Cpa 10 - 02.2020 - Topinvest
Cpa 10 - 02.2020 - Topinvest
Cpa 10 - 02.2020 - Topinvest
CPA-10
Conteúdo programático da
certificação profissional
ANBIMA série 10, mais
conhecida como CPA-10.
FEV. 2020
Dica número 1:
Se você ainda não é nosso aluno nós criamos uma Playlist de Es-
tudos no nosso Canal do Youtube com diversas vídeo-aulas gra-
tuítas para auxiliar o seu estudo.
dica número 2:
Além da apostila e do Youtube, nós temos os maiores Simula-
dos Gratuitos para certificações do Brasil.
Sempre que você terminar um módulo de estudos, teste seus
conhecimentos, e se precisar, revise o conteúdo que você não
acertou.
dica número 3:
Temos também grupo de Estudos no Telegram! Acesse e com-
partilhe experiências com outros estudantes!
MÓDULO 2
ÉTICA, REGULAÇÃO E ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR 30
PREVENÇÃO CONTRA A LAVAGEM DE DINHEIRO 31
CONCEITO DE LAVAGEM DE DINHEIRO – LEGISLAÇÃO 31
COAF - CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS 33
AÇÕES PREVENTIVAS: CONHEÇA SEU CLIENTE 34
CADASTRO 34
INFORMAÇÕES DO KYC 35
IDENTIFICAÇÃO E REGISTROS DE OPERAÇÕES 36
COMUNICAÇÃO AO COAF 36
RESPONSABILIDADES ADMINISTRATIVAS E LEGAIS DE ENTIDADES
E PESSOAS FÍSICAS SUJEITAS À LEI E À REGULAMENTAÇÃO 39
Apostila CPA-10
sumário
RESPONSABILIDADES E CORRESPONSABILIDADES 40
REDUÇÃO DE PENA 40
ÉTICA NA VENDA 41
VENDA CASADA 41
RESTRIÇÕES DO INVESTIDOR: IDADE, HORIZONTE DE INVESTIMENTO,
CONHECIMENTO DO PRODUTO E TOLERÂNCIA AO RISCO 42
ANÁLISE DO PERFIL DO INVESTIDOR – API 43
CÓDIGOS DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS DA ANBIMA 47
OBJETIVO E ABRANGÊNCIA DO CÓDIGO 48
ASSOCIAÇÃO E ADESÃO AO CÓDIGO 48
CERTIFICAÇÕES 48
PRINCÍPIOS GERAIS DE CONDUTA 49
QUALIFICAÇÃO E TREINAMENTO 51
SIMULADO 52
GABARITO 57
MÓDULO 3 59
NOÇÕES DE ECONOMIAE FINANÇAS 59
INTRODUÇÃO À ECONOMIA 60
PRODUTO INTERNO BRUTO – PIB 60
IPCA - ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO 61
COPOM 63
TAXA DE JUROS – SELIC 64
SELIC META 64
SELIC OVER 65
IGP-M (ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO MERCADO) 66
CDI - CERTIFICADO DE DEPÓSITO INTERBANCÁRIO 67
TR - TAXA REFERENCIAL 68
TAXA DE CÂMBIO - PTAX 69
BENCHMARK 70
IBOVESPA 71
CONCEITOS BÁSICOS DE FINANÇAS 71
TAXA DE JUROS NOMINAL E TAXA DE JUROS REAL 71
REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO 74
CAPITALIZAÇÃO SIMPLES 74
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA 76
Apostila CPA-10
sumário
MÓDULO 4
PRINCÍPIOS DE INVESTIMENTO 90
AS 3 PREMISSAS PARA SE RECOMENDAR UM INVESTIMENTO 91
RENTABILIDADE ABSOLUTA VERSUS
RENTABILIDADE RELATIVA (BENCHMARK) 91
RENTABILIDADE ESPERADA VERSUS RENTABILIDADE OBSERVADA 91
RENTABILIDADE NOMINAL VERSUS RENTABILIDADE REAL 92
RENTABILIDADE BRUTA VERSUS RENTABILIDADE LÍQUIDA 92
LIQUIDEZ 92
RISCO 93
RISCO VERSUS RETORNO 93
RISCO DE MERCADO 93
RISCO DE LIQUIDEZ 94
RISCO DE CRÉDITO 94
FATORES PARA ADEQUAÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO 95
FINANÇAS PESSOAIS 96
SIMULADO 98
GABARITO 100
Apostila CPA-10
sumário
MÓDULO 5
FUNDOS DE INVESTIMENTO 101
INTRODUÇÃO A FUNDOS DE INVESTIMENTOS 102
REGISTRO DOS FUNDOS 104
DOCUMENTOS DOS FUNDOS 105
SEGREGAÇÃO ENTRE GESTÃO DE RECURSOS PRÓPRIOS E DE TERCEIROS 106
PROPRIEDADE DOS ATIVOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS 107
COTA 108
CESSÃO E TRANSFERÊNCIA DE COTAS 108
TIPOS DE FUNDOS 109
FI x FIC 109
FUNDOS ABERTOS 110
FUNDOS FECHADOS 110
FUNDOS PARA INVESTIDORES QUALIFICADOS E PROFISSIONAIS 111
DINÂMICAS DE APLICAÇÃO E RESGATE 112
COTA DE ABERTURA 113
COTA DE FECHAMENTO 113
MARCAÇÃO A MERCADO (APREÇAMENTO DE ATIVOS) 114
PRAZO PARA COTIZAÇÃO E DESCOTIZAÇÃO 116
ATOS (OU FATOS) RELEVANTES 119
ASSEMBLEIA GERAL DE COTISTAS 119
CONVOCAÇÃO 120
SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES NOS FUNDOS 121
DIREITOS DOS COTISTAS 125
DESPESAS EM FUNDOS DE INVESTIMENTOS 126
POLÍTICAS DE INVESTIMENTOS 127
CLASSIFICAÇÃO CVM 128
FUNDOS DE RENDA FIXA 129
FUNDO DE CRÉDITO PRIVADO 129
FUNDO CAMBIAL 130
FUNDO MULTIMERCADO 130
FUNDO DE AÇÕES 131
TRIBUTAÇÃO 132
TABELA REGRESSIVA 132
IOF 134
COMPENSAÇÃO DE PERDAS 134
Apostila CPA-10
sumário
CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS
PARA ADMINISTRAÇÃO E RECURSOS DE TERCEIROS 135
PRINCÍPIOS GERAIS DE CONDUTA 137
REGRAS PROCEDIMENTOS E CONTROLES 138
SEGREGAÇÃO DE ATIVIDADES 140
SEGURANÇA E SIGILO DAS INFORMAÇÕES 141
ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA 142
OBRIGAÇÕES GERAIS DO ADMINISTRADOR FIDUCIÁRIO 142
GESTÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS 143
OBRIGAÇÕES GERAIS DO GESTOR DE RECURSOS DE TERCEIROS 144
PUBLICIDADE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS 145
MATERIAL PUBLICITÁRIO 146
MATERIAL TÉCNICO 147
SELO ANBIMA 147
HISTÓRICO DE RENTABILIDADE 148
AVISOS OBRIGATÓRIOS 149
SIMULADO 151
GABARITO 159
MÓDULO 6
INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA E RENDA VARIÁVEL 162
INTRODUÇÃO 163
RENDA FIXA 163
IOF 165
IMPOSTO DE RENDA 166
FGC – FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO 167
QUAIS INVESTIMENTOS POSSUEM A GARANTIA DO FGC? 168
CADERNETA DE POUPANÇA 168
CDB - CERTIFICADO DE DEPÓSITO BANCÁRIO 169
LCI - LETRA DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO 170
LCA - LETRA DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO 173
OPERAÇÃO COMPROMISSADA 174
TÍTULOS PÚBLICOS FEDERAIS 175
LTN - LETRA DO TESOURO NACIONAL 176
LFT - LETRA FINANCEIRA DO TESOURO 177
NTN-B - NOTA DO TESOURO NACIONAL SÉRIE B 178
Apostila CPA-10
sumário
MÓDULO 7
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA 213
PREVIDÊNCIA SOCIAL X PREVIDÊNCIA PRIVADA 214
PREVIDÊNCIA SOCIAL - INSS 214
OS SEGURADOS DO INSS 215
AS FONTES DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 216
OS BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 216
CARACTERÍSTICAS DA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 217
FIE - FUNDO DE INVESTIMENTO ESPECÍFICO 217
TAXA DE CARREGAMENTO 218
TAXA DE ADMINISTRAÇÃO 218
TIPOS DE PLANO 218
PORTABILIDADE 220
TRIBUTAÇÃO 220
TABELA REGRESSIVA 221
TABELA PROGRESSIVA 221
MIGRAÇÃO ENTRE PLANOS 222
VGBL X PGBL 223
VGBL 223
PGBL 223
NOTAS IMPORTANTES SOBRE O PGBL 225
SIMULADO 226
GABARITO 230
Módulo 1
Sistema Financeiro Nacional
e participantes do mercado
O objetivo deste capítulo é apresentar de forma básica como
se estrutura o Sistema Financeiro, quem são seus integrantes
e quais são as principais funções por eles desempenhadas.
EXIGÊNCIA NA PROVA:
DE 3 A 5 QUESTÕES.
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Você já pensou em como milhões de pessoas e empresas, todos os dias, conseguem transa-
cionar recursos entre si com total segurança? Pois é, isso só é possível graças a estrutura que
existe em nosso sistema financeiro.
Esse primeiro módulo de seu estudo é dedicado a detalhar a você, futuro profissional certificado
CPA-10, quem são os agentes desse sistema, sua estrutura e suas funções.
O SFN tem, através de sua estrutura, algumas funções e, para nosso estudo, vamos destacar duas:
Deixe-me ilustrar um pouco mais sobre a importância do SFN para nossa economia.
Imagine que na cidade de Guaxupé-MG tenha um jovem empreendedor que tem uma ideia
incrível de um negócio que, se der certo, pode acabar com a fome do mundo. O problema é
que esse jovem empreendedor não tem recursos financeiros para iniciar seu projeto.
Agora vamos viajar para a cidade de Dourados-MS e nos deparar com um senhor recém apo-
sentado que possui alguns milhões de reais em sua poupança financeira.
O jeito mais simples para isso é: o agente superavitário deposita esse recurso em um banco,
recebe um rendimento sobre esse valor, o banco, por sua vez, empresta ao jovem que pagará
juros por isso. Graças ao SFN nós pudemos, nesse exemplo, acabar com a fome no mundo.
Bem, acabar com a fome no mundo, infelizmente não é tão simples assim, mas o SFN existe
justamente para deixar as transferências entre os agentes do sistema simples, segura e ágil.
O ponto que quero destacar aqui é que no exemplo do jovem empreendedor e do senhor
aposentado é que TODOS GANHARAM essa transação.
O jovem empreendedor conseguiu viabilizar seu projeto, o senhor aposentado recebeu rendi-
mentos por isso, o banco que intermediou essa operação ganhou na diferença de taxas (cha-
mamos essa diferença de taxa de spread. Vou falar sobre isso mais para a frente) e, sobretudo,
a sociedade civil também ganhou com um projeto que acaba com a fome.
Agora que você já entendeu que o SFN permite o gerenciamento de recursos e a inter-
mediação financeira vamos entender como, de fato, essas coisas acontecem em nosso
sistema e sua estrutura.
Para que possamos ter uma segurança no sistema temos uma hierarquia de órgãos e asso-
ciações regulam, fiscalizam e auto regulam o sistema. Vamos falar sobre cada um deles agora.
Já que eu disse que o CMN é o chefe do sistema tenho que destacar suas deliberações.
O CMN conduz o SFN com sua atividade regulatória por meio de elaboração de atos nor-
mativos, que chamamos de resoluções, que são deliberadas pelo CMN e publicadas no
site do Banco Central do Brasil. Por falar em Banco Central do Brasil que, para nós, será
simplesmente BACEN, vamos falar sobre ele agora.
Sua estrutura organizacional é comandada por uma diretoria colegiada, composta por nove
membros: o presidente e oito diretores, cada um responsável por uma diretoria específica.
Todos os membros da diretoria colegiada são nomeados pelo presidente da República, entre
brasileiros de reputação ilibada e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, após
aprovação pelo Senado Federal.
O BACEN tem, entre suas atribuições fiscalizar as instituições financeiras, mas não só isso. Vamos
destacar aqui as atribuições do chefe dos bancos:
Notou as palavras que estão em negrito? Essas são as palavras chave que você pode asso-
ciar ao BACEN. Se comprar com o CMN vai notar que enquanto o CMN disciplina o merca-
do o BACEN executa normas que o mercado funcione como fora determinado pelo CMN.
Para o BC (BC é um outro jeito de chamar o BACEN) possa fiscalizar e supervisionar o mercado
será feito por meio de documentos normativos divido em três categorias:
Circulares: atos normativos pelos quais o BACEN, por delegação, cria normas para o SFN ou,
também por delegação, regulamenta as normas contidas em resoluções do CMN;
Comunicados: documentos administrativos de âmbito externo, que têm por finalidade divulgar
deliberação ou informação relacionada à área de atuação do BACEN.
Agora que já falamos sobre o BACEN vamos avançar um pouco mais em nossos conhecimentos
sobre os órgãos reguladores. Agora, falando da Comissão de Valores Mobiliários.
Aqui não tem nenhuma palavra em negrito porque eu não quero viciar você. Mas quero
destacar aqui que o principal papel da CVM é proteger e promover um ambiente seguro
para os investidores. Se você ler novamente os tópicos acima vai notar que tudo se resume
em entregar um ambiente seguro para o investidor.
A Susep é administrada por um conselho diretor, composto pelo superintendente e por quatro
diretores. Nomeados pelo presidente da República
TESOURO NACIONAL
Não, não estamos falando de um baú gigante de madeira com cadeado antigo no fundo
dos mares brasileiros. O Tesouro Nacional está mais para um grande caixa eletrônico que
só o Governo pode usar.
Você, assim, como todo cidadão brasileiro paga muitos impostos ao longo do ano, certo? Já se
perguntou onde, de fato, esse dinheiro vai parar? Se respondeu no bolso de alguns políticos
corruptos, acertou, mas não é correto dizer isso.
O Tesouro Nacional e responsável por cuidar dos recursos da União. Todos os impostos que
pagamos ao longo dos anos vão parar no caixa do Tesouro. De posse desse dinheiro, o Tesouro
vai gerir de acordo com a demanda do Estado. Esses recursos deveriam ser devolvidos à socie-
dade em forma de serviços como saúde, segurança e educação.
Acontece que nem sempre o que o governo arrecada é suficiente para cumprir essas obrigações
e, para isso, o governo pode lançar mão do recurso de emitir títulos públicos no mercado. Os
títulos públicos representam, de uma maneira bem objetiva, a dívida da união e, por sua vez,
essa dívida é também gerida pelo Tesouro Nacional.
É importante você entender esse tema para pode ir bem no tema títulos públicos federais
que falaremos mais adiante.
DEALERS
Os Dealers são instituições financeiras credenciadas pelo Tesouro Nacional. O objetivo delas é
promover o desenvolvimento dos mercados primário e secundário de títulos públicos.
O desempenho de cada instituição é avaliado a cada seis meses. Aquelas com o pior desempe-
nho são substituídas. A seleção é feita mediante avaliação, baseada, sobretudo, nas participações
em ofertas públicas e no mercado secundário de títulos públicos.
A ANBIMA é uma associação privada e foi criada em 2009, mas sua história começou antes.
Isso porque é fruto da fusão de duas outras associações, a Associação Nacional dos Bancos
de Investimento (Anbid), criada em 1967, e a Associação Nacional das Instituições do Mercado
Financeiro (Andima), criada em 1971.
Conta corrente é também chamado de “depósito à vista” e tem esse nome sofisticado por uma
razão muito simples: sempre que você deposita dinheiro em sua conta corrente esse recurso
tem de estar a sua disposição a qualquer momento, inclusive no mesmo dia do depósito.
Ao contrário do depósito à vista nós temos o depósito a prazo que, como o próprio nome sugere,
é um depósito que tem um prazo para ser devolvido ao depositante. Este, invariavelmente,
gera rendimentos ao depositante.
Com essa breve introdução sobre depósitos à vista e depósito à prazo vamos detalhar as
funções dos bancos comerciais.
Sociedade de Crédito Imobiliário: como o nome sugere essa a instituição responsável por
conceder empréstimos para financiamento imobiliário;
De arrendamento mercantil: a palavra mercantil vem de “mercadoria”. Esse banco vai arren-
dar uma mercadoria (máquinas, equipamentos) para pessoas físicas e empresas. Em outras
palavras, esse banco faz leasing.
BANCOS MÚLTIPLOS
Agora que você já viu que um banco possui diversas modalidades de operação eu te pergunto:
como será a contabilidade desses bancos na hora de divulgar o balanço da empresa com o
resultado? Ainda bem que, em 1988, através da resolução do CMN 1.524, ficou autorizado a
criação do banco multiplo.
Basicamente um banco múltiplo é um único banco que vai operar, como o nome sugere,
múltiplas carteiras. Uma dessas carteiras deve, contudo, obrigatoriamente ser comercial
ou de investimento; os bancos múltiplos que dispõem de carteira comercial, por sua vez,
podem captar depósitos à vista. De todo modo, qualquer banco múltiplo deve conter em
sua denominação, obrigatoriamente, a expressão “Banco”.
Por que isso é importante? Porque esses bancos podem operar em cada carteira com
CNPJ da carteira, mas publicar balanço em um único CNPJ, o do banco múltiplo.
Uma corretora tem, como principal, função promover a intermediação de títulos e valores mobiliários
e, boa parte dessas negociações, são feitas via B3. Ou seja, para o investidor ter acesso aos produ-
tos negociados na bolsa de valores é necessário que ele o faça por intermédio de uma corretora.
Uma coisa importante: embora uma corretora esteja ligada a negociação de ativos na bolsa de
valores, suas funções vão muito além disso. Vamos destacar algumas aqui:
Além disso, as corretoras também podem auxiliar os investidores com a disponibilização para
clientes de informações provenientes de seus departamentos técnicos ou de análises de empre-
sas, títulos e fundos de investimento. Ademais, cabe observar que em sua atuação as corretoras
estão sujeitas à fiscalização da bolsa de valores, da CVM e do BACEN.
Em 2009 uma decisão conjunta do BACEN e CVM tirou essa vedação e, a partir dai, as DTVMs
podem fazer exatamente a mesma coisa que uma CTVM. Ou seja, hoje, não existe nenhuma
diferença entre uma DTVM e uma CTVM.
Traduzindo ao pé da letra, a clearing seria “lugar onde tudo funciona do jeito certo, sem medo
de ninguém pegar seu dinheiro e sumir, porque lá as pessoas tomam conta de tudo”. Ou algo
mais ou menos assim.
Imagine que todos os dias milhões de transações circulam no mercado. Como faríamos o con-
trole disso? Como teríamos a certeza de que uma ação comprada por um investidor foi mesmo
colocada em nome desse investidor após a compra?
Os títulos que são negociados hoje no sistema financeiro são somente escriturais, ou seja, não
existe os títulos físicos, somente informação lógica nos sistemas.
⯀ SELIC, sistema especial de liquidação e custódia, responsável pela custódia (guarda) e liquidação
de Títulos públicos Federais negociados no mercado interbancário ou mercado de balcão.
⯀ Clearing da B3. É responsável por custodiar e liquidar os ativos negociados no ambiente da Bolsa
de Valores, bem como o registro de títulos de renda fixa e derivativos no mercado de balcão.
As negociações na bolsa de valores são feitas por meio de instituições habilitadas, ou seja,
o investidor não pode acessar o ambiente de negociação da bolsa, a não ser por meio de
uma instituição financeira habilitada.
Desde 2002, quando houve uma grande reforma no SPB decorrente da edição da Lei
10.214/2001 (conhecida como “Lei do SPB” e que estabeleceu o fundamento legal e regu-
latório das câmaras de compensação e liquidação), proporcionou-se a interligação dos
sistemas dos participantes do mercado, que também participaram a ativamente dessa
reformulação. Isso de modo que pessoas físicas, empresas, governos e instituições finan-
ceiras passaram a poder realizar transferências de dinheiro para pagamentos, cobertura
de saldos, aplicações e outras finalidades com muito mais segurança e rapidez.
Além disso, o SPB se caracteriza atualmente pela base legal sólida e abrangente, pelo uso
obrigatório de contrapartes centrais para a liquidação de obrigações, pela certeza da liquida-
ção dada pela contraparte central com base em mecanismos de gerenciamento de riscos e
salvaguardas, bem como pela irrevogabilidade e finalidade das liquidações.
7. O tipo de banco privado que tem como especialidade realizar operações de participação
societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para supri-
mento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros é o banco:
A. múltiplo;
B. comercial;
C. de desenvolvimento;
D. de investimento.
Esse é um filme que, para alguns, tem viés político. Mas o ponto é que o filme mostra os
bastidores da Operação Lava Jato, e não há nada mais atual e real no combate ao crime
de lavagem de dinheiro do que essa operação.
Deixando o seu momento de lazer de lado e voltando aos estudos, vamos entender a
importância da prevenção à lavagem de dinheiro.
Em sua forma mais recorrente, portanto, a lavagem de dinheiro envolve três etapas inde-
pendentes, que muitas vezes ocorrem de forma sequencial ou simultânea.
Na legislação brasileira, o conceito de lavagem está expresso na Lei 9.613/98 que, em seu
artigo 1°, conceitua o crime de lavagem como “ocultar ou dissimular a natureza, origem,
localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores prove-
nientes, direta ou indiretamente, de infração penal”.
Contudo, é importante notar que o referido artigo, em seus parágrafos 1° e 2°, impõe as
mesmas penas para quem:
“(...) ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal:
Porém, para que as atividades do COAF sejam bem-sucedidas, é importante que todas as
instituições visadas, no que diz respeito à lavagem de dinheiro proveniente do crime, mante-
nham em registro todas as informações de relevância sobre seus clientes e suas operações.
Além dos bancos, devem combater a lavagem de dinheiro as empresas e instituições que
trabalham com a comercialização de jóias, metais preciosos e obras de arte. Esses são
casos clássicos de produtos usados para praticar o crime.
Além do COAF, outras autoridades, tais como o BACEN, a CVM, a Polícia Federal, a Receita
Federal, a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público cumprem importante papel
no combate à lavagem de dinheiro.
As instituições financeiras são alvos dos criminosos porque, em seus sistemas, fica fácil colo-
car e ocultar dinheiro proveniente de atividade ilícita. É exatamente por isso que o BACEN
e a CVM criaram as normas citadas no tópico anterior. Essas normas dispõem, entre outras
coisas, sobre a identificação, cadastro, registro e comunicação de operações de seus clientes.
CADASTRO
Uma das principais atuações preventivas ao alcance das instituições financeiras diz respeito
à manutenção de um cadastro completo e atualizado dos clientes. Nesse sentido, quanto
mais completo um cadastro, mais facilmente são identificadas operações suspeitas.
Apenas ter o cadastro do cliente atualizado não é suficiente. É necessária uma observação
também na movimentação financeira do cliente e se esta é compatível com sua atividade
profissional ou com sua renda declarada.
INFORMAÇÕES DO KYC
Já sabemos que o processo de “conheça seu cliente” (ou KYC) tem como principal finali-
dade a prevenção ao crime de lavagem de dinheiro. Mas já que é para conhecer seu cliente,
vamos entender qual informação devemos buscar junto ao nosso cliente:
Dica de ouro: esse procedimento não deve ser feito apenas para cumprir as normas do
BACEN, mas também no intuito de proteger sua instituição, bem como sua reputação
como profissional.
COMUNICAÇÃO AO COAF
Já falamos em um dos tópicos anteriores que o COAF é responsável pelo controle de
atividades financeiras com o objetivo de combater a lavagem de dinheiro, certo? O ponto
é que o COAF não conseguiria agir com eficácia se tivesse de agir sozinho. Por isso, o
BACEN, delibera em sua circular sobre a obrigação de as instituições comunicarem o
COAF sobre movimentações, conforme listado abaixo:
As comunicações ao COAF, nesses casos, devem ser realizadas até o dia útil seguin-
te à sua verificação, sem que seja dada ciência à parte cuja ação foi comunicada
ou a terceiros.
Vale ainda lembrar que diversas outras empresas, por desenvolverem atividades sujeitas a
sua utilização para a lavagem de dinheiro, têm obrigações de comunicação de operações
suspeitas ao COAF. Entre elas, podemos destacar:
Essa obrigação carrega em si séria consequência administrativa, uma vez que, caso
verificada alguma irregularidade, esse diretor constará, junto com a instituição, como
parte do Processo Administrativo Sancionador correspondente, estando sujeito a pena-
lidades administrativas na pessoa física.
⯀ advertência;
⯀ multa pecuniária variável não superior:
◇ ao dobro do valor da operação;
◇ ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela rea-
lização da operação; ou
◇ ao valor de R$20.000.000,00, o que for menor;
◇ inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo
de administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9o da Lei 9.613/98;
◇ cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação
ou funcionamento.
REDUÇÃO DE PENA
Lembra quando o empresário Marcelo Odebrecht resolveu contribuir com as investi-
gações da Operação Lava Jato delatando outros empresários e políticos? Ele não o fez,
necessariamente, por ter se arrependido dos crimes que cometeu. Mas essa delação
confere a ele uma redução de pena.
O criminoso terá sua pena reduzida de 1 a 2/3, ou até mesmo será convertido o regime
prisional, se ele colaborar com as investigações e entregar provas de sua colaboração.
Claro que, em se tratando de ética, teríamos muito a tratar. Porém, para sua prova de cer-
tificação CPA-10, vamos tratar de venda casada, restrições do investidor, além dos padrões
éticos de front runner e insider trading.
VENDA CASADA
Eu costumo dizer por aqui que “quem nunca fez uma venda casada que atire a primeira
capitalização”. Embora seja, infelizmente, comum no mercado - que, aliás, deveria ser
combatida –, a venda casada é uma prática vedada no mercado.
Para um exemplo prático, é só imaginar um gerente de uma agência bancária que con-
diciona a emissão de um cartão de crédito à compra de título de capitalização que, cari-
nhosamente, chama de “poupança forçada”.
Importante ressaltar que a venda casada não se caracteriza por vantagens oferecidas a
clientes em nome do relacionamento que possui com a instituição. Como exemplo pode-
mos usar o fato de os bancos, por padrão, ofereçam a seus clientes isenção de tarifas ban-
cárias quando o investidor possui um determinado volume financeiro aplicado com aquela
instituição.
Nesse sentido, importa analisarmos quatro variáveis comuns a qualquer cliente: idade,
horizonte de investimento, conhecimento do produto e tolerância ao risco.
Cada instituição terá seu procedimento para colher informações de perfil do investidor,
mas a premissa dos pontos a serem analisados são:
Para além desses pontos, os responsáveis pelas verificações de suitability devem conside-
rar os custos associados a produtos, serviços ou operações – tanto diretos como indiretos
–, abstendo- se de recomendar aqueles que impliquem custos excessivos e inadequados
ao perfil do cliente. Para avaliar esse perfil, contudo, os responsáveis pelas verificações de
suitability devem avaliar e classificar seus clientes em categorias de risco previamente esta-
belecidas por eles mesmos.
Embora o perfil do investidor possa ser bem detalhado, o mercado trabalha conceitualmente
com 3 perfis de investidor:
⯀ conservador;
⯀ moderado;
⯀ agressivo.
⯀ obter declaração expressa do cliente de que ele está ciente da ausência, desatualização
ou inadequação de seu perfil;
⯀ alertar o cliente, com indicação clara das causas de divergência, acerca da ausência
de perfil definido;
Com essa previsão, a CVM entende que está protegendo ao menos a confiança no sistema
financeiro, pois o cliente fica expressamente ciente de que está agindo fora das recomen-
dações emitidas por integrantes do sistema de distribuição e pelos consultores de valores
mobiliários. Ademais, isso é feito sem privá-lo de acessar determinadas operações, evi-
tando o que poderia ser visto como limitação arbitrária e injusta. Essa foi, portanto, a saída
encontrada pelo regulador para tutelar o bem jurídico que a regulação busca proteger ao
menor custo possível à liberdade econômica dos clientes do sistema financeiro.
É importante notar que o diretor indicado à CVM como responsável pela elaboração e
observância das regras de suitability deve ter sua nomeação ou substituição informada à
CVM no prazo de sete dias úteis.
Igualmente, esse diretor deve encaminhar aos órgãos de administração da sua instituição,
até o último dia útil dos meses de janeiro e julho, relatório relativo ao semestre encerrado
no mês imediatamente anterior à data de entrega, contendo, no mínimo:
CÓDIGOS DE REGULAÇÃO E
MELHORES PRÁTICAS DA ANBIMA
A Anbima, como dissemos no capítulo anterior, não tem força reguladora, isto é, não cria
leis ou normas de mercado, no entanto, para seus associados ele cria procedimentos inter-
nos que visam melhorar a qualidade da informação prestada aos investidores e demais
participantes do mercado financeiro e de capitais. Entre os códigos que a Anbima criou,
vamos estudar somente os seguintes:
Segundo o edital da prova, todos estes códigos deveriam ser abordados neste módulo,
no entanto, para que seu aprendizado seja mais fluido, eu, intencionalmente, estou distri-
buindo esses códigos ao longo do curso.
Agora vamos falar sobre o código de regulação e melhores práticas para o programa
de certificação continuada.
Como eu disse, a Anbima não tem força reguladora, mas seus participantes que sejam
regulamentados pelo BACEN e CVM, concordam, expressamente, que o desempenho ade-
quado das Atividades Elegíveis excedem o limite de simples cumprimento da Regulação
que lhes são aplicáveis, devendo, dessa forma, submeter-se também aos procedimentos
estabelecidos por este Código. Em outras palavras, estou dizendo que o código da Anbima
complementa a regulação e seus participantes estão de acordo com isso.
Já que estou frisando que o código não se sobrepõe à regulação, é importante destacar
que, caso haja alguma divergência entre a regulação e o código, devemos sempre des-
prezar o código e observar a regulação.
CERTIFICAÇÕES
A Anbima é responsável diretamente, pela expedição de 4 importantes certificações
no mercado financeiro. A certificação profissional Anbima série 10 (CPA 10), a certi-
ficação profissional Anbima série 20 (CPA 20), certificação de especialista Anbima
(CEA) e a certificação de Gestores da Anbima (CGA).
Vale destacar que certificação CGA não possui nenhuma relação às demais. Ou seja o pro-
fissional com esta certificação está habilitado para ser gestor de carteira, mas não pode
exercer funções da demais certificações.
O profissional que é aprovado no exame de certificação que possui vínculo com uma
instituição participante da Anbima é considerado um profissional certificado, ao passo
que o profissional que é aprovado no exame, mas não tem vínculo com uma instituição é
considerado profissional aprovado.
Dessa forma a gente conclui o módulo 2. Vamos testar um pouco nosso conhecimento
desse módulo nas questões abaixo.
EXIGÊNCIA NA PROVA:
DE 3 A 5 QUESTÕES.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Pra começarmos o papo, vamos entender o conceito de economia.
E por que estou começando esse módulo com uma introdução tão gringa? Pra você enten-
der que vamos falar sobre o efeito da desvalorização do dinheiro e como podemos medir
essa distribuição e consumo de bens e serviços. Exatamente como a definição de economia.
Para medirmos a evolução de riqueza de uma país (estado, ou cidade), usamos como
medida o PIB, Produto Interno Bruto. O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais, em
termos monetários e a valor de mercado, produzidos em uma determinada região durante
certo período. Dizemos que esses bens e serviços são “finais” para eliminar os valores dos
bens intermediários utilizados no seu processo de produção. Além disso, normalmente,
para fins de comparação internacional, o período considerado é de um ano.
PIB = C + I + G + NX
Onde:
Para efeitos de comparação, se durante um determinado ano o país teve de PIB U$ 1.000,00
e, no outro ano, o mesmo país teve um PIB de U$ 1.100,00, seria correto dizer que esse país
teve um crescimento de 10%? Não, não seria correto afirmar esse crescimento, pois temos
um fator que deve ser levado em consideração na hora de entender a produção de riqueza.
Esse fator é a inflação. Falaremos a seguir sobre os indicadores de inflação.
A pergunta que fica é: o que uma família fazia com R$ 64,79 por mês? Acredite, muita
coisa. Com R$ 64,79 por mês era possível ir ao mercado e comprar suprimentos para
toda a família, pagar as contas de consumo (água e luz) e, talvez, sobrar para comprar
um sorvete para cada um dos filhos.
O ponto é que hoje, com R$ 64,79, você não consegue comprar uma cesta básica. De
um ponto do vista bem simples, podemos dizer que o preço dos produtos vem subindo
ao longo do tempo. Assim podemos definir a inflação: o quanto o preço dos produtos
sobe com o passar dos anos.
Em outras palavras, o fato de não conseguirmos comprar muita coisa com R$ 64,79 em
2018 é porque o dinheiro hoje vale muito menos do que valia em 1994.
Tudo bem, você já entendeu que inflação é a desvalorização da moeda local - ou, popu-
larmente dizendo: o aumento generalizado de preços –, vamos então entender como
podemos medir com eficiência essas distorções.
O IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil, calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), e serve de parâmetro ao CMN para definir a meta de inflação.
Ele é calculado pelo consumo das famílias que ganham de 1 a 40 salários mínimos, de qual-
quer fonte de renda e residentes nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro,
Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e Goiânia.
Resumindo, o IBGE pesquisa mês a mês o preço dos itens acima para chegar a uma
média ponderada de aumento. Quanto maior for a variação do IPCA em um perí-
odo, menor será o poder de compra do brasileiro. O Conselho Monetário Nacional
entende que ter um IPCA em alta e sob controle é importante para economia.
Anualmente, o CMN estabelece uma meta de inflação ao Banco Central. É como se o CMN
dissesse ao BACEN: “Eu, CMN, entendo que para o crescimento do nosso PIB temos de
ter uma inflação anual de 4,5% com intervalo de 1,5%”. Em outras palavras, a inflação terá
como piso da meta 3,0%, 4,5% como centro da meta e teto da meta de 6,0%.
O Bacen vai executar políticas monetárias (veremos mais adiante) para cumprir essa meta.
COPOM
O Comitê de políticas monetárias, COPOM, foi criado em 1996. Em junho de 1999, o Brasil come-
çou a adotar as “Metas de Inflação”, definidas pelo CMN, utilizando o índice IPCA. A partir daí,
o COPOM virou o responsável por executar a política monetária denominada como Taxa Selic.
Imagine que você tem em R$ 1.000.000,00 e quer investir seu dinheiro para recebê-lo mais
a frente com um rendimento. Você tem 2 opções:
Se o rendimento no mercado financeiro te 20%, por que você iria abrir uma empresa
para ganhar 15% em um ano? Em outras palavras, quanto maior for a taxa de juros de
mercado, menor será o incentivo para investimento em produção. Por isso o BACEN usa
lança mão da taxa Selic que vai:
SELIC META
O COPOM, como vimos no tópico anterior, vai definir em sua reunião a taxa Selic META. A
Selic Meta é utilizada como política monetária para controle da liquidez de mercado. Em
outras palavras, a SELIC META é utilizada para controlar a quantidade de dinheiro disponível
em nossa economia e, com isso, controlar a inflação.
Imagine que o CMN tenha definido como meta de inflação 4,5% a.a. e, ao chegar no mês
de junho, já estamos com inflação em 10% a.a.
Qual é o desafio para o COPOM executar uma política monetária que derrube esse índice?
Nesse cenário, é altamente recomendado que o COPOM aumente a taxa Selic. A lógica
é a seguinte: quanto maior for a taxa Selic, maior será a rentabilidade obtida para quem
investir seu dinheiro nos títulos públicos federais. Os bancos, por sua vez, são os maiores
investidores do Governo e, com uma taxa alta eles tenderão a investir seu dinheiro no
governo ao invés de conceder crédito ou até mesmo aumentar muito a taxa de juros dos
empréstimos nas agências.
Dessa forma, com o crédito mais caro, menos pessoas tendem a tomar dinheiro empres-
tado dos bancos para investir em produção. Com menos dinheiro em circulação (porque
os bancos, ao invés de injetar na economia com crédito, investiram no governo), menos
consumo; e com menos pessoas dispostas a consumir, os comerciantes tendem a baixar
seus preços, tendendo assim a uma baixa da inflação.
⯀ Quanto maior for a taxa Selic, menor tenderá a ser o consumo e, consequentemente,
menor será a inflação;
⯀ Quanto menor for a taxa Selic, maior tenderá a ser o consumo e, consequentemente,
maior será a inflação.
SELIC OVER
Resumindo: a Selic Meta não pode ser confundida com a taxa de juros de mercado. A taxa
de juros de mercado é a Selic Over. A Selic Meta pode ser representada pela a taxa máxima
que o governo estaria disposto a pagar.
Curiosidade: historicamente, a Selic over tem ficado 0,10% abaixo da Selic Meta.
Por sua composição, esse indicador engloba diferentes etapas do processo produtivo, sendo
bastante utilizado como indexador de contratos (por exemplo, de aluguel de imóveis) e
muito influenciado pelo aumento nos preços dos produtos no atacado. Apesar de ser um
indicador muito importante, o IGP-M não é considerado o indicador oficial de inflação do
Brasil, mas amplamente aceito pelo mercado como um indicador fidedigno.
Historicamente, o IGP-M tem uma variação muito próxima à variação do IPCA. É impor-
tante que haja um indicador de mercado para que o controle de variação de preços
não seja monopólio do Estado. Um Estado que detém o monopólio dos indicadores
econômicos não gera confiança aos investidores estrangeiros, pois esses dados seriam
facilmente manipulados.
Sua função é, portanto, transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em
outras palavras, para que o sistema seja mais fluido, o banco que tem dinheiro sobrando
empresta para o que não tem.
A taxa DI é o principal indexador do mercado de renda fixa. A maior parte dos títulos de
renda fixa pós fixados negociados no mercado está indexado ao DI.
Exemplo: Um CDB que rende 100% do DI vai render de acordo com a variação dessa
taxa. Se o DI fechar o ano com 10%, esse CDB vai pagar 10%. Se o DI fechar o ano
com 5%, esse CDB vai pagar 5%.
Curiosidade 2: Como você pôde ver nesse tópico, o CDI não é a taxa, mas o instru-
mento para chegarmos na taxa DI. No entanto, o mercado usualmente o chama de
“taxa CDI”.
TR - TAXA REFERENCIAL
No início dos anos 90, a Taxa Referencial foi criada pelo Plano Collor II (que depois viraria o
Plano Real) para combater a inflação no país. Ela deveria ajudar a controlar os juros, servindo
como referência para que as taxas de juros do mês seguinte não refletissem a taxa do mês
anterior.
Hoje, quase duas décadas depois, a TR é usada principalmente como TR Mensal. Ela é utilizada
para remunerar a Caderneta de poupança, o FGTS e corrigir alguns contratos de crédito imobiliário.
A TR, deriva da TBF (Taxa Básica Financeira) que, por sua vez, será composta das taxas de
juros das Letras do Tesouro Nacional (LTN) praticadas nas operações definitivas no âmbito do
mercado secundário e registradas no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). A
TBF de um mês será uma média ponderada entre as taxas médias das LTNs com vencimentos
imediatamente anterior e imediatamente posterior ao prazo de um mês, seguida da aplica-
ção, ao valor resultante, de um fator multiplicativo fixado em 0,93 (noventa e três centésimos).
Com base na TBF, o banco central aplica um fator redutor e chega na TR, conforme a seguir:
Onde:
A taxa de câmbio spot é a taxa para compra e venda imediata de dólares. Também
conhecida no Brasil como “dólar pronto”, é a taxa pela qual os participantes do mercado
de câmbio estão dispostos a comprar e vender a moeda estrangeira em determinado
momento da sessão de negociação.
A taxa PTAX, por sua vez, é uma média das cotações do dólar no mercado, calculada pelo
Banco Central do Brasil por meio de metodologia própria.
Embora a PTAX seja considerada a taxa de câmbio oficial do Brasil ela não pode ser
considerada como o preço da moeda em uma casa de câmbio. Quando você compra
dólar em uma casa de câmbio está incluso o Spread (diferença entre o valor da compra
e o valor da venda) da corretora e outros custos. A PTAX é utilizada para liquidação de
contratos no mercado financeiro.
Deixa eu dar um exemplo para você: se eu disser a você que no meu banco tem um produto
de investimento que está rendendo 30% ao mês. Você acha que é um bom investimento?
Só com essa informação é bastante provável que você considere um bom rendimento,
né? Mas e se eu disser que em outros bancos é comum ter um retorno de 50% ao mês.
Agora, o resultado que meu banco oferece parece baixo, né?
Em outras, quando você analisou meu produto de maneira isolada, parece ser um bom
rendimento, mas quando você comparou com outro produto notou que não era tão bom
assim. O Benchmark neste caso, é o outro banco.
A B3 divulga minuto a minuto a variação média do preço das ações com maior volume
de negociação através do índice Bovespa (a bolsa que conhecemos hoje como B3 era
conhecida como Bovespa, Bolsa de Valores de São Paulo). O índice Bovespa é chamado
popularmente de Ibovespa ou também de IBOV.
No mercado financeiro temos muitas formas de calcular os juros, e é isso que vamos
abordar de agora em diante.
Esse exemplo representa o ganho nominal e o ganho real de uma aplicação. Ganho nominal
é quanto um investidor recebe ao fazer uma aplicação, e ganho real é quanto o investidor
realmente ganha com essa aplicação. Confuso?
Imagine que um investimento rendeu 15% em um ano e que a inflação medida pelo IPCA
tenha sido de 5% ao ano. Nesse caso, para sabermos o ganho real, basta descontar da taxa
nominal 15% no IPCA 5% e chegamos na taxa real.
Basta fazer:
Certo? Errado.
O cálculo não é tão simples assim. Para achar a taxa real de um investimento, é necessário
abusar um pouco mais do conceito de matemática financeira através da seguinte fórmula:
Resumindo:
⯀ Taxa nominal: o retorno que o investidor recebe por seus investimentos durante um
período.
⯀ Taxa real: é o aumento do poder de compra que um investimento traz a seu detentor;
é a taxa nominal descontada a inflação.
Dica de ouro: a taxa real de um investimento não pode ser confundida pela simples
subtração da taxa nominal pela inflação. As taxas devem ser descontadas, conforme
a fórmula acima. Apesar de não podermos subtrair, a taxa real será SEMPRE um pou-
co inferior ao resultado da subtração da taxa nominal pelo IPCA.
É interessante notar alguns pontos adicionais sobre a taxa de juros real e sua relação com
a taxa de juros nominal:
1. se a taxa de inflação for maior do que a taxa de juros nominal durante o período de
um investimento, a taxa de juros real ficará abaixo de zero. Ou seja, o rendimento real
em um investimento pode ser negativo, o que significa que o poder de compra do
investidor pode se reduzir entre o momento da aplicação dos recursos e o momento
do recebimento do montante principal acrescido dos juros.
2. se a taxa de inflação for negativa, isto é, se houver deflação, a taxa de juros real será
superior à taxa de juros nominal. Isso significa que o poder de compra do investidor
pode crescer a um ritmo maior do que aquele indicado pela taxa de juros nominal
oferecida em determinada aplicação financeira.
REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO
Já sabemos que juros é o valor do dinheiro no tempo. O que vamos saber a partir de agora
é que existem algumas formas de calcular os juros. Matematicamente, o cálculo dos juros
é chamado de capitalização. Entre outros regimes de capitalização temos de destacar o
regime de capitalização simples e composta.
CAPITALIZAÇÃO SIMPLES
Às vezes, pode parecer que chamar algo de ‘simples’ é exagero. Mas a Capitalização Simples
é realmente simples. E o que a torna tão fácil de entender é o fato de que nela o juro não
incorpora ao capital para efeito de novos juros periódicos.
Se tivermos uma taxa de juros de 2% ao mês e quisermos encontrar qual é a taxa proporcio-
nal a 1 ano, basta multiplicar a taxa pelo prazo desejado, que nesse caso é 12, ficando assim:
2 x 12 = 24%
VF = VP x ( 1 + taxa x prazo )
Onde:
⯀ VP = R$ 1.000,00
⯀ Taxa = 1%
⯀ Prazo = 12
⯀ VF =?
Fique ligado: sempre que vamos fazer cálculos com números que são expressos em
percentual (%), é preciso convertê-los para o formato decimal. Para fazer isso, basta
dividir o número por 100. Que, no caso de 1%, ficaria 1/100 = 0,01.
Quanto teríamos ao aplicar R$ 1.000,00 a uma taxa de 24% ao ano, no período de 6 meses?
VF = VP x [ 1 + ( taxa x prazo ) ]
VF = 1000 x { 1 + [ 0,24 x ( 6 ) ] }
12
VF = 1000 x [ 1 + 0,120 ]
VF = 1000 x 1,120
VF = 1.120,00
No regime de capitalização simples, não existe a capitalização dos juros, e assim os juros de
um período não geram juros nos períodos seguintes. Principalmente em economias com
elevadas taxas de inflação, como historicamente é o caso do Brasil, tal regime de capitali-
zação não é utilizado com frequência. Em seu lugar, o regime de capitalização composta
tende a ser preferido. Nesse regime, o montante inicial cresce de maneira geométrica ao
longo do tempo, e o valor de principal acrescido de juros em um dado período serve como
base de cálculo para os juros do período subsequente.
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA
Aqui temos que abusar um pouco mais de nossas habilidades matemáticas.
Pra deixar tudo mais fácil de se comparar, vamos analisar com os mesmos dados que
utilizamos no exemplo de capitalização simples.
VF = 1000 x 1,1268
VF = 1.126,82
Feito isso, agora vamos também entender o segundo exemplo, em que tínhamos um capi-
tal inicial de R$ 1.000,00 com uma taxa de 24% a.a. e período de capitalização composta:
6
VF = 1000 x ( 1 + 0,24 ) 12
0,5
VF = 1000 x ( 1,24 )
0,5
VF = 1000 x ( 1,24 )
VF = 1000 x 1,1135
VF = 1.113,55
Não sei se você notou, mas no regime de capitalização simples a taxa cresce e diminui
na mesma proporção do tempo. Isto é, se tenho a taxa ao mês e quero encontrar a taxa
expressa ao ano, basta multiplicar pela quantidade de meses que desejo, no caso, 12.
Justamente por termos as taxas crescendo de forma proporcional é que vamos chamá-las
de taxas proporcionais nesse regime.
Imagine que tenhamos uma taxa expressa ao mês de 1%. Quanto será essa taxa expressa ao ano?
Taxa proporcional = 1 x 12
12
Taxa equivalente = [ ( 1,01 ) - 1 ] x 100
Perceba que, enquanto no regime de capitalização simples nós encontramos a taxa pro-
porcional de 1% ao mês no período de 12 meses, isto é, 1 ano igual a 12% ao ano, no regime
de capitalização composta o resultado é 12,685% a.a.
Agora vem uma pergunta: qual dos dois regimes de capitalização é o melhor?
Veja, se temos a taxa expressa ao mês e queremos descobrir num período maior, por exem-
plo ao ano, estamos capitalizando a taxa. Se temos uma taxa expressa ao ano, e queremos
saber a respeito de 1 período menor, por exemplo 1 mês, estamos descapitalizando. Faz
sentido para você?
1. Capitalização
2. Descapitalização
Agora que você já sabe usar e abusar da matemática, vamos aprender sobre fluxo de pagamentos.
VOLATILIDADE: CONCEITO
A gente falou nos tópicos anteriores sobre indicadores econômicos, inflação, taxa de juros.
Agora, imagine que tomo emprestado de você R$ 1.000,00 hoje e lhe pago os mesmos R$
1.000,00 daqui 1 ano. Isso faz sentido para você? Se você entendeu o conceito de inflação
é bastante provável que essa proposta não te agrada, né? Afinal você vai perder poder de
compra em função da inflação, não é mesmo?
Esse efeito de desvalorização provocado pela inflação é apenas um fator que pode mudar
o valor do dinheiro ao longo do tempo. Diversos fatores de mercado podem afetar o valor
do dinheiro e, consequentemente, dos ativos que a gente negocia no mercado financeiro.
Um exemplo clássico para analisarmos é quando vemos a mudança no preço das ações
que são negociados na B3. Uma ação, pode, por exemplo, começar o dia sendo negociada
valendo R$ 10,00 e terminar o dia valendo R$ 18,00. Essa mudança constante de preços
de um ativo, por qualquer que seja o motivo, é chamada de volatilidade.
⯀ oferta e demanda;
⯀ risco assumido pelo investidor ao comprar o ativo;
⯀ facilidade de vender esse ativo no mercado secundário, entre outros.
Definição de título de renda fixa: os títulos de renda fixa têm um vencimento, uma
taxa conhecida no momento da negociação, e representam a dívida do emissor.
Se sabemos que os títulos de renda fixa têm um vencimento, sabemos, por consequência,
que existe um prazo para o investidor receber seu dinheiro de volta.
Agora pense num investidor (ou um fundo de investimento) que tem em sua carteira
diversos títulos com valores e vencimento diferentes. Como saberíamos qual o prazo
médio de recebimento dessa carteira?
*As características desses títulos serão abordadas nos próximos módulos. Para este
tópico quero que se atente apenas ao valor dos títulos e seus respectivos vencimentos.
Então vamos aprender a calcular esse prazo médio ponderado. No Brasil, uma
Resolução do Conselho Monetário Nacional define a fórmula “oficial” para cálculo do
prazo médio ponderado como:
dj
152
PMP = ( 1 + i ) x 1
VP 252
Onde:
Vou encontrar o prazo médio com você aqui apenas para você entender o conceito, com
algumas dicas importantes sobre esse tema para sua prova.
A primeira a coisa a fazer aqui é somar o total da carteira (coluna a), depois multiplicar o
valor de cada título com o respectivo vencimento (coluna a x b). Feito isso, basta dividir a
coluna soma das multiplicações pelo valor total da carteira, assim:
3.630.260.000 = 1.766,55
2.055.000
Assim, chegamos que o prazo médio da carteira que montamos é de 1766,55 dias. Em
outras palavras vimos aqui que na média o prazo de recebimento dessa carteira é 1766 dias.
A definição do mercado primário é quando uma empresa capta recursos dos investidores
ao lançar um título no mercado pela primeira vez. Isso gera caixa para a empresa.
Seguindo nosso exemplo, imagine que você tenha necessidade de resgatar seu dinheiro antes
do prazo acordado comigo. Tenho uma sugestão para você: que tal negociar minha dívida
com seu cunhado? Você vende a dívida para ele, recebe à vista e eu pago, no vencimento,
para ele.
Isso vai gerar liquidez ao seu título. Assim é o mercado secundário: ele possibilita a liquidez
dos ativos negociados. É quando os ativos são negociados de investidor para investidor e
não geram caixa para a empresa emissora do título.
4. A taxa DI é:
A. apurada diariamente e aplicada com base em dias úteis;
B. apurada diariamente e aplicada com base em dias corridos;
C. apurada mensalmente e aplicada com base em dias úteis;
D. apurada mensalmente e aplicada com base em dias corridos.
7. A diferença entre as taxas de juros nominal e real é dada pela taxa de:
A. Câmbio;
B. Inflação;
C. juros básica;
D. desconto.
10. Instrumento utilizado pelo banco Central do brasil para controlar a liquidez do
mercado financeiro:
A. Política Fiscal;
B. Política Monetária;
C. Política Cambial;
D. Política Creditícia.
11. Em um cenário de elevação da taxa básica e juros (SELIC) é esperado, por consequência:
A. Elevação do IPCA;
B. Redução do IPCA;
C. Redução do DI;
D. Elevação do IGP-M.
EXIGÊNCIA NA PROVA:
DE 5 A 10 QUESTÕES.
AS 3 PREMISSAS PARA SE
RECOMENDAR UM INVESTIMENTO
Esse é um dos momentos mais interessantes de se trabalhar em uma instituição finan-
ceira. É a hora em que vamos ajudar alguém a investir o dinheiro da maneira certa. Para
tal, observamos 3 premissas básicas:
Pois a rentabilidade de um investimento deverá, sempre ser observada com a mesma pre-
missa. Um determinado investimento vai sempre pagar para o investidor a rentabilidade
nominal. Para sabermos quanto, de fato, aumentou o poder de compra do investidor, é
preciso descontar a inflação do período.
LIQUIDEZ
Isso é importante. Não que os outros tópicos não sejam, claro. Mas a liquidez, que é a
maior ou menor facilidade de se negociar um ativo, convertendo-o em dinheiro, bate de
frente com o perfil do investidor.
RISCO
Risco pode ser definido como a probabilidade de perda ou ganho numa decisão de inves-
timento, ou o grau de incerteza do retorno de um investimento. Normalmente, o risco
tem relação direta com o nível de renda do investimento: quanto maior o risco, maior o
potencial de renda do investimento. A seguir, eu explicarei um pouco mais sobre os tipos
de riscos mais importantes a serem observados.
Assim, entre dois investimentos de mesmo retorno, o investidor prefere o de menor risco;
e entre dois investimentos de mesmo risco, o investidor prefere o de maior rentabilidade.
RISCO DE MERCADO
Sabe o mercado perto da sua casa? Vou chutar que você pagou R$ 5 na caixa do leite.
Quinze dias depois, o mesmo leite estava custando R$ 8. Esse exemplo simples explica o
Risco de Mercado, que é basicamente quando o preço de um ativo é alterado pelo mercado.
O preço dos ativos oscila por natureza em um espaço de tempo. Uns mais, outros menos.
A isso chamamos de volatilidade, que é uma medida dessa oscilação. Assim, os preços das
ações são mais voláteis (oscilam mais) que os preços dos títulos de renda fixa.
Risco sistemático: é a parte da volatilidade do ativo que tem sua origem em fatores comuns
a todos os ativos do mercado. Por exemplo, determinado resultado das eleições presidenciais
afeta, em maior ou menor grau, todos os ativos do mercado.
RISCO DE LIQUIDEZ
Imagine que você comprou um ativo por R$ 20. Amanhã, você precisa desesperadamente
vendê-lo, mas o valor dele caiu para R$ 15. Isso é Risco de Liquidez.
RISCO DE CRÉDITO
Basicamente, o Risco de Crédito é o risco de calote. Aposto que você já sentiu esse
medo alguma vez na vida. Talvez ao emprestar dinheiro pra um amigo, e ele ficar de
pagar depois de uns meses. Só que esse amigo some e você nunca mais vê a cor do
dinheiro. Isso é risco de crédito.
Deixa eu te avisar uma coisa importante: agora que você será um profissional certificado
pela Anbima, em toda reunião familiar, virá aquela tia solteirona, ou aquele primo que vive
enrolado perguntar para você qual é o melhor investimento que existe.
A resposta para isso é: não existe um melhor investimento. O que existe é o melhor inves-
timento para você em determinado momento.
Estou querendo dizer que TODOS os produtos disponíveis no mercado financeiro são pro-
dutos que atendem uma necessidade específica de investimento. Ou seja, mais importante
do que saber falar do produto é saber entender a necessidade do seu cliente.
Os objetivos dos investidores devem, sempre, ser olhados em primeiro lugar para fazer a adequação.
Um investidor que queira investir seu dinheiro para pagar uma viagem que acontecerá em
6 meses, é um investidor que, com certeza, precisa priorizar um investimento que tenha
alta liquidez. Ao passo que o investidor que está investindo para sua aposentadoria, que
acontecerá em 30 anos, pode escolher produtos que ofereçam menos liquidez, em troca
de buscar um rendimento maior, faz sentido?
Então, quando o investidor tem um tempo longo para investir, dizemos que seu horizonte
de investimento é longo.
1. Horizonte de investimento;
2. Capacidade de assumir riscos;
3. Situação financeira do investidor;
4. Conhecimento de mercado.
Para conhecer melhor a situação financeira do investidor vamos tratar de finanças pes-
soais. Voltaremos a esse assunto com detalhes, na aula de suitability dentro do código de
regulação e melhores práticas que será abordado no final do módulo 6.
FINANÇAS PESSOAIS
Falamos durante este módulo sobre princípios de análise de produtos de investimentos.
No entanto, como podemos deduzir, analisar um investimento, sem analisar o investidor,
pode não fazer muito sentido. Ou seja, o investidor precisa equilibrar suas receitas para
começar investir, certo? Para isso, a gente vai orientar seu cliente com a base das finanças
pessoais. Vamos fazer sobrar dinheiro no final do mês para começar investir.
EXIGÊNCIA NA PROVA:
DE 10 A 15 QUESTÕES.
INTRODUÇÃO A FUNDOS DE INVESTIMENTOS
A definição mais “quadrada” de um Fundo de investimento é: ele é uma comunhão de
recursos sob a forma de condomínio em que os cotistas têm o mesmo interesse e objetivos
ao investir no mercado financeiro e de capitais.
Quando, no primeiro parágrafo, eu citei que o fundo opera sob a forma de condomínio, é
porque os cotistas, ao aplicarem certo valor em um fundo, compram uma quantidade de
cotas e pagam uma taxa de administração ao administrador para que este coordene as
tarefasdo fundo, entre elas, ade gerir seus recursosno mercado.
Se você lembra do módulo que tratamos os ativos de renda fixa e renda variável, sabe que
existem diversos títulos de valores mobiliários no mercado e, para o investidor comum, ter
de escolher entre tantos ativos com tantos emissores diferentes pode não ser uma tarefa
muito simples. Eis a primeira vantagem de um fundo de investimento: ao investir em um
fundo, é o gestor desse fundo que vai escolher quais ativos comprar para compor a carteira
do fundo e, com isso, rentabilizar os recursos dos investidores.
Outra vantagem é que, por ser uma comunhão de recursos, o gestor pode acessar pro-
dutos de investimentos mais estruturados.
Uma analogia que gosto de fazer com os fundos de investimentos é com a ceia de natal
de sua família. Bem, eu não sei se você comemora o natal, mas vai entender a dinâmica.
Tudo pronto, ceia de natal pronta, mesa posta, começam a chegar os familiares. Só que você
não contava com a vinda daquela tia que se casou com um homem que tem 3 filhos e os
trouxe para celebrar o Natal. Claro que, com o recurso limitado que você tinha para a festa, a
ceia precisou ser controlada e dividida de forma cuidadosa para que todos se alimentassem.
Para solucionar esse problema de ter pouca grana e ainda ter de trabalhar por horas entre
a pia, fogão e geladeira, seria melhor que você juntasse seus R$ 300,00 com R$ 300,00 de
cada um dos 30 parentes que virão a sua ceia.
Agora, o saldo para sua ceia de natal saltou de R$ 300,00 para R$ 9.000,00. Nada mal,
né? Ao invés de ir ao mercado, você escolhe um buffet que vai chegar uma hora antes da
ceia e deixar tudo pronto para toda a família. Uma ceia muito mais farta, mais completa
e, para você (e toda sua família), simples, pois chegou pronta. Certamente a empresa de
buffet se esforçou para escolher os melhores produtos para você e ainda lembrou de tirar
a azeitona da salada (um pedido feito por sua sogra).
Essa analogia, que parece fugir do assunto de fundos de investimentos, tem muito mais
semelhança do que parece. Vamos a elas:
1. No primeiro cenário você, com seus recursos, foi ao mercado comprar os produtos para
a ceia. No mercado financeiro seria o mesmo de você usar seu poder de poupança
e ter de escolher qual produto vai investir para compor seu patrimônio de ativos.
O ponto é que, devido ao baixo valor de investimento, você tenha de escolher um
produto que traga uma menor rentabilidade;
2. Além de você mesmo ter de escolher o produto, você teria de dedicar tempo para saber
quando comprar ou quando vender esse produto para buscar a maior rentabilidade.
Se você conseguiu entender o conceito de fundos de investimentos, vai ficar mais fácil
entender tudo que trataremos no decorrer desse módulo.
Imagine que você escolheu investir em um fundo que é administrado pelo Banco do
Brasil. Esse fundo tem um CNPJ próprio e não será o mesmo CNPJ do Banco do Brasil,
o BB é somente o ADMINISTRADOR desse fundo. Em outras palavras, ele é responsável
por conduzir o fundo e isso não deve ser confundido com investir o dinheiro no Banco
do Brasil. O BB apenas presta um serviço.
Fiz essa observação para deixar claro uma coisa aqui: um fundo de investimento possui CNPJ
próprio e, como qualquer outra empresa, terá um administrador. O administrador do fundo
é o responsável legal do fundo perante os investidores e perante os órgãos reguladores.
⯀ regulamento do fundo;
⯀ dados relativos ao registro do regulamento em cartório de títulos e documentos;
⯀ formulário de informações complementares, exceto para fundos destinados a
investidores qualificados;
⯀ declaração do administrador do fundo de que firmou os contratos com terceiros para
prestação de serviços junto ao fundo, quando for o caso;
⯀ nome do auditor independente;
⯀ inscrição do fundo no CNPJ;
⯀ formulário padronizado com as informações básicas do fundo, conforme modelo dispo-
nível na página da CVM na rede mundial de computadores, devidamente preenchido; e
⯀ lâmina elaborada de acordo com a legislação, no caso de fundo aberto que não seja
destinado exclusivamente a investidores qualificados.
Vamos entender uma instituição financeira “por dentro”. De um lado, temos a tesouraria
do banco que busca captar recursos emprestado de investidores pagando a menor taxa
possível para que, com esse dinheiro, possa emprestar aos tomadores de crédito. Acontece
que, nesse caso, o banco vai procurar pagar a menor taxa possível a seus clientes, já que
quanto menos ele pagar de juros, maior será seu spread e, consequentemente, seu lucro.
Para evitar que esse conflito de interesse possa comprometer a relação fiduciária do
administrador com os cotistas, as instituições financeiras devem criar procedimentos que
segregam essas atividades. Em resumo, a função de administração de recurso de terceiros
(fundos de investimentos) não pode operar junto da administração de recursos próprios
(tesouraria do banco). Essa segregação é conhecida como Chinese wall.
O Chinese Wall que, em tradução para o nosso bom português significa muralha da china,
representa uma barreira de informações que deve existir em toda instituição financeira
que se propõe a administrar fundos de investimentos.
Vale lembrar que o patrimônio do fundo não se mistura com o patrimônio de seus
prestadores de serviços. Todos os ativos que compõem a carteira de um fundo de
investimento pertencem ao fundo e, portanto, aos cotistas do fundo. Lucros e perdas
são distribuídos igualmente entre os cotistas na valorização (ou desvalorização) da
cota. E por falar em cota, vamos entender esse tema agora.
Quando o investidor investe em um fundo de investimento, na prática ele compra cotas desse
fundo. A quantidade de cotas que o investidor tem será sempre a mesma a não ser que:
TIPOS DE FUNDOS
Os fundos de investimentos, como vimos até aqui, são instrumentos que facilitam o acesso
ao investidor ao mercado de capitais e, devido a essa facilidade, é natural que diversos
tipos de investidores demandem por produtos específicos.
Você deve concordar que um investidor que consegue aportar R$ 500,00 em um fundo de
investimento tem necessidades diferentes daquele investidor que aporta R$ 1.000.000,00,
certo? Justamente por termos as mais variadas demandas de investidores no mercado é
que temos também os mais variados tipos de fundos de investimentos. Veremos a seguir.
FI x FIC
Os fundos de investimentos podem acessar diretamente o mercado financeiro comprando
ativos ou comprando cotas de outros fundos. Os FIs (fundos de investimentos) vão sempre
compor sua carteira comprando ativos no mercado financeiro de acordo com seu regu-
lamento. Já os FICs (fundos de investimento em cotas) vão compor sua carteira com, no
mínimo, 95% de cotas de outros fundos.
O Fundo Aberto não tem uma data de vencimento, portanto o investidor não precisa reno-
var sua aplicação. Isso é considerado vantagem dos fundos abertos, pois o cotista pode
sacar os recursos a qualquer momento.
A recompra das cotas nesse tipo de fundo é garantida pelo administrador. Quando o
investidor compra novas cotas, gera recursos para que o gestor compre ativos no mer-
cado financeiro para compor a carteira do fundo. Ao vender, o gestor vende os ativos no
mercado financeiro para honrar com os resgates.
Os fundos abertos podem ser com ou sem carência. Em caso de fundo sem carência, o
investidor pode “entrar e sair” a qualquer momento, ou, falando de um jeito mais técnico,
o investidor pode comprar e vender cotas a qualquer momento. O fundo com carência
permite a entrada a qualquer momento, porém os resgates são permitidos apenas ao
final do prazo de carência.
FUNDOS FECHADOS
Ao contrário dos fundos abertos, aqui o investidor não pode entrar ou sair a qualquer
momento. O número de cotas nesse fundo é limitada, portanto o gestor não pode criar
cotas quando da aplicação de novos cotistas.
Esse tipo de fundo tem data certa para a entrada de cotistas (quando da abertura do fundo
ao mercado, ou em período de novas captações) e pode, ou não, ter um vencimento. Se hou-
ver vencimento, esse fundo faz o resgate compulsório das cotas no respectivo vencimento.
Esse tipo de fundo está muito presente no ambiente de negociação da bolsa de valores
(B3), o que permite que suas cotas sejam negociadas no mercado secundário com mais
facilidade, apresentando uma liquidez maior para o detentor das cotas desse fundo.
Esse tipo de fundo deve ser destinado exclusivamente para esse tipo de perfil. Em outras
palavras, o fundo para investidor qualificado (ou profissional) não pode admitir investidores
não qualificados, exceto nos casos abaixo:
Os fundos destinados a investidores profissionais são bem semelhantes aos fundos des-
tinados a investidores qualificados, diferenciando-se apenas no tipo de investidor que
admite. Além dos investidores profissionais, esse fundo pode admitir:
O fundo criado para receber apenas um cotista e esse for um investidor profissional, é
considerado fundo exclusivo.
Esse tipo de fundo permite ao investidor saber com antecedência o valor que pagará pela
cota (em caso de investimento) ou receberá (em caso de resgate). Pelo fato do valor da
cota ser conhecida na abertura do mercado e não haver mudança ao longo do dia, esse
tipo de cota só é permitido em fundos que, por sua natureza, apresentam baixa volatilidade
de preços dos ativos, sendo eles:
COTA DE FECHAMENTO
Diferente do fundo com cota de abertura, aqui o investidor só saberá o valor da cota no
fechamento do dia. Em outras palavras, o valor da cota nesse tipo de fundo reflete toda a
variação dos ativos no dia. O valor da cota é divulgado no fechamento do mercado. Esse tipo
de precificação é obrigatório para fundos que apresentam maior oscilação em suas cotas.
Agora imagine que o gestor do fundo compre títulos de renda fixa com taxa pré-fixada
para a carteira e precifique a cota do fundo pelo que chamamos de “curva do papel”,
que, em outras palavras, considera apenas a projeção de juros do título sem considerar as
oscilações de mercado. Acontece que os títulos pré-fixados estão sujeitos à alteração de
preço durante sua maturação, ou seja, enquanto esse título não chega ao vencimento, o
valor dele pode mudar diariamente, ou até mais vezes no mesmo dia.
Se um fundo é precificado (marcado) somente com a projeção do papel, pode trazer dis-
torção de preços e promover a distribuição de riqueza entre cotistas. Talvez, visualmente
fique mais fácil entender esse conceito. Observe o gráfico abaixo:
Esse gráfico refere-se a um título real emitido pelo Tesouro Nacional, uma LTN que vence
em 01/01/2023 e foi adquirido no dia 02/02/2016. Esse título foi comprado com uma taxa de
12,57%.
Se o investidor que detém esse título resolve vendê-lo hoje, deverá fazer pelo preço de
mercado (linha azul) e, nesse caso, realizar um lucro maior do que os 12,57% contratados.
Se for vendido pelo preço do papel (linha verde), o investidor vai ter um lucro, porém, esse
lucro é menor do o preço de mercado representa. Em outras palavras, ao vender pelo preço
contratado, o investidor sofrerá uma perda, pois venderá mais barato do que realmente vale.
O que vimos no exemplo acima é o conceito prático de marcação a mercado. Agora vamos
aplicar a marcação a mercado para fundos de investimentos.
Um investidor comprou uma cota no dia 02/02/2016 por R$ 480,00 e vem carregando essa
cota até o dia 01/03/2018, quando decide vender. Se analisarmos o gráfico, veremos que
o preço teórico (linha verde) traz um valor nesse dia de aproximadamente R$ 560,00, ao
passo que a linha azul em aproximadamente R$ 660,00, ou seja, R$ 100,00 de diferença.
No mesmo dia que esse investidor pede o resgate de sua cota, outro investidor resolve
comprar essa cota. O correto é vender por R$ 660,00 (preço de mercado). Se o custodiante
vende por R$ 560,00 o investidor que está vendendo a cota receberá menos do que vale
e o que está comprando comprará por menos do que vale. Nesse caso o investidor que
compra está sendo beneficiado em detrimento do que vende. Em outras palavras, houve
aqui uma transferência de riqueza entre os cotistas.
O regulamento do fundo deve prever ao cotista qual o prazo para a cotização e descotização
de forma que o rendimento do investidor será contabilizado apenas após a conversão em cotas
e cessa na descotização. A descotização de cotas não pode ser confundida com o resgate.
Para os fundos com carência, o regulamente pode prever resgate antes do prazo de
carência, com ou sem rendimento.
O valor a ser recebido na data de pagamento do resgate é referente ao valor da cota na data
de conversão de cotas. Portanto, pode haver diferença entre o dia em que o investidor soli-
cita o resgate, o dia em que o administrador calcula o valor da cota para pagamento e o dia
do efetivo pagamento. Esses prazos constam no regulamento e na lâmina de informações
essenciais. Existe uma nomenclatura bastante utilizada no mercado financeiro e que tam-
bém é usada para indicar, em dias úteis, os prazos para a realização de operações em geral.
Por exemplo, no caso de resgate de fundos, podemos ter um fundo com as seguintes
características indicadas na lâmina de informações:
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Considerando que o dia “D” é o da solicitação do resgate, para este exemplo, o cálculo do
valor das cotas é realizado no dia seguinte à solicitação (conversão em D+1), e o pagamento
do resgate é realizado quatro dias úteis após a data de solicitação do resgate (D+4).
Exemplo 3:
Considerando que o dia “D” é o da solicitação do resgate, para este exemplo, o cálculo do
valor das cotas é realizado 30 dias após a solicitação (conversão em D+30), e o pagamento
do resgate é realizado um dia útil após a data de conversão de cotas (D+31).
Um fundo fechado para resgate deve ser comunicado imediatamente à CVM e o fundo
deve permanecer fechado para aplicações enquanto estiver fechado para o resgate.
Nesse tópico citamos fatos relevantes e assembleia. Então, para que seu aprendizado seja
fluído, vamos abordar esses temas a seguir.
Essa divulgação é feita na forma prevista no regulamento do fundo, por meio do Sistema de
Envio de Documentos disponível no site da CVM e para a entidade administradora de mer-
cado organizado em que as cotas estejam admitidas à negociação (para os fundos fechados).
A CVM considera relevante qualquer ato ou fato que possa influir de modo ponderável
no valor das cotas ou na decisão dos investidores de adquirir, alienar ou manter tais cotas.
Qualquer ato ou fato relevante divulgado deve ser mantido nos sites do administrador
e do distribuidor do fundo.
Já que eu citei aqui no item acima que a assembleia é que vai deliberar sobre a mudança de
regulamento no fundo de investimento, permita-me mostrar uma exceção. O regulamento
pode ser alterado, independentemente da assembleia geral, sempre que tal alteração:
Sempre que houver mudança no regulamento por motivos citados no item I e II, o fundo
tem até 30 dias para comunicar os cotistas. Caso a mudança seja motivada pelo item III,
o fundo deve comunicar os cotistas tão logo seja feita a alteração.
CONVOCAÇÃO
O administrador do fundo é responsável por convocar a assembleia de cotistas para deliberar
sobre os assuntos já citados aqui. Essa convocação deve ser com 10 dias de antecedência,
no mínimo, da data de sua realização.
Bem, nesse tópico falamos, além da assembleia, sobre administrador, gestor e custodiante.
Vamos abordar esses tópicos a seguir.
SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES E
RESPONSABILIDADES NOS FUNDOS
O fundo de investimentos, como já falamos aqui, é uma prestação de serviço. Ele possui
CNPJ próprio e um administrador. Vamos tratar aqui, de forma detalhada, a função do
administrador e dos demais participantes do fundo de investimentos.
⯀ Gestor: responsável pela compra e venda dos ativos do fundo (gestão) segundo polí-
tica de investimento estabelecida em regulamento. Quando há aplicação no fundo,
cabe ao gestor comprar ativos para a carteira. Quando houver resgate, o gestor terá
que vender ativos da carteira;
⯀ Distribuição de cotas: responsável por vender as cotas dos fundos aos investidores.
O distribuidor é responsável por captar recursos no mercado para o fundo e, para isso,
precisa conhecer detalhadamente a política e o objetivo do fundo para que possa
recomendar aos investidores de acordo com o perfil e objetivo dos mesmos.
⯀ Custódia de ativos financeiros: responsável por, como o nome sugere, guardar a
posição do fundo. O fundo diariamente tem movimentação de quantidade de cotas,
quantidade e valor dos ativos. O custodiante deve registrar essas transações e marcar
as cotas pelo valor de mercado;
⯀ Auditor independente: responsável por auditar as demonstrações contábeis apre-
sentadas pelo administrador. Como o nome sugere, o serviço de auditoria deve, obri-
gatoriamente, ser prestado por uma empresa ou profissional independente.
Além dos profissionais (ou empresas) listados acima, o administrador pode contratar para o
fundo:
Traduzindo isto: se algum prestador de serviço causar prejuízo aos cotistas em função de
atividades que não estejam previstas em regulamento, a responsabilidade é também do
administrador e não somente dos prestadores de serviço.
⯀ exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo, empre-
gando o cuidado e a diligência que toda pessoa ativa e proba costuma dispensar à
administração de seus próprios negócios;
⯀ atuar com lealdade em relação aos interesses dos cotistas e do fundo, evitando práticas
que possam ferir a relação fiduciária com eles mantida, respondendo por quaisquer infra-
ções ou irregularidades que venham a ser cometidas sob sua administração ou gestão;
⯀ exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do patri-
mônio e das atividades do fundo, ressalvado o que dispuser o formulário de informa-
ções complementares sobre a política relativa ao exercício de direito de voto do fundo;
⯀ empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas circunstâncias, prati-
cando todos os atos necessários para assegurá-los e adotando as medidas judiciais cabíveis;
Citei acima o que o administrador e gestor tem de fazer, agora cito o que é vedado para ele:
Em resumo, o administrador e o gestor devem ter conhecimento das regras estabelecidas pela
CVM sobre o exercício da atividade de administração de carteira de valores mobiliários. Seu
papel é zelar pela integridade do fundo, assegurar que as ações tomadas estejam de acordo
com a política de investimento para ele e, acima de tudo, proteger os interesses dos cotistas.
Dica de ouro: o administrador e o gestor não são responsáveis por restituir ao fundo
eventuais prejuízos ocorridos em investimentos realizados em ativos que estejam ali-
nhados com o objetivo e a política de investimento do fundo.
O administrador e o gestor da carteira do fundo devem ser substituídos caso sejam des-
credenciados para o exercício da atividade de administração de carteiras de valores mobi-
liários, por decisão da CVM, renúncia ou destituição, por deliberação da assembleia geral.
O administrador deve informar ao cotista diariamente via site o valor da cota no dia,
mensalmente um extrato com informações gerais sobre a rentabilidade, e anualmente
as demonstrações contábeis do fundo, bem como o informe de rendimentos para
efeitos de declaração anual de ajuste de IR.
A taxa de performance pode ser cobrada somente depois de ser deduzido todas as
outras despesas do fundo;
⯀ Taxa de entrada: embora não seja usual no mercado, a legislação prevê que o fundo
pode, desde que previsto em regulamento, cobrar para o investidor entrar no fundo;
⯀ Taxa de saída: assim como a taxa de entrada não é usual, mas é permitido que o
fundo cobre de investidor para sair do fundo.
POLÍTICAS DE INVESTIMENTOS
Até aqui já sabemos que um fundo de investimento é uma prestação de serviço de gestão
de recursos. O que vamos entender nesse tópico é que cada fundo de investimento terá
em seu regulamento um objetivo e uma política pela qual o gestor buscará alcançar o
objetivo do fundo. Confuso? Calma, deixarei as coisas mais claras.
⯀ passivos: aqueles fundos que buscam apenas acompanhar a variação se seu benchmark;
⯀ ativos: aqueles fundos que buscam superar a variação do benchmark.
Além dos fundos passivos e ativos podemos encontrar o fundo alavancado. Esse tipo de fundo
normalmente é um fundo ativo e, portanto, seria um fundo ativo alavancado. A definição de
“alavancado” se deve ao fato de que esse fundo pode utilizar, como estratégia de gestão de
ativos, derivativos que exponham o fundo a risco superior ao valor de seu patrimônio líquido.
Em outras palavras, é um fundo que pode ter uma perda maior do que o valor investido do
fundo.
Caso esse fundo apresente um prejuízo maior do que seu patrimônio líquido, o cotista
será convidado (na verdade, é obrigado, mas não ficaria bem escrever isso aqui, né?) a
aportar mais recursos para cobrir o prejuízo do fundo. Melhor dizendo, a responsabilidade
por cobrir eventuais prejuízos do fundo alavancado é do cotista.
CLASSIFICAÇÃO CVM
Esse é um tema que com certeza será bem cobrado em sua prova, e trata da maneira de
como os fundos de investimentos são classificados pela CVM.
A classificação CVM classifica os fundos de acordo com o risco que cada fundo vai se expor
no mercado. Ou, melhor dizendo, limita a atuação em ativos que não estejam de acordo
com o objetivo do fundo. Já que os ativos negociados no mercado financeiro possuem
riscos diferentes entre si, nada mais prudente do que classificar os fundos de investimen-
tos com base nos riscos que os fundos assumem ao comprar um ativo para sua carteira.
A instrução normativa CVM 555 prevê que os fundos devem, de acordo com o mercado
em que atuam, se enquadrar em uma categoria específica, sendo elas:
O que veremos a seguir é que mesmo no segmento de renda fixa existem divisões que
separam os fundos de acordo com a especificidade de renda fixa que o fundo explora.
Em outras palavras, temos subcategorias de fundos de renda fixa. Essas subcategorias
são divididas conforme a tabela a seguir:
O Fundo de investimento que investe em ativos de crédito privado (lembra que todo ativo
de renda fixa é um título de crédito, certo?), com percentual maior do que 50% de seu PL,
deverá seguir as seguintes regras:
FUNDO CAMBIAL
Como o próprio nome sugere, é um fundo que usa moedas estrangeiras como
parâmetro de rentabilidade.
Um Fundo Cambial investe no mínimo 80% de seu PL em ativos que busquem acompa-
nhar a variação de preços de moedas estrangeiras.
FUNDO MULTIMERCADO
Se nos atentarmos ao nome desse tipo de fundo, assim como fizemos nos anteriores, pode-
mos concluir que o nome da classe do fundo nos diz muito sobre que mercados o fundo
pode explorar. No caso dos fundos multimercados não há restrição quanto a qual mercado,
tampouco sobre o mínimo de PL que deve ser alocado em cada ativo. Em outras palavras,
o fundo multimercado, por definição pode investir livremente em múltiplos mercados.
O percentual mínimo que o fundo vai explorar de cada mercado estará descrito no
regulamento do fundo apenas.
A performance destes fundos está sujeita à variação de preço das ações que compõem sua
carteira. Por isso, são mais indicados para quem tem objetivos de investimento de longo prazo.
A tabela a seguir resume a classificação CVM com os respectivos critérios para os fundos
se enquadrarem em sua categoria:
Classificação Critério
Investe no mínimo 80% do PL do
Fundo de Renda Fixa.
fundo em ativos de renda fixa.
Investe no mínimo 80% do PL do fundo em ati-
Fundo Cambial
vos que sejam indexados à variação cambial.
Já sabemos que os fundos de investimentos abertos não têm vencimento (o que vence são
os ativos que compõem a carteira do fundo e serão substituídos pelo gestor a medida que
vencem ou precisam ser negociados no mercado). Por não ter vencimento, o investidor
pode ficar o tempo que quiser em um fundo.
Acontece que se o IR for cobrado somente no resgate, pode haver uma inconsistência entre
o IR do título (que compõe a carteira) e o IR devido do investidor. Para evitar essa distorção,
a receita federal criou o sistema de antecipação semestral de IR que acontece nos últimos
dias úteis dos meses de maio e novembro. O popularmente conhecido “come cotas”. Em
outras palavras, o fundo de investimento recolhe IR da valorização das cotas a cada 6 meses,
independente do resgate.
TABELA REGRESSIVA
Assim como vimos nos instrumentos de renda fixa, aqui se aplica a tabela regressiva de
IR, porém essa tabela aplica-se somente no resgate e considera o que fora antecipado no
come cotas. Portanto, o IR total devido de um fundo de investimento (exceto fundo de
ações) será de acordo com a tabela regressiva e o tempo de permanência do investidor,
mas deve-se se observar a antecipação do come cotas.
Informações importantes: fundos de curto prazo terão como alíquota mínima 20% inde-
pendente do prazo de permanência do investidor, portanto, as únicas alíquotas possíveis
em um fundo de curto prazo são 22,5% e 20%.
Fundo de investimento com carência de até 90 dias terá o come cotas cobrado não nos
meses de maio e novembro, mas no vencimento de cada carência.
IOF
Além do IR, os fundos de investimentos estão sujeitos à tributação de IOF nos seguintes casos:
COMPENSAÇÃO DE PERDAS
Imagine uma situação em que o investidor, ao invés de ganhar dinheiro com seu inves-
timento, registre uma perda. Nos fundos, o investidor pode compensar perdas em um
investimento futuro.
Importante ressaltar que o Código não se sobrepõe à Regulação vigente, ainda que venham
a ser editadas normas, após o início de sua vigência, que sejam contrárias às disposições
ora trazidas, de maneira que deve ser desconsiderada, caso haja contradição entre as
regras estabelecidas neste Código e a Regulação em vigor, a respectiva disposição deste
Código, sem prejuízo das demais regras nele contidas.
inexistência das regras e procedimentos aqui exigidos, mas também a sua não implemen-
tação ou implementação inadequada para os fins previstos neste Código.
Nos casos dos Fundos de Investimento em cotas de Fundos de Investimento que invistam
mais de noventa e cinco por cento de seu patrimônio em um único Fundo, é vedada a utili-
zação de qualquer instituto jurídico ou estrutura de produto, cuja implicação econômica, de
forma direta ou indireta, resulte em desconto, abatimento ou redução artificial de taxa de
administração, performance e/ou qualquer outra taxa que venha a ser cobrada pela indústria
de Fundos de Investimento.
As Instituições Participantes devem manter em sua estrutura área(s) que seja(m) respon-
sável(is) por seus controles internos e Compliance. Estas áreas devem:
I. Ter estrutura que seja compatível com a natureza, porte, complexidade e modelo
de negócio das Instituições Participantes;
II. Ser independente(s) e reportar-se ao diretor indicado na Comissão de Valores
Mobiliários pelos controles internos e pelo Compliance;
III. Ter profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercício
das atividades relacionadas à função de controles internos e de Compliance;
IV. Ter comunicação direta com a diretoria, administradores e com o conselho de
administração, se houver, para realizar relato dos resultados decorrentes das ati-
vidades relacionadas à função de controles internos e de Compliance, incluindo
possíveis irregularidades ou falhas identificadas;
V. Ter acesso regular à capacitação e treinamento;
VI. Ter autonomia e autoridade para questionar os riscos assumidos nas operações
realizadas pela instituição.
A Instituição Participante pode designar um único diretor responsável pelos controles inter-
nos e pelo Compliance, ou pode indicar diretores específicos para cada uma dessas funções.
SEGREGAÇÃO DE ATIVIDADES
O exercício da Administração de Recursos de Terceiros deve ser segregado das demais
atividades das Instituições Participantes e de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que
possam gerar conflitos de interesse, por meio da adoção de procedimentos operacionais,
com o objetivo de:
As Instituições Participantes devem exigir que seus profissionais assinem, de forma manual
ou eletrônica, documento de confidencialidade sobre as informações confidenciais, reser-
vadas ou privilegiadas que lhes tenham sido confiadas em virtude do exercício de suas
atividades profissionais, excetuadas as hipóteses permitidas em lei.
privilegiadas que lhes tenham sido confiadas no exercício de suas atividades, devem assi-
nar o documento citado no parágrafo acima, podendo tal documento ser excepcionado
quando o contrato de prestação de serviço possuir cláusula de confidencialidade.
ADMINISTRAÇÃO FIDUCIÁRIA
A Administração Fiduciária compreende o conjunto de serviços relacionados direta ou
indiretamente ao funcionamento e à manutenção dos Fundos de Investimento, devendo
o Administrador Fiduciário fazê-lo de acordo com o disposto neste Código e na Regulação
vigente.
A gestão dos Veículos de Investimento deve ser exercida por profissional devidamente
habilitado e autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários para o exercício da atividade
de Gestão de Recursos de Terceiros.
I. Envidar seus melhores esforços no sentido de produzir materiais adequados aos inves-
tidores, minimizando incompreensões quanto ao seu conteúdo e privilegiando infor-
mações necessárias para a tomada de decisão de investidores e potenciais investidores;
II. Buscar a transparência, clareza e precisão das informações, fazendo uso de lingua-
gem simples, clara, objetiva e adequada aos investidores e potenciais investidores,
de modo a não induzir a erro ou a decisões equivocadas de investimentos;
III. Conter informações verdadeiras, completas, consistentes e alinhadas com os
documentos do Fundo;
IV. Zelar para que não haja qualificações injustificadas, superlativos não comprovados,
opiniões ou previsões para as quais não exista uma base técnica, promessas de
rentabilidade, garantia de resultados futuros ou isenção de risco para investidores
e potenciais investidores;
V. Disponibilizar informações que sejam pertinentes ao processo de decisão, sendo
tratados de forma técnica assuntos relativos à performance passada, de modo a
privilegiar as informações de longo prazo em detrimento daquelas de curto prazo;
VI. Manter a mesma linha de conteúdo e forma e, na medida do possível, incluir a infor-
mação mais recente disponível, de maneira que não sejam alterados os períodos
de análise, buscando ressaltar períodos de boa rentabilidade, descartando períodos
desfavoráveis, ou interrompendo sua recorrência e periodicidade especialmente
em razão da performance;
VII. Privilegiar dados de fácil comparabilidade, e, caso sejam realizadas projeções ou simu-
lações, detalhar todos os critérios utilizados, incluindo valores e taxas de comissões;
VIII. Zelar para que haja concorrência leal, de modo que as informações disponibilizadas
ou omitidas não promovam determinados Fundos ou Instituições Participantes
em detrimento de seus concorrentes, sendo permitida comparação somente de
fundos de mesma classificação de riscos.
MATERIAL PUBLICITÁRIO
A Instituição Participante, ao divulgar Material Publicitário em qualquer meio de comuni-
cação disponível, deve incluir, em destaque, link ou caminho direcionando os investidores
ou potenciais investidores ao Material Técnico sobre o Fundo mencionado, de modo que
haja conhecimento de todas as informações, características e riscos do investimento.
MATERIAL TÉCNICO
O Material Técnico deve possuir, no mínimo, as seguintes informações sobre os Fundos 555:
Nas agências e dependências das Instituições Participantes, devem-se manter à disposição dos
interessados, seja por meio impresso ou passível de impressão, as informações citadas acima.
SELO ANBIMA
A veiculação do selo ANBIMA tem por finalidade exclusiva demonstrar o compromisso das
Instituições Participantes em atender às disposições deste Código.
O Fundo 555 pode divulgar rentabilidade diária, desde que observados os requisitos
nos itens acima.
Na divulgação de outros dados quantitativos, tais como patrimônio sob gestão, deve ser
informada a fonte e a data de referência da informação.
Quando o código se refere a mudança significativa, está citando uma ou mais mudanças,
conforme abaixo:
AVISOS OBRIGATÓRIOS
As Instituições Participantes devem incluir, com destaque, nos documentos abaixo indi-
cados, os seguintes avisos obrigatórios:
Material Técnico:
No uso de mídia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho do texto e a localização
dos avisos e informações devem permitir sua clara leitura e compreensão.
10. Considere um fundo com data de conversão de cotas em D+1 e data para paga-
mento do resgate em D+4. Nesse caso, a contar da data de solicitação, o cálculo
do valor da cota que servirá de base para o pagamento do resgate é realizado:
A. no dia seguinte;
B. no mesmo dia;
C. três dias úteis após a conversão das cotas;
D. quatro dias úteis após a conversão das cotas.
29. Nos Fundos de Renda Fixa de Longo Prazo, na classificação da Receita Federal,
o come-cotas incide:
A. semestralmente à alíquota de 15%;
B. anualmente à alíquota de 15%;
C. anualmente à alíquota de 20%;
D. semestralmente à alíquota de 20%.
33. Entre as alternativas de investimento abaixo, não ocorre a cobrança de IOF para
resgates de aplicações em prazos inferiores a 30 dias nos:
A. Fundos de Ações;
B. Fundos Multimercados;
C. Fundos Cambiais;
D. Fundos de Renda Fixa.
EXIGÊNCIA NA PROVA:
DE 8 A 13 QUESTÕES
INTRODUÇÃO
Esse é um dos módulos mais densos em sua prova, mas fique tranquilo(a), nós vamos
evoluindo o conteúdo aos poucos e, se você tiver um pleno entendimento dos primeiros
tópicos, vai chegar ao final do módulo com o conteúdo na ponta da língua. Para come-
çarmos o papo vamos entender o que é um título de renda fixa.
RENDA FIXA
Uma pergunta bem simples, mas que sempre está presente em nossas aulas de tira-dú-
vidas, é essa: o que, de fato, é renda fixa?
Se eu pedir a você uma grana emprestada talvez você, por ir com minha cara, pode me
emprestar. Uma certeza que eu tenho é que, caso sua resposta seja sim para minha soli-
citação, você me fará, no mínimo, 2 perguntas e idealmente me fará 3 perguntas:
Pronto, você acabou de aprender tudo sobre renda fixa. Essa é a definição de um instru-
mento de renda fixa: um título que tem vencimento, tem uma taxa de juros conhecida no
momento da contratação e pode, ou não, oferecer uma garantia adicional.
Se você entendeu o conceito simples que acabo de colocar vamos deixar as coisas um
pouco mais técnicas.
Quando o agente superavitário investe seu dinheiro em um título de renda fixa está, na prática,
emprestando o dinheiro ao agente deficitário (o emissor do título). Esse título, por sua vez,
será constado nos passivos do emissor. Em outras palavras, representa a dívida do emissor.
Se esse é o conceito de um título de renda fixa, o que seria então um título de “renda variável”?
Nesse caso eu não estou fazendo um empréstimo, mas estou admitindo um sócio em
meu projeto. Você, como sócio, não sabe a taxa de juros que terá de retorno, tampouco
conheço o tempo que esse dinheiro voltará a você (por isso o nome renda variável). Sua
remuneração virá dos resultados que nosso estúdio trouxer. Você terá parte do lucro.
Em outras palavras, a renda variável é um instrumento que não tem relação com
dívida, mas com propriedade. Uma ação do Banco do Brasil é uma propriedade que
foi transferida ao investidor.
Quando uma empresa quer crescer, naturalmente será necessário investimentos esse
investimento será chamado de “capital próprio” (ações) ou capital de terceiros (dívida,
ou melhor dizendo, renda fixa).
Quando o investidor compra uma ação ele está incorporando dinheiro ao caixa da empresa,
por isso, é chamado de capital próprio.
Apesar de eu ter citado o mercado de ações como renda variável cabe destacar que
não é o único e vamos abordar cada um dos títulos em cada um dos mercados ao
longo desse módulo.
Outra coisa que precisamos ter muito claro ainda introduzindo o assunto do módulo é que
o governo vai tributar todo tipo de renda existente no mercado e no caso dos investimen-
tos no mercado financeiro não seria diferente. Ou seja, tudo que o agente superavitário
ganha investindo seu dinheiro será tributado. Por isso vamos abordar tributação agora.
Os rendimentos obtidos em títulos de renda fixa, justamente por ter um prazo definido
no momento do investimento, serão tributados com IR (imposto de renda) e IOF regres-
sivo e, no caso do IOF terá uma tabela que isenta o investidor a partir do 30º dia. Isto é,
investimentos realizados com prazo de resgate menor ou igual será tributado segunda
a tabela de IOF abaixo:
Imagine que o investidor tenha investido R$ 1000,00 e 10 dias depois ele resolve sacar
seu investimento com um rendimento de R$ 100,00. Esse investidor pagará 66% sobre a
rentabilidade, ou seja, sobre os R$ 100,00.
Dica de ouro: investimentos em renda variável não sofrem essa tributação sob
nenhuma hipótese.
IMPOSTO DE RENDA
Além do IOF, os investimentos serão tributados com Imposto de Renda (IR). A cobrança
desse tributo será feita, no mercado de renda fixa, também conforme uma tabela regres-
siva, que você vê aqui embaixo:
A partir de agora, essa tabela deve ser sua nova companheira. A cada olhada no celular
para conferir suas redes sociais, você deve olhar duas vezes para essa tabela até ter esse
conceito bem enraizado, combinado?
Não sei se você notou, mas tanto no IOF quanto no IR os investimentos com prazos
maiores pagam menos imposto. A razão disso é muito simples: o governo quer incen-
tivar os investimentos de longo prazo.
Na prática, essa tabela funciona assim: imagine que um investidor tenha investido R$
1.000,00 em um instrumento de renda fixa e, ao solicitar o resgate, tenha aferido, 7 meses
depois, ganho de R$ 200,00. No período de 7 meses o investidor está sujeito a alíquota de
20%. Nesse caso, pagará R$ 40,00 de IR, tendo apenas R$ 160,00 de lucro líquido.
Tudo que vimos até aqui sobre tributação aplica-se apenas para o mercado de renda fixa.
No caso de renda variável, a coisa é um pouco mais simples. O mercado de renda variá-
vel será sempre isento de IOF e terá uma tributação fixa que, na maioria dos casos, será
de 15%.
Cada produto de renda fixa ou renda variável terá regras específicas sobre a tributação.
Mas, em linhas gerais, obedecerá o que descrevemos aqui. Quando estivermos abordados
cada investimento eu detalharei a forma de cobrança e as especificações do produto. Para
continuar nossa introdução, vamos falar de uma garantia adicional que alguns produtos
do mercado oferecem: o Fundo Garantidor de Crédito.
O FGC (Fundo Garantidor de Crédito) é uma instituição privada que visa proteger os inves-
tidores contra o risco de crédito existente nas instituições financeiras. Basicamente, os
bancos se reuniram para criar um “seguro” contra o calote e também trazer uma vantagem
competitiva para os bancos de menor porte.
O Fundo oferece aos investidores uma cobertura de até R$ 250.000,00 por CPF por institui-
ção. Isto é, se o investidor tem até R$ 250.000,00 em um banco, ele conta com cobertura
integral em caso de solvência daquela instituição.
Banco A: R$ 250.000,00
Banco B: R$ 250.000,00
Banco C: R$ 250.000,00
Banco D: R$ 250.000,00
CADERNETA DE POUPANÇA
A poupança é, de longe, o investimento mais popular e mais antigo (criada em 1861) do Brasil,
mas está longe de ser o investimento mais rentável ao investidor. Aposto que pelo menos
uma vez na vida você já abriu uma poupança (ou muito provavelmente tem uma até hoje).
Ela possui rentabilidade mensal, isto é, paga juros ao investidor somente 1 vez por mês.
Esse pagamento é feito no dia do aniversário da poupança, que se dá sempre no dia
de sua aplicação.
A poupança possui liquidez diária, porém com perda de rentabilidade em caso de saque
efetuado antes do aniversário. Já sobre rentabilidade, a poupança tem duas regras para
pagar o investidor e essa regra está condicionada a taxa Selic:
Pausa para explicar o que é lastro: segundo o Wikipedia, “Lastro, em Economia, é a garantia
implícita de um ativo”. Traduzindo de um jeito bem simples, lastro é quando temos um
ativo real dando garantia a uma operação. Esse ativo pode ser um imóvel, por exemplo.
Imagine que você vá até seu banco e solicite um crédito para comprar um apartamento no
valor de R$ 300.000,00. Você já se perguntou de onde sai essa grana que financia seu imóvel?
Bem, se você já se perguntou isso antes de conhecer a LCI, tenho o prazer de anunciar
que seu QI é diferenciado. Nenhuma pessoa normal faria esse tipo de pergunta. Parabéns!
O fato é que um banco, ao emprestar dinheiro para você nessa linha de crédito, não
pode tirar dinheiro do saldo em CDB, por exemplo. A razão para isso é bem simples.
Um CDB, via de regra, tem prazo mais curto se comparado aos longuíssimos prazos
concedido no crédito imobiliário.
Então, o banco tem uma “gaveta especial” de onde tira dinheiro para emprestar a você e
aos demais clientes que queiram realizar o sonho da casa própria (ou das casas próprias).
Essa gaveta é chamada de LCI.
Cada emissão de uma LCI será lastreada em um (ou vários) crédito imobiliário. Explicando
de um jeito bem simples: Eu vou ao banco e invisto R$ 300.000,00 em uma LCI. O banco
pega esses R$ 300.000,00 e empresta para você comprar seu imóvel.
Acontece que seu crédito imobiliário tem a garantia do seu apê, certo? Isso significa que,
caso você não consiga pagar, o banco pode executar a garantia tomando o imóvel para
restituir o crédito. Em outras palavras, a chance do banco tomar calote nesse tipo de crédito
é muito baixa e, por consequência, o risco de crédito desse produto é também muito baixo.
E por falar em risco de crédito, esse produto conta também com a cobertura especial do
FGC. Isso significa que é correto dizer que uma LCI tem garantia real + a cobertura do FGC.
A LCI foi criada em 2004 e pode ser emitido por bancos comerciais, bancos múltiplos com
carteira de crédito imobiliário, Caixa Econômica Federal, sociedades de crédito imobiliário,
associações de poupança e empréstimo, companhias hipotecárias e demais espécies de
instituições que venham a ser expressamente autorizadas pelo Banco Central.
Uma peculiaridade muito importante para esse tipo de título é que investidor PF está
isento de IR. Ou seja, todo o rendimento obtido através deste produto não terá cobrança
de IR. Isso torna o produto muito atrativo para os investidores PF.
Pausa para um café e para acalmar a fera socialista que pode existir dentro de você:
existe uma corrente ideológica na economia que luta contra esse “abuso rentista” que
alega que os investidores colocam seus recursos em produtos “improdutivos” e ainda
por cima não pagam imposto.
Olha só: a indústria da construção civil é uma das indústrias que mais emprega no Brasil, por-
tanto, tem alta arrecadação. Além disso essa indústria atua em um mercado de necessidade
básica, afinal, todo socialista (e capitalista) quer ter uma casa, certo? O ponto é que quanto
mais dinheiro estiver alocado nesse tipo de produto, mais crédito haverá para a construção
civil, mais emprego teremos em toda cadeia produtiva, mais imóveis teremos à venda; e
quanto maior a oferta de imóveis, menor tenderá a ser seu valor. Sacou a importância da
isenção de IR para esse produto?
Agora que já sabemos que a LCI é um título lastreado no crédito imobiliário, que tem
garantia real, cobertura do FGC e isenção de IR para pessoa física, vamos para mais
algumas características:
Brincadeiras a parte, um jeito bem simples de entender a LCA é ler tudo que escrevi sobre
LCI e trocar a palavra imobiliário por agronegócio. Basicamente, os investimentos realizados
em LCA são direcionados para crédito do agronegócio.
Sempre que um produtor rural precisa de um crédito para financiar sua safra de café (ou
qualquer outro produto), pode recorrer a uma linha de crédito em um banco comercial, de
investimento ou múltiplo. Esse crédito terá uma garantia, que pode ser uma propriedade
rural ou até mesmo o penhor da safra.
Se você entendeu bem a LCI, fica fácil entender a LCA. Abaixo eu listo as características
que, com exceção da possibilidade de ser emitida com atualização mensal por índice de
preços, o restante é exatamente igual a LCI.
OPERAÇÃO COMPROMISSADA
Essa é mais uma modalidade de investimento oferecida por bancos onde, nesse caso, o inves-
tidor compra um título de propriedade do banco. Não confunda propriedade com emissão.
Deixa eu explicar isso melhor: quando você compra um CDB de um banco, está com-
prando um título que foi emitido pelo banco e representa uma dívida do próprio banco.
Acontece que o banco, como um player do mercado financeiro, também compra títulos
no mercado financeiro, como por exemplo uma debênture (mais a frente vamos estudar
as debêntures). Na compromissada, o investidor está comprando essa debênture que fora
comprada anteriormente pelo banco.
Agora com uma linguagem um pouco mais técnica, uma compromissada é uma operação
que possui lastro em ativos de propriedade do banco, e o banco assume o compromisso
de recomprar esse ativo do investidor.
Apesar de ser um título lastreado em outro ativo, o risco desse investimento é da instituição
financeira que emite a compromissada.
Características:
⯀ Título lastreado em algum ativo de propriedade do banco;
⯀ Possui cobertura do FGC se o lastro for título emitido por empresa ligada ao banco
emissor da compromissada;
⯀ Tributação conforme a tabela regressiva de IR tanto para PF quanto para PJ;
⯀ Sujeito a cobrança de IOF se resgatado antes de 30 dias.
Por se tratar do Governo Federal, os títulos públicos são considerados de baixíssimo risco
de crédito. Afinal, é praticamente impossível o Governo Federal declarar falência e sumir
da face da Terra, né? Brincadeiras a parte, esse título é considerado seguro pois, na pior
das hipóteses, o governo pode emitir papel moeda para pagar seus títulos.
1. Pós-fixados;
2. Pré-fixados; e
3. Híbridos (títulos que têm um componente da taxa pós-fixado e outro componente
pré-fixado).
Os títulos são representados por letras e notas, sendo que as letras, por padrão, não pagam
cupom de juros, enquanto as notas têm por padrão pagar cupom ao investidor.
São eles:
⯀ LTN - Letra do Tesouro Nacional;
⯀ LFT - Letra Financeira do Tesouro;
⯀ NTN - B (Principal) - Nota do Tesouro Nacional série B Principal;
⯀ NTN - B - Nota do Tesouro Nacional série B;
⯀ NTN - F - Nota do Tesouro Nacional série F.
Pausa para explicar o que é deságio: a palavra deságio pode ser facilmente comparada
com a palavra desconto. Então, seria correto dizer que o investidor compra esse título com
“desconto” sobre o valor de face? Sim!
A LTN, quando emitida, tem em seu valor de face sempre R$ 1.000,00. Ou seja, no vencimento
o investidor vai receber R$ 1.000,00 por esse título e, por isso, vai pagar menos do que valor.
Exemplo: O título vence daqui 3 anos, e ao comprar hoje, o investidor paga por ele R$ 650,00.
Assim, se quisermos saber qual a taxa pactuada no período, basta dividir o valor futuro
pelo valor presente, assim ó:
Nesse caso, ao investir R$ 650,00 o investidor tem de retorno 53,85% ao período de 3 anos.
Quanto maior for a taxa de juros pactuada no momento da compra, menor será o preço de
compra. Portanto, é correto afirmar que o preço do título (PU) é inversamente proporcional
à taxa de juros.
Valor de face R$
1.000,00 (vencimento)
PU - Preço unitário do título
no momento da compra
A negociação desse título é com base no valor de mercado, e seu preço é atualizado de
acordo com a valorização do título ao longo do tempo.
Vamos a um exemplo prático. O Tesouro Nacional determinou que esse título no dia
01/07/2000 tem seu valor nominal de R$ 1.000,00. Esse título foi lançado no mercado com
valor de R$ 1.000,00, e agora teríamos de saber qual a taxa Selic acumulada no período.
(Para facilitar nossa vida, a calculadora do cidadão do BACEN, nesse link ajuda no cálculo)
Após fazer uma consulta da calculadora do link acima, cheguei a esse resultado.
Podemos então concluir que esse é o valor do título na data da consulta? Quase. Temos de
acrescentar um eventual ágio ou deságio sobre o título. De acordo com a oferta e demanda
sobre esse título, ele pode ser negociado com ágio ou deságio sobre o valor de mercado.
Explico com um caso prático. Em uma consulta breve no site do tesouro (nesse link),
pude notar que no dia 25/06/2018 uma LTF está sendo negociada com deságio de 0,02%,
o que significa que o Tesouro vai pagar 0,02% + a variação da Selic ao longo do tempo.
Esse deságio deixa o título 0,02% mais barato e sempre que eu pago algo mais barato, eu
tenho maior lucro, certo?
Em resumo, a LFT é um título pós fixado, indexado à Selic e que pode apresentar uma
rentabilidade diferente da taxa Selic do período em função do ágio ou deságio.
Assim como a LTF, uma NTN-B foi emitida em julho de 2000 com o valor de R$ 1.000,00
e é corrigida diariamente pela variação do IPCA.
Pausa para explicar o que é cupom: alguns títulos de renda fixa podem pagar juros peri-
ódicos, e esses juros são chamados de cupom. Para facilitar sua compreensão, analise o
fluxo de caixa de um título com cupom.
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
(rendimento)
(rendimento)
(rendimento)
(rendimento)
(rendimento)
(rendimento)
(rendimento)
+ resgate principal
Valor investido
⯀ NTN-B principal: este título é um título zero cupom, ou seja, o rendimento é pago
junto do principal no resgate do título;
⯀ NTN-B: este título paga cupom semestral para o investidor. Em outras palavras, o
investidor recebe o rendimento a cada 6 meses.
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
Pagamento de cupom
(rendimento)
(rendimento)
(rendimento)
(rendimento)
(rendimento)
(rendimento)
(rendimento)
+ resgate principal
Valor investido
TESOURO DIRETO
Criado em 2002, o Tesouro Direto é um programa de negociação de títulos públicos a pessoas
físicas por meio da internet, por meio de uma conta em uma corretora. Para o pequeno inves-
tidor, o Tesouro Direto é considerado uma opção de investimento de baixo custo e segura,
já que os títulos públicos são considerados os ativos com menor risco em uma economia.
Para facilitar o acesso ao investidor comum, o Tesouro Nacional deu nomes, digamos, mais
familiares aos seus títulos. Assim, a gente não se confunde com sua sopa de letrinhas. Eles
ficaram da seguinte forma:
Pra deixar as coisas bem simples, vamos começar pelas debêntures. Elas são títulos
de renda fixa emitidos por empresas de sociedade anônimas (S/A) para captação de
recursos de longo prazo.
Não existe padronização das características desse título. Ou seja, a debênture pode incluir:
Bem, retomando a questão da garantia: como a Debênture é um título que não conta com
a garantia do FGC, é necessário que exista outra garantia, certo? Por isso uma Debênture
terá uma entre as quatro garantias abaixo:
⯀ Garantia real: aqui a empresa que emite a dívida (debênture) aliena um bem à
operação. Em outras palavras, um bem real da empresa fica “preso” de forma que
a empresa não pode negociar, vender ou transferir o bem até que as debêntures
sejam quitadas. Se a empresa não tiver caixa para pagar as debêntures o bem pode
ser vendido para quitação dos títulos;
⯀ Garantia flutuante: aqui também temos um bem real dando garantia a operação, no
entanto essa garantia pode ser substituída. Ou seja, a empresa é livre para negociar
essa garantia em outra operação, desde que substitua o bem;
⯀ Garantia quirografária ou sem preferência: já ouviu falar a expressão “la garantia
soy yo”? Pois é, na garantia quirografária não existe um bem real dando garantia
ao título, e a única garantia que o investidor tem está associado à capacidade da
empresa para pagar. Se a empresa falir, os investidores concorrem em igualdade
de condições com os demais credores quirografários (sem preferência), em caso de
falência da companhia;
⯀ Garantia subordinada: como o próprio nome sugere, essa garantia está subordinada
às demais. O que difere essa garantia da quirografária é o fato de que o detentor das
debêntures não concorre em igualdade de condições com os demais credores da
empresa, mas estão subordinados a estes. Em outras palavras, se a empresa falir, o inves-
tidor que tem essa debênture será o último da fila para receber (se é que vai receber)
Além de todas as informações citadas acima, numa escritura tem descrito quem é o
agente fiduciário da debênture. E antes que você me pergunte o que é o agente fidu-
ciário, vamos falar dele agora.
AGENTE FIDUCIÁRIO
O Agente Fiduciário é o melhor amigo do investidor debenturista. A função dele é proteger
o interesse dos debenturistas exercendo uma fiscalização permanente e atenta, verificando
se as condições estabelecidas na escritura da debênture estão sendo cumpridas.
O Agente Fiduciário poderá́ usar de qualquer ação para proteger direitos ou defender
interesses dos debenturistas. No caso de inadimplência da emitente, o agente deve:
TRIBUTAÇÃO
A tributação em debêntures obedece a tabela regressiva de IR. Simples assim. Sem
siglas ou nomes difíceis.
DEBÊNTURES INCENTIVADAS
No final de 2010, o Governo brasileiro editou uma série de medidas para estimular a cons-
trução de um mercado privado de financiamento de longo prazo.
Para incentivar os investidores a financiar essas obras, o governo resolveu isentar de imposto
investidores pessoa física que alocarem recursos na Debênture incentivada.
a. Logística e transporte;
b. Mobilidade urbana;
c. Energia;
d. Telecomunicações;
e. Radiodifusão;
f. Saneamento básico; e
g. Irrigação.
RENDA VARIÁVEL
Ações
O primeiro tipo de renda variável que estudaremos é também o mais famoso: as Ações
negociadas na Bolsa de Valores.
A ação representa a menor “fração” do capital social de uma empresa, ou seja, a unidade do
capital nas sociedades anônimas. Quem adquire essas “frações” é chamado de acionista, e vai
ter uma certa participação na empresa, correspondente a quantas dessas “frações” ele detiver.
Basicamente, podemos pensar na padaria que tem aí pertinho de sua casa. Imagine se você
pudesse ser sócio(a) desse empreendimento e receber os lucros gerados pela venda de pães
todos meses. Seria bom, né? Pois é exatamente isso que acontece com as ações. Você se
torna sócio(a) do empreendimento, pode receber lucros em sua conta, pode votar para decidir
sobre quando e quanto pagar para cada acionista. Ou seja, você também é dono da empresa.
Como uma empresa que tem suas ações na bolsa de valores tem milhões de sócios, é
importante saber que existem 2 tipos de ações e que cada uma lhe confere direitos dife-
rentes. Vamos falar sobre essas ações agora.
Tipos de ações
⯀ Ações ordinárias: Essas ações são chamadas de ON e conferem ao seu detentor
o direito a voto nas assembleias dos acionistas da empresa. Em outras palavras, o
investidor que compra ações ON pode, de fato, “mandar” na empresa. Uma empresa
pode emitir até 100% de ações ordinárias.
⯀ Ações preferenciais: Essas ações são chamadas de PN e não conferem ao seu detentor
direito a voto na assembleia de acionistas, mas dão preferência no recebimento dos
lucros gerados pelas empresas (os dividendos que estudaremos mais adiante). Uma
ação PN tem pelo menos 10% a mais de dividendo do que uma ação ON. Um ponto
importante é que se a empresa ficar 3 anos consecutivos sem distribuir lucros essa ação
passa a ter direito a voto na assembleia. No máximo 50% das ações de uma empresa
podem ser dessa categoria.
Falei que o acionista ordinário é o cara que pode, de fato, mandar na empresa, certo? Então
quer dizer que para eu ter o controle da empresa basta comprar ações ordinárias que já
posso mandar nos “paranauê tudo”? Não, não é bem simples assim. O controlador da
companhia precisa manter 50% + 1 das ações ordinárias da empresa. Estou falando isso
para você não confundir com 50% + de todas as ações.
Deixa em explicar isso com um exemplo: O Banco do Brasil é uma empresa que tem ações
na bolsa, mas é controlado pelo Governo Federal. Vamos imaginar, de forma hiperbólica, que
o Banco do Brasil tem 1.000 ações. Destas, 500 são PN e 500 são ON. Para que o Governo
Federal possa sempre ser o controlador ele precisa ter 251 ações ON. Assim ele garante
que sempre terá o maior poder de voto já que a ação ON confere um voto por ação.
Eventos societários
Ainda na linha dos direitos dos acionistas, vamos listar o que chamamos de eventos
societários. Alguns representam literalmente o lucro, mas não dependem da ação do
acionista, e sim da empresa.
⯀ Dividendos: Distribuição de parte do lucro aos seus acionistas e que são pagos
exclusivamente em dinheiro. O Estatuto da empresa pode prever o percentual do
lucro que será distribuído aos acionistas, se essa informação for omissa no estatuto
o percentual mínimo a ser distribuído é de 25%. Isento de Imposto de Renda;
⯀ Juros sobre o Capital Próprio: Quando a empresa retém parte do lucro para reinves-
timento, deverá pagar juros aos acionistas por esse valor. Esses proventos são pagos
em dinheiro, como os dividendos;
⯀ Corretagem: é uma tarifa para pela investidores ao seu agente de custódia (corretora)
por toda ordem de compra e venda executada;
⯀ Custódia: Uma espécie de tarifa de manutenção de conta, cobrada por algumas
corretoras. Sempre que o investidor mantém alguma ação em custódia na corretora
ele está sujeito a essa tarifa. Atualmente, muitas corretoras, por iniciativa própria,
oferecem isenção dessa tarifa a seus clientes;
⯀ Emolumentos: Os emolumentos são cobrados pelas Bolsas por pregão em que
tenham ocorrido negócios por ordem do investidor. A taxa cobrada pela Bolsa é de
0,035% do valor financeiro da operação;
⯀ Imposto de renda: O Imposto de renda no mercado de ações tem como regra alíquota
única de 15%. No entanto, devido a riqueza de detalhes que envolve a tributação nesse
tipo de operação, vamos dedicar o tópico a seguir para tratar sobre esse assunto.
Tributação
Em uma operação Buy and Hold / Swing Trade
Em janeiro desse ano, o investidor compra R$ 100.000,00 em ações. Passados três meses,
em abril, esse investidor aliena (vende) as ações por um total de R$ 120.000,00.
Assim sendo, temos um lucro de R$ 20.000,00 a ser tributado, certo? Nesse caso será retido
na fonte pela corretora 0,005% sobre o valor total da venda, ou seja, (120.000 x 0,005) R$ 6,00.
O investidor, por sua vez, precisa recolher 15% sobre o lucro via DARF sendo 15% sobre
20.000, um total de R$ 3.000,00. Por ter sido retido na fonte R$ 6,00 o investidor desconta
na DARF recolhendo apenas R$ 2.994,00.
Quando se executa uma ordem de compra ou venda de uma ação, acontecem dois processos:
Em uma operação Buy and Hold / Swing Trade, tanto a liquidação financeira, quanto a
liquidação física ocorrem em D+2. Isso significa que só compensará daqui a dois dias úteis.
Vou te deixar um exemplo para ficar melhor o entendimento:
Você vendeu hoje, segunda-feira, um lote de ações da empresa XPTO por R$2.000,00 na
bolsa de valores para outro investidor no mercado secundário.
O mesmo processo ocorre com o comprador das ações. Somente na quarta-feira ocorrerá
a liquidação física e você terá acesso às ações.
Já em uma operação Day Trade, a liquidação física ocorre em D+0, ou seja, no mesmo dia.
E a liquidação financeira ocorre em D+2.
Vamos a um exemplo:
No mês de janeiro, o investidor vendeu ações com um prejuízo total de R$ 5.000,00. No mês
de março o mesmo investidor vendeu ações com lucro de R$ 8.000,00. Assim, o prejuízo
anterior será compensado e será recolhido IR somente sobre R$ 3.000,00 (8.000 – 5.000).
Essa compensação pode ser feita a qualquer tempo no futuro. No entanto, se o investi-
dor não fizer a compensação no mesmo ano do prejuízo, terá de levar esse prejuízo à sua
declaração anual de ajuste de IR para que possa compensar em anos futuros.
A única observação é que a compensação pode ser feita somente para investimentos
da mesma modalidade. Se o investidor teve prejuízo com day trade, poderá compensar
somente com day trade; se perdeu com swing trade ou Buy and Hold, poderá compensar
somente com swing trade ou Buy and Hold.
Objetivo e Abrangência
Assim como os demais códigos da Anbima, este tem como objetivo:
Este Código se destina aos bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento,
bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores
mobiliários, assim como aos administradores fiduciários e/ou gestores de recursos de
terceiros quando distribuírem seus próprios Fundos de Investimento;
As Instituições Participantes devem assegurar que o presente Código seja também obser-
vado por todos os integrantes de seu Conglomerado ou Grupo Econômico que estejam
autorizados, no Brasil, a distribuírem Produtos de Investimento.
O presente Código não se sobrepõe à Regulação vigente, ainda que venham a ser editadas
normas, após o início de sua vigência, que sejam contrárias às disposições ora trazidas, de
maneira que deve ser desconsiderada, caso haja contradição entre as regras estabelecidas
neste Código e a Regulação em vigor, a respectiva disposição deste Código, sem prejuízo das
demais regras nele contidas.
As Instituições Participantes devem manter em sua estrutura área(s) que seja(m) respon-
sável(is) por seus controles internos e compliance.
As Instituições Participantes devem exigir que seus profissionais assinem, de forma manual
ou eletrônica, documento de confidencialidade sobre as informações confidenciais, reser-
vadas ou privilegiadas que lhes tenham sido confiadas em virtude do exercício de suas
atividades profissionais, excetuadas as hipóteses permitidas em lei.
Gestão de Riscos
As Instituições Participantes devem ser capazes de identificar, mensurar, avaliar, monitorar,
reportar, controlar e mitigar os riscos atribuídos à sua atividade (“Gestão de Riscos”).
A validação ou testes de que trata item acima tem como objetivo avaliar se os Planos de
Continuidade de Negócios desenvolvidos são capazes de suportar, de modo satisfatório,
os processos operacionais críticos para continuidade dos negócios da instituição e manter
a integridade, a segurança e a consistência dos bancos de dados criados pela alternativa
adotada, e se tais planos podem ser ativados tempestivamente.
O conteúdo dos documentos exigidos neste capítulo pode constar de um único documento,
desde que haja clareza a respeito dos procedimentos e regras exigidos em cada seção
Material Publicitário
A Instituição Participante, ao divulgar Material Publicitário em qualquer meio de comu-
nicação disponível, deve incluir, em destaque, link ou caminho direcionando investidores
ou potenciais investidores ao Material Técnico sobre o(s) Produto(s) de Investimento men-
cionado(s), de modo que haja conhecimento de todas as informações, características e
riscos do investimento.
Material Técnico
O Material Técnico deve possuir, no mínimo, as seguintes informações sobre o Produto de
Investimento:
I. Descrição do objetivo e/ou estratégia;
II. Público-alvo, quando destinado a investidores específicos;
III. Carência para resgate e prazo de operação;
IV. Tributação aplicável;
V. Informações sobre os canais de atendimento;
VI. Nome do emissor, quando aplicável;
VII. Classificação do Produto de Investimento;
VIII. Descrição resumida dos principais fatores de risco, incluindo, no mínimo, os riscos
de liquidez, de mercado e de crédito, quando aplicável.
Avisos Obrigatórios
As Instituições Participantes devem incluir, com destaque, nos Materiais Técnicos os
seguintes avisos obrigatórios:
Caso faça referência a Produtos de Investimento que não possuam garantia do fundo
garantidor de crédito:
A. “O investimento em [indicar produto de investimento] não é garantido pelo Fun-
do Garantidor de Crédito.”;
No uso de mídia impressa e por meios digitais escritos, o tamanho do texto e a localização
dos avisos e informações devem permitir sua clara leitura e compreensão.
Regras Gerais
Divulgação de Informações por Meios Eletrônicos
As Instituições Participantes devem possuir canais de atendimento compatíveis com seu porte
e número de investidores para esclarecimento de dúvidas e recebimento de reclamações.
O documento de que trata o parágrafo acima deve conter regras que sejam efetivas e
consistentes com a natureza, porte, complexidade, estrutura, perfil de risco dos Produtos
de Investimento distribuídos e modelo de negócio da instituição e deve conter, no mínimo:
I. Procedimento adotado para aceitação de investidores, incluindo procedimento para
análise e validação dos dados, bem como a forma de aprovação dos investidores;
II. Indicação dos casos em que são realizadas visitas aos investidores em sua residência,
local de trabalho ou instalações comerciais;
III. Indicação do sistema e ferramentas utilizadas para realizar o controle das informações,
dados e movimentações dos investidores;
Suitability
As Instituições Participantes, no exercício da atividade de Distribuição de Produtos de
Investimento, não podem recomendar Produtos de Investimento, realizar operações ou
prestar serviços sem que verifiquem sua adequação ao perfil do investidor.
A verificação do perfil do investidor não será aplicada nas exceções previstas na Regulação
vigente. A Instituição Participante é responsável pelo Suitability de seus investidores.
As questões abaixo não têm a intenção de replicar uma prova, mas testar seu conhecimento
de uma maneira abrangente. Ter um bom desempenho nesse simulado não significa,
necessariamente, ter um bom desempenho na prova.
12. Um Certificado de Depósito Bancário (CDB) resgatado após 200 dias corridos de
aplicação terá seus rendimentos tributados à alíquota de:
A. 15,00%;
B. 17,50%;
C. 20,00%;
D. 22,50%
14. Uma Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B) tem o seu valor nominal atualizado:
A. pelo Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M);
B. pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA);
C. pela Taxa Selic;
D. pela Taxa DI.
16. No Tesouro Direto, desde que respeitada a regra do valor mínimo de R$ 30,00,
um investidor pode adquirir fração mínima igual a:
A. 0,01 título;
B. 0,05 título;
C. 0,10 título;
D. 0,20 título.
EXIGÊNCIA NA PROVA:
DE 3 A 6 QUESTÕES.
PREVIDÊNCIA SOCIAL X PREVIDÊNCIA PRIVADA.
Para começar a falar de Entidade Aberta de Previdência Complementar, vamos apren-
der a diferenciar os dois tipos de previdência. Em suma, uma é do Estado, e a outra é
privada. Simples assim.
A Previdência Social é aquela paga pelo trabalhador ao governo na forma do INSS. Ela é
como um seguro controlado pelo governo para que o trabalhador não deixe de receber
uma renda ao se aposentar, sofrer invalidez no trabalho, ter doenças, ficar grávida ou
sofrer acidentes. O recebimento possui um teto estabelecido pelo INSS a fim de manter
em equilíbrio as contas públicas.
O modelo da Previdência Social brasileira adota o regime de repartição simples, que funciona
em regime de caixa. Nesse caso, as contribuições dos trabalhadores ativos são utilizadas
para o pagamento dos benefícios dos aposentados, pensionistas e demais segurados do
INSS. Em suma: o trabalhador ativo financia o trabalhador aposentado.
OS SEGURADOS DO INSS
Já entendemos que o INSS é um “seguro” mantido pelo governo e que, para os trabalhadores
formais, a adesão é obrigatória. Mas não é somente os trabalhadores com regime de CLT
que podem contribuir para esse sistema. Vejamos quem mais pode contribuir para o INSS:
Já vimos todo o conteúdo necessário da previdência social. Vamos entender agora, de fato,
a previdência complementar.
Essa taxa corresponde às despesas administrativas das instituições financeiras com pessoal,
emissão de documentos e lucro. Pode ser cobrada do investidor na entrada, na saída ou
na portabilidade, ou até mesmo na entrada e na saída de um mesmo investimento (Ex.:
1% na entrada e 1% na saída).
É importante saber que a taxa de carregamento pode ser cobrada somente sobre o valor
aplicado e nunca sobre o rendimento. Portanto, quando uma EAPC cobrar a taxa de
carregamento na saída, o valor aplicado do rendimento deve estar bem claro para que a
cobrança seja feita somente sobre o principal.
A regra para essa cobrança é que seja de no máximo de 10%, mas as EAPC podem cobrar
qualquer percentual, desde que seja respeitado esse limite. Além dessa flexibilidade, a
taxa de carregamento pode ser cobrada de forma flexível para “premiar” investidores com
maior volume de recursos ou mais tempo de contribuição.
TAXA DE ADMINISTRAÇÃO
Essa cobrança é semelhante ao que ocorre nos fundos de investimentos. Uma taxa fixa
expressa ao ano e cobrada sobre o valor total do patrimônio da EAPC. Um valor anual para
que o administrador continue fazendo o seu bom trabalho.
TIPOS DE PLANO
Vimos, ao estudar a previdência social, que o contribuinte não consegue resgatar de uma vez
tudo o que contribuiu. Uma característica importante sobre as EAPC é que o investidor pode
receber todo o saldo acumulado de uma única vez, ou receber em forma de renda mensal.
O investidor pode, ainda, contratar um pecúlio para seu plano. O pecúlio trará alguns
benefícios para o investidor ou beneficiários. Entenda os casos:
⯀ Renda por invalidez: renda a ser paga ao participante, em decorrência de sua invalidez
total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido
o período de carência estabelecido no plano.
⯀ Pensão por morte: renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de
inscrição, em decorrência da morte do Participante ocorrida durante o período de
cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no Plano.
PORTABILIDADE
Acredite, esse tipo de portabilidade parece ser mais fácil (e menos burocrático) do que
trocar de operadora de celular.
TRIBUTAÇÃO
Os planos de previdência complementar abertos possuem regra própria quanto a tribu-
tação dos rendimentos (VGBL) ou contribuição mais rendimento (PGBL).
Prazo Alíquota
Até 2 anos 35%
De 2 a 4 anos 30%
De 4 a 6 anos 25%
De 6 a 8 anos 20%
De 8 a 10 anos 15%
Acima de 10 anos 10%
Dá pra perceber que esse modelo é recomendado para investidores que possuem um
horizonte de tempo maior pois, por quanto mais tempo o investidor permanecer no
plano, menor será sua tributação.
TABELA PROGRESSIVA
A tabela progressiva, também chamada de compensável, obedece a mesma regra do IR
aplicado a renda obtida através de salários, que vai aumentando na medida que os valores
de recebimentos vão aumentando.
Cabe ressaltar que, em caso de resgate total ou parcial, será descontado na fonte somente
15% de IR independente do valor. Portanto, em caso de resgate oportuno, não podemos
precisar o valor que o investidor pagará de IR mas somente o percentual que ficará
recolhido na fonte (que é 15%).
VGBL e PGBL são os dois principais produtos de previdência privada do país. A principal dife-
rença entre os dois é que o PGBL compra Imposto de Renda sobre todo o valor acumulado
(dinheiro investido + rendimento), enquanto o VGBL cobra somente sobre o rendimento.
O ponto a ser explorado com o cliente é o tempo que ele está disposto a ficar no plano
de previdência. Em planos mais longos, o PGBL muitas vezes oferece mais vantagens. O
VGBL costuma ser mais vantajoso a curto e médio prazo.
VGBL
O VGBL, ou Vida Gerador de Benefício Livre, é aconselhável para aqueles que não têm
renda tributável, já que não é dedutível do Imposto de Renda.
Nele, porém, ainda que seja necessário o pagamento de IR sobre o ganho de capital. É
preciso pagar Imposto de Renda sobre o rendimento na hora do resgate. Se você investiu
1000 reais e ao final do ano tiver 1.140 reais, o IR será abatido do valor de 140 reais.
PGBL
O PGBL, Plano Gerador de Benefício Livre, é mais vantajoso para aqueles que fazem a
declaração do imposto de renda pelo formulário completo. O PG, como é chamado no
mercado, permite que o contribuinte deduza até 12% de sua base de cálculo de IR através
de sua declaração de ajuste anual de IR.
Agora que eu disse que o IR sobre o PGBL é cobrado sobre todo o valor, talvez você tenha
ficado curioso para entender como isso pode ser considerado um benefício fiscal, não é
mesmo? Vamos entender isso na prática:
Vamos simular um contribuinte que possua uma renda bruta anual de R$ 54.000,00 e
tenha dois dependentes.
Como é sabido, esse contribuinte terá de fazer uma declaração anual de ajuste de IR. Essa
declaração seria, conforme tabela abaixo:
Grave bem o valor que será pago de IR nessa simulação para que possamos simular uma
declaração de IR com investimento em um PGBL.
Perceba que o valor de IR devido caiu para R$ 421,55. Foi investido R$ 6.480,00 em um
PGBL. Em resumo: esse contribuinte deixou de pagar imposto hoje, investiu o dinheiro em
um PGBL e irá pagar esse imposto somente no futuro.
Já os dependentes menores de 16 anos ficam livres dessa exigência, uma vez que estão
abaixo da idade mínima permitida para o trabalho sob o regime da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), que prevê a contribuição obrigatória para um regime de Previdência Social.
Esse plano é indicado para aqueles que têm como deduzir as contribuições da base de
cálculo do seu IR, ou seja, fazem a Declaração Anual de Ajuste do Imposto de Renda da
Pessoa Física usando o formulário completo e têm renda bruta (renda tributável) suficiente
para absorver esse desconto, que é limitado em 12% da renda.
10. Um cliente foi até a sua agência para perguntar se a previdência tem alguma garantia
de remuneração. Seu gerente explicou que
A. existem alguns planos antigos do tipo VGBL e PGBL que têm rentabilidade
garantida de inflação mais 6% ao ano;
B. o VGBL e o PGBL são estruturados como fundos de investimento e não há
garantia de rendimento;
C. apenas o plano do tipo PGBL tem garantia de rendimento;
D. apenas o plano do tipo VGBL tem garantia de rendimento.
11. Um cliente perguntou ao seu gerente qual o órgão responsável por fiscalizar
os planos de previdência complementar abertos. Nesse caso, o gerente deverá
orientá-lo a procurar a
A. Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc);
B. Superintendência de Seguros Privados (Susep);
C. Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
D. Secretaria da Receita Federal (SRF).