Comportamento Organizacional (Apostila)
Comportamento Organizacional (Apostila)
Comportamento Organizacional (Apostila)
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MARCAS REGISTRADAS.
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.:: Sumário ::.
1- Introdução 3
2- Programa do Curso 4
3- Unidade I – Comportamento Organizacional 5
Fundamentos e Conceitos 5
O que é comportamento organizacional 6
Importância do estudo do comportamento organizacional 8
Compreendendo a dinâmica organizacional 9
4 – Unidade II – Comportamento Micro-Organizacional 12
O indivíduo 12
Concepção do Ser 13
Percepção 24
Tomada de decisão 27
Motivação 32
5 – Unidade III – Comportamento Meso-Organizacional 41
Os grupos 42
Formação e dinâmica dos grupos 42
Relações Interpessoais 51
Comunicação 55
Conflito 60
Liderança 64
Poder 71
6 – Unidade IV – Comportamento Macro-Organizacional 74
A organização 75
Arquitetura organizacional 75
Cultura organizacional 88
Qualidade de vida no trabalho 96
Clima organizacional 101
2
Introdução
3
Programa do Curso
Unidade 1
Unidade 2
Unidade 3
Unidade 4
4
Unidade 1
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
- fundamentos e conceitos –
5
Desde a revolução industrial, as sociedades reorganizaram seu modelo
produtivo, abandonando gradualmente os princípios artesanais para os
industriais. As empresas foram constituídas para a produção de bens ou
serviços, e estas apresentavam os mais diversos tamanhos e
arquitetura organizacionais. Contudo, a diversidade empresarial não é
uma simples decorrência da estrutura ou dimensão organizacional,
sendo muitos os fatores que influenciam seu desempenho e
produtividade.
As organizações são formadas por pessoas, que por sua vez formam os
grupos que compõem a empresa, através desta leitura é possível traçar
uma analogia entre o comportamento dos indivíduos e da organização,
pois tal qual o Ser Humano, as organizações apresentam um
comportamento que lhe é peculiar, não existindo duas que apresentem
as mesmas ações e reações, posto que o comportamento organizacional
representa a expressão do homem dentro das fronteiras institucionais.
6
indivíduos dentro delas. Posteriormente se percebeu ser esta uma
ciência emergente e quase independente, apoiada em outras disciplinas.
7
favorecer o desenvolvimento da empresa e o aumento do desempenho
dos colaboradores.
8
O comportamento organizacional é o estudo de indivíduos e grupos nas
organizações, por isso, compreender os seus fundamentos possibilita
intervir na produtividade da empresa, através da extração do potencial
máximo das competências de cada trabalhador, considerando sua
personalidade, emoções e motivações, o significativo papel dos líderes,
cultura organizacional, entre outros fatores.
9
A área de investigação se inicia no estudo da concepção do Ser desde a
formação da personalidade até a consolidação nas diferenças
individuais; a percepção de si e do mundo que configuram a construção
da realidade e determinam as tomadas de decisão; os aspectos
motivacionais, que direcionam e impulsionam o indivíduo rumo a
determinada direção; e, as atitudes e os valores que norteiam o
comportamento como expressão do indivíduo.
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A interação dos indivíduos em grupos, e os grupos formais e informais
constituem o todo organizacional e tem resultantes comportamentais
expressas na cultura e clima da empresa.
11
Unidade 2
COMPORTAMENTO
MICRO-ORGANIZACIONAL
- o indivíduo –
12
As organizações são compostas por pessoas que através do
desempenho de seus papéis permitem que esta cresça e se desenvolva,
ou entre em estado de estagnação, deterioração e morte
organizacional.
. Concepção do Ser
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qual ele está inserido. Destes dois fatores se constitui a personalidade.
Contudo, a personalidade é uma abstração que pode ser visualizada
através da manifestação do comportamento que é a expressão do
indivíduo.
Cada indivíduo tem sua história pessoal que se baseia tanto nos dados
bio-psicológicos herdados; quanto no meio em que o indivíduo se
desenvolve, ou seja, as condições ambientais, sociais e culturais.
Por outro lado, tem o caráter social que representa a essência de uma
estrutura comum à maior parte das pessoas de uma dada cultura. O
SER adquire o caráter que o fará querer fazer aquilo que tem que fazer,
e cuja essência é por ele compartilhado com a maior parte dos
membros da mesma classe social ou da mesma cultura.
14
Sendo resultante de si mesmo, o Ser deve ter ciência de que apenas de
si depende sua trajetória. Sendo sua tarefa a de impedir que sua
“existência” seja um “acidente irrefletido”. Desta forma o Ser é uma
generalização de sua concepção de vida, de seu arbítrio, suas vontades
e desejos que o conduzem à ação e transformação de seu meio. As
características e condições de funcionamento do indivíduo nessa
interação possibilitam previsões a respeito do seu comportamento em
situações futuras, previsões posto que o homem é um Ser
probabilístico, jamais determinístico.
A história pessoal é uma conseqüência das opções que são feitas, que
tem origem na constituição biogenética e da interação com o ambiente,
formando a personalidade e suas manifestações através dos
comportamentos expressos, e criando a história pessoal.
15
intercâmbio de estímulos sociais, onde informações são coletadas,
processadas e transformadas em julgamentos.
16
influi de forma notável no bem estar espiritual, no próprio nível de
satisfação e, acima de tudo, na própria saúde e capacidade psíquica.
O ser humano busca sempre definir as origens dos eventos que lhes
ocorrem ou que observam, na medida em que o homem deseja
conhecer as fontes de suas experiências, saber de onde vem, saber
como surgem, não apenas por curiosidade intelectual, mas também
porque essa atribuição lhe permite compreender o seu mundo e
predizer e controlar acontecimentos referentes a ele e aos outros.
17
humano para que pudesse compreender e controlar o seu
comportamento, o comportamento de seu semelhante e o seu próprio
mundo.
18
No processo de atribuição de causalidade são observadas diferenças
significativas entre os sujeitos com locus de controle
predominantemente interno daqueles mais externos. Os internos são
menos predispostos que os externos a empregar comportamentos de
culpa para explicar o fracasso em uma condição comum, neutra.
19
Quanto mais grave a conseqüência de um evento imprevisível maior a
tendência manifestada pelas pessoas em atribuir responsabilidade à
pessoa potencialmente causadora desse evento.
20
O aumento da similaridade dos personagens com seus sujeitos, faz com
que se diminuam os níveis da responsabilidade atribuída aos atores das
ocorrências, sendo os julgamentos mais tolerantes e brandos com
sujeitos similares do que com sujeitos muito diferentes dos
observadores. As pessoas evitam que um evento venha a ocorrer
consigo algum dia, culpando um sujeito muito diferente de si próprio
pela ocorrência, e depois fazem valer a diferenciação com este culpado.
Este aumento da possibilidade de que o sujeito venha a estar nesta
situação de vítima ou de causador, enfim, de envolvido em um
acidente, determina a tendência de diminuição da responsabilidade
atribuída aos personagens, numa clara forma de se proteger da
ocorrência consigo de eventos negativos.
21
controle em um contínuo, que variaria desde a internalidade extrema
até a externalidade total.
22
buscam com menor intensidade porque acreditam não precisar delas
para agir, uma vez que a determinação dos eventos vem de for mesmo,
e nada adianta fazer para tanto.
23
As empresas devem aprender a utilizar a capacidade de discernimento e
potencial intelectual humano, extraindo o seu melhor, levando a
transcender o seu potencial produtivo com incentivos e estímulos.
. Percepção
24
dos órgãos dos sentidos, o que permite ao homem se relacionar com o
ambiente externo, assimilar a si mesmo e se posicionar em relação ao
meio.
25
que os vêem. O percebido pode ser substancialmente diferente da
realidade objetiva. Os fatos fazem referência às nossas necessidades,
que por sua vez, determinam a nossa concepção pessoal do mundo. As
coisas que parecem ajudar-nos a satisfazer nossas necessidades logo
são vistas, contudo, as que parecem obstáculos ou são negadas pelo
observador, por serem ameaçadoras, podem ser visualizadas de
imediato, como podem ser negadas em sua essência.
26
coisas próximas ou parecidas junto. O que vemos depende de como
separamos a figura de seu pano de fundo. A forma como o percebedor
julga um objeto ou fato, depende de como ele processa as informações
por ele recebidas. O alvo influencia o observador também através de
sua intensidade, tamanho, contrastes, movimento, proximidade, dentre
outros fatores.
. Tomada de decisão
27
A tomada de decisão nem sempre ocorre de uma forma exclusivamente
racional, permeando-se um misto de aspectos racionais e emocionais.
Contudo, há que se considerar que as normas sociais minimizam uma
série de decisões triviais, estabelecendo regras relativamente fixas, às
quais nos submetemos, e que de uma ou outra forma nos poupa um
grande número de decisões cotidianas.
28
dependerão dos princípios, valores e preferências daquele que decide.
De acordo com as referências mentais de cada sujeito decisor, e de
seus paradigmas. Os paradigmas são modelos mentais que fazem com
que os indivíduos mantenham modelos padronizados de
comportamentos, tentando repetir no presente, decisões tomadas no
passado, visto serem estas aparentemente mais seguras, com riscos
mais calculados, e resultados mais previsíveis, contudo, isso faz com
que a criatividade e a busca de novas alternativas seja relegada a um
segundo plano.
29
reduzido, e a lista de alternativas geradas se restrinja por normas
sociais, legais e/ou morais.
Analítico Conceitual
Alta
Tolerância a
ambigüidade Diretivo Comportamental
Baixa
Racional Intuitivo
30
O tomador de decisão com estilo diretivo têm baixa tolerância à
ambigüidade e busca a racionalidade. Normalmente são rápidos,
eficientes e lógicos, contudo, correm o risco de na busca da eficiência,
tomar decisões com um mínimo de informações, gerando poucas
alternativas. Tendem a ser pessoas com foco no curto prazo. Isto
acontece pelo seu modelo mental mais racional e baixa tolerância a
ambigüidade.
31
Quando a tomada de decisão se baseia no utilitarismo, a meta é
fornecer o maior bem ao maior número de pessoas, pensa-se no bem
coletivo. Este modelo é muito utilizado nos meios empresariais, na
tentativa de agradar ao maior público possível.
. Motivação
32
conjunto de estímulos. No intuito de estudar o desempenho do ser
humano e poder inclusive buscar meios de aumentar a sua
produtividade, a motivação foi e ainda é tema de muitos estudiosos que
pesquisaram não só os mecanismos que geram a motivação, quanto a
direção de seus comportamentos, a força que propele rumo a tal
direção como também sobre a persistência com que se comportam em
tal rumo.
Muitos autores quiseram descobrir quais mecanismos geram a
motivação nas pessoas, em termos da:
. direção de seus comportamentos;
. força que as propele rumo a tal direção;
. persistência com que se comportam em tal rumo.
33
eliminação. Na realidade, quanto mais intensamente motivada estiver a
pessoa, mais baixa será o nível de satisfação associado com a
necessidade em questão. Desta forma pode-se dizer que satisfação é a
antítese do fator de motivação.
34
O modelo contingencial de motivação parte do princípio de que as
pessoas são diferentes e reagem de diferentes maneiras, conforme a
situação em que se encontrem, rejeitando assim noções preconcebidas
e reconhecendo as diferenças individuais. A questão da satisfação no
trabalho deve ser encarada como resultante das relações entre as
expectativas desenvolvidas e os resultados esperados. Isso faz com que
a motivação seja um processo que governa escolhas entre diferentes
possibilidades de comportamento do indivíduo. Faz-se necessário,
portanto, apreciar e empreender escolhas sobre as probabilidades e
chances de cada caminho, ressaltando que a expectativa é subjetiva, ou
seja, corresponde à avaliação pessoal que cada indivíduo faz a respeito
de suas escolhas.
35
Os desejos e necessidades manifestam-se em uma sucessão de meios e
fins, de tal forma que o atendimento de um desejo ou necessidade
sempre acaba mostrando que outros igualmente importantes ainda
terão que ser alcançados.
36
porque estimulam o bom rendimento do indivíduo. Por outro lado,
fatores extrínsecos como salário, as circunstâncias físicas e sociais do
trabalho, a supervisão, a segurança no emprego e as políticas
empresariais são agentes de satisfação, porém não de motivação,
sendo, portanto, considerados fatores higiênicos, por evitar a aparição
da insatisfação. Com isto, Herzberg diferencia que não são os mesmos
fatores que geram satisfação e insatisfação.
37
Os motivos envolvem dois pontos de um mesmo continuum afetivo: o
estado presente, que pode ser positivo, negativo ou neutro; a
reintegração através do aprendizado do passado que, em um segundo
momento, aumenta ou reduz o prazer ou a dor sobre o presente estado.
38
McClelland decide-se por investigar indícios de outros motivos, valores
ou aspectos da estrutura social e, mediante técnicas estatísticas
apropriadas, identifica outras variáveis como a ‘necessidade de afiliação’
e a ‘necessidade de poder’.
39
todas como impulsos emocionais que implicam diretamente no desejo
de obter ou dar afeto. McClelland, contudo, diz que a 'afiliação'
estabelece, mantém ou restaura uma relação afetiva positiva com
outras pessoas, tal como a amizade, pois que implica no desejo de
obter ou dar afeto, ou seja, ter prazer em se relacionar com alguém.
Considera, também, que as necessidades se modificam, de acordo com
o potencial de adaptação de cada civilização. Isto o levou a concluir que
o crescimento econômico do passado foi de ordem inteiramente
diferente e pode ter requerido um diferente padrão de motivação.
40
Unidade 3
COMPORTAMENTO
MESO-ORGANIZACIONAL
- os grupos -
41
O comportamento meso-organizacional estabelece uma ponte entre o
comportamento micro-organizacional e o macro-organizacional, pois é
nesta área que se buscam respostas para questões que se principiam
no comportamento individual gerando o comportamento organizacional
global.
O ser humano é gregário por natureza, portanto não se pode evitar ser
membro de um grupo. Em nossas vidas pertencemos a vários tipos de
grupos, seja este familiar, social, trabalho, lazer, religioso, dentre
outras formações grupais que o indivíduo irá interagir.
42
coerente do homem, sem respostas seguras a uma série de questões
referentes ao funcionamento dos grupos, à ligação dos indivíduos com
os grupos e à relação entre estes e a sociedade mais ampla.
43
dentro da análise da estrutura, a dimensão institucional, averigua os
estilo de liderança, posto que todos os grupos inclusive os informais
apresentam lideranças, ainda que emergentes, podendo passar de uma
liderança para outra de acordo com a situação.
44
muitas vezes são impostas e agem como meio de influenciar o
comportamento das pessoas exercendo uma forma de controle.
45
partir deste mix se poderá averiguar o desempenho do grupo que vai
gerar ou não produtividade e satisfação.
46
explicada pelo grau de sucesso na administração das relações entre
cargos e indivíduos.
47
feitas associações entre as pessoas para conseguir o desempenho de
seus cargos. Nas empresas os trabalhadores compartilhar e disputam
alguns recursos, como o acesso a equipamentos ou capital.
48
A interdependência inclusiva desenvolve-se numa estreita cadeia de
interdependência recíproca. O que torna a interdependência inclusiva a
forma mais complexa de interdependência é que todos os envolvidos
são reciprocamente interdependentes. Como na interdependência
recíproca, as pessoas que dependem umas das outras interagem
diretamente. Na interdependência inclusiva, porém, as interações
tendem a ser mais freqüentes, mais intensas e de maior duração do que
todas as outras.
49
Um fator interessante de se analisar, e que determinam as mudanças
nos grupos, é a maneira como os conflitos são resolvidos, pois as
respostas aos conflitos determinam o novo estado do sistema. A história
do grupo pode ser descrita pela interminável seqüência de conflitos e
suas soluções. Importante ressaltar que nenhum grupo é isento de
conflito.
O ser humano existe em função dos grupos que convive, posto que suas
atividades são feitas em grupo. Desta forma, as empresas precisam ser
criativas, inovadoras, e as mesmas terão que ser buscadas dentro do
grupo, junto às pessoas que compõem esta empresa.
50
em times, onde a individualidade é respeitada, onde o grupo como um
todo, apresenta soluções criativas, inovadoras, criadoras, fortes, que
salvarão a empresa.
Sem o trabalho em grupo, sem que todo mundo participe, sem que todo
mundo possa dar idéias, sem que a gente consiga extrair da própria
empresa a solução para seus problemas e sem que a gente consiga
fórmulas, técnicas e métodos de reforçar da nossa empresa o seu ponto
forte, a gente não terá sucesso.
. Relações Interpessoais
51
Entender e aceitar as pessoas como elas são; valorizar o homem por
seus dons e pela sua diversidade, é o princípio para a interação. As
diferenças entre as pessoas criam a possibilidade de se extrair o que
cada um tem de melhor, propiciando o crescimento comum, contudo,
não é esta a realidade diária vivenciada. Embora a natureza humana
seja gregária, o homem parece não ter descoberto maneiras simples e
objetivas de se relacionar. Os sentimentos ambíguos gerados pela
dualidade eu-outro, são pouco compreendidos, trabalhados e aceitos
nas interações.
52
interação, inclusive a probabilidade de interações futuras. Desta forma,
as pessoas aprendem a fazer uso de sugestões que podem sinalizar o
curso provável de interação.
53
indivíduo, do grupo e da empresa, e a problemática de diferenciação e
integração dos vários subsistemas. Busca-se ampliar e aperfeiçoar a
capacidade de trabalho em equipe, diagnosticando-se e administrando
os conflitos inter grupais, a competência interpessoal de comunicação, a
interdependência e a integração das partes.
Dar e receber feedback não é tão simples como parece, pois nem
sempre as pessoas estão preparadas e abertas para esta relação e ter
maturidade estando disposto a encarar o processo de troca como uma
oportunidade de crescimento. Contudo, essas ações devem ser
estimuladas na empresa, buscando a aproximação e a comunicação
linear e fluida entre as pessoas.
54
. Comunicação
55
Devido à possibilidade de surgirem problemas em qualquer dessas
etapas, é importante compreender o que acontece em cada uma e
como isso pode representar barreiras à comunicação eficaz.
56
pessoas. O feedback eficaz ajuda o indivíduo (ou grupo) a melhorar seu
desempenho e assim alcançar seus objetivos.
Precisa ser específico ao invés de geral. Quando se diz a alguém que ele
é “dominador”, isto tem menos significado do que indicar seu
comportamento numa determinada ocasião: “nesta reunião você fez o
que costuma fazer noutras vezes: não ouviu a opinião dos demais e
fomos forçados a aceitar sua decisão embora insatisfeitos com isto”.
57
personalidade que temos evitado ou desejado evitar até de pensar a
respeito. No entanto, trata-se de um processo rico para o nosso auto-
conhecimento e assim para o nosso auto-desenvolvimento.
Em cada manifestação existe o dito e o não dito, ou seja, aquilo que foi
expresso e as razões da expressão que nem sempre se traduzem em
palavras, assim sendo, podemos dizer que a objetividade informativa é
mais complexa, e que comunicar é mais do que passar a informação,
acima de tudo significa ser entendido.
Muitas vezes se sabe que o outro compreendeu aquilo que pensou que
um disse, mas nada garante que realmente tenha captado a informação
na essência do que se gostaria que fosse expresso. Surgem aí os muitos
problemas relativos aos processos de comunicação.
58
que as palavras ao se encadearem podem ter configurações diferentes
para aquele que fala e aquele que ouve.
59
Estar aberto ao processo da comunicação interpessoal implica na auto-
abertura, isso é a capacidade de falar francamente, e de receber a
percepção do outro assim, estando aberto ao feedback, trazendo e
dando informações até se assegurar que o que foi dito foi compreendido
por uma ou outra parte.
. Conflito
60
Sempre que aparecem interesses diferentes surge o conflito, que pode
ser pessoal, interpessoal e ainda, entre grupos rivais ou coalizões. A
reação eminente ao conflito dentro da organização é percebe-lo
comumente como uma força disfuncional que pode ser atribuída a um
conjunto de circunstâncias ou causas não desejadas.
61
O conflito interpessoal tem diversas causas; as soluções variam de
acordo com a natureza e a situação que provocou o conflito. As causas
clássicas são: falhas na comunicação, opiniões divergentes, conflitos de
interesse, pressão temporal, expectativas diferentes, conflito de
personalidades e problemas pessoais.
62
A retirada estratégica deve ser aplicada em algumas situações
específicas. Quando se percebe que você não pode vencer, ou quando
os riscos são baixos e o assunto não é importante, ou ainda, quando os
riscos são altos e você não está preparado e precisa ganhar tempo para
analisar. Pode ainda ser utilizado como estratégia para irritar o
oponente, ou para preservar a neutralidade ou a reputação.
Esta medida deve ser utilizada sempre que você tem certeza absoluta
de estar com a razão, ou ainda, quando não tem muita opção na
decisão, sendo necessariamente um ou outro. Outra necessidade
aparece quando se está diante de altos riscos, e há escassez de tempo
para decisão.
63
importante. Com essa medida muitas vezes você deixa uma obrigação
por parte do outro para usar mais tarde. È também utilizado para
ganhar mais tempo para analisar a questão.
Deve ser aplicado sempre que for possível as duas partes ganharem
pelo menos o que queriam e talvez até um pouco mais. Algumas vezes
pode ser interessante criar uma base comum de poder. O confronto
objetivo tem cunho definitivo, portanto, mantêm relacionamentos
futuros e evitando que o conflito reapareça.
. Liderança
64
o seu crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional, a qual
estabelece um vínculo de comprometimento entre as partes.
65
A ampla definição do conceito não se restringe ao papel em exercício ou
ao cargo que determinam a liderança, e sim ao composto da influência
pessoal exercida pelo líder sobre o grupo e à situação vivenciada por
estes, de acordo com as diretrizes a serem atingidas.
66
A influência do grupo sobre o indivíduo havia sido observada,
mensurada e avaliada de forma sistematizada. Posteriormente, porém,
surge a necessidade de avaliar a influência do indivíduo sobre o grupo.
Em princípio enfocou-se o chamado ‘líder carismático’, ou seja, aquele
que conduzia multidões - o manipulador de homens - que despertou o
interesse dos psicólogos sociais que procuravam compreender em
termos de dons inatos, de predisposição à dominação e de apetites
instintivos de poder.
67
O líder motivacional transmite uma visão particular da realidade,
atribuindo novo cunho às coisas antigas, sendo que as novas idéias e os
novos símbolos permitirão a identificação com a organização e sua
causa. A cultura organizacional é um conjunto de significados que as
pessoas compartilham, cabendo ao líder transmiti-los e difundi-los,
sedimentando a cultura de modo a permitir que as pessoas se sintam
unidas por compartilhar novas formas de construir a realidade.
68
Ao se conceber a formação e o desenvolvimento do líder, há que se
considerar as habilidades e estratégias necessárias para que estes
consigam um diferencial competitivo na situação vigente, abordando
ainda a necessidade da identificação da competência essencial de cada
qual, uma vez que há uma tendência de descentralização e formação de
pequenos núcleos de liderança.
69
social a cumprir, socializando e ressocializando constantemente seus
comandados, transmitindo modelos conceituais, na busca de se
internalizarem novos valores e elementos da cultura. Os fundadores
têm papel crucial no estabelecimento de uma cultura organizacional
inicial, porém as ações dos líderes são de real importância na criação e
administração desta cultura, devendo ser sua competência essencial a
habilidade em trabalhá-la.
O líder tem que participar como membro integrante de sua equipe e não
apenas representando-a quando lhe é conveniente. As iniciativas do
grupo, certas ou erradas devem ser assumidas, as responsabilidades
compartilhadas, e os méritos atribuídos a quem de direito. Deve-se
centrar em sua visão pessoal, reagindo a sua realidade interior e
proagindo ao exterior. A habilidade de liderança é contingencial e
emerge da força de sustentar aqueles que o rodeiam, sempre
persistindo e aprofundando nos aprendizados trazidos pela experiência.
70
Hoje, a preocupação em preparar as lideranças para agirem como um
agente propiciador de motivação é grande, pois historicamente nunca
foi tão necessário a sua ação junto aos colaboradores.
. Poder
71
dominado. Isto faz com que um se submeta às designações impostas.
Na organização podemos exemplificar pelas punições existentes,
rebaixamento ou isolamento da pessoa no grupo,
72
Fica então uma questão, se o poder é uma relação de dependência, o
que pode gerar essa dependência? E ainda o que determinaria o grau
ou intensidade do controle?
73
Unidade 4
COMPORTAMENTO
MACRO-ORGANIZACIONAL
- a organização -
74
O comportamento organizacional é uma decorrência dos indivíduos que
se estruturam em grupos, para se manifestarem enquanto coletividade
dentro de um determinado contexto.
. Arquitetura organizacional
75
ultrapassados para modelos que solucionem os problemas estruturais
das organizações, considerando a complexidade atual e futura dos
ambientes de negócios, construindo modelos empresariais modernos e
eficazes.
76
valorização do atendimento interno, tanto quanto o externo é
fundamental para o sucesso organizacional.
77
Uma organização passa por diversos ciclos do seu nascimento à sua
morte, como um ser humano, a empresa também tem suas fases de
desenvolvimento e pode ter morte prematura se alguns cuidados não
forem observados. A natureza do crescimento e envelhecimento nas
organizações depende do grau de flexibilidade e controle exercidos.
78
O ambiente organizacional é pessoal e amigável, havendo pouca
hierarquia. Por não possuir passado nem experiência no ramo os erros
podem ser muitos.
Uma empresa na sua fase infantil está voltada para a ação, sendo
impulsionada pelas oportunidades. Os sistemas, normas e diretrizes
ainda não estão institucionalizados, e isso pode conduzir a um
desempenho inconsistente, tornando a empresa vulnerável.
79
que o fundador se torne arrogante devido ao seu sucesso, pois tem o
sentimento de invencibilidade, o que pode provocar a perda do rumo
original da empresa, ampliando com diversidades, não inerentes ao foco
original do negócio. Algumas vezes se descuida do investimento,
perdendo a vista dos resultados, espera que os resultados apareçam.
80
O fundador começa a se interessar pelos problemas da comunidade,
política, pela saúde, pelas viagens e desfrute próprio. Quando ele se
ausenta e delega as responsabilidades, porém, gostaria que todos
fossem como ele é, quando retorna, fica indignado por ninguém ter
agido ou resolvido os problemas na sua ausência, porém, se alguém
tomar alguma decisão cabeças vão rolar.
81
funcionário para tomar decisões, ao menor sinal de possível erro, a
autoridade é re-centralizada.
O novo gerente tem que ser um líder e não uma marionete que leva a
cabo as decisões do fundador. A empresa precisa de pessoas
realizadoras, comprometidas. O fundador vai procurar alguém que
administre a organização como ele próprio o faria, ou então vai troca
tantos gerentes que parecerá um jogo de cadeiras. Porém a empresa
precisa de alguém que não seja o fiel retrato do fundador, mas sim de
um administrador totalmente diferente que complemente o seu estilo e
que esteja ciente que a sua orientação pessoal e a do fundador entrarão
em conflito (complementaridade).
82
Mais do que a transposição de autoridade a empresa precisa transpor
metas, entendendo que ela deve deixar de trabalhar mais para
trabalhar melhor.
83
A patologia começará a ocorrer quando o conflito resultar em uma
perda crítica da confiança e do respeito mútuos entre aqueles que
detêm o controle formal e informal do processo decisório da empresa.
84
Há uma certa sensação de segurança e estabilidade, e muitas vezes se
pauta em acertos do passado para prognosticar o futuro. A flexibilidade
diminui, a regularidade e o método prevalecem, enquanto abordagens e
procedimentos conservadores são adotados para que as glórias do
passado não sejam postas em perigo.
85
Se a organização acomodada permanecer muito tempo sem querer
inovar e sem pensar concretamente nos resultados, a maquiagem
artificial da elevação dos preços acaba tendo um efeito negativo. Até
que, finalmente, chega o dia de ajustar as contas. A demanda perde
sua elasticidade; a elevação dos preços reduz a receita total; e as
receitas e a participação no mercado não param de diminuir. É quando
se dissolve a sociedade de mútua admiração. Os bons tempos de
camaradagem na acomodação não voltam mais. Tem-se o início da caça
às bruxas. Período das facadas pelas costas, e são preciso muitos
sacrifícios. Não raro os sacrifícios são direcionados àqueles que tem o
que ela mais estima e menos possui, os derradeiros vestígios de
criatividade. Porém ninguém se sente responsável pelo que está
acontecendo.
86
anos. A morte ocorre quando ninguém, mais tem um compromisso com
a organização.
87
e tornando sua vida muito mais agradável. É fundamental para uma
liderança eficaz o conjunto de crenças e valores básicos que dirigem
seus atos, decisões e posturas.
. Cultura organizacional
88
A cultura organizacional pode ser dividida e identificada através de 3
aspectos: preceitos, tecnologia e caráter.
89
ambiente. Na empresa, o seu correlato seria: os princípios valorizados e
cultuados, as normas, valores e políticas empresariais, impõem padrões
de conduta que serão incorporados de forma consciente ou
inconsciente, mas que se manifestarão no comportamento do corpo
funcional.
90
valores estejam consistentemente atados aos objetivos e missão da
empresa, pois além do que servem como determinantes das aspirações
internas dos talentos humanos. A criação dos valores ocorre na alta
administração de acordo com seus objetivos precípuos, contudo,
somente conseguirão permear o quadro funcional quando
consistentemente amarrados aos propósitos reais de desenvolvimento
organizacional.
91
de integração ou reintegração do grupo. Os ritos de reforço se aplicam
na celebração pública de resultados positivos, e também servem como
reforço de identidades sociais e de poder. Os ritos de renovação visam
renovar as estruturas sociais vigentes na busca do seu
aperfeiçoamento, e os ritos de integração contribuem para a
manutenção do comprometimento das pessoas com o sistema social da
empresa. Existem também os ritos de redução de conflitos, que tentam
minimizar e restaurar o equilíbrio das relações sociais internas, quando
níveis de conflito e agressão se elevam. Todos estes ritos contribuem
para o enriquecimento e internalização da cultura organizacional,
contudo, deve-se ainda considerar os ritos de degradação que
instauram medo e geram conflitos internos a partir do stress gerado
pelas atitudes organizacionais. Estes ritos são normalmente utilizados
para dissolver identidades sociais e retirada de poder, como nas
situações de demissão, afastamento de cargo, denúncia de falhas ou
problemas nos processos e/ou tomada de decisão.
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auxiliam a preservação das coisas especiais da organização,
estimulando padrões de desempenho, e promovendo a motivação dos
colaboradores.
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A conformidade é quando as pessoas no desempenho de seu papel
decidem aceitar normas centrais e periféricas, resultando em uma
tendência a ajustar-se aos demais de um modo leal, mas sem
criatividade.
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interação social que ocorre a modelagem, imitação, correção,
negociação, transmissão de histórias, fofocas e ‘rádio peão’. O processo
de comunicação existente nas organizações desenvolve uma cultura que
revela as formas de comunicação ativa ali existente.
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implícitas nas ações e, talvez sejam estas as mais importantes para
decifrar os pressupostos organizacionais.
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se torne humanizada proporcionando condições para o desenvolvimento
pessoal e profissional do ser na integra.
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alcance da qualidade tão esperada. A delimitação das expectativas de
desempenho são importantes para que se saiba o que foi alcançado são
ou não os objetivos propostos, bem como a viabilização das mesmas, a
empresa deve proporcionar meios para que o trabalhador execute seu
trabalho com sucesso.
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Na maioria dos casos, os programas de qualidade de vida no trabalho
buscam obter um estilo de gestão Berto e participativo, assegurando
um ambiente de trabalho que permita a aprendizagem e crescimento
contínuo para o indivíduo. Para isso a empresa deve favorecer uma
estrutura de trabalho que permita ao indivíduo ou grupo um auto
gerenciamento, se sentindo parte integrante do processo.
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organização, contudo, não define o comprometimento das pessoas para
com a empresa.
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. Clima organizacional
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Dentre as ações levantadas por uma pesquisa de clima, podemos
destacar algumas que são mais comuns.
A processo da pesquisa permite ainda obter uma sinergia por parte dos
funcionários, visto ser uma oportunidade para se refletir sobre a
realidade organizacional, valorizando o que muitas vezes se tornou algo
cotidiano ou comum. O trabalhador poderá averiguar sobre o seu
crescimento pessoal e profissional, e também visualizar se
oportunidades lhe estão sendo oferecidas para esse desenvolvimento.
102
vez comporão os grupos formais e informais da empresa. Os seus
relacionamentos interpessoais, os conflitos existentes, e modelos de
comunicação determinarão a interação entre os grupos.
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Então, por que não transformar esta atividade em algo agradável,
dando sentido ao trabalho? A relação holística do significado do trabalho
pode e deve ser conscientizada, contudo, não depende do indivíduo ou
de sua maturidade e competência simplesmente. Em uma visão mais
ampla é necessário saber se a organização do trabalho na empresa já
assimilou este fato. Para tanto, há que se estabelecer um relação
empática entre as partes, alicerçando-a na credibilidade e confiança
mútuas. Este é um procedimento originalmente simples, mas que, ao
ser rompido, dificilmente será reconstruído, deixando sempre resíduos
emocionais.
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Essa estratégia, embora pareça simples a princípio, deve ser constituída
sobre propósitos bem fixados, evitando-se a todo custo atitudes de
ensaio e erro, trabalhando, a priori, objetivos genéricos, a fim de se
consolidar uma nova cultura institucional. As lideranças devem ser
autênticas e maduras, pois é a partir delas que se fortalecerá o senso
de equipe, aperfeiçoando-se a esta capacidade de trabalhar o feedback,
desenvolvendo-se a competência na comunicação e relações
interpessoais, estabelecendo-se, assim, relações com base no
conhecimento e respeito aos limites mútuos. Como conseqüência
natural, o grupo irá amadurecendo e se tornando cada vez mais capaz.
Esta proposta, quando internalizada, incorporar-se-á à cultura
organizacional e se refletirá no clima que poderá ser sentido não só no
ambiente interno como também no externo, na relação com clientes e
fornecedores, ganhando-se tempo, produtividade e eficiência.
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que entendem a si e que buscam a si próprios poderão compreender os
propósitos e desejos alheios.
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se instalam, prestando um serviço adequado. Desenvolver
competências, portanto, não é opção, é prioridade, pois são as pessoas
que fazem da organização um organismo vivo, mutável e adaptável aos
novos tempos, e ajustado às circunstâncias vigentes. Ser detentor do
capital, da tecnologia e das informações parece já não ser o bastante
para manter uma empresa viva, e bem sucedida, devendo-se
precipuamente explorar as aptidões, desenvolver habilidades e criar
talentos.
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