Apostila - Distribuição de Energia Elétrica
Apostila - Distribuição de Energia Elétrica
Apostila - Distribuição de Energia Elétrica
Novembro 2019
0
APRESENTAÇÃO
1
INDICE
1. ENGENHARIA DA DISTRIBUIÇÃO.......................................................3
2. LEGISLAÇÃO BÁSICA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO............................ 8
3. ITENS DE CONTROLE EM DISTRIBUIÇÃO.......................................15
3.1 INDICADORES GERAIS ................................................................15
3.2 QUALIDADE E CONFIABILIDADE ............................................... 21
4. TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO.......................................28
4.1 CONCEITOS BÁSICOS ................................................................ 28
3.2 TRANSFORMADORES IDEAIS E REAIS .....................................32
5. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO E CARGAS...................................... 49
5.1 SISTEMA DE SUBTRANSMISSÃO .............................................. 49
5.2 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA......... 52
5.3 CARGAS ....................................................................................... 54
6. PERDAS TÉCNICAS E COMERCIAIS............................................... 61
7. BANCO DE CAPACITORES E FATOR DE POTÊNCIA..................... 66
7.1 FATOR DE POTÊNCIA ................................................................. 66
7.2 CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ..................................... 69
8. REGULAÇÃO DE TENSÃO..................................................................74
8.1 REGULAÇÃO DE TENSÃO................................................................74
8.2 REGULADORES DE TENSÃO...................................................... 76
9. PRINCÍPIOS DE PROTEÇÃO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO... 81
REFERÊNCIAS.................................................................................... 94
2
1. ENGENHARIA DA DISTRIBUIÇÃO
Introdução
3
São objetivos gerais, e principais, que as organizações, as concessionárias
de energia elétrica, devem considerar como base para o desenvolvimento de suas
atividades, para o atendimento satisfatório dos consumidores
a) Normas e Especificações
- Normas e padrões;
- Desempenho de materiais e equipamentos;
- Desenvolvimento da automação.
5
As normas estabelecem regras para a execução de cálculos, projetos, obras,
controles serviços ou instalações, assim como para utilização e manutenção de
sistemas, equipamentos e instalações, atendendo as condições mínimas de
segurança.
6
Figura 1.1 - Linhas e redes de distribuição primária
* * *
7
2. LEGISLAÇÃO BÁSICA SOBRE A DISTRIBUIÇÃO
ANEEL
8
como hidrelétricas, termelétricas, eólica, solar, etc., possibilitando a troca da
energia que é gerada em todas as regiões do país, assegurando dessa forma maior
controle e segurança para o mercado consumidor.
9
Executivo. Resolução é deliberação ou determinação; indica, assim, o ato pelo qual
a autoridade pública ou o poder público toma uma decisão, impõe uma ordem ou
estabelece uma medida.
• Definições
• Unidade Consumidora
• Modalidades Tarifárias
• Contratos
• Medição para Faturamento.
• Leitura
• Cobrança e do Pagamento
• Fatura
• Inadimplemento dos Procedimentos Irregulares
• Responsabilidades da Distribuidora
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• Responsabilidades do Consumidor
• Suspensão do Fornecimento .
• Atendimento ao Público ...
• Ressarcimento De Danos Elétricos
• Disposições Gerais.
Atividades Acessórias
11
A Resolução Normativa nº 581/2013 estabelece os procedimentos e as condições
para a prestação de atividades acessórias, para o fornecimento de energia elétrica
temporária com desconto na tarifa e para a exportação de energia elétrica para
pequenos mercados em regiões de fronteira pelas concessionárias e
permissionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica.
Processos Decisórios
Os processos decisórios e o funcionamento da ANEEL estão estabelecidos
em norma periodicamente atualizada. A Resolução Normativa nº 273/2007 aprova
a revisão da Norma de Organização ANEEL 001, que dispõe sobre os
procedimentos para o funcionamento, a ordem dos trabalhos e os processos
decisórios da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL nas matérias relativas
à regulação e à fiscalização dos serviços e instalações de energia elétrica.
Portarias DNAEE
12
c) Instruir os procedimentos técnicos para as atividades relacionadas ao
planejamento da expansão, à operação dos sistemas de distribuição, à
medição e à qualidade da energia elétrica;
d) Determinar as condições para os intercâmbios de informações entre os
agentes setoriais;
e) Assegurar o fluxo apropriado de informações à ANEEL;
f) Disciplinar os requisitos técnicos na conexão com a Rede Básica,
acrescentando de forma coerente os Procedimentos de Rede.
• Módulo 1 - Introdução
• Módulo 2 - Planejamento da Expansão do Sistema de Distribuição
• Módulo 3 - Acesso ao Sistema de Distribuição
• Módulo 4 - Procedimentos Operativos do Sistema de Distribuição
• Módulo 5 - Sistemas de Medição
• Módulo 6 - Informações Requeridas e Obrigações
• Módulo 7 - Cálculo de Perdas na Distribuição
• Módulo 8 - Qualidade da Energia Elétrica
• Módulo 9 - Ressarcimento de Danos Elétricos
• Módulo 10 - Sistema de Informação Geográfica Regulatório
• Módulo 11 - Fatura de Energia Elétrica e Informações Suplementares
13
empresas (concessionário) a execução de certa atividade de interesse
coletivo, remunerada através do sistema de tarifas pagas pelos usuários;
x x x
14
3. ITENS DE CONTROLE
Indicadores de Distribuição
15
Indicadores de Qualidade
a) Permanente
b) Transitório
16
O termo “conformidade de tensão elétrica” refere-se à comparação do valor
de tensão obtido por medição apropriada, no ponto de conexão, em relação aos
níveis de tensão especificados como adequados, precários e críticos.
17
DRPi = duração relativa de transgressão de tensão precária individual da unidade
consumidora (i);
DRCi = duração relativa de transgressão de tensão crítica individual da unidade
consumidora (i);
DRPE = duração relativa de transgressão de tensão precária equivalente;
DRCE = duração relativa de transgressão de tensão crítica equivalente;
NL = total de unidades consumidoras objeto de medição.
Fator de Potência
Distorções Harmônicas
18
Sendo h = ordem harmônica individual; V1 - Tensão fundamental medida; Vh -
Tensão harmônica de ordem h.
Desequilíbrio de Tensão
Sendo:
Flutuação de Tensão
19
Nos procedimentos de distribuição são estabelecidas expressões
relativamente complexas que permitem o cálculo das flutuações a partir de
distribuição das cintilações.
15
ΔV% =
3+ f
Variação de Frequência
20
3.2 QUALIDADE E CONFIABILIDADE
Qualidade do Serviço
21
supridora, desde que nenhum dos conjuntos resultantes possua número de
unidades consumidoras igual ou inferior a 1.000.
22
TMP = tempo médio de preparação da equipe de atendimento de emergência,
expresso em minutos;
TP = tempo de preparação da equipe de atendimento de emergência para cada
ocorrência emergencial, expresso em minutos;
n = número de ocorrências emergenciais verificadas no conjunto de unidades
consumidoras, no período de apuração considerado;
TMD = tempo médio de deslocamento da equipe de atendimento de emergência,
expresso em minutos;
TD = tempo de deslocamento da equipe de atendimento de emergência para cada
ocorrência emergencial, expresso em minutos;
TME = tempo médio de execução do serviço até seu restabelecimento pela equipe
atendimento de emergência, expresso em minutos;
TE = tempo de execução do serviço até seu restabelecimento pela equipe de
atendimento de emergência para cada ocorrência emergencial, expresso em
minutos;
TMAE = tempo médio de atendimento a ocorrências emergenciais, representando
o tempo médio para atendimento de emergência, expresso em minutos;
PNIE = percentual do número de ocorrências emergenciais com interrupção de
energia elétrica, expresso em %;
NIE = número de ocorrências emergenciais com interrupção de energia elétrica.
23
Indicadores de Continuidade Individuais
24
tcrítico = duração da interrupção ocorrida em Dia Crítico.
25
A confiabilidade trata das leis de falha dos componentes ou do sistema como
um todo e dos métodos para a melhoria da qualidade do serviço. Formula modelos
matemáticos adequados, estabelece índices de risco apropriados à qualidade do
fornecimento e desenvolve procedimentos para acesso a dados de falha e
operação dos componentes ou sistemas, ou ainda por barra.
M
M = Σmi m = f
→
R = Σri r = R
f
T = M + R → t = m + r
26
Disponibilidade D é a relação entre o tempo total em que o componente ou
sistema ficou em operação e tempo considerado:
T−d λr
D= ou D = λ −
T T
d λr
I= ou I= → I = 1− D
T T
Verifica-se que:
= 1 + 2
= 1 + 2
→ 1r1 + 2 r2
r = 1r1 + 2 r2 + (1r1 )(2 r2 ) 1r1 + 2 r2 r = +
1 2
1 1 1 r1r2
= 1 + 2 → = + r =
r r1 r2 → r1 + r2
= ( r ) ( r ) = ( r + r )
1 1 2 2 1 2 1 2
* * *
27
4. TRANSFORMADORES DE DISTRIBUIÇÃO
Acoplamentos Magnéticos
Indução Eletromagnética
28
“A magnitude da tensão induzida é proporcional à variação do fluxo
magnético e ao número de espiras”.
𝑑𝜆 𝑑𝜑
𝑒(𝑡) = − = −𝑁
𝑑𝑡 𝑑𝑡
O sinal negativo (-) indica que é uma tenão de reação, conforme a lei de
Lenz que estabelece:
“A corrente devida à f.e.m. induzida se opõe à mudança de fluxo magnético,
de forma tal que a corrente tende a manter o fluxo”.
𝜆
𝐿=
𝑖
29
sem e com entreferro, com indicações dos parâmetros e variáveis envolvidos.
30
Os grandes geradores e transformadores são quase sempre trifásicos. As
três fases são geradas pelos enrolamentos do gerador e atingem os máximos e
mínimos em tempos diferentes, com defasamentos de 120°. A representação
dessas tensões pode ser indicada em um gráfico, sob a forma três ondas nos
circuitos constituídos das três fases, ou sob a forma de três fasores defasados de
120°, cuja soma é zero, conforme mostra a Figura 3.4.
𝑑𝑁𝜑(𝑡)
𝑒(𝑡) = = 𝑁𝜔𝛷𝑀 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡 = 𝐸𝑀 𝑐𝑜𝑠𝜔𝑡
𝑑𝑥
𝐸𝑀 = 𝑁𝜔𝛷𝑀 = 2𝜋𝑓𝑁𝐴𝑐 𝐵𝑀
2𝜋
𝐸= 𝑓𝑁𝐴𝑐 𝐵𝑀 = √2𝜋𝑓𝑁𝐴𝑐 𝐵𝑀
√2
31
Como é usual fazer EM = V e BM = B, tem-se:
𝑉
𝑉 = 4,44𝑓𝑁𝐴𝑐 𝐵 𝐵 = 4,44𝑓𝑁𝐴
𝑐
32
No transformador ideal considera-se que o acoplamento entre suas bobinas
é perfeito, ou seja, todas as bobinas concatenam, ou abraçam, o mesmo fluxo, o
que vale dizer que não há dispersão de fluxo. Isso implica assumir a hipótese de
que a permeabilidade magnética do núcleo ferromagnético é muito alta ou, no caso
ideal, infinita, e o circuito magnético é totalmente fechado.
33
Dividindo-se uma expressão pela outra chega-se à relação entre as tensões
do primário e do secundário:
𝑣1 𝑒1 𝑁1
= = =𝑎
𝑣2 𝑒2 𝑁2
𝑉1 𝑁1
=
𝑉2 𝑁2
𝑃𝑐 = 𝐸𝑎 𝐼𝜑
𝑁 𝑁
𝑉2 = 𝑁2 𝑉1 𝐼2 = 𝑁1 𝐼1
1 2
𝑉1 𝑉2
Tem-se para as impedâncias: 𝑍1 = 𝑍2 =
𝐼1 𝐼2
𝑁
Resulta que: 𝑍1 = (𝑁1 )2 𝑍2
2
35
Ou seja: “A carga no secundário é refletida no primário através da
multiplicação da sua impedância pelo quadrado da relação de espiras”.
𝑁1 𝑖1 − 𝑁1 𝑖1 ≠ 0 𝑁1 𝑖1 ≠ 𝑁1 𝑖1
36
Igualmente as impedâncias do primário podem ser refletidas para o
secundário com a multiplicação pelo quadrado da relação inversa dos números de
espiras.
𝑃𝑐 = 𝐸𝑎 𝐼𝜑
Circuitos Equivalentes
37
A Figuras 3.14 mostra a representação do circuito de um transformador real
com as impedâncias no primário e secundário, come indicação da magnetização
no primário.
Diagrama Fasorial
38
A Figura 3.17 mostra um circuito equivalente de um transformador e o
correspondente diagrama fasorial.
39
Os transformadores são classificados de acordo com vários critérios. As
classificações de acordo com finalidade, número de enroalmentos, material do
núcleo, o número de fases e função são algumas das mais importantes.
Quanto à finalidade:
• Transformadores de força
• Transformadores de distribuição
• Transformadores de corrente
• Transformadores de potencial
Quanto aos enrolamentos:
• Dois ou mais enrolamentos
• Autotransformador
Quanto ao material do núcleo:
• Ferromagnético
• Núcleo de ar
Quanto à função:
• Elevador
• Abaixador
40
d) Transformadores Herméticos – Possuem características semelhantes aos
convencionais, mas são selados hermeticamente, não há contato do óleo com o ar,
não há absorção de umidade nem deterioração da característica isolante do óleo,
mantendo sua a rigidez dielétrica; as potências são de 100 a 3.000 kVA;
Regulação
41
Tem-se a seguinte expressão com as tensões:
∆𝑉 = 𝑽𝟏 − 𝑽𝟐
𝑉1 −𝑉2 ∆𝑉 ∆𝑉
𝜌= = 𝜌= 𝑥100 %
𝑽𝟐 𝑽𝟐 𝑉2
Perdas e Rendimento
𝑃𝑓 = 𝐾𝑓 (𝐵𝑀 𝑓𝛿)2
𝑃ℎ = 𝐾ℎ 𝑓𝐵𝑀 𝑛
𝑃𝑐 = 𝑅𝐼 2
𝑃𝑠 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
𝑟= = 1−
𝑃𝑒 𝑃𝑒
42
Transformadores Trifásicos
Conexões Trifásicas
43
O banco de transformadores monofásicos é composto por três
transformadores monofásicos idênticos, convenientemente ligados para permitir a
transformação trifásica. As três unidades são ligadas numa das quatro
combinações.
Transformadores Especiais
44
transformadores de aterramento e os transformadores para instrumentos, como
transformadores de potencial e de corrente.
45
de um tranformador de 3 enrolamentos, com os diagramas de reatâncias
equivalentes, sob a forma delta ou triângulo e estrela ou Y.
46
enrolamento secundário se destina a alimentar bobinas de potencial de
instrumentos elétricos de medição e proteção ou controle.
Óleo Isolante
Caso o teste de rigidez dielétrica apresente valores próximos (ou abaixo) dos
valores mínimos, deve-se fazer um tratamento no óleo isolante visando purificá-lo.
Tal tratamento normalmente é feito através de filtros-prensa, seja com o
equipamento energizado ou não. Em transformadores de potência
(transformadores de subestações) faz-se também testes de análise cromatográfica
no óleo isolante, que podem indicar possíveis problemas a que os transformadores
ficaram submetidos, a depender dos diversos tipos de gases encontrados em uma
amostra de óleo retirada do transformador
47
• Buchas de AT e BT
• Dispositivo de aterramento
• Abertura para inspeção (quando aplicável
• Placa de identificação
• Suporte para fixação ao poste
• Olhais de suspensão e estrutura de apoio
• Grampo de fixação da tampa
• Radiador de tubo elíptico (quando aplicável
• Placa logomarca (quando aplicável) e de identificação alternativa.
Em redes de distribuição utilizam-se transformadores monofásicos e
trifásicos. Na maioria são trifásicos, mas transformadores monofásicos podem ser
utilizados quando necessário em sistemas mais baratos, de pequena potência e de
menor complexidade, como por exemplo em sistemas de distribuição rural.
1) Mesmas tensões;
* * * * *
48
5. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO E CARGAS
49
Figura 5.2 - Subtransmissão em malha em condições normais e em contingência.
✓ Radial simples
✓ Radial com recurso
✓ Barramento de subtransmissão
✓ Sangrias
50
Figura 5.4 – Subtransmissão com o barramento de alta e em sangria
51
Figura 5.6 -Arranjos de subestações com barra dupla e com barramentos duplicados
A Figura 5.7 mostra arranjos de subestações com barra principal e com barra
de transferência.
a) Radial simples
b) Radial com recurso
c) Primário seletivo
A Figura 5.8 mostra o diagrama unifilar de uma rede primária; pode ser vista
com constituída de duas partes radiais simples, como também radial com recurso.
52
Figura 5.9 - Diagrama unifilar de uma rede primária
A Figura 5.10 mostra o diagrama unifilar de uma rede com primário seletivo
e detalhe para a chave de transferência.
A Figura 5.11 mostra o diagrama unifilar de uma rede com primário em malha
aberta.
53
As configurações de primário seletivo e de primário em malha são
semelhantes às das redes aéreas correspondentes; a rede spot network é mostrada
na Figura 5.12.
5.3 CARGAS
54
energia elétrica, efeito sobre o sistema de distribuição (ciclo de trabalho) e nível de
tensão de fornecimento.
Localização Geográfica
• Urbanos
• Suburbanos
• Rurais.
Tarifação
• Residenciais
• Comerciais
• Industriais
• Rurais e de irrigação
• Serviços Públicos
• Poderes públicos
• Iluminação Pública
• Tração
• Rural
55
Dependência da Energia Elétrica
• Sensíveis
• Semi-sensíveis
• Normais
• Transitórias cíclicas
• Transitórias acíclicas
• Horosazonais
• Contínua
Curvas de carga
56
Figura 5.14 – Curva de carga diária
Fator de Demanda
57
O consumo é a energia utilizada ou consumida (kWh):
C = E = Dm x t
Dmax,i
f div =
Ddiv,máx
O fator de coincidência (fco) corresponde ao Inverso do fator de
diversidade:
1
f co =
f div
Fator de Contribuição
58
O fator de contribuição (fcon) é a relação, em cada instante, entre a demanda
da carga considerada Di e sua demanda máxima Dmáx:
Di
f cont =
Dmáx
Fator de Utilização
Dm áx
fu =
Dsist
Fator de Carga
Dm éd
fc =
Dm áx
Por exemplo, se a demanda média de uma carga é de 2 MW e se sua
demanda máxima é 6 MW, então seu fator de carga fc = 0,33.
Fator de perdas
pméd
f perd =
pmáx
Verifica-se que o fator de perdas é uma função do fator de carga (fp=f(fc));
pode ser determinado a partir da expressão:
59
É usual utilizar os valores k = 0,3 e k = 0,2, tendo-se, então:
Por exemplo, se uma carga apresenta fator de carga fc = 0,4, então o fator
de perda é de fc = 0,232 ou fc = 0,288, dependendo da fórmula utilizada.
* * *
60
6. PERDAS TÉCNICAS E COMERCIAIS
61
transformadores e energia fornecida às unidades consumidoras. Com base nessas
informações, estima-se o percentual de perdas técnicas eficientes relativas à
energia injetada na rede.
62
A regulação por incentivos adotada pela ANEEL, quando observada
ineficiência da gestão da concessionária, limita o repasse das perdas não técnicas
para a conta de energia.
A redução das perdas não técnicas pelas distribuidoras traz benefícios que
vão além da redução desse item na tarifa, tais como a incorporação desses
consumidores no rateio de todos os custos, a redução do consumo inconsciente ou
perdulário e melhorias na qualidade do fornecimento.
Os objetivos são:
A metodologia define o que deve ser feito em termos de cálculo das perdas
técnicas e estabelece a forma de caracterização da carga para fins de aplicação do
método de fluxo de potência. O procedimento define como devem ser feitos os
cálculos das perdas técnicas de energia dos sistemas de distribuição de energia
63
elétrica. Os cálculos obtidos permitem a definição de indicadores de perdas –define
os indicadores de perdas obtidos do cálculo.
𝑃𝑚é𝑑
𝑃𝑐𝑢 = ( )2 𝑃𝑁𝑐𝑢
𝑃𝑛𝑜𝑚 𝑐𝑜𝑠𝜑
64
circuito de tensão do medidor (1,2 ou 3, dependendo do circuito), conforme a
expressão:
𝑃𝑀 = 𝐾 . 𝑃𝐶 . 10−6
* * *
65
7. BANCO DE CAPACITORES E FATOR DE POTÊNCIA
Importância da compensação
66
• Melhoria da regulação de tensão;
• Redução de perdas;
• Redução de custos no sistema;
• Liberação da capacidade em linhas e transformadores;
• Nas cargas a compensação deve objetivar um fator de potência mínimo de
0,92, para se evitar sobretaxas.
As potência dos motores podem ser dadas por como P=f(s) e Q=g(s), através
das expressões e considerando o circuito equivalente:
V 2 r2s
P= 2 ,
r2 + (sX) 2
1 s2
Q=( + 2 )V 2
X m r2 + (sX) 2
2 2
Q=3(X I +X I )
s e e
2
Q = (1/4) X . I (rede aérea 220/127V e 380/220V, dependendo da localização).
l l
68
de sobretaxa na conta de energia, melhora as condições de operação do sistema
elétrico.
Solução: P=400 kW, Q= 300 kVAr > 𝑆 = √4002 + 3002 > S= 500 kVA
𝑃 400
𝑐𝑜𝑠𝜑 = = 500 > cosφ = 0,8
𝑆
𝑘𝑊ℎ
𝑓𝑝𝑚 =
√(𝑘𝑊ℎ)2 + (𝑘𝑉𝐴𝑟ℎ)2
69
determinado mês o consumo de energia de 4.000 kWh e energia reativa de 3.000
kVArh?
𝑘𝑊ℎ
Solução: kWh=4000, kVArh = 3.000 > 𝑓𝑝𝑚 =
√(𝑘𝑊ℎ)2 +(𝑘𝑉𝐴𝑟ℎ)2
4000
𝑓𝑝𝑚 = > fpm=0,8
√(4000)2 +(3000)2
Solução:
O capacitor necessário deve ser de, no mínimo, Qc= 228 kVAr. Deve-se
utilizar, então, um (ou mais) capacitor disponível em a potência reativa seja superior
70
a este valor.
71
• Sobrecarga
• 135 % Qn, com V < 1,10 Vn (inclusive harmônicos)
• 180 % In, com V < 1,10 Vn (inclusive harmônicos).
kVAr
ΔV% = X . , X em
10(kV) 2
Ex. : Cabo 1/0 Al − CA → 0,4514
L = 10 km, 13,8 kV
Q = 600 kVAr
600
ΔV% = 10 . 0,4514 . = 1,42%
10 . 13,8 2
72
kVAr
ΔV% = . Xt
kVA t
Ex. : 2500 kVA
Q c = 600 kVAr
X t = 8%
600
ΔV% = . 8 = 1,92%
2500
Ia
I =
p1 = 3RI Cos1
1
p − p2
2
→ Δp% = 1
1
x100
p 2 = 3RI 2
2
I = Ia p1
2
Cos 2
x x x
73
8. REGULAÇÃO DE TENSÃO
Introdução
Vo − Vc
V % = x100
Vo
kVAc 1
V % = ( R cos + X sen + ( X cos + R sen ) 2 )
kVAn 200
Por exemplo: Transformador de 5000 kVA, 34,5 – 13,8 kV, carga S = 6000
kVA, cos = 0,85, X =7 %, R =0,5 %, tem-se:
2
ΔV =(6000/5000)(0,5x0,85+7x0,52)+(1/200)(7x0,85+0,5x0,85)
ΔV = 5,04 % .
75
Figura 8.1 - Representação de uma linha curta e diagrama fasorial
𝑺 𝑃−𝑗𝑄
𝑽𝟏 = 𝑽𝟐 + 𝒁𝑰 𝑰 = ( )∗ =
𝑽 𝑉
∆𝑽 = 𝑽𝟏 − 𝑽𝟐 = 𝒁𝑰
𝑅𝑃 + 𝑋𝑄
∆𝑉 ≈ 𝑅𝐼𝑐𝑜𝑠𝜃 + 𝑋𝐼𝑠𝑒𝑛𝜃 =
𝑉
Utilizando as unidades em kW, kVAr, MW, MVAr e kV, tem-se em kV:
76
Q = 1 MVAr, na tensão V = 13,8 kV, resulta uma queda de tensão ∆V ≈ 0,51 kV, ou
seja, 3,7 % da tensão da linha.
A queda de tensão expressa em por unidade (pu) e por cento (%) da tensão
de referência é dada por:
𝑅(𝑀𝑊)+𝑋(𝑀𝑉𝐴𝑟)
∆𝑉𝑝𝑢 = ∆𝑉% = 100∆𝑉𝑝𝑢
(𝑘𝑉)2
𝑅(𝑀𝑉𝐴)𝐵 𝑋(𝑀𝑉𝐴)𝐵
𝑅𝑝𝑢 = 𝑋𝑝𝑢 =
(𝑘𝑉)2 (𝑘𝑉)2
𝑃 𝑄
𝑃𝑝𝑢 = 𝑄𝑝𝑢 =
(𝑀𝑉𝐴)𝐵 (𝑀𝑉𝐴)𝐵
∆𝑉 = 𝑅𝑃 + 𝑋𝑄
77
Figura 2.11 – Caso exemplo de um sistema radial
𝑉0 −𝑉𝑐 ∆𝑉 ∆𝑉
𝜌= = 𝜌% = 𝑥100
𝑉𝑐 𝑉𝑐 𝑉𝑐
𝜌𝑄 ≈ 𝑋∆𝑄
𝐸
𝐼𝑐𝑐 =
𝑍
78
Usando valores em pu e desprezando as resistências em relação ao módulo
das reatâncias, tem-se aproximadamente:
1
𝐼𝑐𝑐 =
𝑋
Verifica-se que em pu a potência de curto circuito Pcc (ou Sk) é igual à
corrente de curto circuito, isto é:
1
𝑃𝑐𝑐 = 𝑆𝑘 =
𝑋
Dessa forma, a regulação no ponto devido à variação de reativos, é dada
por:
1
𝜌𝑄 ≈ 𝑋∆𝑄 = ∆𝑄
𝑆𝑘
Isto é, a regulação no ponto devido à variação de reativos é dada pelo
produto dessa variação pelo inverso da potência de curto circuito no ponto, em pu
ou MVA. Assim, por exemplo, ao ligar um capacitor de ΔQ = 1 MVAR, no ponto em
que a potência de curto circuito é Sk= 50 MVAr, tem-se ρ = ΔQ/Sk =0,01/0,5 = 0,02
pu, ou seja 2 %;
• Diagrama esquemático;
• Tipo mais usado: 32 degraus (taps); o comutador é acionado por um motor;
regulação de +10(p/cima) e -10(p/baixo); cada variação corresponde a 5/8
de variação de tensão;
• Características elétricas: tensão máxima de operação, nível de tensão, TP,
TC;
• Reguladores monofásicos auto-boosters;
• Ligações: delta aberto, delta fechado;
• Controles disponíveis: nível de tensão, compensador de queda de linha,
largura de faixa e tempo de retardo.
79
O local de instalação é definido em função perfil de tensão na linha ou rede
de distribuição.
A Figura 8.1 mostra um diagrama esquemático de um regulador de tensão:
* * *
80
9. PRINCÍPIOS DE PROTEÇÃO DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
9.1 ATERRAMENTO
O aterramento consiste na ligação de estruturas ou instalações com a
terra, para estabelecer referência para a rede elétrica e permitir fluxos de
correntes para a terra. Os sistema de distribuição pode ser:
81
A seguir são apresentados os diversos aspectos do aterramento, de forma
resumida, mostrando a necessidade de se utilizar o aterramento e as técnicas para
se dimensionar e projetar sistema de aterramento.
Aterramento de Segurança
82
e edificações devem ser aterradas com isso o aterramento constitui um caminho
mais fácil para as cargas elétricas. Se uma pessoa tocar em uma parte aterrada
sendo esta energizada ela estará protegida de um possível choque elétrico.
Medição da Resistividade
84
Projeto do Sistema de Aterramento das Instalações
Alerta-se para o fato de que a resistividade do solo varia com o tipo de solo,
mistura de diversos tipos de solo, teor de umidade, temperatura, compactação e
pressão, composição química dos sais dissolvidos na água retida e concentração
dos sais dissolvidos na água retida. Observa-se que, mesmo simples, um
aterramento mal elaborado pode resultar em muitos danos.
Dimensionamento do Aterramento
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aterramento baixa, entretanto os condutores de ligação às hastes, devido sua
seção transversal podem limitar a corrente máxima de terra. Uma vez definida a
corrente pelos condutores de terra o sistema de aterramento pode ser
dimensionado com a resistência de aterramento para fornecer a corrente desejada.
Existindo um limite para a corrente em geral o que se faz é reduzir ao máximo a
resistência do aterramento e usar uma impedância em série para limitar a corrente.
𝜌 4𝐿
𝑅= 𝐿𝑛( − 1)
2𝜋𝐿 𝑑
Sendo:
L= comprimento cravado da haste (em metros)
d = diâmetro equivalente da haste (em metros)
ρ = resistividade equivalente do solo até a profundidade atingida pela haste
Ln = logaritmo neperiano
Para resistividades mais altas são necessárias, portanto, mais de uma haste,
próximas quando se utiliza só um ponto de aterramento, ou afastadas quando os
aterramentos são em vários pontos em volta do edifício. Com o aumento do número
de hastes o valor da resistência de aterramento é diminuído, mas essa redução não
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obedece as leis de paralelismo de resistências em virtude da resistência mútua.
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condutores de descida e o aterramento.
O sistema tipo Franklin consiste numa haste de ferro com ponta de cobre ou
de platina ligada por um condutor a uma chapa de terra, chapa (ou tubo) metálica
que, para ter bom contato com a terra, é enterrada no solo e rodeada de pó de
carvão. Toda massa metálica existente na cobertura, como mastros de antenas,
rufos, escadas e grades de proteção, são considerados captores e devem ser
interligados ao sistema de captação para equalização de potenciais.
O tipo de SPDA adequado para cada edificação deve ser analisado com
bastante critério, para que se tenha a melhor proteção possível. É importante
considerar o objetivo do sistema de proteção, dependendo do tipo da edificação
(residencial, comercial, administrativa, de saúde pública, etc.), para saber a melhor
relação custo-benefício na instalação de um SPDA.
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Para a proteção contra sobrecorrentes podem ser utilizados os seguintes
dispositivos: chave fusível, disjuntores, religadores e seccionalizadores.
Podem ser de ação rápida, empregado onde o circuito não ocorre variação
considerável de corrente entre a fase partida e o regime normal de funcionamento,
por exemplo, em determinadas lâmpadas, e de ação retardada, utilizado em
circuitos onde ocorre variação de corrente considerável.
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circuito nos condutores dos circuitos, cujas características devem atender às
seguintes condições:
O calor que o dispositivo dissipa deve ser inferior ou igual ao calor necessário
para aquecer o condutor, desde a temperatura máxima para o serviço contínuo até
a temperatura limite de curto-circuito. A corrente nominal do dispositivo de proteção
contra curtos-circuitos pode ser superior à capacidade de condução de corrente
dos condutores do circuito.
Coordenação entre Proteções contra Sobrecargas e Curtos-Circuitos
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alimentados por uma fonte e impedância seja tal que a corrente máxima que ela
pode fornecer não seja superior à capacidade de condução dos condutores (como
é o caso de certos transformadores de solda e certos tipos de geradores
termoelétricos).
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• Valor máximo da energia dissipada.
Ligação à Terra
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deverá ser capaz de suportar a soma das correntes suscetíveis de atravessar cada
limitador. A seção desses condutores deve ser determinada conforme as
prescrições para os condutores de proteção. O condutor que liga o terminal de
entrada do limitador de sobretensões aos condutores vivos deve ser isolado da
mesma forma que estes.
X X X
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REFERÊNCIAS
[1] ANEEL - Módulo 7– Cálculo de Perdas na Distribuição, Revisão 5, 2017.
[2] ANEEL - Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica, Revisão 10, 2017
[3] CIPOLI, J. A. Engenharia de Distribuição. Qualitymark Editora, São Paulo, 1993.
[4] Coleção de Distribuição de Energia Elétrica. Editora Campus/ELETROBRAS Rio
de Janeiro, 1982.
[5] KAGAN, N., OLIVEIRA, C.S.B.,ROBBA, E.J. Introdução aos Sistemas de
Distribuição. Editora Edgard Blucher Ltda, São Paulo, 2005.
[6] Westinghouse Electric Corporation. Electrical Transmission and Distribution
Reference Book - Pittsburgh, 1964.
[7] Westinghouse Electric Corporation. Electric Utility Engineering Reference Book
Distribution System, 1959.
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