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Curso de Serviço Social

Tamires Cabral da Rocha


Gabriele da Costa Marvila

PROJETO INTEGRADOR II - IDENTIFICAÇÃO DAS DEMANDAS


SOCIAIS: PROGRAMA HABITACIONAL “MARATAÍZES + MORADIA”

Marataízes
2019
Tamires Cabral da Rocha
Gabriele da Costa Marvila

PROJETO INTEGRADOR II - IDENTIFICAÇÃO DAS DEMANDAS


SOCIAIS: PROGRAMA HABITACIONAL “MARATAÍZES + MORADIA”

Projeto Integrador II apresentado à Universidade


de Santo Amaro – UNISA, como componente
curricular obrigatório.

Marataízes
2019
RESUMO

O município, anteriormente à ideia do “Marataízes + Moradia”, manteve, por muitos anos,


convênnios com o Estado e com a União, por meio do Programa Minha Casa Minha Vida,
programa habitacional este, que se realizo u materializando elementos desfavoráveis e
resolutos que foram relevantes e restritos à qualidade de vida dos beneficiários. Para
nortear este estudo constituiram-se questões como: Qual a definição dos beneficiários do
“Marataízes + Moradia”?; Como se identifica o direito habitacional?; Como se define o
aluguel social e em que o mesmo colabora?; Quais os obstáculos e perspectivas de
trabalho do assistente social para a admissão de usuários ao direito habitacional?; Quais
os aportes do projeto de interposições em Serviço Social exercido com os usufrutuários
beneficiários do aluguel social? O presente trabalho demonstra também a importância do
assistente social na política de habitação, que tem por alicerce o espaço sócio-
ocupacional da Secretaria de Assistência Social, Habitação e Trabalho de Marataízes/ES,
considerando os aspectos reportados na realidade local, o que foi a sustentação para a
contestação do tema demandado.

PALAVRAS-CHAVE: Casas populares. Habitação. Serviço social.


ABSTRACT

The municipality, prior to the idea of the "Marataízes + Moradia", maintained, for many
years, agreements with the State and with the Union, through the “Programa Minha Casa
Minha Vida”, a housing program that materialized unfavorable and resolute elements that
were relevant and restricted to the quality of life of the beneficiaries. To guide this study
were questions such as: What is the definition of the beneficiaries of the "Marataízes +
Moradia"? How is housing law identified? How is social rent defined and where does it
work? What are the obstacles and job prospects of the social worker for the admission of
users to housing law ?; What are the contributions of the project of interpositions in Social
Work carried out with the usufructuary beneficiaries of the social rent? The present study
also demonstrates the importance of the social worker in housing policy, which is based
on the socio-occupational space of the Department of Social Assistance, Housing and
Labor of Marataízes/ES, considering the aspects reported in the local reality, which was
the support for the disputed theme.

KEYWORDS: Popular houses. Housing. Social service.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ES – Espírito Santo
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDEB – Indice de Desenvolvimento da Educação Básica
PIB – Espírito Santo
PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... .09

1.1 Problema do projeto ............................................................................................................ 09


2. OBJETIVOS ........................................................................................................................... 10

2.1 Objetivo geral ....................................................................................................................... 10

2.2 Objetivos específicos .......................................................................................................... 10


3. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 11
4. BREVE CONTEXTO SOBRE A POLÍTICA DE HABITAÇÃO EM MARATAÍZES ... 15

4.1 Caracterização do município de Marataízes .................................................................. 16


5. METODOLOGIA DO PROJETO ........................................................................................ 18

6. CRONOGRAMA DO PROJETO ........................................................................................ 19


7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 21


9

INTRODUÇÃO

Este Projeto Integrador II tem como objetivo analisar como o Programa


Habitacional “Marataízes + Moradia” contribuirá para a garantia do direito social à
habitação no município de Marataízes, litoral sul do Espírito Santo, por meio da
construção de casas populares, uma vez que o mesmo tem, inicialmente, propositura
de descomplexificar o acesso à casa própria com versatilidade nas prestações, juros
diminutos, com financiamento de crédito habitacional, já que a desproporção social
estabelecida no modo de produção capitalista faz com que milhares de famílias vivam
em condições sub-humanas de moradia.

O município, anteriormente à ideia do “Marataízes + Moradia”, manteve, por


muitos anos, convênnios com o Estado e com a União, por meio do Programa Minha
Casa Minha Vida, programa habitacional este, que se realizou materializando
elementos desfavoráveis e resolutos que foram relevantes e restritos à qualidade de
vida dos beneficiários.

Para nortear este estudo constituiram-se questões como: Qual a definição dos
beneficiários do “Marataízes + Moradia”?; Como se identifica o direito habitacional?;
Como se define o aluguel social e em que o mesmo colabora?; Quais os obstáculos e
perspectivas de trabalho do assistente social para a admissão de usuários ao direito
habitacional?; Quais os aportes do projeto de interposições em Serviço Social exercido
com os usufrutuários beneficiários do aluguel social?

O presente trabalho demonstra também a importância do assistente social na


política de habitação, que tem por alicerce o espaço sócio-ocupacional da Secretaria
de Assistência Social, Habitação e Trabalho de Marataízes/ES, considerando os
aspectos reportados na realidade local, o que foi a sustentação para a contestação do
tema demandado. A partir dessa conjectura, entende-se a necessidade amplos
debates da categoria profissional sobre a área habitacional no Brasil, visando a
participação em argumentações das principais ações de políticas públicas objetivando
assistir os mais desprovidos economicamente.

1.1 Proposta do projeto

Como o Programa “Marataízes + Moradia” contribuiu para garantir o direito social à


habitação no município de Marataízes?”
10

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

 Analisar a caracterização dos beneficiários do Programa “Marataízes + Moradia”;

2.2 Objetivos específicos

 Identificar e refletir quais os desafios e possibilidades de trabalho do assistente


social para o acesso de usuários ao direito habitacional em Marataízes;

 Analisar quais as contribuições do projeto de intervenção em Serviço Social


realizado com os usuários beneficiários do aluguel social;

 Ampliar os debates do Serviço Social sobre a área habitacional em Marataízes


visando a participação destes profissionais nas argumentações das principais ações de
políticas públicas objetivando assistir os mais desprovidos economicamente.
11

3 REFERENCIAL TEÓRICO

O urbanismo no Brasil iniciou-se no século XX, caracterizando-se pela


aglomeração de parte da população rural para as cidades ao buscarem empregos e
melhores condições de vida. A este processo deu-se o nome de êxodo rural, fator
influenciado pela industrialização no decorrer do Governo Vargas (1930-1945), o que,
segundo Zorraquino (2005, p.10), institui-se como “o forte processo de migração do
campo para a cidade, para constituir o exército de reserva necessário para o trabalho
assalariado nas fábricas e nos serviços”.

Sobre o processo de urbanização atrelado à industrialização Nalin (2013)


argumenta que:

A partir do fortaleciment o do setor industrial – de 1930 a 1970 – houve uma


mudança drástica no processo de urbanização, quando a população
praticamente dobrou, especialmente em razão do maciço investimento – e
priorização – na industrialização por parte do Estado e da burguesia emergente
no país, em contraposição aos problemas do campo que ficaram esquecidos,
incentivando a saída em massa dos trabalhadores, sem que eles recebessem a
devida contrapartida na cidade (NA LIN, 2013, p. 26).

Como que, com o passar dos anos o número de pessoas residindo nos
centros urbanos foi amplamente alargado, houve a necessidade de elaboração de
políticas públicas para atender a população sem moradia propria, assim sendo, o
Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), foi criado pela Lei nº 11.977, de 7 de
julho de 2009 e é, de acordo com Motta (2008, p. 8), um “programa de nível
federal que se viabiliza como um instrumento da política de habitação no país” e
foi lançado com a meta de construir um milhão de moradias”. Tem por intuito,
conforme Art. 2º, “[...] criar mecanismos de incentivo à produção e à aquisição de
novas unidades habitacionais pelas famílias com renda mensal de até 10 (dez)
salários mínimos, que residam em qualquer dos Municípios brasileiros” (BRASIL,
2009).
Sob a perspectiva da Economia, Castells (1983) também afirma que a
industrialização contribuiu expressivamente para com o êxodo rural, pois uma
indústria situada na área urbana era vista como um fator positivo na geração de
emprego, representando o desenvolvimento local. Nesse sentido, o autor assegura
que tanto as indústrias como a população estavam em busca de um espaço para
estabelecer-se: “indústria, portanto, busca acima de tudo sua inserção no sistema
urbano, mais do que sua localização em relação aos elementos funcionais já
estabelecidas” (CASTELLS, 1983, p. 31).
O desenfreado desenvolvimento econômico, contudo, levou as cidades a se
12

tornarem um espaço produzido para a valorização do capitalismo, estando no


sentido contrário no abonamento da qualidade de vida da população, o que
contribuiu para agravar a intensidade dos problemas habitacionais engendrados
por esse avanço industrial.
Conforme Sá; Barbosa (2002, p. 7)
“A urbanização capitalista favorece relaç ões que são estabelecidas a partir de
referências infra-estrut urais, implant adas de modo a garantir a produção e a
reprodução da vida mat erial da sociedade”.

O processo de urbanização, portanto, expandiu a divisão social entre a


classe dominante e a influente, sendo que a partir da abundante disputa pelos
espaços geográficos, fica instituída uma urbanização com interesses paradoxais e,
nesse sentido, existe uma vinculação contraditória entre o aparecimento do
sistema de urbanização subjugado ao incremento industrial e qualidade de vida
dos trabalhadores, pois para uma urbe se expandir demanda investimentos de
capital, despontando como consequências diretas as expressões da questão
social.
A questão social originou-se no modo de produção capitalista, conhecida
pela altercação capital e trabalho.
Questão social apreendida como o conjunto das expressões das
desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz
comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o t rabalho torna -se
mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos
mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade
(IAMAMOTO, 2012, p. 27, grifo da aut ora).

O inerente trabalho não surge apenas para satisfazer as necessidades


básicas, mas para produzir capital, caracterizando-se pela promoção de duas
classes sociais: a burguesia e o proletário, ou seja, aqueles que detêm os meios
de produção, apropriando-se dos bens produzidos pelos operários e aqueles que
vendem sua força de trabalho em troca de um salário, respectivamente.
Representada nas suas mais variadas expressões, para Iamamoto (2012) a
questão social é intrepretada como exclusão social, pobreza, violência,
desemprego e o não acesso aos direitos sociais como a habitação, entre outros. O
descumprimento desses direitos estabelece-se como conflitos sociais do sistema
capitalista, tambpem caracterizados pela obstinação.
A autora afirma ainda que, “[...] sendo desigualdade é também rebeldia, por
envolver sujeitos que vivenciam as desigualdades e a ela resistem e se opõem”
(IAMAMOTO, 2012, p. 28), o que é ratificado por Silva (2013): “lutas sociais,
partidárias ou sindicais que os segmentos ou as classes sociais vêm travando ao
longo da formação socioeconômica capitalista do Brasil” (SILVA, 2013, p. 263).
A partir dessa hipótese, a classe trabalhadora está em segundo plano no
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modo de produção capitalista, totalmente desfavorecida. Desse modo, segundo


Iamamoto (2011, p. 107) “as classes trabalhadoras e suas lutas é que cria a
riqueza para os outros”, testando a radicalização dos processos especulatório e de
expropriação”.
O processo de exploração é perceptível, uma vez que os empregados
trabalham em troca de salário, isto é “a sobrevivência e a reprodução da classe
trabalhadora na sociedade capitalista dependem fundamentalmente do salário que
o trabalhador recebe em troca da venda de sua força de trabalho no mercado”
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2011, p. 105).
Castells (1983, p. 183) assegura que é nesse contexto que o não acesso à
habitação se torna mais uma das expressões da questão social, pois a falta de
moradia aparece como “uma experiência vivenciada por grande parte da
população”.
De acordo com dados do censo demográfico de 2010 constantes no
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no “caso do contingente
populacional mais pobre, este concentra 83% do déficit habitacional no país, bem
como é a faixa populacional que mais cresce” (IBGE, 2010), corroborando para a
discussão e viabilidade de implementar políticas habitacionais para essa
população.
Essa condição se expressa, segundo Zorraquino (2005)
“[...] em territórios excludentes, separando as classes abastadas das camadas
populares. Invasões, loteament os ilegais, favelas, cortiços, etc. que são as
respostas dessas camadas ante a falta de iniciativas dos organismos públicos
responsáveis”( ZORRAQUINO, 2005, p. 10-11).

De modo geral, estas também foram, na compreensão de Yazbek (1999, p.


114), “ocupadas de modo caótico e confuso e com graves problemas de
saneamento”, o que exacerbou as circunstâncias de vida da população de renda
baixa por estar em local inadequado, rendendo-se ao ao improviso do imóvel, “[...]
em terrenos íngremes sobre barracos, à beira de córregos, ou sob viadutos, nas
periferias, constituem assentamento habitacionais sem infra-estrutura, socialmente
muito desvalorizado” (YAZBEK, 1999, p. 113).
(NALIN, 2013), por sua vez, esclarece que não se pode negar que a
pluralidade dos problemas que existem nas áreas urbanas não são consequências
apenas do êxodo rural, da chegada de imigrantes ou da mudança de endereço de
uma cidade para outra, pois faz parte do processo histórico do Estado brasileiro
desfigurado pela cultura da corrupção, do clientelismo e dos baixos salários,
privilegiando as elites.
A população com baixos rendimentos ficava solitária e sem investimentos
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exequíveis, começando assim, uma segunda fase de investiduras em moradias


populares, a partir de 1970 a 1974. Este contexto,
[...] consistiu em um es vaziamento e uma c rise do SFH, sobretudo
devido à perda do dinamismo das COHABs, que se t ornavam
financeiramente frágeis devido à inadimplência causada, principalmente,
pela perda do poder de compra do salário mínimo, situação que atingia
seus principais mutuários, oriundos das camadas pobres. Isso fez com
que os financiamentos passassem a ser, cada vez mais, destinados às
famílias de classe média, uma vez que os juros para essa camada eram
mais altos e o índice de inadimplência, se comp arado com o das classes
mais pobres, era menor (MOTTA, 2008, p. 5).

Sá; Barbosa (2002, p.10) relatam “a expansão dos centros urbanos, com
forte aglomerações populacional, fez crescer extraordinariamente a necessidade
de construção de habitações e infra-estruturas, a fim de adequar as cidades às
novas relações sociais”.

Quanto à participação do assistente social, de acordo com Santo et al


(2014) estes profissionais desenvolvem um trabalho comum para colaborar na
caução do ingresso à habitação como direito e não como favor,
“essa garantia de moradia não pode ser vista como um favor ou que não
contemple as necessidades do usuário, pois a atuação do profissional do
Serviço S ocial deve estar pautada na autonomia e ampliação dos direitos
dos cidadãos” (SA NTO et al, 2014, p.143).

A desatenção em interferir na questão da habitação não é aceitável, mesmo


que o governo disponibilize financiamento imobiliário para a classe trabalhadora,
uma vez que o mesmo é insuficiente, ja que os preços praticados para o
financiamento é alto enquanto o salário mínimo estiver desvalorizado.
15

4 BREVE CONTEXTO SOBRE A POLÍTICA DE HABITAÇÃO EM MARATAÍZES

A urbanização no Brasil iniciada no século XX caracterizou-se pela concentração


de grande parte da população rura l para os centros urbanos, ou seja, foi no êxodo rural
que as pessoas passaram a sair do campo em busca por empregos e melhores
condições de vida nas cidades, o que aumentou as transformações no meio urbano
gerando novos problemas e ampliando a desigualdade social.

O êxodo rural também foi foi influenciado pela industrialização durante o Governo
Vargas (1930-1945), o que segundo Zorraquino (2005, p.10) institui-se como “o forte
processo de migração do campo para a cidade, para constituir o exército de reserva
necessário para o trabalho assalariado nas fábricas e nos serviços”.

Ainda, sobre o processo de urbanização atrelado à industrialização Nalin (2013)


argumenta que:

A partir do fortaleciment o do setor industrial – de 1930 a 1970 – houve uma


mudança drástica no processo de urbanização, quando a população
praticamente dobrou, especialmente em razão do maciço investimento – e
priorização – na industrialização por parte do Estado e da burguesia emergente
no país, em contraposição aos problemas do campo que ficaram esquecidos,
incentivando a saída em massa dos trabalhadores, sem que eles recebessem a
devida contrapartida na cidade (NA LIN, 2013, p. 26).

No ano de 2012 a prefeitura de Marataízes, por meio da secretaria de


Assistência Social, Habitação e Trabalho, em parceria com os governos Estadual e
Federal anunciaram a construção de 50 unidades habitacionais pelo PMCMV, o que
contemplaria as famílias que, à época, eram atendidas pelo benefício “Aluguel Social”,
no entanto, a promessa do prefeito seria de que outras 400 casas populares seriam
construídas nos quatro anos seguintes.

As residências seriam compostas por dois quartos, sala, cozinha e banheiro,


dentro de uma área de 12 mil m², no bairro Santa Rita 2. O Governo Federal concedeu
um subsídio de R$ 25 mil por unidade construída. A construção de cada casa ficou no
valor de R$ 36 mil reais, sendo que para cada unidade habitacional o Estado
disponibilizou R$ 11 mil reais. A contrapartida do município foi a doação do terreno e a
infraestrutura (rede de esgoto, pavimentação e etc).

Para 2019 a prefeitura encaminhou à Câmara de Vereadores um Projeto de Lei


Complementar que dispõe sobre Programa de Reforma e Construção de Moradia para
a População residente de Marataízes. A proposta será válida tanto para pessoas que
possuem imóvel, mas têm necessidade de serem beneficiadas com uma
reforma/ampliação, quanto para as famílias que possuem o terreno mas não têm
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capacidade financeira de construir moradia própria. O Poder Público também


disponibilizará terrenos de sua propriedade ou adquiridos por ato desapropriatório para
construção de moradia tipo “Casa Popular” com a finalidade de doação àquelas famílias
que atendam às exigências preconizadas no projeto.

O projeto tem por finalidade o desenvolvimento de política social visando eliminar


o déficit habitacional existente no município, bem como oferecer ao cidadão
marataizense condições dignas de moradia voltadas para a melhoria da qualidade de
vida daqueles que escolheram Marataízes para viver e morar. Com o programa
proposto a prefeitura pretende eliminar de vez os gastos públicos com aluguel social
que a cada ano vem crescendo e que , se não for adotada uma política habitacional,
certamente as demandas com aluguel social exigirão o custeio de despesas, sem
resolver em defi nitivo o problema de moradia.

4.1 Caracterização do município de Marataízes

O município conta com uma população de 34.140 pessoas, segundo o Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística, cuja densidade demográfica é 256,55 hab/km². Em
2016, o salário médio mensal era de 2.0 salários mínimos , sendo que a proporção de
pessoas ocupadas em relação à população total era de 15.1%. Na comparação com os
outros municípios do estado, ocupava as posições 19 de 78 e 36 de 78,
respectivamente.

Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 1807 de 5570 e


2007 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de
até meio salário mínimo por pessoa, tinha 39.8% da população nessas condições, o
que o colocava na posição 19 de 78 dentre as cidades do estado e na posição 2761 de
5570 dentre as cidades do Brasil.

Em relação à Educação e, ainda de acordo com o IBGE, em 2015 os alunos dos


anos inicias da rede pública da cidade tiveram nota média de 5.1 no Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Para os alunos dos anos finais, essa
nota foi de 3.5. Na comparação com cidades do mesmo estado, a nota dos alunos dos
anos iniciais colocava esta cidade na posição 67 de 78.

Considerando a nota dos alunos dos anos finais, a posição passava a 76 de 78.
A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14 anos) foi de 98 em 2010. Isso
posicionava o município na posição 24 de 78 dentre as cidades do estado e na posição
2065 de 5570 dentre as cidades do Brasil.
17

No quesito “Economia”, o prod uto inter bruto (PIB) per capita, com base nos
dados de 2016, foi de R$ 29.171,51, já o percentual das receitas oriundas de fontes
externas em 2015 foi 80,7%. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) em
2010 foi de 0,696 e o total de receitas realizadas em 2017 foi R$ 170.678,86 (×1000), já
o total de despesas empenhadas, também em 2017, foi de R$ 188.935,98 (×1000).

Em relação à “Saúde”, a taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 9.07


para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias são de 0.5 para cada
1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 43
de 78 e 47 de 78, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas
posições são de 3342 de 5570 e 3330 de 5570, respectivamente.

Por fim, 52% dos domicílios contam com esgotamento sanitário adequado,
51.4% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 11.6% de domicílios
urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada,
pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado, fica
na posição 47 de 78, 55 de 78 e 61 de 78, respectivamente. Já quando comparado a
outras cidades do Brasil, sua posição é 2147 de 5570, 4078 de 5570 e 2618 de 5570,
respectivamente.
18

5 METODOLOGIA

Esta pesquisa tem embasamento no método dialético crítico, o qual, segundo


Gil (2012, p. 14) possibilita as bases para “uma interpretação dinâmica totalizante da
realidade, já que estabelece que os fatores sociais não podem ser entendidos quando
considerados isoladamente”, separados de seus prestígios políticos, culturais,
econômicos e culturais, entre outros, amparando-se nas relações dialéticas ajustadas
entre sujeito e objeto.

A metodologia, de acordo com Minayo (2012, p.14), é “o caminho do


pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade”, disponibilizando ao
pesquisador demonstrar como sua pesquisa será disposta ao mesmo tempo em que
reinvidica planificação para ser realizado. Neste caso, o presente trabalho consiste em
uma revisão bibliográfica com pesquisa qualitativa, pois conforme Minayo (2012, p.43)
“a pesquisa qualitativa não se baseia no critério numérico para garantir sua
representatividade”.

A pesquisa qualitativa requer análise mais ampla em volta da proposição e de


possibilidades para interferir na circunstância estudada. Optou-se, assim, pela
pesquisa qualitativa, sendo aperfeiçoados estudos de caráter exploratório e descritivo,
o que segundo Gil (2012, p.27) “são desenvolvidas com objetivo de proporcionar visão
geral [...] acerca do determinado fato”. Também foram pesquisadas revisões
bibliográficas em livros e artigos científicos sobre o problema habitacional no Brasil e
consultas aos sites da prefeitura de Marataízes e em demais artigos impressos e
disponiblizados na Internet.

O emprego desse método propicia a percepção mais crítica ao derredor da


realidade do sujeito, entendendo o fenômeno a partir da sociedade capitalista que
origina diversas personificações da questão social. Para tanto, o presente projeto
integrador estrutura-se na Introdução, em seus objetivos, nos pontos de vistas
defendidos por diversos autores expressados no referencial teórico, numa breve
contextualização sobre a política de habitação em Marataízes e a caracterização do
município, bem como, no cronograma do projeto, encerrando-se com as considerações
finais e as devidas referências.
19

6 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Cronograma de Atividades JAN-ABR MAI-AGO SET-DEZ


Orientação do Projeto Integrador X

Pesquisa de Cases X
Coleta de Dados e Informações X
Análise de Dados e Informações X
Consolidação dos Resultados X
Apresentação Escrita da Pesquisa X
Apresentação Gráfica da Pesquisa X
Revisões X
Conclusões X
Formatação do Trabalho X
Preparação Para Entrega X
Entrega de Projeto Integrador X
20

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo foi possível analisar como o Programa “Marataízes + Moradia”


contribue para a garantia do direito social à moradia no município de Marataízes,
averiguando os aspectos que garantem acesso à habitação demonstrou que os três
níveis de governos devem estar unidos para atender à demanda habitacional, ou seja,
município, estado e União precisam caminhar juntos.
A partir do percurso da política de habitação no Brasil percebeu-se que possuir
casa própria é uma luta histórica e contraditória que começou a partir do êxodo rural
ocasionado em função da urbanização e industrialização após a década de 1930,
quando as cidades se tornaram ambientes de construção das moradias irregulares e
insalubres.
Diante da atual conjuntura a habitação continua preocupando os governantes,
pois, quando uma pessoa se encontra em condições sub-humanas, pode-se agravar
problemas como pobreza, aumentando assim a marginalização da população de
baixa renda, causando desigualdade social. É preciso, portanto, criar novas
configurações da questão urbana que exteriorizem, não apenas o déficit de moradias,
ampliando o número dos sem-teto, mas também os altos índices de criminalidade e a
violência decorrente da exclusão econômica, social, cultural e espacial.
O Programa Minha Casa Minha Vida tem sido um programa de nível federal com
abrangência significativa na realidade dos municípios, contudo, é necessário que
Estado e município elaborem politicas públicas que assistam famílias em risco de
vulnerabilidade social, viabilizando a integração do assistente social com os
assistidos.
Também foi possível observar que este estudo contribuirá, a partir dos
resultados futuros, pois espera-se sequenciá-lo, para a emancipação humana e social
dos usuários que integram grupos beneficiários inseridos no aluguel social, ao ponto
que estes aprovam a habitação enquanto direito social e, além disso, a devida
importância de sua atuação em ambientes igualitários no programa habitacional como
assembleias, conselhos e reuniões entre os moradores, lutando por condições dignas
de moradia.
21

REFERÊNCIAS

BRASIL. LEI Nº 11.977, DE 7 DE JULHO DE 2009. Dispõe sobre o Programa Minha


Casa, Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados
em áreas urbanas; altera o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941, as Leis nos
4.380, de 21 de agosto de 1964, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 8.036, de 11 de
maio de 1990, e 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Medida Provisória no 2.197-43, de
24 de agosto de 2001; e dá outras providências. 2009.

CASTELLS, Manuel. A questão urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. (Coleção
Pensamento Criativo, v.48).

GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. ed.6.Atlas.2012.

IAMAMOTO, Marilda Villela.As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas


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IBGE. Censo Demográfico 2010. Cidades@. Disponível em


<http://www.ibge.gov.br/cida dessat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 2.jun.2019.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e


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MOTTA, Luana Dias. A questão da habitação no Brasil: políticas públicas, conflitos


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NALIN, Nilene Maria. O trabalho do Assistente Social na Política de Habitação de


Interesse Social: O Direito à Moradia em Debate, (tese de doutorado), Porto-Alegre
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SÁ, Maria Elvira Rocha de; BARBOSA, Maria José de Souza. A cidade, a
reestruturação produtiva e a nova ordem mundial. In: Serviço Social & sociedade,
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SANTO, Mônica do Espírito et al. A atuação do assistente social na habitação sob a


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