Johninson Imhoff 2007 Dissertacao Fotovoltaica
Johninson Imhoff 2007 Dissertacao Fotovoltaica
Johninson Imhoff 2007 Dissertacao Fotovoltaica
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Johninson Imhoff
por
Johninson Imhoff
2007
2
CDU: 621.314
___________________________________________________________________________
© 2007
Todos os direitos autorais reservados à Johninson Imhoff. A reprodução de partes ou do todo
deste trabalho só poderá ser realizada com autorização por escrito do autor.
Endereço: Rua Curitiba, nº 285D/803, Centro, Chapecó, RS, 89801-341
Fone (0xx) 49.3322.2744; Endereço eletrônico: [email protected]
___________________________________________________________________________
3
elaborada por
Johninson Imhoff
COMISSÃO EXAMINADORA:
_________________________________
Hélio Leães Hey, Dr.
(Presidente/Orientador)
_________________________________
Roger Gules, Dr. (UTFPR)
_________________________________
Vicente Mariano Canalli, Dr. (PUCRS)
Agradecimentos
A conclusão desse trabalho não seria possível sem a ajuda de muitas pessoas, que de
alguma forma colaboraram para o seu desenvolvimento. Com carinho, agradeço:
Ao professor Hélio Leães Hey, pela confiança e dedicação demonstradas durante
esses anos de pesquisa, pelo exemplo de seriedade profissional e pelo entusiasmo demonstrado
em todas as discussões relacionadas a este trabalho.
Aos professores do curso de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e em especial
aos professores do GEPOC, José Renes Pinheiro, Humberto Pinheiro e Hilton Abílio
Gründling.
Aos colegas e, acima de tudo, amigos, Alexandre Ritter Bülow, Cleber Zanatta,
Daniel Damasceno, Diorge Zambra, Dreifus Medeiros Costa, Guilherme Fração Rodrigues,
Igor Weide Jaskulski, Jean Patric da Costa, Jumar Luís Russi, Leandro Roggia, Marlon
Pieniz, Mario Lúcio da Silva Martins, Vanessa Sartori Colpo e demais colegas do GEPOC
que sempre colaboraram prontamente.
Aos amigos do NUPEDEE e da PPGEE, em especial aos funcionários Luiz Fernando
e Cleonice, que colaboraram na realização desse trabalho.
A CAPES, pelo apoio financeiro, indispensável para a realização de uma pesquisa de
qualidade, e a Universidade Federal de Santa Maria, pela infra-estrutura empregada na
realização deste trabalho.
Aos meus pais, Genemio e Eneli, e a minha irmã, Sodriane, pelos ensinamentos que
carregarei por toda a vida, pelo exemplo de família, pela confiança e pelo amor em mim
depositados.
A minha namorada Lara Vargas Becker, pelo carinho e compreensão durante todos
estes anos.
Aos amigos Pyta e Larissa, pela atenção e palavras de apoio durante os momentos
difíceis.
6
Thomas Edison
7
Resumo
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Santa Maria
DESENVOLVIMENTO DE CONVERSORES ESTÁTICOS PARA
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS AUTÔNOMOS
AUTOR: ENG. JOHNINSON IMHOFF
ORIENTADOR: DR. ENG. HÉLIO LEÃES HEY
Santa Maria, julho de 2007.
Abstract
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Federal University
DEVELOPMENT OF STATIC CONVERTERS TO
STAND ALONE PHOTOVOLTAIC SYSTEMS
AUTHOR: ENG. JOHNINSON IMHOFF
RESEARCH SUPERVISOR: DR. ENG. HÉLIO LEÃES HEY
Santa Maria, July, 2007.
This work presents a new energy conditioning system for application in stand-alone
photovoltaic systems with battery bank.
Firstly, the characteristics of solar photovoltaic energy, the modeling of a
photovoltaic cell and the equivalent electrical circuit are presented.
In a second moment, the photovoltaic generation systems and a review of the static
converters applied to stand-alone photovoltaic systems with battery bank are presented.
From this study it is proposed a new photovoltaic generation system, with distributed
energy processing based on series-connected DC-DC converters.
The proposed system presents better utilization of the energy generated by the panels
through the employment of more than one array of photovoltaic panels and a static power
converter for each subsystem.
Thereby, the losses through shading are reduced, and also the reliability of the
system is increased, once even if one of the subsystems fails, the system will keep on
generating electricity to the loads of higher priority.
Posteriorly, the analyses of the operation of the system and simulation results are
presented.
Finally, it is presented experimental results, comparing the efficiency of the
utilization of the energy generated by the input stage of the proposed system and by a system
traditionally employed in stand-alone photovoltaic systems, showing an energy gain of 16%
with the utilization of the proposed system for situations in which at least one panel is shaded.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.10. Sistema Fotovoltaico Isolado com Carga CA, Armazenamento de energia e MPPT ........52
Figura 2.11. Central Inverter .................................................................................................................53
Figura 2.12. Module Integrated..............................................................................................................54
Figura 2.13. Multi String Inverter ..........................................................................................................55
Figura 2.14. Team Concept ....................................................................................................................56
Figura 3.1 – Junção pn ...........................................................................................................................59
Figura 3.2 - Diagrama do circuito elétrico equivalente e curva característica da célula na escuridão...60
Figura 3.3 – Diagrama do circuito elétrico equivalente e curva característica da célula irradiada ........60
Figura 3.4 - Curva característica de uma célula fotovoltaica. ................................................................61
Figura 3.5. Circuito equivalente detalhado de uma célula fotovoltaica alimentando uma carga Z........61
Figura 3.6. Curva característica IxV de um painel fotovoltaico.............................................................63
Figura 3.8. Efeitos da variação da temperatura nas curva IxV de um painel fotovoltaico.....................67
Figura 3.9 - Curva característica P vs V para variação de temperatura e radiação solar .......................67
Figura 3.10 - Circuito equivalente do painel fotovoltaico simulado ......................................................68
Figura 3.11 – (a) Curva caracteristica de um painel fotovoltaico simulado no Software PSIM, (b)
Curva característica do painel utilizado como referência fornecida pelo fabricante..............................69
Figura 3.12 - Curva característica de potência de um painel fotovoltaico simulado no Software Psim.
................................................................................................................................................................70
Figura 4.1 – Simulação da técnica Tensão Constante para variação de radiação solar..........................73
Figura 4.2 - Fluxograma da técnica Perturbação & Observação............................................................74
Figura 4.3 – Resultados de simulação da técnica P&O para variação da radiação incidente ................75
Figura 4.4 - Fluxograma da técnica de busca do ponto de máxima potência Hill Climbing..................76
Figura 4.5 – Simulação do algoritmo da técnica de busca do ponto de máxima potência. ....................76
Figura 4.6 – Fluxograma do algoritmo da técnica de busca do ponto de máxima potência Condutância
Incremental.............................................................................................................................................78
Figura 4.7 - Resultado de simulação do algoritmo da técnica de busca do ponto de máxima potência
Incremental conductance. ......................................................................................................................79
Figura 5.1 - Sistema tradicional. ............................................................................................................82
Figura 5.2 - Sistema fotovoltaico descentralizado apresentado Walker e Sernia...................................84
Figura 5.3 - Sistema fotovoltaico Autônomo baseados em conversores CC-CC em Série....................85
Figura 5.4 - Modos de operação do sistema descentralizado .................................................................87
Figura 5.5 – (a) Curva IxV para arranjo com seis painéis fotovoltaicos, (b) curva PxV IxV para arranjo
com seis painéis fotovoltaicos................................................................................................................90
Figura 5.6 – (a) Curva características IxV para um arranjo com 3 painéis em série; (b) Curva
características PxV para um arranjo com 3 painéis em série .................................................................91
Figura 5.7 Potência entre ao barramento pelo Sistema fotovoltaico Centralizado sob radiação solar
uniforme de 1000W/m2 ..........................................................................................................................92
11
Figura 5.8 Potência entre à carga pelo Sistema fotovoltaico Centralizado considerando que metade dos
painéis esta sombreados .........................................................................................................................93
Figura 5.9. Dois módulos do sistema proposto conectados em série .....................................................93
Figura 5.10. Potência entregue à carga considerando os dois arranjos de painéis sob radiação de
1000W/m2 ..............................................................................................................................................94
Figura 5.11. Potência entregue ao barramento CC pelo arranjo de painéis fotovoltaicos sombreado,
radiação incidente de 700W/m2..............................................................................................................95
Figura 5.12 - Potência entregue ao barramento CC pelo arranjo de painéis fotovoltaicos sob radiação
incidente de 1000W/m2. .........................................................................................................................96
Figura 5.13. Potência total entregue à carga pelo sistema proposto com um dos arranjos de painéis
fotovoltaicos sombreado ........................................................................................................................96
Figura 5.14 – Tensão na saída de cada conversor e do barramento CC com comandos em fase...........98
Figura 5.15 - Tensão na saída de cada conversor e do barramento CC com comandos defasados 180º98
Figura 6.1 – Fotografia da bancada de testes. ......................................................................................101
Figura 6.2 - Estágio de entrada do sistema centralizado implementado. .............................................101
Figura 6.3 – Fotografia dos conversores implementados.....................................................................102
Figura 6.4 - Formas de onda da topologia centralizada sob radiação solar de 1000W/m2...................103
Figura 6.5 – Sistema centralizado sob radiação de 1000W/m2, onde η = P 2 P1 . .................................104
Figura 6.6 - Formas de onda da topologia centralizada sob ação de sombreamento. ..........................105
Figura 6.7 - Sistema centralizado com metade dos painéis que compõe o arranjo sob radiação de
700W/m2, onde η = P 2 P1 . ...................................................................................................................105
Figura 6.12 - Formas de onda da corrente de entrada dos conversores A e B e tensão de entrada do
conversor A, para o sistema descentralizado com um dos arranjos sob radiação de 700W/m2. ..........110
Figura 6.13 - Formas de onda da corrente de entrada dos conversores A e B e tensão de entrada do
conversor B, para o sistema descentralizado com um dos arranjos sob radiação de 700W/m2. ..........110
Figura 6.14 - Ssitema descentralizado operando com metade de seus painéis fotovoltaicos sob radiação
solar de 700W/m2, onde η = P 4 P1 + P 2 . ..............................................................................................111
12
Figura 6.15 – Ondulação na tensão de saída do sistema descentralizado com razão cíclica de 0,5 e
comandos em fase. ...............................................................................................................................112
Figura 6.16 – Ondulação na tensão de saída do sistema descentralizado com razão cíclica de 0,5 e
comandos defasados em 180º...............................................................................................................113
Figura 6.17 – Ondulação na tensão de saída do sistema centralizado..................................................113
LISTA DE TABELAS
SIMBOLOGIA E ABREVIATURAS
EPIA
European Photovoltaic Industry Association
CC Corrente contínua
CA Corrente alternada
k Constante de Boltzmann
T Temperatura
15
G Radiação solar
SUMÁRIO
Capítulo 1 Introdução.................................................................................................. 20
2.1. Introdução............................................................................................................... 39
2.2.2 Baterias................................................................................................................. 41
3.1. Introdução............................................................................................................... 58
3.4. Efeitos dos Fatores Meteorológicos nas Características Elétricas dos Módulos
Fotovoltaicos ......................................................................................................... 64
4.1. Introdução............................................................................................................... 71
5.1. Introdução............................................................................................................... 81
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
calendário pelo qual os países desenvolvidos têm a obrigação de reduzir a quantidade de gases
poluentes em, pelo menos, 5,2% até 2012, em relação aos níveis de 1990.
Pequenas hidrelétricas - 10 - 10
Energia eólica - 7 - 7
Solar fotovoltaica - 5 - 5
Grandes hidrelétricas - 4 - 4
22
A energia solar fotovoltaica além de ser uma das fontes primárias menos poluentes,
também se destaca por ser uma fonte silenciosa, modular, necessitar de baixa manutenção,
possuir curtos prazos de instalação e operação [6, 8], provocar baixo impacto na fauna e flora
local e poder ser facilmente integrada as construções, gerando eletricidade localmente, sem a
necessidade de linhas de transmissão que acarretam perdas e alto impacto ambiental.
Entretanto, os altos custos dos sistemas fotovoltaicos sempre foram uma barreira para
a disseminação desta tecnologia. Até a década de 70 sua utilização era restrita a aplicações
muito específicas, como por exemplo, em satélites espaciais [8] onde altos orçamentos eram
empregados. Porém, com a crise do petróleo na década de 70 a energia fotovoltaica recebeu
grandes investimentos [6, 8], tanto do setor público, através de programas de incentivos
governamentais, como de empresas privadas, que vislumbraram na energia solar fotovoltaica
um grande nicho para investimentos.
Como conseqüência desta política de investimentos na pesquisa e no desenvolvimento
dos painéis fotovoltaicos, a sua produção mundial e a sua utilização cresceu expressivamente,
fazendo com que os custos da geração fotovoltaica de energia elétrica apresentassem um
decréscimo significativo, Figura 1.2.
energia solar fotovoltaica deverá ser responsável por até 31% da produção de energia, como
apresentado na Figura 1.5.
[%]
35
31 Marítima
30 Geotérmica
27
Termosolar
25
Biomassa
21
20 Hidráulica
Eólica
15 14 Fotovoltaica
10
5 3 3
1
0
Figura 1.5. Panorama das energias renováveis em 2040 [11]
MWp
Outros países, como o Japão, por exemplo, onde a extensão territorial e a bacia
hidrográfica não permitem a geração de energia através de usinas hidrelétricas e fazendas
eólicas, e a sociedade é contraria a utilização de usinas nucleares e térmicas devido ao grande
impacto ambiental, a opção pela energia solar fotovoltaica é uma realidade, devido a sua
baixa poluição, alta modularidade e a sua boa adequação arquitetônica.
26
Mwp
900
744,08
800
700
600
500
363,91
400
300
193,35
200
103,02 83,8
100
0
Demais
Japão Europa EUA Países Total
Nos sistemas em série, Figura 1.10, o banco de baterias é colocado em série com o
fluxo de energia.
Nesta configuração o carregador de baterias além de realizar o ajuste da tensão para
carga do banco de baterias, também busca o ponto de máxima potência.
O estágio elevador, como o próprio nome sugere, eleva a tensão das baterias para o
nível necessário no barramento CC, de acordo com a tensão senoidal desejada na saída do
inversor. Neste estágio também é realizada a regulação da tensão no barramento CC.
Se o conversor utilizado neste estágio não for capaz de regular a tensão no
barramento CC de forma adequada, um outro conversor regulador pode ser adicionado entre o
conversor elevador e o inversor.
Na configuração série o número de estágios e a topologia dos conversores utilizados
para a conversão da energia solar em energia elétrica podem variar de acordo com os níveis
de tensão utilizados no banco de baterias, barramento CC e no arranjo fotovoltaico.
Um exemplo da utilização de um sistema série pode ser encontrado em [20], onde um
sistema fotovoltaico com dois estágios de elevação, juntamente com um inversor trifásico 4
pernas é utilizado para alimentar cargas não balanceadas.
Em [21] e [22] também são apresentados sistemas fotovoltaicos na configuração série.
Entretanto, estes autores apresentam sistemas fotovoltaicos com apenas dois estágios de
conversão, utilizando os conversores abaixadores buck em [21] e Cùk em [22], para gerar a
tensão de 12V utilizada pelo banco de baterias, além do estágio de inversão. Estas
configurações apresentam o inconveniente de possuir um transformador 12/220V na saída do
inversor, aumentando as perdas, volume, peso e custo do sistema.
Em [19], os três sistemas fotovoltaicos apresentados, também com apenas dois
estágios de conversão, Figura 1.11, utilizam a mesma tensão no banco de baterias e no
barramento CC, evitando o uso de um estágio de elevação de tensão ou de transformador na
saída do sistema, como ocorre nos sistemas citados anteriormente.
30
Sw1 D1
PV Cpv L1
Bat Co
(a)
L1 D1
PV Cpv
Sw1 Bat Co
(b)
Sw1 D1
PV Cpv L1
Bat Co
(c)
Figura 1.11 – Sistema fotovoltaico com dois estágios de conversão para diferentes tensões entre o arranjo
de painéis fotovoltaicos e banco de baterias. Carregador de baterias (a) Buck-Boost, (b) Boost e (c) Buck
Tabela 1.2. Topologia do Carregador de Baterias de Acordo com a Tensão do banco de Baterias
Tensões Conversor
VPV = Vbat Buck-Boost
VPV < Vbat Boost
VPV > Vbat Buck
31
Painéis Conversor
Regulador Inversor Carga CA
Fotovotlaicos
Carregador de Conversor
Baterias / MPPT Elevador
Banco de
Baterias
Conversor Conversor
Tensões
Bidirecional Regulador
VBat < VPV < Vcc Buck/Boost Boost
VBat < VPV = Vcc Buck/Boost Buck-Boost
VBat < VPV > Vcc Buck/Boost Buck
VBat = VPV < Vcc Buck-boost Boost
VBat = VPV = Vcc Buck-boost Buck-boost
VBat = VPV > Vcc Buck-boost Buck
VBat > VPV < Vcc Boost/buck Boost
VBat > VPV = Vcc Boost/buck Buck-boost
VBat > VPV > Vcc Boost/buck Buck
L2 D1
Sw1 Sw2
PV L1 Bat
Cpv Co
Sw3
(a)
Sw3 D1
L1
Sw1
PV Sw2
Cpv Co
Bat L2
(b)
Figura 1.13 – Topologias multiestágios paralelo para sistemas fotovoltaicos com banco de baterias: (a)
carregador Buck-boost, regulador Boost, (b) carregador Buck/Boost, regulador Buck-boost
Ls D3
S1 D1
Lbat
PV Cpv Co
Vbat
S2 D2
Cbat
Sw1 Sw2
PV L1
Cpv Co
Bat
(a)
L1
Sw2
PV Sw1
Cpv Co
Bat
(b)
L1
Sw1
PV Sw2
Cpv Co
Bat
(c)
Figura 1.15 – Topologias multiestágios paralelo com dois estágios de conversão: (a) Buck-boost
bidirecional, (b) Boost/Buck, (c) Buck/Boost
36
220V AC OUTPUT
C3
L
N5
N3 N4
D1 D3
Bat
N2 N1
T1 T2
D2
PV
D4
Bat
Bat
Capítulo 1 - Este capítulo introduz o tema Energia Solar Fotovoltaica, salientando sua
importância e crescente aumento de sua utilização no Brasil e no mundo como forma
alternativa de geração de energia elétrica. Também são apresentadas as configurações e
topologias utilizadas em sistemas fotovoltaicos.
38
Capítulo 2
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
2.1. Introdução
2.2.2 Baterias
Controlador de carga - 5%
Outros
Outros - 17%
Controlador de Painéis
carga Fotovoltaicos
Baterias
Controlador de carga - 5%
Outros - 16%
Outros
Baterias
Controlador de
carga
juntamente com o chumbo em uma liga é o cálcio, que minimiza a taxa de gaseificação a
ponto de não ser necessário preencher o eletrólito regularmente com água [39].
Os elementos são interligados convenientemente no interior da bateria de forma a
definir sua tensão e capacidade nominal. A tensão nominal de um elemento de uma bateria
Chumbo-ácido é 2V.
A capacidade nominal de uma bateria é definida para um regime de descarga de 10
horas com corrente constante, à temperatura de 25°C, até a tensão final de 1,75V por
elemento [36].
Um parâmetro importante na escolha de uma bateria chumbo-ácido é sua profundidade
de descarga. A profundidade de descarga define o percentual em relação a sua de capacidade
nominal que uma bateria pode fornecer sem que seja comprometida sua vida útil [36].
Existem baterias chumbo-ácido de baixa profundidade de descarga, empregadas
principalmente em automóveis, e baterias de alta profundidade de descarga, que são as mais
indicadas para aplicação nos sistemas fotovoltaicos de geração de energia elétrica [37].
Um outro problema relacionado com o processo de descarga da bateria, que contribui
para degradação da vida útil das baterias chumbo-ácido é a sulfatação. A sulfatação é a
formação de cristais de sulfato de chumbo nas placas dos elementos. Os cristais vão
acumulando sobre as placas formando uma barreira entre o eletrólito e o material ativo das
placas. Para minimizar a sulfatação deve-se evitar manter a bateria descarregada por longos
períodos de tempo, carregamentos parciais prolongados e a operação contínua em
temperaturas acima de 45°C [37].
O resumo das principais características das baterias chumbo-ácido é apresentado na
tabela abaixo.
Tabela 2.1. Resumo das características da bateria chumbo-ácido
Outro tipo de bateria também empregada nos sistemas geração de energia elétrica
fotovoltaicos são as baterias níquel-cádmio. Essas baterias apresentam uma estrutura física
44
Desconexão Desconexão
Controle Cargas
PV
PWM Em Baixa Tensão
Noturna
BANCO DE
BATERIAS
Desconexão
Cargas
PV
PWM Controle Em Baixa Tensão
BANCO DE
BATERIAS
2.2.4 Inversores
Cargas AC
Condicionador de
Arranjo Painel de
Potencia /
Fotovoltaico Distribuição
Inversor
Rede Elétrica
Os sistemas híbridos apresentam mais de uma fonte de geração de energia como, por
exemplo: turbinas eólicas, geração diesel, células de combustível, módulos fotovoltaicos entre
outras.
Com a utilização de várias formas de geração de energia elétrica o tamanho do arranjo
fotovoltaico pode ser reduzido, juntamente com a capacidade do banco de baterias, pois a
outra forma de geração (ou outras) garante o fornecimento de energia elétrica para a carga
durante a noite ou em períodos de pouca insolação.
A definição do número de painéis fotovoltaicos, da capacidade do banco de baterias e
das demais fontes geradoras é realizada no sentido de reduzir os custos de combustível e
manutenção.
49
Armazenamento
Arranjo
Fotovoltaico
Turbina
Eólica
Unidade de
Controle e
Cargas
Condicionamento
de Potência
Gerador
Diesel
Outras
Fontes
Arranjo Condicionador de
Carga CC
Fotovoltaico Potência / MPPT
Figura 2.6. Sistema Fotovoltaico Isolado com Carga CC sem Armazenamento de energia
O objetivo das técnicas de MPPT (maximum power point tracking) é mover a corrente
de operação do painel fotovoltaico próximo ao ponto de máxima potência sob variações
meteorológicas. A utilização destas técnicas garante um aumento na eficiência do sistema
fotovoltaico em até 25% [45] [34].
Uma análise econômica deve ser realizada para cada caso, verificando se o aumento da
eficiência da conversão de energia justifica o acréscimo de um estágio de condicionamento de
energia ao sistema.
em baterias para que possa ser utilizada durante a noite ou em períodos chuvosos e de pouca
luminosidade.
Arranjo Controlador de
Carga CC
Fotovoltaico Carga / MPPT
Baterias
Figura 2.7. Sistema Fotovoltaico Isolado com Carga CC com Armazenamento de Energia
A esta configuração deve ser agregado um controlador de carga, para proteger o banco
de baterias contra sobrecargas ou descargas profundas, aumentando a vida útil das baterias.
Também, como no caso anterior, um sistema de condicionamento de energia que garanta a
operação do sistema sob o ponto de máxima potência pode ser agregado ao sistema
garantindo um melhor aproveitamento da potência fornecida pelos módulos fotovoltaicos.
Este sistema é empregado quando equipamentos CA são utilizados como carga. Para
isto, basta a inclusão de um inversor entre o sistema de geração fotovoltaica e a carga, como
visto na Figura 2.8.
Como para o caso dos sistemas CC sem armazenamento de energia, a carga será
suprida de energia elétrica somente durante o período de insolação.
Arranjo
Inversor Carga CA
Fotovoltaico
Figura 2.8. Sistema Fotovoltaico Isolado com Carga CA sem armazenamento de energia
Esta configuração tem seu desempenho prejudicado, uma vez que não há um controle
da tensão no barramento CC (entrada do inversor), a qual fica dependente do nível de tensão
gerada pelos painéis fotovoltaicos, que é função das variações climáticas (temperatura e
irradiação solar).
52
Para melhorar a eficiência desta configuração podem ser incluídos entre o arranjo de
painéis e o inversor um estágio CC-CC e um banco capacitivo, proporcionando o controle da
tensão no barramento CC. Além disto, este estágio CC possibilita também o funcionamento
do sistema sob o ponto de máxima potência, possibilitando um melhor aproveitamento da
energia fornecida pelos módulos fotovoltaicos.
Estágio CC-CC
Arranjo
Controladodor de Inversor Carga CA
Fotovoltaico
Carga / MPPT
Baterias
Figura 2.10. Sistema Fotovoltaico Isolado com Carga CA, Armazenamento de energia e MPPT
Uma outra classificação que é realizada nos sistemas fotovoltaicos é de acordo com o
configuração (disposição) do(s) arranjo(s) de painéis fotovoltaicos e estágios de conversão
que compõem o sistema de geração de energia elétrica. Esta classificação é feita em cinco
famílias topológicas: Central Inverters, Module Integrated ou Module Orientated Inverters,
Multi String Inverters e Team Concept.
CC
PV CA
CC
carga
PV CA
CC
PV CA
Figura 2.12. Module Integrated
Cada arranjo possui seu próprio sistema de busca do ponto de máxima potência
(MPPT) [29, 31], maximizando a energia entregue a carga e possibilitando a instalação dos
painéis fotovoltaicos em diferentes orientações, facilitando a sua instalação em fachada de
prédios.
Como os conversores CC-CC são de baixa potência, semicondutores de baixa potência
largamente utilizados na indústria podem ser aplicados, reduzindo os custos das chaves.
A facilidade de expansão do sistema utilizando esta topologia é uma de suas principais
características. Para expandir o sistema apenas um novo arranjo de painéis fotovoltaicos,
juntamente com seu conversor CC-CC, deve ser adicionado [29, 46], desde que o inversor
empregado na saída dos conversores tenha sido projetado para suportar este acréscimo de
potência.
CC
PV CC
CC CC Filtro
carga
PV CC CA
CC
PV CC
Figura 2.13. Multi String Inverter
Quando o sistema opera sob baixa radiação solar todos os painéis são ligados a um
único inversor, fazendo com que este trabalhe próximo de sua potência nominal, aumentando
sua eficiência [29, 30].
Com o aumento da radiação solar o arranjo de painéis fotovoltaicos é distribuído
novamente em pequenas “strings”, até que todos os inversores operem normalmente.
A utilização deste sistema aproveita todas as vantagens da topologia “module
integrated”, porém o sistema de controle exige um grau maior de complexidade.
CC
PV CA
CC
carga
PV CA
CC
PV CA
Figura 2.14. Team Concept
2.5. Conclusões
Capítulo 3
3.1. Introdução
p n
- - + +
- - + +
a) Silício - - + + Silício
com com
boro - - + + fósforo
- - + +
- - + +
E
E
b) x
Se uma junção pn for exposta à radiação solar onde os fótons possuam energia maior
que o gap, próximo de 1eV (elétron-volt), ocorrerá a geração de pares elétron-lacuna. Se isto
acontecer na região onde o campo elétrico é diferente de zero, Figura 3.1, as cargas elétricas
serão aceleradas, gerando uma corrente através da junção pn, dando origem a uma diferença
de potencial. Se as duas extremidades do "pedaço" de silício forem conectadas por um fio,
haverá uma circulação de corrente elétrica [36, 39, 49].
Uma célula fotovoltaica, fabricada a partir do silício e dopada com impurezas do tipo
p e do tipo n, tem o princípio de funcionamento e as propriedades elétricas semelhantes a de
um diodo comum, também de silício e do ponto de vista elétrico pode ser representada através
de um circuito elétrico equivalente [52].
60
I
i(t)
II I
20 V
v(t) 0,5 V V
III IV
Figura 3.2 - Diagrama do circuito elétrico equivalente e curva característica da célula na escuridão
I
II I
i(t)
20 V
0,5 V V
IPV
v(t)
III IV
Figura 3.3 – Diagrama do circuito elétrico equivalente e curva característica da célula irradiada
61
0
0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Tensão (V)
i(t)
Rsm
Rpm Z v(t)
Figura 3.5. Circuito equivalente detalhado de uma célula fotovoltaica alimentando uma carga Z
62
Além dos circuitos equivalentes apresentados são ainda utilizados outros modelos
mais detalhados para representar o funcionamento da célula solar. O objetivo destes modelos
da célula solar é o de descrever a curva característica solar o mais fielmente possível.
Porém, o modelo de circuito equivalente apresentado na Figura 3.5 permite determinar
a curva característica de células fotovoltaicas sob diferentes condições de operação de forma
bastante satisfatória para os objetivos deste trabalho.
I = I PV − I D (3.1)
Sendo:
⎛ mV.V ⎞
I D = I o ⎜ e T − 1⎟ (3.2)
⎜ ⎟
⎝ ⎠
onde:
I = Corrente de saída da célula fotovoltaica (A);
I PV = Corrente fotogerada (A);
⎛ mV.V ⎞
I = I PV − I o . ⎜ e T − 1⎟ (3.3)
⎜ ⎟
⎝ ⎠
A curva característica corrente versus tensão para um painel nas condições padrão de
testes dos painéis fotovoltaicos, definida para uma radiação de 1000W/m2 e temperatura de
25ºC na célula, é apresentada na Figura 3.6.
Caracteristicas I x V
6
4
Corrente (A)
Vmax Vca
0
0 5 10 15 20 25
Tensao (V)
sendo um dado fornecido pelo fabricante para determinadas condições de radiação incidente e
temperatura.
Onde:
V =0
ID = 0 (3.4)
I = I PV = I SC
c) Ponto de Máxima Potência (MPP): Para cada ponto na curva IxV, o produto
corrente vs. tensão representa a potência gerada para aquela condição de operação. Em um
módulo fotovoltaico, para uma dada condição climática, só existe um ponto na curva IxV
onde a potência máxima pode ser alcançada. Este ponto corresponde ao produto da tensão de
potência máxima e corrente de potência máxima.
G
I SC = I SC
'
× (3.6)
G'
onde:
I ´SC = Corrente de curto circuito nas condições de referência;
G = Radiação solar;
G´ = Radiação solar de referência;
Característica I x V
4.5
3.5
3
Corrente (A)
2.5
1.5
0.5
0
0 5 10 15 20 25
Tensão (V)
Figura 3.7. Efeitos da variação da radiação solar na curva IxV de um painel fotovoltaico
66
3.4.2. Temperatura
3 ε ⎛ 1 1 ⎞
⎛ T ⎞ m ' ⎜⎜ V r −V ⎟⎟
I o = I . ⎜ r ⎟ .e ⎝ T T ⎠
r
o (3.7)
⎝T ⎠
Onde:
I or = Corrente inversa máxima de saturação do diodo (A) – Condições de referência
I
I or = Vca
cc
;
e m.VT
−1
T r = Temperatura na célula (K) – Condições de referência;
VT r = Potencial térmico da célula (V) – Condições de referência VTr = K .Tr ;
m
m´ = fator de idealidade do módulo m ' = .
N sm
⎛ I ⎞
VOC = mV
. T .ln ⎜1 + PV ⎟ (3.8)
⎝ Io ⎠
4.5
25ºC
4
35ºC
3.5
45ºC
3
Corrente (A)
2.5
1.5
0.5
0
0 5 10 15 20 25
Tensão (V)
Figura 3.8. Efeitos da variação da temperatura nas curva IxV de um painel fotovoltaico.
80
70
60
Potência (W)
50
40
30
20
10
0
0 5 10 15 20 25
Tensão (V)
Rpm v(t)
+
-
Onde:
Voc − VMPP
Rsm =
I MPP
Voc
R pm =
I CC − I MPP
Este circuito é formado por uma fonte de corrente, representado a corrente fotogerada,
em paralelo com um diodo ideal e uma fonte de tensão CC, representando a tensão de circuito
69
5.5
1000W/m2
4.5
3.5 700W/m2
Corrente (A)
2.5
1.5
0.5
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Tensão (V)
(a) (b)
Figura 3.11 – (a) Curva caracteristica de um painel fotovoltaico simulado no Software PSIM, (b) Curva
característica do painel utilizado como referência fornecida pelo fabricante [54].
2
1000 W/m
80
60
2
Potência (W)
700 W/m
40
20
0
0 5 10 15 20 25
Tensão (V)
Figura 3.12 - Curva característica de potência de um painel fotovoltaico simulado no Software Psim.
3.6. Conclusões
Capítulo 4
4.1. Introdução
A baixa eficiência de conversão das células solares e o alto custo de instalação são os
maiores obstáculos da geração de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos.
Com vistas a isto, é de fundamental importância extrair a máxima potência gerada
pelos painéis fotovoltaicos para, desta forma, aumentar a eficiência do sistema e reduzir os
custos da energia gerada. Para que este aproveitamento ocorra, faz-se necessário garantir que
o sistema opere o maior tempo possível sobre o ponto de máxima potência. Porém, como
visto no Capítulo 3, devido às características dos painéis fotovoltaicos este ponto é variável e
fortemente dependente da temperatura e radiação solar incidente.
Para garantir o funcionamento do sistema sobre o ponto de máxima potência, mesmo
com variações meteorológicas, a utilização de uma técnica que busque continuamente o ponto
de máxima potência deve ser utilizada. Assim, é possível gerar mais energia com o mesmo
número de painéis [55], podendo-se obter um incremento na geração da ordem de 15 a 30 %
[34, 45, 56].
Este capítulo apresenta as principais técnicas de busca do ponto de máxima potência
utilizadas em sistemas fotovoltaicos. As técnicas são apresentadas, simuladas e uma breve
comparação entre os resultados obtidos é realizada.
72
Nas últimas décadas, diversos métodos para busca do ponto de máxima potência
foram desenvolvidos. Segundo [55] os métodos on-line de busca do ponto de máxima
potência podem ser classificados como: Tensão Constante (CV), Perturbação e Observação
(P&O) e Condutância Incremental (IncCond).
Estas técnicas são diferenciadas pela forma com que o ponto de máxima potência é
rastreado, resultando em diferenças significativas no aproveitamento da energia gerada pelos
painéis fotovoltaicos.
Esta técnica é uma das mais simples para a busca do ponto de máxima potência. Para
rastrear o ponto de operação em que a máxima potência pode ser extraída do painel
fotovoltaico a técnica Tensão Constante considera que a tensão de máxima potência (Vmpp) de
um arranjo de painéis fotovoltaicos é de aproximadamente 76% da tensão de circuito aberto
(Voc) deste arranjo [57]. Nesta técnica o conversor é desconectado do arranjo de painéis
fotovoltaicos periodicamente, e o valor de Voc é amostrado e então o valor de Vmpp é ajustado.
A principal limitação desta técnica é a presença de erro em regime permanente, que é
resultado da relação entre a tensão de circuito aberto Voc e a tensão de operação no ponto de
máxima potência Vmpp não ser constante [55].
A simulação desta técnica, para verificar o seu funcionamento, foi realizada através do
software Matlab®, e é apresentada na Figura 4.1.
Observa-se na Figura 4.1 que independente da radiação solar incidente a potência
extraída do painel fotovoltaico apresentou erro em regime permanente. Isto se deve pelo fato
Vmpp
da relação Voc
não ser constante e igual a 0,76, como considera o algoritmo desta técnica.
Além disso, para implementar esta técnica é necessário o uso de chaves adicionais
para desconectar os painéis fotovoltaicos do conversor de potência para que as aquisições
possam ser realizadas, o que resulta em uma falta momentânea de energia.
73
Técnica Tensão Constante (CV)
90
85
80
75
Potência ideal
70
Potência
Tensão Constante
65
60
55
50
45
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Tempo
Figura 4.1 – Simulação da técnica Tensão Constante para variação de radiação solar.
Calcular Potência
P(k) = V(k)*I(k)
Não Sim
P(k) > P(k-1)
V(k-1) = V(k)
I(k-1) = I(k)
Retorna
85
80
75
70
Potência
65
60
55
50
45
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Tempo
Figura 4.3 – Resultados de simulação da técnica P&O para variação da radiação incidente
Calcular Potência
P(k) = V(k)*I(k)
Sim
P(k) = P(k-1)
No
Yes No
V(k) > V(k-1)
Retorna
Figura 4.4 - Fluxograma da técnica de busca do ponto de máxima potência Hill Climbing
80
70
60
50
Potência
40
30
20
10
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Tempo
dP d ( IV ) dI
= = I +V =0 (3.10)
dV dV dV
dV = V(k) - V(k-1)
dI = I(k) - I(k-1)
Sim
dV = 0
Não
Sim Sim
di/dV = -I/V dI = 0
Não Não
Sim Sim
di/dV > -I/V dI > 0
Não Não
V(k-1) = V(k)
I(k-1) = I(k)
Retorna
Figura 4.6 – Fluxograma do algoritmo da técnica de busca do ponto de máxima potência Condutância
Incremental.
80
70
60
50
Potência
40
30
20
10
0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
Tempo
Figura 4.7 - Resultado de simulação do algoritmo da técnica de busca do ponto de máxima potência
Incremental conductance.
4.3. Conclusões
Capítulo 5
5.1. Introdução
O estágio de entrada do sistema proposto será analisado e simulado para que seja possível
a realização de uma comparação com um sistema tradicionalmente empregado em residências
de comunidades isoladas.
PV Dpv L2 D1
S1 S3
PV
Cout
PV Lout
PV
PV
PV
PV
Figura 5.2 - Sistema fotovoltaico descentralizado apresentado Walker e Sernia em [47, 60]
Dpv L1 D1 D3
PV
S1 S3 S5
PV
Cpv S1 C1
PV Cout
Lout
C3 L3 L4
Rout
Dpv L2 D2
PV
Bat C4 S2 S4 S6
PV
Cpv S1 C2
PV
L1 L1
D1 D3 D1 D3
PV ipv1 PV ipv1
PV Vpv1 C1 Vout1 PV Vpv1 C1 Vout1
PV PV
L2 L2
D2
PV ipv2 PV ipv2
PV Vpv2 C2 Vout2 PV Vpv2 C2 Vout2
PV PV
Modo 1 Modo 2
L1 L1
D3 D3
PV ipv1 PV ipv1
L2 L2
D2
PV ipv2 PV ipv2
PV Vpv2 C2 Vout2 PV Vpv2 C2 Vout2
PV PV
Modo 3 Modo 4
Esta atuação independente de cada conversor regula a potência retirada de cada arranjo
de painéis fotovoltaicos ajustando continuamente a razão cíclica Da e Db das chaves Sa e Sb,
possibilitando assim a busca individualizada do ponto de máxima potência para cada arranjo,
conseguindo desta forma minimizar os efeitos negativos do sombreamento ou defeito de um
ou mais painéis que compõe o arranjo e maximizar a capacidade de geração de cada arranjo
de painéis fotovoltaicos.
Quando a demanda exigida pela carga for inferior a máxima potência disponibilizada
pelos painéis fotovoltaicos a estratégia de controle do sistema atua de tal forma a mover o
88
ponto de operação dos painéis fotovoltaicos para a região de tensão constante, assegurando
desta forma a tensão no barramento CC.
Há também nesta configuração, através da utilização de um controle adequado, a
possibilidade de desconexão de um dos arranjos de painéis fotovoltaicos, em casos de troca ou
manutenção de um ou mais painéis, sem comprometer totalmente o fornecimento de energia à
carga.
Nesta situação, quando um arranjo for desconectado do sistema, a tensão de saída do
conversor associado a este conversor cai a zero, e o diodo conectado em antiparalelo com a
chave é diretamente polarizado, isolando a entrada do sistema e garantindo um caminho para
a corrente. Esta situação permanece até que a chave semicondutora for acionada novamente.
Uma outra situação semelhante a esta ocorre quando houver baixa insolação ou nos
períodos da noite, onde o banco de baterias é acionado para garantir o fornecimento de
energia à carga, polarizando inversamente o diodo D3, que é colocado em série com o sistema,
isolando todo o sistema de geração da carga.
Uma outra vantagem, obtida através da utilização de sistemas descentralizados e de
técnicas de controle adequado é a redução do volume e, conseqüentemente, dos custos do
capacitor de barramento do sistema.
Este benefício pode ser alcançado pelo fato dos conversores serem controlados de
forma independente e, através da defasagem dos comandos dos conversores, como
apresentado em [61, 62] a ondulação na tensão de saída pode ser reduzido e até mesmo
eliminado, a medida que esta defasagem se aproxime dos 180º, para o caso de dois
conversores em série.
ii.) Metade dos painéis fotovoltaicos que compõe os arranjos são submetidos a uma
radiação solar de 1000W/m2, enquanto os demais painéis são submetidos a uma
radiação solar de 700W/m2, caracterizando sombreamento, falha ou
envelhecimento destes painéis.
A Figura 5.5 apresentada as curvas características IxV e PxV para um arranjo com seis
painéis fotovoltaicos conectados em série com metade de seus painéis sob uma radiação solar
de 700W/m2 e os demais sob uma radiação de 1000W/m2 e para o caso em que todos os
painéis estão sob uma radiação de 1000W/m2.
É possível verificar que o ponto de máxima potência se dá para uma tensão de
aproximadamente 111V e uma corrente de 3A para o caso em que metade dos painéis estão
sob radiação inferior aos demais e em uma tensão de aproximadamente 109V e uma corrente
de 4,4A quando todos os painéis estão sob uma radiação solar de 1000W/m2.
1000W/m2
4.5
3.5 1000-700W/m2
Corrente (A)
2.5
1.5
0.5
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Tensão (V)
(a)
90
500
1000W/m2
450
400
350
Potência (W)
300
250
2
1000-700W/m
200
150
100
50
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Tensão (V)
(b)
Figura 5.5 – (a) Curva IxV para arranjo com seis painéis fotovoltaicos, (b) curva PxV IxV para arranjo
com seis painéis fotovoltaicos
Na Figura 5.6 é apresentada as curvas características IxV e PxV para um arranjo com
3 painéis em série sob radiações solares de 1000W/m2 e 700W/m2, onde observa-se que a
máxima potência é extraída em uma tensão de aproximadamente 53V e uma corrente de 3A,
para uma radiação de 700W/m2 e em uma tensão de aproximadamente 54,5V e uma corrente
de 4,4A para uma radiação solar incidente de 1000W/m2.
5
1000W/m2
4.5
2
3.5 700W/m
Corrente (A)
2.5
1.5
0.5
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Tensão (V)
(a)
91
250
1000W/m2
200
Potência (W)
150
100 1000-700W/m2
50
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Tensão (V)
(b)
Figura 5.6 – (a) Curva características IxV para um arranjo com 3 painéis em série; (b) Curva
características PxV para um arranjo com 3 painéis em série
Figura 5.7 Potência entre ao barramento pelo Sistema fotovoltaico Centralizado sob radiação solar
uniforme de 1000W/m2
Figura 5.8 Potência entre à carga pelo Sistema fotovoltaico Centralizado considerando que metade dos
painéis esta sombreados
PV Cpv Co
PV Cpv Co
Figura 5.10. Potência entregue à carga considerando os dois arranjos de painéis sob radiação de
1000W/m2
Figura 5.11. Potência entregue ao barramento CC pelo arranjo de painéis fotovoltaicos sombreado,
radiação incidente de 700W/m2.
Figura 5.12 - Potência entregue ao barramento CC pelo arranjo de painéis fotovoltaicos sob radiação
incidente de 1000W/m2.
Figura 5.13. Potência total entregue à carga pelo sistema proposto com um dos arranjos de painéis
fotovoltaicos sombreado
97
VCARGA
Tensão (V)
VOUT_A
VOUT_B
Tempo
Figura 5.14 – Tensão na saída de cada conversor e do barramento CC com comandos em fase
VCARGA
Tensão (V)
VOUT_A
VOUT_B
Tempo
Figura 5.15 - Tensão na saída de cada conversor e do barramento CC com comandos defasados 180º
99
5.5. Conclusões
Capítulo 6
RESULTADOS EXPERIMENTAIS
6.1. Introdução
Irms1 L1 D1 Irms2
PV
PV
PV
Urms1 CO Urms2
PV Rload
S1
PV
PV
Placa de
Indutores do Fontes Isoladas
Controle
Sistema Proposto
Drive
Indutor
Drives
Sistema Proposto
Sistema Centralizado
Componente/Parâmetro Especificação/Valor
PMAX* 498,7 W
*
VMAX 136,89 V
IMAX* 4,8 A
f 30 kHz
VOUT 200 V
S1 MOSFET IRFP360LC
D1 DIODE RHRP870
CO 100μF/400V
L1 EE-65/26 Thorton = 1,5mH
*
Dados obtidos da simulação dos arranjos para uma radiação solar de 1000W/m2 e temperatura de 45ºC
103
IL 1
IOUT
4
VOUT
3
2
VIN
Figura 6.4 - Formas de onda da topologia centralizada sob radiação solar de 1000W/m2.
104
Nesta situação, foi considerado que os painéis sombreados tiveram uma redução de
30% na radiação solar incidente, o que resulta em uma redução na corrente e,
conseqüentemente, na potência gerada por estes painéis, como observado nas figuras.
IL
1
IOUT
4
3
VOUT
2
VIN
Figura 6.7 - Sistema centralizado com metade dos painéis que compõe o arranjo sob radiação de
700W/m2, onde η = P 2 .
P1
L1
Irms1 D1 Irms4
PV
Urms1
PV CO
S1
PV
Conversor B Urms4
Rload
L2
Irms2 D2
PV
Urms2
PV CO
S2
PV
Componente/Parâmetro Especificação/Valor
PMAX* 241,91 W
VMAX* 67,09 V
IMAX* 4,8 A
f 30 kHz
VOUT 100 V
S1 MOSFET IRFP360LC
D1 DIODE RHRP870
CO 100μF/400V
L1 EE-55/21 Thorton = 767μH
*
Dados obtidos da simulação dos arranjos para uma radiação solar de 1000W/m2 e temperatura de 45ºC
As Figura 6.9 e Figura 6.10 mostram as formas de onda da corrente no indutor boost,
e tensão de entrada, dos dois conversores boost utilizados na estrutura descentralizada, para o
primeiro ensaio realizado, onde se considerou que todos os painéis fotovoltaicos que
compõem o sistema estão sendo irradiados de forma uniforme por uma radiação de
1000W/m2.
108
IL_A
1
IL_B
4
VIN_A
2
Figura 6.9 – Formas de onda da corrente de entrada dos conversores A e B e tensão de entrada do
conversor A, para o sistema descentralizado com radiação incidente de 1000W/m2.
IL_A
1
IL_B
4
VIN_B
3
Figura 6.10 - Formas de onda da corrente de entrada dos conversores A e B e tensão de entrada do
conversor B, para o sistema descentralizado com radiação incidente de 1000W/m2
A Figura 6.11 mostra os resultados obtidos para este sistema utilizando o medidor de
potência Yokogawa® WT1600.
109
Figura 6.11 – Sitema descentralizado com todos os painéis fotovoltaicos sob radiação solar de 1000W/m2,
onde η = P 4 .
P1 + P 2
Verifica-se, através das tensões de entrada Urms1 e Urms2 e das correntes de entrada
Irms1 e Irms2, dos conversores A e B, respectivamente, e comparando com os dados da
Tabela 6.4, que o sistema proposto também está operando próximo do ponto de máxima
potência dos dois arranjos de painéis fotovoltaicos.
A Figura 6.11 apresenta também os valores RMS da tensão (Urms4), corrente (Irms4)
e potência (P4) disponibilizados ao barramento CC, onde a potência entregue ao barramento
ficou próxima dos 459W, valor este bastante próximo da potência disponibilizada pelo
sistema centralizado, Figura 6.5, que foi de aproximadamente 463W.
Esta redução na potência disponibilizada pelo sistema descentralizado deve-se ao fato
deste sistema apresentar uma eficiência de aproximadamente 95%, um pouco abaixo da
eficiência obtida para o sistema centralizado. Esta redução na eficiência se dá pelo aumento
do número de elementos que esta topologia apresenta.
No segundo ensaio realizado para avaliar esta topologia considerou-se, como para a
topologia centralizada, que metade dos painéis que compõem o sistema está recebendo uma
radiação solar 30% inferior que os demais painéis.
As Figura 6.12 e Figura 6.13 mostram as formas de onda das correntes e tensões de
entrada dos dois conversores para esta situação.
110
IL_A
1
IL_B
4
VIN_A
2
Figura 6.12 - Formas de onda da corrente de entrada dos conversores A e B e tensão de entrada do
conversor A, para o sistema descentralizado com um dos arranjos sob radiação de 700W/m2.
IL_A
1
IL_B
4
VIN_B
3
Figura 6.13 - Formas de onda da corrente de entrada dos conversores A e B e tensão de entrada do
conversor B, para o sistema descentralizado com um dos arranjos sob radiação de 700W/m2.
Verifica-se, nas figuras acima, que há uma defasagem entre as correntes extraídas de
cada arranjo. Isso se deve ao fato de que cada arranjo de painéis fotovoltaicos possuir seu
próprio conversor, que são capazes, através de comandos independentes, alterar a razão
cíclica e realizar a busca do ponto de máxima potência de forma independente para cada
arranjo, garantindo assim, um melhor aproveitamento da capacidade de geração de cada
arranjo.
111
Figura 6.14 - Ssitema descentralizado operando com metade de seus painéis fotovoltaicos sob radiação
solar de 700W/m2, onde η = P 4 .
P1 + P 2
VOUT
1
2
VOUT_A
VOUT_B 3
Figura 6.15 – Ondulação na tensão de saída do sistema descentralizado com razão cíclica de 0,5 e
comandos em fase.
Assim, quando os comandos das chaves estão sendo acionados com a mesma razão
cíclica e em fase, a ondulação na tensão de saída é a soma da ondulação na tensão de saída de
cada conversor.
Entretanto, se os comandos das chaves forem defasados em 180º, Figura 6.16, a
transferência de energia dos capacitores de saída de cada conversor para a carga se dará de
forma alternada, o que resulta em uma ondulação na tensão do barramento próximo a zero.
113
VOUT
VOUT_A
2
VOUT_B
3
Figura 6.16 – Ondulação na tensão de saída do sistema descentralizado com razão cíclica de 0,5 e
comandos defasados em 180º.
VOUT
1
6.5. Conclusões
Capítulo 7
CONCLUSÕES GERAIS
Foi apresentado nesta dissertação de mestrado um sistema fotovoltaico autônomo
com processamento de energia descentralizado, baseado em conversores CC-CC conectados
em série.
No capítulo 2 foram apresentados os diversos sistemas fotovoltaicos utilizados para o
aproveitamento da energia solar fotovoltaica, de acordo com a sua aplicação, e os dispositivos
que compõem um sistema fotovoltaico. Verificou-se que os sistemas fotovoltaicos possuem
uma diversidade bastante grande de configurações e topologias que podem ser utilizadas para
o tratamento da energia gerada pelos painéis fotovoltaicos.
Neste capítulo também foi apresentada uma breve descrição dos principais
componentes de um sistema fotovoltaico, dando destaque ao banco de baterias, o qual têm
papel fundamental na definição dos custos de um sistema fotovoltaico autônomo, tanto nos
custos de instalação bem como nos custos de manutenção dos sistemas se um sistema para
carga/descarga não for adequadamente projetado.
O capítulo 3 apresentou o princípio de funcionamento de uma célula fotovoltaica, o
circuito elétrico equivalente e o seu modelo matemático.
Foram analisados os fatores climáticos como temperatura e radiação solar, que
influenciam diretamente no comportamento de uma célula fotovoltaica. Os efeitos destes
fatores na curva característica I xV foram analisados e apresentados.
No capítulo 4 foram apresentadas e analisadas as principais técnicas de busca do
ponto de máxima potência utilizadas em sistemas fotovoltaicos. Dentre as técnicas abordadas
neste capítulo a que utiliza o algoritmo Condutância Incremental apresentou os melhores
resultados sem relação ao aproveitamento da energia gerada pelos painéis fotovoltaicos.
No capítulo 5 o sistema fotovoltaico baseado em uma topologia descentralizada, que
é proposto nesta dissertação, foi apresentado e analisado, destacando principais características
116
ARTIGOS PUBLICADOS:
REFERÊNCIAS
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(www.planeta.coppe.ufrj.br).
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[3] "The California Energy Crisis," in Power Engineering Society Summer Meeting, vol.
1, 2001, pp. 570 - 572.
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20.
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[6] D. C. Martins, "Conversores Estáticos de Potência Utilizados no Processamento da
Energia Solar Fotovoltaica," in Conferência Internacional de Aplicações Industriais,
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Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, 1999.
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[10] M. Viaud, "Development of the PV industry in Europe," Sustainable Energy 2005
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[11] "EPIA Road Map," European Photovoltaic Industry Association 2004.
[12] "Inserção das Energias Alternativas Renováveis no Setor Elétrico Brasileiro," 3º
Fórum Brasileiro de Energia Elétrica, 2003.
[13] H. Scheer, "Germany's 100,000 Roof Photovoltaic Programme," 1999.
[14] "Programa Luz para Todos," in Ministerio de Minas e Energia (www.mme.gov.br),
2005.
[15] N. Fraidenraich, "Tecnologia Solar no Brasil: os próximos 20 anos," 2002.
[16] Atlas de Energia Elétrica do Brasil, 2ª ed. Brasília: ANEEL, 2005.
[17] M. Ellern, G. Janólio, G. Ett, V. Ett, A. Ebesui, J. A. Jardini, and G. Y. Saiki,
"Desenvolvimento de Células a Combustível de Polímero Sólido (PEMFC) para
Aplicação em Geração de Energia Elétrica Distribuída," in II Congresso de Inovação
Tecnológica em Energia Elétrica, 2003.
[18] M. A. Galdino and J. H. G. Lima, "PRODEEM – O Programa Nacional de
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[19] T. Wu, C. Chang, and Y. Wu, "Single-Stage Converters for PV Lighting Systems with
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photovoltaic systems with unbalanced load," in IECON 2000, vol. 1, 2000, pp. 729-
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119
[58] J. L. Santos and F. L. M. Antunes, "Maximum Power Point Tracker for PV Systems,"
in RIO 03 - World Climate & Energy Event, 2003, pp. 75 - 80.
[59] Y.-T. Hsiao and C.-H. Chen, "Maximum Power Tracking for Photovoltaic Power
System," in Industry Applications Conference, vol. 2, 2002, pp. 1035 - 1040.
[60] G. R. Walker and P. C. Sernia, "Cascaded DC-DC Converter Connection of
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[61] F. Caricchi, F. Crescimbini, A. D. Napoli, O. Honorati, and E. Santini, "Testing of a
New DC-DC Converter Topology for Integrated Wind-Photovoltaic Generation
System," in 5th European Conference on Power Electronics and Applications, 1993,
pp. 83 - 88.
[62] L. Solero, F. Caricchi, F. Crescimbini, O. Honorati, and F. Mezetti, "Performance of A
10kW Power Electronic Interface For Combined Wind/PV Isolated Generating
Systems," in 27th Power Electronics Specialists Conference, vol. 2, 1996, pp. 1027 -
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[63] "Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL," in
www.eletrobras.gov.br/procel acessado em 05/03/2006.
[64] I. Barbi and D. C. Martins, Conversores CC-CC Básicos Não Isolados. Florianópolis,
2000.
122
Apêndice A
EXEMPLO DE DIMENSIONAMENTO DE
UM SISTEMA FOTOVOLTAICO
De acordo com a Tabela A.1, a residência em estudo apresenta uma carga instalada de
850 Watts e um consumo diário de aproximadamente 2056 Wh.
Estes dados são de suma importância para o dimensionamento do arranjo de painéis
fotovoltaicos, banco de baterias e demais componentes do sistema fotovoltaico.
MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Radiação 5,97 5,61 4,86 4,03 3,14 2,50 2,81 3,44 4,19 5,67 6,61 6,97
MÍNIMO : 2,50 MÁXIMO : 6,97 MÉDIA : 4,65
Através dos resultados apresentados, Tabela A.2, pode-se verificar que a cidade de
Santa Maria possui uma incidência solar média anual de 4,65 kWh/m2 e uma incidência de 2,5
kWh/m2 para o mês de junho, mês com a menor incidência solar durante o ano.
O projeto de um sistema fotovoltaico deve garantir o fornecimento de energia elétrica
para a residência durante todos os meses do ano, por isso, no dimensionamento de um sistema
fotovoltaico deve-se levar em consideração o menor índice de radiação durante o ano.
Entretanto, um equívoco que ocorre durante o processo de dimensionamento de um sistema
fotovoltaico é a utilização dos índices de radiação solar no plano horizontal, da forma como
geralmente estas informações são encontradas nos mapas solarimétricos.
O software SUNDATA fornece, além dos índices de radiação para o plano horizontal,
os índices para dois diferentes ângulos de instalação dos módulos solares: ângulo no qual se
obtém maior média diária de incidência solar durante o ano e, o para o ângulo que fornece o
maior valor mínimo mensal de radiação solar.
Tabela A.3 - Índices de radiação solar em Santa Maria com um ângulo de instalação de 50º, maior valor
mínimo mensal de radiação solar
MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Ângulo de
4,44 4,65 4,71 4,78 4,56 3,86 4,25 4,34 4,34 4,94 4,98 4,93
instalação(50N):
MÍNIMO: 3,86 MÁXIMO: 4,98 MÉDIA: 4,56
Com a instalação dos painéis fotovoltaicos com um ângulo de 50º a incidência média
anual é reduzida, Tabela A.3, porém, um melhor aproveitamento da radiação solar durante os
meses de inverno é alcançado, reduzindo assim o número de painéis fotovoltaicos necessários
para garantir o fornecimento de energia para a carga nestes meses, quando comparado a um
projeto realizado com os dados de incidência solar no plano horizontal.
Assim, o projeto de um sistema fotovoltaico para a cidade de Santa Maria deve ser
realizado considerando uma radiação de 3,86 kWh/m2,Tabela A.3.
125
A.3. Projeto
$10.000,00
$9.000,00
$8.000,00
$7.000,00
$6.000,00
$5.000,00
$4.000,00
$3.000,00
$2.000,00
$1.000,00
$-
GE 50W Kyocera BP 50W BP 80W Shell Kyocera Sharp Kyocera BP
50W 80W 120W 123W 125W 125W
o Projeto
O projeto dos painéis fotovoltaicos bem como do banco de baterias é realizada em função
da corrente consumida pela carga.
Desta forma temos:
Consumo em Ah:
2056Wh
= 85, 67 Ah / dia (A.1)
24V
85, 67
= 108, 26 Ah / dia (A.2)
(0,85 × 0,98 × 0,95)
128
3,86[kWh / m 2 ]
SP = = 3,86 (A.3)
1[kWh / m 2 ]
Tabela A. 5 - Fator de correção de corrente dos módulos fotovoltaicos de acordo com material.
Fator de Correção
Tipo de módulo Valor
Cristalino 0,9
Amorfo 0,7
129
Como os painéis escolhidos para este sistema são de silício multicristalino, o fator de
correção aplicado é 0,9. Assim, a capacidade de produção do painel fica:
Como não se trabalha com fração de painéis, arredonda-se para 7 painéis em paralelo.
Sendo a tensão de operação do sistema 24 volts, são necessários dois painéis em série
para atingirmos este nível de tensão.
Logo, o total de módulos necessários para fornecer energia para a residência em
estudo será:
7 p × 2s = 14 módulos (A.7)
21
Nº de baterias
Vida útil
18
Custo em Reais (x10.000)
15
12
0
0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
Profundidade de descarga
De acordo com a Figura A. 3, a melhor opção para a capacidade das baterias a ser
utilizada no banco de baterias, com relação aos custos, é de 150 Ah.
10000
9000
8000
7000
Custos (R$)
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
36 45 63 105 150 175 220
Capacidade (Ah)
0,4
0,35
0,3
Volume (m3)
0,25
0,2
0,15
0,1
0,05
0
36 45 63 105 150 175 220
Capacidade (Ah)
Entretanto, a opção por baterias de menor capacidade ocasionaria uma elevação nos custos
do banco de baterias, conforme Figura A. 3, mantendo-se então, como melhor opção a
utilização de baterias de 150 Ah.
o Projeto
Como não se trabalha com fração de baterias, arredonda-se para 5 (cinco) baterias em
paralelo.
133
5 p x 2s = 10 baterias (A.12)
134
Apêndice B
Este apêndice apresenta o projeto dos conversores elevadores utilizados nos dois
protótipos implementados em laboratório.
Componente/Elemento Especificação/Parâmetro
PMAX 498,7 W
VMAX 136,89 V
IMAX 4,8 A
ΔIL 20 %
f 30 kHz
VOUT 200 V
ΔVOUT 1%
onde:
D = Razão Cíclica;
Vi = Tensão de entrada (V);
200 − 136,8
D= = 0,316 (B.2)
200
• Indutor
Vi × D
L= (B.3)
f s × ΔI
onde:
L = Indutância do Conversor Elevador (H);
Vi = Tensão de entrada (V);
D = Razão Cíclica;
f s = Freqüência de chaveamento do Conversor (Hz);
ΔI = Ondulação de corrente no indutor (A).
Assim,
136,8 × 0,316
L= = 1,501mH (B.4)
30 × 103 × 0,960
y Capacitor de entrada:
L × I × ΔI
Ce = (B.5)
Vi × ΔVi
onde:
Ce = Capacitância de Entrada (F);
I = Corrente de Entrada (A);
136
Assim,
y Capacitor de Saída:
Po
×D
Vo
Co = (B.7)
f s × ΔVo
onde:
Co = Capacitância de Saída (F);
Assim,
498, 7 × 0,316
Co = 200 = 13,13μ F (B.8)
30 × 103 × 2
137
Segundo [25], o indutor do conversor elevador pode ser determinado como segue:
y Determinação do núcleo:
Assim,
Com o valor obtido em (B.10) e de acordo com a Tabela B.2, deve-se escolher o
núcleo EE-55/21, porém utilizando este núcleo o projeto não é executável. Desta maneira,
optou-se por utilizar o núcleo EE-65/26, que é o próximo maior, disponível no laboratório.
138
onde:
le = comprimento magnético;
Vt = volume de ferrite.
y Dimensionamento do condutor:
Assim,
4,8
ST = = 0, 0106cm 2 (B.14)
450
ρ
φmáx = 2 ⋅ Δ = 2 ⋅ (B.15)
π ⋅ μ0 ⋅ μ r ⋅ f s
onde:
φmáx = diâmetro máximo do condutor (cm);
Δ = profundidade de penetração da corrente no condutor (cm);
μ0 = permeabilidade do ar ( μ0 = 4 ⋅ π ⋅10−7 H / m );
μr = permeabilidade relativa do condutor ( μr cobre = 1 );
Assim,
1, 72 ⋅10−4
φmáx = 2⋅Δ = 2⋅ = 0, 0762cm (B.16)
π ⋅ 4 ⋅ π ⋅10−7 ⋅1⋅ 30 ⋅103
Corrente
Diâmetro Área do Diâmetro Área do
OHMS/cm OHMS/cm para J =
AWG do cobre cobre isolamento isolamento
(20°C) (100°C) 450A/cm2
(cm) (cm2) (cm) (cm2)
(A)
10 0,259 0,052620 0,273 0,058572 0,000033 0,000044 23,679
11 0,231 0,041729 0,244 0,046738 0,000041 0,000055 18,778
12 0,205 0,033092 0,218 0,037309 0,000052 0,000070 14,892
13 0,183 0,026243 0,195 0,029793 0,000066 0,000080 11,809
14 0,163 0,020811 0,174 0,023800 0,000083 0,000111 9,365
15 0,145 0,016504 0,156 0,019021 0,000104 0,000140 7,427
16 0,129 0,013088 0,139 0,015207 0,000132 0,000176 5,890
17 0,115 0,010379 0,124 0,012164 0,000166 0,000222 4,671
18 0,102 0,008231 0,111 0,009735 0,000209 0,000280 3,704
19 0,091 0,006527 0,100 0,007794 0,000264 0,000353 2,937
20 0,081 0,005176 0,089 0,006244 0,000333 0,000445 2,329
21 0,072 0,004105 0,080 0,005004 0,000420 0,000561 1,847
22 0,064 0,003255 0,071 0,004013 0,000530 0,000708 1,465
23 0,057 0,002582 0,064 0,003221 0,000668 0,000892 1,162
24 0,051 0,002047 0,057 0,002586 0,000842 0,001125 0,921
25 0,045 0,001624 0,051 0,002078 0,001062 0,001419 0,731
26 0,040 0,001287 0,046 0,001671 0,001339 0,001789 0,579
27 0,036 0,001021 0,041 0,001344 0,001689 0,002256 0,459
28 0,032 0,000810 0,037 0,001083 0,002129 0,002845 0,364
29 0,029 0,000642 0,033 0,000872 0,002685 0,003587 0,289
30 0,025 0,000509 0,030 0,000704 0,003386 0,004523 0,229
31 0,023 0,000404 0,027 0,000568 0,004269 0,005704 0,182
32 0,020 0,000320 0,024 0,000459 0,005384 0,007192 0,144
33 0,018 0,000254 0,022 0,000371 0,006789 0,009070 0,114
34 0,016 0,000201 0,020 0,000300 0,008560 0,011437 0,091
35 0,014 0,000160 0,018 0,000243 0,010795 0,014422 0,072
36 0,013 0,000127 0,016 0,000197 0,013612 0,018186 0,057
37 0,011 0,000100 0,014 0,000160 0,017165 0,022932 0,045
38 0,010 0,000080 0,013 0,000130 0,021644 0,028917 0,036
39 0,009 0,000063 0,012 0,000106 0,027293 0,036464 0,028
40 0,008 0,000050 0,010 0,000086 0,034417 0,045981 0,023
41 0,007 0,000040 0,009 0,000070 0,043399 0,057982 0,018
141
O número total de condutores que devem ser associados em paralelo é obtido pela
equação (B.17):
ST
nf = (B.17)
Sf
onde:
n f = número de condutores em paralelo;
Assim,
0, 0106
nf = = 1, 68 ≅ 2 condutores (B.18)
63 ⋅ 0, 0001
A porcentagem da área da janela do carretel ocupada pelos condutores é dada pela
equação (B.19):
n f ⋅ N ⋅ S fi ⋅100
S% = (B.19)
Aw
onde:
S% = percentual da área da janela ocupada;
Assim:
2 ⋅ 50 ⋅ 0,011 ⋅100
S% = = 29, 73% (B.20)
3, 7
y Determinação do entreferro:
Assim,
50 2 ⋅4 ⋅ π ⋅10−7 ⋅1 ⋅ 5,32 ⋅10−2
lg = = 1,11mm (B.22)
1,501 ⋅10−3
Sendo o núcleo escolhido do tipo EE, pode-se dividir o entreferro em duas partes
iguais. Com isto, a perna central (que tem seção transversal igual ao dobro das pernas laterais)
fica com a metade do valor do entreferro, e as pernas laterais com a outra metade.
y Possibilidade de execução
• MOSFET
A chave semicondutora deve ser escolhida em função da tensão e corrente máxima
circulante pelo MOSFET.
143
A corrente e tensão máxima aplicada na chave é dada pelas equações (B.27) e (B.28),
respectivamente:
ΔI L
ISWmax = I i + (B.27)
2
I SWmax = 5, 28 A
(B.29)
VSWmax = 200V
IRFP360LC
VDSS 400 V
ID 14 A
RDS(ON) 0,20 Ω
• DIODO
O diodo é escolhido de acordo com a máxima tensão reversa aplicada a ele e a
corrente média a ser conduzida, onde:
I D = Io (B.30)
VD = Vout (B.31)
144
Assim, aplicando os valores apresentados na Tabela B.1 nas equações (B.30) e (B.31)
tem-se:
I D = 2.48 A
(B.32)
VD = 200V
IRF20CTH03
VR 700 V
IF(AV) 8A
Trr 60 ηs
Componente/Elemento Especificação/Parâmetro
PMAX 242 W
VMAX 67,1 V
IMAX 4,8 A
ΔIL 20 %
f 30 kHz
VOUT 100 V
ΔVOUT 1%
145
IRF20CTH03
L1, L2 EE-55/21 Thorton = 766,5μH
Ce 78,45μF
Co 26,54μF
S1, S2 MOSFET IRFP360LC
D1, D2 DIODE RHRP870