2012 - Emerson Charles Martins Da Silva - 2009-1 PDF
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Estadual de Londrina
CENTRO DE TECNOLOGIA E URBANISMO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
PROGRAMA DE MESTRADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
Londrina
2012
Emerson Charles Martins da Silva
Londrina
2012
Catalogação na publicação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca
Central da Universidade Estadual de Londrina.
CDU 621.314
Emerson Charles Martins da Silva
COMISSÃO EXAMINADORA
_____________________________________
Prof. Dr. Carlos H. G. Treviso – UEL
_____________________________________
Prof. Dr. Aziz Elias Demian Junior – UEL
__________________________________
Prof. Dr. Luiz Carlos de Freitas – UFU
Ao Prof. Dr. Carlos H. G. Treviso, que com sabedoria, experiência e muita dedicação me
orientou nesse trabalho, reservando grande parte do seu tempo de trabalho à minha causa, me
proporcionando uma imensa oportunidade de conhecer, praticar e adquirir grande interesse pela
pesquisa.
Aos amigos mestrandos Flávio Rossini, Fábio Gentilin, e todos os colegas que juntos
participaram e ainda participam dessa etapa de conhecimento e lutas.
A minha mãe que tanto me apoia em todas as jornadas de minha vida, e a meu pai (in
memoriam), que infelizmente não pode ver a realização desse sonho, mas sempre esteve do meu
lado enquanto pôde.
E a Deus, que na figura sagrada me fez, e me faz acreditar que temos uma missão a
cumprir, e que todos nós somos importantes uns aos outros, e podemos fazer um mundo melhor
a cada dia, mesmo com pequenos gestos.
OBRIGADO A TODOS!
SILVA, EMERSON C. M. inversor de tensão com topologia push-pull para injeção de
potência na rede elétrica com modulação SPWM. 2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Elétrica)– Universidade Estadual de Londrina.
RESUMO
ABSTRACT
This paper presents a proposal for a voltage inverter based on the push-pull topology for
power injection of the power grid and can be deployed in a system of co-generation of energy
from a source of DC power whatsoever.
An analysis is made of the push-pull converter topology and displayed using the same
concepts, and thus is presented the theoretical results and practical development of a prototype
with the technique used.
1. INTRODUÇÃO GERAL
Nos últimos meses do ano de 2008 e ao longo do ano de 2009, a crise internacional impôs
um comportamento diferente de industrialização e consumo em praticamente todos os países,
afetando assim também diretamente o mercado de energia elétrica brasileiro, com forte
retração do consumo industrial de eletricidade. Os segmentos da metalurgia que dedicam parte
da sua produção ao mercado externo, como a indústria siderúrgica foram dos segmentos
industriais muito atingidos tanto a nível nacional quanto mundial.
Para a minimização dos efeitos da crise, o governo brasileiro tomou algumas medidas de
incentivo à produção sendo entre elas destaca-se a redução do imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) para veículos automotores e eletrodomésticos.
Como consequência, a demanda interna manteve-se aquecida ao longo de 2009, refletindo
em expressivo crescimento das demandas residencial e comercial de energia elétrica ao longo
do ano, e a indústria, que viu a sua produção cair abruptamente a partir de outubro, novembro
de 2008, tendo atingido o fundo do poço nos meses de janeiro e fevereiro de 2009, iniciou um
processo de recuperação gradual, tipicamente “em V”, a partir de março e abril desse ano [7].
As ações que têm sido tomadas pelos governos dos principais países atingidos
deverão fazer com que a economia mundial volte a patamares de crescimento sustentado a
partir de 2011. Além disso, em termos de perspectivas para os próximos anos, predomina entre
os analistas a visão de que a recuperação de alguns países emergentes, entre os quais se
destaca o Brasil, deverá ser mais acelerada [7].
Logo a preocupação com a demanda exigida de energia elétrica em função da produção
da mesma deve ser levada em consideração, pois o crescimento da economia esbarra na
capacidade de fornecimento de energia para tal crescimento. [7].
A tabela 1 apresenta uma estimativa estudada pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética)
para os grandes consumidores de energia separados por regiões para os próximos 10 anos.
No entanto, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica 2006- 2015, com o
aproveitamento da bacia do Amazonas nos locais onde acredita-se não possuir um impacto
ambiental relevante, e das demais bacias, até um índice de 70%, será possível suprir a
crescente demanda até 2015. Em 2030, estima-se um consumo de energia elétrica entre 950 e
1.250 TWh/ano, sendo que o consumo atual situa-se em torno de 371.5 TWh em 2007 [6].
Essa diferença exigirá investimentos pesados na expansão da oferta de energia elétrica.
No caso deste fornecimento ser realizado por usinas hidrelétricas, mesmo com uma instalação
adicional de 120 mil MW, o que eleva para 80% o uso do potencial, ainda assim poderia não
ser suficiente para atender a demanda em 2030, como mostra o gráfico 2 a seguir, onde tem-se
um déficit entre geração e demanda abordado em [7].
INTRODUÇÃO
A figura 5 mostra algumas formas de ondas do conversor push-pull onde, a figura 5(a)
mostra a tensão em uma das chaves, a figura 5 (b) mostra a corrente na chave T1, a figura 5 (c)
mostra a corrente na chave T2 e os pulsos no indutor L1 são mostrados pela figura 5 (d) que
tem a frequência o dobro da frequência do transformador, e a largura de pulso deve ser menor
que 50% para que não tenha a condução simultânea dos transistores.
19
Figura 6 - A-) Excursão no primeiro e terceiro quadrante da Curva B-H; B-) Corrente de
magnetização no transformador e C-) Tensão sobre uma das chaves.
20
O inversor utilizado tem sua topologia descrita no item 2.6, onde, primeiramente é
apresentado o funcionamento global, e mais adiante o mesmo é desmembrado em módulos a
fim de se dar entendimento a cada parte em seu conteúdo teórico, dimensionamento de
componentes e resultados práticos.
A fundamentação inversora de potência como já citada, foi baseada no conversor
PUSH_PULL onde, com a utilização de dois conversores, um trabalhando no semiciclo
positivo e outro no semiciclo negativo no modo contínuo de corrente é possível elevar a tensão
da fonte de alimentação que para o caso é de 12VCC, e obter a inversão de uma tensão para
uma tensão alternada de 127VRMS que poderá ter sua potência inserida em conjunto com a rede
elétrica da concessionária.
É importante também ressaltar o tipo de modulação utilizada para o acionamento das
chaves, pois o sinal de saída do inversor terá de se na forma senoidal, logo o ciclo ativo das
chaves é variante no tempo, e modulado por uma amostra do sinal da rede elétrica para
perfeito sincronismo, assim a seguir é apresentado um resumo sobre modulação, deixando
claro que existem outros tipos de modulação não tratados aqui.
2.5 MODULAÇÃO
tem-se aqui uma modulação por largura de pulsos nos dois sentidos de corrente. [AHMED,
2000].
A modulação por largura de pulso senoidal SPWM unipolar é feita também com a
comparação de dois sinais, mas a diferença é que os limites das formas de ondas podem
assumir valores positivos e negativos como é apresentado na figura 8 onde, vR(t) é um sinal
senoidal de referência com amplitude Vm e frequência fm igual a frequência de saída do sinal
SPWM requerido é comparado com um sinal da portadora triangular vC(t) de alta frequência
com amplitude Vc e frequência fc. A largura de pulso ativo é dada quando vR(t)> vC(t) no
semiciclo positivo e vR(t)< vC(t) no semiciclo negativo [HART,2012].
22
Dessa maneira, visa-se conseguir uma forma de onda senoidal na carga, e para o caso foi
utilizado um filtro passa baixas LC na saída para filtrar as componentes de alta freqüência do
inversor. Assim um esquema equivalente de funcionamento da parte inversora é apresentado
na figura 9 tendo seu funcionamento descrito na sequência.
Em malha aberta, uma amostra da forma de onda senoidal de tensão da rede elétrica é
retificada (não filtrada) e comparada com a forma de onda triangular gerada pelo circuito de
comando. Assim o resultado dessa comparação é uma forma de onda quadrada, variando a
largura de pulso conforme o valor da senóide fica maior que a onda triangular.
Esse sinal resultante (SPWM) é então utilizado para o acionamento das chaves, mas para
que isso seja possível esse sinal tem de ser dividido entre as chaves que atuam no semiciclo
positivo e as chaves que atuam no semiciclo negativo que será descrito posteriormente na
apresentação do circuito de comando. Na figura 10 é apresentada a sequência de acionamento
das chaves que será dividida em 2 partes com 4 passos cada.
Passo 1: a chave CH1 conduz magnetizando o enrolamento LP2 e induzindo tensão nos
enrolamentos secundários, para garantir o sentido da corrente na carga a chave CHS1 também
deve conduzir e o sentido da corrente é apresentado na figura 11, levando-se em consideração
as linhas em negrito e sentido da corrente nos diodos que conduzem nesse momento sendo que
as demais chaves ficam abertas.
24
Figura 11 - Passo 1
Passo 2: a chave CH1 para de conduzir, CHS1 permanece conduzindo e CHS2 entra em
condução, isso equivale ao tempo morto entre as chaves CH1 e CH2, fazendo com que o fluxo
de corrente entre em roda livre, e a tensão nos enrolamentos seja nula, conforme a figura 12.
Figura 12 - Passo 2
Passo 3: a chave CH2 passa a conduzir induzindo tensão com polaridade oposta ao passo
1.Logo para manter o sentido da corrente na carga, CHS1 deixa de conduzir e CHS2
permanece conduzindo conforme mostra a figura 13.
25
Figura 13 - Passo 3
Passo 4: é o tempo morto entre CH1 e CH2 , onde somente CHS1 e CHS2 conduzem,
fazendo com que o fluxo de corrente entre em roda livre e a tensão nos enrolamentos seja nula,
conforme mostra a figura 14.
Figura 14 - Passo 4
Passo 5: a chave CH3 conduz magnetizando o enrolamento LP4 e induzindo tensão nos
enrolamentos secundários, para garantir o sentido da corrente na carga a chave CHS2 também
deve conduzir e o sentido da corrente é apresentado na figura 15 levando-se em consideração
as linhas em negrito e sentido da corrente nos diodos que conduzem nesse momento sendo que
as demais chaves ficam abertas.
26
Figura 15 - Passo 5
Passo 6: a chave CH3 para de conduzir e CHS1 entra em condução, isso equivale ao
tempo morto entre as chaves CH1 e CH2, fazendo com que o fluxo de corrente entre em roda
livre, e a tensão nos enrolamentos seja nula, conforme a figura 16.
Figura 16 - Passo 6
Passo 7: A chave CH4 conduz induzindo uma tensão nos enrolamentos secundários com
polaridade oposta ao passo anterior, para manter o sentido da corrente CHS2 deixa de conduzir
e CHS1 passa a conduzir, conforme apresenta a figura 17.
27
Figura 17 - Passo 7
Passo 8: A chave CH3 para de conduzir e temos um tempo morto de CH3 3 CH4,
enquanto CHS1 e CHS2 conduzem simultaneamente proporcionando o fluxo de corrente em
roda livre conforme figura 18.
Figura 18 - Passo 8
CONCLUSÃO
Observou-se através dos 8 passos descritos anteriormente que com a utilização dos dois
conversores push-pull consegue-se além da elevação de tensão, uma isolação em relação aos
circuitos de comando e controle e também a inversão do sentido da corrente pela carga,
caracterizando assim uma forma onda de corrente alternada.
28
3. CIRCUITO DE COMANDO
INTRODUÇÃO
2 V Vc
fo (1)
R1.C1 V
* 2KΩ≤R1≤20KΩ * ¾ V+≤VC≤V+
* fo <1MHz * 10V≤V+≤24V
31
A forma de onda de saída desejada para o inversor será modulada para valores positivos e
negativos para que possa ser filtrada e obter uma forma de onda senoidal para injeção de
potencia na rede, mas as chaves são todas ativadas com o gate em nível alto, sendo assim é
necessário a separação dos pulsos relativos aos semiciclos positivos e semiciclos negativos,
fazendo-os sempre com valores positivos, com isso é necessário que no semiciclo positivo da
senóide da rede os pulsos sejam direcionados para as chaves do conversor 1, e no semiciclo
negativo da rede elétrica os pulsos sejam direcionados as do conversor 2.
O circuito separador de pulso consiste em primeiramente comparar a senóide com um
nível GND em dois comparadores analógicos onde, em um deles a porta inversora estará
conectada ao GND e a porta não inversora à senóide onde, quando a tensão da senóide estiver
no semiciclo positivo (valor maior que GND) a saída do respectivo comparador assume nível
alto. Para o segundo comparador a situação se inverte, ou seja, a entrada não inversora é
conectada ao GND, logo, quando a tensão da senóide estiver no seu ciclo negativo (menor que
GND), a tensão na saída assume valor alto. Verifica-se que no semiciclo positivo o primeiro
comparador fica em nível alto e no semiciclo negativo o outro vai para nível alto.
Utilizando então esses dois sinais pode-se fazer uma lógica booleana com essas duas
saídas e o sinal PWM gerado na saída do circuito comparador de modo que, quando a saída do
comparador 1 do estiver em nível alto, o sinal PWM seja direcionado a uma saída que vai para
as chaves responsáveis pelo semiciclo positivo e, quando a saída do comparador 2 estiver em
nível alto, o sinal PWM seja direcionado para as chaves que controlam o semiciclo negativo.
A maneira de direcionar então os pulsos para as chaves consiste em fazer uma lógica AND
entre o nível alto das saídas dos comparadores analógicos com o sinal PWM onde, a saída
PWM vai estar presente na saída da lógica AND somente quando uma de suas entradas estiver
em nível alto de acordo com a saída dos comparadores. O circuito completo separador de
pulsos implementado, é apresentado pela figura 24.
34
depois realizado uma lógica AND entre o sinal do semiciclo referido e as saídas Q e Q , o
circuito integrado utilizado que faz a lógica combinacional necessária para o acionamento que
é o TC4013 que tem seu diagrama esquemático apresentado no anexo G.
As saídas Q dos flip-flop’s são interligadas às entradas D, logo, a cada pulso de clock as
mesmas invertem o seu estado lógico. Dessa forma, nas entradas das portas ANDs (CD 4081),
temos a lógica sempre entre o sinal PWM que deve estar em 1 para que se tenha saída =1 e o
valor lógico 1 respectivo de uma das saídas do flip-flop, garantindo assim que as chaves nunca
conduzirão ao mesmo tempo e quando o sinal PWM estiver em zero garante o tempo morto
entre as duas chaves, salientando também que as entradas SET e RESET dos flip flop´s foram
ligadas ao potencial VSS(12Vcc) para que as mesmas fiquem inabilitadas.
O circuito completo separador de pulsos das chaves do primário do ciclo positivo como
do ciclo negativo é apresentado na figura 25.
35
Conforme visto no capítulo 2 figura 10, as chaves CHS1 e CHS2 do secundário são
ativadas sempre junto com alguma chave do primário, e como será apresentado
posteriormente, as chaves do secundário são isoladas eletricamente das chaves do primário,
devido a isso ocorre um atraso no acionamento das mesmas, atraso esse verificado na prática
em torno de 300ns, o que já é suficiente para provocar maior aquecimento nas chaves, pois as
chaves do primário quando ativadas fornecerão energia ao primário transformador, mas a
liberação ou não da passagem de corrente no secundário depende do acionamento das chaves
CHS1 e CHS2 que terão de ser acionadas ao mesmo tempo que as chaves do primário
respeitando a ordem da figura 10.
Um circuito de atraso teve de ser implementado na saída dos sinais que ativam as chaves
do primário para que se possa ter um ajuste do tempo de condução entre a chave do secundário
e a do primário respectivo no mesmo momento, assim uma constante de tempo RC ajustável
foi inserida no caminho entre a saída dos pulsos para o primário do circuito de dispato, e os
gates das chaves do primário do circuito de potência. Para que o sinal mantenha a
característica da saída do circuito separador foi também inserida uma lógica AND para manter
o sinal na forma quadrada.
Os valores para os capacitores foram de 27pF e os resistores variáveis de 20KΩ, o que
implica em uma constante de tempo de até 0.54µs, o suficiente para o ajuste. A figura 26
apresenta o circuito de atraso, posteriormente é descrito o driver de acionamento das chaves do
secundário e assim apresentado as formas de ondas nos gates dos primários e secundários
levando–se em consideração o circuito com atraso e sem atraso.
36
Os pulsos das chaves do secundário são formados a partir de lógica combinacional das
chaves do primário, onde os pulsos de controle da chave CHS1 são formados pela lógica
XNOR entre os pulsos de CH2 e CH3 e os pulsos de controle da chave CHS2 são formados
pela lógica XNOR entre CH1 e CH4, o que pode ser verificado na figura 10 do capítulo 2.
O circuito integrado que faz a lógica XNOR utilizado foi o CD 4077, que tem o seu
diagrama equivalente e sua tabela verdade apresentados no anexo H.
O circuito que forma os sinais de controle de pulsos para as chaves do secundário é
apresentado na figura 27, verifica-se que os sinais de entrada provém do circuito de formação
dos sinais do primário, mas o sinal é retirado antes do circuito de atraso, para que no ajuste se
consiga gerar o atraso somente nas chaves do primário já que o os pulsos do secundário são os
que já estão atrasados devido ao acoplamento óptico.
CONCLUSÃO
4. CIRCUITO DE CONTROLE
Assim quando o inversor trabalhar em malha fechada, desconectado da rede elétrica, pode
alimentar cargas de potências variáveis dentro do limite de potência do inversor, que a ação
integral fará a correção aumentando ou diminuindo o ciclo ativo do sinal PWM, tendendo a
manter a tensão de saída sempre próxima a 127VRMS.
Quando o inversor for conectado à rede elétrica teremos um comportamento diferente,
pois, a tensão de saída estará fixada pela rede elétrica, pois, a saída do inversor estará em
paralelo com a rede. Assim o controle com realimentação em forma de tensão não atuará nesse
modo de trabalho, mas o inversor poderá detectar a variação de corrente na carga, pela
presença ou ausência de tensão da rede, logo, dessa maneira quando não houver tensão na rede
para comparação, têm-se o valor zero de tensão na saída da ação integral, proporcionando um
valor zero de tensão na comparação e assim a inibição do sinal PWM, anulando todos os
pulsos das chaves. O comportamento citado é esperado e previsto para que o inversor só injete
potência na rede em conjunto com a potência da mesma, o que prevê uma situação de
segurança onde em caso de desligamento da rede elétrica para manutenção, a rede fique
totalmente desenergizada.
CONCLUSÃO
5. CIRCUITO DE POTÊNCIA.
INTRODUÇÃO
Para o acionamento dos gates das chaves do primário foi utilizado um arranjo com dois
transistores complementares (NPN e PNP) que formam basicamente uma chave digital,
garantindo que quando o transistor NPN conduz fornece nível alto para o gate e quando PNP
conduz fornece nível baixo para o gate, determinando a condução e não-condução das chaves
[HART, 2012]. Na figura 29 é apresentado o circuito de drive do primário, sendo que cada
chave possui um circuito deste.
Para uma melhor estabilidade de tensão e filtragem para o circuito de potência, foi
adicionada uma associação de capacitores em paralelo com a alimentação dc, ou seja, um
banco de capacitores. No entanto, um capacitor quando totalmente descarregado se comporta
como um curto-circuito no momento de sua energização, sendo assim todas as vezes em que o
inversor for energizado e os capacitores estiverem descarregados, ocorrerá o comportamento
de uma corrente muito alta chamada de INRUSH [RASHID, 1999]. Para evitar esse
comportamento foi adicionado ao projeto um circuito denominado de CIRCUITO DE PRÉ-
CARGA.
O circuito de pré-carga consiste em alimentar por alguns instantes o sistema com a
corrente limitada por um resistor de pré-carga, assim a corrente de inrush que irá carregar os
capacitores será bem menor e aceitável, após um tempo o resistor de pré-carga é então curto-
circuitado pelo contato de um relé (K1) e a partir daí, o circuito passa a receber toda a energia
da fonte de tensão contínua, pois o resistor não tem mais efeito sobre circuito.
O acionamento do relé é efetuado devido ao disparo de um SCR que tem seu gate
acionado por um circuito RC ajustável onde, somente depois de um tempo energizado o
contato do relé vai colocar o resistor em by-pass, tempo esse suficiente para carregar os
capacitores a um valor que não provoque mais uma corrente alta de inrush. A figura 32
apresenta o circuito de pré-carga utilizado.
Para garantir que as chaves do circuito secundário, após a condução, entre totalmente em
corte, foi desenvolvido um circuito de adequação de nível de tensão dc onde, o referencial para
os gates está abaixo do valor de 0V da fonte, isto é, variando em torno -3,6V a 12.4V
(variação de 16 V que é a alimentação da fonte auxiliar) garantindo o corte das chaves no
momento correto. A figura 33 apresenta o circuito do drive das chaves do secundário.
O sinal de saída de tensão do inversor, devido aos transistores trabalharem como chaves,
ou seja, somente em dois estados (condução e não condução) é de forma quadrada, pois as
chaves não assumem valores de tensões e correntes intermediários. Dessa forma para se obter
um sinal senoidal na saída do inversor, as componentes de alta frequência (40Khz) devem ser
excluídas, ou seja, uma atenuação eficaz dessas componentes fará com que o sinal de saída
tenha a forma senoidal com frequência ditada pelo sinal modulante de 60Hz, que é a
frequência compatível com o sistema elétrico brasileiro.
45
Os Filtros são circuitos que separam sinais desejados de indesejados, bloqueiam sinais de
interferência, reforçam determinados sinais, deixam passar ou impedem a passagem de uma
determinada banda de frequência, e podem ser divididos em filtros ativos e passivos.
Filtros passivos: normalmente compostos por resistores, capacitores e indutores, não têm
ganho em potência. Estes funcionam bem em altas freqüências (acima de 100KHz), abaixo
disso os indutores geralmente são volumosos e não são construídos na forma de circuitos
integrados, e exige um cuidado maior para efetuar a sua sintonia.
Filtros ativos: normalmente compostos por resistores, capacitores e amplificadores
operacionais, têm ganho em potência, são construídos na forma de circuitos integrados e fáceis
de sintonizar [SEDRA].
O filtro utilizado na saída do inversor é do tipo passivo, e tem a função de passa-baixas,
ou seja, o mesmo deve impedir que as frequências oriunda do chaveamento dos transistores,
acima da frequência de corte (4Khz) passe pela carga. Como a frequência desejada que é 60Hz
está dentro da faixa permitida para o caso.
A figura 36 apresenta o circuito de filtro LC implementado na saída com inversor.
CONCLUSÃO.
Foi visto no circuito de potência que além das chaves que fazem a transferência de
energia para a carga, estão também presentes os circuitos snubber, circuito regenerativo,
circuito isolador óptico, circuito de pré-carga e filtro LC de saída, que em conjunto, fazem
além do fornecimento de energia, as funções citadas em cada bloco para que se tenha na saída
uma forma de onda senoidal livre de interferências. Com devido aproveitamento de energia
oriunda das regenerações e proteções dos dispositivos durante o momento da energização do
sistema, pode-se fazer a transferência de potência para a rede elétrica em forma de corrente
desde que a tensão de saída do inversor esteja sincronizada com a rede, pois caso contrário
pode-se ter perdas maiores na transferência e até a queima dos componentes de potência
devido à soma das tensões da rede com da saída do inversor caso não estejam sincronizados.
46
INTRODUÇÃO.
Dados do inversor:
POUT 100
I RMS 0,787 A (3)
VRMS 127
Como a corrente é dividida metade para cada enrolamento secundário, tem-se então a
corrente como:
0,787
I SAÍDA 0,394 A (4)
2
Onde:
D= razão cíclica
N= relação de transformação
Dessa forma o transistor IRFZ42N atende a estas especificações pois tem as seguintes
características:
VDS = 55 V
ID = 64 A
RDS(ON) 16mΩ
As chaves bidirecionais (CHS1 e CHS2) tem de suportar 2 vezes da tensão máxima de saída,
dada pela relação de espiras do transformador,ou seja: 2.Vi.N 2.12.25 600V
VDS = 800 V
ID = 4.8A
RDS(ON) 2.6Ω
Os diodos escolhidos para as chaves bidirecionais foi o modelo UF5408 que possui as seguintes
características:
VRRM = 1000 V
I(AV)= 3 A
IFSM=150A
TRR= 75ns
48
Adotando como referência uma dissipação de potência de 1W. A tensão máxima no resistor é o
dobro da tensão de entrada, ou seja, 24V. Desta forma é possível calcular o resistor pela equação
de potência:
V 2 24 2
R 576 (6)
P 1
Para os capacitores, é dimensionado para o valor de 90% de sua queda de tensão, assim pela
equação de descarga do capacitor temos:
t
VC1 VC 0 .e C
(7)
Rearranjando temos:
t
C
V
R. ln C1
VC 0
25 x106
C 237nF
1x103. ln 0,9
Logo:
V 2 600 2
R 360 K
P 1
25 x10 6
C 0,659nF
360 x103. ln 0,9
Escolhendo o núcleo é pelo produto das áreas (AP) e considerando o fator de utilização do
núcleo sendo 0,1 devido ao número de enrolamentos, pois Ku é 0,4 para enrolamento único. Já
em núcleos para conversor push-pull é recomendado adotar Ku = 0,2 (devido ao número de
enrolamentos), então como o núcleo desejado irá possuir enrolamentos de dois conversores
push-pull , é prudente fazer Ku = 0,1. Tem-se, por [MELLO]:
Adotando B=0.3, Ku=0.1, Ps= 100VA, z=1.136, f=40KHz e Kj=397 temos:
z
7,96.PS .10 4
AP 3
(8)
Kj.0,3.40 x10
Substituindo então tem-se:
1,136
7,96.100.10 4
AP 3
1,791cm 4
397.0,3.40 x10
Utilizando um núcleo toroidal pode-se reduzir o volume para até 50% do núcleo não
toroidal, sendo assim assumindo um núcleo toroidal de 60% do volume calculado pode-se
utilizar m núcleo com AP=1,07cm4. O núcleo toroidal utilizado no projeto foi o modelo
NT53/32/20 onde.
H = 20mm
d 2 3,22
AW 8,043cm 2 (9)
4 4
Ief 4.432
Acu 0.0102cm 2 (13)
J 258.18
Verificando o valor calculado para área do cobre no anexo A temos a área que satisfaz a
aplicação com o condutor 17 AWG mas, para diminuir o efeito skin foi utilizado condutores
13 condutores de 28 AWG em paralelo o que resulta em uma área de cobre equivalente à
calculada.
51
Pela equação (13), e verificando o valor calculado para área do cobre no anexo A temos a
área que satisfaz a aplicação com o condutor 25 AWG.
A frequência de corte do filtro deve ser fixada pelo menos uma década abaixo da
frequência de chaveamento (40KHz), sendo assim foi fixada em 4KHz, valor que satisfaz a
aplicação atende a especificação anterior e deixa passar a faixa de 60Hz desejável [BARBI,
2006].
Calculo do capacitor do filtro:
1 1
Cf 138nF (15)
4. . . fc.RO 4. .0,9.4 x103.160
Onde:
Foi adotado então um capacitor de 220nF devido ao fácil acesso de compra, sendo assim
foi calculado o indutor em função do capacitor pela fórmula:
52
CONCLUSÃO.
7. RESULTADOS EXEPERIMENTAIS.
INTRODUÇÃO.
Retornando então ao circuito comparador da figura 22, onde foram comparados os sinais
senóide retificado (60Hz) e a portadora triangular (40KHz), tem-se então o sinal PWM
modulado pela amplitude da senóide agora em relação ao 0V da alimentação da bateria
apresentado na figura 38.
54
Os sinais do semiciclo positivo e do semiciclo negativo das saídas das portas lógicas
AND do circuito separador de pulsos da figura 24 pode ser observada na figura 40, formas de
ondas retiradas com osciloscópio.
55
Nota-se a variação da largura do pulso nos picos mais ao centro das formas de ondas
representadas pelo canal 1 (pulsos do semiciclo positivo) e canal 2 (pulsos do semiciclo
negativo).
Figura 41 - Formas de onda para as chaves CH1 (canal 1) e CH2 (canal 2).
56
Figura 42 - Formas de onda para as chaves CH3 (canal 1) e CH4 (canal 2).
Figura 43 - formas de ondas das chaves do secundário (CHS1 canal 1 e CHS2 canal 2).
Os pulsos das chaves do secundário são formados pela lógica combinacional da figura 27
onde, as formas de ondas para as chaves CHS1 (canal1) e CHS2 (canal 2) da figura 44 foram
retiradas desse circuito logo na saída do circuito de controle.
57
Figura 45 - formas de onda CH1 (canal 1) e CHS2 (canal 2) sem circuito de atraso implementado.
Figura 46 - formas de onda CH1 (canal 1) e CHS2 (canal 2) com circuito de atraso implementado e
ajustado.
A forma de onda apresentada na figura 47 foi retirada do circuito sem o filtro LC, com
uma carga resistiva de 188Ω (associação de resistores).
A forma de onda apresentada na figura 48 foi retirada do circuito com o filtro LC, com
uma carga resistiva (lâmpada de 60W).
59
Figura 49 - canal 1 (amostra de tensão da rede)- canal 2 (amostra de tensão de saída do inversor)
60
O sinal de corrente também foi condicionado para um valor de 2VP, assim o ganho da
função integral será o mesmo tanto para realimentação em tensão, quanto para realimentação em
corrente, o que da para observar comparando as figuras 49 com a figura 50. A figura 50
apresenta no canal 1, uma amostra tensão da rede elétrica, e no canal 2, a corrente na carga
agora com o inversor trabalhando em malha fechada com realimentação em corrente.
Figura 50- amostra da tensão da rede (canal 1) - amostra da corrente na saída (canal 2)
O projeto do inversor foi elaborado de tal maneira que tanto o sinal de realimentação de
tensão, quanto o sinal de realimentação de corrente deverão seguir o sinal de tensão da rede
elétrica. Assim o resultado da ação integral que será retificado e enviado para a comparação para
a geração do sinal PWM, também terá de seguir o sinal da rede para que se tenha o sincronismo
da saída do inversor com a rede no momento de conectá-lo à mesma. A figura 51 apresenta no
canal 1 a amostra da tensão da rede e no canal 2 o resultado na integral com o inversor
trabalhando em malha fechada.
Figura 51 - sinal de tensão da rede (canal 1) - sinal resultante da ação integral (canal 2)
61
Após os resultados apresentados até 7.2.2, o inversor foi conectado à rede elétrica, para
verificar a injeção ou não de potência na rede foram efetuados dois testes. O primeiro teste foi
feito com a tensão do inversor maior do que a da rede antes da conexão, já que ao conectar, a
tensão do inversor e da rede será uma só. Um resistor shunt foi colocado entre a saída do
inversor e a entrada da rede, de acordo com a fase do sinal de corrente, pode-se verificar o
sentido da corrente, se é do inversor para a rede, ou da rede para o inversor. Conforme a figura
52, o sinal de corrente (canal 2) está defasado em 1800, o que demonstra o sentido de corrente
do inversor para rede elétrica.
Figura 52- tensão na saída do inversor conectada à rede (canal 1) - corrente na carga (canal2)
injetando potência na rede.
O segundo teste com o inversor conectado à rede elétrica foi ajustando a rede elétrica
com valor de tensão maior do que a saída do inversor antes da conexão, dessa forma a corrente
no shunt deverá estar em fase com tensão da conexão. Assim o sentido de corrente será da rede
para o inversor, caracterizando nesse momento que o inversor não está injetando potência na
rede. Conforme a figura 53, o sinal de corrente (canal 2) está em fase com o canal 1(tensão), o
que demonstra o sentido de corrente da rede para o inversor.
Figura 53- tensão na saída do inversor conectada à rede (canal 1) - corrente na carga (canal2)
recebendo potência da rede.
62
CONCLUSÃO.
8. CONCLUSÃO GERAL
Pelos resultados obtidos até verifica-se que apesar de uma topologia “enxuta”, ou seja,
com poucos componentes e utilizando os próprios conversores push-pull como inversores, já
se pôde verificar bons resultados experimentais. O rendimento do protótipo não é alto devido à
potência do projeto do ser baixa (100W), pois somente para alimentação dos circuitos de
comando, controle, fontes auxiliares é gasto aproximadamente 12W medidos em laboratório.
Nos testes realizados fornecendo 80W ao sistema, conseguiu-se potência de 60 watts na carga
medido com wattímetro. Desta maneira, com o estudo de melhorias pode-se chegar a um
rendimento maior, salientando também que o desenvolvimento de um protótipo de potência
maior fará com que o percentual de potência utilizada para suprir os circuitos de comando,
controle e fontes auxiliares seja menor, aumentando o rendimento final do projeto.
O presente trabalho foi submetido e publicado na Conferência internacional sobre
energias renováveis e qualidade de energia (ICREPQ'12), que aconteceu em Santiago de
Compostela na Espanha, na Universidade e Vigo, em março de 2012.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIBLIOGRAFIA
MELLO, L. F. P. Projeto de Fontes Chaveadas. 3 ed. São Paulo: Editora Érica, 1987. OGATA,
IDOETA, V. Ivan; CAPUANO, Francisco G. Elementos de Eletrônica Digital 39 ed. Sao Paulo
MALVINO, Albert Paul, Eletrônica: volume 1; tradução Romeu Abdo 4a.ed. São Paulo:
MALVINO, Albert Paul, Eletrônica: volume 2; tradução Romeu Abdo 4a.ed. São Paulo:
SEDRA, A. S.; SMITH, K. C. Microeletrônica. 4 ed. São Paulo: Makron Books, 2000.
Volume 2; Tradução de Alex Belo Feres Francisco. São Paulo: Editora Makron Books, 1999;
tradução Roberto Moura. 8 ed. Rio de Janeiro: Editora Prentice-Hall do Brasil, 2004
BARBI, Ivo; Martins, Denizar Cruz. Eletrônica de potência: conversores CC básicos não
MARTINS, D. C.; BARBI, I. Introdução ao Estudo dos Conversores CC-CA. Ed. dos
autores: Florianópolis-SC, 2006.
Hart, Daniel W. Eletrônica de Potência. Tradução Romeu Abdo . Ed AMGH: Porto Alegre,
2012.
ANEXO B (Kj e X)
Relação de espiras
N1 (Eq. 17)
N2
Tensão de saída:
2 (V E VCE sat )
VS VD (Eq. 18)
Onde:
δ = razão cíclica
VE= tensão de entrada
VCEsat= queda de tensão no transistor
VD= queda de tensão no diodo.
η = razão de transformação.
Verifica-se que a função de transferência Vs/Ve não depende da corrente de saída, o que
significa boa regulação contra variações de corrente e, se considerarmos a queda de tensão nos
semicondutores iguais a zero a equação 2 fica resumida a :
2 .V E
VS (Eq. 19)
(1 2 min)
I S min min .VE max (Eq. 20)
2..L1. f
I I S min
Ic S . Im g LP (Eq. 21)
75
z
3.98.PS .10 4
AP (Eq. 23)
Kj.B. fs
onde: