções aceitaram
passivamente a ocupação.
b) A resistência africana começou a manifestar-se logo no início do
Século XIX quando os europeus iniciaram as viagens exploratórias.
c) Os primeiros viajantes europeus como Livingstone, Caillé, Binger,
MungoPark, etc., testemunharam a hospitalidade dos africanos.
d) A resistência africana começou a tornar-se fenómeno generalizado no
fim do século XIX, quando os africanos se aperceberam das
pretensões conquistadoras dos europeus.
e) A resistência africana foi assunto dos chefes, os únicos que se batiam
com os europeus em defesa do seu povo.
f) A resistência africana desenrolou-se sob diferentes formas, que
incluiam a fuga, as greves, manifestações, a sublevação armada, etc.

20. Caracterize a atitude inicial dos africanos diante da presença dos


europeus
21. Aponte as razões que levaram ao início das acções de resistência em
África
22. Explique em que medida a religião confere à resistência os pressupostos
de soberania e legitimidade.
23. Refira-se em traços gerais a Ideologia profana.

24. Assinale com V as afirmações verdadeiras e F as falsas sobre a


resistência na Tunísia.
a) Na Tunísia a resistência foi dirigida contra a Turquia, Itália e França.
b) A tentativa do bei de buscar alternadamente a aliança dos diferentes
grupos europeus para preservar o seu poder permitiu manter o poder
por longo tempo.
c) A tentativa do bei de buscar alternadamente a aliança dos diferentes
grupos europeus para preservar o seu poder revelou-se fatal, pois
levou o bei a ficar isolado.
d) A soberania tunisina chegou praticamente ao fim com a declaração
protectorado francês sobre o território, a 12 de Maio de 1881.
e) A soberania turca chegou praticamente ao fim com a declaração
protectorado francês sobre o território, a 12 de Maio de 1881.
25. No período da conquista europeia, Marrocos enfrentou em simultâneo
duas outras potências. Identifique-as

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