02-Caderno Disciplina 3
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IMOBILIÁRIAS
Diretoria Executiva
Projeto Gráfico
Designer
Educação, do latim Educere, do trazer para fora, sobressair, emergir do estado potencial
para o estado de realidade manifestada. Como fazer isso, senão conectando as mais diversas
formas de pensar, os mais diferentes olhares, na direção da construção de conhecimentos e
experiências diversas, que valorizem a capacidade do indivíduo de sonhar, imaginar e criar?
Ações locatícias
Objetivos:
1. AÇÕES LOCATÍCIAS
A primeira premissa prevista na Lei do Inquilinato é que a ação cabível para reaver
o imóvel é a de despejo, seja qual for o motivo do término da locação, conforme artigo 5º da
Lei 8.245/1991. A única exceção é no caso da locação terminar por força de desapropriação
com perda da posse ao expropriante (artigo 5º, § único da Lei 8.245/1991).
Sendo o contrato por prazo determinado, aplica-se o preceito do artigo 4º, em seu
Parágrafo Único – “Na ausência do aviso, o locador poderá exigir quantia correspondente a
um mês de aluguel e encargos, vigentes quando da resilição”.
Art. 8º - “Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar
o contrato, com prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo
A Lei do Inquilinato fez por bem em declarar como competente o foro das ações
locatícias aquele do local da situação do imóvel. Permite facilitar o acesso do inquilino ao
Poder Judiciário. Em regra, será mais fácil para ele a demanda no foro em que se encontra o
imóvel. Por outro lado, também a regra será útil ao proprietário no momento em que executar
o despejo, por exemplo.
O quarto o ponto é em relação ao valor da causa, que, como regra, é de doze vezes
o valor do aluguel. A exceção é na hipótese de extinção do contrato de trabalho, cuja ocupação
do imóvel esteja relacionada ao emprego e cujo valor da causa é de três salários (artigo 58,
III, da Lei 8.245/1991).
A regra geral, portanto, é que a apelação deverá ser recebida em ambos os efeitos,
devolutivo e suspensivo, salvo as exceções legais. A concessão de efeito suspensivo impede
que a decisão seja cumprida de imediato, retirando-lhe a efetividade até o momento da sua
confirmação pelo órgão superior.
É o que acontece nas ações locatícias. Em um despejo por falta de pagamento, por
exemplo, caso o locador vença determinada demanda judicial e o locatário apele daquela
decisão, o locador poderá iniciar a execução dos valores não pagos já que o recurso de
apelação, nesse caso, somente será recebido no efeito devolutivo.
ação de despejo é a ação apropriada para que o locador retome a posse do imóvel,
quer seja a denúncia motivada ou imotivada (art. 5.º da Lei do Inquilinato – Lei 8.245/91). Nos
casos em que a Lei do Inquilinato não deve ser aplicada, como nos casos de locação de apart-
hotéis, a ação correta para retomar a posse do imóvel é a ação de reintegração de posse.
Vale ressaltar, que não havendo oposição do locatário em sair do imóvel, o locador
não poderá pleitear prazo menor para que o locatário deixe o imóvel, já que se trata de direito
concedido ao locatário.
Purgação da mora
Esse pedido de purgação de ora deverá ser pleiteado pelo locatário nos termos do
artigo 62 da Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91). O juiz, atendendo às circunstâncias do caso,
poderá ou não conceder o benefício para o locatário purgar a mora. Caso seja concedido esse
benefício e o locatário efetue o pagamento do aluguel e seus acessórios, o pedido de rescisão
contratual não poderá ser deferido.
Deferida a purgação pelo juiz, tem o inquilino 15 dias para efetuar o depósito. O
prazo se inicia no momento em que a decisão é publicada e não proferida. Depois de realizado
o depósito para a purgação, se o locador alegar insuficiência, terá o locatário dez dias para o
complemento. A ausência de complemento é justo motivo para o despejo.
É importante frisar que não é apenas o inquilino que poderá purgar a mora.
Qualquer pessoa, interessada ou não, poderá fazê-lo, seguindo as regras gerais do
pagamento.
Tendo em vista que a sentença da ação de despejo pode ser objeto de recurso e
possui apenas o efeito devolutivo, o legislador entendeu por bem que seja depositada uma
caução pelo locador. Isso porque se houver erro de primeira instância, esse valor serve como
indenização ao locatário caso seja reformada em segunda instância a sentença de primeiro
grau.
Deve-se salientar que, reformada a decisão, não tem o inquilino direito de retornar
para o imóvel. Mesmo porque, nessa altura, o imóvel pode estar locado para outro inquilino.
Assim, surge apenas a pretensão indenizatória.
Entretanto, devemos observar que a consignação dos aluguéis pode se dar não só
por meio judicial. O Código de Processo Civil (Lei Geral) admite duas espécies de
consignação: judicial ou extrajudicial.
Realizado o depósito em banco oficial, terá o locador o prazo de dez dias para
manifestação de recusa. Se silenciar, será considerado aceito o depósito e o inquilino liberado
da obrigação. assim, a quantia depositada fica à disposição do locador para levantamento
pelo locador e a consignação terá produzido seu efeito liberatório.
Por outro lado, havendo recusa pelo locador, o inquilino terá um prazo de 30 dias
para proposição da ação (judicial) de consignação, instruindo a inicial com a prova do depósito
e da recusa.
Caso o locador conteste, poderá alegar a insuficiência de valores, ou ainda, não ter
havido recusa ou mora em receber a quantia devida; ter sido justa a recusa; não ter sido
efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento (Lei 8.245/91, art. 67, V).
Por fim, o autor (locatário) ainda poderá complementar o depósito inicial, no prazo
de cinco dias, com acréscimo de dez por cento sobre o valor da diferença. Dessa forma, o juiz
declarará quitadas as obrigações, impondo, entretanto, ao autor-reconvindo (ou seja, autor na
ação principal e réu na reconvenção) a responsabilidade pelas custas e honorários
advocatícios.
No que diz respeito à ação revisional de aluguel, a mesma terá o rito sumário e
deverá cumprir os requisitos exigidos pelos artigos 276 e 282 do Código de Processo Civil,
razão pela qual a petição inicial deverá indicar o valor do aluguel, cuja fixação é pretendida.
• Em ação proposta pelo locador, o aluguel provisório não poderá ser excedente a
80% do pedido.
• Em ação proposta pelo locatário, o aluguel provisório não poderá ser inferior a
80% do aluguel vigente.
Devemos nos atentar que em regra, as partes não podem modificar as condições
previamente estabelecidas. Entretanto, em situações especiais, as cláusulas podem ser
Assim, sem prejuízo da contestação, e até a audiência, o réu poderá pedir que seja
revisto o aluguel provisório, fornecendo os elementos necessários. Na audiência de
conciliação, apresentada a contestação, que deverá conter contraproposta se houver
discordância quanto ao valor pretendido, o juiz tentará a conciliação e, não sendo esta
possível, determinará a realização de perícia, se necessária, designando, desde logo,
audiência de instrução e julgamento.
A petição inicial deverá ser instruída com prova do preenchimento dos requisitos
dos incisos I, II e III do artigo 51 da Lei 8.245/1991, que são: prova do exato cumprimento do
contrato em curso; prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e
cujo pagamento lhe incumbia; indicação clara e precisa das condições oferecidas para a
renovação da locação; indicação do fiador, quando houver, no contrato a renovar; prova de
que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação aceita os encargos da fiança; e
prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de título oponível ao
proprietário.
A lei traz requisitos necessários para que o inquilino tenha direito à ação renovatória
(art. 51 da Lei de Locações). São eles:
3. Prazo de três anos no mesmo ramo de atividade O terceiro requisito diz respeito
ao prazo mínimo de três anos no mesmo ramo de atividade para que seja possível a
renovação. Dessa forma, entende o legislador que após três anos de trabalho naquela
atividade, sem interrupção, terá finalmente o locatário criado o seu fundo de comércio, sendo
merecedor do direito à renovação.
A lei fixa um prazo para o exercício da ação renovatória de aluguel. De acordo com
a lei, a ação deve ser proposta no intervalo de um ano, no máximo, e seis meses no mínimo,
anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor (art. 71, I, da Lei 8.245/912).
Assim, a partir da data final do contrato, volta-se no tempo um ano e, assim, inicia-
se a contagem de seis meses. Exemplificamos: se o prazo contratual vencer em 30 de
novembro de 2007, o prazo para a propositura da demanda se iniciará em 30 de novembro de
2006 e fluirá até 30 de maio de 2007.
1. De acordo com a Lei do Inquilinato, sendo necessário o ajuizamento de uma ação judicial
para se discutir questões acerca de um contrato de locação, em regra, onde a ação deverá
ser ajuizada?
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2. As partes podem estipular livremente qual o foro competente para decidir as questões
controversas de um contrato de locação?
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3. De acordo com o artigo 58 da Lei do Inquilinato, qual deverá ser o valor da causa atribuído
a uma ação de despejo?
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5. A locação predial urbana é tratada pela Lei Federal n° 8.245/91. A legislação em pauta, por
sua vez, prevê alguns procedimentos especificamente idealizados para tratar as lides
decorrentes da relação contratual em comento, assim denominadas ações locatícias,
determinando que
a) proposta ação renovatória pelo sublocatário do imóvel ou de parte dele, serão citados
o sublocador e o locador, como litisconsortes, salvo se, em virtude de locação originária
ou renovada, o sublocador dispuser de prazo que admita renovar a sublocação.
b) na ação de despejo, a desocupação não poderá ser executada até o quadragésimo dia
seguinte ao do falecimento do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão de qualquer
das pessoas que habitem o imóvel.
c) no curso da ação revisional, o aluguel provisório será reajustado na periodicidade e
pago no dia necessariamente constantes na decisão interlocutória que os fixaram.
d) na ação consignatória, havendo, na reconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão
da locação e cobrança dos valores objeto da consignatória, o credor pode executar
ambos os pleitos, simultaneamente, caso tenham sido acolhidos.
( ) A ação de despejo por falta de pagamento não poderá ser cumulada com a cobrança
dos aluguéis e acessórios da locação.
( ) Nas ações de despejo por falta de pagamento o locatário poderá purgar a mora para
evitar a rescisão da locação, salvo se no mesmo ano já purgou a mora em duas ocasiões
anteriores.
( ) A sentença de despejo pode ser executada provisoriamente (portanto, antes do
julgamento de eventual apelação).
( ) O despejo só poderá ser efetivado se o locatário não fizer a desocupação voluntária
no prazo fixado na sentença, contado de sua notificação.