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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CONTROLADORIA E FINANÇAS

DISCIPLINA DE NEGOCIAÇÃO E COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

PROFESSOR MIGUEL MASTELLA

DANIELA PASQUALI, ELISANDRA CAUS, PAULO CESAR GREGOL


GWIAZDECKI

GESTÃO DE CONFLITOS

Saber lidar com situações de conflito é um dos maiores desafios da sociedade


atual. O acesso cada vez mais rápido e fácil à informação facilita a formação de
opinião e muitas vezes origina a divergência de opiniões e pontos de vista em um
grupo de pessoas. No entanto, enfrentar essas situações e resolver os conflitos,
principalmente em ambientes de trabalho, é essencial para o pleno desenvolvimento
de uma organização.
Para Robbins (2005), os conflitos geralmente surgem quando uma pessoa vê
sua opinião e seus valores ameaçados pelos valores e opinião de outra pessoa,
afetando assim negativamente algo que a primeira acha importante.
Em relação à classificação, em geral os conflitos podem ser divididos em
pessoais e corporativos. O pessoal é a forma como a pessoa lida com ela mesma,
suas crenças e valores e a discordância entre a forma como pensa e como age. Já
os conflitos corporativos têm origem em decorrência das diferentes dinâmicas
organizacionais presentes nas empresas, gerando em grande parte divergência de
opiniões e competição entre áreas e setores, sendo muitas vezes agravados por
motivos pessoais (BERG, 2012).
Para Chiavenato (2015), os conflitos podem tomar dois rumos: um para o lado
negativo e outro para o lado positivo. O primeiro acaba acarretando em uma
frustração para toda a equipe de trabalho, trazendo consigo a desmotivação e
desvalorização de ações que podem mudar uma determinada situação. Já o segundo,
quando gerado de forma positiva, libera uma energia entre a equipe, unindo ainda
mais os colaboradores em busca do resultado esperado, muitas vezes ultrapassando
os objetivos, mesmo que para se atingir tais resultados sejam necessários esforços
extras, como chegar mais cedo e sair mais tarde. O conflito quando positivo ainda
aumenta a coesão e harmonia da equipe, chamando também a atenção para
problemas que necessitam de maiores cuidados.

Tendo conhecimento dos principais conflitos e os motivos que causam tais


problemas, podemos afirmar por fim os impactos causados por estes:

· Aumento dos comportamentos irresponsáveis;

· Diferença entre colegas de trabalho;

· Dificulta a comunicação e a cooperação;

· Desgaste emocional;

· Queda nos resultados;

· Rompimento de relacionamentos;

· Suspeitas e desconfianças;

· Desmotivação

Da mesma forma, quando positivos os conflitos podem gerar:

· Ganho de produtividade;

· Resultados melhores;

· União da Equipe;

· Fortalecimento da confiança;

· Foco no resultado e no cliente;

· Motivação;

· Harmonia

· Satisfação

· Ganho de energia;

O artigo Antecedentes e Consequências dos Conflitos entre Trabalho e


Família, apresenta um estudo em que são levantadas as hipóteses a respeito das
consequências dos conflitos entre trabalho e família com base no modelo de
Anderson et al. (2012 apud. OLIVEIRA; CAVAZOTTE; PACIELLO, 2013). Abaixo
estão discriminadas as principais hipóteses levantadas no estudo e a tabela onde elas
são cruzadas para análise.

1. Hipótese:

a. Quanto mais flexível o horário de trabalho do empregado.

b. Quanto maior o suporte gerencial recebido.

c. Quanto menor sua percepção de consequências na carreira.

d. Quanto menor o conflito família-trabalho (CFT),menor será o conflito


trabalho-família (CTF).

2. Hipótese:

a. Quanto maior o número de políticas de apoio ao cuidado com


dependentes utilizadas pelo empregado.

b. Quanto mais simples for sua estrutura familiar.

c. Quanto menor o conflito trabalho-família (CTF), menor será o conflito


família-trabalho (CFT).

3. Hipótese:

a. Quanto maior o conflito trabalho-família (CTF), menor será a


satisfação no trabalho.

4. Hipótese:

a. Quanto maior o conflito trabalho-família (CTF), maior será a intenção


de deixar a empresa.

5. Hipótese:

a. Quanto maior (a) o conflito trabalho-família (CTF) e (b) o conflito


família-trabalho (CFT), maior será o estresse.

6. Hipótese:

a. Quanto maior o conflito família-trabalho (CFT), maior será o


absenteísmo.
Ainda de acordo com o artigo, citamos o resultado da hipótese 1a, onde
embora o horário flexível tenha se mostrado inversamente relacionada ao CTF, tal
relação não foi estatisticamente significativa. Esse resultado demonstra que uma
agenda de trabalho mais flexível não necessariamente minimiza o CTF. Nesse
sentido, é possível considerar que uma rotina mais flexível não promove tranquilidade
no trabalho e que as exigências profissionais podem continuar a interferir no
cumprimento das demandas familiares.

Para elucidar o exposto até agora, tomemos como exemplo de conflito uma
empresa que é regida por um chefe autoritário e que sua opinião é única e exclusiva:
não aceita o fato de que suas decisões não são as melhores. Porém, devido à má
gestão a empresa está à beira da falência. Como alternativa para não perder tudo,
vende parte de suas cotas para um sócio.

Esse sócio, visionário e experiente no ramo, toma algumas atitudes para


impulsionar novamente a empresa no mercado: elabora planos, busca ajuda de
consultores, reestrutura a equipe, investe em treinamentos. O antigo sócio, por sua
vez, não concorda com suas atitudes e barra o andamento do projeto, sem defender
com argumentos sólidos a sua opinião, apenas se recusa assinar.

Qual será o fim dessa empresa? Não há muitas alternativas: enquanto não
houver um diálogo, um alinhamento na forma de pensar, nada será mudado e,
provavelmente, será o fim dessa empresa. Tudo pode ser diferente, no entanto, desde
que o foco esteja em resolver, não em quem está certo ou errado.

Dado o exposto, pode-se afirmar que todo conflito nasce da opinião contrária
da ideia de cada um. Vale lembrar, porém, que cada indivíduo tem sua personalidade,
a maneira como entende e interpreta. Muitas vezes, o conflito é ocasionado não
porque realmente há um problema, mas sim, movido por interesse pessoal, em não
querer ceder, não admitir que esteja errado ou, que sua ideia não seja aceita.

Partindo de uma outra visão, no entanto, percebe-se também que o conflito


muitas vezes pode ter pontos positivos: como ampliar a discussão e encontrar
maneiras diferentes de resolver o problema em questão, trazendo resultados mais
eficazes e satisfatórios para todos. Uma análise mais detalhada, mostrará alternativas
diferentes para mesma situação: não é uma questão de quem perde, mas de alcançar
o objetivo, ser assertivo e de fato obter uma solução.

REFERÊNCIAS

BERG, Ernesto Artur. Administração de conflitos: abordagens práticas para o dia a


dia. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2012.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: O capital humano das organizações.


1. ed. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2015.

ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento Organizacional. 9ª ed. São Paulo:


Prentice Hall, 2005.

OLIVEIRA, Lucia Barbosa de; CAVAZOTTE, Flávia de Souza Costa Neves;


PACIELLO, Raul Ricardo. Antecedentes e consequências dos conflitos entre
trabalho e família. RAC - Revista de Administração Contemporânea. 2013, v.17.
Disponível em: <https://rac.anpad.org.br/index.php/rac/article/view/998>. Acesso em:
20 abr. 2019.

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