Tipos de Aconselhamento
Tipos de Aconselhamento
Tipos de Aconselhamento
TIPOS DE ACONSELHAMENTO
O aconselhamento pode ser dividido em dois tipos: o aconselhamento educativo-preventivo (impedindo que os
problemas ocorram) e o aconselhamento terapêutico (ajuda às pessoas com problemas).
O aconselhamento educacional e preventivo deve preceder o terapêutico e ser uma constante na igreja. Este tipo de
aconselhamento deve fazer parte de uma estratégia elaborada pela igreja objetivando um crescimento continuo tanto
em quantidade numérica quanto em qualidade de vida cristã.
1. Aconselhamento educativo-preventivo
a) Escolha da profissão
O aconselhamento tem por objetivo levar a pessoa a conhecer melhor suas aptidões, a oferta de ramos profissionais,
o mercado de trabalho e conciliar todos esses fatores com o direcionamento de Deus para sua vida pessoal (Ef 2.10).
Para realizar este trabalho o conselheiro pode se utilizar de palestras para informação profissional, trazendo
profissionais das diversas áreas para prestarem esclarecimentos sobre sua profissão.
b) Escolha do companheiro
O apóstolo Paulo mostra-nos uma única orientação bíblica a respeito da escolha do companheiro: “Não vos ponhais
em julgo desigual com os incrédulos...” (2 Co 6.14). Os cristãos só devem se casar com cristãos.
Convém que o conselheiro dê palestras de instrução aos jovens que não escolheram ainda o seu futuro cônjuge. Ele
deve ficar atento para a hora de orientar-lhe, antes que se apaixonem, pois, a partir dessa etapa os jovens não
estarão mais dispostos a receber conselhos.
Após o casamento, não há como escapar das consequências da decisão que foi tomada. Alguns dirão ao conselheiro:
“Porque você não nos aconselhou a tempo? Teríamos evitado um grave erro”.
c) Aconselhamento pré-nupcial
Gary Collins observa muito bem em seu livro "Aconselhamento Cristão", que as pessoas passam mais tempo se
preparando para a cerimônia e celebração do casamento do que para o matrimônio em si. Tais pessoas estão
“edificando a sua casa sobre a areia” (Mt 7.26).
O conselheiro, junto da igreja pode elaborar algumas palestras, encontros, onde os seguintes temas podem ser
abordados: ensino bíblico sobre o casamento (responsabilidades do homem e da mulher, relacionamento sexual,
criação de filhos, etc.), estabelecimento de uma comunicação eficiente, avaliação da personalidade e expectativas de
cada um quanto ao casamento, aprendendo a se relacionar em momentos de crises e, finalmente uma orientação
quanto aos preparos pré-nupciais (exames médicos necessários, uso de métodos de anticoncepção, cuidados com
orçamento na celebração do matrimônio, etc.).
d) Solteiro
Existe um grande número de pessoas nessa condição em nossas igrejas. Pessoas divorciadas, viúvas ou que ainda
não se casaram e que precisam muitas vezes de orientação para melhor conviver com o estado de solteiro. Algumas
dessas pessoas tem problemas com relacionamentos, com bloqueios que as impedem de avançar e precisam de
ajuda. Por outro lado é preciso reconhecer e tratar o estado de solteiro como “um dom e um estado melhor que o
casado” (1Co 7.32-35).
Principais problemas do solteiro: solidão, auto-aceitação, estabelecimento de metas futuras e problemas com o sexo.
Essas áreas devem ser trabalhadas pelo aconselhamento enfatizando uma espiritualidade sadia com emoções
equilibradas, relações interpessoais (amizades diversificadas com grupos diferentes. Ex.: casais, idosos, jovens),
planejamento do futuro a longo, médio e curto prazo, envolvimento em atividades sociais e espirituais na igreja ou
instituições de apoio a pessoas.
Com certeza, quando as pessoas solteiras tiverem um espaço de plena aceitação e de prazer na igreja enquanto
solteiro, se sentirão mais livres para contraírem um matrimônio pelas motivações adequadas e não para apenas fugir
da solidão, da pressão familiar e da sociedade incluindo igreja.
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e) Aconselhamento familiar
A família tem sido abalada pelas mais diversas situações de conflitos. É preciso que a igreja desenvolva programas de
fortalecimento para os matrimônios estáveis e programas de ajuda para aqueles que podem aproveitar os tempos de
crises para o crescimento.
Mudanças nos relacionamentos e nos papéis desempenhados por cada um dos cônjuges tem provocado
questionamento de ambas as partes. O abandono da família, espancamento da esposa, abuso de crianças, tédio,
sofrimento e infelicidades conjugais tem gerado crises e divórcios.
Através do aconselhamento, o ambiente familiar pode se tornar um espaço de crescimento e realização das
potencialidades inerentes a cada pessoa e membro da família, se conformando ao plano estabelecido por Deus (Gn
2.24,25; Sl 128.2,3).
Casais que se casam com a expectativa de um relacionamento de satisfação, comunicação eficiente e crescimento
mútuo precisam aprender a desenvolver habilidades que permitam que essas expectativas se concretizem (Pv 5.18).
O conselheiro deve estimular os casais a fortalecerem o matrimonio através de atitudes e pequenos gestos diários.
Reservar tempo para estarem juntos relembrando bons momentos, declarando um ao outro suas qualidades, pontos
fortes. Compartilhando seus projetos, estabelecendo metas (pequenos alvos), juntos e observando de que forma
estão se encaminhando para o alcance dessas metas.
Mais do que estar casado é preciso ser “casado” com o outro, com suas necessidades e com os compromissos do
matrimônio (1Co 33,34).
Uma importante área da vida de um casal é área da sexualidade. A intimidade no matrimônio é o resultado da
qualidade de relacionamento que possuem em outras áreas da vida. Quando há afetividade, consideração e
demonstração de carinho, a vida sexual do casal tende a melhorar (1Co 7.3-5).
Os sentimentos de uma pessoa nesse período da vida estão bastante relacionados ao grau de satisfação que tem em
relação às suas escolhas e realizações.
Em torno dos 40 aos 45 anos iniciamos uma fase distinta das nossas vidas. Passamos a refletir sobre as escolhas que
fizemos, sobre as mudanças físicas dessa fase, sobre os relacionamentos que temos.
Apesar dos êxitos obtidos a tendência natural é nos concentrarmos no que não conseguimos, ou nas decepções que
tivemos com sonhos ainda não alcançados (Hb 12.15; Cl 3.15).
O conselheiro tem a missão de levá-las a uma atenção maior com a saúde, consciente de que o organismo inicia um
processo de envelhecimento natural. As mudanças físicas, intelectuais são agora mais acentuadas e é preciso atenção
e cuidados especiais. E principalmente, conscientizá-las das oportunidades de grandes realizações, de promessas de
momentos alegres que a vida naturalmente lhes reserva e do quanto podem servir melhor a Deus e a sociedade,
agora que são pessoas mais experientes.
Geralmente, as pessoas que atravessam bem com maturidade e serenidade a meia idade, são pessoas que estarão
mais preparadas para envelhecer com alegria.
Infelizmente, a sociedade não nos prepara para a velhice e nem prepara os mais jovens para honrar e amparar os
mais idosos (2 Pe 5.5).
O trabalho de aconselhamento se caracteriza por um acompanhamento contínuo das pessoas que estão vivendo este
período.
Dificuldades com aposentadoria, enfermidades e problemas de solidão devem ser trabalhos realizados individualmente
com o conselheiro e com grupos de apoio da igreja.
2. Aconselhamento terapêutico
a) Aconselhamento na crise
A crise pode se apresentar de diversas formas e pelos mais diferentes motivos. Pode ser desencadeada por situações
inesperadas que alteram, desestabilizam tudo que levamos tempo para construir (morte de alguém querido, perda de
emprego, gravidez não planejada, etc.). Pode ser passageira ou persistir durante várias semanas, meses e até anos.
Pode ter se desenvolvido aos poucos, decorrente de problemas mal solucionados. Pode também ser gerado por crises
existenciais quando nos depararmos com realidades que não podem ser mudadas, mas, que precisam ser
redimensionadas com a velhice. Projetos que não poderão ser concluídos, distanciamento natural dos filhos, etc.
O importante é estar atento a oportunidade de crescimento, de mudança, de reavaliação do que somos e do que
queremos para as nossas vidas (1 Pe 1.6-9).
b) Conflitos no casamento
É típico do casamento onde as necessidades não estão sendo satisfeitas, em pelo menos grande parte delas.
Gary Collins entende que a razão de muitos conflitos na família é que antes do casamento as pessoas tendem a
enfatizar suas semelhanças e negligenciar suas diferenças.
Quase sempre o conflito conjugal é resultado de problemas pessoais não resolvidos de um ou de ambos os cônjuges.
Podem ter sido gerados a partir de sentimentos desenvolvidos na infância, adolescência, e até mesmo no início do
casamento que é um período bastante tenso e delicado.
As áreas de maior conflito são geralmente as relacionadas ao sexo, vida financeira, criação de filhos e relacionamento
com a família dos cônjuges.
Infelizmente há um número imenso de pessoas vivendo legalmente casadas, mas, emocionalmente separadas.
Geralmente os conflitos se evoluem de discussões que se tornam cada vez mais freqüentes e violentas, culminando
no abandono ou divórcio.
O conselheiro cristão deve junto ao casal fazer um reconhecimento do problema, causas e efeitos. Em seguida
ensiná-los a desenvolver uma comunicação eficiente. Reavaliar junto deles seus posicionamentos em relação a
princípios bíblicos de vida cristã e familiar. Em seguida junto deles, ajudarem a descobrir os pontos fortes do
matrimônio, estimular a cada um a assumir a sua parte no problema, nas mudanças necessárias e elaborar novas
metas e meios para alcançar um relacionamento harmonioso, onde haja respeito, consideração e amor (Pv 14.30;
15.1; 16.18; 1Pe 3.1-7).
Às vezes torna-se necessário um tempo maior para se trabalhar com um dos cônjuges que apresenta problemas
emocionais mais profundos.
As entrevistas devem iniciar com os dois e depois se necessário sessões individuais. Os filhos se tiverem numa idade
apropriada, podem participar das últimas reuniões. Muitos problemas estão relacionados aos filhos.
Sempre que possível o aconselhamento com casais deve ser feito ou pelo menos quando houver necessidade de uma
entrevista a sós com um dos cônjuges, a esposa do conselheiro ou uma conselheira.
A Bíblia trata com especial carinho o compromisso dos pais e dos filhos. Os pais têm o compromisso de amar,
orientar, prover, e acima de tudo ser um exemplo no dia-a-dia para seus filhos (Ef 6.4; Cl 3.21).
Os filhos devem honrar e obedecer a seus pais considerando-os como os principais responsáveis diante de Deus por
sua educação, formação emocional e espiritual.
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Os problemas na educação dos filhos são decorrentes às vezes, de dificuldades financeiras que não permitem que
necessidades básicas das crianças sejam satisfeitas e, principalmente são resultados de um lar em permanente
conflito, pais com problemas emocionais ou espirituais.
O aconselhamento de filhos deve ser feito junto de um acompanhamento dos pais. O objetivo é promover um
relacionamento de amor, compreensão e respeito. Ajudar os filhos a expressar com mais facilidade suas dificuldades e
necessidades, e aos pais a terem sensibilidade e discernimento para conduzirem o processo de educar dentro dos
princípios bíblicos, adequando-os ao contexto da família.
A função do conselheiro jamais deverá ser de substituir os pais, pelo contrário, seu esforço deve ser no sentido de
solidificar, reforçar os laços familiares, ajudando-os a cumprir com os propósitos de Deus estabelecidos para a família.
Lembrando sempre que o ideal é o aconselhamento educativo-preventivo que pode ser feito periodicamente com os
pais.
d) Divórcio
O ideal é que o divórcio possa ser sempre evitado através do perdão e da reconciliação, no entanto esta é uma
realidade para a qual a igreja precisa ser preparada. É cada vez maior o número de casais que se divorciam. Como
cristãos temos o compromisso de agir com amor, misericórdia e sabedoria (1Jo 3.16-18).
Um estudo sobre as semelhanças e diferenças entre as experiências passados por divorciados e viúvos, mostrou que
os divorciados receberam muito menos apoio social e tiveram uma sensação de abandono e isolamento bem mais
acentuado que viúvos.
Divórcio é uma experiência que diminui a auto-estima e uma das maiores causas da depressão profunda. As
sensações de fracasso e de culpa são intensos, principalmente nas mulheres criadas para serem bem sucedidas no
matrimônio. Amargura, ressentimento, solidão, depressão tomam conta do coração e mente do divorciado mesmo se
a relação era de maus tratos e desrespeito.
O conselheiro deve estar apto a ajudar os envolvidos a conviver com a dor da separação a aprender a crescer a partir
da experiência e reduzir o prejuízo emocional para as crianças. Isto pode ser feito em grupos de apoio e debates em
temas como educação dos filhos, emprego, finanças e problemas legais.
É preciso estar atento às dificuldades dos filhos que tem de conviver com o divórcio dos pais. Devem ser estimulados
a manterem o mesmo sentimento de amor e respeito pelos pais, a não se sentirem culpados pelo que aconteceu. Os
pais devem ser orientados a nunca, em nenhuma hipótese, utilizar os filhos como meio de atingir o outro cônjuge.
Problema de adulto deve ser resolvido por adultos.
e) Dependência de drogas
Uma pessoa viciada é alguém que está dependente física e psicologicamente de uma determinada substância ou
situação. Todo o tipo de vício é contrário à vontade de Deus. É responsabilidade do homem ter domínio sobre a
criação e sobre si mesmo.
A pessoa viciada está debaixo do domínio de uma substância, ou de uma situação. A Bíblia nos diz que o Senhor nos
criou para Si mesmo e a Ele devemos primeiramente recorrer em momentos difíceis (1Pe 5.7; Sl 55.22). O nosso
corpo é templo do Espírito Santo e a embriagues é claramente condenada nas Escrituras (Pv 23.29-31; Is 5.11; 1Co
6.10; Ef 5.18).
O vício como afirma Gary Collins é tanto um pecado como uma doença. Pecado porque houve uma decisão voluntária
da pessoa em procurar a droga, doença porque o vicio passa a ter domínio sobre o corpo e a mente da pessoa. Os
vícios mais freqüentes são: alcoolismo, dependência de tranqüilizante, cigarro (nicotina) ou alucinógenos.
Causas da dependência: Embora o fator hereditário venha sendo discutido por especialistas, não há um acordo
sobre essa relação entre o vício e a disposição genética. No entanto outros fatores são relacionados pela maioria do s
psicólogos e médicos que tratam com esse tipo de situação: o ambiente familiar (lar desajustados e pais com
problemas de vícios), influência de amigos na adolescência, incapacidade emocional e espiritual de lidar com
problemas, busca de significado para a vida, etc.
Antes de tentar o suicídio, a maioria das pessoas emite gritos (sinais) de socorro, é preciso estar atento. Todas as
ameaças de suicídio devem ser levadas a sério.
Pessoas que constantemente reclamam de significado, que se sentem acuadas, pressionadas por algum motivo e
muitas vezes expressam desejo de sumir e não acordar mais estão transmitindo sinais pré-suicidas.
Todas as pessoas deprimidas, segundo a maioria dos psiquiatras, são suicidas em potencial. Pessoas que estejam
passando por perdas e que demonstrem dificuldades profundas de se recompor apresentando insônia, apatia,
isolamento ou pessoas que tenham uma enfermidade ou dor crônica e incurável são promessas ou suicídio.
Fatores que aumentam a possibilidade do suicídio: comportamento suicida anterior, ser idoso, é bom lembrar, porém
que o suicídio é a segunda causa mais freqüente de morte entre jovens de 10 a 20 anos, acesso fácil a armas de fogo
ou pílulas de dormir, alcoolismo, dificuldade de comunicação com pessoas mais próximas, etc.
A melhor forma de abordar uma pessoa propensa ao suicídio é conversar francamente com ela sobre o assunto,
colher o máximo de informações e oferecer outras alternativas para aquele problema. Após esta primeira conversa,
mesmo tendo passado a crise maior, é preciso fazer um trabalho de acompanhamento visando descobrir e tratar as
causas daquela situação. Geralmente as questões estão relacionadas a problemas familiares e exige um trabalho com
toda a família.
Infelizmente há casos que mesmo tendo sido feito um trabalho de aconselhamento, a pessoa consegue por fim a vida
(o que ocorre em 5% dos casos). A família que ficou vai precisar de consolo e de orientação para aprender a lutar
com a dor e com sentimentos de culpas.
A doença seja ela temporária, crônica ou terminal mostra o quanto somos frágeis e limitados. Ela tumultua o nosso
cotidiano, interfere nas nossas atividades, nos nossos relacionamentos e altera nossas emoções. Para alguns médicos
e psicólogos ao falar do homem como um ser total, há uma evidente demonstração de que, quando um indivíduo fica
doente, todo o seu ser é afetado, a parte física, emocional e espiritual.
A Bíblia relata diversos casos de enfermidades e a cura de doentes foi um dos pontos mais marcantes no ministério
de Jesus. O interessante, no entanto é observar como os evangelhos constantemente enfatizam antes da cura ou
milagre a compaixão de Cristo (Mt 20.34; Lc 7.13). O conselheiro ao atuar nessa área deverá saber transmitir pela
sua presença, palavras e atitudes o amor e compaixão.
A doença é conseqüência da queda do homem, mas não necessariamente do pecado individual da pessoa ou da
família. É decorrente de um modo que foi contaminado pela imperfeição resultante do pecado.
Os doentes temporários precisam ser estimulados pelo conselheiro a serem fiéis ao tratamento, pacientes na
recuperação e a aproveitarem esses momentos para uma maior proximidade com a família e com Deus.
Os que possuem doenças crônicas, que exigem um tratamento permanente, precisam além do que já foi mencionado,
adotar um estilo de vida e algumas metas que tornem suas vidas produtivas e significativas dentro do contexto que
possuem.
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Quanto às pessoas em estado terminal, estas exigem um tempo maior de atenção. Sentimentos de amargura, solidão,
revolta acompanham o processo que vai desde o conhecimento até a aceitação da doença. Além dos doentes, há
também os familiares que precisam saber como se conduzir e como vivenciar a dor da separação. Essas pessoas,
tanto o enfermo quanto a família têm necessidade de terem conselheiros que as ouçam, que as deixem compartilhar
seus sentimentos de dor e muitas vezes de perplexidade (Rm 15.5-7).
h) Aceitando as perdas
A vida é uma série de contínuas perdas humanas, umas maiores, outras menores. Enfrentar a perda pessoal é parte
indispensável do crescimento humano, tem início no nascimento e nos acompanha até a morte.
Porém, nada é mais difícil que aceitar a perda de alguém que amamos. Geralmente a reação inicial é de choque e
entorpecimento, uma sensação de irrealidade, de se estar em um pesadelo.
Entretanto, a aceitação da realidade plena da perda precisa existir, caso contrário a cura ficará incompleta (2Ts
2.16,17). Pode levar meses e ocorrer gradativamente.
O modo como as pessoas reagem a perdas varia enormemente, dependendo da quantidade e duração da relação, do
momento em que ocorreu a perda, se a morte era esperada ou se foi uma morte repentina. Geralmente, mortes de
crianças, jovens e mortes violentas são as que mais abalam e as que levam mais tempo para serem superadas.
O conselheiro ao acompanhar a família ou pessoa mais próxima da situação de luto, deve observar se as reações não
estão demonstrando uma resistência doentia em enfrentar a realidade da separação como: distanciamento
prolongado das pessoas, profunda depressão, perda de interesse na vida, fuga através do álcool ou drogas. Nesses
casos, além de um trabalho de conforto, deve ser feito um acompanhamento a longo prazo, orientando e buscando
integrar novamente a pessoa ao convívio familiar, da igreja e da sociedade.