Alimentação Diesel
Alimentação Diesel
Alimentação Diesel
ÍNDICE
CORPO DO MÓDULO
0 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................................0.1
BIBLIOGRAFIA C.1
0 – INTRODUÇÃO
O motor Diesel é hoje cada vez mais utilizado pelos construtores de automóveis ligeiros. De fac-
to, os melhores motores Diesel da actualidade conseguem performances que não ficam aquém
dos melhores motores a gasolina.
Isto deve-se, a uma constante evolução dos motores Diesel, em especial nos últimos anos.
Essa evolução está longe de ter terminado e, tem-se traduzido principalmente no aparecimento
de novos sistemas de alimentação e no desenvolvimento de sistemas já existentes. O grande
desenvolvimento dos sistemas de alimentação Diesel tem-se feito sentir principalmente no circui-
to de injecção de combustível e nos seus componentes.
Por isso, conhecer bem os componentes, a sua função e funcionamento do sistema de alimenta-
ção Diesel é um passo importante para o profissional da mecânica automóvel.
1 – SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO DIESEL
Depósito de combustível.
Filtro de combustível
Tubagens de combustível
Os depósitos de combustível podem ser fabricados em aço de boa qualidade, fibra de vidro,
plástico, etc.
É leve
É resistente à corrosão
O depósito de combustível tem que dispor de uma abertura para permitir a entrada de ar vindo
da atmosfera.
Em muitos depósitos de combustível, existe uma pequena cavidade, colocada por baixo do
chupador, como mostra a figura 1.10. Esta cavidade tem como função reter a água e a sujidade,
embora permita um esvaziamento quase completo do combustível.
A esta cavidade encontra-se ligado um dreno, como mostra a figura 1.11, que permite, de
tempos a tempos, retirar a água e a sujidade que aí se encontrem depositadas.
Quando o chupador entra pela parte superior (Fig.1.12.) ou lateral do depósito de combustível,
ou quando o depósito de combustível se encontra mais baixo que a bomba de injecção de
combustível, é necessário a utilização de uma bomba de alimentação de combustível.
A figura 1.13. mostra um exemplo de um circuito de combustível, onde se pode ver o circuito de
retorno de combustível ao depósito de combustível.
1 – Tubagem de retorno de
combustível.
2 – Bomba de injecção.
3 – Injectores.
4 – Filtro de combustível.
5 – Depósito de combustível.
6 – Tubagem de combustível.
Os cilindros e êmbolos dos elementos de injecção de uma bomba de injecção em linha, são
feitos com uma precisão tão grande, que a folga existente entre eles é de cerca de 1µm (mícron).
Os equipamentos de injecção diesel estão projectados para trabalhar por longos períodos de
tempo, desde que o combustível utilizado seja limpo. No entanto, existem sempre partículas
abrasivas em suspensão no combustível.
Para evitar que essas partículas danifiquem o equipamento de injecção, como se viu atrás, é
sempre necessária a utilização de filtros de combustível.
Fig. 1.18 – Localização do filtro e pré-filtro num sistema com bomba de injecção em linha.
1.1.2.2 – PRÉ-FILTRO DE COMBUSTÍVEL
O pré-filtro pode ter também a função de decantador, ou seja, a função de eliminar a água
existente no combustível.
No filtro duplo em série, os 2 (dois) elementos filtrantes não são iguais, como mostra a figura
1.24.
O combustível entra no primeiro elemento filtrante (normalmente de feltro ou algo similar) que
filtra as partículas de impurezas médias e retêm as partículas de água.
O combustível atravessa os 2 (dois) elementos filtrantes ao mesmo tempo, como mostra a figura
1.25.
Este tipo de concepção de filtro de combustível tem como objectivo duplicar o débito de
combustível que passa pelo filtro, e tem geralmente aplicação em motores de grandes
cilindradas.
Bomba de membrana
Bomba de êmbolo
Bomba de engrenagens
1 – Saída de combustível.
2 – Entrada de combustível.
3 – Válvulas.
4 – Membrana.
5 – Haste da membrana.
O circuito de alta pressão ou circuito de injecção, é o circuito de combustível que vai desde a
bomba de injecção até aos injectores de combustível.
Este circuito de combustível é composto por vários componentes, entre os quais se destacam os
seguintes:
Injectores de combustível
Injectores-bomba
Nota:
A bomba de injecção está tratada no capitulo 2 deste módulo, e os injectores de combustível
estão tratados no capítulo 3.
1.2.1 – TUBAGENS DE COMBUSTÍVEL DE ALTA PRESSÃO
As tubagens de combustível do circuito de alta pressão, são os tubos que ligam a bomba de
injecção aos injectores (tubos dos injectores), como mostra a figura 1.28.
1 – Bomba de injecção
(do tipo distribuidora)
2 – Tubos dos injectores.
3 – Injector.
4 – Válvulas de retenção.
Para evitar a fractura dos tubos dos injectores, causada por vibrações, estes são normalmente
fabricados em aço, sem costura.
As paredes dos tubos dos injectores são muito grossas (com uma espessura elevada), com
curvas de raio bastante largo (não deverá ser inferior a 50 mm).
Os comprimentos e diâmetros internos dos tubos dos injectores são determinados pelo
fabricante.
Os tubos de injectores têm que ser imperativamente aqueles que são indicados pelo fabricante,
tendo que ser rigorosamente correspondentes ao sistema de injecção em que se encontram
montados, e não são intermutáveis (não podem ser usados com uma bomba de injecção
diferente).
Nota:
A disposição dos tubos dos injectores é determinada pela ordem de injecção nos cilindros.
O motor diesel é um motor que funciona sempre com um sistema de injecção de combustível.
Injecção Directa.
Injecção Indirecta.
1 – Câmara de combustão
Nos motores de injecção directa, é criada turbulência no ar no interior do cilindro para melhorar a
mistura do ar com o combustível e melhorar o processo de
combustão.
- A pressão de injecção é muito elevada porque o combustível injectado tem que conseguir
penetrar no ar fortemente comprimindo no interior da câmara de combustão.
- O consumo especifico de combustível é reduzido (menor que na injecção indirecta).
- O arranque do motor a frio é bom.
- O ruído de funcionamento do motor (ao ralenti e a baixo regime de rotação) é grande
(mais barulhento que na injecção indirecta).
- O injector pode estar localizado centralmente em relação à câmara de combustão.
- A combustão processa-se durante um tempo mais curto que na injecção indirecta e, por
isso, de uma forma mais violenta.
Na injecção indirecta com câmara de turbulência, a subida do êmbolo (no interior do cilindro)
no tempo de compressão, faz passar o ar da câmara de combustão principal (câmara formada
pelo espaço compreendido entre a cabeça do motor e a coroa do êmbolo) para a câmara de
turbulência, adquirindo o ar um movimento em turbilhão, como mostra a figura 1.36.
1 – Câmara de turbulência.
2 – Canal de ligação entre a
câmara de turbulência e a
câmara de combustão
principal.
1 – Câmara de turbulência.
2 – Canal de ligação entre a câmara de turbulência e a câmara de combustão
principal.
3 – Injector.
4 – Vela de incandescência.
A – Êmbolo a subir (compressão) .
B – Fluxo de ar para a câmara de turbulência.
C – Fluxo de ar (turbilhão) na câmara de turbulência.
As bombas de injecção ou bombas injectoras, têm como função fornecer combustível sob pressão a
cada um dos injectores.
A bomba de injecção fornece a cada um dos injectores, uma quantidade precisa de combustível, no
instante previsto e durante um tempo determinado.
Bombas em linha
Bombas distribuidoras
A bomba de injecção em linha tem um elemento de alta pressão por cada injector, e logo, tantos
elementos de alta pressão quanto o número de cilindros do motor.
Por exemplo, uma bomba de injecção em linha de um motor diesel de 6 (seis) cilindros, terá 6 (seis)
elementos de injecção, como mostra a figura 2.1.
Um elemento de alta pressão de uma bomba em linha convencional, é composto por um êmbolo
que se desloca com um curso constante, no interior de um cilindro de grande precisão. O
deslocamento do êmbolo é provocado pela rotação de uma came (excêntrico) de comando.
A figura 2.2 , mostra um exemplo de uma bomba de em linha vista de perfil e em corte, podendo-se
ver um elemento de alta pressão.
Fase de enchimento
A figura 2.3 mostra a fase de enchimento do elemento de alta pressão, a figura 2.4 mostra a fase
de inicio de injecção e a figura 2.5 mostra a fase de fim de injecção.
Fig. 2.3 – Fase de enchimento Fig. 2.4 – Fase de início de injecção Fig. 2.5 – Fase de fim de injecção
Os orifícios laterais (1) e (2) do cilindro estão destapados, entrando combustível (gasóleo) por eles
para a câmara superior (A).
Através da ranhura vertical do êmbolo, passa combustível para a câmara inferior (B).
Através da came de comando, o êmbolo sobe e fecha os orifícios laterais (1) e (2) do cilindro ou
camisa. É o início da injecção. O combustível comprimido abre a válvula de retenção e dirige-se em
direcção ao injector.
O êmbolo continua a subir e, logo que a sua rampa helicoidal põe a descoberto o orifício lateral (2)
do cilindro ou camisa, a injecção termina. A pressão baixa bruscamente e a válvula de retenção
desce assentando na sua sede. O combustível existente nas câmaras (A) e (B) retorna para a
bomba de injecção através do orifício lateral (2) do cilindro ou camisa.
O êmbolo continua o seu curso ascendente até ao PMS (ponto morto superior).
A quantidade de combustível injectado, depende do tempo durante o qual o êmbolo tapa o orifício
lateral (2) do cilindro ou camisa (Figura 2.4). Durante esse tempo, o êmbolo percorre o chamado
curso útil do êmbolo.
A figura 2.6, mostra o curso útil do êmbolo (distância entre os pontos (a) e (b)).
Como se pode observar na figura 2.6., o curso útil do êmbolo varia com a rotação do êmbolo em
torno do seu eixo longitudinal. De facto, a variação da orientação do êmbolo segundo o seu eixo
longitudinal, faz variar o momento do fim de injecção que é determinado pelo momento em que a
rampa helicoidal destapa o orifício lateral da camisa ou cilindro.
Assim, conforme a orientação do êmbolo segundo o seu eixo longitudinal, tem-se diferentes
situações de débito de combustível injectado:
Fig. 2.7– Débito máximo Fig. 2.8– Débito médio Fig. 2.9– Ralenti Fig. 2.10– Posição de paragem
Nota:
Na posição de paragem (Figura 2.10), a ranhura vertical do êmbolo do elemento de alta pressão
está alinhada com o orifício lateral (2) (figura 2.4) da camisa ou cilindro, e por isso não é possível
haver injecção de combustível. É a posição de paragem.
Estas bombas injectoras eram inicialmente totalmente mecânicas, tendo sido melhoradas ao longo
do tempo com a adição de sensores eléctricos (potenciómetros) e de actuadores eléctricos ou
pneumáticos (solenóides e diafragmas).
Actualmente existem bombas de injecção tipo distribuidoras que funcionam totalmente por meio de
controlo electrónico.
Devido à sua forma de construção compacta (bastante mais compactas que as bombas de injecção
em linha), as bombas injectoras distribuidoras são particularmente indicadas para os pequenos
motores Diesel usados nos veículos automóveis de passageiros e comerciais ligeiros.
A figura 2.12 mostra alguns exemplos de bombas de injecção tipo distribuidoras.
Ao contrário das bombas de injecção em linha, que têm um elemento para cada cilindro do motor, a
bomba de injecção do tipo distribuidora tem um único elemento de alta pressão.
A bomba de injecção do tipo distribuidora é accionada pelo motor do veículo por intermédio de
carretos e uma corrente ou por intermédio de carretos e uma correia dentada, conforme o tipo de
motor.
Vamos ver como exemplo, uma bomba do tipo distribuidora DPS (Lucas). Notar que existem
pequenas variações dentro das bombas DPS (Lucas).
A bomba de injecção tipo distribuidora DPS (Lucas) é normalmente utilizada em motores Diesel de
pequenas e médias cilindradas.
O circuito de combustível (gasóleo) da bomba de injecção DPS (Lucas) é controlado por válvulas
mecânicas e electromagnéticas.
A figura 2.13 mostra um exemplo típico de um circuito de combustível com a utilização de uma
bomba de injecção DPS (Lucas).
O dispositivo manual de ferrar (9b) tem como função permitir que qualquer ar
atmosférico preso no circuito de alimentação de combustível possa ser sangrado
antes de se pôr o motor a trabalhar.
O combustível que passa pela válvula dosificadora (5) sofre uma queda de pres-
são, passando da pressão de transferência (B) para um valor de pressão com o
nome de pressão de doseamento (C).
O combustível depois de passar pela válvula dosificadora (5), entra no rotor distri-
buidor à pressão de doseamento (C). Através de um sistema de orifícios, ressaltos
e êmbolos de bombagem, o combustível é bombado à pressão de injecção (A)
para cada um dos injectores (17) em sequência.
A pressão (F) do corpo da bomba de injecção (20) pode ser mantida através da
válvula reguladora de pressão (1). Esta válvula alivia a pressão em excesso den-
tro do corpo da bomba de injecção (20) e devolve o combustível de retorno (G)
directamente para o depósito de combustível (2).
A figura 2.14, mostra um exemplo de uma bomba deste tipo em corte, com os seus principais
componentes representados.
O combustível (gasóleo) após passar pelo filtro, chega à bomba de transferência à pressão de
alimentação. Na bomba de transferência, a pressão do combustível é aumentada até um nível
chamado pressão de transferência.
A bomba de transferência é uma bomba de palhetas, que é formada por um rotor, uma camisa
excêntrica e por palhetas deslizantes, como mostra a figura 2.15.
Bomba de transferência:
9. Camisa excêntrica
10. Palhetas deslizantes
11. Rotor da bomba de transferência
12. Rotor distribuidor
13. Anel vedante (de borracha)
A válvula de regulação da pressão de transferência tem como função permitir que o aumento da
pressão de transferência seja proporcional ao aumento da velocidade da bomba de injecção.
Fig. 2.18 – Válvula de regulação da pressão de transferência nas posições de montada e desmontada
A figura 2.19 mostra um exemplo do circuito de combustível da bomba de injecção (apenas a parte
da bomba de injecção), que ajuda a compreender a explicação do funcionamento da válvula de
regulação da pressão de transferência.
1. Válvula de regulação da pressão de transferência; 2. Válvula de descarga da pressão de transferência; 3. Válvula
de trinco; 4. Electroválvula de corte; 5. Válvula dosificadora; 6. Válvula reguladora de pressão; 7. Válvula de ralenti
frio; 8. Válvula servo de avanço; 9. Válvula de excesso de combustível no arranque; 10. Injector; 11. Bomba de trans-
ferência (de palhetas); 12. Dispositivo de avanço da injecção; 13. Patim e rolete de came; 14. Êmbolos de bombagem
A
figura 2.20, mostra o funcionamento de uma válvula de regulação da pressão de transferência. A
válvula representada na figura 2.20 é ligeiramente diferente da válvulas representadas nas figuras
2.16 e 2.18.
1. Bomba de transferência (de palhetas); 2. Válvula de regulação da pressão de transferência; 3. Êmbolo de regulação; 4.
Mola; 5. Mola de retenção ou reguladora; 6. Elemento da válvula de descarga de pressão de transferência; 7. Mola de com-
pressão; 8. Furo limitador de passagem; 9. Filtro de malha grossa (de nylon)
O combustível (gasóleo) entra na válvula pela parte de cima desta, à pressão de alimentação. O
combustível passa então para a bomba de transferência (bomba de palhetas) que aumenta a
pressão para a chamada pressão de transferência.
À medida que a pressão de transferência aumenta com a velocidade de rotação do motor, passa
combustível da bomba de transferência de novo para a válvula pela sua parte inferior.
Este combustível que entra na válvula, provoca a subida do êmbolo de regulação (3). O êmbolo de
regulação (3) no seu movimento ascendente, vai gradualmente destapando uns orifícios laterais da
válvula, permitindo a passagem de combustível de volta à bomba de transferência.
A área dos orifícios laterais que se encontra aberta, depende da posição do êmbolo de regulação
(3), permitindo-se assim um fluxo controlado de combustível de volta à bomba de transferência.
Assim, no limite superior da velocidade da bomba, o êmbolo de regulação (3) encosta ao parafuso e
a pressão de transferência aumenta até um ponto em que abre a válvula de descarga de pressão.
Nesta altura a pressão de transferência não sobe mais.
A válvula de descarga de pressão tem como função limitar a pressão de transferência máxima. A
válvula de descarga é constituída por um êmbolo e uma mola no interior de uma peça roscada como
se vê na figura 2.20. Acima de um valor de pressão de transferência pré-definido, a pressão de
transferência que actua sobre o êmbolo é descarregada à medida que é aberto um orifício de
comunicação.
Quando o motor está parado, a bomba de injecção DPS (Lucas) pode ser sangrada através da
A bomba de injecção DPS está equipada com uma electroválvula de corte de combustível que é
utilizada para parar o motor.
1. Solenóide
2. Vedante (O-ring)
3. Mola
4. Induzido
5. Válvula
No arranque do motor, quando a electroválvula é activada (recebe corrente eléctrica), o induzido (4)
levanta a válvula (5) contra a força da mola (3) e permite que o combustível à pressão de
transferência passe para a válvula dosificadora.
Quando o solenóide (1) é desactivado (é cortado o abastecimento de corrente eléctrica), a mola (3)
devolve a válvula (5) ao seu assento não permitindo a passagem de combustível. Estando o circuito
da válvula interrompido, o motor pára porque é cortado o fornecimento de combustível.
A válvula de trinco de pressão diferencial, é uma válvula carregada por uma mola com um furo
central, montada num corpo roscado que também pode segurar a cabeça hidráulica à carcaça da
bomba de injecção.
Esta válvula funciona por diferenças de pressão, só abrindo quando a diferença de pressão é
superior à tensão da mola no seu interior.
1 .
Elemento da válvula; 2. Orifícios de restrição de passagem; 3. Mola de compressão; 4. Filtro de rede; 5. Bomba de
transferência; C. Para a válvula de excesso de combustível de arranque e válvula de manutenção de avanço; D. Para
o dispositivo de avanço; E. Para o interior da bomba de injecção
Combustível à pressão de transferência (enviado pela bomba de transferência (5)), passa através
dos dois orifícios de restrição de passagem (2) para a câmara da mola de compressão (3) e para o
interior da bomba (E). Entre estes dois orifícios e na câmara da mola de compressão (3) existe uma
pressão intermédia que em conjunto com a carga da mola de compressão (3) mantém a válvula de
trinco fechada.
Quando a velocidade de rotação do motor aumenta (Figura 2.23 – situação II), a pressão de
transferência (que aumenta em função da velocidade de rotação do motor) aumenta também,
vencendo a tensão da mola de compressão (3) e a válvula de trinco começa a abrir.
O orifício (2) que está localizado no elemento da válvula de trinco (1) é tapado pelo deslocamento
deste, a pressão intermédia existente na câmra da mola de compressão (3) baixa para o valor da
pressão no interior da bomba (E) e a válvula de trinco abre rapidamente.
A válvula de trinco mantém-se aberta enquanto o motor estiver a trabalhar e só fecha quando o
motor pára.
Nota:
A afinação de fábrica desta válvula, nunca deverá ser alterada. Qualquer alteração implicaria a
remoção da bomba de injecção e a sua afinação em banco de ensaio.
A válvula dosificadora, tem um rasgo longitudinal (3) que passa em frente de um furo que tem
ligação através de canais (4) com o rotor distribuidor.
A válvula gira por meio de um sistema articulado, como mostra a figura 2.25.
1. Válvula dosificadora
2. Gancho
3. Rasgo longitudinal
4. Canais de passagem de combustível
5. Alavanca de controlo
A. Combustível para o rotor distribuidor
B. Passagem variável de combustível
O elemento de alta pressão é composto por dois êmbolos que se deslocam radialmente no interior
do rotor distribuidor.
Cada um dos dois êmbolos do elemento de alta pressão, é accionado por um conjunto patim/rolete
que roda no interior de um anel de excêntricos, como mostra a figura 2.28.
Na formação da alta pressão, ou seja, da pressão de injecção podemos considerar duas fases:
O combustível que se encontra entre os dois êmbolos provoca o afastamento dos mesmos, como
mostra a figura 2.26. O deslocamento dos êmbolos depende da quantidade de combustível que
pode penetrar dentro do rotor distribuidor durante o tempo em que o canal da cabeça hidráulica e os
canais de entrada do rotor distribuidor se encontram alinhados. Os canais de entrada do rotor
distribuidor formam uma cruz.
2) INJECÇÃO DO COMBUSTÍVEL.
1. Anel de excêntricos
2. Rolete
3. Patim do rolete
4. Êmbolo do elemento de alta pressão
5. Rotor distribuidor
6. Injector de combustível
O injector é o órgão que recebe o combustível enviado pela bomba de injecção e o introduz
pulverizando-o no interior da câmara de combustão (injecção directa) ou pré-câmara de
combustão (injecção indirecta), conforme o caso.
O injector funciona como uma válvula de alta precisão, que abre automaticamente sob a alta
pressão produzida pela bomba de injecção.
A pulverização do combustível deverá ser de modo a este se poder espalhar facilmente por toda
a massa de ar existente na câmara ou pré-câmara de combustão, criando boas condições para
que se dê a sua inflamação e uma combustão tão completa quanto possível.
1) O bico-injector.
Porta-injector:
1 – Tampão do porta-injector.
2 – Saída de retorno de combustível.
3 – Tampa da mola de compressão.
4 – Mola de compressão.
5 – Entrada de alimentação de
combustível.
7 – Porca de fechamento.
9 – Haste de pressão.
Bico-injector:
6 – Agulha.
8 – Corpo do bico-injector.
O bico-injector é constituído pelo corpo do bico-injector (8) e pela agulha (6). Estes dois
componentes são considerados como um conjunto único (estão acasalados), não podendo
ser separados (se for necessário substituir a agulha, o bico-injector terá que ser também
substituído e, vice-versa).
O corpo do bico-injector (1) além de um furo central segundo o seu eixo longitudinal onde se
aloja a agulha (2), tem uma conduta anelar (4) ligada a uma galeria (5) por um ou mais
canais de alimentação (6).
Na parte terminal do corpo do bico-injector existem um ou mais orifícios (3) através dos
quais é feita a pulverização do combustível.
Na parte mais profunda da galeria (5) encontra-se a sede (7) onde se apoia o cone de
vedação (8) da agulha cónica (2). O cone de vedação (8) estabelece uma vedação à
passagem do combustível para os orifícios de pulverização (3). Além do cone de vedação
(8) que se apoia na sede (7), a agulha (2) dispõe ainda de um cone de ataque (9), de uma
ponta de pressão (10) e de uma parte cilíndrica que se ajusta com grande precisão ao furo
central do corpo do bico-injector (embora se desloque livremente nele).
1 – Corpo do bico-injector.
2 – Agulha (parte cilíndrica).
3 – Orifícios de pulverização.
4 – Conduta anelar.
5 – Galeria.
6 – Canais de alimentação.
7 – Sede.
8 – Cone de vedação.
9 – Cone de ataque.
10 – Ponta de pressão.
1 – Mola de compressão
2 – Agulha.
3 – Entrada de combustível.
4 – Saídas de retorno de combustível.
Observando-se a figura 3.7, verifica-se que o injector de atarraxar possui uma rosca externa na
zona inferior da porca de fechamento do injector (8).
O injector de atarraxar possui também o assento de mola e haste de pressão (5), o prato de
adaptação (6), o bico-injector (7) e a porca de fechamento (8) que segura o bico-injector (7).
O formato da porca de fechamento do injector de atarraxar pode variar de acordo com o tipo de
aplicação do injector. A figura 3.10. mostra dois tipos de formatos diferentes.
Notar a diferença (indicada pelas setas) com que os bicos-injectores saem para fora da porca de
fechamento.
O injector de mola de compressão em cima, como mostra a figura 3.11, tem a mola de
compressão colocada na extremidade superior do injector.
A pré-carga da mola de compressão e assim a pressão de abertura do injector, é regulada por
meio da tampa da mola de compressão (2). A mola de compressão actua sobre a haste de
pressão (1) que por sua vez exerce uma força sobre a agulha do bico-injector.
1 – Haste de pressão.
2 – Tampa da mola de compressão.
O injector de mola de compressão em baixo, como mostra a figura 3.12, tem a mola de
compressão colocada muito mais em baixo.
A mola de compressão actua sobre a agulha através de um assento de mola (2) com uma
forma especial, mantido em posição por um prato de adaptação (1). A pressão de abertura
deste tipo de injector é regulada por meio de anilhas colocadas entre a mola de compressão e
o seu assento (1).
Sendo a mola de compressão posicionada em baixo, perto da agulha, torna-se desnecessária
a haste de pressão para abrir o injector.
1 – Prato de adaptação
2 – Assento da mola de compressão.
1 – Mola de compressão.
2 – Entrada de alimentação de
combustível.
3 – Canais de alimentação.
4 – Galeria.
5 – Agulha.
6 – Haste de pressão.
1 – Cone de vedação.
2 – Cone de ataque.
3 – Sede.
4 – Orifício de pulverização.
5 – Orifício de pulverização.
Uma vez abertos os orifícios de pulverização, com a saída de combustível pelos mesmos dá-se
uma diminuição brusca de pressão na galeria. Esta queda de pressão na galeria e a acção da
mola de compressão provocam o fecho dos orifícios de pulverização.
Uma vez terminado o envio de combustível, pela bomba de injecção, o injector fechar-se-à
mantendo-se fechado até que, num novo ciclo de bombagem, a bomba de injecção envie mais
combustível sob pressão.
Observe-se a figura 3.15. Apesar de existir um ajustamento perfeito entre a parte cilíndrica da
agulha e o furo central dos corpos do bico-injector e do porta-injector, existe sempre uma
pequena fuga entre eles. Esta fuga de combustível é desejável dentro de certos limites pois com
ela é feita a lubrificação das partes móveis do injector.
O combustível resultante desta fuga é enviado para o circuito de retorno de combustível através
da saída de combustível de retorno (1) existente no porta-injector.
A lubrificação do injector é feita pelo combustível que passa pela agulha (4) e haste de pressão
(3), através da câmara da mola de compressão (2), para a saída de retorno de combustível (1) e
depois para o filtro ou para o depósito de combustível.
Á medida que a pressão de bombagem sobe, a tensão na mola de compressão (4) (mola
primária) é superada e a agulha do bico-injector sobe. A agulha sobe juntamente com o assento
(5) da mola de compressão (4) (mola primária) e a haste de pressão (3), até que esta última fique
encostada ao assento (2) da mola de compressão (1) (mola secundária). Durante esta fase, o
injector injecta uma pequena quantidade de combustível.
Com a continuação do aumento da pressão de bombagem, a tensão da mola de compressão (1)
(mola secundária) é superada e a agulha sobe para a posição de totalmente elevada, permitindo
assim a injecção principal de combustível (com maior quantidade de combustível).
O gráfico 3.1 representa a variação da elevação da agulha do bico-injector em função do tempo.
Graf.3.1 – Variação da elevação da agulha com o tempo num injector de duas fases.
Com uma determinada pressão de bombagem, a agulha do bico-injector sobe até uma posição
intermédia (posição 1), chamada posição de pré-elevação e aí pára. Quando a pressão de
bombagem sobe para um valor muito mais elevado, a agulha do bico-injector sobe para a
posição de elevação total (posição 2).
Existem essencialmente 2 (dois) tipos de injectores, conforme o tipo de bico dos mesmos.
Fig. 3.17 – Injectores do tipo com Fig. 3.18 – Injectores do tipo com furos
furos ou orifícios. ou orifícios.
Fig. 3.20 – Injectores do tipo com furos Fig .3.21 – Injectores do tipo com furos
ou orifícios de haste longa. ou orifícios de haste curta.
Ambos os injectores (de haste longa e de haste curta) funcionam de maneira idêntica.
No injector de haste longa (Fig.3.20), a haste é longa mas de pequeno diâmetro. Este injector é
utilizado em motores diesel modernos de injecção directa que necessitam de um injector com um
diâmetro de haste pequeno.
O injector de haste longa (Fig.3.20), permite espaço para válvulas de escape e de admissão
maiores e passagens de arrefecimento do motor. É mais fácil criar boas condições de
arrefecimento do bico do injector.
Os injectores do tipo com mama são também denominados injectores com bicos providos de
agulha com espiga.
Nestes injectores a agulha é prolongada formando uma mama ou uma espiga, que sai de um
furo central no corpo do bico-injector, como mostra a figura 3.22.
Mama
Nos injectores do tipo com mama, consideram-se normalmente 3 (três) tipos diferentes:
Neste tipo de injector a mama ou espiga faz sobressair ligeiramente a ponta do bico-injector.
O formato e comprimento da mama ou espiga varia de caso para caso, dependendo das
características de pulverização desejadas. O formato da mama pode variar entre o cilíndrico e o
bicónico.
A figura 3.23 mostra um exemplo de um injector com mama de formato cilíndrico nas posições de
aberto e fechado.
Tal como os injectores do tipo com furos ou orifícios, nos injectores do tipo com mama, podem-se
considerar os injectores de haste longa (Fig.3.25) e os injectores de haste curta (Fig.3.26).
Ambos os injectores (de haste longa e de haste curta) funcionam de maneira idêntica.
A mama ou espiga deste tipo de injector tem um formato especial, com o objectivo de produzir a
injecção em duas fases. Primeiro uma pré-injecção num pequeno jacto e a seguir uma
injecção principal num jacto forte, como mostra a figura 3.27.
Fig. 3.27 – Funcionamento do injector do tipo com mama estranguladora.
Este tipo de injecção em duas fases, destina-se por um lado a regularizar o funcionamento do
motor no regime de ralenti e por outro, a diminuir a intensidade da batida característica do motor
diesel (a pressão no interior da câmara de combustão aumenta de forma mais progressiva).
Este injector dispõe de uma mama ou espiga normal, mas incorpora um furo de pulverização
auxiliar, como indica a seta da figura 3.28.
Fig. 3.28 – Injector do tipo com mama com orifício auxiliar de pulverização (Pintaux).
O posicionamento lateral do orifício auxiliar, permite que a pulverização auxiliar seja dirigida na
direcção da vela de pré-aquecimento, o que facilita a inflamação do combustível no arranque do
motor a frio.
Como o orifício auxiliar de pulverização tem um diâmetro pequeno, a sua existência não afecta
praticamente os regimes normais de funcionamento do motor.
Este tipo de injector permite em determinados motores, uma melhor refrigeração e um maior
espaço disponível para as válvulas de admissão e de escape. Por este facto, este tipo de injector
é normalmente utilizado em motores de injecção directa.
O injector tipo lápis é normalmente um injector com vários furos ou orifícios de pulverização.
1 – Mola de compressão.
2 – Agulha.
3 – Saída de retorno de combustível.
4 – Batente da agulha.
5 – Entrada de combustível
Nos motores diesel, os injectores encontram-se fixados à cabeça do motor por 2 (dois) processos
distintos.
2) Fixação directamente na cabeça do motor através de uma rosca, como mostra a figura
3.31.
Para desarmar injectores deste tipo, são normalmente seguidos os seguintes procedimentos:
1) Antes de se desarmar o injector, lavar o mesmo exteriormente para eliminar a sujidade que
sobre ele esteja depositada.
Colocar o injector sobre o suporte próprio de desarmar, com os furos da flange do porta-injector
metidos nos pinos (1) e (3), com o bico-injector voltado para baixo e o tampão do porta-injector
(2) voltado para cima.
1 – Pino
2 – Tampão do porta-injector.
3 – Pino.
3) Com uma chave adequada, desapertar e retirar o tampão do porta-injector (2). Retirar também
a anilha de vedação.
Nota:
Na falta de um suporte próprio em oficina para desarmar injectores, poderão os mesmos ser
desarmados em torno de bancada usando mordentes de cobre ou alumínio.
4) Observe-se a figura 3.49 Com uma chave adequada, retirar a tampa da mola de compressão
(1), descomprimindo assim a mola de compressão.
1 – Tampa da mola de
compressão.
2 – Espigas de localização.
5) Após retirado o tampão do porta-injector (5), a anilha de vedação (4) e tampa da mola de
compressão (3), retirar a mola de compressão (2) e a haste de pressão (1), como mostra a figura
3.50.
1 – Haste de pressão.
2 – Mola de compressão.
3 – Tampa da mola de
compressão.
4 – Anilha de vedação.
5 – Tampão do porta-injector.
6) Virar o corpo do porta-injector ao contrário no suporte próprio de desarmar. Com uma chave
adequada, desapertar e retirar a porca de fechamento (9) e retirar para fora o bico-injector
(7) e a anilha anti-deslizante (8) (caso esteja montada), como mostra a figura 3.51.
6 – Porta-injector.
7 – Bico-injector.
8 – Anilha anti-deslizante.
9 – Porca de fechamento.
Fig. 3.51 – Componentes do injector retirados.
Para desarmar injectores deste tipo, são normalmente seguidos os seguintes procedimentos:
1) Antes de se desarmar o injector, lavar o mesmo exteriormente para eliminar a sujidade que
sobre ele esteja depositada.
3) Acoplar o adaptador seleccionado ao injector, nos dois entalhes lisos trabalhados no corpo do
porta-injector, para o efeito.
4) Observe-se a figura 3.54. Colocar ao mesmo tempo, o adaptador seleccionado (3) e o injector
(com o bico-injector virado para cima), no suporte próprio de desarmar, regulando os dois
grampos de fixação (1) para permitir que o adaptador entre a deslizar com suavidade.
Com uma chave adequada, apertar os grampos de fixação (1) com os parafusos (2).
1 – Grampos de fixação.
2 – Parafusos.
3 – Adaptador.
4 – Porca de fechamento
6) Retirar o injector do suporte próprio de desarmar. Com este tipo de injector, o desarme final
dos seus componentes deverá ser realizado por cima de um tabuleiro, pois os componentes
podem cair com facilidade ao retirar-se o injector.
1 – Porca de fechamento.
2 – Bico-injector.
3 – Espaçador.
4 – Assento inferior da mola de
compressão.
6 – Porta-injector.
7 – Anilha.
8 – Adaptador de entrada de
combustível.
9 – Assento inferior da mola de
compressão.
9) Colocar todos os componentes do injector num tabuleiro, pela ordem de desmontagem, como
mostra a figura 3.57.
1 – Porca de fechamento.
2 – Bico-injector.
3 – Espaçador.
4 – Assento inferior da mola de
compressão.
6 – Porta-injector.
7 – Anilha.
8 – Adaptador de entrada de
combustível.
9 – Assento inferior da mola de
compressão.
Para armar injectores deste tipo, são normalmente seguidos os seguintes procedimentos:
1) Observe-se a figura 3.58. Colocar o bico-injector (3) sobre as espigas de localização (2) do
corpo do porta-injector (1), montar a anilha anti-deslizante (4) (deverá ser nova) e enroscar à
mão a porca de fechamento (5).
Montar no interior do porta-injector (1) por esta ordem, a haste de pressão (6), a mola de
compressão (7), a tampa da mola de compressão (8) e a anilha (9) (deverá ser nova).
1 – Porta-injector.
2 – Espigas de localização.
3 – Bico-injector.
4 – Anilha anti-deslizante.
5 – Porca de fechamento
6 – Haste de pressão.
7 – Mola de compressão.
8 – Tampa da mola de
compressão.
9 – Anilha.
10 – Tampão do porta-
injector.
Com uma chave adequada, apertar a porca de fechamento (1) e o tampão do porta-injector
(2), com o binário de aperto recomendado pelo fabricante.
1 – Porca de fechamento.
2 – Tampão do porta-injector.
Para armar injectores deste tipo, são normalmente seguidos os seguintes procedimentos:
1) Observe-se a figura 3.60. Colocar as anilhas de altura (9) no fundo da câmara da mola de
compressão (5) no interior do porta-injector (6).
Montar a mola de compressão (5), seguida pelo assento da mola de compressão (4) e pelo
prato adaptador (3). Deve-se assegurar que as espigas de localização ficam correctamente
posicionadas nos seus respectivos furos no corpo do porta-injector.
Montar a anilha (7) (deverá ser nova) e a entrada de combustível (8), enroscando-a à mão ao
porta-injector (6).
1 – Porca de fechamento.
2 – Bico-injector.
3 – Prato adaptador.
4 – Assento da mola de compressão.
5 – Mola de compressão.
6 – Porta-injector.
7 – Anilha.
8 – Entrada de combustível.
9 – Anilhas de altura.
3) Observe-se a figura 3.62. Colocar ao mesmo tempo, o adaptador seleccionado (3) e o injector
(com o bico-injector virado para cima), no suporte próprio de armar, regulando os dois
grampos de fixação (1) para permitir que o adaptador entre a deslizar com suavidade.
Com uma chave adequada, apertar os grampos de fixação (1) com os parafusos (2)
1 – Grampos de fixação.
2 – Parafusos.
3 – Adaptador.
4 – Porca de fechamento.
4) Com uma chave adequada, apertar a porca de fechamento (4) (Fig.3.62) com o binário de
aperto recomendado pelo fabricante.
5) Com uma chave adequada, apertar a entrada de combustível (não se encontra visível na
figura 3.62.) com o binário de aperto recomendado pelo fabricante.
Quando algum componente tenha carbonilha ou ferrugem difíceis de retirar, esse componente
deverá ser limpo com ar comprimido da rede da oficina e mergulhado em óleo de alta penetração
durante algum tempo, procedendo-se a seguir à sua limpeza.
O canal de alimentação de combustível deverá ser limpo com uma agulha adequada.
3.8.2 – LIMPEZA DE BICOS-INJECTORES
Para proceder à limpeza do bico-injector, este deverá ser primeiro desarmado, como se viu no
sub-capítulo 3.7.1.
As superfícies deverão ficar perfeitamente lisas. Quanto mais lisas e polidas ficarem as
superfícies, maior dificuldade haverá em se depositarem novas acumulações carbonosas.
3) Limpeza da galeria.
Estas agulhas de limpeza são montadas num porta-agulhas, de maneira a que a agulha fique a
sobressair apenas aproximadamente 1,5 mm, como se vê na figura 3.70. Se a agulha de
limpeza sobressair excessivamente poderá não resistir à flexão, podendo dobrar-se ou partir-
se com facilidade.
O diâmetro da agulha de limpeza dos
orifícios de pulverização deverá diferir do
diâmetro do orifício, apenas o suficiente para
que a agulha de limpeza se possa deslocar
livremente no seu interior.
Na falta de tabelas técnicas para o efeito em oficina, desconhecendo-se o diâmetro exacto dos
orifícios de pulverização, a escolha das agulhas de limpeza deverá ser efectuada com o máximo
cuidado e da seguinte forma:
No caso de bicos de injectores do tipo com mama ou espiga, o orifício da mama ou espiga
deverá ser limpo com agulhas de limpeza próprias, fabricadas em latão.
No caso de não ser possível retirar todo o carvão depositado escovando a agulha (com a
escova de arame de latão fino), ou se trate de uma agulha com mama ou espiga, deverá
proceder-se da seguinte forma:
A pressão aplicada deverá ser moderada. Qualquer esforço excessivo sobre a ponta da
agulha poderá dobrá-la, inutilizando-a (causaria um jacto de pulverização de combustível
desviado lateralmente).
Após estas operações, terminar a limpeza da agulha lavando-a e soprando-a.
3.8.3 – INSPECÇÃO DE BICOS-INJECTORES
Depois de limpo o bico-injector, deverá efectuar-se uma meticulosa inspecção do estado em que
os seus componentes (corpo do bico-injector e agulha) se encontram.
Esta inspecção tem como objectivo, determinar se estes componentes necessitam ou não ser
reparados ou substituídos.
1 – Face de contacto.
2 – Face de contacto.
3 – Canal de entrada de
combustível.
4 – Superfície exterior do corpo
do bico-injector.
5 – Superfície exterior do corpo
do bico-injector.
6 – Galeria.
7 – Sede da agulha.
Nota importante:
Alguns fabricantes, perante a existência de coloração azulada em qualquer parte do bico-injector,
recomendam a substituição imediata do mesmo.
Observar (com a ajuda de uma lupa) o estado da sede da agulha, da galeria e do orifício ou
orifícios de pulverização. Verificar a existência de irregularidades superficiais nos mesmos,
devido a desgaste, a corrosão ou arranhões.
As superfícies normalmente polidas não deverão apresentar-se baças.
Observe-se na tabela 3.1, o aspecto visual de algumas avarias do bico-injector que podem
ser detectadas por inspecção visual e, as suas causas prováveis.
Orifícios de pulverização
Ponta do bico-injector
entupidos, ou avanço excessivo da
partida.
agulha contra o assento,
enfraquecendo desse modo a
ponta do bico-injector.
1 – Ponta de pressão.
2 – Cone de ataque.
3 – Cone de vedação.
4 – Superfície cilíndrica.
5 – Mama ou espiga.
Fig. 3.76 – Agulhas de injector do tipo com furos ou orifícios (figura da esquerda) e
do tipo com mama ou espiga (figura da direita).
Verificar principalmente o estado da superfície polida cilíndrica (4) e do cone de vedação (3),
bem como o estado da mama ou espiga (5) quando a tenha.
A – Agulha danificada
por acção de
impurezas grosseiras.
B – Agulha com
depósitos de limalha de
aço.
C – Agulha danificada
por acção de partículas
agressivas no
carburante.
Fig. 3.78 – Agulhas danificadas
Caso se verifique uma folga demasiado elevada entre a agulha e o corpo do bico injector, ou
uma tendência para a gripagem, o bico-injector (conjunto agulha e corpo do bico injector) deverá
ser substituído.
Quando nas operações de inspecção atrás descritas, não se verificar nenhuma anomalia, deverá
efectuar-se a verificação da folga de levantamento da agulha.
De um modo geral, a folga de levantamento da agulha tem tendência a aumentar com o uso e
reparações sucessivas do injector.
Se a folga de levantamento da agulha for excessiva, pode fazer com que o injector babe.
1) Fixar o bico injector (corpo do bico injector e agulha) voltado para baixo, num torno de
bancada, como mostra a figura 3.81.
4) Com a ajuda de um alicate de pontas, levantar a agulha até que bata numa régua apoiada
sobre o topo do corpo do bico-injector, como mostram as figuras 3.81. e 3.82.
x – Folga de
levantamento
da agulha.
Para verificar a folga de levantamento da agulha com este aparelho deverão seguir-se os
seguintes procedimentos:
1 – Casquilho.
2 – Assento.
3 – Assento.
4 – Assento.
5 – Disco de acerto.
6 – Parafuso.
1 – Mostrador do comparador.
2 – Parafuso lateral.
3 – Parafuso de imobilização do
comparador.
4) Segurar a face do disco de acerto contra o assento (que está no casquilho) e empurrar este
para a frente até que faça contacto com a face do casquilho.
5) Com o parafuso lateral (2) aliviado, deslocar a ponta do comparador de forma a pôr a zero o
ponteiro pequeno (conta voltas) do mostrador do comparador (1). Apertar o parafuso lateral
(2).
7) Meter a agulha do bico-injector no furo e empurrar o bico-injector para a frente até que a face
deste esteja completamente em contacto com a face do casquilho.
8) Ler o valor da folga de levantamento da agulha do bico-injector registada pelo ponteiro do
mostrador do comparador e, verificar se se encontra dentro dos valores limites
especificados na ficha técnica do injector.
Esta inspecção tem como objectivo, determinar se estes componentes necessitam ou não ser
reparados ou substituídos.
Todos os componentes danificados ou que apresentem sinais de desgaste excessivo,
deverão ser substituídos.
- Verificar se as saídas de retorno de combustível (1) e (4) estão danificadas. Caso estejam
danificadas, as mesmas podem ser substituídas.
- Verificar se a haste de pressão está empenada, fazendo-a rolar numa superfície perfeitamente
plana.
- Verificar se a haste de pressão está danificada ou com sinais de desgaste excessivo. Verificar
em especial a extremidade (1) onde a haste encosta à ponta de pressão da agulha do bico-
injector e, a extremidade (2) que é a flange onde a mola de compressão assenta.
- Verificar o estado das arestas dos entalhes lisos trabalhados (1). Não deverão estar
“arredondadas”.
- Verificar o estado da face que está em contacto com a anilha de vedação (2) e (3).
- Verificar o estado da superfície interior que está em contacto com o bico injector.
As fugas de combustível
1 – Manómetro.
2 – Depósito de combustível de
ensaio.
3 – Injector a ensaiar.
4 – Manípulo para ligar e
desligar o manómetro.
5 – Bomba.
6 – Alavanca para accionar a
bomba.
O combustível utilizado no ensaio de injectores poderá ser o gasóleo ou óleo próprio para
ensaio.
Nota:
Para se operar a máquina de ensaio deverá consultar-se sempre o manual do fabricante da
mesma.
1) Encher o depósito de combustível da maquina de ensaio com gasóleo ou óleo de ensaio bem
limpos.
4) Montar o injector a ensaiar, na máquina de ensaio. O injector deverá ser montado de maneira
a que o jacto de combustível seja projectado para dentro de um recipiente que receba
combustível e nunca na direcção do operador.
1) Ligar o manómetro.
Nota:
No caso em que foi montado um bico-injector novo ou uma mola de compressão nova, a pressão
de abertura do injector deverá ser regulada para um valor ligeiramente superior ao normal. Isto
para, compensar uma queda natural de tensão da mola de compressão durante o uso do injector,
devido ao ajustamento progressivo do assentamento da mola de compressão sobre o injector.
A tabela 3.2 mostra os valores de pressão a mais sobre a pressão normal de abertura do injector,
a que se regula o injector quando foram montados componentes novos. Estes valores servem
apenas de orientação.
Bico-injector 5 bar
Tabela 3.2
1) Mantendo o manómetro ligado, limpar com cuidado todo o injector de modo a que todo ele
fique o mais seco possível.
1) Com o manómetro desligado, accionar a bomba por meio da alavanca manual, a uma
cadência de cerca de 60 a 90 impulsos por minuto.
A figura 3.99 , mostra o exemplo da pulverização registada no ensaio de um injector do tipo com
mama com orificios auxiliares de pulverização (Pintaux).
Nota:
Nos injectores do tipo com mama ou espiga estranguladora e nos injectores de pequeno
formato, a cadência de accionamento da bomba deverá ser bastante rápida, pois só assim
se poderá observar eficazmente o modo como se efectua a pulverização e ouvir o silvo
metálico característico. Nos injectores do tipo com mama ou espiga estranguladora, o silvo
metálico é sempre atenuado.
NOTA IMPORTANTE:
O operador nunca deverá colocar qualquer parte do corpo (inclusive as mãos) em frente do
bico-injector de um injector quando este possa emitir injecções.
BIBLIOGRAFIA
EI – Injectores
CEPRA