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Camargo

Guarnieri

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FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL – DIVISÃO DE MÚSICA E ARQUIVO SONORO

FLÁVIA CAMARGO TONI

C amargo Guarnieri nasce em 1907, em Tietê


(SP), primogênito de uma família pobre que
faz música nas horas vagas. O casal Miguel e
Gécia – flautista e pianista, respectivamente –
terá mais oito filhos, sendo três homens: Belline,
Rossine e Verdi. Camargo é o pequeno “Mozart”
de Miguel que, ao perceber a grande vocação do filho,
Guarnieri tem pressa em fazer conhecer sua obra
e escreve para piano e canto acompanhado, música
de câmara e sinfônica, amadurece o projeto para uma
ópera, e passa a ser ouvido nas salas de concertos
de São Paulo e Rio de Janeiro. A vida profissional
vai tomando corpo. Em meados da década de 30,
compositor e regente ativo, vê sua produção acrescida
muda-se para a capital para proporcionar melhor de títulos para várias formações instrumentais, embora
formação musical para o menino que compõe desde aguarde o momento para escrever uma Sinfonia.
cedo. Na cidade grande sua atenção maior é para o As obras para grande orquestra nascerão, de fato,
piano, até conhecer o maestro italiano Lamberto Baldi, na década seguinte o que faz supor que ele talvez
em 1927, com quem trabalha composição e regência. almejasse uma segurança maior para escrevê-las,
Integrado a um ambiente onde circulam idéias sobre segurança conquistada após estudar, na França, com
o compromisso dos artistas com uma arte que se queira Charles Koechlin, o mestre que conhecia através
brasileira e universal, busca uma nova roupagem para da obra teórica bem como das composições. O nome
suas idéias musicais: decide não usar mais o nome não é escolhido ao acaso, pois o músico francês
Mozart, por extenso, presunçoso e anacrônico para um alimentava, como Guarnieri, grande afeição pela
compositor do século XX, e adota o ano de 1928 para polifonia e contraponto elaborados. Para a regência,
inaugurar seu catálogo de obras. O “passado musical” professor e aluno combinam que o melhor nome
fica guardado em pastas, algumas peças apelidadas de é o de François Rühlmann, à frente da Orquestra
“obra interdita” – título que aguça a curiosidade dos da Ópera de Paris durante aquele 1938.
estudiosos – e passa a assinar “M. Camargo Guarnieri”. O breve tempo de permanência na Europa vale,

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sobretudo, como vivência musical adquirida com homem sente... Sabe como modelar uma forma, como
a possibilidade de fazer executar sua música de orquestrar bem, como tratar eficientemente o baixo.
câmara, além da oportunidade de escutar música nova O que atrai na música de Guarnieri é o seu calor
regida por grandes nomes do momento. A Sonata para e a imaginação que vibra com uma sensibilidade
dois pianos e percussão, pelo casal Bela Bartok, Le Nouvel profundamente brasileira. É, na sua expressão mais
Âge, de Igor Markewitch, sob a batuta de Herman apurada, a música de um continente ‘novo’, cheia
Scherchen, um concerto dirigido por A. Toscanini, de sabor e de frescura.”
outro, por Charles Münch, são memoráveis para A estada é muito proveitosa: a premiação de
o brasileiro que deve encurtar a viagem por causa da Guarnieri recebe boa cobertura da imprensa; ele tem
II Guerra. Regressa cheio de idéias e projetos musicais, a oportunidade de ver e ouvir novamente Toscanini
encontrando, no entanto, um cenário profissional nada à frente da NBC, regendo a Leningrado, de
favorável, assim permanecendo até a experiência Shostakowich e um ciclo Brahms; através de Copland
norte-americana. Mas a produção musical de Camargo ele é apresentado a Sergei Koussevitzky, que o convida
Guarnieri – obra uniforme – não denota influência para reger a Abertura Concertante à frente da Sinfônica
desta ou daquela nação onde viveu. de Boston; a American League of Composers
Entre dezembro de 42 e maio de 43 Guarnieri programa um recital de suas obras, no MoMA,
visita os Estados e Leonard Bernstein está entre os pianistas da noite
Unidos a convite acompanhando o violoncelista Joseph Schuster
do Departamento de na Sonata nº 1. Anos mais tarde Bernstein gravará
Estado e da União a Dança brasileira regendo a Filarmônica de Nova York
Pan-Americana e na e ganhará a dedicatória da Sinfonia nº 4, “Brasília”,
oportunidade recebe escrita em 1963.
pessoalmente o A estréia brasileira da Abertura concertante se dá no
prêmio da Fleischer mesmo ano da composição, em 1942, com boa
Music Collection receptividade da crítica especializada. Dentre
para o Concerto nº 1 as manifestações destaca-se a do musicólogo Mário de
Camargo Guarnieri. Trilha sonora para violino e orquestra, Andrade, mentor artístico e amigo pessoal de Camargo
do filme Rebelião em Vila Rica. Edições concurso da Free Guarnieri, afirmando que pela primeira vez um autor
Musicais Ricordi Brasileira S/A. Library da Filadélfia. encontrava a solução para o “allegro” brasileiro, ou
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL –
DIVISÃO DE MÚSICA E ARQUIVO SONORO Mas quem é seja, nas peças de movimento vivo, conseguia fugir às
Camargo Guarnieri, em 1942? Com a palavra, Aaron soluções coreográficas valendo-se de ritmos de danças
Copland, que conhecera a música do brasileiro, no ano populares. Assim, o crítico introduz um dos temas mais
anterior, no Rio de Janeiro: discutidos naquele momento, ou seja, o dos excessos
“Camargo Guarnieri, que agora está pelos trinta das soluções exóticas nas composições de certos
e cinco anos de idade, é na minha opinião o mais autores que se valiam, sobretudo, do uso de melodias
sensacional dos talentos ‘desconhecidos’ da América folclóricas – temas com grande incidência de síncopas
do Sul. Suas composições já bem numerosas deveriam que restringiam o próprio trabalho de desenvolvimento
ser muito mais conhecidas do que o são. Guarnieri das obras – além de percussão popular acrescentada
é um compositor de verdade. Tem tudo o que é preciso à orquestra tradicional.
– personalidade própria, uma técnica acabada No catálogo do autor há uma outra abertura para
e imaginação fecunda. Sua inspiração é mais ordenada orquestra, a Festiva, e sete sinfonias, compostas entre
que a de Villa-Lobos, mas não menos brasileira... 1944 e 1985. Camargo Guarnieri já pode ser
O que mais me agrada na sua música é a sua expressão considerado um compositor maduro quando coloca no
emotiva sadia – é uma exposição sincera do que um papel o material da sua Sinfonia número 1. No início de

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1940 decidira que no allegro final evitaria o “caráter composição brasileira e contemporânea. Também não
coreográfico” construindo uma melodia característica, deve ter sido por acaso a escolha do primeiro tema,
“sem as síncopas sistematizadas”, como confessa a um Teiru, canto dos índios Parecis, do Mato Grosso,
amigo. Assim, três anos depois, quando em Nova York, celebrando a morte acidental de um cacique da tribo.
a invenção chega fácil e ele deixa pronto o “Radioso” A melodia, encontrada no relato de viagem do
enquanto soluciona questões relativas ao pesquisador Roquete Pinto, permeia toda a obra
desenvolvimento do primeiro movimento. Uma vez e dá origem a todos os motivos usados à exceção de
no Brasil, é possível que todo o esboço da Sinfonia um, o segundo tema do primeiro movimento, inspirado
pronta tenha passado por certa reestruturação tendo no canto de um pássaro da região onde nasceu
em vista a adequação do trabalho para as normas o compositor. A Sinfonia nº 3 obteve o primeiro lugar
do Concurso Luís Roberto Penteado de Rezende. no Concurso IV Centenário da Cidade de S. Paulo,
Para homenagear a memória do jovem compositor, em 1954.
o regulamento do Concurso determinava que A quarta sinfonia de Camargo Guarnieri, como a
o trabalho vencedor deveria ser eivado de motivos de número 1, tem, como pano de fundo, duas cidades,
característicos nacionais. De fato, a obra foi premiada São Paulo e Nova York, e dois concursos, num espaço
em 1944 dedicada a Sergei Koussevitzky, regente cronológico de 20 anos. Na cidade norte-americana,
da Boston Symphony Orchestra. como foi visto, ele
A Sinfonia nº 2, a Uirapuru nasce em 1945, em inicia a primeira, em
trajetória de sucesso, pois, no ano seguinte, antes de 1943, e conclui a
sua estréia, obtém o segundo lugar (Prêmio Reichold) quarta, em 1963.
no Concurso Sinfonia das Américas, promovido pela Muita coisa mudara
Orquestra de Detroit (EUA). Dedicada a Heitor Villa- na vida do músico.
Lobos, foi apelidada de “Uirapuru”, nome do pássaro Na casa dos 50 anos
amazônico tão caro a ele que até compusera um poema de idade Camargo
sinfônico (1917) e uma peça coral (1944) com o mesmo Guarnieri ocupa
título. Ao compositor carioca, tempos depois Guarnieri postos administrativos
fará outra dedicatória, mais explícita, com a Homenagem importantes e tem Camargo Guarnieri. Prêmio Shell para a
a Villa-Lobos (1966), para sopros e percussão. muita disposição para música brasileira. 1984.
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL –
Quando o maestro paulista anuncia que está o trabalho. DIVISÃO DE MÚSICA E ARQUIVO SONORO

escrevendo a Sinfonia nº 3, em 1952, há certa Personalidade de


expectativa por parte do meio musical. Alguns meses relevo, desde 1956 era assessor artístico musical do
antes ele redigira e fizera publicar uma “Carta aberta Ministério da Educação e em 1959 recebe a Medalha
aos músicos e críticos do Brasil”, quase um manifesto Valor Cívico do Governo do Estado de São Paulo.
político contra as ingerências estéticas externas, vale Motivada pela divulgação do Concurso “Sinfonia
dizer, contra o emprego dos princípios do Brasília” – instituído para celebrar a fundação da nova
dodecafonismo. Alunos de composição, leitores, Capital do país – a Sinfonia número 4 será elaborada ao
ouvintes e jornalistas manifestaram-se, a favor ou longo de vários meses, dividindo a atenção do músico
contra, gerando a polêmica musical mais criativa que com a Direção do Conservatório Dramático e Musical
o Brasil jamais teve. Camargo Guarnieri instigou. Fez de São Paulo e as composições do Concertino para piano,
com que se falasse e se fizesse música. Assim, a sinfonia o Choro para violoncelo e o terceiro Quarteto para cordas.
– não por acaso dedicada a Lamberto Baldi, Guarnieri viaja bastante representando o país em
o professor que acompanhou os primeiros passos do Concursos e Encontros Internacionais de Composição.
compositor em vias de amadurecer – deveria apontar Assim, no final de 1961 só conseguira concluir
para os rumos a se encaminhar uma escola de o primeiro movimento da Sinfonia e começar o

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movimento seguinte. Em março de 1963 a número configurado de duas formas distintas.
quatro será colocada na bagagem que o acompanha Só na Sinfonia nº 7, de 1985, o autor se valeria
aos Estados Unidos onde pretende dividir o tempo de apenas dois movimentos em obra densa e bastante
entre as atividades do Concurso “Mitropoulos”, curta, se comparada às primeiras peças sinfônicas.
os últimos retoques da partitura e o projeto para uma No final de sua vida, o compositor que celebrara sua
cantata. A sinfonia, aliás, será dedicada ao Presidente terra agora escreve obra intimista, encomendada
do júri, Leonard Bernstein. por um amigo e a ele dedicada.
A partir de 1959, ano em que iniciava a sua Camargo Guarnieri faleceu em 1993 e teve longa
Sinfonia nº 4, o compositor começa a pensar num efeito vida produtiva. Em suas obras visitou todas as formas
musical que só será empregado muitos anos depois, consagradas, da fuga ao ballet, passando pelo prelúdio,
usando “canto no centro do 2º movimento e coro variação, sonata, concerto e prelúdio; da canção
no final, cantando a mesma melodia do centro”, como à ópera, passando pelo madrigal, cantata e missa. Seu
relatou ao amigo e ex-professor Lamberto Baldi. catálogo, grande e variado, apresenta um perfil que
Apesar de ser um voraz consumidor de poesia, o acompanha as múltiplas atividades exercidas, bem
projeto foi postergado por não ter encontrado texto como as preferências pessoais. Amante da literatura,
apropriado para o efeito pretendido. Aliás, a família escreveu canções para várias formações; regente
Guarnieri era muito afeita à Literatura e o compositor, de coro, no início da carreira, tem obras a capella;
além de ter escrito sobre versos dos principais autores maestro de grupos sinfônicos, tem sinfonias e concertos
brasileiros de todos os tempos, já fizera parcerias com para instrumentos solistas; bom pianista, tem obra
Alice e Rossine, dois de seus oito irmãos. Assim, após vasta e cultuada para teclado; diretor artístico de um
longo período sem dedicar-se a obras de proporções grupo de cordas, produziu atendendo às características
tão grandes, em 1977 – ano de seu 70º aniversário – desse grupo, também. De todos os títulos ainda
aceita a encomenda da Secretaria de Cultura do Estado há muito a se conhecer, obras que vêm confirmando
de S. Paulo para escrever a quinta sinfonia de sua sempre a fatura requintada de um autor que dominava
carreira encomendando um texto para Rossine. com perfeição todos os meios da escrita musical. Mas,
Rio teimoso, poema cantado no terceiro movimento dentre os títulos inéditos, surpreende, particularmente,
da Sinfonia nº 5 homenageia ao mesmo tempo o estado a fatura de seu vasto repertório de canções, fatura que
de São Paulo e a cidade de Tietê, onde Camargo já despertara o grande interesse de Mário de Andrade.
Guarnieri nasceu. Tietê também dá nome ao rio que Quando, no início da década de 1940,
os indígenas chamavam de Anhembi, um rio “teimoso” o musicólogo paulista escuta a gravação das 13 canções
porque não corre para o mar e deságua no Paraná pela Discoteca Pública, tenciona escrever um ensaio
facilitando a comunicação entre os dois estados e reúne notas e lembretes não logrando, contudo,
vizinhos: “Tiê…/Tiê…/Ti – e – tê. //Bravo Anhembi,/ concluí-lo. No esboço do trabalho que permanece
rio de pássaros,/que nasce na serra/e foge do mar/ inédito em seu arquivo o texto de Mário de Andrade
para voltar ao coração da terra.//Volteia!/Volteia!/Arco traduz tão bem a destreza do compositor que faz valer
da aliança/desenhado no chão do Brasil!/semente a transcrição de um trecho:
da União,/caminho da Paz…” “[Guarnieri] nunca é descritivo, mesmo no sentido
Nova encomenda leva o compositor a compor psicológico. É realmente um valor muito curioso.
a Sinfonia nº 6, desta vez para comemorar o aniversário Em geral C.G. cria um movimento único, de função
de 70 anos do Teatro Municipal de São Paulo e acompanhante, que se repete infindavelmente em cada
dedicada ao músico português Filipe de Souza. Escrita compasso. É um valor de música pura, mas que não
entre 31 de janeiro e 17 de março de 1981, nela o autor deixa, por isso, de ser ambientador do sentimento geral
desenvolve uma nova maneira de estruturar o primeiro melódico da canção. A esse valor, de firme caráter
movimento, adotando um único motivo melódico rítmico-harmônico de acompanhamento, ele ajunta

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elementos de estrito caráter musical, de música pura DISCOGRAFIA

(o que não quer dizer inexpressivo, mas mais SINFONIAS 1 - 6


ABERTURA CONCERTANTE
ambientador que descritivamente psicológico), linhas
ABERTURA FESTIVA
de polifonia livre, às vezes e não raro inspiradas
SUITE VILA RICA
no contracanto do violão acompanhante ou da flauta Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
em variação dos choros. Ou elementos imitativos. Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Na estética da canção de C.G., essa forma de Regência: John Neschling. BIS CDs 1220/1290/1320 - Suécia
contribuição do piano é bem nítida, e a meu ver CHÔRO PARA PIANO E ORQUESTRA
SONATINA Nº 4 PARA PIANO
admirabilíssima, aproximando-o conceptivamente
Czech National Symphony Orchestra
dos melhores representantes do Lied na sua maior
Regência: Paul Freeman
expressão: Schumann e Brahms. O conceito da canção Piano: Caio Pagano
(canto solista acompanhado por instrumento solista) Hallmark Classics 350712 - Canadá
ao mesmo tempo que se mantém em toda a sua nitidez, VALSAS E SONATA PARA PIANO
alcança no entanto as mais elevadas e delicadas formas Belkiss Carneiro de Mendonça, piano

de música erudita, individualista, mas pura; PAULUS 000477 - Brasil


CHÔRO PARA VIOLONCELO E ORQUESTRA
individualismo a que repugna atribuir ao instrumento
Orquesta de las Américas
um valor romântico de descritor de paisagens Regência: Carlos Miguel Prieto
e psicologias. O piano concertante da voz, em Carlos Prieto, violoncelo. URTEXT JBCC023 - México
C.G. se mantém sempre dentro das ordens gerais 50 PONTEIOS PARA PIANO
da expressividade estritamente sonora. Difícil Laís de Sousa Brasil, piano. FUNARTE/EMI 532931-2 - Brasil
e tecnicamente muito pianístico, ele é sutilmente CONCERTOS NOS 3, 4 E 5 PARA PIANO E ORQUESTRA
Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC
sempre acompanhante, sem ser exatamente subalterno.
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
É um valor puramente musical que ambienta Regência: Camargo Guarnieri
a melodia nascida expressivamente do texto, Laís de Sousa Brasil, piano
sem se incomodar com este. De forma que se o texto
amoroso se refere a seios ou luares, o piano musical, M. Camargo Guarnieri foi homenageado
de Camargo Guarnieri jamais se esperdiçará em efeitos e homenageou intérpretes, brasileiros ou não, tendo
de sinos ou chatices de lunaridades descritivas, mas seu nome associado ao repertório de grandes artistas
bordará com musicalidade exclusiva a linha do século XX.
cancioneira vertida do texto de amor.”1
Em Camargo Guarnieri impressiona, ainda,
1. A Canção de Camargo Guarnieri, 2 fls. de papel jornal dobradas
a liderança daquele que se mantém como o grande ao meio no sentido do comprimento, ms. lápis preto,
mestre brasileiro de composição, professor que preparou 4 faces ocupadas, título grifado a lápis vermelho, In: Camargo
Guarnieri: notas de pesquisa ms. lápis, 18 fls., vários formatos
vários dos compositores atuantes hoje em dia. (Arquivo Mário de Andrade, Instituto de Estudos Brasileiros,
Personalidade reconhecida e respeitada no meio Universidade de São Paulo).

FLÁVIA CAMARGO TONI


Musicóloga, é pesquisadora na área de Música do Instituto de Estudos Brasileiros
da Universidade de São Paulo e curadora do Arquivo Camargo Guarnieri.

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