Resumo de Eletromagnetismo
Resumo de Eletromagnetismo
Resumo de Eletromagnetismo
Eletromagnetismo
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Danielly Nunes Andrade Noé
Grasiele Aparecida Lourenço
Isabel Cristina Chagas Barbin
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisão Técnica
André Luís Delvas Fróes
Amélia Moreira Santos
Editorial
Camila Cardoso Rotella (Diretora)
Lidiane Cristina Vivaldini Olo (Gerente)
Elmir Carvalho da Silva (Coordenador)
Letícia Bento Pieroni (Coordenadora)
Renata Jéssica Galdino (Coordenadora)
ISBN 978-85-522-0672-9
CDD 620
Thamiris Mantovani CRB-8/9491
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: [email protected]
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1 | Eletrostática de meios contínuos 7
Eletrostática de
meios contínuos
Convite ao estudo
Caro aluno!
Nesta unidade, você conhecerá os conceitos de eletroestática
nos meios de distribuição contínuos de carga. Você deve estar
ansioso para entender os fenômenos que explicam o que se
passa nos motores e geradores elétricos e nas comunicações de
TV, rádios, celulares e satélites. No entanto, é muito importante
iniciar o estudo do eletromagnetismo pelas iterações das cargas
elétricas, examinando os campos eletrostáticos.
Você verificará que os fenômenos eletrostáticos têm diversas
aplicações práticas, tais como equipamentos e dispositivos
eletrônicos (fotocopiadoras, impressores, capacitores,
dispositivos de efeito de campo, etc.), além de serem importantes
para compreender fenômenos atmosféricos.
Ao final desta unidade, você será capaz de realizar a análise
de distribuições de cargas elétricas em diversas geometrias, de
forma a obter os valores de campo elétrico e potencial elétrico,
além das análises das linhas de campo elétrico.
Para contextualizar seu estudo, imagine uma multinacional
que fabrica capacitores eletrolíticos. O capacitor eletrolítico
internamente é composto por duas folhas de alumínio, entre
as quais existe um material dielétrico. Suas dimensões variam
de acordo com a capacitância e limite de tensão que suporta. É
um tipo de capacitor que tem polaridade, ou seja, não funciona
corretamente se for invertido (LIMA, 2011, [s.p.]).
Você está trabalhando na multinacional em um projeto
de capacitores, no departamento de análise e mapeamento
de materiais. Este mapeamento tem o objetivo de fornecer
informações de entrada para a equipe de projetos. Dentre as
características analisadas, incluem-se os campos elétricos e os
potenciais elétricos nas placas com cargas distribuídas. Você terá
algumas responsabilidades no projeto, sendo seus conhecimentos
de eletromagnetismo fundamentais, principalmente os conceitos
de eletrostática de meios contínuos.
Com o objetivo de ampliar seus conhecimentos, na Seção
1.1 você aprenderá os conceitos para realizar o cálculo do
campo elétrico em placas com distribuições uniformes de
carga. Na Seção 1.2, após compreender a Lei de Gauss, você
será desafiado a especificar um material dielétrico para utilização
nos capacitores. Finalmente, na Seção 1.3, você deverá realizar
o cálculo do potencial elétrico nas placas com distribuição
uniforme de carga. Estes cálculos serão reportados em forma de
relatório para a equipe de fabricação.
Mas de que forma a análise das partículas de cargas se
relacionam com os capacitores? Qual a relação do dielétrico do
capacitor na análise do campo elétrico?
Além de estudar o conteúdo apresentado, não se esqueça
de resolver os exercícios propostos e consultar os materiais
elencados nos itens Pesquise Mais de cada seção. Certamente
esses recursos serão um diferencial na sua formação.
Seção 1.1
Campo elétrico em distribuições
contínuas de carga
Diálogo aberto
Nesta seção, você estudará os campos elétricos em distribuições
contínuas de carga, e, assim, poderá compreender como calcular
o campo elétrico em diversas distribuições de carga, tais como as
distribuições linear e superficial. Após ter contato com esse conteúdo,
você estará apto a calcular o campo elétrico de placas que são utilizadas
na fabricação dos capacitores.
Vamos, então, recordar a situação em que você é o engenheiro da
multinacional fabricante de capacitores eletrolíticos. Você recebeu
a primeira de três tarefas para o projeto do capacitor, e sua função
é fazer a correta análise de materiais. A primeira tarefa consiste
em mapear o campo elétrico produzido por placas circulares que
serão utilizados na fabricação de capacitores. Os campos elétricos
precisam ser mapeados na proximidade das placas, ou seja, em
uma distância muito inferior ao raio das mesmas, a partir do centro
destas chapas. Existem chapas com raios de 1 cm, 2 cm e 5 cm, cuja
densidade de carga considerada é de 4, 3 × 10−8 C/m 2 , 8, 7 × 10−8 C/m 2 e
6,1× 10−8 C/m 2, respectivamente. É necessário que o campo elétrico
seja o maior possível nessas condições. Como você escolheria a
chapa mais adequada?
.
.
.
+ + +
+ + +
+ + +
+ + +
+
+ +
+ + +
+ +
+ +
+ + +
+
Fonte: elaborada pelo autor.
Assimile
As distribuições contínuas de carga consistem em um amontoado de
cargas que estão distribuídas de forma linear, superficial ou volumétrica.
Para cada tipo de distribuição está associada uma densidade de carga.
Exemplificando
Imagine um aglomerado de cargas que forma uma esfera de raio R. Como
é possível calcular a carga total, sabendo que a densidade de carga é dada
por ρ ?
Resolução: Basta rearranjar a equação da densidade volumétrica de carga,
tal que: dq = ρ dV .
Para obter a carga total, deve-se integrar os dois lados da igualdade
anterior. Logo:
R π 2π
Q= ∫∫∫ dq = ∫∫∫ ρ dV = ρ ∫∫∫ dV = ρ ∫
V V V
0
r 2dr ∫
0
sen(θ )dθ ∫0
dφ
.
1 4π 3
Q = ρ ⋅ (R 3 − 0)(cos(0) − cos(π ))(2π − 0) = R ρ
3 3
Reflita
Você notou que a equação do campo elétrico no ponto P independe da
existência de uma carga? Como você explica isso?
Exemplificando
Para ilustrar melhor, e para que você entenda como calcular a integral,
considere que você deseja obter o campo elétrico em um ponto P a
uma distância r de um condutor infinito carregado, conforme mostra
a Figura 1.7.
Resolução: Nesse caso, você pode perceber que existe uma distribuição
linear de cargas, sendo que as cargas estão distribuídas ao longo do
condutor infinito. O fio tem uma densidade linear de carga constante dada
por λ. Você pode verificar que é possível traçar um eixo vertical y ao longo
deste fio e, também, um eixo horizontal x perpendicular ao eixo y na linha
da distância d entre o fio e o ponto P.
Para uma parcela infinitesimal de comprimento dy, localizada em uma
distância y da origem do plano determinado pelos eixos x e y, tem-se
o campo dEy1 , enquanto que para uma parcela infinitesimal de mesmo
comprimento dy,
localizada a uma distância -y da origem do plano, tem-
se o campo dEy 2 . Considerando que a mesma quantidade infinitesimal
de carga está localizada em dy nos dois extremos, pode-se afirmar que
| dEy1 |=| dEy 2 | . A partir disso, é possível verificar que a projeção vertical
de dEy1 tem mesmo módulo e sentido oposto à projeção vertical de
dEy 2 . Então, a resultante dos campos dessas duas parcelas infinitesimais
somente será diferente de zero no eixo horizontal x. Assim, é possível
escrever para a distribuição linear de cargas:
Perceba que tanto y quanto α são variáveis e, por isso, pode-se escrever
Pesquise mais
Os vídeos a seguir mostram uma aula do Prof. Luiz Marco Brescansin,
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), abordando as
distribuições contínuas de carga. No primeiro link, os principais conceitos
são explicados. Já no segundo, o professor resolve alguns exemplos
interessantes, com detalhes muito ricos.
1. Assistir a partir de 33:10.
UNIVESP. Física Geral III – Aula 2 – Campo Elétrico – Parte 1. 2013.
Disponível em: <https://youtu.be/njsGDadL09g>. Acesso em: 4 out. 2017.
2. Assistir aos 12 primeiros minutos.
UNIVESP. Física Geral III – Aula 2 – Campo Elétrico – Parte 2. 2013.
Disponível em: <https://youtu.be/A01u84pUGVI>. Acesso em: 4 out. 2017.
r’
r’’
Anel carregado
Fonte: elaborada pelo autor.
r’
r’’
Disco carregado
Fonte: elaborada pelo autor.:
.
b = (r ')2 + (r '')2
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Imagine que você está trabalhando em um projeto nas instalações
de um grande parque industrial. No momento, a instalação do parque
conta com um assentamento e um dispositivo para-raios. Devido
a uma tempestade e uma falha do dispositivo, um raio causou uma
acumulação de cargas elétricas do plano do assentamento. Um
estudo demonstrou que, devido ao raio, uma densidade de cargas de
Resolução da situação-problema
Modele essa situação como o cenário de um plano infinito de
cargas, pois você deseja obter o campo nas proximidades do piso, e
como se trata de um parque industrial, significa que as dimensões do
terreno são muito maiores que a distância do piso em que o campo
elétrico será calculado. Considere um plano infinito como uma
superposição de fios infinitos no plano definido por dois eixos, como
mostra a Figura 1.11.
z
dr
Plano Infinito
Fio Infinito
Fonte: elaborada pelo autor.
Considere uma placa uniforme quadrada de lado igual a 2 cm. Se sobre esta
placa encontra-se um volume de cargas uniforme, cuja carga total é igual a
3 × 10−3 C, a densidade de carga da placa será:
a) 1, 5 × 10 −6 C / m 2 .
b) 7, 5 × 10 −6 C / m 2 .
c) 1, 2 × 10 −6 C / m 2 .
d) 7, 5C / m 2 .
e) 1, 3 × 10 −1C / m 2.
1
Se a barra tem um total de cargas igual à Q, considerando que k = ,
qual será o campo no ponto P? 4πε 0
Q 1 1
a) − .
kL d d + L
Q 1 1
b) k − .
L d d + L
Q 1 1
c) k + .
L d d − L
Q 1
d) d− .
kL d + L
Q L 1
e) k + .
L d d + L
Das formas de onda mostradas na Figura 1.14, qual é a que melhor representa
a magnitude do campo elétrico pelo qual a partícula atravessa ao ir da
extremidade esquerda até a extremidade direita do tubo?
E E E
x x x
x x
(d) (e)
a) Figura a.
b) Figura b.
c) Figura c.
d) Figura d.
e) Figura e.
Diálogo aberto
Na seção anterior, foi analisado o cálculo do campo elétrico em
distribuições contínuas de carga. Em algumas aplicações, os cálculos
podem envolver esforços matemáticos significativos. Agora, nesta
seção, você irá estudar uma alternativa que ajudará a minimizar os
esforços de cálculos em algumas situações mais complexas: a Lei de
Gauss. Para isso, será necessário compreender a definição de fluxo de
campo elétrico e, a partir dela, chegar nesta lei.
O problema que você deverá resolver agora envolve uma tomada
de decisões. Na sua segunda tarefa, você foi designado a participar
de um estudo para o emprego de diferentes materiais dielétricos na
fabricação de capacitores eletrolíticos. Sua função é calcular o campo
elétrico dentro do dielétrico destes capacitores, de forma que o campo
elétrico mínimo seja de 1000 N/C para uma densidade de carga de
6,1× 10−8 C /m 2. No entanto, os capacitores serão fabricados com três
materiais dielétricos diferentes. A seguir é apresentada a Tabela 1.1 que
mostra a constante dielétrica e o custo de cada um dos materiais que
podem ser empregados.
Porcelana 5 100,00
Mica 7 300,00
Polietileno 2,5 500,00
Assimile
Fluxo de campo elétrico é determinado pelo produto escalar entre o vetor
de campo elétrico e o vetor área que este fluxo percorre. Por definição,
o fluxo elétrico parte da carga positiva e termina na carga negativa. Na
ausência de carga negativa, o fluxo segue infinitamente. O cálculo do
fluxo de campo elétrico é dado por .
𝑛�𝐴 A B 𝑛�𝑐
𝐸 𝐸
𝑛�𝐵 C 𝐸
ΦS = −Eπ R 2 + 0 + Eπ R 2 = 0
S
S2
S1
S3
+ +q - -q
Reflita
Com base no que você aprendeu até agora sobre fluxo elétrico e Lei de
Gauss, qual será o fluxo na superfície S da Figura 1.20?
Assimile
A Lei de Gauss relaciona o campo elétrico em uma superfície fechada,
imaginária e tridimensional, denominada superfície gaussiana, com a
+++++++++++++++++
----------------
Fonte: elaborada pelo autor.
𝑄
𝑆1
𝑆2
R
r
Pesquise mais
A Lei de Gauss relaciona o campo elétrico em uma superfície fechada, ou
seja, o fluxo do campo elétrico pode ser determinado por uma integral
de volume envolvendo a divergência do campo elétrico. Assim, é possível
determinar uma forma da Lei de Gauss que envolve o divergente do
campo e a distribuição volumétrica de carga:
ρ
∇⋅E =
ε0
Para mais informações sobre essa relação, consulte em sua biblioteca
virtual a Seção 1.7 do livro a seguir:
REGO, R. A. Eletromagnetismo básico. Rio de Janeiro: LTC, 2010.
+++++++++++++++++
Gaussiana
----------------
+++++++++++++++++
----------------
Gaussiana
Dielétrico
+++++++++++++++++
----------------
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Uma forma de resolver o problema é aplicar a Lei de Gauss para o
condutor carregado traçando uma superfície gaussiana (um cilindro,
por exemplo), como mostrado na Figura 1.28:
Diálogo aberto
Nas seções anteriores você estudou o cálculo do campo elétrico em
distribuições contínuas de carga, assimilando conceitos importantes,
como a Lei de Gauss. Nesta seção serão definidos os conceitos de
potencial elétrico (ou eletrostático) e energia de potencial elétrico para
distribuições contínuas de carga.
O estudo da energia e do potencial elétrico quantifica a quantidade
de energia necessária para uma partícula se mover em um campo
elétrico. Dessa forma, uma grande diferença de potencial em dois
pontos de um campo elétrico significa que, quando uma partícula
carregada é colocada em um destes pontos, será utilizada uma grande
quantidade de energia (ou trabalho) para movê-la. Assim, o estudo do
potencial é muito importante em situações da eletroestática.
Dando continuidade ao seu trabalho em uma multinacional que
produz capacitores eletrolíticos, você foi chamado novamente pelo
grupo de projetos em que executou a sua primeira tarefa. Dessa
vez, é necessário que seja calculado o potencial elétrico nas chapas
circulares a uma distância igual ao raio das mesmas. O critério de
projeto é que sejam utilizadas as placas com o maior potencial elétrico
nestas condições. Existem chapas com raios de 1 cm, 2 cm e 5 cm,
cuja densidade de carga considerada é de 4,3 x 10-8 C/m2, 8,7 x 10-8
C/m2 e 6,1 x 10-8 C/m2, respectivamente. Com esse novo critério,
seriam utilizadas as mesmas placas? Essa decisão dependerá dos
conhecimentos sobre potencial elétrico e energia potencial elétrica,
que você aprenderá nesta seção. Assim, será possível sintetizar as
informações referentes ao projeto e finalizar o relatório para a equipe
de fabricação.
Assimile
Força e campo elétrico são grandezas vetoriais, enquanto energia e
potencial elétrico são grandezas escalares.
Figura 1.30 | Analogia da ação de forças em uma partícula de massa m (a) em um campo
gravitacional em uma partícula de carga q0 no campo elétrico (b)
(a) (b)
∆U = − ∫ q0 E ⋅ d = −q0 E ∫ d = −q E(r
0 2 − r1 ) = −q0 Er
r1
finito
Reflita
Exemplificando
A A C
d d
x
B B
(a) (b)
Va − Vb = ∫
− E ⋅d − E ⋅d =
A
∫
C
∫
− E ⋅ d cos(90°) − E ⋅ d cos(θ )
A
∫
C
B
= ∫
0 − E cos(θ )d =
C
−Ex cos(θ ).
(a) (b)
Fonte: elaborada pelo autor.
Assimile
Para uma carga qualquer que se desloca saindo de um ponto de
uma superfície equipotencial e chega a outro ponto desta mesma
superfície, a diferença de energia potencial é zero, independentemente
do caminho percorrido.
Reflita
Considerando que as superfícies equipotenciais são perpendiculares às
linhas do campo elétrico, como serão as linhas equipotenciais de um
dipolo elétrico?
y
Fonte: elaborada pelo autor.
Exemplificando
Para ilustrar o cálculo do potencial elétrico em uma distribuição contínua
de carga, considere o exemplo de um anel carregado com densidade
linear de carga igual a l = 3 ×10−2 C/m . O anel tem raio r = 2 cm, como
mostra a Figura 1.36. Como é possível obter o potencial elétrico no ponto
P a uma distância z = 3 cm do centro deste anel?
a
z
Pesquise mais
Quando se sabe o campo elétrico em uma determinada região do espaço,
é possível determinar o potencial em qualquer ponto deste campo elétrico.
De forma análoga, é possível determinar o campo elétrico sabendo como
se comporta V em todo o espaço. Essa relação entre campo e potencial
se dá através de derivadas V.
De forma geral, pode-se escrever que:
E = −∇V
Para mais informações sobre como obter esta relação, consulte a Seção
1.8.4 do livro a seguir, que está disponível gratuitamente na biblioteca
virtual:
REGO, R. A. Eletromagnetismo básico. Rio de Janeiro: LTC, 2010.
a
z
Note que tal equação é similar à obtida para um anel com distribuição
de cargas e, de fato, dVP é o potencial gerado por um dos infinitos
anéis que compõem o disco. Entretanto, no caso do anel, é necessário
integrar todo o seu perímetro e utiliza-se a densidade linear de carga.
Para o caso do disco, utiliza-se a densidade superficial de carga.
O potencial elétrico no ponto P pode ser obtido calculando a
integral de dVP com o raio variando de zero até R, sendo que R é o
raio do disco. O valor de R deverá ser substituído posteriormente pelo
raio das placas:
R
( )
R
σ rdr σ σ
Vp =
2ε0 ∫ 2
r +z 2
=
2ε0
r 2 + z2
0
=
2ε0
R 2 + z2 − z
0
Vp =
σ
2ε0
( R2 + R2 − R = ) σR
2ε0
( 2 −1 )
Com a equação obtida, basta fazer a substituição adequada dos
valores das placas.
Para a placa de 1 cm, tem-se:
4, 3 ×10−8 × 0, 01
s1 = 4, 3 ×10−8 C/m 2 → VP =
2 × 8, 82 ×10−12
( )
2 − 1 = 10,1V
6,1×10−8 × 0, 05
s3 = 6,1×10−8 C/m 2 → VP =
2 × 8, 82 ×10−12
( )
2 − 1 = 71, 4 V
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Suponha que você está trabalhando no projeto de uma instalação
elétrica e uma de suas responsabilidades é analisar as condições das
instalações devido à carga presente nos condutores. Nesta análise, um
condutor de comprimento L igual a 2 m está fixado a uma parede,
conforme mostra a Figura 1.38. A análise do campo elétrico deve ser
realizada em um ponto de uma parede localizada a uma distância de
30 cm acima do condutor. Para que as instalações continuem em boas
condições, o máximo valor do potencial elétrico não pode exceder 10
V. Nessas condições, você deve obter o valor da máxima distribuição
linear de cargas, de forma que as condições da instalação sejam
monitoradas pelo valor da distribuição de cargas.
++++++++++++++++++++++++++
L
Resolução da situação-problema
Inicialmente, você deve obter a expressão de forma a calcular o
potencial elétrico na distribuição de cargas. Na Figura 1.39, é mostrada
uma quantidade infinitesimal do comprimento do condutor, dada por
dx. Este ponto tem a ele uma quantidade infinitesimal de carga dada
por dq e está distante do ponto P de uma distância r. O valor de dq
pode ser calculado por:
dq = ldx
r
h
++++++++++++++++++++++++++
L
10 × 4π × 8, 82 ×10−12
λ= = 4.2629 ×10−10 C/m
2, 6
Dessa forma, é necessário que a densidade de carga não exceda
4.2629 x 10-10 C/m. Com esse resultado, a tarefa foi concluída com
êxito!
d d
d
Fonte: elaborada pelo autor.
6q 2
a) .
8πd ε0
11q 2
b) .
8πd ε0
2
c) 11q .
4πd ε0
6q 2
d) .
4πd ε0
4q 2
e) .
6πd ε0
b) 2e0 a2 + h12 − a2 + h22 + h2 − h1 .
2 2
1 a + h2 − h2
c) .
2e0 a 2 + h 2 − h
1 1
1 2 2 2 2
d) a + h1 − a + h2 + h2 − h1 .
2e0
2 2
1 a + h1 − h1
e) .
2e0 a 2 + h 2 − h
2 2
Correntes elétricas no
meio contínuo
Convite ao estudo
Caro aluno!
Seja bem-vindo à Unidade 2 da disciplina Eletromagnetismo.
Na unidade anterior, foram abordados conceitos de eletrostática
que tratam de cargas estacionárias. Nesta unidade, você estudará
as correntes elétricas, portanto as cargas em movimento.
Os exemplos de situações em que as correntes elétricas estão
presentes são incontáveis, afinal, ao acender uma luz ou ao ligar
um eletrodoméstico, as cargas se movimentam nos condutores
da instalação elétrica. No trabalho de um engenheiro, correntes
elétricas estão presentes na análise de circuitos elétricos ou em
projetos de instalações elétricas. Profissionais que trabalham
com sistemas elétricos, como redes de energia elétrica e
equipamentos de proteção, responsáveis por instalação ou
manutenção, certamente terão um contato mais próximo e
diário com a corrente elétrica. Por isso, o estudo e o domínio dos
conceitos que serão vistos nesta unidade serão muito importantes
e contribuirão para o seu desenvolvimento profissional.
Imagine agora uma empresa fabricante de transformadores
com um departamento que estuda os condutores e bobinas
que serão aplicados para a fabricação dos equipamentos.
Neste departamento, suas atividades de rotina irão demandar
conhecimentos de eletromagnetismo.
Em uma primeira tarefa, você será desafiado a calcular
a intensidade de corrente elétrica dos condutores, dada a
característica de densidade de corrente elétrica no condutor. Em
seguida, você utilizará os valores de corrente para determinar o
campo magnético produzido por bobinas. Essa atividade exigirá,
inicialmente, que você utilize a Lei de Biot-Savart e, depois, o
cálculo do campo magnético utilizando a Lei de Ampère.
Para completar sua tarefa, na Seção 2.1, você aprenderá os
conceitos de corrente elétrica e densidade de corrente elétrica
em meios contínuos, aplicados, por exemplo, na caracterização
de parâmetros dos condutores. Na Seção 2.2, serão estudados os
conceitos por trás dos campos magnéticos estacionários, e você
será desafiado a analisar os campos magnéticos, utilizando a Lei
de Biot-Savart. Finalmente, na Seção 2.3, você deverá usar a Lei
de Ampère para o cálculo das correntes elétricas.
Mas de que forma a análise das correntes elétricas está
relacionada com os campos magnéticos?
Resolva os exercícios propostos e consulte os materiais
elencados nos itens Pesquise Mais de cada seção. Certamente,
esses recursos serão um diferencial na sua formação e ampliarão
o conhecimento transmitido neste material.
Seção 2.1
Densidade de corrente elétrica
Diálogo aberto
a b
Meio isolante h Meio isolante
(a) (b)
Figura 2.2 | Material condutor: (a) Caminho fechado com cargas estáticas; (b) Caminho
sendo percorrido por uma corrente elétrica
(a)
l
l
l
l + _ l
(b)
Fonte: Halliday, Resnick e Walker (2016, [s/p]).
∆q = ∫ I ⋅ dt
t
a b
c
l l
ct
at bt
Fonte: Halliday, Resnick e Walker (2016, [s/p]).
Como I = J A , então:
J = nev d
Reflita
Como a condutividade de um material se relaciona com o campo elétrico
e com a densidade de corrente elétrica?
V = RI
Tal relação é a forma mais comum da Lei de Ohm.
Pesquise mais
Os conceitos de resistência elétrica, corrente elétrica e potencial elétrico
são largamente utilizados na análise de circuitos elétricos. Circuitos
elétricos estão presentes em diversas aplicações do dia a dia, como
nos circuitos de instalação elétrica e nos circuitos internos de aparelhos
eletrônicos e eletrodomésticos.
∫ ∫ 30(5 − 4e
−400 r
I= )r ⋅ dr ⋅ d φ
0 0
Substituindo os valores:
R R
( 400r + 1)e−400r 5r 2 ( 400R + 1)e−400R 5R 2 1
∫ 30(5 − 4e−400r )r ⋅ dr = 30
40000
+
2 0
= 30
40000
+
2
−
40000 =K
0
2π
( 400R + 1)e−400R 5R 2 1
I= ∫ Kdφ = 2πK =2π ⋅ 30 40000
+
2
−
40000
0
( 400R + 1)e−400R − 1 5R 2
I (R ) = 60p +
40000 2
L 1
R= = = 0,0013Ω
σ × πR 2 6,17 ×107 × π × 0, 0022
L 1
R= = = 0, 0006Ω
σ × πR 2 6,17 ×107 × π × 0, 0032
L 1
R= = = 0, 0002 Ω
σ × πR 2 6,17 ×107 × π × 0, 0052
Avançando na prática
Condutor composto
Descrição da situação-problema
Em uma instalação elétrica, estão sendo utilizados condutores
compostos formados por dois materiais diferentes e unidos por uma
emenda, conforme mostra a figura. Um condutor de alumínio tem raio
igual a 5 cm, enquanto que o condutor de cobre tem um diâmetro de
2 cm. Esse condutor será utilizado para alimentar uma carga resistiva
que, funcionando corretamente, consome 400 A, quando ligada em
uma fonte de tensão contínua de 100 V. Ambos os condutores têm
um comprimento de 3 m cada um, totalizando 6 m de cabo, que é a
distância entre a fonte e a localização da carga.
Figura 2.7 | Condutor composto de alumínio e cobre
L 3
RCu = = = 1, 71×10−5 Ω
σCu πR22 6,17 ×107 π0, 032
a) 0,2 mm d) 0,8 mm
b) 0,4 mm e) 1,0 mm
c) 0,6 mm
a) 0, 3p kW c) 0, 9p kW e) 1, 5p kW
b) 0, 6p kW d) 1, 2p kW
Diálogo aberto
Figura 2.10 | Campo magnético gerado por um elemento de carga em um fio percorrido
por corrente
fio ??
O sentido do campo elétrico, nesse caso, pode ser dado pela regra
da mão direita. Primeiramente, posicione o dedo polegar no sentido
da corrente do fio, utilizando a mão direita, conforme a Figura 2.11. O
Assimile
A Lei de Biot-Savart permite calcular o campo magnético gerado pela
corrente elétrica em um meio contínuo, sendo essa dada pelo produto
vetorial conforme as equações dadas na forma diferencial e na forma
integral, conforme a seguir:
(Forma diferencial)
(Forma integral)
Reflita
Qual seria a direção e o sentido do campo elétrico em um ponto P '
simétrico ao ponto P na Figura 2.12?
R
sen(b ) =
r
z = R cotg (b ) ⇒ dz = −R cosec 2 (b )d b
Exemplificando
Um fio longo é percorrido por uma corrente de 5 A. Qual será o campo
magnético gerado por essa corrente a uma distância R=0,025 m desse
fio? Como serão as linhas do campo magnético B nesse fio longo?
Reflita
O que ocorre com o campo magnético gerado por um fio infinito à
medida que se afasta radialmente desse fio? A intensidade do campo
aumenta ou diminui?
A’
C’
Fonte: elaborada pelo autor.
(a) (b)
Fonte: elaborada pelo autor.
R
N O
espiras
x
A fórmula será:
0 y 2
dB == 3
dI
2( y 2 + x 2 ) 2
NI
Considere o fato que: dI = dx. Portanto:
L
0 y2 NI
dB = 3
dx
2 L
(x 2 + y 2 ) 2
U2 - Correntes elétricas no meio contínuo 87
Integrando por todo o comprimento da espira, haverá o campo
magnético no interior da bobina:
Basta que agora sejam substituídos os valores dados para cada caso:
4p ×10−7 ×1500 × 5
I = 5A → B = 1
= 0,0102 T
(0,72 + 4 × 0, 32 ) 2
4p ×10−7 ×1500 ×10
I = 10 A → B = 1
= 0,0204 T
(
0, 72 + 4 × 0, 32 ) 2
4p ×10−7 ×1500 × 20
I = 20 A → B = 1
= 0,0408 T
(0,7 2
+ 4 × 0, 3 2
) 2
Avançando na prática
I
Fonte: elaborada pelo autor.
a) 4p×10−5.
b) 4p×10−6.
c) 4p×10−7.
d) 4p×10−8.
e) 4p×10−9.
a) 1000
b) 1400
c) 1800
d) 2200
e) 2600
Diálogo aberto
d cos(θ ) = rd φ
Você pode perceber que essa última equação apresenta uma certa
semelhança com a Lei de Gauss, mas, ao invés do campo elétrico
integrado em uma superfície gaussiana, integra-se o campo magnético
em uma circuitação, ou seja, em um caminho fechado, utilizando uma
integral de linha. Analise a situação da Figura 2.21, que mostra as seções
transversais de três fios percorridos por corrente e um circuito fechado
em torno de apenas dois deles.
Reflita
Se as correntes I1 e I2 tivessem o mesmo sentido, como seria dada a
corrente total obtida dentro da circuitação?
Assim, a Lei de Ampère pode ser reescrita considerando os vetores
H e M , tal como:
α ∫ µ (H + M ) ⋅ d = µ
0 0 IT → ∫ (H + M ) ⋅ d = I T
C C
Note que, se M = 0 (ou seja, se não existe magnetização de um
meio material), então:
∫ H ⋅ d = I T
C
Assimile
A Lei de Ampère, na forma integral, permite calcular o campo magnético
a partir de uma corrente elétrica total estacionária, podendo ser dada pelas
seguintes equações:
α ∫ B ⋅ d = µ I0T , ou ainda ∫ H ⋅ d = I T
C C
Exemplificando
Um fio infinito é percorrido por uma corrente elétrica de 20 A. Utilizando a
Lei de Ampère, calcule o campo magnético a um raio de 40 cm desse fio.
Resolução:
Analise o caso de um fio retilíneo e infinito, tal como mostra a Figura 2.22.
xˆ yˆ zˆ
¶ ¶ ¶
Ñ´ H =
¶x ¶y ¶z
Hx Hy Hz
Exemplificando
Seja um campo magnético definido por H = 5 xˆ + 2 xyˆ + 6 yzˆ , determine o
vetor densidade de corrente elétrica.
Resolução:
xˆ yˆ zˆ
¶ ¶ ¶ æ ¶H ¶H y ÷ö æ ¶H x ¶H z ÷ö æ ¶H y ¶H ÷ö
Ñ´ H = = ççç z - ÷÷÷ xˆ + ççç - ÷÷ yˆ + ççç - x÷ˆ
÷z
¶x ¶y ¶z è ¶yç ¶z ø è ¶z ¶x ø ÷ çè ¶x ¶y ÷ø
Hx Hy Hz
Ñ´ H = (6 - 0) xˆ + (0) yˆ + (2 - 0) zˆ = 6 xˆ + 2zˆ
Logo:
Ñ´ H = J = 6 xˆ + 2zˆ
Pesquise mais
O potencial vetor magnético pode ser calculado de acordo com uma
densidade de corrente elétrica. Para o cálculo do potencial vetor, é
necessário estabelecer uma liberdade de calibre, que consiste em
fazer uma substituição vetorial na expressão de forma que o campo
magnético B não se altere. Mais informações podem ser encontradas
no vídeo a seguir:
ELETROMAGNETISMOUFF. Aula 1.26 – Liberdade de calibre, calibre de
Coulomb, solução geral para o potencial vetor. 2015. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=Om4IM-TtmE0>. Acesso em: 5
dez. 2017.
Figura 2.24 | Campo magnético em um solenoide: (a) com 3 espiras; (b) com 5 espiras
(a) (b)
Fonte: Rego (2010, [s/p]).
N ⋅I ⋅h
A corrente total envolvida no caminho é dada por IT = ; logo:
L
N ×I ×h
ò B × d = m0IT = m0
L
1-2-3-4
1500 ⋅ 10
B(10 A) = 4p ×10−7 = 0, 0269 T
0, 7
1500 ⋅ 15
B(15 A) = 4p ×10−7 = 0, 0404 T
0, 7
1500 ⋅ 20
B(20 A) = 4p ×10−7 = 0, 0539 T
0, 7
Avançando na prática
Nesse caminho, percebe-se que B e d têm a mesma direção e
sentido. O campo magnético não será constante, mas dependerá do
valor do raio r . Aplicando a Lei de Ampère, tem-se:
a) 1, 4 ×10−6 T
b) 2, 4 ×10−6 T
c) 2, 7 ´106 T
d) 1, 8 ×10−5 T
e) 2, 4 ×10−5 T
R R R
Esboço 4 Esboço 5
B B
R R
Fonte: elaborada pelo autor.
a) Esboço 1
b) Esboço 2
c) Esboço 3
d) Esboço 4
e) Esboço 5
HAYT JR., W. H.; BUCK, J. Eletromagnetismo. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
Indutância e as equações
de Maxwell
Convite ao estudo
Olá, caro aluno, seja bem-vindo à terceira unidade do curso
de Eletromagnetismo. Nas unidades anteriores estudamos
os fundamentos da eletrostática e do magnetismo, e nesta
unidade continuaremos a aprofundar os conhecimentos
estudando as indutâncias e as equações de Maxwell.
Reflita
Se um condutor for colocado em meio a um campo magnético sob
ação de um torque que provoque um movimento, surgirá nele uma
corrente elétrica?
ΦB = ∫ B ⋅ ^ndA
S
Assimile
A Lei de Faraday da indução magnética relaciona a força eletromotriz
induzida ( eind ) em um condutor com a taxa de variação do fluxo
magnético através deste condutor.
d ΦB
eind = − .
dt
Reflita
Na Figura 3.2, qual o sentido da corrente elétrica ao aproximar o ímã
do centro da espira? E ao afastar?
Figura 3.3 | Interpretação da Lei de Lenz (a) oposição ao movimento, (b) oposição
à variação negativa do fluxo e (c) oposição à variação positiva do fluxo.
Assimile
De acordo com a Lei de Lenz a corrente induzida terá o sentido oposto
à variação de fluxo de campo magnético.
Exemplificando
Seja uma espira de raio R em um campo magnético que varia no tempo
conforme B = -Kt. Neste caso, qual será o valor da força eletromotriz
induzida nesta espira?
Resolução:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-2668-8/
cfi/6/24!/4/1068@0:0>. Acesso em: 28 nov. 2017.
Reflita
Como serão as linhas de campo elétrico no caso de um anel em um
campo magnético variável (conforme mostra a Figura 3.6)?
Exemplificando
Seja uma espira quadrada de lado igual a 3 cm colocada em meio a
um campo, de forma que o fluxo seja perpendicular à área da espira.
Determine o campo elétrico se o campo magnético é igual a:
B = 9t .
Avançando na prática
Ventilador alimentado à bateria
Descrição da situação-problema
Imagine que você trabalha em uma empresa de equipamentos
elétricos que podem ser conectados à porta USB de computadores
pessoais. Seu colega é um projetista que está trabalhando no projeto
de um ventilador que pode ser conectado a uma bateria ou à porta
USB do computador. Um aparato foi montado com uma espira em
meio a um campo magnético de um ímã permanente como mostra
a Figura 3.8. Os terminais da espira se ligam a anéis de forma que a
espira possa girar e movimentar as hélices do ventilador.
Figura 3.8 | Projeto inicial do ventilador
Figura 3.11 | Funcionamento do comutador (a) posição inicial (b) instante da comutação
O tempo gasto para a espira ir da posição inicial até a final é 0,4 segundos.
Logo, o módulo da força eletromotriz induzida na espira, em volts, é:
a) 1 V.
b) 2 V.
c) 3 V.
d) 4 V.
e) 5 V.
Resolução:
A R 2 0, 052 2, 5 103 m 2
Utilizando a área calculada, podemos calcular a autoindutância
considerando para o cálculo o comprimento de um metro:
0N 2 A 4 107 1500 2 2, 5 103
L 7, 0 103 H
1
Assimile
A autoindutância de um solenoide corresponde à capacidade que
este solenoide possui de produzir uma força eletromotriz quando
percorrido por uma corrente variante no tempo.
Pesquise mais
Para mais esclarecimentos sobre a solução de equações diferenciais
de primeira ordem, é sugerido assistir ao vídeo do canal Toda a
Matemática, disponível no link a seguir:
Exemplificando
Resolução:
Exemplificando
Seja um solenoide de 500 espiras e área circular de seção com raio
igual a 1 cm, se esse solenoide tem 5 cm de comprimento, determine
a energia armazenada para uma corrente de 2 A.
Reflita
Considere que duas bobinas sejam colocadas próximas uma da outra,
sendo uma percorrida por corrente elétrica. Qual seria o alinhamento
mais eficiente entre as duas bobinas de forma a permitir uma maior
eficiência na indução magnética na segunda bobina?
Avançando na prática
Indutância mútua de um transformador de núcleo de vácuo
Descrição da situação-problema
Em uma indústria será necessário construir um transformador
com uma relação de transformação de 1:2. O gestor da sua área lhe
incumbiu de realizar esta tarefa, mas será preciso que você utilize
duas bobinas presentes no almoxarifado, sendo uma bobina de raio
igual a 2 cm e 500 espiras e uma de 1000 espiras e raio igual a 15
cm. Com ajuda a de uma câmera de vácuo, você deverá montar um
transformador como mostra a Figura 3.20, em um meio de vácuo:
Lembre-se
O operador diferencial Nabla é definido no plano cartesiano, sendo útil
na definição dos conceitos de rotacional (visto na Seção 2.3), gradiente
e divergente:
∂() ∂() ∂()
()
∇= xˆ + yˆ + zˆ
∂x ∂y ∂z
3
O gradiente de uma função escalar f(x,y,z) no espaço � é definido
pela expressão de ∇(f ) , sendo este um campo vetorial em função das
mesmas variáveis da função f e com as mesmas propriedades.
∂f ∂f ∂f
xˆ +
∇(f )= yˆ + zˆ
∂x ∂y ∂z
O divergente de uma função vetorial contínua v ( x, y , z ) , suave e
bijetora com derivada contínua, suave e bijetora no espaço � 3 , é
definido por:
∂() ∂() ∂() ∂v x ∂v y v z
⋅ v ( xˆ +
∇= yˆ + zˆ ) ⋅ (v x xˆ + v y yˆ + v z=
zˆ ) + +
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
onde
v é um campo escalar, função das mesmas variáveis da função
v ( x, y , z ) . Para esse mesmo vetor, o Teorema de Gauss define que:
v dV v dA
V S
V
( E )dV
V 0 V
0
dV ( E )dV 0 .
A equação acima nos permite escrever
para um determinado volume
definido, contínuo e não nulo, que ( E 0 )V 0 . Considerando que
as funções envolvidas são definidas, suaves e bijetoras com primeira
e segunda derivadas definidas também contínuas, suaves e bijetoras,
podemos escrever a Lei de Gauss na forma diferencial igualando o
termo ( E ) a zero, e logo a equação da Lei de Gauss na forma
0
diferencial é obtida:
Sabemos
que o fluxo de campo magnético é dado pela integral
Φ B = ∫ B ⋅ ndA
ˆ . Sendo o campo magnético variante no tempo, podemos
S
reescrever a Lei de Faraday, tal que:
dB
�∫
C
E ⋅d =
−
S
dt
ˆ
⋅ ndA∫
Usando o teorema de Stokes conforme visto na Seção 3.2, podemos
∫C E ⋅ d = S∫ (∇ × E )ndA
substituir o lado esquerdo da equação, tal que � ˆ ~, e
desta forma escrevemos:
dB
∫
S
ˆ
(∇ × E )ndA =−
S
dt
ˆ
⋅ ndA ∫
Da última equação obtemos a Lei de Faraday na forma diferencial:
Reflita
Com base no que foi visto até aqui, o problema encontrado por
Maxwell que indicaria uma descontinuidade na corrente elétrica está
na equação da Lei de Ampère, ou no teorema matemático?
Resolução:
Assimile
As Equações de Maxwell podem ser resumidas nas seguintes equações:
Exemplificando
Seja um campo elétrico no vácuo que tem os seguintes valores em
coordenadas retangulares.
E x = 0 E y = 10−5 sen(p ×107 t ) Ez = 0
Se o campo magnético somente possui valor diferente de zero ao
longo do eixo z, qual o valor do campo magnético?
Pesquise mais
A discussão que tivemos aqui sobre as equações de Maxwell foi breve,
no entanto, você pode expandir os seus conhecimentos fazendo uma
leitura do capitulo 9 do livro:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580551549/
cfi/291!/4/[email protected]:7.11>. Acesso em: 28 fev. 2018.
Avançando na prática
Testes em um laboratório de alta tensão
Descrição da situação-problema
Vamos imaginar o caso em que você trabalhe em um laboratório
de testes de alta tensão. Você está estudando o comportamento
de um condutor cilíndrico de raio de seção transversal igual a
3 cm, que será utilizado em linhas de alta tensão. No teste que
Ondas eletromagnéticas
Convite ao estudo
Nas unidades anteriores, aprofundamos nossos
conhecimentos de eletrostática, eletrodinâmica e das relações
entre eletricidade e magnetismo, o que resultou nas equações
de Maxwell. Na presente unidade, aplicaremos nossos
conhecimentos estudando ondas eletromagnéticas.
Lembre-se
As Equações de Maxwell na forma diferencial podem ser resumidas
nas seguintes equações:
(1) E (Lei de Gauss da eletrostática)
0
(2) B 0 (Lei de Gauss do magnetismo)
(3) E dB (Lei de Faraday)
dt
(4) B 0 J 0 0 dE (Lei de Ampère-Maxwell)
dt
d
E
dt
B
.
Substituindo o rotacional do campo magnético pelo indicado na
Lei de Ampère-Maxwell, teremos:
d dE dE d 2E
dt
E E
dt dt
2
dt
Assimile
A equação de Helmholtz é utilizada no estudo de fenômenos físicos
que envolvem equações diferenciais parciais. Essa equação é utilizada
para descrever os fenômenos físicos que são dependentes do tempo.
A equação geral da onda é dada por essa equação para o campo
elétrico e o campo magnético, conforme a seguir:
2 dE d 2E
E 2
dt dt ,
2
dB d 2B
B 2
dt dt .
j ( j ) j
Reflita
Como seria a relação entre as constantes de propagação, atenuação
e fase para um meio de propagação correspondente ao vácuo, onde
0?
E x ( z ) E0 e z cos(t z )
De forma análoga, escolhendo , obteríamos a equação
onde E0− é a amplitude em z=0 para propagação no sentido
negativo de z.
E x ( z ) E0 e z cos(t z )
Usando a Lei
de Faraday, podemos obter o campo magnético,
sabendo que B H :
dB
E j H
dt
E 0- = ___
E +0 = - ___
√______
η = ___ jωµ = jωµ
H0 +
H0- γ σ + jωµ
Exemplificando
Seja um material com condutividade igual a 0,100 S/m, permeabilidade
relativa igual a 1,00, e permissividade relativa igual a 9,00. Se uma onda
se propaga nesse meio com f = 1,00 GHz, queremos encontrar as
constantes de propagação, atenuação, fase, e impedância intrínseca.
Resolução:
j j 2 109 (1) 4 107 j 7896
j j 2 10 (9) 8, 85 10 j 0, 5
9 12
j ( j ) j
Observamos que calculando a constante de propagação obteremos
também a constante de atenuação e constante de fase da onda.
, m 1
j 7896(0,1 j 0, 5) 6, 25 j 631
De onde obtem-se as constantes de atenuação e de fase:
6, 25 Np/m
631
, rad /m
Agora, para encontrar a impedância intrínseca utilizamos a equação:
j j 7896
124e j 12,3
j 0,1 j 0, 5
2
2 f k
T
1 1
0 0 c
2 0 0
Exemplificando
7 12
Sendo que 0 4 10 H /m e 0 8, 85 10 F /m ,
determine a velocidade de propagação da luz no vácuo.
Resolução:
1 1
c 7 12
3, 0 108 m/s
0 0 4 10 8, 85 10
Curiosidade: a velocidade de propagação do campo elétrico no vácuo
é representada pela letra c devido à inicial da palavra latina celer, que
significa “rápido”.
j j 2 10 (9) 8, 85 10 j 5
10 12
j ( j ) j
j 78960(0,1 j 5) j 7896 394800 6, 28 j 628, 36 m 1
De onde obtem-se as constantes de atenuação e de fase:
6, 28 Np/m
628, 36 rad /m
Agora, para encontrar a impedância intrínseca, utilizamos
a equação:
j j 78960
125, 66e j 0,05
j 0, 01 j 5
Para o Material 2, fazemos:
j j 2 1010 (5) 4 107 j 394784, 2
j j 2 1010 (7) 8, 85 1012 j 3, 89
A constante de propagação da onda que é dada pela
seguinte fórmula:
1239, 26 rad /m
Novamente encontraremos a impedância intrínseca, utilizamos a
equação com os valores obtidos para o material 2:
j j 394784, 2
318,56e j 0,36 .
j 0, 05 j 3, 89
Avançando na prática
Descrição da situação-problema
Imagine que você foi contratado por uma empresa de
telecomunicações que está estudando o comportamento de uma
onda eletromagnética. Nesse estudo, é definido um eixo cartesiano
e a onda se propaga no vácuo na direção negativa do eixo y. O
campo magnético H tem uma constante de fase 30 rad/s e apresenta
1
uma intensidade máxima de A/m. O sentido no eixo y negativo
3π
do campo é observado para o tempo inicial do experimento e para
a origem do plano cartesiano. Imagine que você faz parte da equipe
que está realizando esse estudo. Sua tarefa será utilizar os dados do
experimento que foi conduzido para obter uma equação para ambos
Resolução da situação-problema
Se o meio tivesse alguma condutividade, a impedância intrínseca,
que relaciona os campos elétrico e magnético, seria um número
complexo. No entanto, estamos lidando com o vácuo onde a
condutividade é nula e, dessa forma, a impedância intrínseca será
um número real puro, pois:
j j
j 0 j
Utilizando a função cosseno, podemos escrever a equação do
campo magnético H na direção negativa do eixo y, como indicado
a seguir:
1
H ( z, t ) =
− cos(ωt − β z )yˆ
3π
No vácuo, a impedância intrínseca será:
0
120
0
.
Então podemos obter a equação do campo magnético
sabendo que:
E0 1
0
E0 0 H0 120 40
H0 3
Logo teremos:
E ( z, t ) 40 cos(ωt − β z )xˆ
=
Para obter os parâmetros ω e β , basta aplicar diretamente
as relações. Já se sabe que 30 rad /s e que esta é também o
número de onda da equação, então:
γ= j ωµ(0 + j ωε ) = j 2 ω 2 µε = j ω µε = α + j β
Da equação apresentada, podemos obter informações
importantes a respeito das constantes de atenuação e fase. A
primeira delas é que a constante de atenuação é igual a zero
( a = 0 ). De fato, se estamos falando de um meio livre de perdas,
então em nenhum ponto desse meio irá ocorrer a atenuação da
onda, e era esperado então que a constante de atenuação refletisse
esse comportamento. A segunda informação é relacionada à
constante de fase que corresponde a β = ω µε . Lembrando ainda
que no espaço livre µ = µ 0 , e = e0 e c = ωk = 1
, onde k corresponde
µ0 ε0
ao número de onda, podemos concluir que o número de onda e a
constante de fase de uma onda são equivalentes.
Na seção anterior, concluímos que a velocidade da onda no
vácuo é a velocidade da luz c. Entretanto, se considerarmos um meio
dielétrico sem perdas, podemos também escrever a velocidade de
propagação da onda no meio dielétrico sem perdas, considerando
j ωµ µ µr
η= = = η0
0 + j ωε ε εr
Assimile
A relação entre os campos E e H de uma onda eletromagnética
que se propaga na direção dada por um versor p̂ , é dada pelas
seguintes relações:
E = -h pˆ ´ H
1
H = pˆ ´ E
h
æE+ E- ö
H ( z, t ) = ççç 0 cos(wt - b z ) + 0 (wt + b z )÷÷÷ yˆ
èç h h ø÷
Exemplificando
Seja um campo elétrico de uma onda definido pela equação
E ( z, t ) = 5e-7 z cos(2p ´109 - 50z )xˆ . Sabendo que a onda se
j 8°
propaga em um material de impedância intrínseca igual à 125e Ω ,
determine a equação do campo magnético.
Resolução:
æ 5 - j 8° -7 z -50 z ÷ö
H ( z, t ) = çç e e e ÷÷ yˆ = 0,04e e e
- j 8° -7 z -50 z
yˆ A/m
çè125 ø
Pesquise mais
Em meios dielétricos com pequenas perdas, as equações da constante
de atenuação ( a ) e constante de fase ( b ) podem ser aproximadas por:
σ µ
α»
2 ε
β » ω µε
µε σ ωµσ
α=β=ω = = πf µσ
2 ωε 2
j ωµ jµ
j ωµ ωε ε = j ωµ
η= = ≈
σ + j ωε σ σ σ
+ j1 .
ωε ωε
ω ω 2ω 2 2ω
ν= = = =
β ωµσ ωµσ µσ
2
Uma breve análise da grandeza dos parâmetros envolvidos na
σ
equação anterior para bons condutores, nos mostra que >ε.
2ω
O alto valor da condutividade resulta em uma atenuação
significante (alto a ) e redução da velocidade de propagação da
onda, conforme vimos. Além disso, o valor do comprimento de
onda também será menor quando comparado a um meio sem
perdas pois, partindo da equação do comprimento de onda, temos:
2π 2π 2π 2 π
λ= = = =2
β ωµσ 1 2πf µσ f µσ
2
Na Figura 4.2, uma onda que se propaga no espaço livre atinge a
superfície de um bom condutor. Nessa figura podemos perceber a
atenuação do sinal, além da diminuição do comprimento de onda.
Pesquise mais
É possível encontrar uma equação para a resistência elétrica em
condutores em altas frequências, quando a corrente é confinada na
superfície externa desse. Os conceitos por trás dessa dedução podem
ser estudados na Seção 5.4 do livro:
Exemplificando
Resolução:
Pesquise mais
O sentido de rotação da polarização de uma onda é descrito como
sendo no sentido da mão direita (RHCP) ou no sentido da mão
esquerda (LHCP). Como determinar esse sentido está detalhado na
Seção 5.6 do livro:
E (t ) = 10 cos( 2p ×107 t )V /m
3 3 3
E ( z, t ) = 10e-47,8´10 t cos(2p ´107 t - 47,8 ´103 z )xˆ = 10e-47,8´10 t e-47,8´10 z xˆ
Para o campo magnético, basta aplicar a equação dos
campos propagantes:
1 10 -47,8´103 t
H = zˆ ´ E ® H ( z, t ) = e cos(2p ´107 t - 47,8 ´103 z )yˆ
h h
A impedância intrínseca do cobre pode ser calculada como:
ωµ j 45°
η= e , ×10−3 e j 45°Ω
= 117
σ
E assim temos definida a equação do campo magnético:
3
H ( z, t ) = 8,54 ´10-3 e-47,8´10 t e- j 45° cos(2p ´107 t - 47,8 ´103 z )yˆ [ A / m ]
3 3
H ( z, t ) = 8,54 ´10-3 e-47,8´10 z e-47,8´10 t e- j 45° yˆ [ A / m]
Para o campo incidente teremos:
3
H (0, t ) = 8,54 ´10-3 e-47,8´10 t e- j 45° yˆ [ A / m]
A potência média pode ser calculada conforme a equação a seguir:
1
Pmed = ℜ E × H *
2
1 é E jq ù E2
Pmed = Â êE0e-at e-b z e- j f xˆ ´ 0 e-at e b z e- j f e h yˆ ú = 0 e-2az cos(qh )zˆ
2 êë |h| ú 2|h |
û
102
Pmed -3
e-2´47,8 z cos(45°)zˆ = 30218e-96 z zˆ W / m 2
2 | 1,17 ´10 |
Ainda, você deve verificar o que ocorre com essa onda quando
ela atinge a superfície da placa de forma a apresentar um relatório
detalhado com os resultados do seu estudo. Na superfície da placa
de cobre, quando z = 0, a densidade de potência é 30218 W /m 2
. Mas, após uma certa profundidade de penetração da ordem de
micrometros, a densidade de potência da onda cai para abaixo
de 15% do seu valor na superfície. Sendo assim, o cobre atenua
significativamente essa onda.
Esses resultados devem ser detalhados no seu relatório, inclusive
mostrando os cálculos e as conclusões a que você chegou, de
forma a concluir o seu trabalho com êxito.
Avançando na prática
Propagação de ondas nas águas do mar
Descrição da situação-problema
A marinha brasileira está trabalhando em um projeto de
transmissão de informações para submarinos que estarão em missão
submersos. Essa transmissão de informação deve ser feita por meio
de ondas eletromagnéticas de frequências mais altas do que as
ELF (da ordem de 10Hz, utilizada na comunicação de submarinos).
Idealmente, na água, uma onda magnética se propagando sofre
poucas perdas. Na água do mar, entretanto, a presença de cloreto
de sódio estabelece uma característica condutiva à água, ou seja,
esta possui alguma condutividade. Como consequência, existirá
uma constante de atenuação diferente de zero.
Resolução da situação-problema
A profundidade de penetração para um meio condutor será
determinada pelo inverso da constante de atenuação, ou seja:
1 1 1
δ= = =
α β πf µε
σ σ 4
= = 3 −12
= 8, 9 ×105 >> 1
ωε ωεr ε0 2π ×10 × 81× 8, 85 ×10
1
δ == = 7, 95m
π ×103 × 4π ×10−7 × 4
Bons estudos!
Reflita
Como base no que estudamos na seção anterior, como a constante de
atenuação interfere na profundidade pelicular?
E0i Et
Hsi = Hst ⇒ = 0
h1 h2 .
Da relação anterior, só teremos as condições de fronteira
satisfeitas se a impedância intrínseca dos meios 1 e 2 forem iguais, o
que não é verdade para todos os casos em geral. Dessa forma, para
que as condições de fronteira sejam satisfeitas, se faz necessário
que exista uma onda refletida. Essa onda pode ser representada
r
por meio dos campos refletidos ( Esr e Hs ). Na notação de fasor,
r
considerando que E0 é o valor máximo do campo elétrico, esses
campos podem ser representados conforme segue:
E0i E0r Et
Hsi + Hsr = Hst ⇒ − = 0
h1 h1 h2
E0t 2η2
τ= i
= = 1 + Γ = τ e j φi
E0 η2 + η1
Assimile
Em uma incidência normal, a relação das amplitudes das ondas
incidente, refletida e transmitida determinam os coeficientes de
reflexão e de transmissão, conforme indicado a seguir:
Er η − η1 Et 2η2
Γ = 0i = 2 = Γ e jφ e τ = 0 = = 1 + Γ = τ e j φi
E0 η2 + η1 i
E0 η 2 + η1
Exemplificando
Obtenha os coeficientes de reflexão e de transmissão para uma onda
incidente de um meio com impedância intrínseca de 120 Ω para um
meio de impedância intrínseca igual a 360 Ω . Ainda, considerando
um campo elétrico incidente com amplitude igual a 30 V/m, calcule as
amplitudes dos campos elétricos refletidos e transmitidos.
Resolução:
E0r E0r
= 0, 4 → = 0, 4 → E0r = 12 V /m
E0i
30
E0t E0t
= 1, 4 → = 1, 4 → E0t = 42 V /m
E0i
30
h2 − h1 −h1 2η2
Γ= = = −1 τ = =0
h2 + h1 h1 e
η 2 + η1
E0r
= −1 → E0r = −E0i
E0i
Isso significa que todo o campo incidente é refletido pelo
condutor perfeito. Se calcularmos a profundidade de penetração,
veremos que ela é zero.
E0t
= 0 → E0t = 0
E0i
Pesquise mais
Note que, devido à reflexão da onda, no mesmo meio teremos uma
onda incidente e uma onda refletida. A superposição dessas duas
ondas forma uma onda estacionária. Essa onda possui um padrão de
Emáx 1+ | Γ |
SWR = =
Emin 1− | Γ |
Mais sobre esse assunto pode ser estudado nos livros a seguir, que
estão disponíveis na sua biblioteca virtual nos links relacionados:
2η2 cos θi
E0t = E0i = τTE E0i
η2 cos θi + η1 cos θt
Já para a polarização TM, teremos os seguintes campos:
η2 cos θt − η1 cos θi i
E0r = E0 = ΓTM E0i
η2 cos θt + η1 cos θi
2η2 cos θi
E0t = E0i = τTM E0i
η2 cos θt + η1 cos θi
Além disso, a Lei de Snell para reflexão e refração determina as
relações entre os ângulos conforme segue:
β1 senθt
qi = qr e β = senθ
2 i
Assimile
Em uma incidência oblíqua, a relação das amplitudes das ondas incidente,
refletida e transmitida determinam os coeficientes de reflexão e de
transmissão, para as polarizações TE e TM, conforme segue.
η2 cos θi − η1 cos θt i
E0r = E0 = ΓTE E0i
η2 cos θi + η1 cos θt
2η2 cos θi
E0t = E0i = τTE E0i
η2 cos θi + η1 cos θt
η2 cos θt − η1 cos θi i
E0r = E0 = ΓTM E0i
η2 cos θt + η1 cos θi
2η2 cos θi
E0t = E0i = τTM E0i
η2 cos θt + η1 cos θi
Pesquise mais
É interessante que você aprofunde seus estudos com explicação mais
detalhada sobre como as equações das ondas incidente, refletida e
transmitida podem ser obtidas, assim como os coeficientes de reflexão
e transmissão nas polarizações TE e TM. Isso pode ser feito por meio
de uma leitura atenta da Seção 5.8 – Reflexão e transmissão em ondas
obliquas, do livro a seguir:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/978-85-216-2670-1/cfi/6/34!/4/886/2@0:100>. Acesso em: 24
jan. 2018.
+ − j b2 z − − j b2 z
Es 2 = E20 e + E20 e
+
E20 E−
Hs 2 = e− j β2 z + 20 e− j β2 z
η2 η2
Podemos definir uma impedância de onda, como a razão entre
os campos Es2 e Hs2 :
Es 2 η cos β2 z − j η2senβ2 z
ηw = = η2 3
Hs 2 η2 cos β2 z − j η3senβ2 z
Na fronteira do meio 1 com o meio 2, os campos H e E são
tangenciais e contínuos, de forma que estabelecendo as condições
de fronteira podemos calcular uma impedância de entrada quando
z = − , conforme abaixo:
η3 cos β2 + j η2senβ2
ηent = ηw ( z = − ) = η2
η2 cos β2 + j η3 senβ2
E o coeficiente de reflexão no meio incidente considera as
amplitudes do campo incidente e refletido no meio 1, logo:
r
E10 h − h1
i
= Γ = ent
E10 hent + h1
Um outro conceito importante quando trabalhamos com ondas
de frequência ótica é o índice de refração. Esse índice expressa a
constante dielétrica do meio na forma:
n = er
ωn η = 1 µ0 η
= 0
β = ω µ0 ε0 εr = εr ε0 n
c e
mπ 2π mλ2
= →=
λ2 2
A relação nos diz que a espessura será igual a um múltiplo de
meio comprimento de onda na região do vidro. O efeito de uma
espessura igual a um múltiplo de meio comprimento de onda é que
essa região não tenha influência na reflexão e transmissão. Esse é o
princípio de funcionamento de um interferômetro de Fabry-Perot.
Assim, uma sugestão é o projeto de um interferômetro de
Fabry-Perot, que consiste em um bloco de material transparente,
por exemplo o vidro. A espessura é projetada de forma que os
comprimentos de onda transmitidos satisfaçam a relação a seguir,
onde corresponde à espessura do material e m é o número de
meio comprimento de onda no material utilizado para construir
o interferômetro:
l0 2
l2 = =
n m
2
Como m = , então:
l2
l22
Dlf
2
Pode-se considerar o comprimento de onda no espaço livre,
2n
sabendo que m = l . Obtém-se então a faixa espectral livre para o
0
interferômetro de Fabry-Perot, dada por Dlf 0 .
l02
∆lf 0 = n∆lf
2n
Dessa forma, pode-se projetar o interferômetro para atuar como
um filtro passa-faixa, de forma a transmitir um espectro estreito em
torno de um comprimento de onda específico. Para isso, o espectro
a ser filtrado deve ser mais estreito do que a faixa espectral livre.
Para determinar a faixa necessária de espessuras do vidro para que
ordens múltiplas do comprimento de onda não sejam transmitidas,
necessitamos que ∆lf 0 > ∆ls , onde Dls corresponde à largura
espectral ótica, logo:
l02
<
∆ls 2n
Substituindo os valores, teremos que:
λ02 10002
< = = 8, 62 µm
∆λs 2n 40 × 2 ×1, 45
Avançando na prática
Cálculo dos campos em uma incidência oblíqua
Descrição da situação-problema
Uma estação de TV localizada na região sul de um certo território
pretende expandir a abrangência de seu sinal para a região norte.
Para isso, montou um esquema para reflexão do sinal, redirecionado
por um refletor que está localizado em uma torre, conforme mostra
o esquema da Figura 4.9. O esquema permite que, a partir da região
sul, a estação transmita o seu sinal para a região norte pelo ar.
Figura 4.9 | Esquema para transmissão do sinal
Resolução da situação-problema
Para que você desempenhe essa tarefa, será necessário conhecer
os coeficientes de reflexão e transmissão. Sabemos que no ar a
impedância intrínseca é de 120 . Como a onda é de 100 MHz
e se propaga no espaço livre, podemos obter o comprimento de
onda e em seguida o coeficiente de fase dado por:
c 2π 2π
λ= = 3m → β = = rad /m
f λ 3
Logo, os campos incidentes são (considerando a polarização TE):
2p
-j ( xsen 60°+ z cos 60° )
Esi = 5e 3 yˆ
2p
5 -j ( xsen 60°+ z cos 60° )
Hsi = e 3 (- cos 60° xˆ + sen 60°zˆ )
120p
Para o meio do refletor, teremos o coeficiente de fase dado por:
ω εr 2π ×100 ×106 4 4π
β2 = = = rad /m
c 3 ×108 3
µr 120π
η2 = η0 = = 60π Ω
εr 2
β1 senθt β
= ↔ θt = sen−1 1 senθi = 25, 65°
β2 senθi β2
4p
-j ( xsen 25,65°+ z cos 25,65° )
Esi = 2,175e 3 yˆ
4p
-j ( xsen 25,65°+ z cos 25,65° )
Hsi = 11,53e 3 (- cos 25,65° xˆ + sen 25,65°zˆ )
Dessa forma, ao apresentar esses cálculos, sua tarefa estará
cumprida com êxito.