Arranjo Físico de Subestações
Arranjo Físico de Subestações
Arranjo Físico de Subestações
DE PÁTIOS DE SUBESTAÇÕES
PROMOÇÃO: DMS
COORDENAÇÃO GERAL: DGP/DADP
JULHO/2007
DES/DEEC 2007
SUMÁRIO
- confiabilidade dos arranjos: ver nos itens 3.1 e 4.1 os critérios de confiabilidade
estabelecidos para a seleção dos esquemas elétricos dos sistemas de 500 e 230
kV, respectivamente.
- comparação dos esquemas quanto ao custo:
a) custo de equipamentos de manobra – disjuntor, seccionador, transformador de
corrente, divisor capacitivo de potencial e pára-raio.
b) custo de confiabilidade – quantificação em US$ das interrupções devidas a
falhas e/ou manutenção em componentes das subestações.
Foram estabelecidos os seguintes critérios para a seleção dos esquemas elétricos das
subestações e comparação dos mesmos quanto a confiabilidade:
a) não foi admitida a saída de duas linhas em paralelo, ou a abertura de malha pela
saída de duas linhas em série, devido a contingências simples em equipamentos da
subestação.
b) nas subestações transformadoras 500/230 kV procurou-se minimizar a saída, por
contingências simples, de dois bancos de transformadores.
c) foi admitida a saída de duas linhas em série devido a defeito em componentes da
subestação (contingências simples), sendo, no entanto, avaliada a freqüência,
duração e probabilidade desse evento para os diversos esquemas de manobra
estudados.
d) não foi admitida a saída de linhas (ou transformadores) devido a defeito ou
manutenção de equipamentos da subestação, a não ser daqueles diretamente
ligados às linhas (ou transformadores).
e) nas subestações transformadoras 500/230kV não foi admitida a perda de potência
maior que a correspondente a um banco de transforma-dores para defeitos em
componentes da subestação 230kV.
f) assegurar uma flexibilidade operativa compatível com a importância da rede,
nessas condições, considerou-se que as manobras para manutenção e reparo dos
equipamentos devam ser efetuadas por intermédio de disjuntores, evitando-se
assim a utilização apenas de seccionadores para aquelas operações.
Após análise conjunta dos vários aspectos considerados anteriormente, para a escolha
do esquema elétrico mais apropriado, foi considerada de fundamental importância a possibilidade
de padronização do esquema de manobra para as subestações.
Dessa análise, portanto, resultou na escolha do esquema disjuntor e meio, julgado o
mais adequado para as subestações de 500kV do sistema da ELETROSUL, tendo sido esta
escolha baseada nos seguintes pontos:
a) Da análise do custo, verificou-se que os esquemas disjuntor e meio (D1/2),
disjuntor e um terço(D1/3) e disjuntor duplo barra dupla modificado (DDBDM) –
ligação aos bancos de transformadores feito somente por disjuntores simples –
resultam valores intermediários de custo e de mesma ordem de grandeza.
Os esquemas em anel (simples ou múltiplo, no caso de mais de 4 circuitos) e
disjuntor duplo barra dupla (DDBD) apresentam custos 20% abaixo e 20% acima
dos primeiros respectivamente.
Tabela I
Flexibilidade operativa
+ BDDD ± D1/2, D1/3 - Anel
Facilidade de manutenção
+ BDDD, ± D1/2 - D1/3, Anel
Anel Simples Múltiplo
Facilidade de expansão
+ BDDD ± D1/2, Anel Múltiplo - D1/3, Anel
Simples
Confiabilidade
+ D1/3, D1/2 ± BDDD - Anel
Custo
+ Anel ± D1/2, D1/3 - BDDD
capacitivos e pára-raios, no caso típico de uma linha de transmissão não compensada), são
localizadas externamente às barras principais.
Cada vão completo, corresponde a conexão de dois circuitos externos, exigindo quatro
estruturas tipo pórtico, sendo duas localizadas internamente às barras principais, respectivamente
entre o disjuntor central e cada disjuntor ligado à barra principal e duas localizadas externamente
as referidas barras, permitindo a conexão de equipamentos pertencentes a cada circuito.
O arranjo exige, portanto, três níveis de barramentos:
- Os barramentos de nível inferior, que realizam as conexões entre disjuntores,
transformadores de corrente e seccionadores isoladores.
- Os barramentos de nível intermediário que correspondem aos barramentos
principais.
- Os barramentos de nível superior, superpostos aos barramentos inferiores, que
realizam as conexões entre cada par de disjuntores (um de barra e o central) aos
equipamentos pertencentes a cada circuito de saída.
Neste aspecto destaca-se nitidamente o arranjo convencional, pois requer uma área
de implantação menor, resultando num movimento de terra menor, com redução de volumes de
corte e aterro. A maior área de implantação para o arranjo invertido é devida basicamente à
redução do número de níveis de barramentos (três no convencional contra dois no invertido), o
que impõe a criação de um barramento auxiliar que requer um espaço adicional para sua
instalação.
a) As partes vivas devem ser localizadas de modo que veículos e pessoas possam se
locomover dentro do pátio da subestação, sob condições plenas de segurança,
respeitando-se os espaçamentos elétricos mínimos.
Sob este aspecto, o arranjo invertido se apresenta aparentemente superior desde que
o acesso aos disjuntores, chaves isoladoras e transformadores de corrente possa ser
realizado sem cruzamento com os barramentos principais. Mas esta vantagem vem se
tornando menos relevante, visto que os equipamentos de E.A.T. em geral
(principalmente os de manobra) vem evoluindo tecnicamente no sentido de terem uma
maior confiabilidade de desempenho e de simplificação dos serviços de
montagem/desmontagem e de transporte. Apesar da aparente vantagem do arranjo
invertido, ambos os arranjos são projetados com condições de segurança satisfatórios.
São equivalentes para as duas alternativas, uma vez que o arranjo físico tem pouca ou
nenhuma interferência.
Sob este aspecto o arranjo invertido é considerado superior, por apresentar dois níveis
de barramentos e ter reduzida a altura das estruturas, mas há que se salientar que o aspecto
segurança deve prevalecer sobre o aspecto estética sem qualquer dúvida.
3.5. CONCLUSÃO
Desta forma, considerando os tópicos abordados neste trabalho, pode ser resumido:
b) Para as demais subestações pode ser adotado o esquema barra principal mais
transferência ou o barra dupla a quatro chaves, conforme a importância da
subestação para o sistema. Cumpre observar que a adoção do esquema barra
principal mais transferência apresenta um custo mais baixo de implantação.
Tabela II
NOTAS:
1. Um defeito na barra implica na perda de todos os circuitos.
2. Se o defeito for na barra de transferência, há perda do circuito que estivar ligado a ela; se nas outras, perda de todos os circuitos ligados a barra defeituosa. Das
linhas ligadas a barra com defeito, poderá apenas ser selecionada uma delas e energizada através do disjuntor de transferência.
3. Se o defeito for na barra usada como transferência, há perda do circuito que estiver ligado a ela; se na outra barra, perda dos circuitos durante o tempo necessário à
transferência para a barra não defeituosa que não poderá, então, ser usada como transferência.
4. Nestes casos, há perda dos circuitos ligados a barra em que está conectado o disjuntor com defeito.
4.3.1.4. Demais Pontos Considerados para Análise das Alternativas de Arranjo Físico
Além das influências das distâncias e do tipo de condutor, podem ser destacados alguns
tópicos observados por ocasião da análise das alternativas de arranjo:
a) Obtenção de elevada flexibilidade que permitisse saídas para ambos os sentidos do vão,
saída para um único sentido do vão e saída para um sentido do vão com extremo já
ocupado;
b) Necessidade de uma análise detalhada de aspectos de movimentação de pessoal e
equipamentos no pátio para determinação das distâncias entre equipamentos e da
largura do pórtico;
c) Análise do comportamento do condutor do barramento superior segundo as flechas e
tensões para determinação da altura do barramento;
d) Necessidade de definição do tipo de seccionador como seletor de barramento e
verificação dos aspectos de montagem quanto a: posicionamento do contato fixo,
4.4. CONCLUSÃO
Todo o exposto neste trabalho baseia-se nos estudos realizados na década de 70 pela
ELETROSUL e suas Consultoras contratadas para a elaboração da padronização dos arranjos das SE’s
500, 230 e 138 kV ainda hoje vigente na Empresa.
Hoje, dentro do novo modelo do mercado de energia elétrica, que teve sua implantação
iniciada na década de 90, é o ONS – Operador Nacional do Sistema que define o esquema de manobra
das novas subestações, cabendo ao agente transmissor ou distribuidor implementar o arranjo físico que
julgar mais adequado. A ELETROSUL implementa os arranjos físicos já consolidados na empresa e em
casos especiais, como subestações com níveis de tensão diferentes dos que costuma trabalhar, busca
no setor elétrico as experiências de empresas congêneres.
Variantes destas configurações são permitidas desde que permitam evoluir para os
esquemas já definidos, atendam aos requisitos estabelecidos no Submódulo 2.5 – Requisitos Mínimos
dos Sistemas de Proteção, Supervisão/Controle e de Telecomunicações e apresentem desempenho,
comprovadamente, igual ou superior as estabelecidas pelos esquemas definidos pelo ONS.
Definição: Seleção da isolação elétrica dos equipamentos em função da tensão que pode
aparecer no sistema no qual serão conectados, considerando-se as condições de serviço e as
características dos dispositivos de proteção disponíveis.
A coordenação de isolamento envolve considerações a cerca do stress elétrico ao qual os
equipamentos são expostos sob condições normais de operação, durante sobretensões temporárias que
poderão afetar a performance satisfatória dos equipamentos ou sua vida útil, surtos de manobra e
impulso atmosférico.
O primeiro passo para o estudo de coordenação de isolamento é a definição da magnitude
das sobretensões de manobra e impulso atmosférico a que o sistema está sujeito em um determinado
ponto, considerando-se o cálculo de contingências de um sistema com parâmetros elétricos e de
equipamentos confiáveis, assim como os efeitos limitantes de algum dispositivo de limitação de
sobretensões.
Uma vez definido o pára-raios a ser adotado no sistema, com base nos critérios acima
descritos, define-se o valor da tensão nominal suportável a manobra (BSL), que deverá ser pelo menos
25% maior que a tensão máxima de descarga a manobra do pára-raios, para garantir que incertezas a
cerca dos valores de sobretensão de manobra calculado e tensão de descarga do pára-raios influenciem
a correta operação dos equipamentos.
Nível de isolamento
Equipamento BSL (kV) BIL (kV)
Enrolamentos de transformador e reator 1175 1425
Buchas de transformador e reator 1175 1550
Disjuntor 1175 1550
Seccionador 1175 1550
Transformador de corrente 1175 1550
Divisor capacitivo de potencial 1175 1550
Tabela III – Níveis de isolamento para o sistema 500 kV ELETROSUL
Outros fatores tais como a forma dos eletrodos, forma e polaridade dos surtos de tensão,
condições atmosféricas, influenciam o comportamento dos gaps.
É conhecido que a tensão crítica de descarga a 50% para impulso de manobra, para um
dado gap, pode ser estimado com razoável exatidão para sistemas de extra alta tensão usando a
seguinte fórmula empírica:
onde:
V50% = valor da tensão crítica de descarga a 50% (kV)
k = fator de “gap” caracterizando a forma dos eletrodos [2]
d = distância do “gap” em metros
De acordo com a IEC Publication 71, o valor das tensões de impulso a ser suportada pela
isolação, e correspondente ao BSL adotado pelo projeto podem ser calculadas a partir da tensão crítica
de descarga a 50% através da fórmula:
Vw = V50% (1 - 1,3σ )
onde:
Vw = tensão de impulso
Assume-se que σ é:
σ = 0,06 para teste de impulso de manobra
σ = 0,03 para teste de impulso atmosférico
A maioria das configurações de subestações ar livre apresenta três tipos de gap’s fase-
terra:
- Distância entre condutores e pórticos;
- Distância entre parte viva de equipamentos e pórticos;
- Distância entre condutor e terra.
O cálculo da distância mínima em função dos níveis de isolação recomendados foi realizado
com os seguintes valores de fator de gap: k=1,10 e k=1,3, de acordo com a classificação dos tipos de
gap da figura 1 da referência [2].
A tabela IV abaixo mostra os valores de distância mínima fase-terra para as diversas
combinações de níveis de isolamento, correspondente aos valores de k=1,10 e k=1,30.
Logo:
Portanto, o comportamento dos gaps frente aos esforços dielétricos entre fases depende,
principalmente, dos seguintes parâmetros:
- Amplitude e forma das ondas de tensão do surto de manobra de polaridade positiva
e negativa;
- Deslocamento relativo entre as cristas das duas ondas;
- Geometria dos eletrodos que constituem o gap.
que podem ser aproximadas, para fins de estudo, em duas configurações básicas: haste-haste e
anel-anel.
A distância d = 5,20m será adotada como mínima fase-fase o que representa um certo grau
de conservadorismo visto a configuração haste-haste, pura, não existir na subestação.
Outro item que deve ser cuidadosamente analisado para a definição do arranjo físico de
subestações, visando a redução de custos, é a forma de realização das conexões entre os componentes
(equipamentos) do sistema, otimizando o número e tipo de isoladores de pedestal, e por conseqüência o
número de estruturas de suporte necessárias, uma vez que o número de componentes básicos do
sistema são definidos pelo esquema de manobra, tais como disjuntores, isoladores, transformadores de
corrente, transformadores de potências e seccionadores.
No arranjo físico ideal, todas as conexões entre componentes são suportados pelos próprios
componentes, ou seja, o número de isoladores de pedestal adicionais e respectivas estruturas suporte
dão a idéia de quão longe de uma arranjo ideal o projeto está. A distância a qual os componentes podem
ser usados como sustentação das conexões depende de quatro fatores:
a) A distância entre os componentes;
b) Seu peso;
c) Peso das conexões;
d) Condições de carregamento (suportabilidade a forças de tração, flexão, etc. dos
equipamentos)
Um dos mais importantes aspectos do arranjo de subestações é a definição das zonas para
manutenção de equipamentos. O arranjo deve ser suficientemente claro para que seja possível a fácil
identificação da interligação dos vários componentes do sistema, de como devem ser isolados, inclusive
fisicamente, dos demais equipamentos energizados e do acesso seguro a este componente.
Dois métodos podem ser usados para a definição das zonas de manutenção; a saber, a
previsão de um afastamento mínimo que permita a realização das atividades de manutenção ou o uso de
barreiras aterradas para limitar a área de manutenção. A escolha entre os métodos deve ser feita
levando-se em consideração o nível de tensão e as distâncias mínimas horizontais e verticais
correspondentes aos níveis de isolamento definidos para a subestação.
Para a definição das distâncias verticais necessárias a manutenção, deve-se levar em
consideração o espaço ocupado pelo equipamento e a necessidade de uma plataforma que permita o
acesso ao mesmo.
O afastamento horizontal deve ser definido considerando-se que o equipamento energizado
mais próximo não deve ficar ao alcance de um homem de estatura média.
Algumas zonas de manutenção são fáceis de definir e sua necessidade é auto-explicativa.
Talvez o caso mais óbvio é o disjuntor, que usualmente requer manutenção mais freqüente que qualquer
outro equipamento. È prática comum isolar o disjuntor para a realização das atividades de manutenção.
Outras zonas de manutenção, tais como isoladores, barras e conexões não são tão claras e pode-se
utilizar métodos alternativos para a definição das zonas de manutenção.
O arranjo físico das subestações deve ser concebido de forma que priorize a segurança
pessoal e das instalações. As instalações de subestações são ambientes naturalmente perigosos.
Noentanto, o risco inerente a atividades da subestação pode ser minimizado se os seguintes itens forem
considerados no seu projeto:
Layout claro: o projeto da subestação deve permitir que o operador possa fazer a
associação imediata dos componentes aos circuitos a qual pertencem. As zonas de manutenção devem
possuir rotas de acesso desobstruídas e de fácil identificação. Arranjos que possuam muitos
cruzamentos de condutores e “mistura de fases” tendem a ser confusos.
A separação das estruturas suporte dos diferentes componentes do pátio de manobra torna
o reconhecimento mais fácil e rápido. Estruturas contínuas formando um suporte comum para vários
equipamentos associados a diferentes circuitos tornam o reconhecimento mais difícil e confuso.
Visibilidade: para permitir trabalho a noite no pátio, deve ser previsto iluminação artificial
com um bom grau de iluminamento em toda a subestação, bem como facilidades para utilização de
iluminção portátil.
Acesso: o acesso principal da subestação deve possuir estradas com largura e capacidade
apropriadas a passagem dos equipamentos. Caso seja necessária a passagem de veículos pela
subestação energizada, devem ser previstas as distâncias de segurança necessárias aos veículos, bem
como para a passagem de pedestres.
DISTÂNCIA BÁSICA
O maior gabarito de veículos foi considerado como sendo o máximo gabarito rodoviário
(5,00) com uma margem adicional de 1,00m.
Com base nos conceitos apresentados, foram definidas as distâncias de projeto adotadas
na padronização da ELETROSUL, as quais transcrevemos as principais nas tabelas a seguir:
¾ Básicas:
¾ Verticais:
¾ Horizontais:
8. ANEXOS
DESENHOS
• Nº - S000 – 205 – 320 – Planta exemplo de aplicação de módulos
• Nº - S092 – 405 – 011 - . Cortes – SE de 500kV
• Nº - S000 – 205 – 321 – Planta exemplo de aplicação de módulos
• Nº - S000 – 200 – 018 – Folha 16/85 – Cortes – Arranjo Físico – Barra Dupla 4
Chaves – 230kV
• Nº - S000 – 205 – 322 – Planta exemplo de aplicação de módulos
• Nº - S000 – 200 – 018 – Folha 17/85 – Cortes – Arranjo Físico – Barra Dupla 4
Chaves – 230kV
9. REFERÊNCIAS