Texto t4 Apostila de Blocos Lc3b3gicos PDF
Texto t4 Apostila de Blocos Lc3b3gicos PDF
Texto t4 Apostila de Blocos Lc3b3gicos PDF
Fontes: www.somatematica.com.br;http://www.mathema.com.br/;
http://www.cp.utfpr.edu.br/armando/adm/arquivos/pos/material_dourado.pdf
1. REFERENCIA HISTÓRICA
Os blocos lógicos foram criados na década de 1950 pelo matemático húngaro Zoltan
Paul Dienes e são eficientes para que os alunos exercitem a lógica e evoluam no
raciocínio abstrato.
Embora saibamos que as peças dos blocos não representem figuras planas uma vez
que todas possuem espessura, acreditamos que elas sejam um recurso importante
para uma primeira familiarização dos alunos com os nomes das figuras.Os alunos da
Educação Infantil, na sua grande maioria estão no nível da visualização sugerido pelo
casal Van Hiele, no qual as crianças precisam ter as primeiras imagens e as primeiras
percepções das formas, o que pode em parte ser trabalhado através dos blocos.
Esse material é um recurso de grande aplicabilidade nas séries iniciais, pois permite
que a criança desenvolva as primeiras noções de operações lógicas e suas relações
como correspondência e classificação, imprescindíveis na formação de conceitos
matemáticos. Como diz Piaget, " a aprendizagem da matemática envolve o
conhecimento físico e o lógico-matemático. No caso dos blocos, o conhecimento
físico ocorre quando a criança pega, observa e identifica os atributos de cada peça.
O lógico-matemático se dá quando ela usa esses atributos sem ter o material em
mãos (raciocínio abstrato)".
1. Por que os Blocos Lógicos também são conhecidos como Blocos de Dienes?
2. Por que é importante utiliza-los na educação matemática das crianças?
Cite todas as vantagens possíveis que você consegue identificar no texto.
3. Pesquise (pode ser na Internet) os niveis de Van Hiele para a
aprendizagem de Geometria. Cite os 5 níveis e explique porque o trabalho
com os Blocos Lógicos pode ajudar na aprendizagem geométrica.
4. Qual a relação entre a classificação realizada pela manipulação e
observação concreta dos Blocos Lógicos e a classificação das figuras
geométricas no nível abstrato?
2. SUGESTÃO DE ATIVIDADES
Atividade 5:
a) Escolha uma única atividade das que aparecem agora até o final
da apostila.
b) Explique como ela pode ajudar a criança a elevar o seu nível de
Van Hiele da aprendizagem geométrica.
c) O que ela pode aprender nessa atividade e que embasamento
ela vai adquirir que poderá facilitar a sua aprendizagem noutro
ano escolar. Cite exemplos.
Atividade 6:
Explorando o Material
1. O professor distribui a caixa com os os blocos lógicos. Orienta a criança para que explore o
material, olhe, manuseie e brinque.
2. Em conversa informal, o professor distribui a caixa com os blocos introduz a terminologia
classificativa de cada peça de acordo com cores, formas, tamanho e espessura.O professor
sugere questões para que cada peça fique no seu lugar. Cada aluno terá de pensar lá consigo:
Qual a coluna que pode conter a peça que tenho na mão? E qual a fila que pode conter a
mesma peça? E depois de descobrir ambas, e achar o seu cruzamento, o aluno fez a
intersecção de conjuntos.
3. Empilhando peças:
1. Blocos lógicos espalhados pelo chão e os alunos em círculo, um aluno pega a primeira
peça e coloca no meio e depois os outros vão empilhando as peças umas por cima das
outras de forma a não derrubar a torre. A moral é que os alunos vão ter que ir
escolhendo as melhores peças para não deixar cair a torre.
2. Blocos lógicos espalhados pelo chão, formar o conjunto das peças que não são
triângulos. Esse jogo familiariza a criança com a negação, com o conjunto
complementar.
Encaminhamentos:
Combinar que todos no grupo podem mexer nas peças e que ao final da atividade as peças dos
blocos devem ser guardadas na caixa.
No momento em que as crianças têm o primeiro contato com o material, é interessante que o
professor garanta que possam explorar livremente os blocos lógicos e circule pela classe para
observar: o envolvimento dos alunos, o que cada grupo faz com o material, como as crianças se
organizam para distribuí-lo, etc.
Assim, o professor deve criar motivação anterior para a melhor exploração e permitir uma
exploração livre, pois durante esta fase a criança percebe as principais características dos
objetos, relaciona estas características, organiza as peças segundo suas próprias observações.
O professor deve levar o seu aluno a falar sobre as arrumações que fez com o material. Essa
prática permite a ele perceber o momento certo para começar a direcionar as atividades. Tal
dinâmica pode ser repetida outras vezes de acordo com a necessidade da classe em explorar os
blocos. É muito comum as crianças montarem inicialmente torres, sanduíches, ou outros objetos
que possam sugerir o empilhamento. Respostas como: "arrumei pela cor" ou "separei tudo o que
é bola", são indicadores de que já se pode propor as primeiras atividades mais dirigidas.
É possível observar nesse momento as hipóteses das crianças. Algumas após a primeira ou
segunda aula de exploração já começam a montar figuras e posteriormente passam a organizar
algumas peças dos blocos seguindo um critério de classificação.
O professor deve estimular seus alunos a falarem sobre as características das peças. Isto os
levará a perceber seus atributos. Em nenhum momento se deve forçar resposta alguma por
parte das crianças. Sempre que elas não conseguirem responder o que se esperava é
interessante perguntar novamente, apresentando outra atividade com a mesma estrutura,
orientando e mediando até que elas consigam atingir o que se esperava.
Enfim é possível propor problemas para que os alunos explicitem suas observações, o que pode
ser feito através de explorações verbais sobre os atributos das peças:
Eu vou mostrar uma peça e gostaria que vocês falassem tudo o que sabem sobre ela!
Agora vou mostrar outra e vocês vão fazer o mesmo!
Tal procedimento pode ser seguido enquanto as crianças se mostrarem interessadas. Em outro
momento o professor pode fazer o contrário - fala sobre a peça e pede que ela seja mostrada,
como por exemplo:
Uma outra variação é mostrar uma peça e pedir para que os alunos encontrem uma outra que
tenha com aquela uma semelhança. O que sugerimos até aqui, deve ser proposto algumas vezes
até que o professor perceba que isso não é mais necessário porque os alunos conhecem as
figuras e suas características. No entanto, independente dessa exploração existir, muitas vezes é
preciso um momento de exploração livre do material entre os alunos.
Sopa de pedras
Jogo para crianças a partir de 3 anos.
Vamos fazer de conta que estas peças são pedras e que nós vamos fazer uma sopa
com elas, para um bicho muito esquisito que gosta de come-las!
A criança "cozinheira" pede uma pedra para pôr na sopa, falando sobre uma das peças dos
blocos. Ela deve levantar a maioria dos atributos da peça, senão mais de uma peça lhe será
entregue, por exemplo: se a "cozinheira" falar: vermelho, grosso, as crianças podem pegar
qualquer forma, de qualquer tamanho.
Espera-se que as crianças percebam que todas as peças dos blocos lógicos são diferentes entre si
e que para determinar cada uma é preciso falar das suas características.
O professor propõe como variação, passos mais detalhados que levem a uma observação
apurada dos atributos do objeto.
Por exemplo, a cozinheira irá separar peças dentro do "caldeirão" e dará as pistas para as outras
crianças trazerem peças iguais e, no fim, as crianças verificam se acertaram ou não através do
bloco:
Eu preciso de uma pedra que é azul, grande, fina e tem todos os lados do mesmo
tamanho.
Eu preciso de uma pedra que é vermelha, fina, pequena e tem três lados
Observe o desenho acima. A sequencia está correta? Só há uma diferença entre as peças?
Empilhando Peças
Peças do material espalhadas pela mesa (ou pelo chão). Cada aluno deverá pegar uma peça e
colocar no centro do grupo, de modo que as peças serão empilhadas uma a uma. Os alunos
deverão fazer de tudo para a "torre" não cair. Para isso, terão que pensar nas peças mais
adequadas para a base, meio ou topo da torre, deixando as "piores" para o companheiro
seguinte. Nesta atividade, os alunos desenvolverão a capacidade de discernimento, raciocínio
lógico e motricidade.
Jogo Da Classificação
Apresentar um quadro às crianças para que classifiquem os blocos.
Criar junto com os alunos os atributos que serão dados para os tipos de blocos existentes.
Exemplos:
a) as quatro formas: círculo, quadrado, retângulo e triângulo
b) as duas espessuras: grosso e fino
c) os dois tamanhos: pequeno e grande
d) as cores: amarelo, azul e vermelho
Fazer em cartolina um quadro. Escolher alguns atributos e pedir aos alunos que separem os
blocos de acordo com os atributos escolhidos.
Primeiramente, escolher apenas um atributo (quadrada).
Exemplo: separar apenas as peças quadradas.
Depois, ir acrescentando atributos (vermelha, fina, pequena).
Os alunos irão completar o quadro com a peça quadrada, pequena, fina e vermelha.
A História Do Pirata
Agora, contar a seguinte história: "Era uma vez um
pirata que adorava tesouros. Havia no porão de seu
navio um baú carregado de pedras preciosas.
Nesse porão, ninguém entrava. Somente o pirata
tinha a chave. Mas sua felicidade durou pouco.
Numa das viagens, uma tempestade virou seu barco
e obrigou todos os marinheiros a se refugiarem
numa ilha. Furioso, o pirata ordenou que eles
voltassem a nado para resgatar o tesouro.
Mas, quando retornaram, os marujos disseram que o
baú havia sumido. 'Um de vocês pegou', esbravejou o pirata desconfiado."
Nesse ponto, começa o jogo com as crianças. Peça que cada uma escolha um bloco lógico. Ao
observar as peças sorteadas, escolha uma delas sem comunicar às crianças qual é. Ela será a
chave para descobrir o "marujo" que está com o tesouro. Apresente então um quadro com três
colunas (veja abaixo). Supondo que a peça escolhida seja um triângulo pequeno, azul e grosso,
você diz: "Quem pegou o tesouro tem a peça azul". Pedindo a ajuda das crianças, preencha os
atributos no quadro. Em seguida, dê outra dica: "Quem pegou o tesouro tem a forma triangular".
Siga até chegar ao marinheiro que esconde o tesouro. A atividade estimula mais que a
comparação visual. Também exercita a comparação entre o atributo, agora imaginado pela
criança, e a peça que a criança tem na mão. A negação (segunda coluna do quadro) leva à
classificação e ajuda a compreender, por exemplo, que um número pertence a um e não a outro
conjunto numérico.
Siga Os Comandos
Outro Dominó
Essa atividade é semelhante ao jogo de dominó. As peças serão distribuídas entre os alunos,
sendo que uma delas será escolhida pelo professor para ser a peça inicial do jogo. O professor
estabelece o nível de dificuldade da atividade estipulando o número de diferenças que deve
haver entre as peças. Supondo que deva haver uma diferença entre as peças e que a peça inicial
seja um triângulo vermelho pequeno e grosso, a peça seguinte deverá conter apenas uma
diferença, como por exemplo, um triângulo amarelo pequeno e grosso (a diferença nesse caso é
a cor). A atividade segue até que uma das crianças termine suas peças. As demais deverão
sempre conferir se a peça colocada pelo colega "serve", ou seja, se contém o número de
diferenças estipulado pelo professor.
Observação:
Esse material é muito utilizado no trabalho com conjuntos (notações, relação de pertinência,
relação de inclusão, união e intersecção de conjuntos). As diferenças existentes entre as peças
são utilizadas nessas construções e as atividades realizadas anteriormente são maneiras de
internalizar estes conceitos.
Após a realização dessas atividades, outras podem ser realizadas.
Conjunto Das Partes
Para essa atividade, são necessários quatro dados: um com o desenho dos blocos em cada face
(triângulo, quadrado, círculo e retângulo), outro com as faces coloridas (azul, amarelo e
vermelho), outro com a grandeza (grande e pequeno) e outro com a espessura (grosso e fino).
Uma criança lança o primeiro dado e retira do conjunto de blocos as peças que satisfazem a
característica da face superior. Lança o segundo dado e retira do subconjunto obtido as peças
que satisfazem a característica da face superior. Lança o terceiro dado e retira do último
subconjunto obtido as peças que satisfazem a característica indicada no dado. Lança o quarto
dado e retira a peça que satisfaz a última condição, chegando, assim, a um conjunto unitário.
Variação:
Ao invés de utilizarmos todas as peças da caixa, escolhemos algumas peças aleatórias. Pode-se
chegar à noção do conjunto vazio usando o mesmo procedimento.
Bibliografia:
COSTA, Maria da Piedade Resende da. Matemática para deficientes mentais. São Paulo: EDICON,
1997. (Coleção Acadêmica. Série Comunicação)
FALZETTA, Ricardo. Construa a lógica, bloco a bloco. In: Nova Escola, 111 ed., abr 1998, p.20-23.
FERRARI, Márcio. A criança como protagonista. In: Nova Escola, 164 ed., ago 2003, p.32-34.
PACHECO, Alice Teresinha. Material Dourado; Blocos Multibásicos. In: Educação Matemática em
Revista, 4 ed., 2002, p. 51-56.