O Feliz Natal de João Batista
O Feliz Natal de João Batista
O Feliz Natal de João Batista
“Voz do que clama no deserto: Preparem o caminho do Senhor, endireitem as suas veredas.”
4 João usava uma roupa feita de pelos de camelo e um cinto de couro. O seu alimento eram gafanhotos
e mel silvestre. 5 Então os moradores de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região em volta do Jordão
iam até onde ele estava. 6 E, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.
7 Quando João viu que muitos fariseus e saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes:
— Raça de víboras! Quem deu a entender que vocês podem fugir da ira que está por vir? 8 Produzam
fruto digno de arrependimento! 9 E não pensem que podem dizer uns aos outros: “Temos por pai Abraão”,
porque eu afirmo a vocês que Deus pode fazer com que destas pedras surjam filhos a Abraão. 10 E o
machado já está posto à raiz das árvores. Portanto, toda árvore que não produz bom fruto é cortada e
lançada ao fogo. 11 Eu batizo vocês com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é
mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de carregar as sandálias. Ele os batizará com o Espírito
Santo e com fogo. 12 Ele tem a pá em suas mãos, limpará a sua eira e recolherá o seu trigo no celeiro;
porém queimará a palha num fogo que nunca se apaga.
Não existe época do ano em que as pessoas ficam mais fofas do que o Natal.
Natal é luz, é paz, é alegria, é encontro das famílias, é solidariedade, é troca de presentes, é
13º. no bolso, músicas com sininhos, o bom velhinho fazendo ho ho ho, enfim, Natal é tudo de
bom para o convívio social. Criou-se um tempo, uma época do ano de trégua social. Todo
mundo, em alguma medida, resolve ou finge ser bom.
E é bom que seja assim. Pelo menos um tempo para as pessoas refletirem no que significa ser
gente, para olhar uma criança em um berço de palhas e pensar na fragilidade da vida.
Claro que eu estou falando de um Natal para consumo popular, o natal social, do mundo.
Porque, como cristãos, nós temos o nosso próprio Natal, com outros significados, que têm
pontos de contato com o natal do mundo, mas que se diferencia dele.
Então, nessas horas é muito bom ler João Batista. João Batista não escreveu um livro próprio –
e nem precisou, porque todos os evangelistas registraram uma parte da sua fala. Então
estamos bem servidos de João Batista.
É com João Batista que aprendemos que esse natal que as pessoas vivem por aí, diante da
pessoa e da obra de jesus Cristo, vale muito pouco... Me desculpem a franqueza, mas JOÃO
BATISTA, se vivesses nos nossos dias, teria a mesma franqueza que ele teve no tempo de Jesus.
O fato é que João Batista já sabia, ainda dentro da barriga de Isabel, sua mãe, que a pessoa de
seu primo Jesus Cristo era mais que uma pessoa. Era um acontecimento! Era o início de um
novo tempo.
O aparecimento de João Batista teve um impacto muito grande em israel. Há mais de 400 anos
não aparecia um profeta nessas terras. Alguém que chamava o povo à mudança de atitude, à
mudança de valores, enfim, à mudança de vida. No máximo o que aparecia eram agitadores
querendo promover um levante popular contra os romanos. Desses apareceram vários.
Mas alguém com uma palavra vinda da parte do próprio Deus, querendo mudar a qualidade
das pessoas, a visão que as pessoas tinham da vida, só João Batista teve essa iniciativa.
Esse movimento iniciado por João Batista foi uma coisa tão seria e tão profunda, que durou
pelo menos uns 20 anos depois de sua morte. Tanto assim que vamos encontra discípulos de
João Batista lá na Ásia, perto de Éfeso, quando o apóstolo Paulo evangeliza aquela região. Foi
algo que deixou marcas naquelas pessoas, e muitas delas, quando conheceram Jesus, viram
que o evangelho do Reino era um passo adiante na mesma direção que tinham começado com
João Batista.
Como sempre acontece com os movimentos que atingem a população, o movimento de João
Batista acaba chegando à capital Jerusalém, às classes mais ricas, as classes dominantes, e elas
tentam embarcar na onda do movimento. É nessas horas que aqueles que lideram um
movimento desses ficam deslumbrados com a fama. Olha só quem veio me ver! Eu vou
aparecer na televisão, eu vou ser entrevistado, eu vou ter milhões de visualizações do
youtube, outros milhões de seguidores no Twitter e no Instagram...
João Batista não tinha celular, e não tinha o menor deslumbramento por essas coisas. Por isso,
na hora que começam a aparecer pessoas ligadas à religião de Israel na fila do batismo, ele não
dá a menor importância. Não manda ninguém passar na frente, nem dá tratamento VIP para
aqueles homens.
Pelo contrário, ele olha para aqueles religiosos profissionais e pensa: o que esses caras vieram
fazer aqui ?! Não só pensa como pergunta na cara deles: quem mandou vocês aqui? A
imagem que ocorreu foi a de uma brincadeira de criança. Aqui no Brasil, na periferia das
grandes cidades, era comum juntar o lixo, capim seco, folhas, galhos, e deixar algum tempo
abandonado. Aquilo virava esconderijo de bichos, principalmente cobras. Um dia as crianças
resolviam queimar esse lixo, e o que acontecia? As cobras saíam para todos os lados. E as
crianças saíam correndo das cobras. Convenhamos, muito mais adrenalina do que ficar
jogando no celular, é ou não é? Pelo menos era uma atividade física.
Foi nisso que João Batista pensou: aqueles fariseus e saduceus percebiam que algo estava
para acontecer. Um grande fogo ia se acender com a manifestação de Jesus Cristo.