Material Didáctico
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Material Didáctico
Rio de Janeiro
Janeiro/2019
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Sumário
Objetivo ....................................................................................................................... 4
Alcance ........................................................................................................................ 4
1. Legislação Contábil Aplicável ao Mercado Supervisionado pela Susep ............................... 4
1.1 Demonstrações Contábeis ............................................................................................... 14
1.1.1 Exercício Social ....................................................................................................... 15
1.1.2 Elenco e Codificação das Contas ............................................................................. 15
1.1.3 Demonstrações Contábeis Individuais e Consolidadas ............................................ 17
1.1.4 Forma de Envio das Demonstrações Contábeis ....................................................... 22
1.1.5 Notas Explicativas .................................................................................................... 25
2 Auditoria Independente ......................................................................................................... 35
2.1 Auditor Contábil Independente ....................................................................................... 35
2.1.1 Responsabilidades .................................................................................................... 35
2.1.2 Importância do Trabalho .......................................................................................... 36
2.1.3 Atuação e Certificação do Auditor Contábil Independente ..................................... 37
2.1.4 Requisitos de Independência do Auditor Contábil ................................................... 38
2.1.5 Relatórios Produzidos pelo Auditor Contábil Independente .................................... 40
3 Escrituração Contábil das Principais Operações de Seguro, Resseguro e Previdência ......... 45
3.1 Escrituração Contábil das Principais Operações de Seguro ........................................... 46
3.1.1 Emissão de Prêmio/Contribuição e Vigência do Risco ............................................ 48
3.1.2 Redução ao Valor Recuperável de Ativos ............................................................... 54
3.1.2.1 Redução ao Valor Recuperável de Prêmios a Receber...................................... 55
3.1.3 Ocorrência, Aviso e Pagamento de Sinistros ........................................................... 60
3.1.4 Salvados e Ressarcidos ............................................................................................ 64
3.1.5 Transferências de Carteiras ...................................................................................... 68
3.1.6 Cosseguro Aceito e Cedido ...................................................................................... 69
3.1.7 Orientação sobre a contabilização das principais operações do seguro DPVAT ..... 78
3.1.7.1 Contabilização do Consórcio DPVAT (principais operações) .......................... 78
3.1.7.2 Contas para registro pelas consorciadas das operações no ramo Dpvat ............ 86
3.1.7.3 Contabilização das receitas de Recepção e Regulação de Sinistros pelas
consorciadas................................................................................................................... 89
3.2 Escrituração Contábil das Principais Operações de Previdência.............................. 90
3.2.1 Reconhecimento e Aplicação das Contribuições ............................................... 91
3.2.2 Constituição e Atualização da PMBAC ............................................................. 93
3.2.3 Reconhecimento do Excedente Financeiro......................................................... 95
3.2.4 Reconhecimento da Insuficiência de Provisões Técnicas Apurada pelo Teste de
Adequação de Passivos (TAP) .......................................................................................... 99
3.2.5 Reconhecimento da Taxa de Gestão ...................................................................... 100
3.2.6 Reconhecimento do Resgate .................................................................................. 100
3.2.7 Pagamento de Benefício ......................................................................................... 102
3.2.7.1 Pagamento Único ............................................................................................. 102
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Objetivo
O objetivo deste documento é estabelecer orientação para a elaboração das
demonstrações contábeis exigidas pela Susep de suas supervisionadas.
Alcance
Este documento deve ser observado pelas entidades supervisionadas por esta
Autarquia quando da elaboração de suas demonstrações contábeis.
Entende-se por entidades supervisionadas as sociedades seguradoras, as entidades
abertas de previdência privada, as sociedades de capitalização e os resseguradores locais.
Este manual não prevê especificamente os lançamentos contábeis inerentes à operação
de capitalização, os quais serão incluídos em atualização futura. Entretanto, conceitos e regras
gerais são aplicáveis às sociedades de capitalização, notadamente aqueles descritos nos
capítulos 1 e 2 do presente documento.
que se espera serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das
operações.
4.56. A base de mensuração mais comumente adotada pelas entidades na
elaboração de suas demonstrações contábeis é o custo histórico. Ele é
normalmente combinado com outras bases de mensuração. Por exemplo, os
estoques são geralmente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valor
líquido de realização, os títulos e valores mobiliários negociáveis podem em
determinadas circunstâncias ser mantidos a valor de mercado e os passivos
decorrentes de pensões são mantidos pelo seu valor presente. Ademais, em
algumas circunstâncias, determinadas entidades usam a base de custo
corrente como resposta à incapacidade de o modelo contábil de custo
histórico enfrentar os efeitos das mudanças de preços dos ativos não
monetários.
Visa a afirmar a prevalência da moeda do país e, consequentemente, o
Aplicação
registro somente nela. Quaisquer transações em moeda estrangeira devem
Prática
ser transformadas em moeda nacional no momento do seu registro.
Os efeitos das transações e outros eventos devem ser reconhecidos nos
Res. CFC períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou
n. 750/93 pagamento. Pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de
despesas correlatas.
Performance financeira refletida pelo regime de competência (accruals)
OB17. O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de
transações e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e
reivindicações da entidade que reporta a informação nos períodos em que
ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em
caixa derivados ocorram em períodos distintos. Isso é importante em função
de a informação sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade
que reporta a informação, e sobre as mudanças nesses recursos econômicos
e reivindicações ao longo de um período, fornecer melhor base de avaliação
da performance passada e futura da entidade do que a informação puramente
baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo
período.
OB18. Informações sobre a performance financeira da entidade que reporta
Competência a informação durante um período que são reflexos de mudanças em seus
CPC 00
recursos econômicos e reivindicações, e não da obtenção adicional de
recursos diretamente de investidores e credores (ver item OB21), são úteis
para avaliar a capacidade passada e futura da entidade na geração de fluxos
de caixa líquidos. Essas informações servem de indicativos da extensão em
que a entidade que reporta a informação tenha aumentado seus recursos
econômicos disponíveis, e dessa forma sua capacidade de gerar fluxos de
caixa líquidos por meio de suas operações e não pela obtenção de recursos
adicionais diretamente de investidores e credores.
OB19. Informações sobre a performance financeira da entidade que reporta
a informação durante um período também podem ser indicativos da extensão
em que determinados eventos, tais como mudanças nos preços de mercado
ou nas taxas de juros, tenham provocado aumento ou diminuição nos
recursos econômicos e reivindicações da entidade, afetando por conseguinte
a capacidade de a entidade gerar a entrada de fluxos de caixa líquidos.
Os custos e receitas de serviços negociados e contratados em setembro, cuja
Aplicação
execução ocorreu em outubro e cujo valor foi recebido em novembro,
Prática
devem ser reconhecidos em outubro.
Determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do
maior valor para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que
Res. CFC alterem o patrimônio líquido.
Prudência n. 750/93 Pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos
julgamentos necessários às estimativas em algumas condições de incerteza,
no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos
e despesas não sejam subestimados.
CPC 00 Retirado estrutura conceitual atual.
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Art. 19. Não escriturar as operações nos livros e registros da contabilidade, com
atualidade ou fidedignidade, nos termos da legislação.
Sanção: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).
Art. 20. Não manter na matriz e nas filiais, sucursais, agências e representações os
registros exigidos, com escrituração completa das operações realizadas, em
conformidade com a legislação.
Sanção: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Parágrafo único. Incorre, também, na sanção aquele que:
I – não mantiver conta corrente exclusiva de intermediação de resseguro; ou
II – não mantiver conta em moeda estrangeira, quando obrigatória, ou utilizá-la em
desacordo com a legislação (CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS
PRIVADOS, 2011).
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O CPC 32 define ativo fiscal diferido como o valor do tributo sobre o lucro
recuperável em período futuro relacionado a:
a) diferenças temporárias dedutíveis – diferença entre o valor contábil de ativo ou
passivo no balanço e sua base fiscal (valor atribuído àquele ativo ou passivo para
fins fiscais), a qual resulta em valores que são dedutíveis para determinar o lucro
tributável (prejuízo fiscal) de futuros períodos quando o valor contábil do ativo ou
passivo é recuperado ou liquidado;
b) compensação futura de prejuízos fiscais; e
c) compensação futura de créditos fiscais.
O normativo estabelece que um ativo fiscal diferido decorrente de prejuízos fiscais e
créditos fiscais somente poderá ser reconhecido na medida em que seja provável a ocorrência
de lucros tributáveis futuros contra os quais poderá haver compensação. Define, ainda, que,
para fins de probabilidade de ocorrência de “lucros tributáveis futuros”, a entidade deve
avaliar:
a) se há diferenças temporárias tributáveis suficientes relacionadas com a mesma
autoridade tributária e a mesma entidade tributável que resultarão em valores
tributáveis contra os quais os prejuízos fiscais ou créditos fiscais não utilizados
podem ser utilizados antes que expirem;
b) se é provável que a entidade terá lucros tributáveis antes que os prejuízos fiscais
ou créditos fiscais não utilizados expirem;
c) se os prejuízos fiscais não utilizados resultaram de causas identificáveis que são
improváveis de ocorrer novamente; e
d) se estão disponíveis para a entidade oportunidades de planejamento tributário que
criarão lucro tributável no período em que prejuízos fiscais ou créditos fiscais não
utilizados possam ser utilizados.
Não sendo provável a ocorrência futura de lucro tributável para compensação dos
prejuízos e créditos fiscais, o ativo fiscal diferido não poderá ser reconhecido.
A Susep, ao elaborar normativo contábil do mercado de seguros, recepcionou o CPC
32 no art. 198 da Circular Susep n. 517/2015, porém optou no art. 146 a148 por ser mais
objetiva e restritiva, ao definir critérios para manutenção dos créditos tributários decorrentes
de prejuízos fiscais de imposto de renda, bases negativas de cálculo da contribuição social
sobre o lucro e de diferenças temporárias entre os critérios contábeis e fiscais de apuração de
resultados. Nesse sentido, estabeleceu condições relacionadas não só à perspectiva de lucros
14
Somente a Susep poderá criar codificação contábil até o décimo algarismo do primeiro
código, sendo permitido que as supervisionadas, quando considerarem necessário, criem
rubricas a partir do segundo código, ou seja, do décimo primeiro algarismo.
As principais classificações e subdivisões do elenco de contas são as seguintes:
1
Neste manual entendido como a controladora e todas as suas controladas, conforme Pronunciamento Técnico
CPC 36 – Demonstrações Consolidadas.
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a) relatório da administração;
b) balanço patrimonial;
c) demonstração do resultado do período;
d) demonstração de resultado abrangente;
e) demonstração das mutações do patrimônio líquido;
f) demonstração dos fluxos de caixa;
g) notas explicativas; e
h) relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis.
A Circular Susep n. 517/15 obriga as supervisionadas que se enquadrem no conceito
de controladora, conforme estabelecido no CPC 36 (R3), a apresentar as demonstrações
contábeis consolidadas anuais elaboradas com base em pronunciamentos plenamente
convergentes com as normas internacionais, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos
Contábeis (CPC) e recepcionados pela Susep.
O Quadro 7 apresenta a base conceitual sobre a qual devem ser elaboradas as
demonstrações contábeis, bem como os respectivos prazos de publicação e envio desses
documentos à Susep.
origem. A natureza da transação deve levar em consideração a intenção subjacente para fins
de classificação. O anexo XI da Circular Susep n. 517/15 define os modelos de publicação de
DFC elaboradas pelo método direto e indireto a serem utilizados pelas entidades
supervisionadas.
Demonstrações SeguradoraABCsa-XXXX-IN-
contábeis Nome-XXXX -IN- Aaaa Mm aaaamm.pdf
intermediárias
Demonstrações SeguradoraABCsa-XXXX-CO-
contábeis Nome-XXXX -CO- Aaaa Mm aaaamm.pdf
consolidadas
A Lei das Sociedades por Ações estabelece, por meio do artigo 176, que as
demonstrações contábeis das companhias deverão ser complementadas por notas explicativas
e outros quadros analíticos necessários para a o esclarecimento da situação patrimonial e do
resultado do exercício.
Além dos requisitos mínimos listados no § 5º do artigo 176 dessa lei, as companhias
devem observar as exigências de divulgação estabelecidas pelos normativos contábeis
emitidos pelo CPC, em plena convergência com os padrões internacionais de contabilidade.
As supervisionadas devem, ainda, divulgar notas explicativas obrigatórias
estabelecidas pelo artigo 156 da Circular Susep n. 517/15. Algumas dessas notas detalham
aspectos já exigidos nos pronunciamentos e outras são demandas específicas do supervisor.
A Susep tem realizado palestras a cada dois anos sobre a percepção do supervisor
acerca das divulgações realizadas pelas companhias do mercado segurador nacional, com o
objetivo de melhorar a qualidade dessas informações. Nessas apresentações são elucidados
26
II - Políticas Contábeis
As supervisionadas devem divulgar, pelo menos, as políticas contábeis adotadas
quanto ao critério de reconhecimento das principais receitas e despesas, à redução ao valor
recuperável de ativos, à depreciação, o adicional de fracionamento, às provisões e à
mensuração de ativos e passivos. Deve-se destacar os aspectos relacionados com a
mensuração dos contratos de seguro e instrumentos financeiros, bem como com os critérios de
reconhecimento de receitas e despesas em questão.
O CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis requer a divulgação das
políticas contábeis mais importantes para o correto entendimento do processo de elaboração
das demonstrações. Essas políticas incluem a(s) base(s) de mensuração usada(s) na
demonstração contábil, pois afetam sobremaneira a análise dos usuários desse tipo de
informação.
Em diversos pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC concede-se à
Administração a possibilidade de escolher entre alternativas permitidas. Nesses casos, a
divulgação da escolha adotada é especialmente útil para os usuários.
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As apresentações podem ser consultadas no site da autarquia no link: SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS
PRIVADOS. Site. <http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-mercado/solvencia/afericao-de-solvencia>.
Acesso em: 31 mar.2016.
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V - Prêmios a Receber
As supervisionadas devem elaborar notas explicativas com o detalhamento dos saldos
dos prêmios a receber, prazos de vencimentos (aging), redução ao valor recuperável, período
médio de parcelamento e, ainda, um quadro de movimentação de um período para outro,
conforme mencionado no item XII abaixo.
VIII - Divulgação das tábuas, taxas de carregamento e taxas de juros dos principais
produtos comercializados
A diversidade dos produtos de seguros requer uma boa divulgação das características
destes, a fim de que o usuário externo conheça minimamente os motivos que levam a
companhia a alcançar a performance divulgada. Nesse sentido, é exigido como divulgações
mínimas necessárias sobre os principais produtos comercializados: as tábuas biométricas, as
taxas de carregamento e as taxas de juros.
XI - Gestão de risco
As supervisionadas devem elaborar notas explicativas sobre a gestão dos riscos a que
estão expostas. Além dos requisitos de divulgação contidos no inciso XI do artigo 156 da
Circular Susep n. 517/15, as supervisionadas devem atender requisitos sobre gestão de riscos
contidos no CPC 11 – Contratos de Seguro, os quais exigem maior detalhamento.
Além de informações gerais sobre a gestão de risco, a supervisionada deve divulgar
outros esclarecimentos sobre os riscos de seguro (antes e depois da mitigação do risco por
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suas principais origens e como são geridos, entre outros dados que a companhia entenda
necessários.
XV - Transferências de Carteira
Critérios contábeis específicos, estabelecidos no art. 152 da Circular Susep n. 517/15,
devem ser adotados pelas partes envolvidas quando da ocorrência das operações de
transferências de carteira. As supervisionadas, quando cessionárias, devem elaborar notas
explicativas com informações acerca da cedente, dos resultados, dos ramos e da vigência
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XVI - Solvência
As Supervisionadas devem divulgar em notas explicativas os seguintes itens relativos
à suficiência de capital e de ativos garantidores de provisões técnicas:
a) informações sobre a adequação de capital na data a que se refiram as
demonstrações financeiras com, no mínimo, os seguintes itens:
(i) demonstração do cálculo do PLA;
(ii) capital base e capital de risco, explicitando suas parcelas (subscrição,
crédito, operacional e mercado);
(iii) capital mínimo requerido (calculado conforme as disposições
estabelecidas na norma específica);
(iv) suficiência/insuficiência de capital;
b) eventuais insuficiências de ativos oferecidos em cobertura das provisões
técnicas.
2 Auditoria Independente
No mercado segurador nacional, há duas atividades de auditoria independente que se
complementam, são elas: a auditoria contábil e a auditoria atuarial. Haja vista o escopo deste
material, a seguir são apresentadas algumas características da auditoria contábil. Mais
detalhes sobre a auditoria atuarial podem ser obtidos na Resolução CNSP n. 321/15 e nas
orientações da área técnica disponível do site do supervisor em
http://www.susep.gov.br/menu/orientacoes-de-normativos.
2.1.1 Responsabilidades
meio do FIP/Susep, podendo viabilizar uma atuação mais rápida e efetiva do supervisor no
caso de problemas identificados3.
Possibilita, ainda, que o supervisor tome conhecimento de falhas nos controles
internos da supervisionada que possam aumentar a exposição a riscos desta e/ou diminuir a
confiabilidade dos dados enviados à Susep.
O trabalho do auditor contábil independente, materializado na emissão de uma opinião
sobre as demonstrações, bem como na elaboração de relatórios específicos exigidos, torna-se,
assim, uma das principais ferramentas utilizadas pelo supervisor.
3
Importa ressaltar que o auditor independente atuarial atua na validação dos dados usados pelas supervisionadas
em diversos cálculos que são refletidos nas demonstrações contábeis e no FIP/Susep, o que igualmente contribui
para aumentar a fidedignidade dos inputs usados na elaboração das informações enviadas ao supervisor.
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A fim de que o trabalho realizado pelo auditor espelhe a realidade sem viés ou
parcialidade em seus julgamentos, este deve ser e se manter independente, não podendo se
deixar influenciar por fatores estranhos, preconceitos ou quaisquer outros elementos materiais
ou afetivos que resultem na perda, efetiva ou aparente, de sua independência.
A Resolução CNSP n. 321/2015 define que as supervisionadas não podem contratar ou
manter auditor contábil independente, caso se configurem determinadas situações de
impedimento ou incompatibilidade para a prestação desse serviço previstas nas normas e
regulamentos da CVM, do CFC ou do Ibracon.
A CVM disciplina o exercício da atividade de auditoria independente no âmbito do
mercado de valores mobiliários por meio da Instrução CVM n. 308/99. As situações de
impedimento e incompatibilidade contidas nessa norma aplicam-se ao mercado de seguros.
As seguintes questões são consideradas como hipóteses de impedimento e incompatibilidade
por este normativo:
a) infringência às normas do CFC relativas à independência;
b) aquisição ou manutenção, por parte do auditor independente e pessoas físicas e
jurídicas a ele ligadas, de títulos ou valores mobiliários de emissão da entidade
39
A primeira coluna indica se a conta está sendo debitada (D) ou creditada (C).
A segunda e a terceira colunas apresentam respectivamente o código do
desdobramento e a sequência de subgrupo, conta, subconta e correspondentes desdobramentos
da subconta, conforme elenco de contas encontrado no anexo X da Circular Susep n. 517/15.
São sublinhadas a conta contábil e a subconta, a fim de facilitar uma visualização do evento
em questão. Ao lado dessa sequência foi utilizada uma legenda para os elementos das
demonstrações contábeis (ativo, passivo ou resultado – receita e despesa). Foram usados os
códigos (A) para Ativo, (P) para Passivo e (R) para resultado, ou seja, receitas ou despesas, a
depender do lançamento (o asterisco “*” foi usado para contas retificadoras).
Como exemplo, caso o lançamento contábil seja realizado no desdobramento de conta
abaixo, a sequência seria a que se encontra após o quadro:
CÓDIGO DA
NOME TIPO
CONTA
1 ATIVO Classe
1.1 CIRCULANTE Grupo
1.1.2 APLICAÇÕES Subgrupo
1.1.2.6 QUOTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS Conta
VINCULADAS À COBERTURA DE PROVISÕES
1.1.2.6.1 Subconta
TÉCNICAS
46
Para as contas das classes de Ativo e de Passivo que se repetem nos grupos do
Circulante e do Não Circulante, utilizamos as codificações apenas do circulante por
simplificação, porém os lançamentos devem ser segregados nesses dois grupos, sempre que
necessário.
Regime de Competência
O fato gerador da receita dos produtos de risco, para fins de reconhecimento inicial, é
a emissão do prêmio/contribuição ou o início da vigência do risco, o que ocorrer primeiro.
O fato gerador da receita dos produtos de acumulação financeira é o recebimento das
contribuições.
Quando o risco é assumido por meio de um representante de seguros, a emissão do
prêmio será considerada no momento em que o registro do prêmio for efetivado na seguradora
ou entidade de previdência. O período de tempo entre a data de assunção do risco pelo
representante de seguros e a data de registro do prêmio pela supervisionada não poderá
ultrapassar o final do mês subsequente. Esse prazo é adotado também nos casos de cosseguros
aceitos, entre a data de emissão do prêmio na seguradora líder e a data de registro do prêmio
na cessionária.
Em alguns casos, a vigência do risco pode ser tão curta que as supervisionadas, por
motivos operacionais, somente tenham conhecimento do risco coberto após o decurso do
período de cobertura. Normalmente são seguros em que o controle dos componentes do grupo
segurado é realizado por estipulantes, e a seguradora toma conhecimento das entradas e saídas
apenas posteriormente. Nesse caso, esta deverá fazer o lançamento, ainda que por estimativa,
no próprio mês de competência, das receitas de prêmios e demais registros decorrentes em
48
4
Conforme alterações promovidas pela Circular Susep n. 543/2016.
50
Prêmio
comercial (-)
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
parcela
C 2161111 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Prêmios Não Ganhos/Direto/Riscos
destinada a
Emitidos (P)
custos
iniciais*
* a exclusão dos custos iniciais de contratação só é permitida para os contratos emitidos até 31/12/2017,
conforme alterações promovidas pela Circular Susep n. 543/2016.
Prêmio recebido do
Crédito das Operações/Prêmios a Receber/Direto/Prêmios -
C 113111 segurado (prêmio bruto =
Riscos Vigentes Emitidos (A)
comercial + juros + IOF)
Custos de Aquisição
Deste modo, os padrões aplicáveis aos respectivos ativos principais de uma seguradora
são:
Quadro 10 - Pronunciamentos Técnicos Aplicáveis para Redução ao Valor Recuperável
dos Principiais Ativos de uma Seguradora
Tipos de Ativo Regras aplicáveis
Aos ativos de prêmios a receber devem ser aplicados os preceitos do CPC 01 (R1) e as
determinações específicas contidas na Circular Susep n. 517/15, arts. 167 a 170.
O CPC 01 (R1) estabelece que, ao fim de cada período de reporte, a entidade deve
avaliar se há alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização. Se houver,
deve estimar o valor recuperável do ativo. Um ativo está desvalorizado quando seu valor
contábil excede o recuperável.
O valor recuperável de um ativo é definido no item 18 como o maior valor entre o
valor justo (líquido de despesas de venda) de um ativo ou de unidade geradora de caixa
(UGC) e o seu valor em uso (fluxos de caixa futuros descontados por uma taxa apropriada).
Apenas no caso de o valor recuperável de um ativo ser inferior ao contábil, o valor
contábil desse ativo deve ser reduzido ao seu valor recuperável. Essa redução representa uma
perda por desvalorização do ativo (item 59) e deve ser reconhecida imediatamente na
56
demonstração do resultado, a menos que o ativo tenha sido reavaliado, caso em que deverá ser
realizada a redução do saldo de reavaliação (item 60).
Trata-se do conceito de perdas incorridas em que o ativo só será ajustado caso a perda
já tenha acontecido, sem levar em consideração expectativas futuras de irrecuperabilidade.
A Figura 1 relaciona e organiza os passos da aplicação do conceito de redução ao
valor recuperável.
Figura 1 – Esquema da Redução ao Valor Recuperável
Redução ao Redução
Valor
Recuperável Passivo
Ativo
Fonte: Caldas, Curvello e Rodrigues, 2016.
Por fim, o saldo do passivo relativo à PSL pode ainda ser ajustado por uma estimativa
que represente a expectativa de recuperação de salvados e ressarcimentos, desde que estes
ainda não estejam ativados, a fim de evitar duplicidade de registros (ajuste de passivo
simultâneo ao reconhecimento de ativo). O registro contábil da expectativa de recuperação de
salvados e ressarcidos na PSL deve ser realizado de forma destacada, conforme esquema de
contabilização abaixo:
Ajuste negativo pela expectativa de recuperação de salvados e ressarcidos
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
D 216156 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros a Liquidar/(-) Estimativa de
Salvados e Ressarcidos (P*)
Ajuste
Sinistros Ocorridos/Sinistros/Indenizações Avisadas/Variação da calculado da
C 313114 expectativa de
Estimativa de Salvados e Ressarcidos - PSL (R)
salvados e
ressarcidos
Frise-se que o ajuste acima só pode ser contabilizado na medida em que houver saldo
a pagar de sinistro ao segurado. Uma vez liquidada a indenização, a entidade deve refazer o
cálculo da estimativa de salvados e ressarcidos sem considerar o sinistro pago, de modo que,
mantido todo o restante constante, a nova estimativa será menor do que a anteriormente
contabilizada, levando a um ajuste de seu saldo.
Quando ocorrer o pagamento da indenização, a seguradora deverá baixar o respectivo
saldo da PSL. Essa baixa só poderá ocorrer quando houver a liquidação financeira. Esta se dá
quando for baixado o ativo contábil utilizado na liquidação da obrigação, a menos que a
seguradora já possua o comprovante do pagamento da obrigação (recibo assinado pelo
segurado ou beneficiário, atestando o efetivo recebimento da indenização, pecúlio ou renda
vencida) e ainda não tenha baixado o ativo por questões operacionais raras. Caso não haja
comprovante de pagamento, a emissão de cheque, por exemplo, não gera a baixa da PSL, a
qual, de forma geral, só deverá ser efetuada quando for verificada a compensação bancária.
A contabilização do pagamento da indenização a partir da conta bancária
(transferência bancária ou cheque compensado) é a seguinte:
Pagamento da indenização de sinistros
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
63
Por sua vez, ainda de acordo com a Susep, a IBNR deve ser constituída mensalmente
para a cobertura dos valores esperados relativos a sinistros ocorridos e não avisados, incluindo
os sinistros administrativos e judiciais.
Trata-se de uma estimativa que abrange valores relativos a indenizações, pecúlios e
rendas, novamente brutos das operações de resseguro e líquidos das operações de cosseguro
cedido e incluídos os riscos assumidos em operação de cosseguro aceito.
Cada seguradora desenvolve o método estatístico mais adequado às características de
suas operações, e a Susep analisa a consistência dos valores constituídos, podendo determinar
os ajustes necessários e aplicar as sanções em caso de inadequações.
A contabilização do IBNR segue o seguinte esquema:
Constituição da IBNR
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Sinistros Ocorridos/Variação da Provisão de Sinistros Ocorridos mas
D 313511 Não Avisados/Provisão de Sinistros Ocorridos mas Não
Avisados/Direto (R)
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
IBNR
C 2161611 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros Ocorridos mas Não
calculado
Avisados/Administrativo (ou Judicial)/Direto (P)
Assim como ocorre com a PSL, a IBNR deve ser constituída líquida das despesas
relacionadas aos pagamentos de sinistros e benefícios, as quais serão reconhecidas
separadamente na PDR.
A parcela do ajuste de IBNER atribuída aos sinistros ocorridos, mas não avisados
(IBNR) deverá ser considerada conjuntamente com a própria IBNR, pois esta não é baseada
em registros individuais, de modo que não há registro destacado. Entretanto, as expectativas
de recebimento de salvados e ressarcidos não ativados relativas a sinistros ocorridos, mas não
avisados devem ser contabilizadas de forma destacada, como um ajuste da provisão de IBNR,
conforme modelo a seguir:
Ajuste negativo pela expectativa de recuperação de salvados e ressarcidos
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
64
Tendo em vista previsão expressa no art. 786 do Código Civil brasileiro, uma vez paga
a indenização, o segurador se sub-roga nos direitos e ações que competirem ao segurado
contra o autor do dano, nos limites do valor indenizado. Em outras palavras, após a
indenização, o segurador adquire o direito do segurado junto a terceiro responsável pelo dano
sofrido e indenizado.
O Supremo Tribunal Federal (STF) inclusive sumulou o assunto, especificando que se
trata de ação regressiva:
Súmula 188
O segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo que efetivamente
pagou, até ao limite previsto no contrato de seguro (STF, 1963).
5
Para mais orientações acerca dessas provisões e respectivos ajustes consulte o tópico 3.1.4 Ocorrência, Aviso e
Pagamento de Sinistros e as orientações da Coordenação de Monitoramento das Provisões Técnicas (COPRA)
disponíveis no site da Autarquia.
65
ou
66
D ou
A cada mês a supervisionada deve atualizar estimativa dos valores correntes de saída e
ajustar a mensuração dos itens, sendo possível que os lançamentos acima descritos sejam
invertidos para reduzir o montante reconhecido nas contas de ativo.
Por fim, os bens recuperados ou ressarcimentos de danos acordados com os terceiros
responsáveis pelos danos passam a fazer parte do patrimônio da seguradora e por ela devem
ser contabilizados.
Segundo definição da Circular Susep n. 321/06, os salvados são “bens que se
conseguem resgatar de um sinistro e que ainda possuem valor comercial”. Podem ser bens
em perfeito estado, parcialmente danificados em decorrência do sinistro ou até mesmo o que
restou de um veículo após acidente indenizável pela seguradora. Nesse sentido, um automóvel
pode ter sido recuperado em perfeitas condições após um roubo indenizado pela seguradora
ou ter sofrido dano decorrente de colisão, mas ainda possuir algum valor econômico a ser
recuperado pela seguradora.
De acordo com a Circular Susep n. 269/04, art. 12, o contrato de seguro deve prever
expressamente que, uma vez paga toda a indenização, os salvados passam a ser de inteira
responsabilidade da sociedade seguradora.
67
O ressarcimento, por sua vez, é definido pela Circular Susep n. 306/05 como um
“reembolso dos prejuízos suportados pela Seguradora ao indenizar dano causado por
terceiros”.
Nesse sentido, a seguradora deve efetuar a contabilização dos salvados recuperados
que estão mantidos para venda6 em subgrupo do Ativo Circulante de Outros Valores e Bens
(115), e aqueles que não atendam aos critérios necessários para qualificação como mantidos
para venda em subgrupo do Ativo Não Circulante de Realizável a Longo Prazo (121), conta
Outros Valores e Bens (1214).
Ademais, a contabilização dos salvados que serão colocados à venda deve seguir os
ditames do CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada,
pronunciamento recepcionado pela Susep na Circular Susep n. 517/15.
O esquema de contabilização dos salvados recuperados e mantidos à venda em
contrato de seguro de emissão direta é o seguinte:
Reconhecimento dos salvados recuperados e mantidos à venda
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Outros Valores e Bens/Ativos Não Circulantes Mantidos para
D 11511
Venda/Salvados à Venda (A)
Valor Justo (-) custos
de vendas ou custo de
C 313311 Sinistros Ocorridos/Salvados/Salvados /Direto (R)
aquisição, dos dois o
menor
6
Os critérios para qualificar um ativo não circulante (salvados, inclusive) como mantido para venda são
estabelecidos no Pronunciamento Técnico CPC 31 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação
Descontinuada.
68
a base de cálculo da PPNG deve ser líquida da parcela do prêmio cedido em cosseguro líquido
da comissão de cosseguro.
cedido em
cosseguro (-)
comissão de
cosseguro
Aviso de Sinistro
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Sinistros Ocorridos/Sinistros/Indenizações Avisadas/Administrativas
D 3131111
(ou Judiciais)/Direto (R)
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
Estimativa da
C 2161511 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros a Liquidar/Administrativas
indenização
(ou Judiciais)/Direto (P)
Pagamento da indenização
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
D 2161511 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros a Liquidar/Administrativas
(ou Judiciais)/Direto (P)
Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta Depósitos - Indenização
C 11131
Movimento - País (A) paga
78
Por fim, a Circular Susep determina que as operações decorrentes dos consórcios
DPVAT devem ser tratadas contabilmente como cosseguro, de modo que as receitas e
despesas serão registradas pela Seguradora Líder dos Consórcios DPVAT sempre pelo valor
bruto. Os repasses de receita e as recuperações de despesas transferidos às consorciadas
deverão ser registrados em contas retificadoras específicas da operação do DPVAT.
Arrecadação
Prêmios recebidos
O fato gerador para o registro dos prêmios do Consórcio DPVAT deve ser o efetivo
recebimento do prêmio, líquido dos repasses (regime de caixa) pela Seguradora Líder do
Consórcio DPVAT. No primeiro momento todo o valor é debitado na conta Banco em
contrapartida a conta de passivo até a identificação do proprietário do veículo, que demora
cerca de três dias.
Prêmios identificados
Atualmente, a Seguradora Líder registra em contas contábeis os valores dos repasses,
mesmo sem ter a gestão sob esses valores.
O carregamento referente à margem de resultado das seguradoras integrantes do
Consórcio DPVAT fica limitado a 2% (dois por cento) sobre o total da arrecadação. Os
percentuais de repasse dos prêmios tarifários arrecadados, na forma da legislação vigente,
ficam estabelecidos conforme tabela a seguir (Resolução CNSP n. 332/2015, Art. 49, alterada
pela Resolução CNSP n. 351/2017).
Sinistros
Pagamento de sinistros
Sinistros Administrativos
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
SINISTROS OCORRIDOS/SINISTROS/INDENIZAÇÕES
D 313111
ADMINISTRATIVAS
C 21191..01 OUTRAS CONTAS A PAGAR/SINISTROS EM LIQUIDAÇÃO
Sinistros Judiciais
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
D 3131121 SINISTROS OCORRIDOS/SINISTROS/INDENIZAÇÕES JUDICIAIS
PSL
Constituição da PSL
Reversão da PSL
IBNR
As instruções para constituição do IBNR estão contidas na Resolução CNSP 153, art.
3º Conforme quadro demonstrativo do item 1.2, o IBNR atualmente corresponde a 40,50%
dos prêmios arrecadados, líquidos dos repasses:
Art. 3° O valor a ser acumulado mensalmente, a título de IBNR, para as categorias
do seguro DPVAT, será o equivalente à diferença entre um percentual aplicado
sobre os prêmios tarifários arrecadados e o somatório dos sinistros efetivamente
pagos.
§1° Se a diferença referida no caput deste artigo for negativa, o valor correspondente
deverá ser baixado do IBNR.
§2° O percentual que se refere o caput deste artigo será definido pelo CNSP para
cada categoria do seguro DPVAT.
Constituição do IBNR
Reversão
arrecadados no mês e o somatório dos sinistros efetivamente pagos adicionados ao valor das
despesas judiciais com sinistros (Resolução CNSP n. 153/06, art. 3º).
PDA
Da mesma forma como deve ser constituída a Provisão de IBNR, que tem um
percentual definido a cada ano, a Resolução CNSP 332/2015, art. 49, alterada pela Resolução
CNSP 351/2017, fixou as despesas administrativas em 6,90% dos prêmios arrecadados,
líquidos de repasses, conforme artigos 6º e 7º da Resolução CNSP n. 153/06.
Art. 6º A PDA, de cada Convênio, deverá ser constituída a partir dos recursos
originados dos resultados administrativos apurados mensalmente.
Art. 7º O resultado administrativo, de cada Convênio, deverá ser apurado
mensalmente e incorporado ou coberto pela respectiva PDA, deduzindo-se eventuais
déficits administrativos relativos a meses anteriores e cobertos pelas sociedades
seguradoras, na forma do artigo 8o desta Resolução.
Constituição da PDA
Reversão da PDA
Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos
D/C Código Valor
da subconta
DESPESAS FINANCEIRAS/DESPESAS
FINANCEIRAS COM OPERAÇÕES DE SEGUROS -
D 362315
RAMOS ELEMENTARES E VIDA EM
GRUPO/DESPESAS FINANCEIRAS – SEGUROS
PROVISÕES TÉCNICAS – SEGUROS E
C 216193/216161/216151/216152
RESSEGUROS/PROVISÕES TÉCNICAS – DANOS/
3.1.7.2 Contas para registro pelas consorciadas das operações no ramo Dpvat
Reconhecimento da Receita
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
CRÉDITOS DAS OPERAÇÕES/OUTROS CRÉDITOS
D 11384
OPERACIONAIS/CONSÓRCIO DPVAT
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS/ OUTRAS RECEITAS
C 315191 OPERACIONAIS/OUTRAS RECEITAS - CONSÓRCIO DPVAT/CONSÓRCIO
DPVAT
Reconhecimento da despesa
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS/OUTRAS DESPESAS
D 315294 OPERACIONAIS/OUTRAS DESPESAS COM OPERAÇÕES DE
SEGUROS/CONSÓRCIO DPVAT
DÉBITOS DE OPERAÇÕES COM SEGUROS E RESSEGUROS/OUTROS
C 21287
DÉBITOS OPERACIONAIS/CONTAS A PAGAR - DPVAT
Caso haja imediata identificação de que se trata de aporte para plano de previdência, o
trânsito do saldo por depósito de terceiros não deve ser realizado.
Uma vez identificado enquanto contribuição de participante de plano de previdência,
faz-se o lançamento inicial de transição desse valor pelas contas de resultado:
C ou
ou
ou
D
ou
C
ou
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros. No caso da conta 31183221, o último
dígito será diferente para as diversas formas de renda, sendo “1” para renda vitalícia, “2” para renda temporária e
“3” para renda por prazo certo.
Após a identificação do recurso como um aporte a ser destinado para fundo relativo a plano
de previdência e antes da necessária cotização, a companhia deverá manter o recurso em Provisão
de Resgate e Outros Valores a Regularizar (PVR).
D ou ou
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros. No caso da conta 31183221, o último
dígito será diferente para as diversas formas de renda, sendo “1” para renda vitalícia, “2” para renda temporária e
“3” para renda por prazo certo.
D ou
ou
D ou
ou
ou
C
ou
D ou
ou
C ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Provisão
2233261* Matemática de Benefícios Concedidos/Vida Gerador de
Benefícios/Vida Gerador de Benefícios (P)*
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
Em caso de o saldo da PEF ser usado para pagamento direto ao participante, o seguinte
registro deverá ser efetuado, a fim de transferir o respectivo montante da Provisão de
Excedentes Financeiros para Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar, antes de
ser liquidado financeiramente.
D ou
ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Outras
216394* Provisões/Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar
(P)*
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
D ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Outras
216394* Provisões/Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar
(P)*
11131 Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta Depósitos - Montante do
Movimento - País (A) excedente
C
revertido à
PVR
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
99
O CPC 11 obriga as seguradoras avaliar, a cada data de balanço, se seu passivo por
contrato de seguro está adequado, utilizando estimativas correntes de fluxos de caixa futuros
de seus contratos de seguro. Se essa avaliação mostrar que o valor do passivo por contrato de
seguro está inadequado à luz dos fluxos de caixa futuros estimados, toda a deficiência deve
ser reconhecida no resultado. Os arts. 45 a 57 da Circular Susep n. 517/15 e Orientação da
Susep específica sobre o TAP regulam o tema e estabelecem que se a insuficiência apurada
for nas provisões PPNG, PMBAC ou PMBC, a contrapartida do lançamento contábil do
resultado deverá ser na Provisão Complementar de Cobertura (PCC). Em caso de
insuficiência apurada nas provisões relacionadas a sinistros o ajuste deverá ser realizado na
respectiva provisão.
A insuficiência apurada nas provisões técnicas deve ser registrada como uma despesa
no resultado (débito) e a sua contrapartida em provisão técnica específica.
ou
D
Prêmios Ganhos/Variação das Provisões Técnicas/Outras Provisões
ou Técnicas/Provisão Complementar de Cobertura (R)*
311885*
2163951 Provisões Técnicas – Previdência Complementar/Planos Não
Bloqueados/Outras Provisões Técnicas - Previdência
Complementar/Provisão Complementar de Cobertura/Teste de
Adequação de Passivo (P)
C ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Outras
2163951*
Provisões/Provisão Complementar de Cobertura/Teste de Adequação
de Passivo (P)*
100
D ou
ou
Montante
C ou
resgatado
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Outras
216394* Provisões/Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar (P)*
102
Imposto de
Contas a Pagar/Impostos e Encargos Sociais a Recolher/Imposto de
C 21122 renda retido
Renda Retido de Terceiros
sobre resgate
Montante
Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta Depósitos - resgatado (-)
C 11131
Movimento - País (A) impostos
retidos
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
ou
D
ou
Saldo da
C ou PMBAC do
ou participante
D ou
ou
ou
D
ou
C ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Provisão
2233261* Matemática de Benefícios Concedidos/Vida Gerador de
Benefícios/Vida Gerador de Benefícios (P)*
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
A opção por conversão em rendas caracteriza-se pelo pagamento mensal, por parte da
entidade de previdência privada em favor de participante que atinge a fase de gozo de
benefício, de montante apurado conforme parâmetros técnicos do plano contratado (taxa de
juros e tábua de mortalidade). Para fins de registro mensal do valor liquidado pela entidade de
previdência privada em favor de participante, deve-se realizar um registro à débito na PMBC
e, em contrapartida, no Disponível (bancos).
D ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Provisão
2233261* Matemática de Benefícios Concedidos/Vida Gerador de
Benefícios/Vida Gerador de Benefícios (P)*
11131 Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta Depósitos - Renda
Movimento - País (A) calculada
conforme
parâmetros
C técnicos do
plano
No caso de rendas vencidas, estas devem ser transferidas para Provisão de Sinistros a
Liquidar, conforme o lançamento a seguir:
D ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas
- Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Provisão
2233261* Matemática de Benefícios Concedidos/Vida Gerador de
Benefícios/Vida Gerador de Benefícios (P)*
106
Saldo da
C ou PMBAC do
ou participante
D ou
ou
a) definições
aceitação do contrato: momento em que a cedente e o ressegurador, seja de
forma direta ou por meio de corretor de resseguro, responsabilizam-se, de
maneira formalizada ou não, pela existência do contrato de resseguro; e
acordo entre as partes: momento em que as partes concordam com as bases
técnicas envolvidas.
b) reconhecimento inicial
a seguradora, a EAPC e o ressegurador local deverão reconhecer contabilmente
o prêmio de resseguro de acordo com as características de cada tipo de
contrato.
c) diferimento
os prêmios de resseguro/retrocessão deverão ser diferidos ao longo dos prazos
a decorrer do contrato.
as cedentes deverão diferir os prêmios dos contratos automáticos e facultativos
proporcionais pelo prazo de vigência do risco.
os prazos a decorrer dos contratos de resseguro poderão ser superiores à
vigência contratual estabelecida, de acordo com as características de cada tipo
de contrato.
Início de Início de
Negociação Vigência Liquidação Liquidação Liquidação Fim de
1º Trim 2º Trim 3º Trim Vigência
Com base nesta dinâmica, o registro contábil dos prêmios de contratos proporcionais e
seus requisitos estariam uniformizados.
EPI
n
EPI EPI
sazonalidade
Onde:
EPI – Prêmio estimado a ser cedido ao ressegurador
n – Número de meses de vigência do contrato
sazonalidade – Sazonalidade aplicada ao EPI no respectivo mês
111
O ressegurador local poderá se utilizar de um fator de corte a ser aplicado no EPI. Este
fator de corte corresponde a uma ponderação estatística, geralmente menor do que 1 (um),
utilizada pelos resseguradores para ajustar o EPI informado pela cedente. Como o EPI é um
montante estimado, este valor pode não ser cumprido integralmente, assim, o fator de corte
ajusta a estimativa de prêmio informada pela cedente para um valor mais realista, de acordo
com o estudo específico do ressegurador.
O fator de corte poderá ser utilizado na metodologia desde que o mesmo seja
mensurado e auditado pelo auditor independente, com a devida menção e divulgação nas
Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras, sem o comprometimento de suas
informações estratégicas.
O ajustamento do EPI deve ser realizado posteriormente à emissão dos prêmios, com
base no prêmio efetivamente emitido pela cedente no período de referência. Sendo assim, uma
vez recepcionada a conta técnica do trimestre “x” com a informação do prêmio emitido no
período “x”, o ressegurador deverá realizar o ajuste. Para tanto, deve estornar o prêmio da
conta de Prêmios a Receber - Prêmio Estimado e registrar o prêmio efetivamente realizado e
informado pela cedente na conta de Prêmios a Receber - Prêmio Efetivo, não sendo permitido
modificar as estimativas para os próximos meses.
112
Exemplo1.:
- Premissas
Jan/20X1 Fev/20X1 Mar/20X1 Abr/20X1 Mai/20X1 Jun/20X1 Jul/20X1 Ago/20X1 Set/20X1 Out/20X1 Nov/20X1 Dez/20X1 Jan/20X2 Fev/20X2 Mar/20X2 Abr/20X2 Mai/20X2
1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000
Premio Estimado
-3.000 -3.000 -3.000 -3.000
Contas de Ativo 1.500 1.500 4.000 1.000
Premios Efetivo
-900 -1.600 -2.700 -700 -2.100
Premios a Receber 1.000 1.000 1.000 -500 100 1.000 -500 -600 1.000 2.000 -1.700 1.000 -2.000 -700 0 0 -2.100
Caixa 900 1.600 2.700 700 2.100
Prêmio Emitido Efetivo 0 0 0 1.500 0 0 1.500 0 0 4.000 0 0 1.000
Contas de Resultado
Prêmio Emitido Estimado 1.000 1.000 1.000 -2.000 1.000 1.000 -2.000 1.000 1.000 -2.000 1.000 1.000 -3.000 0 0 0 0
Prêmio Emitido Total 1.000 1.000 1.000 -500 1.000 1.000 -500 1.000 1.000 2.000 1.000 1.000 -2.000 0 0 0 0
ACUMULADO
Jan/20X1 Fev/20X1 Mar/20X1 Abr/20X1 Mai/20X1 Jun/20X1 Jul/20X1 Ago/20X1 Set/20X1 Out/20X1 Nov/20X1 Dez/20X1 Jan/20X2 Fev/20X2 Mar/20X2 Abr/20X2 Mai/20X2
1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 11.000 12.000 12.000 12.000 12.000 12.000 12.000
Premio Estimado
0 0 0 -3.000 -3.000 -3.000 -6.000 -6.000 -6.000 -9.000 -9.000 -9.000 -12.000 -12.000 -12.000 -12.000 -12.000
Contas de Ativo 0 0 0 1.500 1.500 1.500 3.000 3.000 3.000 7.000 7.000 7.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000
Premios Efetivo
0 0 0 0 -900 -900 -900 -2.500 -2.500 -2.500 -5.200 -5.200 -5.200 -5.900 -5.900 -5.900 -8.000
Premios a Receber 1.000 2.000 3.000 2.500 2.600 3.600 3.100 2.500 3.500 5.500 3.800 4.800 2.800 2.100 2.100 2.100 0
Caixa 0 0 0 0 900 900 900 2.500 2.500 2.500 5.200 5.200 5.200 5.900 5.900 5.900 8.000
Prêmio Emitido Efetivo 0 0 0 1.500 1.500 1.500 3.000 3.000 3.000 7.000 7.000 7.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000
Contas de Resultado
Prêmio Emitido Estimado 1.000 2.000 3.000 1.000 2.000 3.000 1.000 2.000 3.000 1.000 2.000 3.000 0 0 0 0 0
Prêmio Emitido Total 1.000 2.000 3.000 2.500 3.500 4.500 4.000 5.000 6.000 8.000 9.000 10.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000
b) Prêmio Emitido Pago: prêmio de resseguro a ser recebido pelo ressegurador, para o
qual o respectivo prêmio de seguro já foi pago pelo segurado e que será repassado ao
ressegurador em contrato proporcional com a aplicação das respectivas taxas e percentuais de
resseguro.
c) Prêmio a ser Pago: prêmio de resseguro a ser recebido pelo ressegurador para o qual
o prêmio de seguro ainda não foi pago pelo segurado e que será repassado ao ressegurador em
contrato proporcional com a aplicação das respectivas taxas e percentuais de resseguro, em
prestação de conta posterior.
Observações:
Nos casos em que ocorrer adiantamento de comissão de resseguro sem que haja a
emissão do prêmio correspondente, o ressegurador deverá, quando do efetivo pagamento
desse valor, realizar o registro contábil na conta Créditos das Operações com Seguros e
Resseguro e, em contrapartida, na conta Caixa. No momento da prestação de contas, deverá
ser reconhecida a comissão efetiva - relacionada com os prêmios efetivamente emitidos – na
conta Comissão Efetiva (Redutora de Prêmio de Resseguro Efetivo e, em contrapartida, na
conta Créditos das Operações com Seguros e Resseguro.
Provisão de Sinistros a Liquidar quando receber a prestação de contas da cedente, mesmo que
antes disto receba da cedente informações com avisos individuais de sinistros. Em regra, não
é obrigatório para o ressegurador o registro de sinistros antes da recepção da prestação de
contas.
Para os casos em que ocorrer aviso de sinistro que se configure como solicitação de
adiantamento da recuperação de sinistros específicos e identificáveis, antes da cedente
efetivar a liquidação junto ao segurado, o ressegurador deverá considerar a data desse aviso
como fato gerador para realizar o registro contábil do aviso do sinistro (constituição da PSL);
e, quando do efetivo pagamento desse valor, deverá considerar este como fato gerador para
realizar o registro contábil da liquidação do sinistro (baixa da PSL).
3.3.1.1.1.2 Cedentes
Nos casos em que ocorrer adiantamento de comissão de resseguro sem que haja a
emissão do prêmio correspondente, a cedente deverá, quando do efetivo recebimento desse
valor, realizar o registro contábil na conta Caixa e, em contrapartida, na conta Débito das
Operações com Seguros e Resseguro. Com a ocorrência da emissão dos prêmios cobertos pelo
contrato de resseguro, a cedente deverá realizar a apropriação da comissão aos prêmios
cedidos em resseguro correspondentes.
O preço do contrato e o prêmio mínimo são estabelecidos no seu início. Mesmo que a
exposição esperada não seja cumprida, a cedente paga o prêmio mínimo ao ressegurador.
Definições Importantes:
Prêmio Mínimo (PM) – prêmio a ser pago pela cedente ao ressegurador, independente
do cumprimento da exposição prevista.
Prêmio Depósito (PD) – prêmio geralmente menor ou igual ao prêmio mínimo. Tem
como objetivo principal promover um desembolso de caixa menor para a cedente durante a
vigência do contrato. Desta forma, os resseguradores proporcionam um alívio de caixa para a
cedente.
Prêmio de Reintegração (PR)– prêmio a ser pago para que a cobertura do contrato não-
proporcional volte a ser estabelecida após a ocorrência de um sinistro. Geralmente é liquidado
de forma simultânea à recuperação do sinistro.
Exemplo2.:
- Premissas
ACUMULADO
Jan/20X1 Fev/20X1 Mar/20X1 Abr/20X1 Mai/20X1 Jun/20X1 Jul/20X1 Ago/20X1 Set/20X1 Out/20X1 Nov/20X1 Dez/20X1
Premios a Receber 12,000 9,000 9,000 9,000 6,000 6,000 6,000 3,000 3,000 3,000 0 0
Contas de Ativo
Caixa 0 3,000 3,000 3,000 6,000 6,000 6,000 9,000 9,000 9,000 12,000 12,000
Contas de Resultado Prêmio Emitido 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000
118
3.3.1.1.2.2 Cedentes
O Prêmio de Ajuste deverá ser registrado pela cedente quando esta apurar que a
exposição ao risco coberto pelo contrato de resseguro excede o patamar inicialmente
estipulado, conforme definido contratualmente. A cedente deve informar ao ressegurador o
saldo do Prêmio de Ajuste apurado.
Caso haja algum endosso com alteração de prêmio e/ou alteração de vigência, o
mesmo deve ser considerado utilizando-se a mesma metodologia do risco original.
3.3.1.1.3.2 Cedentes
3.3.1.2 Diferimento
Exemplo3.:
- Premissas
Vigência padrão das apólices aceitas pela cedente que serão cedidas no contrato de
resseguro: 12 meses
Vigência do Contrato: 12 meses
Emissão da cedente é realizada em média no meio do mês
Base de Cessão: Risk Attaching
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Observação: De acordo com a base de cessão adotada, é possível que uma apólice com
vigência de 12 meses seja aceita no último mês de cobertura do contrato de resseguro. Sendo
assim, pelas características da base de cessão, esta apólice está coberta durante toda a sua
vigência pelo contrato de resseguro firmado. Isso justifica a utilização do prazo padrão de
vigência das apólices para diferimento do prêmio, ainda que o contrato de resseguro tenha sua
vigência encerrada.
Caso algumas das premissas utilizadas sejam modificadas como, por exemplo, a
vigência padrão das apólices e/ou o cumprimento do EPI, o gráfico terá um comportamento
diferente dos modelos apresentados.
O diferimento do prêmio deve ser realizado pelo período estimado de risco a decorrer
das apólices inseridas no contrato, isto é, a vigência padrão estimada das apólices, com base
nas informações fornecidas pela cedente.
O exemplo de diferimento apresentado abaixo não tem como objetivo determinar uma regra
especifica a ser utilizada por todo ressegurador local para diferimento dos prêmios de contratos não-
proporcionais, mas sim demonstrar o conceito mínimo de diferimento do prêmio a ser utilizado pelo
ressegurador.
Exemplo4.:
- Premissas
Vigência padrão das apólices aceitas pela cedente que serão cedidas no contrato de
resseguro: 12 meses
Vigência do Contrato: 12 meses
Base de cessão: Risk Attaching
Emissão da cedente é realizada em média no meio do mês
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Caso algumas das premissas utilizadas no exemplo3 sejam modificadas, tais como a
vigência padrão das apólices, lançamento dos prêmios de ajustes e reintegração ou a
expectativa de exposição da cedente, as curvas de prêmio emitido e prêmio ganho também
serão modificadas.
Exemplo5:
- Premissas
Vigência padrão das apólices aceitas pela cedente que serão cedidas no contrato de
resseguro: 12 meses
Vigência do Contrato: 12 meses
Base de cessão: Loss Ocurring
Emissão da cedente é realizada em média no meio do mês
125
O diferimento do prêmio deve ser realizado pelo período estimado de risco a decorrer,
tendo em vista que o contrato não-proporcional protege uma carteira de riscos, não sendo
possível atrelar o prêmio do contrato não-proporcional a uma apólice ou conjunto de apólices.
O diferimento dos prêmios de contratos não-proporcionais das cedentes deve ser
efetuado de acordo com a Orientações da Susep ao Mercado - Provisões Técnicas.
Cabe destacar que a parcela redutora da necessidade de cobertura de provisões
técnicas da cedente é tratada em normativo específico.
126
3.3.1.2.3.2 Cedentes
3.3.1.2.4.2 Cedente
3.3.1.2.5.2 Cedente
De modo geral, a companhia cedente não tem passivos a serem quitados sob a ótica de
participação nos lucros, uma vez que, caso o contrato apresente prejuízo, ela não deve
devolver valores ao ressegurador.
128
Transferência de saldo devedor (prêmio cedido) pela aceitação da prestação de conta técnica
pelo ressegurador
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** Este(a) dígito (subconta) varia conforme o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a operação,
sendo utilizado no passivo “2” para ressegurador local, “4” para ressegurador admitido e “6” para ressegurador
eventual.
** Este(a) dígito (subconta) varia conforme o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a operação,
sendo utilizado no passivo “1” para ressegurador local, “3” para ressegurador admitido e “5” para ressegurador
eventual.
uma comissão provisória que será utilizada como base do contrato e, de acordo com o
desenvolvimento do mesmo, o resultado é apurado. De modo geral, a apuração do resultado
do contrato ocorre após sua vigência podendo, assim, resultar em valores a pagar de comissão
do ressegurador para a cedente ou em valores a devolver de comissão da cedente para o
ressegurador.
comissão de resseguro desses contratos devem ser reconhecidos pelos mesmos critérios
utilizados para proporcionais ou não proporcionais, conforme o caso.
de Pagamento (A)
Resultado com Operação de Resseguro/Receitas com
C 3191111* Resseguros/Indenização de Sinistros/Direto/Resseguradora Local*
(R)
* Este dígito (desdobramento) varia de acordo com o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a
operação, sendo utilizado “1” para ressegurador local, “2” para ressegurador admitido e “3” para ressegurador
eventual.
Constituição da IBNR
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Sinistros Ocorridos/Variação da Provisão de Sinistros Ocorridos
D 313511 mas Não Avisados/Provisão de Sinistros Ocorridos mas Não
Avisados/Direto (R)
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
C 2161611 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros Ocorridos mas Não
Avisados/Administrativo (ou Judicial)/Direto (P)
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Como é decorrente da variação de uma estimativa em função de novas informações disponíveis para a
seguradora, esse lançamento pode ser invertido, caso a variação na provisão de IBNR seja negativa (redução do
passivo).
Considerando que a seguradora possua contrato de resseguro que ceda parte dos riscos
relativos ao ramo para o qual constituiu o IBNR, pode novamente fazer os lançamentos desse
evento econômico. Suponhamos mais uma vez a cessão de 40% em resseguro proporcional
em todos os riscos do ramo. Os lançamentos seriam:
Transferência do saldo de ativos de resseguro para créditos das operações de sinistros pagos
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Crédito das Operações/Resseguradoras/Resseguradora
D 11341*42
Local/Sinistros /Sinistros Pagos (A)
Ativo de Resseguro e Retrocessões Diferidos/Sinistros -
C 119311 Resseguro/Sinistros - Pendentes de Pagamento/Sinistros - Pendentes
de Pagamento (A)
* Este dígito (desdobramento) varia de acordo com o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a
operação, sendo utilizado “1” para ressegurador local, “2” para ressegurador admitido e “3” para ressegurador
eventual.
** Este dígito (desdobramento) varia de acordo com o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a
operação, sendo utilizado “1” para ressegurador local, “3” para ressegurador admitido e “5” para ressegurador
eventual.
Cabe ressaltar que os valores registrados como comissão escalonada derivada de contrato resseguro
que foi objeto de retrocessão proporcional poderão ser contabilizados como ativo de retrocessão, na
proporção em que forem cedidos.
4 Referências
BRASIL. Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 jun. 1999. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3000.htm>. Acesso em: 31 mar. 2016.
BRASIL. Decreto n. 6.306, de 14 de dezembro de 2007. Regulamenta o Imposto sobre
Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 dez. 2007. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6306.htm>.
Acesso em: 31 mar. 2016.
BRASIL. Decreto-Lei n. 73, de 21 de novembro de 1966. Dispõe sobre o Sistema Nacional de
Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras providências.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 22 nov. 1966. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0073.htm>. Acesso em: 07 mar.
2017.
BRASIL. Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação tributária federal relativa
ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido - CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição - RTT, instituído pela
Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009; dispõe sobre a tributação da pessoa jurídica
domiciliada no Brasil, com relação ao acréscimo patrimonial decorrente de participação em
lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas; altera o Decreto-Lei n. 1.598, de 26
de dezembro de 1977 e as Leis nos 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.249, de 26 de
dezembro de 1995, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 4.506, de 30 de novembro de 1964,
7.689, de 15 de dezembro de 1988, 9.718, de 27 de novembro de 1998, 10.865, de 30 de abril
de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 12.865, de
9 de outubro de 2013, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 9.656, de 3 de junho de 1998,
9.826, de 23 de agosto de 1999, 10.485, de 3 de julho de 2002, 10.893, de 13 de julho de
2004, 11.312, de 27 de junho de 2006, 11.941, de 27 de maio de 2009, 12.249, de 11 de junho
de 2010, 12.431, de 24 de junho de 2011, 12.716, de 21 de setembro de 2012, e 12.844, de 19
de julho de 2013; e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 14 mai. 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/Lei/L12973.htm>. Acesso em: 31
mar. 2016.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 31 mar. 2016.
BRASIL. Lei n. 7.689, de 15 dezembro de 1988. Institui contribuição social sobre o lucro das
pessoas jurídicas e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 16 dez. 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7689.htm>. Acesso em: 31 mar. 2016.
BRASIL. Lei n. 9.718, de 27 de novembro de 1998. Altera a Legislação Tributária Federal.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 de novembro de 1998.
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