Exame de Portugues de 2005
Exame de Portugues de 2005
Exame de Portugues de 2005
1. A prova é constituída por quarenta (40) questões, todas com quatro (4)
alternativas de resposta, estando correcta somente UMA (1) das alternativas.
BOM TRABALHO!
A Ilha das duas cidades
A Ilha de Moçambique tem um lugar especial na história de Moçambique. A sua lenda quase mítica tem muito
que ver com o património construído, único na costa moçambicana, e com a beleza do local e das suas mulheres.
Este retrato começou a compor-se a partir das décadas de 50/60 do século XX, quando alguns escritores como
Rui Knopfli e Virgílio de Lemos a visitaram. Estes contactos vindos na esteira do interesse manifestado pelas
autoridades administrativas locais levaram à criação da Comissão de Relíquias Históricas de Moçambique, em
1943. De qualquer maneira, quando o lusotropicalismo foi assimilado pelo Estado Novo, servindo para prolongar a
presença colonial em África, a Ilha de Moçambique era um dos poucos exemplos de uma sociedade mestiça no
território de que tanto falava o sociólogo brasileiro Gilberto Freyre.
Esta imagem permaneceu intocada após a independência do país e os sucessivos governos moçambicanos têm
vindo a pautar-se por uma ambiguidade em relação a este assunto, ao mesmo tempo em que se promovem algumas
acções, a mais importante das quais, a classificação da Ilha como Património da Humanidade, em 1993. Contudo,
não foram capazes de estabelecer um amplo debate das razões que justificam a sua preservação e de tudo o que
aquele património representa.
Na primeira metade do XVII a ilha já estava dividida em duas povoações distintas, a zona de pedra e cal e zona
de macuti. Nessa altura, a primeira daquelas zonas, compreendendo as habitações, a fortaleza e o respectivo campo
de tiro, ocupava já um terço da ilha. Na segunda metade do mesmo século, mais de metade da Ilha estava coberta
de edificações.
A construção de grandes obras como a fortaleza e as cisternas levaram a que desde 1570 fossem escavados e
retirados milhares de metros cúbicos de pedra, destinada à construção e à queima, em conjunto com conchas e
outros mariscos para a fabricação de cal. A cidade de pedra e cal continuará a expandir-se durante os séculos XVIII
e XIX.
A Ilha de Moçambique entrou num processo rápido de decadência, após a passagem da capital para a então
Lourenço Marques (actual cidade de Maputo), no final do século XIX. A tentativa de encontrar um novo destino
para a Ilha foi feita na década de 60, do século XX. O seu futuro económico ficou irremediavelmente estabelecido,
quando se formou uma zona especial de turismo, em 1967. Neste cenário, o único melhoramento verdadeiramente
relevante foi a inauguração da Ponte Sarmento Rodrigues em 1967. A construção da ponte não acompanhada pela
construção da ponte cais, que então se propunha, teve efeitos perversos, considerando-se até uma das causas da sua
acelerada decadência.
A imagem da Ilha era, nos finais do regime colonial, francamente depressiva: um comércio empobrecido,
encerrado mesmo, na sua maior parte, em resultado da construção da ponte e do funcionamento em pleno do porto
de Nacala, a ausência dos pescadores, a inactividade dos estivadores e dos patrões das gasolinas e o abandono dos
turistas por inexistência de infra-estruturas adequadas. Apenas resistiam, ainda que de forma cada vez menos
significativa, dois núcleos populacionais: o funcionalismo público e os habitantes do bairro da Ponta Ilha.
Aquando da independência do país, também o funcionalismo público, na sua maioria estrangeiro, abandonou a
cidade. Ficaram apenas os habitantes africanos, vivendo na cidade macuti, para quem “só certos aspectos da sua
estrutura urbana são relevantes, úteis ou mesmo entendidos”. O que virá a ser a cidade de pedra e cal no futuro,
tem sido motivo de debate até aos nossos dias.
9. ...a ilha estava dividida em duas povoações distintas, a zona de pedra e cal e a zona de macuti. O
que está sublinhado neste trecho significa:
A zona de cimento
B subúrbio
C local onde vivem os africanos
D zona da fortaleza
A nada
B jamais
C talvez
D hoje
A Adapta-se .... é
D Adaptasse ... é
17. Escolha, de entre as alternativas apresentadas, o par de palavras ou expressões que melhor
completa os espaços em branco na seguinte frase.
“O jovem procura, pela rebeldia, dizer ao adulto que tudo está em ________ e que é necessário
construir uma sociedade diferente, com ________ mais positivos do que os definidos como únicos
e válidos para o seu mundo”.
A movimento _____ meios
B mudança _____ significado
C modificação _____ propósitos
D transformação _____ valores
20. A forma pronominal -la na frase “ausente para sempre da casa materna, a figura paterna parece
mergulhá-la docemente na eternidade” refere-se a:
A casa
B figura paterna
C eternidade
D mãos
B docear
C adocicar
D adossar
B leito
C foz
D margem
33. Coração está para cardiologista, assim como ___________ está para estomatologista.
A estômago
B pulmões
C boca
D ouvidos
36. Diga qual das frases resume melhor o texto que se segue:
“A ruinosa destruição ecológica nos dias que correm é qualquer coisa de abismal, de monstruoso e
afecta não só os que já cá estamos, como também aqueles que virão nas gerações futuras”.
A A destruição ecológica é hoje monstruosa, afectando já as
gerações vindouras.
B A destruição ecológica é hoje monstruosa, afectando não
só as actuais gerações, como também as vindouras.
C A destruição ecológica é hoje monstruosa, e afecta tanto
os que já cá estão como também as gerações que ainda
hão-de vir.
D A destruição ecológica é hoje abismal e monstruosa,
afectando não só as gerações presentes, como também as
vindouras