O documento descreve o período turbulento em Portugal após a Revolução dos Cravos de 1974, marcado por grandes tensões políticas. O presidente Spínola defende uma abordagem mais conservadora e federalista para as colônias, enquanto o MFA se radicaliza à esquerda. O governo de Gonçalves aproxima-se do modelo soviético, promovendo reformas radicais, no entanto cresce a instabilidade política com a ameaça de guerra civil. O Documento dos Nove critica as posições mais extremas e defende
O documento descreve o período turbulento em Portugal após a Revolução dos Cravos de 1974, marcado por grandes tensões políticas. O presidente Spínola defende uma abordagem mais conservadora e federalista para as colônias, enquanto o MFA se radicaliza à esquerda. O governo de Gonçalves aproxima-se do modelo soviético, promovendo reformas radicais, no entanto cresce a instabilidade política com a ameaça de guerra civil. O Documento dos Nove critica as posições mais extremas e defende
O documento descreve o período turbulento em Portugal após a Revolução dos Cravos de 1974, marcado por grandes tensões políticas. O presidente Spínola defende uma abordagem mais conservadora e federalista para as colônias, enquanto o MFA se radicaliza à esquerda. O governo de Gonçalves aproxima-se do modelo soviético, promovendo reformas radicais, no entanto cresce a instabilidade política com a ameaça de guerra civil. O Documento dos Nove critica as posições mais extremas e defende
O documento descreve o período turbulento em Portugal após a Revolução dos Cravos de 1974, marcado por grandes tensões políticas. O presidente Spínola defende uma abordagem mais conservadora e federalista para as colônias, enquanto o MFA se radicaliza à esquerda. O governo de Gonçalves aproxima-se do modelo soviético, promovendo reformas radicais, no entanto cresce a instabilidade política com a ameaça de guerra civil. O Documento dos Nove critica as posições mais extremas e defende
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 2
Após a descompressão da população devido à liberdade conquistada e bem sustentada nas
manifestações do 1º de maio de 1974, os anos que se seguiram foram conturbados, resultado
das grandes tensões político-ideológicas que dividiam o país e das diferentes perspetivas de democracia que se apresentavam.
O período Spínola ou spinolismo
- Portugal fervilhava em manifestações populares em torno de reivindicações salariais, sociais
(habitação, saúde e educação), políticas e culturais. Esta situação leva á demissão de Palma Carlos e assim, ao fim do I Governo provisório. É a primeira derrota de Spínola que ficava mais isolado em relação ao crescimento da esquerda em Portugal. Spínola defendia a adoção de uma política federalista para a resolução da questão colonial e atrasar ao máximo o processo de independência imediata preconizada pelo MFA que se radicalizava à esquerda.
Gonçalvismo – período compreendido entre julho de 1974 e setembro de 1975 e que se
caracteriza por uma aproximação do modelo soviético sob o ponto de vista político e económico. Desenvolveu-se em quatro governos provisórios.
II Governo Provisório (18/07 a 30/09/1974) – foi promovida a independência imediata das
colónias após a assinatura da Lei 7/74 por parte do Presidente da República. Este tenta reforçar o seu poder através de uma manifestação de apoio da “maioria silenciosa” (setores da sociedade mais conservadores e defensores da democracia), todavia sem êxito o que obriga António de Spínola a demitir-se a 30 de setembro. Este foi substituído por Costa Gomes que se identificava mais com a fórmula política defendida pelo MFA.
Golpe de 11 de março de 1975 – as forças apoiantes de Spínola, com o apoio da direita
conservadora tentam um golpe de Estado de modo a travar a onda reivindicativa e o rumo que a Revolução estava a levar. Acusavam o governo provisório de estar a ser controlado pelo PC, pela extrema-esquerda e pelos setores mais radicais do MFA O golpe falhou, tendo Spínola procurado exílio em Espanha. Dissolução da Junta de Salvação Nacional e do Conselho de Estado que é substituído pelo Conselho da Revolução. Este conselho vai ter amplos poderes institucionais 25/04/1975 – Eleições livres para a Assembleia Constituinte, com uma afluência às urnas que se situou no 91,7%. Resultado destas eleições dando a vitória ao PS (37,9%) seguindo PPD (26,4%), tendo o PC, apenas 12,5% dos votos. A esquerda continuava a impor-se na sociedade portuguesa que, com a ajuda do COPCON chefiado por Otelo levava a cabo uma série de ocupações de terras, fábricas, casas devolutas e saneando pessoas ligadas ao regime deposto. Fazia eleger comissões de trabalhadores e de moradores – PODER POPULAR, o poder do povo que resolvesse os seus problemas imediatos e que promovesse uma verdadeira revolução social. Tudo parecia encaminhar Portugal para a adoção de um modelo coletivista sob a égide do MFA. PREC (Processo revolucionário em Curso) – radicalização das posições políticas quer à esquerda, quer à direita - possibilidade de uma guerra civil. Verão Quente de 75 – a oposição entre as forças políticas atinge o rubro, expressando- se em gigantescas manifestações de rua, assaltos a sedes partidárias e a proliferação de organizações armadas quer à direita, quer à esquerda. É neste clima de verdadeira tensão que um grupo de oficiais do Conselho da Revolução, encabeçados pelo Major Melo Antunes produz o Documento dos Nove. Documento dos Nove - este documento critica abertamente os setores mais radicais do MFA promovendo uma prática política isenta da influência dos partidos políticos. Este documento declina a adoção do modelo soviético (democracia popular) e da social democracia, propondo a organização de uma democracia política baseada no modelo socialista. Neste contexto, verifica-se a destituição de Vasco Gonçalves pondo fim ao V Governo Provisório, iniciando-se o VI Governo Provisório, chefiado por Pinheiro de Azevedo até julho de 1976. Otelo saraiva de Carvalho é substituído no comando da região militar de Lisboa, por Vasco Lourenço. Golpe Militar de 25 de novembro – golpe encabeçado pelos paraquedistas de Tancos em defesa de Otelo e do processo revolucionário. Como o golpe falhou, falham igualmente as tentativas da esquerda revolucionária tomar o poder e fica aberto o caminho para a implantação da democracia liberal.