Freios
Freios
Freios
EIXO TEMÁTICO
SISTEMAS DE FREIOS
Prof. Widomar P. Carpes Jr., Dr.Eng.
Prof. Cláudio Roberto Losekann, Dr.Eng.
Florianópolis, setembro de 2003
SUMÁRIO
1.Introdução __________________________________________________ 2
2. Sistemas de Freios __________________________________________ 3
2.1 Freio Mecânico 3
2.2 Freio Hidráulico 4
2.3 Freio a Ar Comprimido 5
2.4 Freio Servoassistido ou “Hidrovácuo” 6
2.5 Sistema ABS 6
2.6 Freio Motor 8
3. Tipos Construtivos de Sistemas de Freios _______________________ 8
3.1 Freio a Tambor 8
3.2 Freio a Disco 10
3.3 Componentes do Sistema de Freio 12
4. Materiais de Atrito ou Fricção _________________________________ 18
4.1 Tipos de Materiais de Atrito ou Fricção 18
4.2 Formas Comerciais de Materiais de Atrito ou Fricção 18
4.3 Características dos Materiais de Atrito ou Fricção 20
5. Falhas e Cuidados de Manutenção _____________________________ 22
5.1 Falhas Relacionadas ao Reservatório de Fluido de Freio 22
5.2 Problemas com o Fluido de Freio 23
5.3 Problemas com Pastilhas e Lonas 24
5.4 Problemas no Disco 25
5.5 Problemas no Tambor 26
5.6 Regulagem do Freio a Tambor 29
5.7 Sangria do Sistema de Freio Hidráulico 30
5.8 Manutenção do Sistema ABS 31
6. Utilização do Sistema de Freio ________________________________ 33
7. Referências Bibliográficas ____________________________________ 35
Anexo 1 – Conceitos ___________________________________________ 36
1
1 INTRODUÇÃO
A sapata de freio já não exerce pressão sobre a roda, como nas carroças,
mas sobre um tambor solidário a cada uma das rodas. As sapatas ficam
dispostas simetricamente, dentro do tambor, e são revestidas por uma
substância que oferece alta resistência ao calor e à fricção. Essa substância é
semelhante a utilizada no disco da embreagem.
2
produção de calor, devida ao atrito das sapatas, se distribua por maior
superfície e não provoque a fusão ou destruição do material que as reveste.
O sistema de freio deve ser bem dimensionado para não haver falhas
durante sua utilização, além de possibilitar a frenagem na menor distância e
com a maior segurança possível. Por isso, a manutenção dos freios é
extremamente importante.
2. Sistemas de Freio
3
de duas formas: quando se estaciona numa colina e o carro se movimenta ou
quando se tenta andar com o freio de mão puxado e o veículo se movimento
sem muito esforço. No caso do freio de mão apresentar problemas, não se
deve evitar puxar a alavanca em excesso, pois isso pode ocasionar o
rompimento do cabo ou até a ovalização do tambor. Neste caso, a melhor
solução, até que o problema seja solucionado, é estacionar com as rodas
viradas e próximas ao meio-fio, além de engrenar a primeira marcha.
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Uma modalidade de freio a ar é o freio de estacionamento. Ele funcionado
da seguinte forma: está desaplicado quando a pressão de ar contido no interior
de uma câmara mantém a mola de frenagem flexionada, deixando o veículo em
condição de marcha. Está aplicado quando a pressão de ar é descarregada
para a atmosfera, permitindo a expansão da mola de frenagem, que atuará
através de um mecanismo nas sapatas e tambores de freio. O comando para a
aplicação e desaplicação do freio de estacionamento e emergência é feito pela
válvula de estacionamento, que fica instalada no painel do veículo.
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(em cada roda existe um), uma unidade de comando eletrônico digital
(módulo), acoplado a um comando hidráulico para os circuitos de freios.
Figura 4 – Desenho esquemático do sistema ABS.
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escórias e materiais estranhos em sua composição, o que compromete seu
desempenho e vida útil.
Os tambores usados devem ser reusinados periodicamente. Trincas,
fissuras térmicas e sulcos devem ser removidos por usinagem, toda vez que
sejam sensíveis ao tato. Tambores em mal estado abreviam sobremaneira a
vida útil das lonas. Por outro lado, os tambores só devem ser usinados até o
limite de segurança recomendado pelos fabricantes, em termos de espessura
da parede do tambor.
Até o momento da montagem no veículo, deve-se evitar a exposição
direta a agentes deformadores, oxidantes ou gordurosos. Sua limpeza deve ser
feita preferencialmente com álcool industrial.
Não é recomendada a utilização de tambores com sulcos, com trincas,
excessivamente finos, partidos, ovalizados, com superfícies onduladas, com
pontos duros, conificados ou fora de centro.
A utilização normal do sistema de freio sempre leva a um desgaste na
pista de atrito do tambor. Todavia, a cada vez que seja sensível ao tato o
desgaste da superfície dos tambores, é recomendável que se usine a pista de
atrito. Procedendo desta forma, mantém-se a pista de atrito o mais uniforme
possível. Com isso, o desempenho do sistema será otimizado.
As lonas são produzidas em diversas espessuras para uma mesma
referência ou modelo. Estas diferentes espessuras são utilizadas conforme o
aumento do diâmetro do tambor, em conseqüência do desgaste.
Para saber corretamente qual espessura a ser utilizada no tambor
usinado, é necessário saber o seu diâmetro após a usinagem. De maneira
bastante simples, pode-se medir o diâmetro interno dos tambores com um
paquímetro.
As lonas de freio que equipam a grande maioria dos eixos traseiros dos
automóveis têm seu atrito calculado, levando-se em conta a relação da área de
atrito entre lonas e tambor, o peso, a potência e a utilização a qual se destina o
veículo.
Caso seja efetuada a substituição das lonas por outras sem o mesmo
coeficiente de atrito, a frenagem desse veículo não será confiável. No caso de
uma lona com maior poder de atrito, haverá um freio violento, desequilíbrio da
traseira do veículo e excessivo desgaste dos tambores. Por outro lado, se for
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utilizada uma lona com poder de atrito inferior ao especificado pela montadora
do veículo, haverá baixo poder de frenagem, desgaste prematuro das pastilhas
e o pedal mostrar-se-á "duro".
Figura 6 – Exemplo de lonas de freios.
Há duas versões de freio a disco: com pinça fixa possuindo dois ou mais
êmbolos, e do tipo flutuante com um só êmbolo. No tipo de dois êmbolos, cada
êmbolo aciona uma pastilha de freio contra a face do disco, e por possuir dois
êmbolos, o que fica localizado do lado da roda é um pouco menos resfriado
pelo movimento do veículo, tendo que dissipar o calor gerado durante a
frenagem pelo corpo da pinça e pelo fluido de freio. Como neste tipo de
construção a dissipação do calor é menor, exige que tal freio seja utilizado com
fluido para freio tipo especial para alta temperatura.
Figura 8 – Tipos de freio a disco.
10
As principais vantagens do freio a disco são: ser auto-regulável,
superfície de frenagem plana, maior refrigeração e limpeza, facilidade de
manutenção, frenagem uniforme mesmo em freadas bruscas.
Existe uma tendência de substituição do sistema de freio a tambor por
freio a disco em todos os veículos (inclusive linha pesada), devido às
vantagens anteriormente mencionadas. Para que isso ocorra totalmente,
necessita-se desenvolver materiais para pastilhas que suportem temperaturas
mais elevadas, devido à área de frenagem ser pequena. Há também uma
tendência ao desenvolvimento de discos de freio, para que os mesmos
apresentem boa dissipação térmica (ventilados), elevada resistência à abrasão,
à fadiga térmica, à corrosão e boa resistência mecânica.
É
3.3 Componentes do Sistema de Freio
Tambor: Tem duas funções: a primeira é que o tambor é local de atrito com
as sapatas, é onde as pastilhas de freio transformam o movimento em calor,
fazendo com que o veículo freie. A segunda função é a proteção ao sistema
de freio a tambor, impedindo que a água da chuva e os detritos penetrem
no sistema do freio. Quando o tambor é retirado, pode-se ver as sapatas
semicirculares, o cilindro e o mecanismo do freio;
Sapatas: Nos freios a tambor mais comuns, uma das extremidades de cada
sapata é articulada, enquanto a outra fica livre para movimentar-se
conforme a pressão exercida pelo pistão. Este é alojado (apenas um ou o
par) no interior de um cilindro. Em alguns modelos de freio a tambor, as
duas sapatas usam a mesma articulação e há apenas um cilindro para ligar
as extremidades livres de cada uma. Nesse caso, uma delas é chamada
primária e a outra, secundária. Em outros tipos, cada sapata tem seu
próprio ponto de articulação, bem como pistão e cilindro individuais. Ambas,
portanto, são sapatas primárias. A sapata primária é forçada a um contato
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mais forte devido ao atrito de arrasto com a panela em rotação - uma ação
auto-aplicada que aumenta a força de frenagem na roda. A sapata torna-se
primária ou secundária de acordo com o sentido em que a roda está
girando. Quando as quatro rodas possuem freios a tambor, o conjunto
dianteiro geralmente recebe um arranjo especial, com duas sapatas
primárias - uma configuração mais potente que a das rodas traseiras.
Assim, no momento da frenagem quando o peso do carro é jogado para
frente os freios dianteiros estão adequadamente equipados, e são capazes
de parar o carro. No sistema de dois cilindros, a cada sapata corresponde
um cilindro. Normalmente, há duas molas de retorno entre elas, ou entre a
sapata e o prato. Assim, as sapatas atuam como primárias e exercem a
mesma frenagem. É uma disposição comum em freios dianteiros, pois
aumenta o poder de frenagem.
Figura 9 - Exemplos de articulação nas sapatas de freio.
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Cilindro de freio da roda: Existem três disposições possíveis de cilindro e
pistão. A mais comum, porém, é a que possui um cilindro de dois pistões.
Este é firmemente fixado ao prato por meio de parafusos, ou fica preso por
um grampo de mola, como ocorre nas sapatas primárias e secundárias.
Outra versão é a que possui um cilindro dotado de um único pistão, que
permanece livre para se movimentar em um nicho no prato. O pistão se
expande para que uma das sapatas seja acionada ao mesmo tempo que o
cilindro desliza para o outro lado e movimenta a segunda sapata. Pode-se
encontrar também um terceiro tipo, que tem duas sapatas primárias, com
dois cilindros de um só pistão rigidamente fixados. Neste caso, os cilindros
exercem pressão na extremidade de cada uma das sapatas, de tal maneira
que ambas acabam entrando em atrito com a panela e imprimindo uma
pressão ainda mais intensa. A maioria dos freios a tambor tem apenas um
cilindro com dois pistões, unidos por uma mola. As lonas são pressionadas
contra o prato pelo conjunto de retenção, formado por um pino de fixação,
uma mola e uma arruela. Para retirar as lonas, deve-se soltá-las e remover
as conexões do freio de mão.
Figura 11 – Cilindro de freio.
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Válvula equalizadora de frenagem: A função dessa válvula é regular a
intensidade da força de frenagem nas rodas traseiras de acordo com a
carga do veículo. Todos os carros saem de fábrica com o sistema de freio
preparado para suportar as condições mais críticas, aplicando a mesma
pressão de frenagem em todas as rodas. Isso garante que o carro pare no
menor espaço quando estiver com carga máxima. Porém, quando o veículo
não está com carga total, esse ajuste se torna inadequado. O freio fica
desbalanceado e, na hora de parar, pode ocorrer travamento das rodas
traseiras, desvio de direção, instabilidade do veículo e aumento da distância
de frenagem. Para evitar esses deslizes, quem entra em campo é a válvula
equalizadora, também chamada pelos técnicos de “válvula corretora de
frenagem sensível à carga”. Ela vai controlar a pressão do fluido de freio
nas rodas traseiras, otimizando o funcionamento dos freios nas rodas
dianteiras;
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sistema, e consequentemente aumenta a distância de parada do
veículo;
Menor resistência mecânica da peça, em razão da redução de
espessura da parede que suporta as forças de frenagem;
Maior facilidade de aparecimento de trincas superficiais nos discos;
Quando as pastilhas estiverem com desgaste máximo, os pistões
poderão desalojar-se do interior da pinça ou as pastilhas poderão cair
fora do suporte do freio, ocasionando perda total da pressão hidráulica
e, consequentemente, falha do sistema;
Travamento do êmbolo da pinça de freio e outras conseqüências
Figura 14 – Discos de Freio.
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Figura 15 - Servofreio
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Material moldado: Composto de materiais soltos, amianto ou outras fibras
(NA), resina e cargas. A mistura é pré-prensada a frio e a seguir estampada
à quente. O termo "moldado" não se refere, neste caso, ao processo de
fabricação, mas ao tipo de estrutura do material, que é um aglomerado. O
processo de fabricação é dito "por via úmida", quando a resina usada é
líquida, e "por via seca", quando a resina é em pó.
Figura 16 – Exemplos de materiais moldados
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Material enrolado: Composto de cordões de amianto ou outras fibras, com
ou sem alma metálica, impregnados de ligante e carga, e depois enrolados
em forma de anéis. Os anéis são estampados à quente.
Figura 19 – Exemplo de material enrolado
20
Figura 20 – Aquecimento e resfriamento dos freios.
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reservatório. Verifique os desgastes dos materiais de atrito. Substitua-os
e o líquido voltará ao nível MÁXIMO;
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Constatação: Pedal "borrachudo" (elástico) ou "falta" de freio.
Constatação: Vazamentos.
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pavimento acidentado, observando o comportamento dos freios. Como
proceder: Verificar os freios. Se necessário, desmonte para diagnose
específica. Substituir o material de atrito.
Constatação: Pó em excesso.
Tambor com frisos ou pontos duros: Um tambor assim poderá ser usado
se os pontos duros não provocarem anomalias perceptíveis, tais como
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pulsações do pedal e aspereza. O uso de um tambor que apresenta pontos
duros, resulta em pulsações do pedal do freio e geralmente em frenagens
inconstantes em baixas velocidades;
Figura 23 – Tambor com frisos.
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Figura 25 – Tambor côncavo e convexo.
29
regulador. Assim, as sapatas se afastam um pouco mais e aproximam-se da
panela.
O cilindro é fixado ao prato por meio de parafusos ou grampos de mola.
Alguns desses grampos permitem que o cilindro deslize lateralmente para se
auto-centralizar e para que o freio de mão seja operado.
Figura 26 – Partes do sistema de freio a tambor.
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5. Repita a operação nas outras rodas. Se for necessário coloque mais óleo no
reservatório.
6. Após terem sido sangradas as 4 rodas, recomenda-se deixar o veículo
durante 1/2 hora em repouso, repetindo a seguir a sangria em todo o sistema,
conforme indicações acima. Devido às propriedades higroscópicas do óleo do
freio, recomenda-se que o mesmo seja trocado e o sistema lavado com óleo
novo a cada 2 anos, no máximo.
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ABS não modifica as tubulações originais do freio destes veículos, que é de
três vias.
Figura 27 – Componentes do sistema de freios ABS.
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6. Utilização do Sistema de Freios
34
4) Trocar as pastilhas ou lonas nas épocas próprias. Se isso não for realizado,
podem ocorrer danos aos discos ou tambores, o que torna a manutenção mais
cara.
5) Acostumar-se a desacelerar (quando você tira o pé do acelerador o próprio
motor funciona como uma espécie de freio) antes de acionar o freio, essa
atitude é mais econômica.
6) O freio de mão é totalmente mecânico e não deve ser acionado com o
veículo em movimento, pois é totalmente impreciso. Utilizar dessa forma
apenas em situações de emergência e com cautela.
7) Uma vez por ano, fazer a “sangria” do fluido de freio (troca do fluido antigo
por um novo). Com o tempo o fluido absorve umidade e perde eficiência.
8) Quem tem ABS instalado poderá sentir o pedal do freio vibrar. Isso é normal
e indica que o ABS está regulando a frenagem de forma a não ocorrer a
derrapagem. Mas cuidado, se a vibração chega a ser desconfortável, significa
defeito no sistema.
9) Quanto maior a tecnologia do sistema de freios, maior tem que ser a
sofisticação da oficina mecânica. Evitar fazer a manutenção dos freios sem
ferramentas adequadas ou em local impróprio. Não se deve esquecer que o
sistema de freio é um item de segurança.
7. Referências Bibliográficas
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7. Anexo 1
CONCEITOS
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