E-Book - Mapeamento Aereo Com Drones

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Mapeamento Aéreo

com Drones
Exemplos de Geotecnologia e oportunidades
no mercado de Meio Ambiente
Sumário

Saudações, caro leitor! ...........................................................................01

Como, e para quê, os drones surgiram?..........................................03

O que é Mapeamento Aéreo com Drones? ..................................14

Fotogrametria e Aplicações ................................................................18

Tipos de Drones .......................................................................................29

Tipos de Sensores ....................................................................................31

Produtos gerados na Aerofogrametria ...........................................34

Referências Bibliográficas .....................................................................39

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Saudações, caro leitor!!
Mapeamento com Drones, Geoprocessamento e Geotecnologias são termos
que têm dominado as discussões centradas em meio ambiente. Hoje sabemos que, se
não tivéssemos estes grandes aliados a nosso lado, seria muito mais difícil manejar e
controlar mudanças climáticas, nossas próprias ações deterioradoras enquanto seres
humanos no meio ambiente, doenças e muito mais.

Assim, o drone se tornou uma ferramenta de extrema importância no novo


milênio.

É impossível um profissional de meio ambiente, independentemente de sua


formação acadêmica, ignorá-la. Se isso acontecer correrá o sério risco de tornar-se um
profissional ultrapassado. E, como discutimos em nosso E-book de Empregabilidade
Ambiental, estar atento à evolução do mercado e acompanhar as tendências
tecnológicas é o mínimo exigido de profissionais e estudiosos atualmente.

Neste E-book, discutiremos como os drones surgiram e como, inicialmente, eles


eram usados E você irá entender por que aqueles que obtiveram uma graduação nos
anos 1990, ou 2000, não estudaram a palavra e suas ramificações.

Ainda hoje, são poucos os cursos, de graduação ou técnicos, que dão a ela sua
devida importância. No entanto, como conversamos uma vez com o Sr. Bruce Gittings,
Professor da University of Edinburgh e um dos destaques em estudos de
georreferenciamento, profissionais que se interessam pela área e buscam capacitar-se
na mesma dão, imediatamente, incontáveis passos à frente na corrida profissional.

Discutiremos também os diferentes produtos que podemos obter com drones,


câmeras e aerofotogrametria. Ao terminar este E-book, você terá uma introdução
completa, mas altamente objetiva, do que é georreferenciamento e por quê o termo é,
nestes tempos, indispensável à nossa evolução enquanto sociedade.

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Qualquer que seja o seu objetivo com este material, espero que você tire o
máximo de proveito dele!

Um grande abraço,

Anderson Vieira de Faria.


Ministrante do Curso de Mapeamento Aéreo com Drones do IBRACAM.

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Como, e para quê, os drones
surgiram?
Como, e para quê, os drones surgiram?

Hoje é evidente a importância dos chamados drones, ou que é uma


geotecnologia de controle e mapeamento, para incontáveis processos humanos.
Além de grandes aliados, especificamente, de vertentes da engenharia como a
agrimensura, agronômica, a civil e a florestal, dentre outras, os pequenos robôs
voadores servem, por exemplo, para defender-nos!

Já sabemos que exércitos militares têm utilizado os dispositivos desde a


década de 70, com o Predator UAV sendo o mais comum, mas outros mais portáteis,
menores, têm ganhado espaço não só nas equipes aéreas, mas também terrestres.

Em outras palavras, já integram outros mecanismos de proteção de governos,


além de proverem ajuda humanitária no controle e prevenção de desastres.
Exemplos recentes são os rompimentos de barragem em Brumadinho e Mariana, no
estado de Minas Gerais (Brasil), em que o emprego desta geotecnologias foi
primordial para a preservação de vidas e resgate de sobreviventes. Drones também
contribuem para o monitoramento de espécies em extinção, colocando-nos um
passo à frente de nós mesmos e dos impactos ambientais que causamos.

Outro exemplo de utilização dessa ferramenta está na agricultura: com


drones, agricultores conseguem coletar dados, automatizar processos e maximizar
a eficiência de colheitas, aumentando, assim, a qualidade dos produtos que
consumimos no dia-a-dia além da produtividade da lavoura; também, no controle
de descartes humanos, na mineração, na Engenharia Civil, através do planejamento
de construções, planejamento urbano, indústria da aviação etc.

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Como ferramenta de auxílio em questões Ambientas, vem sendo utilizados no
monitoramento de áreas degradadas e intervenções em APPs e Reservas Legais,
controle na propagação de incêndios, vazamentos de produtos líquidos em rios e
mares e muito mais. E quem diria que um pequeno robô, aparentemente inofensivo,
teria assim tanto poder em “mãos”?

Afinal, ele nada mais é que uma mini aeronave que dispensa piloto e opera
através de uma combinação simples de tecnologias, que, na modalidade básica,
incluem câmera, visão de computador, inteligência artificial – elemento que vêm
sendo cada vez mais sofisticado no avançar do século XXI – e sensores de
geolocalização. Eles são indiscutivelmente especiais e, sem seu auxílio, talvez ainda
estaríamos discutindo, enquanto espécie, alternativas primitivas para controlar, e
monitorar, nossas ações e da natureza.

Como, no entanto, ele surgiu, e mais importantemente ainda, para quê?

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Drones, ou pelo menos a ideia deles, pode ser tão antiga quanto 1839

O primeiro dispositivo aéreo que dispensa pilotagem física data de 1839,


quando soldados austríacos atacaram a cidade de Veneza com uma espécie de
balão automático recheado de explosivos. Muitos balões, na verdade. Alguns foram
bem-sucedidos na missão, mas outros deram errado e voltaram-se contra os
próprios. Controversa ou não, a tática de batalha mudou a forma que humanos
fazem guerra para todo o sempre, e introduziu, mesmo que lá atrás, a faísca das
geotecnologias.

O ataque de Veneza pelos austríacos foi o primeiro bombeamento aéreo


registrado; mas, é claro, muitos seguiram o exemplo. São os irmãos Wright, no
entanto, que ganharam a fama, em 1900, só 61 anos depois dos bombeamentos
iniciais, de criar a primeira aeronave que dispensa pilotagem (novamente, física): a
Ruston Proctor Aerial Target. A Ruston foi baseada em designs de Nikola Tesla, e
controlada principalmente por rádio, como a maioria dos drones hoje, apesar de,
para nós, hoje ser uma tecnologia bastante rudimentar.

A invenção dos americanos foi um grande aliado do Reino Unido contra os


zepelins alemães da Primeira Guerra. Os Wright acreditavam, também, que além de
ofensas aéreas, seus pré-drones poderiam servir para operações terrestres,
alvejando tropas no chão. No entanto, após muitos protótipos danosos, os
britânicos decidiram descartar possíveis desenvolvimentos do projeto, acreditando
que as naves tinham potencial militar limitado. É possível ver, atualmente, o quanto
eles estavam errados, mas em 1900 investir em tais protótipos era um risco difícil de
ser assumido.

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Apesar de serem consideradas como aeronaves, tanto os balões de Veneza, e
a Ruston, seguindo o atual conceito, podem ser chamados de Drones, pois ou não
eram controlados a distância, ou não tinham sistema de propulsão própria.

Ironicamente, apenas 18 anos depois o protótipo Hewitt-Sperry Automatic


Aeroplane foi criado nos Estados Unidos, e, apenas alguns testes depois, resultaria
no Kettering Bug, que deveria ter sido uma das primeiras aeronaves autônomas a
ser encomendada em grande escala. Tecnologia de 1918, o “Bug”, ou “O Inseto”
acabou sendo finalizado tarde demais em termos de guerra, e, apesar do claro
potencial, após anos de testes e sofisticação a partir das falhas e limitações de seus
antecessores, nunca chegou a ir para combate.

Mas, durante a Segunda Guerra, o foguete V2 (sigla em alemão para


Vergeltungswaffe - arma de vingança), ou simplesmente V2 (cujo nome-código
alemão original era A4[3]), foi o primeiro míssil balístico, tendo sido usado pela
Alemanha durante as últimas fases da guerra, principalmente contra alvos
britânicos e belgas. O V2 pesava 14 toneladas, alcançava a velocidade máxima de
5.760 Km/h e atingia um raio de alcance de 321 a 362 km e atingia uma altitude de
200km, sendo uma das primeiras aeronaves a atingir o espaço (100 km de altitude).

O álcool etílico usado nestes foguetes era produzido a partir da batata.

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Réplica em tamanho real de uma V2 no museu de Peenemünde, Alemanha .

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O Genocídio que destruiu dezenas de milhões de vidas... e causou o
aceleramento tecnológico dos Drones

A Segunda Guerra Mundial foi um ponto decisivo da história moderna. Com a


ascensão, e eventual queda da Alemanha Nazista de Hitler, que por anos perseguiu,
e visou extinguir toda uma etnia e religião, as tecnologias, e não só as
geotecnologias, tiveram de adaptar-se e evoluir para seguir os (controversos)
passos humanos. Os dispositivos categorizados como UAV, do inglês Unmanned
Aerial Vehicle, ou veículo aéreo que dispensa pilotagem manual, melhoraram
durante o período, que compreende o fim dos anos 1930 a meados dos 1950.

Mesmo que não tenham sido vistos como altamente confiáveis, e sendo
extremamente caros, é de conhecimento geral que os Estados Unidos e a União
Soviética podem ter feito uso de drones para espionar um ao outro durante os
conflitos. Tais informações são, ainda em 2019, só rumores vazados e, muitas vezes,
contraditórios, mas é inegável o boom destas invenções durante meados do século
XX. A primeira vez, no entanto, que eles foram oficialmente adotados foi durante
1982.

O que aconteceu neste ano, especificamente? Basicamente, Israel precisou


coordenar o uso de UAVs, simultaneamente ao uso de aeronaves manuais, para
destruir as tropas sírias e evitar grandes perdas. As tropas israelenses utilizaram
veículos militares, automáticos, para descobrir a posição do inimigo, interceptar sua
comunicação e, eventualmente, atacá-los em seu momento mais vulnerável, ao
mesmo tempo que preservavam a vida de seus próprios pilotos e soldados.

Tudo isto com drones.

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Apesar de sua expansão ser manchada de sangue, tanto da Segunda Guerra,
como da Guerra Fria, estes robôs atualmente têm dois principais propósitos num
campo de guerra. Um deles é, simplesmente, monitoramento; quando um ser
humano utiliza de rádio para controlar um drone e levá-lo a diferentes pontos
aéreos, onde ele pode analisar, processar e demarcar posições inimigas. O segundo,
e igualmente simples, é quando um mini drone, não diferente dos comerciais que
podemos encontrar no mercado, voa até alvos previamente designados para tirar
fotos.

E quanto ao Predator, cuja natureza é ofensiva no contexto dos exércitos e


mencionamos lá em cima? Bom, ele foi aposentado em 2019, e há hoje poucos
dados oficiais da utilização destes “predadores” para destruir vidas. Não significa,
no entanto, que as manchas de guerra estejam sumindo. Pelo contrário! A maioria
destas informações é altamente confidencial, e devemos sempre lembrar que, ao
mesmo tempo que uma tecnologia beneficia uns e traz avanços sociais e
econômicos preciosos, pode ser, infelizmente, o injusto fim de outros.

Drones comerciais

De acordo com um relatório do Wall Street Journal, a história de drones não-


militares começou em 2006. Ao mesmo tempo que a tecnologia dos UAVs era
utilizada para intensificar estratégias de guerra, corporações iniciavam o emprego
de drones durante, por exemplo, o despejo de pesticidas, de forma aérea, em
fazendas.

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No entanto, o uso recreativo dos robozinhos só “decolou” nos últimos anos.
Apesar disso, já é uma atividade em acensão. Uma das principais razões por trás
disso é que a Administração Federal de Aviação, ou Federal Aviation Administration
(FAA), precisou ser convencida de que drones comerciais eram seguros para ser
manejados por civis.

2006 não foi um ano importante à toa.

Foi há 13 anos que a FAA publicou a primeira permissão comercial, oficial, para
drones. Durante os 8 anos que seguiram 2006, uma média de duas permissões do
tipo foram emitidas, até chegar ao ponto de, em 2013, até mesmo Jeff Bezos, CEO
da Amazon tido, hoje, como o homem mais rico do mundo, anunciar que sua
companhia pensava em utilizar drones para realizar entregas.

Só em 2015 a FAA emitiu 1000 outras permissões, e os números, é claro, só


tem crescido de lá para cá. Falando desta forma, não dá nem para saber onde a febre
vai chegar, mas é evidente que esta tecnologia, tão pequena, mas tão nociva
anteriormente, vêm sendo ressignificada e recebendo outros papéis.

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O homem que queria voar

Era uma vez um estudante que decidiu montar uma empresa de tecnologia
em seu dormitório na faculdade. Uma década depois, aquela startup conquista a
liderança absoluta no mercado em que atua, tornando seu fundador e CEO um dos
trintões bilionários da indústria de tecnologia.

A descrição acima não é de Mark Zuckerberg, o dono do Facebook, nem de


Steve Jobs, o criador da Apple, e tampouco de Bill Gates, da Microsoft. O
personagem mencionado é o chinês Frank Wang. Com 36 anos, ele comanda a DJI,
sigla para Dà-Jiāng Innovations Science and Technology. Fundada em 2006, a DJI
hoje domina o mercado global de drones não-militares.

Segundo a consultoria americana Frost & Sullivan, a empresa de Wang detém


uma fatia de impressionantes 70% deste segmento, que deve movimentar US$ 6
bilhões neste ano. “Eu não sabia o quão grande esse mercado poderia ser”, disse
Wang, em uma entrevista à revista americana Forbes em 2015. “Nossa ideia era criar
um produto e montar um time com 10 ou 20 pessoas.”

Atualmente a DJI tem um valor de mercado estimado em US$ 10 bilhões,


comercializou cerca de 4 milhões de drones no ano passado movimentando mais
de US$ 6 bilhões.

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Frank Wang dono da Dà-Jiāng Innovations Science and Technology
(Crédito: VCG/VCG via Getty Images)

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O que é Mapeamento
Aéreo com Drones?
O que é Mapeamento Aéro com Drones?

Como vimos no capítulo anterior, apesar de antes terem sido destinados


quase que exclusivamente a guerras, os drones hoje têm uma gama diversa de
utilidades comerciais, seja para fotografias, mensuração de áreas, entrega de
compras, gravações para filmes e muito mais.

Por isso, a demanda por imagens de maior qualidade dos UAVs têm
aumentado exponencialmente. Dentre os setores introduzidos com a reformulação
destes robôs, está o mapeamento aéreo com drones, que abriu portas jamais antes
imaginadas para o ramo da construção urbana, agricultura, mineração, dentre
outros.

Ter uma aerofotografia, ou modelo 3D, de seu projeto, completo com


mensuração e outros dados importantes, te dá vantagens incríveis no processo de
tomada de decisões. Como, no entanto, podemos caracterizar este tal
mapeamento?

Uma palavra importante, e que usaremos com frequência daqui em diante, é


fotogrametria.

O mapeamento com drones em si utiliza esta técnica especial, que é ciência de


extrair-se dados, e mensuração, de fotografias. O resultado deste procedimento é,
geralmente, mas não exclusivamente, um mapa ou então um modelo 3D de um
objeto do plano real, ou cena deste. Muitos dos mapas que utilizamos como
referência hoje, seja no Geoprocessamento ou qualquer outra vertente de estudo
geográfica, utilizam fotogrametria e imagens capturadas por veículos aéreos.

Mapear com drones não é muito diferente disso.

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A grande diferença está na altitude máxima que um UAV pode voar, visando a
captura de imagens com melhor qualidade. Quando usamos drones para capturar
imagens com o objetivo de delinear um mapa, a câmera geralmente localiza-se no
fundo dos dispositivos, apontada de forma vertical para o chão.

Como resultado, múltiplas fotografias são tiradas da superfície, enquanto o


UAV voa de forma semi-autônoma, ou seja, guiado por um piloto à distância, no
caminho previamente especificado. Isto garante que a tecnologia não perca nada, e
nenhuma imagem importante passe despercebida.

Seguindo as instruções que acompanham seu drone, é muito difícil errar e


qualquer um pode fazê-lo voar. O difícil, no entanto, é processar as imagens depois,
e é aí que o seu papel enquanto profissional ambiental se faz presente!

O que você não quer fazer, no entanto, é montar essas imagens de forma
manual. Há computadores, ou melhor, programas, como o PhotoScan e o Pix4D,
que fazem isto para você hoje em dia e em tempo recorde! Caso contrário, seria
possível até que você levasse anos para montar o cenário sozinho.

Os softwares, no entanto, nos permitem unir informações pertinentes sobre


áreas pré-determinadas de terra, prédios e infraestrutura, e apresenta o resultado
em uma variedade considerável de formatos. Você pode conseguir o
dimensionamento de tamanho, área e volume, e muito mais!

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Quais principais componentes, então, fazem parte do processo de
mapeamento?

1) Um UAV, ou drone;

2) Um software de voo que permita ao piloto definir um caminho para o drone


durante sua jornada;

3)Um controle de rádio que conecte os planos de voo do software ao robô, e


garanta comunicação entre o piloto e seu dispositivo;

4)Câmera de alta qualidade.

Focando o quarto tópico, a câmera é talvez um dos, senão o mais importante


fator. Afinal, não adianta nada ter todo o resto, estabelecer uma rota para seu drone,
fazê-lo mapear uma região e, no fim, as imagens não serem utilizáveis devido à sua
baixa resolução e especificidade. Ninguém quer realizar um trabalho duas vezes!
Nem você, nem o programa.

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Fotogrametria
e Aplicações
Fotogrametria e Aplicações

A fotogrametria é a arte, ciência e tecnologia responsável por obter


informações confiáveis sobre objetos físicos e o meio ambiente. O processo é feito
através de gravação, medição, interpretação de imagens fotográficas e padrões de
energia eletromagnética, assim como outros fenômenos (Wolf e Dewitt, 2000;
McGlone, 2004).

Na verdade, a fotogrametria é tão antiga quanto a fotografia em si!

Ela surgiu há aproximadamente 150 anos e, desde então, deixou de ser só um


aparato analógico para um mecanismo de alta precisão que baseia a análise de
dados em algoritmos matemáticos, solucionados por computador. Hoje, o método
já emprega imagens e outros arquivos digitais, sem a necessidade de qualquer
outro hardware opto-mecânico.

Basicamente, na fotogrametria nós nos preocupamos em fazer medidas


precisas de objetos em três dimensões (3D) e elevações físicas (como montanhas)
em fotografias 2D. As aplicações incluem a medição de coordenadas, a
quantificação de distâncias, alturas, áreas e volumes. Também, é necessária a
preparação de mapas topográficos e a criação de modelos digitais elevados.

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Dimensões 3D e 2D

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Ortofotos também são grande aliadas: ela surgiu nos anos 1970 com um custo
alto e uso bastante restrito, afinal, os equipamentos eram altamente complexos e
caros. No entanto, hoje a maior parte das empresas e profissionais habilitados já
fazem uso do serviço, após a ascensão e popularização das tecnologias digitais. A
própria ortofoto não passa de uma foto corrigida de todas as deformações
presentes na fotografia aérea.

Ortofoto (Arquivo pessoal)

As deformações podem ser decorrentes da projeção cônica da fotografia, o


que pode dar a ela um aspecto distorcido, e as variações do relevo, que resultam,
logicamente, numa maior variação na escala dos objetos fotografados. Ela é,
efetivamente, o mesmo que o mapa de traço, em que todos os elementos são
medidos e vetorizados com alta acurácia, tornando possível a medição de
distâncias, posições, ângulos e áreas.

Assim como em qualquer outro mapa!

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Voltando à fotogrametria em si, existem dois tipos gerais:

1) Fotogrametria aérea
2) Fotogrametria terrestre

Abaixo, vamos discutir em detalhe ambas as variações.

Fotogrametria aérea

Este tipo é usado para capturar imagens de um objeto em voo. Eles podem ser
aviões, helicópteros, drones, balões, dirigíveis etc. Fotogrametria aérea é uma
grande aliada da cartografia, em especial na criação de mapas topográficos; vem
mostrando seu valor também em arqueologia, filmagens cinematográficas, estudos
ambientais e projetos artísticos.

Um exemplo claro do uso da fotogrametria aérea para mapeamento com


drone é o sítio Angkor Borei, no Cambodia, mapeado entre 1995 e 1996. Neste caso,
arqueologistas conseguiram identificar 112 elementos aquáticos (incluindo
reservatórios de água, piscinas construídas artificialmente e poços naturais).

Sítio Angkor Borei no Cambodia 21

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Fotogrametria terrestre

Como a própria definição entrega, este método consiste na captura de


imagens e dados através de uma câmera afixada e em uma posição elevada no solo.
Este método é preferido por designers, engenheiros e planejadores urbanos
encarregados do monitoramento e mapeamento de pontes, sistemas de esgoto,
transporte etc.

Um exemplo atual de aplicação de fotogrametria terrestre á o projeto de


restauração da Catedral de Notre Dame em Paris (França), que recentemente teve
uma seção praticamente destruída. Entretanto, pouco tempo antes, ela passou por
um mapeamento fotogramétrico que está sendo peça fundamental para a
reconstrução da mesma.

Incêndio na Catedral de Notre Dame, Paris

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Mapeamento fotogramétrico Catedral de Notre Dame, Paris

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Apesar de suas utilidades distintas, ambos os tipos de fotogrametria podem
gerar dados que nos auxiliam na efetivação e continuação de qualquer projeto,
assim como no monitoramento de situações distintas, como descritas abaixo:

Em relação a meio ambiente e Licenciamento Ambiental:

Diagnósticos ambientais
Monitoramento ambiental
Desastres/emergências ambientais
Fiscalização.

Em relação a agricultura de precisão/Florestal:

Detecção de falhas de plantio


Detecção de pragas
Monitoramento de crescimento
Extrações de índices (NDVI e IV)

Em relação a engenharia e mineração:

Topografia
Monitoramento de obras
Extração de cortes e aterros
Extração de minério e estéril

Em relação a áreas urbanas:

Estudo de viabilidade de projetos de loteamentos


Cadastro Multifinalitário
Planejamento urbano

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Os quatro passos da Fotogrametria

Já discutimos o que é fotogrametria, seus tipos e aplicações. Agora, vamos


explicar os quatro passos gerais do processo.

1) Planejamento de projeto/voo

O planejamento do projeto inclui um variado número de considerações que


influenciarão o resultado do seu projeto. Isto envolve o desenvolvimento de
estratégias para o voo, seleção do equipamento e softwares corretos a serem
utilizados, calibração de equipamento se necessário, e obtenção das permissões
necessárias. Além da Área de Cobertura, da Altura e Tempo de Voo, cálculo da
autonomia das Baterias, número aproximado de imagens a serem obtidas, etc.

Exemplo de uma imagem no planejamento de voo

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2) Captura de Imagens

Há diversas estratégias para a captura de imagens em um projeto de


fotogrametria.
Informações de controle externas podem ser acrescentadas a um projeto por dois
motivos:

a) Posicionar um modelo em relação a um compilado de dados (Pontos de


Controle);
b) Incluir restrições geométricas num modelo de fotogrametria derivado.

A quantidade mínima de informação necessária para escalar, posicionar e


orientar um modelo de fotogrametria são dois pontos de controle em 3D e um
ponto em 1D. Se mais um controle mínimo é fornecido (por exemplo, três ou mais
pontos 3D), então a informação acerca de controle pode ser usada para ajudar a
definir a forma do modelo.

Neste caso, o analista precisa se assegurar de que a informação acerca do


controle é pelo menos 3 vezes mais precisa que o modelo de fotogrametria em si.
Esses pontos de Apoio são classificados em: Pontos de Controle (para calibrar as
imagens ao terreno), e Pontos de Check (para aferir a qualidade do processamento).
Os pontos de Apoio e Check devem ter, preferencialmente, a seguinte disposição
em campo:

Exemplo de ponto de controle e ponto de check 25

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Caso não seja, a informação do controle irá distorcer o modelo e
potencialmente ter efeitos em sua acurácia relativa. É possível também aplicar o
controle a um modelo 3D (mesh ou outro CAD 3D) que já tinha sido criado. Neste
caso, o controle servirá para posicionar o modelo em espaço e não causará
distorções.

Ponto de Apoio Físico Ponto de Apoio Artificial


(existente na Região a ser Mapeada) (inserido na Região a ser Mapeada)

3) Processamento

A maioria das imagens digitais capturadas no campo precisarão de algum tipo


de processamento digital, o que inclui balanço de branco ou quaisquer ajustes em
brilho, contraste ou outras propriedades de imagem. Outro fator importante é
nunca recortar uma imagem destinada a fins de fotogrametria (ou mudar a
altura/largura de qualquer forma).

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Para extrair três pontos dimensionais de duas imagens dimensionais, é
necessário fazer a “triangulação” com pelo menos duas imagens (um par estéreo).
Quando mais de duas são usadas para a triangulação, nós nos referimos ao grupo
de imagens como “bloco”. Para realizar “triangulação” num bloco inteiro (o que é
conhecido como bundle block adjustment), o usuário deve medir o número
suficiente de tie, controle e check points no bloco.

Aerotriangulação

Restrições também podem ser aplicadas a certos conjuntos de pontos para


garantir propriedades angulares, lineares e/ou planares. Após um ajustamento de
bundle bem-sucedido, o usuário pode enfim extrair e exportar produtos 2D ou 3D.

4)Extração de Produtos

Produtos típicos resultados de um projeto de fotogrametria podem incluir


vetores gráficos em 2D (planimétricos ou desenhos em CAD com elevação), nuvens
com pontos densos, poli linhas 3D, modelos facetised (mesh) de um objeto ou
superfície, e gráficos retangulares, como as imagens retificadas ou inteiramente
ortorretificadas.

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Cada variável criada deve também incluir meta-dados apropriados para cada
um dos passos mencionados, assim como meta-dados para o processamento
adicional que resulta na criação do arquivo final.

Imagem NDVI

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Tipos de Drones
Tipos de Drones

MULTIROTOR x ASA FIXA


Plataformas mais comuns

PROJETOS Mapeamento de Mapeamento de


pequenas áreas e grandes áreas
inspeção
APLICAÇÕES Mapeamentos, Mapeamentos,
Inspeção, Construção, Agricultura, GIS,
Videografia, Meio Mineração, Meio
Ambiente, Ambiente . . .
Acompanhamento de
desastres, Resgate...
VELOCIDADE DE Baixa (25 Km/h) Alta (50 Km/h)
CRUZEIRO
COBERTURA Pequena (até 1000 ha) Grande
RESOLUÇÃO DOS mm /pixel cm /pixel
OBJETOS
DECOLAGEM Vertical “Horizontal”
TEMPO DE VOO Pequeno (20min) Grande (1h30min)

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Tipos de Sensores
Tipos de Sensores

MAIS COMUNS
TIPO EXEMPLO APLICAÇÃO
RGB capturam fotografias como
estamos acostumados a ver,
mostrando um determinado
objeto ou cena com suas
cores reais, reproduzindo o
que se vê a olho nu.

MULTIESPECTRAL uso focado na agricultura de


precisão, detecção de pragas
e doenças.

TERMAL agricultura, segurança


patrimonial, combate a
incêndios, Inspeção de:
linhas de alta tensão,torres,
áreas industriais e
minerarias, painéis solares ..
.

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RGB

MULTIESPECTRAL

TERMAL

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Produtos gerados
na Aerofotogrametria
Produtos gerados na Aerofotogrametria

Há uma imensa gama de produtos que podem ser gerados com a


aerofotogrametria, sendo que os mesmos são exportados para outras plataformas
SIG/CAD por exemplo, de acordo com o objetivo final do projeto em que o
profissional está envolvido.

a) Nuvem de Pontos: a nuvem de pontos é uma coleção de dados onde foi


atribuído um sistema de coordenadas 3D. Na fotogrametria georreferenciada com
drone, ela permite medições de coordenadas e cotas de um terreno, criação de
modelos digitais de elevação, imagens ortorretificadas, malhas tridimensionais e
mais;

Nuvem de pontos

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b) Modelo Digital de Elevação (MDE): é um modelo digital que representa as
altitudes da superfície topográfica agregada aos elementos geográficos existentes
sobre ela, como cobertura vegetal e edificações;

Modelo Digital de Elevação

c) Modelo Tridimensional: talvez o exemplo mais comum, a modelação


tridimensional (ou 3D) é o processo de desenvolvimento de uma representação
matemática de qualquer superfície tridimensional de um objeto (seja inanimado ou
vivo), através de um software especializado;

Modelo Tridimensional
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d) Curva de nível: designa uma linha imaginária que agrupa dois pontos que têm a
mesma altitude. Por meio dela, são criados mapas topográficos;

Curva de nível

e) Ortofotomosaico: é um tipo de mosaico composto por fotografias aéreas mais


preciso que outros tipos de mosaico. O processo basicamente transforma as
imagens capturadas em um mosaico maior com características de mapa (distância
real, ângulo e áreas), mas que, ao mesmo tempo, é interpretável como fotografia. O
processo de conversão é chamado differential rectification;

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Ortofotomosaico

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f) Relatórios de processamento: produto em que localidades por onde a câmera
passou, e as imagens que esta capturou se mesclam, informando o número de
imagens presente, altitude do voo, resolução a partir do solo, área de cobertura e
mais.

Relatórios de processamento

Produtos gerados por aerofotogrametria também nos auxiliam em diversas outras


áreas da tecnologia e conhecimento. Alguns exemplos são:
Ÿ Mapeamento urbano;
Ÿ Monitoramento de obras;
Ÿ Controle de lavouras;
Ÿ Monitoramento de gado;
Ÿ Monitoramento de desmatamento;
Ÿ NDVI (Normatised Difference Vegetation Index).

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Referências bibliográficas

VIEIRA, Anderson. Slides do Curso de Mapeamento com Drones - IBRACAM


(Instituto Brasileiro de Certificação Ambiental), 2019

https://www.dronethusiast.com/history-of-drones/

https://steadyhawk.com/the-blog/dronemapping

https://www.pobonline.com/articles/101452-the-hows-and-whys-of-mapping-
with-drones

https://www.sciencedirect.com/topics/earth-and-planetary-
sciences/photogrammetry

https://mundogeo.com/2000/12/01/ortofoto-a-imagem-que-e-um-mapa/

https://diydrones.com/profiles/blogs/aerial-photogrammetry-vs-terrestrial-
photogrammetry

http://gmv.cast.uark.edu/photogrammetry/four-basic-steps-of-a-close-range-
photogrammetry-project-3/

http://www.geoanalysis.gr/index.jsp?CMCCode=10030202&extLang=LG
https://www.istoedinheiro.com.br/o-bilionario-dos-drones/

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