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Nootrópicos: rompendo o status

quo bias

João Lourenço Fabiano


[email protected]
Nootrópicos são definidos É um campo com
como substâncias que potencial ainda pouco
aumentam a nossa explorado
capacidade cognitiva,
seja por um aumento na
memória, motivação,
atenção ou concentração.
Eles são usados pela
humanidade há milhares
de anos, no entanto,
recentemente inúmeros
novos compostos mais
eficientes têm sido
descobertos.
A pesquisa desta classe de substâncias
tende a ser orientada aos indivíduos com
deficiências mentais. Só muito
recentemente têm surgido pesquisas em
indivíduos saudáveis.
A razão pela qual esse tema deve entrar no
pool memético geral da sociedade é muito simples: os
benefícios em potencial deste grupo de substâncias
são enormes.

A idéia de aumentar nossa capacidade cognitiva vem do reconhecimento de


uma antiga falácia: a do “melhor impossível”. Aquela que diz que a evolução fez
o melhor serviço possível e não devemos interferir no seu trabalho. Essa
falácia tem inúmeros aspectos e está ligada a um dos bias cognitivos que
temos: o status quo bias. Se verificou em vários experimentos que os
indivíduos têm uma tendência a não modificar a situação atual, mesmo quando
essa modificação é benéfica.
Mas existem inúmeras razões para modificar o
trabalho da evolução:

• Nossos interesses são diferentes do da


evolução i.e.: morte

• O ambiente no qual evoluímos não


é mais o que vivemos i.e.: entender riscos
catastróficos

• A evolução pode ficar presa em um


ótimo local i.e.: apêndice
Alguns exemplos de nootrópicos

Antigos: café, chocolate e cigarro.

Recentes: Ritalina, Anfetaminas, Modafinil,


Piracetam, etc.
Concentração
Modafinil
Está ligado à histamina
(neurotransmissor que regula o sono)
faz aumentar todos os outros
neurotransmissores, em ordem
decrescente de aumento: dopamina,
noerpinefrina, acetilcolina e
serotonina. Histamina é um dos
neurotransmissores do sistema
ativador reticular ascendente, que vai
do tálamo e tem projeções difusas
excitatórias para todo o córtex. Produz
mais uma calm-wakefullness do que
um sentimento de concentração tensa
mais característica dos outros
nootrópicos para concentração.
Existem ao menos 4 estudos em indivíduos
saudáveis. Um deles é um grande estudo
com mais de 300 pessoas.

Aumento da concentração de dopamina


Todos os estudos obtiveram resultados positivos com
pouquíssimos efeitos colaterais como um pequeno aumento da
pressão arterial. Em todos os estudos se comprovou o
aumento da memória de trabalho verbal e numérica. Houve um
aumento do tempo de resposta nos testes, mas também um
aumento significativo na taxa de acertos. Ele parece diminuir a
impulsividade.

Outros dois estudos do exército em pilotos que mostram um


aumento considerável do desempenho em simulações de 40 e 36h
com indivíduos sem dormir. Nesses estudos, após 24h sem dormir,
foi ministrado 100mg de Modafinil a cada 4h para os pilotos.
Atinge-se o pico de concentração plasmática em 2-3h e tem meia
vida de 12h (mas o efeito diminui antes).
Ritalina
Inibibe fortemente a
recaptação de dopamina
e levemente a de
noerpinefrina. Age
principalmente no dorso-
ventro lateral, região
ligada primordialmente à
memória de trabalho e à
recuperação de memória
de longo prazo.
Existem diversos
estudos, alguns
apontando um ganho de
até 6 pontos de QI em
indivíduos com DDA.
Em indivíduos
saudáveis há um
aumento das memórias
de trabalho numérica,
verbal e espacial. Pico
de concentração
plasmática em 1h e
meia vida de 3h.
É um dos nootrópicos
mais conhecidos e
utilizados. Estima-se
que 10% da
população americana
com menos de 20
anos faz uso da
droga.

O uso continuado por mais de 10 anos pode


acarretar problemas cardíacos em pessoas com
predisposição. Tem potencial de abuso.
Selegiline
Inibe irreversivelmente um
catalisador da oxidação de
dopamina e norepinefrina (MAO-
B), o que significa que o corpo
tem que fabricar de novo o
catalisador para que o efeito da
droga passe. Age
sinergicamente com drogas que
aumentam o nível de dopamina
(como a maioria das drogas
ativadoras) e pode dar
overdose. A MAO-B não está
presente na fenda sináptica, é
intracelular e ligada ao lado
externo das mitocôndrias.
Não existe nenhum estudo com indivíduos
saudáveis comprovando a eficácia. Apesar disso
têm-se mostrado inúmeras propriedades
neuroprotetoras desta substancia, pois diminui a
concentração de inúmeros compostos
neurotoxicos encontrados naturalmente no
cérebro. Alem disso a queda de produção de uma
enzima responsável por degradar a MAO-B após
o 40 anos é responsável por uma diminuição da
concentração de dopamina na Substantia Nigra o
que leva a uma redução da massa cerebral nessa
área e a uma queda da saúde do individuo. A
Selegiline, ao inibir a MAO-B, pode diminuir essa
taxa de redução.
Adderall
Coctel de anfetaminas.
Aumenta a produção e inibe a
degradação de: dopamina,
norepinefrina e um pouco
serotonina. Aumenta
concentração de dopamina,
noradrenalina e serotonina na
fenda sináptica, inibindo a
recaptação e causando o
efluxo desses
neurotransmissores revertendo
os transportadores dos
mesmos.
São sais de anfetamina, cada um dos
quatro sais com uma liberação em tempo
diferente do outro, pra manter níveis
sanguíneos constantes ao longo do dia.
Tem potencial de abuso.
Cafeína
Um dos mais antigos,
mais usados e piores
nootrópicos.

Mimetisa o neutransmissor adenosina e


se liga ao seu receptor o inabilitando. A
adenosina tem um papel inibitório no
cérebro, ela é um dos metabólitos da
quebra do ATP e sinaliza uma baixa
disponibilidade deste no cérebro.
Alem disso a cafeína e seus metabólitos aumentam as concentrações plasmáticas
de adrenalina, com isso aumentando os batimentos cardíacos, pressão sanguínea
e stress. Como resultado, a longo prazo ela aumenta a incidência de infartos.
Após longo período de uso se desenvolve tolerância e a interrupção causa
depressão, irritabilidade e sonolência.
Memória
Aricept
Inibe reversivelmente
um catalisador da
hidrolise da
acetilcolina. Tem pelo
menos 3 estudos em
individuados
saudáveis, todos
mostrando efeitos
positivos na memória
e aprendizado.
Acetilcolina

Aricept

Consolidação da memória de longo prazo


Sistema Nervoso Periférico
Tem um estudo com pilotos
que demonstrou uma maior
habilidade de reter o
aprendizado de
procedimentos complexos do
que o grupo controle após 1
mês de uso. Outro estudo
com 10 indivíduos saudáveis
demonstrou um aumento da
memória episódica visual e
verbal, um dos indivíduos
reportou fortes dores de
cabeça. Há um aumento da
incidência de sonhos lúcidos.
Racetans
Os Racetans são uma classe de compostos que têm efeito sob a memória de longo
prazo e a atenção. Seu membro mais conhecido é o Piracetam, que foi um dos
primeiros nootrópicos a ser sintetizado na década de 60 e deu origem ao termo.

Piracetam: Não se sabe direito o


mecanismo de funcionamento,
possivelmente ele estabiliza a membrana
celular e faz as bombas Na/K funcionar
melhor, aumenta níveis de acetilcolina e
aumenta a circulação de sangue para
cérebro. É neuroprotetor e protege
contra derrame, pois é um
anticoagulante que atravessa a
membrana hematocefalica. Tem 1
estudo antigo com 10 indivíduos
saudáveis que mostrou aumento da
memória verbal de longo prazo após 2
semanas de uso.
Oxiracetam: Semelhante ao piracetam, mas 4 vezes mais
potente. O efeito dura cerca de 4-6h.

Pramiracetam: Até 30 vezes mais potente.

Outros exemplos:
Phenylpiracetam, Etiracetam,
Levetiracetam, Nefiracetam,
Nicoracetam, Rolziracetam,
Nebracetam, Fasoracetam,
Imuracetam, Coluracetam,
Dimiracetam e Rolipram.
Anirecetam: Aumenta atividade do AMPA, receptor de
glutamato. O efeito dura cerca de 2h. Cerca de 8 vezes
mais potente que o piracetam.

O glutamato está ligado a plasticidade


cerebral, ao aprendizado e a memória.

O aniracetam inaugurou a pesquisa de compostos conhecidos como


AMPAkines, agonistas do receptor AMPA. São compostos ainda experimentais
mas que demonstram ter pouquíssimos efeitos colaterais. Alguns exemplos:
CX-546, CX-516, CX-614, LY-392,098, LY-404,187, LY-451,646 e LY-503,430
Outros
Arcalion: Esta envolvido no sistema ativador reticular. Aumenta a
densidade de receptores de dopamina e a densidade de glutamato. Tem
um efeito, ainda pouco comprovado, na memória e na atenção

Vasopressina: Hormônio que melhora a circulação de sangue no


cérebro. Também conhecido como hormônio antidiurético.

Vinpocetina: Vasodilatador cerebral, aumenta a circulação dos vasos


sanguíneos cerebrais e a memória de médio prazo

Nicotina: Aumenta o funcionamento dos receptores de Acetilcolina e a


concentração. A substância mais letal já conhecida pela humanidade.
Suplementos Nutricionais
Lecitina/Colina: Precursor de acetilcolina. Aumenta a concentração de acetilcolina
levemente. A colina pura é muito mais eficaz, pois está em maior concentração.

Vitamina B5: Cofator de síntese de acetilcolina.

Creatina: Aumenta disponibilidade de energia no cérebro. É a principal fonte


energética do mesmo.

Coenzima Q10: Aumenta disponibilidade de energia no cérebro, tem papel no ciclo


de Krebs na mitocôndria (e faz bem pra um bando de outras coisas).

L-Tirosina: Aminoácido, precursor de dopamina. Aumenta as concentrações de


dopamina levemente. Estudos revelam desempenho semelhante a anfetaminas em
pessoas sem dormir.

Complexo B: As vitaminas B1, B6, B2 e o acido pantenóico são cofatores na


produção de dopamina, mas o fator limitante é a tirosina. Vitamina B6 em doses
altas pode causar neuropatia das raízes dorsais da medula. O máximo indicado é
100mg de B6 por dia.
Ética
Cafeína, Nicotina e Ritalina desenvolvem
dependência e aumentam o risco de infarto.
Nicotina em especifico é o maior fator de
risco de todas principais causas de morte
conhecidas.
Modafinil, Aricept, Piracetam e outros
apresentam efeitos colaterais pouco
graves com uma incidência baixa, não
desenvolvem tolerância e não viciam.
Piracetam em especifico é uma das
substâncias menos tóxicas conhecidas e é
neuroprotetor.
Apesar dessas informações serem
largamente conhecidas no meio
cientifico a população se recusa a
uma mudança de habito por influencia
do status quo bias.
“There are three ways to contribute to scientific
progress. The direct way is to conduct a good
scientific study and publish the results. The
indirect way is to help others make a direct
contribution. Journal editors, university
administrators and philanthropists who fund
research contribute to scientific progress in this
second way. A third approach is to marry the
first two and make a scientific advance that
itself expedites scientific advances. The full
significance of this third way is commonly
overlooked.
It is, of course, widely appreciated that certain
academic contributions lay the theoretical or empirical
foundations for further work. One reason why a great
scientist such as Einstein is celebrated is that his
discoveries have enabled thousands of other
scientists to tackle problems that they could not have
solved without relativity theory. Yet even this deep and
beautiful theory is, in one sense, very narrow. While
relativity is of great help in cosmology and some other
parts of physics, it is of little use to a geneticist, a
palaeontologist, or a neuroscientist. General relativity
theory is therefore a significant but not a vast
contribution to the scientific enterprise as a
whole.Some findings have wider applicability. The
scientific method itself — the idea of creating
hypotheses and subjecting them to stringent empirical
tests — is one such.
Many of the basic results in statistics also have very
wide applicability. And some scientific instruments,
such as the thermometer, the microscope, and the
computer, have proved enormously useful over a wide
range of domains. Institutional innovations — such as
the peer‐reviewed journal — should also be counted.
Those who seek the advancement of human
knowledge should focus more on these kinds of
indirect contribution. A “superficial” contribution that
facilitates work across a wide range of domains can
be worth much more than a relatively “profound”
contribution limited to one narrow field, just as a lake
can contain a lot more water than a well, even if the
well is deeper.
No contribution would be more generally
applicable than one that improves the
performance of the human brain. Much more
effort ought to be devoted to the development
of techniques for cognitive enhancement, be
they drugs to improve concentration, mental
energy, and memory, or nutritional enrichments
of infant formula to optimize brain development.
Society invests vast resources in education in
an attempt to improve students’ cognitive
abilities. Why does it spend so little on studying
the biology of maximizing the performance of
the human nervous system?
Imagine a researcher invented an inexpensive drug
which was completely safe and which improved
all‐round cognitive performance by just 1%. The gain
would hardly be noticeable in a single individual. But if
the 10 million scientists in the world all benefited from
the drug the inventor would increase the rate of
scientific progress by roughly the same amount as
adding 100,000 new scientists. Each year the
invention would amount to an indirect contribution
equal to 100,000 times what the average scientist
contributes. Even an Einstein or a Darwin at the peak
of their powers could not make such a great impact.
Meanwhile others too could benefit from being able to
think better, including engineers, school children,
accountants, and politicians.
This example illustrates the enormous
potential of improving human cognition by
even a tiny amount. Those who are
serious about seeking the advancement of
human knowledge and understanding
need to crunch the numbers. Better
academic institutions, methodologies,
instrumentation, and especially cognitive
enhancement are the fast tracks to
scientific progress.” (Nick Bostrom)
Referencias:

Artigos em farmacologia (maioria pós-2002):

Activation of the reticulothalamic cholinergic pathway by the major metabolites of aniracetam


Aniracetam enhances cortical dopamine and serotonin release via cholinergic and glutamatergic mechanisms in
SHRSP
Aniracetam in the treatment of senile dementia of Alzheimer type (SDAT) results of a placebo controlled
multicentre clinical study
Aniracetam Reversed Learning and Memory Deficits Following Prenatal Ethanol Exposure by Modulating
Functions of Synaptic AMPA Receptors
Antidepressant-like effects of aniracetam in aged rats an tis mode of action
Cholinergic enhancement of episodic memory in healthy young adults
Cognitive enhancing effects of modafinil in healthy volunteers
Deprenyl (Selegiline), a Selective MAO-B Inhibitor with Active Metabolites; Effects on Locomotor Activity,
Dopaminergic Neurotransmission and Firing Rate
Donepezil and flight simulator performance Effects on retention of complex skills
Donepezil and Related Cholinesterase Inhibitors as Mood and Behavioral Controlling Agents
Donepezil for dementia due to Alzheimer’s disease (Review)
Donepezil Improves Cognitive Performance in Healthy Pilots
EEG-tomographic studies with LORETA on vigilance differences between narcolepsy patients and controls and
subsequent double-blind,placebocontrolled studies
Effect of repeated treatment with high doses of selegiline on behaviour, striatal dopaminergic transmission and
tyrosine hydroxylase mRNA levels
Effect of selegiline on dopamine concentration in the striatum of a primate
Effects of aniracetamn term on delayed matching-to-sample performance of monkeys and pigeon
Effects of modafinil on cognitive and meta-cognitive performance
Effects of modafinil on vestibular function during 24 hour sleep deprivation
Effects of modafinil on working memory processes in humans
Effects of selegiline alone or with donepezil on memory impairment in rats
L-Methamphetamine and selective MAO inhibitors decrease morphinereinforced and non-reinforced behavior in
rats; Insights towards selegiline’s mechanism of
Mania associated with donepezil
Modafinil improves rapid shifts of attention
Modafinil Improves Symptoms of Attention-DeficitHyperactivity Disorder across Subtypes in Children and
Adolescents
Donepezil and related cholinesterase inhibitors as mood and behavioral controlling agents
Enantioselective determination of modafinil in pharmaceutical formulations by capillary electrophoresis, and
computational calculation of their inclusion complexes
Pharmacokinetic study of aniracetam in elderly patients with cerebrovascular disease
Psychoactive Drugs and Pilot Performance A Comparison of Nicotine, Donepezil, and Alcohol Effects
Pyrrolidone derivatives
Reinforcing effects of modafinil influence of dose and behavioral demands following drug administration
Relevance of Donepezil in Enhancing Learning and Memory in Special Populations A Review of the Literature
Selegiline’s neuroprotective capacity revisited
Site-specific activation of dopamine and serotonin transmission by aniracetam in the mesocorticolimbic pathway of
rats
Synergistic effects of selegiline and donepezil on cognitive impairment induced by amyloid beta (25-35)
The effects of Modafinil on Aviator Performance during 40 hours of continuous wakefulness A UH-60 helicopter
simulator study
The efficacy of modafinil for sustaining alertness and simulator flight performance in F-117 pilots during 37 hours
of continuous wakefulness
The Glutamate Receptors
Trophic effects of selegiline on cultured dopaminergic neurons

NCAM in Long-Term Potentiation and Learning (Hartz, forthcoming)

Reversal of cognitive deficits by an ampakine (CX516) and sertindole in two animal models of schizophrenia—
sub-chronic and early postnatal PCP treatment in attentional set-shifting (Broberg, forthcoming)

Enantioselective determination of modafinil in pharmaceutical formulations by capillary electrophoresis, and


computational calculation of their inclusion complexes (Azzam, forthcoming)
Livros de Neurociência:
Foundations in Evolutionary Cognitive Neuroscience (Platek, 2009)
From Molecules to Networks, Second Edition: An Introduction to Cellular and Molecular Neuroscience (Byrne,
2009)
Fundamental Neuroscience, Third Edition (Squire, 2008)
Neurotransmitters and Neuromodulators - Handbook of Receptors and Biological Effects (Wiley, 2006)
Acetylcholine in the Cerebral Cortex, Progress in brain research (Descarries, 2004)
Neurotransmitters, Drugs and Brain Function (Webster, 2001)

Artigos em Neuroética:

Cognitive Enhancement, Lifestyle Choice or Misuse of Prescription Drugs? (Racine, forthcoming)


Smart Policy: Cognitive Enhancement and the public interest (Bostrom, forthcoming)
Cognitive Enhancement: Methods, Ethics, Regulatory Challenges (Bostrom and Sandberg, 2009)
Human Enhancement Ethics: The State of the Debate (Bostrom and Savulescu, 2009)
The Wisdom of Nature: An Evolutionary Heuristic for Human Enhancement (Bostrom and Sandberg,
2009)
Sleep better than medicine? Ethical issues related to ‘‘wake enhancement’’ (Sandberg, 2008)
The Normativity of Memory Modification (Sandberg, 2008)
Converging Cognitive Enhancements (Bostrom and Sandberg, 2006)
‘Smart Drugs’ do they work Are they ethical Will they be legal (Rose, 2002)
'What is a human being,
then?'
'A seed.'
'A... seed?'
'An acorn that is
unafraid to destroy itself
in growing into a tree'
David Zindell, The
Broken God

FIM

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