Auditoria

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Auditoria, laudo e perícia

1ª Edição |Novembro| 2014


Impressão em São Paulo/SP
Na atualidade, existe uma infinidade de docu-
mentos previstos em leis, decretos, decretos-lei, me-
didas provisórias, portarias, instruções normativas
da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança
e Medicina do Trabalho (Fundacentro), resoluções
da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
e agências do Governo, ordens de serviço do Insti-
tuto Nacional do Seguro Social (INSS) e regulamen-
tos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
A observância das NRs não desobriga as em-
presas do cumprimento destas outras disposições
contidas em códigos de obras ou regulamentos sani-
tários dos Estados ou Municípios, e outras, oriundas
de convenções e acordos coletivos de trabalho.
Tivemos como base na elaboração do material,
bibliografias, perícias e fiscalizações técnicas reali-
zadas por quem atua na área, como uma síntese da
Legislação brasileira pertinente à Segurança do Tra-
balho e Medicina do Trabalho.
Com o acelerado desenvolvimento industrial
no Brasil, dentro do atual contexto da nova ordem
econômica, o tema “Segurança e Medicina do Tra-
balho”, merece atenção do poder público, das elites
empresariais e trabalhadoras, pois não basta só au-
mentar a produção sem prestar atenção em pontos
importantes a serem observados para que se possa
alcançar índices estáveis, pois onde se obtém pro-
dutividade deve-se respeitar o binômio: Qualidade
e Segurança.
A Segurança do Trabalho e a Medicina do Tra-
balho estão relacionadas de forma intrínseca e in-
dissociável do nosso ordenamento jurídico, espe-
cialmente com o Direito do Trabalho, visto que as-
pectos legais sempre devem estar em conjunto com
dados técnicos específicos.
Temos certeza de que essas abordagens são
consideradas inovadoras dentro do contexto da atu-
alidade. Tocamos em pontos importantes com certa
profundidade, mas objetivamos propiciar um estudo
em linguagem fácil para o público-alvo:

- Estudantes;
- Trabalhadores;
- Dirigentes Sindicais;
- Gerentes;
- Encarregados de Departamentos de Pessoal
de Empresas;
- Empresários e Profissionais de Segurança e
Medicina do Trabalho (Engenheiro de Segurança
do Trabalho, Médicos do Trabalho, Enfermeiros
do Trabalho, Técnicos de Segurança do Trabalho e
Auxiliares de Enfermagem do Trabalho) que estão
iniciando na área.
Auditoria, laudo e perícia
Coordenação Geral Coordenação de Projetos
Nelson Boni Leandro Lousada

Professor Responsável Revisão Ortográfica


Selma Freitas Célia Ferreira Pinto

Coordenadora Peda- Projeto Gráfico, Dia-


gógica de Curso- EAD gramação e Capa
- Ana Flávia Marcheti

1º Edição: Setembro de 2014


Impressão em São Paulo/SP

Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353


Sumário
UNIDADE 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS 15
1.1. Normas Regulamentadoras
1.2. Inspeção Prévia
1.2.1. Certificado de Aprovação de Instalações
1.2.2. Princípio da dupla visita
1.3. Acidente de Trabalho
1.3.1. Exceção
1.3.2. Equiparação
1.3.3. Comunicação do acidente
1.4. Serviço especializado em Engenharia de Segurança e Me-
dicina do Trabalho - SESMT
1.4.1. Riscos no Ambiente de Trabalho
1.4.1.1. Ergonomia
1.4.1.2. EPI’S X EPC’S
1.4.1.3. Eficácia do SESMT
1.4.1.4. OHSAS - (Occupational Health and Safety Assessment Services)
1.4.1.5. ACGIH - (American Conference of Governmental In-
dustrial Hygienists)

UNIDADE 2 - CIPA – COMISSÃO INTERNA DE 127


PREVENÇÃO DE ACIDENTES

2.1. Conceito de Insalubridade


2.2. Caracterização da Insalubridade
2.2.1. Lista de atividades insalubres conforme NR 15
2.2.2. A eliminação da Insalubridade
2.2.3. A eliminação da Insalubridade X Trabalhador

221
UNIDADE 3 - HIGIENE OCUPACIONAL

3.1. Atestado de Saúde Ocupacional


3.2. Critério adotado para a caracterização da Insalubridade
3.2.1. Avaliação quantitativa
3.2.2. Avaliação qualitativa
3.2.3. Avaliação qualitativa de riscos inerentes à atividade
3.3. Análise dos agentes químicos, físicos e biológicos
3.3.1. Limites de tolerância para exposição ao calor
3.3.2. Trabalho sob condições hiperbáricas
3.3.3. Radiações não ionizantes
3.3.4. Vibrações
3.3.5. Frio
3.4. Valores dos adicionais de Insalubridade e Periculosidade
3.4.1. Base de Cálculo do Adicional de Insalubridade
3.4.2. Valor e base de Cálculo do Adicional de Periculosidade
3.4.3. Eliminação ou Neutralização da Insalubridade e/
ou Periculosidade
3.4.4. Conceito de Periculosidade

UNIDADE 4 - PERÍCIA E LAUDO PERICIAL 105

4.1. Formulário
4.1.1. Instrução para a elaboração do Laudo Pericial de Insalu-
bridade e Periculosidade
4.2. Prova Pericial
4.3. Perícia Extrajudicial
4.4. Perícias Judiciais
4.5. A Substituição Processual
4.6. Auditoria
4.7. Auditoria externa e interna
4.8. Tipos de Auditorias
4.8.1. Auditoria Ambiental
4.8.2. Auditoria na Saúde
4.8.3. Auditoria Financeira
4.8.4. Auditoria Fiscal Trabalhista
4.8.5. Auditoria de Cumprimento e Operacional
4.8.6. Atividades de Auditoria Fiscal do Trabalho
4.8.6.1 - Agente Transformador
4.8.6.2. Identificação
4.8.6.3. Escalão Máximo
4.8.6.4. Remuneração
4.9. A Estrutura da Inspeção do Trabalho no Brasil
4.9.1. E em relação à Saúde e Segurança do Trabalhador

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS 105


UNIDADE 1- CONSIDERAÇÕES GERAIS
A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho
(SSST) é o órgão de âmbito nacional competente em
conduzir as atividades relacionadas com a segurança
e saúde ocupacional.
Essas atividades incluem a Campanha Nacional
de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Canpat), o
Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e,
ainda, a fiscalização do cumprimento dos preceitos
legais e regulamentares sobre segurança e saúde ocu-
pacional, em todo o território nacional.
Compete, ainda, à SSST (Secretaria de Segurança
e Saúde no Trabalho) conhecer, em última instância, as
decisões proferidas pelos delegados Regionais do Tra-
balho, em termos de segurança e saúde ocupacional.
Para a Engenharia de Segurança do Trabalho,
devemos fazer importantes considerações sobre al-
guns temas, e para tanto, darmos ênfase a algumas
definições como segue:
Segurança do Trabalho – é uma ciência que atra-
vés de métodos preventivos apropriados, estuda as cau-
sas de acidentes de trabalho, possibilitando a adoção
de medidas técnicas que pretendam eliminar ou, ao
menos, diminuir ocorrências de Acidentes de Trabalho.
Medicina do Trabalho – é entendida como uma
ciência que se dedica ao estudo de doenças ocupa-
cionais, incluindo doenças do profissional e as do
trabalho, com objetivo de desenvolver métodos e
técnicas possíveis de prevenção.
Devemos deixar constatado que, consideram-
-se como comum dentre a maioria dos trabalhadores
e até mesmo profissionais qualificados, há certa con-
fusão entre atribuições administrativas e judiciárias
diretamente vinculadas à matéria trabalhista.
Trataremos de temas relacionados no campo
da saúde ocupacional, discorrendo sobre avaliação e
controle dos agentes agressivos passíveis de levar o
empregado a adquirir doença profissional, conside-
rando suas atividades ou ocupações.
Faremos uma incursão sobre as atribuições e fina-
lidades dos diversos órgãos envolvidos, restringindo a
abordagem nos tópicos diretamente relacionados com
a Segurança do Trabalho e a Medicina do Trabalho.

1.1. Normas regulamentadoras

As Normas Regulamentadoras, também cha-


madas de NR, foram publicadas pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) através da Portaria n.º
3.214/78, para estabelecer os requisitos técnicos e
legais sobre os aspectos mínimos de Segurança e
Medicina do Trabalho e Portaria n.º 3.311/89, re-
vogada pela Portaria 546/2010, que estabelece os
princípios norteadores do programa de desenvolvi-
mento do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho.
Atualmente, existem 36 Normas Regulamenta-
doras. Lembramos que a elaboração e modificação
das NRs é um processo dinâmico que necessita de
um acompanhamento via Internet pelo endereço
eletrônico (http://www.mte.gov.br).
Conforme destacamos as primeiras normas
regulamentadoras, como seu próprio título sugere,
define as recomendações genéricas de Segurança do
Trabalho que deveriam ser aplicadas em todos os lo-
cais de trabalho.
As NRs são elaboradas e modificadas por uma
comissão tripartite composta por representantes do
governo, empregadores e empregados. As NRs são
elaboradas e modificadas por meio de portarias ex-
pedidas pelo MTE.
Nada nas NRs cai em desuso sem que exista uma
portaria identificando a modificação pretendida.
Para aplicação das Normas Regulamentadoras,
devemos considerar o que segue:

a) Empregador - Considera-se empregador a


empresa individual ou coletiva, que, assumindo os
riscos de atividade econômica, admite, assalaria e di-
rige a prestação pessoal de serviços. Contudo é ne-
cessário observar que na relação empregatícia, tam-
bém há a figura do empregador por equiparação. São
os casos dos profissionais liberais e as associações de
beneficência que admitem pessoas para a prestação
de serviços. Na realidade, para estes profissionais, a
legislação preferiu criar a figura do empregador por
equiparação, tendo em vista que a simples análise do
artigo 2.º da CLT, poderia não dar ensejo à caracte-
rização da relação empregatícia propriamente dita.
Na Consolidação das Leis do Trabalho no ar-
tigo 2º...

“§ 1º. Equiparam-se ao empregador, para os efeitos


exclusivos da relação de emprego, os profissionais li-
berais, as instituições de beneficência, as associações
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos,
que admitirem trabalhadores como empregados.”

Desta forma, atualmente, é mais simples admi-


tir que empregador seja todo aquele que utiliza força
de trabalho de outrem, mediante pagamento de salá-
rio, desenvolver alguma atividade laborativa, pouco
importando a finalidade.
b) Empregado - Empregado é a pessoa físi-
ca que presta pessoalmente a outrem serviços não
eventuais, subordinados e assalariados. “Considera-
-se empregado toda pessoa física que prestar servi-
ços de natureza não eventual a empregador, sob de-
pendência deste e mediante salário” (CLT, art. 3.º).

“Art. 3.º - Considera-se empregado toda pessoa fí-


sica que prestar serviços de natureza não eventual
a empregador, sob a dependência deste e mediante
salário.”
Parágrafo único – “Não haverá distinções relativas à
espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem
entre o trabalho intelectual, técnico e manual. (Pará-
grafo incluído pela Lei n.º 4.072, de 16-06-62).”

c) Empresa – é o estabelecimento e/ou con-


junto de estabelecimentos, canteiro de obras, frente
de trabalho, local de trabalho e outras, constituindo
a organização de que se utiliza o empregador para
atingir seus objetivos.
d) Estabelecimento – Cada uma das unida-
des da empresa funcionando em diferentes lu-
gares, como: fábrica refinaria, usina, escritório, loja,
oficina, depósito e laboratório.
e) Setor de serviços – É a menor unidade
administrativa ou operacional compreendida no es-
tabelecimento.
f) Canteiro de obra – Uma área de trabalho
fixa ou temporária, onde é desenvolvida atividade ou
operações de apoio e execução de construção, de-
molição ou reparo de obra.
g) Frente de trabalho - é uma área de tra-
balho móvel e temporária, onde desenvolve ativida-
des e operações de apoio e execução à construção/
demolição/reparos.
h) Local de trabalho – Local onde são
executados os trabalhos.
Sempre que uma ou mais empresas, mesmo
sendo que cada uma tenha personalidade jurídica
própria, constituindo um grupo industrial ou comer-
cial de atividade econômica, para efeito das Normas
Regulamentadoras (NRs) sempre serão, solidaria-
mente, responsáveis, cada uma por sua subordinação
à empresa principal.
Para efeitos de aplicação das Normas Regula-
mentadoras (NRs), as obras de engenharia, compre-
endendo canteiro de obras ou frentes de trabalho
serão consideradas um estabelecimento, salvo se dis-
puser de forma específica diferente.
São deveres do empregador:
a) Cumprir e fazer cumprir a disposições legais e re-
gulamentadoras sobre a segurança e medicina do trabalho;
b) Elaborar ordens de serviços sobre segurança
e medicina do trabalho, dando ciência aos emprega-
dos de:
I – prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;
II – divulgar as obrigações e proibições que os
empregados devem saber e cumprir;
III – dar conhecimento aos empregados a res-
peito de punições pelo descumprimento das ordens
de serviços expedidas;
IV – determinar os procedimentos que deverão
ser adotados em caso de acidente de trabalho e do-
ença profissional ou do trabalho;
V – adotar medidas determinadas pelo Ministé-
rio do Trabalho;
VI – adotar medidas para eliminar ou neutralizar
a insalubridade e condições inseguras de trabalho.
c) Informar aos trabalhadores:
I – os riscos profissionais que possam originar-
-se no local de trabalho;
II – os meios para prevenir e limitar tais riscos
e as medidas adotadas pela empresa;
III- os resultados de exames médicos e dos exa-
mes complementares de diagnósticos aos quais os
próprios trabalhadores foram submetidos.
São deveres dos empregados – Cumprir as dis-
posições legais e regulamentadoras sobre segurança
e medicina do trabalho, inclusive as ordens de ser-
viços expedidas pelo empregador, constituindo ato
faltoso a recusa injustificada do empregado no cum-
primento do disposto no item anterior.
São atribuições das Delegacias Regionais de
Trabalho (DRT)
Através de seus agentes de inspeção, adotar me-
didas necessárias para a fiel observância aos precei-
tos legais e regulamento sobre segurança e medicina
do trabalho.
Notificar empresas, estipulando prazos para cor-
reção de irregularidades técnicas, inclusive de elimina-
ção ou neutralização de insalubridade; aplicar multas
e no eventual descumprimento embargar obras, inter-
ditar estabelecimentos e setores de serviços, sempre
que devidamente constatado por laudo técnico feito
por engenheiro de segurança do trabalho a existência
de uma situação de risco grave e iminente para saúde
ou integridade física dos trabalhadores.

1.2. Inspeção prévia

Por meio de Norma Regulamentadora de Segu-


rança e Medicina do Trabalho, todos os novos estabe-
lecimentos ou os que sofreram alguma modificação
substancial em suas instalações e/ou equipamentos,
antes de iniciar ou reiniciar as atividades deverá ser
solicitada a aprovação de suas instalações junto aos
Órgãos Regionais do Ministério do Trabalho.
A NR 2, cujo título é Inspeção Prévia, estabelece
as situações em que as empresas deverão solicitar ao
MTE a realização de inspeção prévia em seus estabe-
lecimentos, bem como a forma de sua realização.
A NR 2 está, juridicamente, assegurada na le-
gislação ordinária, nos artigos 160.º e 161.º da CLT.
Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas ati-
vidades, deverá solicitar aprovação de suas instala-
ções ao Órgão Regional do MTE, isto é, a Delegacia
Regional do Trabalho (DRT).
A inspeção prévia e a declaração de instalações
previstas na NR 2 constituem os elementos capazes
de assegurar que o novo estabelecimento inicie suas
atividades livres de riscos de acidentes e/ou de do-
enças do trabalho.
Um dos documentos complementares, quando
tratamos de inspeção prévia está no Capítulo V do
Título II da CLT - Refere-se à Segurança e Medicina
do Trabalho.

1.2.1. Certificado de Aprovação


de Instalações

O Certificado de Aprovação de Instalações


(CAI) é um documento emitido pela DRT, órgão re-
gional do MTE, após realizar a inspeção prévia nas
instalações. O modelo do CAI está previsto na NR 2.
Sempre que ocorrerem modificações subs-
tanciais nas instalações e/ou nos equipamentos de
seu(s) estabelecimento(s), deverá comunicar e soli-
citar a aprovação da DRT, órgão regional do MTE.
Uma observação bastante importante é a lacu-
na legal existente no caso da empresa que deixe de
solicitar inspeção prévia e, também, não apresente o
CAI, não está prevista gradação de multa para isso
(ver Anexo II, NR 28).

1.2.2. Princípio da dupla visita

O princípio da dupla visita define que o traba-


lho dos Auditores Fiscais do Trabalho (AFT) possui
caráter educativo e punitivo.
A legislação destaca a necessidade de orientar
as empresas de pequeno porte, sem prejuízo de sua
ação específica de fiscalização prevista na Lei n.º
9.841/99.
Prioritariamente, os AFT estão orientados a es-
clarecer dúvidas na implementação dos documentos
legais de segurança e saúde ocupacional.
Este processo ocorre por meio de notificação
para a correção de possíveis desvios. O não atendi-
mento dos requisitos legais poderá resultar no as-
pecto punitivo, no qual a empresa poderá ser autua-
da e multada.
A legislação garante ao empregador o direito
de recorrer das notificações, autuações e possíveis
multas aplicadas.
O descumprimento contínuo das disposições
legais, comprovado mediante relatório emitido pelo
Auditor Fiscal do Trabalho, resultará, por parte da
autoridade regional, na denúncia do fato, de imedia-
to, ao Ministério Público do Trabalho.
Será facultada a apreciação prévia da DRT os
projetos de construção e respectivas instalações con-
forme segue:
1.3. Acidente de trabalho

O conceito de acidente – é o que ocorre pelo


exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda
pelo exercício do trabalho dos segurados especiais,
provocando lesão corporal ou perturbação funcio-
nal que cause a morte, a perda ou redução da capa-
cidade para o trabalho permanente ou temporário.
Considera-se acidente de trabalho o que segue:
- doença profissional: assim entendida é a adqui-
rida ou entendida como desencadeada em função do
exercício profissional peculiar da atividade e constan-
te da relação do Decreto 3048/99, há uma relação de
doenças profissionais e de doenças do trabalho (mas
é uma relação meramente exemplificativa).
- doença do trabalho: assim entendida a adqui-
rida ou desencadeada em função das condições es-
peciais em que o trabalho é realizado e que ele se
relaciona diretamente, desde que conste na relação
do Decreto citado.
Não são consideradas doença do trabalho:
- doença degenerativa;
- a inerente a grupo etário;
- a que não produz incapacidade laborativa;
- a doença endêmica adquirida por segurados
habitantes de regiões onde elas se desenvolvam, sal-
vo comprovação de resultou de exposição ou conta-
to determinado pela natureza do trabalho.

1.3.1. Exceção:

Excepcionalmente, constatando-se que a doen-


ça não incluída em doença profissional e doença do
trabalho resultou de condições especiais, em que o
trabalho é executado e com ele se relaciona direta-
mente, a Previdência Social, deve considerá-la aci-
dente do trabalho.

1.3.2. Equiparação:
O artigo 21 da Lei 8213/91 relaciona os “aci-
dentes de trabalho por equiparação”, determinado
que se equiparem ao acidente de trabalho:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não


tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente
para a morte do segurado, para redução ou perda da
sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão
que exija atenção médica para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e


no horário do trabalho, em consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo pratica-


do por terceiro ou companheiro de trabalho;

b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por


motivo de disputa relacionada com o trabalho;

c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia


de terceiro ou de companheiro de trabalho;

d) ato de pessoa privada do uso da razão;

e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos


fortuitos ou decorrentes de força maior;

III - a doença proveniente de contaminação acidental


do empregado no exercício de sua atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora


do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço


sob a autoridade da empresa;

b) na prestação espontânea de qualquer serviço à em-


presa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para


estudo, quando financiada por esta dentro de seus
planos para melhor capacitação da mão de obra, in-
dependentemente de meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado;

d) no percurso da residência para o local de trabalho ou


desde para aquela, qualquer que seja o meio de loco-
moção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

Como podemos constatar a preocupação do


legislador em garantir um intervalo mínimo de uma
hora, está respaldada no dever estatal de garantir a
higidez física e psicossocial do trabalhador durante a
jornada laboral.

Para Maurício Godinho Delgado, com muita


propriedade, enfatiza que:

"intervalos e jornada, hoje, não se enqua-


dram, porém, como problemas estritamente
econômicos, relativos ao montante de força
de trabalho que o obreiro transfere ao empre-
gador em face do contrato pactuado. É que
os avanços das pesquisas acerca da saúde e
segurança no cenário empregatício têm ensi-
nado que a extensão do contato do emprega-
do com certas atividades ou ambientes labo-
rativos é elemento decisivo à configuração do
potencial efeito insalubre ou perigoso desses
ambientes ou atividades. Tais reflexões têm
levado à noção de que a redução da jornada
em certas atividades ou ambientes, ou a fixa-
ção de adequados intervalos no seu interior,
constituem medidas profiláticas importantes
ao contexto da moderna medicina laboral."

Nesse sentido, Francisco Antonio de Oliveira


alerta que:

"todo período de descanso previsto em lei, quer du-


rante a jornada ou entre jornadas, tem finalidade me-
dicinal e objetiva reduzir as toxinas que se acumulam
em períodos prolongados de trabalho. Liga-se também
à segurança do trabalho, posto que o período prolon-
gado, com reduzido descanso, diminui a atenção do
trabalhador e torna o ambiente propício a acidentes."

Desta feita, por mais de 30 anos, a hipótese le-


gal de redução do intervalo para refeição e descanso
ficou condicionada a ato administrativo exclusivo do
Ministro do Trabalho, conforme se infere do parágra-
fo terceiro do artigo 71 da CLT.

1.3.3. Comunicação do acidente

Toda empresa deverá comunicar o acidente do


trabalho à Previdência Social até o 1.º (primeiro) dia
útil seguinte da ocorrência e, de imediato em caso de
morte à autoridade competente, sob pena de multa
variável entre o mínimo e máximo do salário de con-
tribuição, sucessivamente nas reincidências.
O acidentado deverá receber cópia fiel da comu-
nicação de acidente, também seus dependentes e o
Sindicato a que corresponda sua categoria.
Acidente pessoal de acordo com a Norma
ABNT NBR 14280, é aquele cuja caracterização de-
pende de existir acidentado.
Acidente de trajeto Norma ABNT NBR 14280
define que é o acidente de trabalho sofrido pelo em-
pregado no percurso da residência para o trabalho ou
deste para aquela.
Acidente impessoal para a Norma ABNT NBR
14280, é aquele cuja caracterização independe de exis-
tir acidentado, não podendo ser considerado como
causador direto da lesão pessoal.
Lesão imediata é a que se verifica imediatamente
no momento da ocorrência do acidente, e lesão me-
diata tardia é aquela lesão que não se verifica imediata-
mente após a exposição à fonte da lesão. Caso seja ca-
racterizado o nexo causal, isto é, a relação da doença
com o trabalho, evidenciará uma doença ocupacional.
Assim, admite-se a preexistência de uma “ocorrência
ou exposição contínua ou intermitente”, de natureza
acidental, sendo registrada como acidente do traba-
lho, nas estatísticas de acidente.
Incapacidade permanente total é a perda total
de capacidade de trabalho, em caráter permanente,
excluindo a morte. Esta incapacidade corresponde à
lesão que, não provocando a morte, impossibilita o
acidentado, permanentemente, de exercer o trabalho
ou da qual decorre a perda ou a perda total do uso dos
seguintes elementos: ambos os olhos, um olho e uma
das mãos, um olho e um pé, ambas as mãos ou ambos
os pés ou uma das mãos e um pé.
Incapacidade permanente parcial é a redução par-
cial da capacidade de trabalho, em caráter permanente.
Incapacidade temporária total é a perda total da
capacidade de trabalho de que resulte um ou mais dias
perdidos, excetuados a morte, a incapacidade perma-
nente parcial e a incapacidade permanente total.
Também chamada acidente com lesão com
afastamento, é o acidente que resulta em lesão com
perda de tempo ou lesão incapacitante, é a lesão pes-
soal que impede o trabalhador de retornar ao tra-
balho no dia útil imediato ao do acidente ou de que
resulte incapacidade permanente.
Existe também a lesão sem afastamento, que é
o acidente que resulta em lesão sem perda de tem-
po ou lesão incapacitante, é a lesão pessoal que não
impede o trabalhador de retornar ao trabalho no dia
imediato ao do acidente, desde que não haja incapa-
cidade permanente.
Dias perdidos (Dp), são os dias de afastamento
de cada acidentado, contados a partir do primeiro
dia de afastamento até o dia anterior ao do dia de
retorno ao trabalho, segundo à orientação médica.
Dias debitados (Dd), são os dias que devem ser
debitados devido à morte ou incapacidade permanen-
te, total ou parcial. No caso de morte ou incapacidade
permanente total, devem ser debitados 6.000 (seis mil)
dias. Por incapacidade permanente parcial, os dias a
serem debitados devem ser retirados da norma bra-
sileira ABNT NBR 14280 (Cadastro de Acidentes).
Temos que considerar que existe em norma a
Taxa de Frequência de Acidentados (FL) e Taxa de
Gravidade (G).
1.4. Serviço especializado em genharia de segu-
rança e medicina do trabalho - SESMT

O dimensionamento dos SESMT vincula-se à


gradação do risco da atividade principal e ao número
total de empregados do estabelecimento, constantes
dos Quadros anexos à NR 4 e no artigo 162 da CLT.
São denominados Serviços Especializados em
Segurança e Saúde do Trabalho Portuário (SESS-
TP), cujo dimensionamento possui regras próprias
estabelecidas pela Portaria MTb/SSST n.º 53/97, no
item 29.2.1.1 e seus subitens.
Os SESMT para o trabalho na agricultura, pe-
cuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura
são denominados Serviços Especializados em Segu-
rança e Saúde no Trabalho Rural (SESTR), que pos-
sui regras próprias estabelecidas pela Portaria MTE/
GM n.º 86/05.
Com a criação da OIT (Organização Interna-
cional do Trabalho) em 1919 a prevenção de aciden-
tes no Brasil ganha um novo impulso, é criado então,
a Lei n.º 3724/19, essa foi à primeira de acidente de
trabalho no Brasil.
Serviço Especializado em Engenharia de Segu-
rança e em Medicina do Trabalho-(SESMT), é utili-
zado por uma empresa, que deve manter uma equipe
de profissionais da saúde, que ficam dentro da mesma
para proteger a integridade física dos trabalhadores.
Em 1967, foi criado o SESMT a partir do De-
creto-Lei n.º 229, de 28/02/67. E posteriormente
foi regulamentado, em 1972 pela Portaria n.º 3237.
O artigo 4.1 da (NR04), destaca que todas as em-
presas públicas ou privadas, todos os órgãos públicos
da administração direta ou indireta e dos poderes Le-
gislativo e Judiciário se faz necessário o SESMT.
Em 1990, o quadro do SESMT foi alterado,
sendo introduzidos todos os profissionais que parti-
cipam dele atualmente, pontos importantes deverão
ser observados, pois dependendo da quantidade de
empregados e da natureza das atividades, o serviço
pode incluir os seguintes profissionais:
Médico do trabalho;
Enfermeiro do trabalho;
Técnico de enfermagem do trabalho;
Engenheiro de segurança do trabalho;
Técnico de segurança do trabalho.

O setor do – SESMT - foi criado para funcio-


nar dentro de uma empresa, visto que com o alto ín-
dice de ocorrências de aumento de acidentes que os
funcionários, em geral, estavam sofrendo no local de
trabalho. No entanto, não foi criado apenas para isso,
o SESMT também tem a função de alertar e dar ins-
truções para os funcionários sobre o aparecimento de
novas doenças, esclarecimentos sobre qualquer tipo
de doença e também evitar que pequenos acidentes
de trabalho possam acontecer e prejudicar a empresa.
O direito à saúde e à segurança não deve estar
substanciado apenas no meio ambiente do trabalho,
mas também, no meio ambiente como um todo e
para que seja alcançado o sucesso na prevenção dos
infortúnios do trabalho, é necessário que o Estado e
as empresas se direcionem na busca da valorização
do homem, tanto no aspecto social como profissio-
nal, pois é o homem o tema central da prevenção
dos infortúnios do trabalho, seja ele operário, técni-
co, administrador, empresário ou servidor público.
Embora, a regra geral aplicável ao dimensio-
namento do SESMT, leve em conta apenas o grau
de risco da atividade principal e o número total de
empregados da empresa, há algumas exceções, como
passaremos a elencar:

“Art. 162 da CLT.: A empresa, de acordo com


as normas a serem expedidas pelo Ministério do Tra-
balho e Emprego, estarão obrigadas a manter servi-
ços especializados em segurança e em medicina do
trabalho.

Parágrafo único. As normas a que se refere este


artigo estabelecerão:
a) Classificação das empresas segundo o número de
empregados e a natureza do risco de suas atividades;
b) O número mínimo de profissionais especializados
exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se
classifique na forma da alínea anterior;
c) A qualificação exigida para profissionais em ques-
tão e seu regime de trabalho;
d) As demais características e atribuições dos serviços
especializados em segurança e em medicina do traba-
lho, nas empresas.

De acordo com Marco Antônio de Sousa:

“O SESMT é um setor que faz parte do organograma


interno das empresas, sendo que o mesmo está sub-
metido às ordens da empresa contratante, bem como
à constante fiscalização do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE), pois a sua estrutura, os seus profis-
sionais e as suas respectivas finalidades estão subme-
tidos à legislação de segurança do trabalho. “Assim,
não é possível ter um SESMT constituído e estrutura-
do fora das normas estabelecidas pelo MTE.”

Compete aos profissionais integrantes dos Ser-


viços Especializados em Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho:
a) aplicar os conhecimentos de engenharia de
segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de
trabalho e a todos os seus componentes, inclusive
máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eli-
minar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador;
b) determinar, quando esgotados todos os meios
conhecidos para a eliminação do risco e este persis-
tir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de
Equipamentos de Proteção Individual - EPI;
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e
na implantação de novas instalações físicas e tecno-
lógicas da empresa;
d) responsabilizar-se tecnicamente pela orien-
tação quanto ao cumprimento do disposto nas NR
aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/
ou seus estabelecimentos;
e) manter permanente relacionamento com a
CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações,
além de apoiá-la, treiná-la e atendê-la;
f) promover a realização de atividades de cons-
cientização, educação e orientação dos trabalhadores
para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças
ocupacionais, tanto através de campanhas quanto de
programas de duração permanente;
g) esclarecer e conscientizar os empregadores
sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais,
estimulando-os em favor da prevenção;
h) analisar e registrar em documento (s) espe-
cífico (s) todos os acidentes ocorridos na empresa
ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os
casos de doença ocupacional, descrevendo a história
e as características do acidente e/ou da doença ocu-
pacional, os fatores ambientais, as características do
agente e as condições do (s) indivíduo (s) portador
(es) de doença ocupacional ou acidentado (s);
i) registrar, mensalmente, os dados atualizados
de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e
agentes de insalubridade. (disponível em www.cmt.
com.br/nr4.htm) As ações de segurança e saú-
de no trabalho no âmbito da empresa podem ser sis-
tematizadas em um tripé formado pela NR5, CIPA
– Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, pela
NR9, PPRA – Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais e pela NR7, PCMSO – Programa de
Controle Médico de Saúde Ocupacional.

1.4.1. Riscos no Ambiente de Trabalho

Meio ambiente de trabalho é o local onde o ho-


mem realiza a prestação de serviço, desenvolvendo ativi-
dade profissional em favor de uma atividade econômica.
Consideram-se riscos ambientais, tudo que tem
potencial para gerar acidentes ou doenças no traba-
lho, em função de sua natureza, concentração, intensi-
dade e tempo de exposição. Os riscos dividem-se em:
• Riscos biológicos: são microrganismos pre-
sentes no ambiente de trabalho, tais como: as
bactérias, os fungos, os vírus, entre outros.
• Riscos ergonômicos: são conhecimentos
fundamentais ao planejamento de tarefas,
postos e ambiente de trabalho, ferramentas,
máquinas e sistema de produção, a fim de
que sejam utilizados com o máximo de con-
forto, segurança e eficiência.
• Riscos físicos: são representados pelas
condições físicas, tais como: vibrações, ra-
diações, ruído, calor e frio, que podem cau-
sar danos à saúde.
• Riscos mecânicos: relacionados a máqui-
nas inadequadas, máquinas e equipamentos
mal dispostos, móveis sem boa localização, a
ordem e a limpeza, entre outros.
• Riscos químicos: os agentes químicos são
produtos que podem penetrar no orga-
nismo. Quando absorvidos, produzem na
grande maioria dos casos, reações diversas,
dependendo da natureza, da quantidade e
da forma da exposição à substância. Apesar
dessas classificações, o risco mais danoso
atualmente é o comportamental, onde o in-
divíduo deixa de cumprir com as normas de
segurança impostas pela empresa, alterando
seu ambiente de trabalho de forma prejudi-
cial, ou deixa de usar os equipamentos e sis-
temas implantados para sua proteção.

1.4.1.1. Ergonomia

Ergonomia é a disciplina científica que diz res-


peito ao entendimento das interações entre os ho-
mens e os outros elementos de um sistema e a pro-
fissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos
para projetar de modo a otimizar o bem-estar dos
homens e a eficiência total do sistema.
A avaliação ergonômica dos postos e métodos de
trabalho é um dos documentos obrigatórios que po-
dem ser exigidos pelos Auditores Fiscais do Trabalho.
A análise ergonômica do trabalho, também co-
nhecida pela sigla AET, deve conter as seguintes etapas:

1.4.1.1. Ergonomia

Ergonomia é a disciplina científica que diz res-


peito ao entendimento das interações entre os ho-
mens e os outros elementos de um sistema e a pro-
fissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos
para projetar de modo a otimizar o bem-estar dos
homens e a eficiência total do sistema.
A avaliação ergonômica dos postos e métodos de
trabalho é um dos documentos obrigatórios que po-
dem ser exigidos pelos Auditores Fiscais do Trabalho.
A análise ergonômica do trabalho, também co-
nhecida pela sigla AET, deve conter as seguintes etapas:

• Análise da demanda e do contexto;


• Análise global da empresa no seu contexto
das condições técnicas, econômicas e sociais;
• Análise da população de trabalho;
• Definição das situações de trabalho a se-
rem estudadas;
• Descrição das tarefas prescritas, das tarefas
reais e das atividades;
• Análise das atividades - elemento central
do estudo;
• Diagnóstico e Validação do diagnóstico;
• Recomendações;
• Simulação do trabalho com as modifica-
ções propostas;
• Avaliação do trabalho na nova situação.

1.4.1.2. EPI’S X EPC’S

Os EPI’s são - Equipamentos de Proteção Indi-


vidual, que tem a finalidade de proteger a integridade
física do trabalhador durante a atividade de trabalho.
Sua função é neutralizar ou atenuar um possível agen-
te agressivo, contra o corpo do trabalhador que o usa.
A NR 6, com redação dada pela Portaria MTE/
SIT n.º 25 de 2001, estabelece as disposições rela-
tivas aos EPIs. Evitam lesões ou minimizam a sua
gravidade, nos casos de acidentes ou exposições à
riscos, podem também nos proteger contra efeitos
de substâncias tóxicas, alérgicas e/ou agressivas, que
podem causar as chamadas doenças ocupacionais.

“A empresa é obrigada a fornecer ao em-


pregado, gratuitamente, EPI adequado ao
risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento, nas seguintes circunstân-
cias: sempre que as medidas de ordem geral
não forneçam completa proteção contra os
riscos de acidentes de trabalho ou doenças
ocupacionais, enquanto as medidas de pro-
teção coletiva estiverem sendo implanta-
das para atender situações de emergência.”
(www.fundacentro.gov.br)

Os EPI's podem ser classificados em 4 grupos:


Proteção para a cabeça;
Proteção do tronco;
Proteção das vias respiratórias e cintos de segurança;
Proteção para os membros superiores e mem-
bros inferiores;
Proteção contra quedas com diferença de nível;
Proteção auditiva;
EPCs são – Equipamentos de uso Coletivo.
Todos dispositivos de uso coletivo, destinados a
proteger a integridade física dos trabalhadores.
O EPC serve para neutralizar a ação dos agen-
tes ambientais, evitando acidentes, protegendo contra
danos à saúde e a integridade física dos trabalhadores,
uma vez que o ambiente de trabalho não deve ofere-
cer riscos à saúde ou à segurança do trabalhador.
Deve-se usá-los apenas para a finalidade que se
destina; responsabiliza-se por sua guarda e conser-
vação; comunicar qualquer alteração que o torne im-
próprio para o uso. Adquirir o tipo adequado a ativi-
dade do empregado; treinar o trabalhador sobre seu
uso adequado e tornar obrigatório seu uso; substituí-
-lo quando danificado ou extraviado. São exemplos
de EPCs: extintores de incêndio, lava-olhos, capelas.

Obriga-se o empregador, quanto ao EPI:

Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;


Fornecer, gratuitamente, aos empregados, so-
mente os aprovados pelo MTb;
Treinar o trabalhador para seu uso adequado;
Tornar obrigatório o seu uso;
Substituí-lo, imediatamente, quando danificado;
Responsabilizar-se pela higienização e manu-
tenção periódica;
Comunicar ao MTb qualquer irregularidade ob-
servada no EPI adquirido.
Obriga-se o empregado, quanto ao EPI:
Utilizá-lo apenas para a finalidade a que se destina;
Responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
Comunicar ao empregador qualquer alteração
que o torne impróprio para o uso.

1.4.1.3. Eficácia do SESMT

Em relação à eficiência da (NR-4), no seu


modelo atual, e sua contribuição de maneira signi-
ficativa, o principal ponto levado em consideração
é referente à vontade que as empresas devem ter
para que o SESMT realmente cumpra ao seu papel
dentro delas, uma vez observado que para um bom
funcionamento do mesmo devem partir ordens em
nível de diretoria. Não há muito interesse por parte
de algumas empresas para que se tenha uma atuação
eficaz nesta área.
Quando há vontade política e a empresa leva
a sério, o SESMT funciona de maneira correta, pois
profissionais qualificados serão contratados e farão
parte do quadro funcional, o que irá contribuir de
uma forma muito valiosa com aquilo que a norma
propõe.
Ocorre que em alguns casos não há eficiên-
cia nenhuma, pois a empresa constitui o SESMT so-
mente no papel, o que acaba fazendo com que este
serviço fique totalmente sem valor.
Com a Segurança no Trabalho, soma-se o co-
nhecimento necessário para fazer a empresa mais
eficiente, segura, organizada e produtiva.

1.4.1.4. OHSAS - (Occupational He-


alth and Safety Assessment Services)

As siglas em inglês OHSAS, traduzindo, temos o:


Serviços de Avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional.
Entrou em vigor em 1999, após estudos de um
grupo de organismos certificadores e de entidades
de normalização da Irlanda, Austrália, África do Sul,
Espanha e Malásia.
Consiste num Sistema de Gestão, assim como a
ISO 9000 e ISO 14000, porém com o foco voltado
para a saúde e segurança ocupacional.
Em outras palavras, a OHSAS 18001 é uma fer-
ramenta que permite uma empresa atingir e sistema-
ticamente controlar e melhorar o nível do desempe-
nho da Saúde e Segurança do Trabalho por ela mesma
estabelecido. A norma é voltada à saúde e segurança
ocupacional. É passível de auditoria e certificação.
Assim, como os Sistemas de Gerenciamento
Ambiental e de Qualidade, o Sistema de Gestão de
Segurança e Saúde Ocupacional também possui ob-
jetivos, indicadores, metas e planos de ação. Visa au-
xiliar a empresa a controlar os riscos de acidentes no
local de trabalho.
É uma norma para sistemas de gestão da Segu-
rança e da Saúde no Trabalho (SST). A certificação
por essa norma garante o compromisso da empresa
com a redução dos riscos ambientais e com a melho-
ria contínua de seu desempenho em saúde ocupacio-
nal e segurança de seus colaboradores.
A norma baseia-se no conceito de que a com-
panhia deve periodicamente analisar e avaliar seu
sistema de gestão da SST, de maneira sempre a iden-
tificar melhoras e implementar as ações necessárias.
Por isso, ela não estabelece requisitos absolutos para
o desempenho da Segurança e Saúde no Trabalho
— mas exige que a empresa atenda integralmente à
legislação e regulamentos aplicáveis e se comprome-
ta com o aperfeiçoamento contínuo dos processos.
Por não estabelecer padrões rígidos, duas orga-
nizações que desenvolvam atividades similares, mas
que apresentem níveis diferentes de desempenho da
SST podem, simultaneamente, atender aos requisi-
tos da norma.
A norma OHSAS 18000 integra-se no mesmo
modelo das normas ISO 9000 e ISO 14000, apresen-
tando uma abordagem por processo. Estas normas
são baseadas na utilização do “ciclo de Deming”, que
permitem uma melhoria contínua dos desempenhos.
A OHSAS 18000 compõe-se de um sistema de
gestão que integra:
- O compromisso de seguir uma política de ges-
tão dos riscos;
- A identificação e a avaliação dos fatores e áreas
de riscos;
- A identificação de objetivos e programas;
- A formação do pessoal;
- A implantação de processos de controle;
- A preparação a situações de emergência;
- O estabelecimento de procedimentos de medi-
da de vigilância;
- A implantação de medidas de prevenção
dos acidentes;
- A instauração de um procedimento regular
de verificação.

O procedimento de certificação desenvolve-se


em três etapas:
- A pré-avaliação efetuada pelo organismo res-
ponsável pela auditoria de certificação;
- O estudo dos documentos fornecidos pela empresa;
- A auditoria de certificação a fim de examinar
e verificar a implantação efetiva dos procedimentos
por parte da empresa. (Fonte: OHSAS 2007 17)

1.4.1.5. ACGIH - (American Conferen-


ce of Governmental Industrial Hygienists)

A ACGIH é a Conferência Norte-Americana


de Higienistas Industriais Governamentais (Ameri-
can Conference of Governmental Industrial Hygie-
nists), uma organização de profissionais de higiene
ocupacional patrocinados por instituições governa-
mentais ou educacionais dos Estados Unidos.
A ACGIH desenvolve e publica, anualmente,
limites recomendados de exposição ocupacional de-
nominado de Threshold Limit Values (TLV) para
centenas de substâncias químicas, agentes físicos, e
inclui Índices de Exposição a Agentes Biológicos:
Biological Exposure Indices (BEI). O TLV é marca
registrada da ACGIH cujos valores são atualizados e
divulgados constantemente por meio de publicações.
Os TLV da ACGIH são referências a serem
utilizadas para fins de implementação de medidas
de controle no campo da higiene ocupacional. Os
TLV não devem ser usados para fins de caracteri-
zação de atividade ou operação insalubre, para isso
devem ser utilizados apenas os Limites de Tolerância
(LT) da NR 15 - Atividades e Operações Insalubres.
Uma sugestão, para a redução dos acidentes de tra-
balho, seria contar com a contribuição do governo,
para oferecer incentivos fiscais às empresas que atin-
gissem metas relacionada à prevenção dos mesmos.
Seria necessária fiscalização contínua para assegurar
um SESMT atuante. Assim, possivelmente, as em-
presas menos conscientes iriam, de alguma forma,
aderir ao SESMT.
A segurança dentro de uma organização não
é prioridade, mas é necessário cuidar do seu maior
bem, que é o recurso humano, que por sua vez, tem
o SESMT que regulamenta os procedimentos den-
tro da empresa, visando à segurança na mesma e atu-
alizando dados de acontecimentos para que novas
medidas de precaução sejam tomadas, ajudando que
todos os acontecimentos sejam respeitados, e apura-
dos de fato, para o bem-estar de todos.
QUESTÕES – UNIDADE 1

1. Qual a definição de empregado para fins de


aplicação das NRs?

2. Qual a definição de empresa para fins de apli-


cação das NRs?

3. Qual a definição de local de trabalho para


fins de aplicação das NRs?

4. São atribuições das Delegacias Regionais de


Trabalho (DRTs)?

5. O que é o Certificado de Aprovação de Ins-


talações (CAI)?
UNIDADE 2 - CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PRE-
VENÇÃO DE ACIDENTES
Em conformidade com o instituído nas Nor-
mas Regulamentadoras, as empresas privadas e
públicas, dependendo do grau de risco da ativida-
de principal e do número de empregados, deverão:
organizar, registrar na DRT e manter em funciona-
mento uma Comissão Interna de Prevenção de Aci-
dentes – CIPA.
Devem constituir a CIPA, por estabelecimento,
e mantê-la em regular funcionamento as empresas
privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta, institui-
ções beneficentes, associações recreativas, coope-
rativas, bem como outras instituições que admitam
trabalhadores como empregados.
O objetivo da CIPA é garantir a representação dos
trabalhadores nas questões de melhoria da segurança
e saúde ocupacional. Observar e relatar condições de
risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para
reduzir até eliminar os riscos existentes e/ou neutrali-
zar os mesmos, discutir os acidentes ocorridos, enca-
minhando aos SESMT e ao empregador o resultado da
discussão, solicitando medidas que previnam acidentes
semelhantes e, ainda, orientar os demais trabalhadores
quanto à prevenção de acidentes.
A CIPA é uma comissão paritária, formada por
representantes do empregador e dos empregados de
acordo com a Norma Regulamentadora, e observan-
do, dentre outros fatores, os seguintes.
A composição da CIPA deve obedecer a crité-
rios que permitam estar representada a maior parte
do setor do estabelecimento, não devendo faltar em
qualquer hipótese a representação dos setores que
representam maior grau de risco de acidentes.
Os representantes, titulares e suplentes, do em-
pregador, são indicados livremente por estes, proi-
bida a recondução de titulares para mais de dois
mandatos consecutivos. Oportuno ressaltar que no
inciso II do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias assegurou a estabilidade do cipeiro, des-
de o registro de sua candidatura, e, se eleito, até um
ano após o término do seu mandato.
Os representantes e titulares dos empregados
são escolhidos por estes, mediante eleição direta e
secreta, promovida pelo empregador, em horário de
expediente normal da empresa, respeitados os tur-
nos, e será obrigatória, devendo ter a participação
de, no mínimo, a metade mais um do número de
empregados de cada setor.
Serão eleitos titulares, os candidatos mais votados
representantes dos empregados e escolherão dentre si,
o Vice-Presidente da CIPA. Será inelegível o membro
titular representante dos empregados que já tenha sido
eleito como tal, por dois mandatos consecutivos.
Os membros da CIPA representantes do em-
pregador e dos empregados, ou seja, os cipeiros esco-
lherão quaisquer dois empregados como Secretário e
Suplente de Secretário aos quais competirão manter
atualizada toda documentação da CIPA, incluindo a
ATA das reuniões no livro de Atas da CIPA.
Organizada a CIPA e definidos todos os seus
membros componentes, e efetuada a posse dos mes-
mos por ato do empregador, deverá a CIPA, em dez
dias após a eleição, ser registrada na DRT.
A eleição para o novo mandato da CIPA deverá
ser convocada pelo empregador, com prazo mínimo
de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do
mandato em vigor, e realizada com antecedência mí-
nima de 30 (trinta) dias do seu término; ocorrendo a
nova posse no dia útil seguinte ao término do man-
dato anterior. Para cada eleição deverá ficar uma fo-
lha de votação que ficará arquivada na empresa por
um período de 3 (três) anos, para fins de fiscalização,
podendo o Delegado Regional do Trabalho, anular a
eleição quando constatar irregularidades insanáveis.
Para cada novo mandato, deverá o empregador
encaminhar à DRT: a Ata de Eleição dos represen-
tantes dos empregados, assim como a Cópia da ata
de eleição, cópia da ata de instalação e posse, calen-
dário das reuniões ordinárias, onde deve constar dia,
mês, hora e local de realização das reuniões.
O empregador deverá promover para todos os
membros da CIPA, Titular, Suplente, Presidente,
Vice-Presidente, Secretário e Suplente de Secretário,
em horário de expediente normal da empresa, um
curso básico em prevenção de acidentes, com carga
horária de no mínimo 18 (dezoito) horas/aula, po-
dendo ser realizado pelo SESMT da empresa ou por
entidade especializada e credenciada junto à DRT
(Ex.: SENAI e SENAC).
É importante verificar que a NR 5 fala, algumas
vezes, em trabalhadores e algumas vezes em emprega-
dos. Quando a norma diz empregados refere-se àqueles
com vínculo de emprego com a empresa determinada.
Quando se refere a trabalhadores, engloba todos
os que trabalham no estabelecimento de determinada
empresa, ainda que sejam contratados por outras.
Deve ser considerado empregado, para fins de
constituição da CIPA, a pessoa física, que preste ser-
viço de natureza não eventual ao empregador, sob
dependência desse e mediante salário.

MODELO DE REQUERIMENTO DO
REGISTRO DA CIPA NA DRT
2.1. CONCEITO DE INSALUBRIDADE

Trabalho insalubre é aquele realizado em con-


dições que expõem o trabalhador a agentes nocivos
à saúde acima dos limites de tolerados, seja por sua
natureza, intensidade ou tempo de exposição.
Adicional salarial: trabalhar em condições de
insalubridade assegura ao trabalhador um adicional
sobre o salário mínimo da região e, se houver previ-
são convencional, este adicional poderá ser sobre o
salário nominal. Este adicional varia de acordo com
o grau de insalubridade e é de:
- 40%, para o grau máximo;
- 20%, para o grau médio;
- 10%, para o grau mínimo.

Como funciona: os limites de tolerância das


condições insalubres são determinados pelo Minis-
tério do Trabalho e a caracterização da atividade in-
salubre, perigosa ou penosa depende da realização
de perícia.
O trabalhador terá direito a este adicional, en-
quanto estiver exercendo atividades em ambientes
de condições adversas, identificadas pela perícia.
Caso as condições insalubres sejam eliminadas ou
reduzidas pela adoção de medidas de segurança com
o fornecimento de Equipamentos de Proteção Indi-
vidual (EPI), por exemplo, pode resultar na suspen-
são do adicional de insalubridade ou na redução do
percentual concedido.
A trabalhadora gestante ou em período de
amamentação, será, obrigatoriamente, afastada do
exercício da atividade tida como insalubre, perigosa
ou penosa e deixará de receber o adicional de insa-
lubridade, enquanto durar o afastamento. Além das
gestantes, todos os trabalhadores que se afastarem,
independentemente dos motivos, perderão o direito
ao adicional no período do afastamento.
O exercício de atividades em locais insalubres,
com ou sem o recebimento do adicional, não reduz
o tempo de serviço para a aposentadoria e, caso re-
ceba adicional de insalubridade, ele não será incor-
porado à aposentadoria.

O artigo 7.º da CF/88 dispõe:

“adicional de remuneração para as atividades peno-


sas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.”

Pela CLT, temos regulamentado os trabalhos


perigosos e os insalubres, enquanto a penosidade,
até o momento, não foi em definitivo elaborado ne-
nhuma norma de conceituação, os critérios de carac-
terização, o valor do adicional dentre a Lei 8.112/90.
“Insalubre”, deriva do latim e significa tudo
aquilo que origina doença, e a insalubridade é a qua-
lidade de insalubre.
Já, o conceito legal de insalubridade é dado pelo
artigo 189 da CLT, nos seguintes termos:

“Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações


insalubres aquelas que, por sua natureza, condições
ou métodos de trabalho, exponham os empregados
a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tole-
rância fixados em razão da natureza e da intensidade
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.”

Fazendo uma breve análise do conceito acima,


verifica-se que ele é tecnicamente correto dentro dos
princípios da Higiene Ocupacional.

2.2. CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE

Para documentar e para fins de pagamento de


adicional de insalubridade ou periculosidade, deve-
mos fazer uso do Laudo de Insalubridade/Pericu-
losidade, esse, com ligação entre a NR 15 ou 16 do
Ministério do Trabalho e Emprego.
Para fins de caracterização de necessidade de apo-
sentadoria especial, vejamos o que a legislação prevê:

“Lei 8213/91 § 1.º A comprovação da efetiva


exposição do segurado aos agentes nocivos será fei-
ta mediante formulário, na forma estabelecida pelo
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, emi-
tido pela empresa ou seu preposto, com base em
laudo técnico de condições ambientais do trabalho
(*LTCAT) expedido por médico do trabalho ou en-
genheiro de segurança do trabalho nos termos da
legislação trabalhista.”

2.2.1. LISTA DE ATIVIDADES INSA-


LUBRES CONFORME NR15

- Anexo 1 – Limites de Tolerância para Ruído


Contínuo ou Intermitente. Exemplo: trabalhadores
que atuam nas proximidades de máquinas, equipa-
mentos e outros geradores de ruído.
- Anexo 2 – Limites de Tolerância para Ruídos
de Impacto. Exemplo: trabalhadores nas proximida-
des de bate estaca.
- Anexo 3 – Limites de Tolerância para Exposi-
ção ao Calor. Exemplo: trabalhadores que trabalham
com caldeiras, cerâmicas, fornos etc.
- Anexo 4 – Iluminação – REVOGADO.
- Anexo – Radiações Ionizantes. Exemplo: Téc-
nicos em Radiologia e outros trabalhadores que la-
boram nas proximidades.
- Anexo 6 – Trabalho sob Condições Hiperbá-
ricas. Exemplo: mergulhadores.
- Anexo 7 – Radiações Não-Ionizantes.
- Anexo 8 – Vibrações. Exemplo: trabalhadores
que operam máquinas e equipamentos geradores de
vibração etc.
- Anexo 9 – Frio. Exemplo: trabalho em frigo-
ríficos, supermercados etc.
- Anexo 10 – Umidade. Exemplo: todo trabalho em
que o empregado exerce a função estando encharcado.
- Anexo 11 – Agentes Químicos cuja Insalu-
bridade é caracterizada por Limite de Tolerância e
Inspeção no Local de Trabalho.
- Anexo 12 – Limites de Tolerância para Poeiras
Minerais. Exemplo: trabalhadores expostos ao amianto.
- Anexo 13 – Agentes Químicos.
- Anexo 13 A – Benzeno. Exemplo: trabalhado-
res expostos ao benzeno.
- Anexo 14 – Agentes Biológicos.

2.2.2. A ELIMINAÇÃO DA INSALUBRIDADE

Artigo 191 da CLT – A eliminação ou a neutra-


lização da insalubridade ocorrerá:

,
Apesar de estar previsto na CLT que o EPI
é capaz de eliminar a insalubridade, há polêmicas so-
bre esse assunto, uma vez que a implantação do EPI
na empresa como forma eficaz de eliminar o risco
não é uma tarefa simples. Uma coisa é fornecer EPI,
outra é usar e outra é usar da forma correta a ponto
de “eliminar o risco”.
Não é incomum quando vemos trabalhador
deixando de usar o EPI, colocando-o apenas quan-
do vê chefe ou o SESMT, ou seja, não existe, muitas
vezes, a preocupação do próprio trabalhador quanto
ao risco, preocupando-se apenas com o “ser chama-
do atenção”, e ter que assinar uma advertência.
É consenso ter que adotar medidas de proteção
coletiva dentro de uma empresa, pois é a única for-
ma legal, real e 100% aceita como forma de eliminar
o risco, e consequentemente o pagamento de adicio-
nal de insalubridade.

2.2.3. A ELIMINAÇÃO DA INSALU-


BRIDADE X TRABALHADOR

Muitas vezes, o trabalhador prefere receber o


adicional a eliminar o risco, quando de trata de in-
salubridade. A empresa tem o direito de cortar o
adicional, uma vez que se eliminando o risco, não
existirá mais a necessidade de pagamento.
Deparamo-nos, muitas vezes, claramente com
isso, tornando-se um comércio. Um comércio onde
o trabalhador preferindo o adicional nos vencimen-
tos, vende junto com a mão de obra a sua saúde. E
não percebe que está comercializando o seu maior
bem, esse invólucro chamado de corpo, com o qual,
sem saúde, não vale muito.
Para eliminar o risco e o consequente pagamen-
to de adicional de insalubridade precisa-se ser feito
uma análise com muita cautela e responsabilidade,
pois mesmo quando a empresa tem razão, o traba-
lhador pode se sentir tentado a “buscar seus direi-
tos na justiça” e se ficar um vácuo na aplicação da
norma pertinente a respeito da eliminação do risco,
conseguirá provar judicialmente.
QUESTÕES – UNIDADE 1

1. Quais as instituições que estão obrigadas a


manter os Serviços Especializados em Segurança e
Medicina do Trabalho (SESMT)?

2. Quem são os profissionais dos SESMT?

3. O que é Ergonomia?

4. Qual documento legal estabelece as disposi-


ções relativas aos Equipamentos de Proteção Indivi-
dual (EPIs)?

5. Quais são as responsabilidades do emprega-


do com relação ao EPI?
UNIDADE 3 - HIGIENE OCUPACIONAL
Programa de Controle Médico de Saúde Ocu-
pacional (PCMSO) estabelece a obrigatoriedade de
elaboração e implantação do PCMSO, por parte de
todos os empregadores e instituições, com o objeti-
vo de monitorar, individualmente, aqueles trabalha-
dores expostos aos agentes químicos, físicos e bioló-
gicos definidos pela NR 9, Programa de Prevenção
de Riscos Ambientais (PPRA).
No campo da saúde ocupacional, vejamos a
Higiene do Trabalho que é reconhecida como uma
ciência que trata do reconhecimento, da avaliação e
do controle dos agentes agressivos passíveis de levar
o empregado a adquirir doença profissional.
Tais agentes poderão ser identificados das se-
guintes maneiras, quais sejam:

- Agentes físicos: ruído, calor, radiações, frio,


vibrações e umidade.
- Agentes químicos: poeira, gases e vapores, né-
voas e fumos.
- Agentes biológicos: micro-organismos, vírus
e bactérias.
- Mecânicos.
- Psicossociais de reconhecida e presumi-
da nocividade.

Podemos citar como exemplo, um empregado


exposto ao ruído, em certas condições, pode adqui-
rir perda auditiva permanente.
Um dos princípios da Higiene Ocupacional, a
ocorrência de doença profissional, leva em considera-
ção, dentre outros fatores, a natureza, da intensidade e
do tempo e do tempo de exposição ao agente agressivo.
Terão que conseguir que o esforço físico e mental
exigidos de cada trabalhador para o exercício do tra-
balho, estejam adaptados às suas necessidades e limi-
tações técnicas, anatômicas, fisiológicas e psicológicas.
Tendo como base esses fatores e foram estabe-
lecidos limites de tolerância para os referidos agen-
tes, que, no entanto, representam um valor numérico
abaixo do qual se acredita que a maioria dos traba-
lhadores expostos a agentes agressivos, durante a sua
vida laboral, não contrairá doença profissional.
Contudo, do ponto de vista prevencionista, não po-
dem ser encarados com rigidez, e assim como parâme-
tros para avaliação e controle dos ambientes de trabalho.
Por se ratar de matéria técnica de higiene ocu-
pacional, a regulamentação foi delegada ao TEM,
conforme dispõe o artigo 190 da CLT, como segue:

“Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o qua-


dro das atividades e operações insalubres e adotará
normas sobre os critérios de caracterização da insalu-
bridade, os limites de tolerância aos agentes agressi-
vos, meios de proteção e o tempo máximo de exposi-
ção do empregado a esses agentes.
obs.: dji. grau. 3: Art. 1.º, Capítulo V do Titulo II da
CLT - L-006.514-1977 - Alteração
obs.: dji. grau. 4: Atividades Insalubres ou Perigosa.
Parágrafo único. As normas referidas neste artigo in-
cluirão medidas de proteção do organismo do traba-
lhador nas operações que produzam aerodispersóides
tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos.
obs.: dji. grau. 3: Art. 1.º, Capítulo V do Título II da
CLT - L-006.514-1977 – Alteração.”

O Ministério do Trabalho aprovará o quadro


das atividades e operações insalubres e adotará nor-
mas sobre os critérios de caracterização da insalubri-
dade, os limites de tolerância aos agentes agressivos,
meios de proteção e o tempo máximo de exposição
do empregado a esses agentes.
O Ministério do Trabalho e emprego regula-
mentou a matéria na Norma Regulamentadora –
NR-15 da Portaria n.º 3214/78. Portanto, a possível
caracterização da insalubridade ocorrerá somente se
o agente estiver inserido na referida norma.
Neste sentido, a Súmula 460 do STF (Superior
Tribunal Federal) dispõe:

“STF Súmula n.º 460 - 01/10/1964 - DJ de


8/10/1964, pág. 3647; DJ de 9/10/1964, pág. 3667;
DJ de 12/10/1964, pág. 3699- Adicional de Insalu-
bridade - Perícia Judicial em Reclamação Trabalhista -
Enquadramento da Atividade - Para efeito do adicio-
nal de insalubridade, a perícia judicial, em reclamação
trabalhista, não dispensa o enquadramento da ativi-
dade entre as insalubres, que é ato da competência do
Ministro do Trabalho e Previdência Social.”

O entendimento do TST, também, é de que


há necessidade de classificação das atividades como
insalubres na relação oficial elaborada pelo MTb
(Orientação Jurisprudencial n.º 4 da SDI do TST).
Fica evidenciado que o perito não poderá ex-
trapolar situações não previstas pela Norma Regula-
mentadora 15 da Portaria n.º 3214/78, na apuração
de insalubridade.

3.1. ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL

No Atestado de Saúde Ocupacional (ASO)


deve-se fazer constar todos os itens previstos na
NR7, com atenção para: nome, número de identi-
dade, função, riscos ocupacionais específicos, tipos
de exames que foram realizados com data, nome do
médico coordenador e n.º de registro no Conselho
Regional de Medicina (CRM), definição apto/inap-
to, nome do médico examinador e forma de contato
ou endereço, data e assinatura.
Deverá conter espaço para a assinatura do tra-
balhador comprovando o recebimento de uma se-
gunda via do atestado.
Todas as atividades possuem riscos que devem
constar no ASO, por exemplo, riscos mecânicos, er-
gonômicos, entre outros inerentes à atividade.

3.2. CRITÉRIO ADOTADO PARA A CA-


RACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE

O MTE, na Portaria 3214/78, regulamentou toda


a matéria de Segurança e Medicina do Trabalho através
de 34 normas regulamentadoras, estando inserido na
NR-15 e seus 14 anexos as atividades e operações insa-
lubres, assim consideradas que se desenvolvem:
- acima do limite de tolerância previsto nos ane-
xos: 1, 2, 3, 5, 11 e 12.
- nas atividades mencionadas nos anexos: 6, 13, e 14.
- comprovadas através de laudo de inspeção do
local do trabalho, constantes do anexo: 7, 8, 9 e 10.
- abaixo dos mínimos de iluminamento fixados
no anexo 4, exceto nos trabalhos de extração de sal.
Esse anexo foi revogado pela Portaria n.º 3.751, de
23.11.90.
Embora, o artigo 189 da CLT estabeleça que a
insalubridade ocorra quando a exposição ao agente
superar o limite de tolerância, o MTE estabeleceu três
critérios para a caracterização da insalubridade: ava-
liação quantitativa, qualitativa e inerentes à atividades.
3.2.1. Avaliação quantitativa

Nos anexos 1, 2, 3, 5, 8,11 e 12, nestes casos, o


perito terá que medir a intensidade ou concentração
do agente e fazer a comparação com os limites de to-
lerância; somente será caracterizada a insalubridade
quando os limites forem ultrapassados. Para tanto,
o perito deverá utilizar de técnicas e métodos esta-
belecidos pelas normas de higiene ocupacional em
conjunto com a NR15 e seus anexos.
Importante frisar que todos os limites fixados
foram estabelecidos nos limites de tolerância da AC-
GIH – (American Conference of Governmental
Industrial Higyenist), devidamente corrigidos dos
parâmetros da jornada de trabalho no Brasil.

3.2.2. Avaliação qualitativa

Nos anexos 7, 8, 9,10 e 13 da NR15, não fixou


limites de tolerância para agentes agressivos, embora
a ACGIH os tenha estabelecido para praticamente to-
dos os agentes. Nesse tipo de avaliação (qualitativa),
o perito deverá analisar detalhadamente o posto de
trabalho, a função ou atividade do trabalhador, utili-
zando os critérios técnicos da Higiene Ocupacional.
Leva-se em conta para avaliação, dentre outros, o
tempo de exposição, a forma de contato com o agen-
te e o tipo de proteção usada, até mesmo limites in-
ternacionais para a fundamentação de parecer técnico.
No caso de substâncias químicas é importante se
observar a diluição das mesmas, caso esteja em solução.
A ausência dos limites de tolerância fixados pela
NR15, para maioria dos agentes, não significa que
somente por isso que qualquer exposição seja peri-
gosa. Aliás, o MTE, através da Portaria n.º 3.311/89,
revogada pela Portaria n.º 546/2010, estabelecia cri-
térios para avaliação qualitativa, definindo o contato
permanente ou intermitente e o eventual.
E o fato do MTE não fixar limites de tolerân-
cia, não autoriza o perito a emitir pareceres pessoais
sem uma fundamentação técnica para concluir que
qualquer exposição é nociva à saúde.
A Portaria n.º 3.311/89 foi revogada pela
Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego n.º
546/10, que por sua vez, infelizmente, nada falou
sobre o tema.
Nesse “vácuo legal” predominante, entende-
mos que, apesar de revogada, a Portaria n.º 3.311/89
merece ser considerada quando o assunto for a
definição de trabalho eventual, intermitente e per-
manente. Trata-se de uma forma menos subjetiva e
mais embasada de avaliação.
Merece destaque o conteúdo da Súmula 47 do
Tribunal Superior do Trabalho (TST), que assim colo-
ca: “O trabalho executado, em caráter intermitente, em
condições insalubres, não afasta, só por essa circuns-
tância, o direito à percepção do respectivo adicional”.
Na mesma esteira, temos a decisão abaixo:

“EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDA-


DE. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE. SÚMULA
47 DO TST. Nos termos da Súmula 47 do TST, o tra-
balho executado em condições insalubres, em caráter
intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o
direito à percepção do respectivo adicional. Agravo
de instrumento conhecido e desprovido.” (AIRR
5868700-22.2002.5.04.0900)

Pelo texto sumulado, concluímos, por exemplo,


que os ministros do TST não obedecem ao Anexo 14
da Norma Regulamentadora n.º 15, na parte que condi-
ciona a percepção do adicional de insalubridade por ris-
co biológico ao “contato permanente” do trabalhador.
Observamos que os julgados do egrégio tri-
bunal, se fundamentados na Súmula n.º 47, não
excluem o “contato intermitente” da percepção do
respectivo adicional.
E uma breve análise da periculosidade, o racio-
cínio é idêntico. Vejamos a Súmula 364 do TST:

“Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado


exposto permanentemente ou que, de forma intermi-
tente, se sujeita a condições de risco. Indevido, ape-
nas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-
-se por tempo extremamente reduzido.”

Em sintonia com essa súmula, observamos o


seguinte julgado:

“EMENTA: RECURSO DE REVISTA. ADICIO-


NAL DE PERICULOSIDADE. SÚMULA 364, I/
TST. A jurisprudência desta Corte, consubstanciada
na Súmula 364, I/TST, é no sentido de que tanto o
contato permanente como o intermitente geram o
direito ao adicional de periculosidade, Incidência da
Súmula 364, I/TST. Recurso de revista provido.” (RR
22 22/1999-721-04-40.4)

Assim, por segurança jurídica de todos os pe-


ritos que confeccionam laudos de insalubridade/
periculosidade, devemos considerar que observam
também as Súmulas 47 e 364 do TST em todos os
seus documentos.
Sempre defendemos que a primeira medida é alte-
rar a norma, no entanto, a inércia do órgão competente
do MTb faz com essas fiquem cada vez mais defasadas.
Deste modo, os profissionais da área deveriam
provocar o MTb a discutir a matéria e, consequente-
mente, adequar as normas pertinentes de caracteri-
zação de insalubridade e periculosidade.
Outro aspecto importante é a ocorrência e ex-
posição permanente a determinado agente, ou seja,
a uma intermitência semanal (uma vez por semana),
essa situação os limites são fixados por se tratar de
jornada semanal e é considerada a baixo do limite
e quando for considerada de média ponderada nas
situações que possuem limite de “valor-teto” fixado
em normas internacionais.
Em termos de percepção parcial do adicional
de insalubridade, dependerá da decisão judicial de
cada caso, uma vez que a Súmula 47 do Tribunal Su-
perior do Trabalho não define intermitência diária,
semanal ou mensal.

3.2.3. Avaliação qualitativa de riscos


inerentes à atividade

O subitem 15.13 da NR15 estabelece atividades


insalubres nos anexos 6, 13 e 14.
Como não se pode eliminar ou neutralizar a in-
salubridade, significa que ela é inerente a atividade.
Um exemplo é a do trabalho de contato com pacien-
tes nos hospitais (anexo 14 – agentes biológicos), o
risco de contágio não pode ser eliminado somente
com medidas no ambiente ou de uso de EPIs (Equi-
pamento de Proteção Individual).
No anexo 13, vem estabelecido que a caracteri-
zação da insalubridade far-se-á por inspeção no local
de trabalho.
Cabe a autoridade regional competente, em ma-
téria de segurança e saúde do trabalhador, compro-
var a insalubridade, por laudo técnico de engenheiro
de segurança do trabalho ou médico do trabalho,
devidamente habilitado, fixar os adicionais devidos
aos empregados expostos à insalubridade, quando
impraticável sua eliminação ou neutralização.

3.3. ANÁLISE DOS AGENTES QUÍ-


MICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS

São passíveis de caracterização, conforme ane-


xo da NR15, Portaria n.º 3.214/78:
Ruídos: (anexo 1 e 2 – NR15), podem ser con-
tínuos ou intermitentes, e entende-se para esses fins
de aplicação de limites de tolerância, o ruído que não
seja de impacto.
Os níveis devem ser medidos em decibéis (dB),
com instrumento de nível de pressão sonora e as lei-
turas devem ser feitas próximas do ouvido do traba-
lhador. Verifica-se o tempo de exposição durante a
jornada de trabalho.

Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermi-


tente, para os fins de aplicação de Limites de Tole-
rância, o ruído que não seja ruído de impacto.
Os níveis de ruído contínuo ou intermitente de-
vem ser medidos em decibéis (dB) com instrumen-
to de nível de pressão sonora operando no circuito
de compensação "A" e circuito de resposta lenta
(SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao
ouvido do trabalhador.
Os tempos de exposição aos níveis de ruído
não devem exceder os limites de tolerância fixados
no Quadro deste anexo. (115.003-0/ I4)
Para os valores encontrados de nível de ruído
intermediário será considerada a máxima exposição
diária permissível relativa ao nível imediatamente
mais elevado.
Não é permitida exposição a níveis de ruído
acima de 115 dB (A) para indivíduos que não este-
jam adequadamente protegidos.
Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois
ou mais períodos de exposição a ruído de diferentes
níveis, devem ser considerados os seus efeitos combi-
nados, de forma que, se a soma das seguintes frações:

Exceder a unidade, a exposição estará acima do


limite de tolerância.
Na equação acima, Cn indica o tempo total que
o trabalhador fica exposto a um nível de ruído especí-
fico, e Tn indica a máxima exposição diária permissí-
vel a este nível, segundo o Quadro deste Anexo.
As atividades ou operações que exponham os
trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermi-
tente, superiores a 115 dB (A), sem proteção adequa-
da, oferecerão risco grave e iminente.
Assim, por exemplo, se um empregado traba-
lhar sem protetor auricular, em local com ruído de
90 (dB), a insalubridade será caracterizada quando o
tempo de exposição diária for superior a quatro horas.
Observe a tabela que segue:
3.3.1. LIMITES DE TOLERÂNCIA
PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR

A exposição ao calor deve ser avaliada através


do "Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo"
- IBUTG definido pelas equações que se seguem:

Ambientes internos ou externos sem carga solar:


IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Ambientes externos com carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg, onde:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco.

Os aparelhos que devem ser usados nesta avalia-


ção são: termômetro de bulbo úmido natural, termô-
metro de globo e termômetro de mercúrio comum.
As medições devem ser efetuadas no local onde
permanece o trabalhador, à altura da região do cor-
po mais atingida.
Limites de Tolerância para exposição ao calor,
em regime de trabalho intermitente com períodos de
descanso no próprio local de prestação de serviço.
Em função do índice obtido, o regime de tra-
balho intermitente será definido no Quadro N.º 1.
Os períodos de descanso serão considerados
tempo de serviço para todos os efeitos legais.
A determinação do tipo de atividade (Leve, Mode-
rada ou Pesada) é feita consultando-se o Quadro n.º 3.
Limites de Tolerância para exposição ao calor,
em regime de trabalho intermitente com período de
descanso em outro local (local de descanso).
Para os fins deste item, considera-se como lo-
cal de descanso ambiente termicamente mais ameno,
com o trabalhador em repouso ou exercendo ativi-
dade leve.
Os limites de tolerância são dados segundo o
Quadro n.º 2.
Onde: M é a taxa de metabolismo média pondera-
da para uma hora, determinada pela seguinte fórmula:

Sendo:
Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho.
Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se
permanece no local de trabalho.
Md - taxa de metabolismo no local de descanso.
Td - soma dos tempos, em minutos, em que se
permanece no local de descanso.
IBUTG é o valor IBUTG médio ponderado para
uma hora, determinado pela seguinte fórmula:
Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
Tt e Td = como anteriormente definidos.
Os tempos Tt e Td devem ser tomados no pe-
ríodo mais desfavorável do ciclo de trabalho, sendo
Tt + Td = 60 minutos corridos.
As taxas de metabolismo Mt e Md serão obti-
das consultando-se o Quadro n.º 3.
Os períodos de descanso serão considerados
tempo de serviço para todos os efeitos legais.
ANEXO N.º 5

RADIAÇÕES IONIZANTES
“Nas atividades ou operações onde trabalhadores
possam ser expostos a radiações
ionizantes, os limites de tolerância, os princípios, as
obrigações e controles básicos
para proteção do homem e do seu meio ambiente
contra possíveis efeitos indevidos causados pela ra-
diação ionizante, são os constantes da Norma
CNEN-NE3.01: "Diretrizes Básicas de Radiopro-
teção", de julho de 1988, aprovadaem caráter experi-
mental, pela Resolução CNEN n.º 12/88, ou daquela
que venha a substituí-la. (Parágrafo dado pela Porta-
ria n.º 04/1994)

Conforme comentado, as medições de radiação


exigem técnicas especializadas normatizadas pelo
CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
Dentre os instrumentos utilizados nesta ava-
liação estão os dosímetros, que recebem as doses
equivalentes às recebidas pelo trabalhador durante
a jornada de trabalho e os contadores Geiger, que
fornece a intensidade de radiação instantânea.
Assim, as perícias de insalubridade que envol-
vem radiações ionizantes devem ser realizadas por
profissionais especializados em radioproteção e cre-
denciados no CNEN.
Para se evitar ou neutralizar a contaminação,
deverá ser adotado as seguintes medidas:

. reduzir ao mínimo o tempo de permanência próxi-


mo à fonte;
. usar blindagem adequada para atenuação da radiação;
. sinalizar e isolar as fontes.

No caso de radiação, a neutralização com uso


somente de EPIs, é muito difícil. Lembrando que
com o passar do tempo, o trabalhador deverá ser
afastado da atividade, conforme a norma do CNEN,
passando a não mais receber o adicional de insalu-
bridade por não poder continuar exercendo aquela
atividade e colocando em risco a sua própria vida.

3.3.2. TRABALHO SOB CONDI-


ÇÕES HIPERBÁRICAS

O anexo 6-NR15 estabelecem normas de traba-


lho sob pressão hiperbárica, ou seja, trabalhos em ar
comprimido e trabalhos submersos. São estabelecidas
várias regras para o trabalho sob pressão e o seu des-
cumprimento será considerado risco grave e iminente
para fins e efeitos da NR3 da portaria n.º 3.214.
Mesmo que a empresa cumpra com todos os
itens constantes da norma, a insalubridade será de-
vida em grau máximo, pois esta inerente à atividade,
pois não ocorrerá a neutralização nem eliminação.
O trabalho sob pressão hiperbárica deveria ser
tratado em norma de Segurança do Trabalho, pois
não se trata de agente de Higiene do Trabalho. O
não cumprimento dessas normas expõe o trabalha-
dor em risco de vida.
Cabe ressaltar que o anexo 6 não estabelece
critério de avaliação da insalubridade, mencionando
somente que as atividades e operações sob ar com-
primido e de mergulho são consideradas insalubres
de grau máximo.

3.3.3. RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES

Para os efeitos desta norma, são radiações não ioni-


zantes as micro-ondas, ultravioletas e laser.
As operações ou atividades que exponham os traba-
lhadores às radiações não ionizantes, sem a proteção
adequada, serão consideradas insalubres, em decorrên-
cia de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.
As atividades ou operações que exponham os trabalhado-
res às radiações da luz negra (ultravioleta na faixa - 400-
320 nanômetros) não serão consideradas insalubres.

O anexo 7 menciona, apenas, as radiações ultra-


violeta, a laser e micro-ondas como insalubres, en-
quanto a ACGIH, além dessas radiações, recomenda
também limites para radiações infravermelhas, cam-
po magnético, entre outros.
O perito para identificar o grau de insalubrida-
de terá que ser rigoroso em critérios técnicos, em
que, dentre outros fatores observar:

- Tempo de exposição do trabalhador à radiação, fator


impostante na ocorrência da doença ocupacional.
- Distância do empregado à fonte, pois é sabido que
a radiação diminui de forma inversamente propor-
cional ao quadrado da distância à fonte.
- Tipo de proteção usada.
- Medição da intensidade da radiação, caso o perito
possua o instrumento de medição.

Outro aspecto controvertido é a exposição à ra-


diação proveniente de raios solares. Do ponto de vista
jurídico, o TST adotou o entendimento de que não há
enquadramento como insalubre na exposição a raios
solares (orientação jurisprudencial do TST n.º 173
SDI), contudo há jurisprudência em sentido contrário.
Conforme comentado, a insalubridade pode ser
eliminada através da adoção de medidas no ambien-
te ou neutralizada com o uso de EPIs.
Quanto aos EPIs, são recomendados para pro-
teção de raios não ionizantes: luvas, aventais, peneiras,
protetores faciais com lentes filtrantes, EPIs de raspa
de couro utilizados em soldagem e outros. Em cada
caso deverá se verificar se a proteção é adequada com
Certificado de Aprovação (C.A.) expedido pelo órgão
competente do MTb, atestando a proteção.

3.3.4. VIBRAÇÕES

A avaliação para efeitos de insalubridade o


MTb determinou uma nova redação ao anexo 8 pela
Portaria n.º 12/83, exigindo que a perícia deverá ser
feita através de inspeção do local de trabalho e de-
verá tomar com base os limites de tolerância para
exposição estabelecidos pela ISSO 2631, para vi-
bração do corpo inteiro e ISSO/DIS 5349, para vi-
bração localizada. Assim, o anexo 8 foi alterado pela
Portaria MTE 1.297/2014.
Não há um tipo adequado nem sugerido no ane-
xo 8 para eliminação ou neutralização da exposição a
vibração, de modo que poderás ser avaliada no am-
biente, como, por exemplo, o uso de materiais anti-
vibratórios em máquinas e equipamentos, portanto a
insalubridade, nesse caso poderá apenas ser eliminada.

3.3.5. FRIO

As atividades ou operações executadas no inte-


rior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apre-
sentem condições similares, que exponham os tra-
balhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres em decorrência de laudo de
inspeção realizada no local de trabalho.
O anexo 9 da NR15 e outros dispositivos legais
relativos à exposição a frio é estabelecido no artigo 253
da CLT, referentes a serviços frigoríficos, como segue:

CLT - Decreto Lei n.º 5.452 de 01 de Maio de 1943.


Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
“Art. 253 - Para os empregados que trabalham no
interior das câmaras frigoríficas e para os que movi-
mentam mercadorias do ambiente quente ou normal
para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40
(quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegu-
rado um período de 20 (vinte) minutos de repouso,
computado esse intervalo como de trabalho efetivo.”

“Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio,


para os fins do presente artigo, o que for inferior,
nas primeiras, segunda e terceira zonas climáticas do
mapa oficial do Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º
(doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º
(dez graus).”

3.4. VALORES DOS ADICIONAIS DE


INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
O artigo 192 da CLT estabelece que o exercício
de trabalho em condições insalubres, acima dos limi-
tes de tolerância fixados pelo MTb, assegura a per-
cepção do adicional respectivo de 40%, 20% e 10%
do salário mínimo da região, segundo se classifique
os graus máximo, médio e mínimo.
Dependendo do tipo de agente insalubre a que
o empregado esteja exposto o adicional tem como
patamar um índice.
Outro aspecto importante a ser analisado é o
ruído que gera grau médio de adicional, enquanto a
poeira gera grau máximo.
Importante a ser analisado é que o grau não
varia de acordo com a intensidade do agente, pois
pode ser considerada uma concentração de poeira
dez vezes superior ao limite gerar o mesmo grau de
insalubridade que a concentração duas vezes supe-
rior ao limite de tolerância.
A determinação do grau de insalubridade é de-
finida pela regulamentação do MTb através da Por-
taria n.º 3.214, NR15, conforme quadros a seguir:
Deve-se salientar que é vedada a percepção
cumulativa dos adicionais de insalubridade de acor-
do com o subitem 15.3, NR15, Portaria n.º 3.214; ou
seja, o trabalhador, que estiver exposto a dois agen-
tes insalubres de diferentes graus percebe somente
aquele de maior grau.
Para agentes do mesmo grau, os adicionais não
se somam, assim um trabalhador exposto a um agen-
te poeira (40%) e ruído (20%), terá somente 40% de
acréscimo salarial.
Embora, a exposição a dois ou mais agentes insa-
lubres possa produzir maior agravo à saúde do trabalha-
dor, a regulamentação limitou a percepção cumulativa.

3.4.1. BASE DE CÁLCULO DO ADI-


CIONAL DE INSALUBRIDADE

A publicação da Súmula vinculante n.º 4 do Su-


premo Tribunal Federal (STF) deu nova redação à
Súmula n.º 228, alterando a base de cálculo do adi-
cional de insalubridade.
A partir de 9 de maio de 2008, data da publica-
ção da Súmula Vinculante n.º 4 do Supremo Tribunal
Federal, o adicional de insalubridade será calculado
sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso
fixado em instrumento coletivo.
A mesma resolução que altera a Súmula n.º 228,
ainda, cancela a Súmula n.º 17 e a Orientação Juris-
prudencial n.º 02 da Seção Especializada em Dissí-
dios Individuais (SDI-1) e confere nova redação à
Orientação Jurisprudencial n.º 47 da SDI-1, nos se-
guintes termos:

SÚMULA 228
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE
CALCULO. A partir de 9 de maio de 2008, data da
publicação da Súmula Vinculante n.º 4 do Supremo
Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será
calculado sobre o salário básico, salvo critério mais
vantajoso fixado em instrumento coletivo.
A mesma resolução que altera a Súmula n.º 228 ainda
cancela a Súmula n.º 17 e a Orientação Jurisprudencial
n.º 02 da Seção Especializada em Dissídios Individuais
(SDI-1) e confere nova redação à Orientação Jurispru-
dencial n.º 47 da SDI-1, nos seguintes termos:
47. HORA EXTRA. ADICIONAL DE INSALU-
BRIDADE. BASE DE CÁLCULO. A base de cál-
culo da hora extra é o resultado da soma do salário
contratual mais o adicional de insalubridade.

Todavia, o Supremo Tribunal Federal conce-


deu liminar na Reclamação n.º 6.266, suspendendo
a aplicação da Súmula n.º 228 do Tribunal Superior
do Trabalho na parte em que se determinava a inci-
dência do adicional de insalubridade sobre o salário
básico.
Assim, a Jurisprudência tem mantido o salário
mínimo como base de cálculo, até que a incompati-
bilidade seja suprida por Lei ou Norma Coletiva.
Vale ressaltar que a Jurisprudência 47 da SDI-1
determina que a base de cálculo de hora extra é o
resultado da soma do salário contratual mais o adi-
cional de insalubridade.
Toda essa matéria, podemos afirmar que não
tem entendimento pacífico, pois há entendimentos
no sentido da interpretação no sentido da base de
cálculo ser o salário de contraprestação ou até mes-
mo o de remuneração. Cita-se como exemplo o
M.M. Juiz do TRT da 3.ª Região Sebastião Geraldo
de Oliveira, sustentando que a base de cálculo do
adicional de insalubridade é o salário contratual.

3.4.2. VALOR E BASE DE CÁLCULO


DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

No artigo 193, § 1.º, estabelece em relação a


periculosidade que o valor do adicional é de 30%
sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gra-
tificações ou participações dos lucros da empresa,
podendo o empregado optar o que por ventura seja-
lhe devido (art.193, § 2.º). Portanto, os adicionais de
insalubridade e periculosidade não podem ser cumu-
lativos, devendo o empregado fazer a opção.
A Súmula 191 do TST determina que, para os
eletricitários, o cálculo do adicional de periculosida-
de deverá incidir sobre a totalidade das parcelas de
natureza salarial.
Ressalva, nas horas de sobreaviso não haverá
incidência do adicional de periculosidade, pois o em-
pregado não se encontra em situação de risco, orien-
tação Jurisprudencial n.º 174 do SID/TST.
Acrescente-se, que o adicional de periculosida-
de, tem entendimento firmado na orientação Juris-
prudencial do TST n.º 267 SDI, integra a base de
cálculo das horas extras.

3.4.3. ELIMINAÇÃO OU NEUTRA-


LIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE E/OU
PERICULOSIDADE

Conforme consta no artigo 191 da CLT, toda


eliminação ou neutralização ocorrerá:

Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalu-


bridade ocorrerá: (Redação conforme a Lei n.º 6.514,
de 22.12.1977)

I - com a adoção de medidas que conservem o am-


biente de trabalho dentro dos limites de tolerância;
(Incluído conforme Lei n.º 6.514, de 22.12.1977)

II - com a utilização de equipamentos de proteção in-


dividual ao trabalhador, que diminuam a intensidade
do agente agressivo a limites de tolerância. (Incluído
conforme Lei n.º 6.514, de 22.12.1977)

Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do


Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as
empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou
neutralização, na forma deste Artigo. (Incluído con-
forme Lei n.º 6.514, de 22.12.1977)

As medidas para eliminar o agente de sua fon-


te ou trajetória, como por exemplo, a instalação de
sistema de exaustão em cima de plataforma de po-
limento, onde há geração de poeira. A adoção des-
ta medida pela avaliação do método quantitativo da
concentração da poeira poderá verificar se for o caso
baixo nível de poeira.
Quando não se pode controlar no ambiente, de-
ve-se utilizar o controle individual, que podem ser apli-
cadas através dos EPIs, estabelecendo que deva ter di-
minuída a intensidade do agente a limites de tolerância.
O uso efetivo dos EPIs é fundamental: portá-
-lo não significa uso efetivo. A NR06 estabelece que
a empresa seja obrigada a fornecer gratuitamente o
EPI adequado à atividade, treinar o trabalhador para
o uso e torná-lo obrigatório. E o trabalhador é obri-
gado a conservar e usar o EPI.
A Lei não estabelece que o uso do EPI afaste o
adicional de periculosidade, como ocorre com a in-
salubridade, assim o pagamento do adicional de pe-
riculosidade, somente cessará com a eliminação do
risco, conforme preconiza o Enunciado 289 do TST:

TST Enunciado n.º 289 - Res. 22/1988, DJ 24.03.1988


- Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.
“Fornecimento do Aparelho de Proteção do Trabalho
- Adicional de Insalubridade. O simples fornecimento
do aparelho de proteção pelo empregador não o exime
do pagamento do adicional de insalubridade, cabendo-
-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou
eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas
ao uso efetivo do equipamento pelo empregado.”

Importante também considerar que é aspecto


da cessação do pagamento do adicional de insalu-
bridade e periculosidade o que o artigo 194 da CLT
estabelece com a eliminação do risco à saúde e inte-
gridade física do trabalhador.
Temos duas situações a esclarecer:

- primeira: por força do artigo 191, fica enten-


dido que o pagamento do adicional de insalubridade
será suprido com a eliminação ou a neutralização,
através do uso de EPI, desde que seja capaz de dimi-
nuir o risco a nível abaixo dos limites de tolerância,
no entanto, há agentes insalubres que somente com
o uso de EPI, não poder ter o seu risco neutralizado.
- segunda: a caracterização correta da periculo-
sidade e insalubridade é de importância fundamen-
tal, pois sua cessação só será possível com nova pe-
rícia, que comprove a eliminação ou neutralização
dos riscos.
A cessação do pagamento ocorre da seguinte forma:

Com o Enunciado 248 do TST, que enuncia o


que segue. Vejamos:

TST Enunciado n.º 248 - Res. 17/1985, DJ 13.01.1986


- Mantida - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.
“Reclassificação ou Descaracterização da Insalubri-
dade - Direito Adquirido - Princípio da Irredutibili-
dade Salarial. A reclassificação ou descaracterização
da insalubridade, por ato da autoridade competente,
repercute na satisfação do respectivo adicional, sem
ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredu-
tibilidade salarial.”

Deste modo, podemos constatar que a nova pe-


rícia que comprove a eliminação ou neutralização da
insalubridade ou periculosidade, deveria ser homolo-
gada pelo MTb para supressão dos pagamentos, mas
na prática, o órgão competente do MTb não realiza
perícia nem homologa laudos, restando somente a
alternativa de acordo coletivo com o Sindicato ou
recorrer a Justiça do Trabalho visando à classificação
ou descaracterização da insalubridade.
Ocorrendo o reconhecimento por sentença
transitado em julgado da insalubridade, a jurispru-
dência processual civil, interpreta segundo o artigo
471 do Código Processual Cível a revisão da coisa
julgada.

Art. 471 - Nenhum juiz decidirá novamente as ques-


tões já decididas, relativas à mesma lide, salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa, so-
breveio modificação no estado de fato ou de direito;
caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi
estatuído na sentença;
II - nos demais casos prescritos em lei.

Optou-se pela ação revisional na justiça para


comprovar a modificação dos fatos das condições de
insalubridade ou periculosidade, ou seja, o emprega-
dor deverá entrar com a ação propondo uma nova
avaliação pericial do local para provar a constatação
da eliminação ou neutralização do risco.

3.4.4. CONCEITO DE PERICULOSIDADE

O artigo 193 da CLT conceitua a periculosidade


para inflamáveis e explosivos da seguinte forma:

Art. 193. São consideradas atividades ou operações


perigosas, na forma da regulamentação aprovada
pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que,
por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem
risco acentuado em virtude de exposição permanente
do trabalhador a: (Redação dada pela Lei n.º 12.740,
de 2012).

I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluí-


do pela Lei n.º 12.740, de 2012);

II - roubos ou outras espécies de violência física nas


atividades profissionais de segurança pessoal ou pa-
trimonial; (Incluído pela Lei n.º 12.740, de 2012)

§ 1.º - O trabalho em condições de periculosidade


assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta
por cento) sobre o salário sem os acréscimos resul-
tantes de gratificações, prêmios ou participações nos
lucros da empresa; (Incluído pela Lei n.º 6.514, de
22.12.1977)

§ 2.º - O empregado poderá optar pelo adicional de


insalubridade que porventura lhe seja devido; (Inclu-
ído pela Lei n.º 6.514, de 22.12.1977)

§ 3.º - Serão descontados ou compensados do adi-


cional outros da mesma natureza eventualmente já
concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo;
(Incluído pela Lei n.º 12.740, de 2012)

§ 4.º - São também consideradas perigosas as ativida-


des de trabalhador em motocicleta. (Incluído pela Lei
n.º 12.997, de 2014)
Observa-se que pela definição, que foram de-
terminados três pressupostos para configuração da
periculosidade:

- contato com inflamáveis e explosivos;


- caráter permanente;
- condições de risco acentuado.

Outro agente gerador de periculosidade é o


contato com energia elétrica, instituído pela Lei n.º
7.369/85, que foi regulamentada pelo Decreto n.º
93.412/86, onde estabelecem as atividades em con-
dições de periculosidade e área de risco.
Posteriormente, o MTb instituiu o adicional de
periculosidade para as atividade ou operações que
envolvam radiações ionizantes e substancias radioa-
tivas, através da Portaria 3.393/87, que para alguns
juristas foi considerada ilegal, uma vez que o rece-
bimento do adicional fora criado por uma Portaria.
Em 11 de Dezembro de 2002, a Portaria n.º 496
do MTb revogou o Decreto 3.393/87, por motivo
de sua ilegalidade e falta de amparo legal no artigo
193 da CLT, contudo a Portaria n.º 518/2003 revo-
gou a Portaria n.º 496, voltando a vigorar, portanto,
o adicional de periculosidade por radiação ionizante.
Posteriormente, o TST, através de orientação
Jurisprudencial n.º 345, firmou o entendimento so-
bre a legalidade da Portaria.
Cada uma das concentrações obtidas nas refe-
ridas amostragens não deverá ultrapassar os valores
obtidos na equação que segue, sob pena de ser con-
siderada situação de risco grave e iminente.
Agentes químicos cuja insalubridade é caracte-
rizada por limite de tolerância e inspeção no local de
trabalho. Vejamos: valor máximo = L.T. x F. D.
Onde: L.T. = Limite de Tolerância para o agen-
te químico, segundo o Quadro n.º 1.
F.D. = Fator de Desvio, segundo definido no
Quadro n.º 2.

O limite de tolerância será considerado exce-


dido quando a média aritmética das concentrações
ultrapassarem os valores fixados no Quadro n.º 1.
Para os agentes químicos que tenham "valor
teto" assinalado no Quadro n.º 1 (Tabela de Limites
de Tolerância) considerar-se-á excedido o limite de
tolerância, quando qualquer uma das concentrações
obtidas nas amostragens ultrapassar os valores fixa-
dos no mesmo quadro.
Os limites de tolerância fixados no Quadro n.º
1 são válidos para jornadas de trabalho de até 48
(quarenta e oito) horas por semana, inclusive.
Para jornadas de trabalho que excedam as 48
(quarenta e oito) horas semanais dever-se-á cumprir
o disposto no art. 60 da CLT.
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes
de ar contaminado.
** mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes
de ar contaminado.
** mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes
de ar contaminado.
** mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes
de ar contaminado.
**mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes
de ar contaminado.
**mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
* ppm - partes de vapor ou gás por milhão de partes
de ar contaminado.
** mg/m3 - miligramas por metro cúbico de ar.
(http://www.geocities.ws/Athens/Troy/8084/
nr15h.htm)
QUESTÕES – UNIDADE 3

1. Quais são os objetivos da CIPA?

2. Como deve ser composta a representação na CIPA?

3. Por quantos mandatos consecutivos poderão


ser indicados os membros titulares da CIPA, repre-
sentantes do empregador?

4. Quais documentos devem ser apresentados


para realizar o pedido de registro na CIPA?

5. Como deve ser realizada a eleição dos mem-


bros representantes dos empregados na CIPA?
UNIDADE 4 - PERÍCIA E LAUDO PERICIAL
Todo laudo pericial deve ser claro, objetivo,
fundamentado e conclusivo. Os dados que o peri-
to julgar importantes e contribuir efetivamente para
que o juiz tenha seu convencimento devem ser le-
vantados. Esses preceitos servem para a perícia judi-
cial e extrajudicial.
Alguns itens imprescindíveis devem conter no
laudo pericial para fundamentação dos pareceres
que servirá de base técnica para a decisão do juiz.
Nas Normas e Leis existentes, pode-se recorrer
a técnicas existentes, tais como:

- interpretação gramatical;
- lógica;
- história;
- jurisprudência;
- direito comparado e outros.

Na falta de disposições legais ou contratuais, o


juiz em sua decisão nos princípios gerais do direito,
jurisprudências e à analogia. – principalmente direi-
to do trabalho – e ainda usos e costumes do direito
comparado (artigo 8.º da CLT).
Já, o perito, na interpretação das normas e leis,
especialmente naquelas que determinem a avaliação
qualitativa do agente deverá se socorrer em Normas
da Higiene Ocupacional e da Segurança e Medicina
do Trabalho para enquadramento correto da insalu-
bridade e periculosidade, não podendo se limitar a
interpretação literal da norma.
Para sua fundamentação, o parecer técnico pe-
ricial deve ser precedido de dados corretos e dentro
das técnicas de avaliação, da análise do posto de tra-
balho e das respectivas atividades insalubres e peri-
gosas, bem como, análise das medidas de proteção
adotada e de sua eficiência.

Um Laudo Técnico Pericial deve conter no mí-


nimo, os seguintes itens:

a) Critério adotado

O perito deverá mencionar a legislação, as nor-


mas, a bibliografia, entre outros, em que se baseou
para elaboração da prova pericial (critérios qualitati-
vos e quantitativos).

b) Instrumentos utilizados
Todos os instrumentos utilizados na avalia-
ção devem ser especificados no laudo pericial, in-
cluindo marca, modelo, tipo, fabricante, faixas de
leitura, calibração, certificação, dentre outros.

c) Metodologia de avaliação
A metodologia adotada para medição e ava-
liação devera ser sucintamente descrita no laudo
pericial. A NR15 e seus anexos estabelecem me-
todologia simplificada de avaliação, especialmente
para critérios quantitativos. Procedimentos técnicos
das normas da FUNDACENTRO, do NIOSH, da
OSHA, da ISSO, entre outras, complementam as la-
cunas técnicas da NR15.

d) Descrição da atividade e condições de expo-


sição
Na perícia deverão constar os locais de tra-
balho do reclamante e as atividades preponderante-
mente desenvolvidas, a frequência, o tempo de ex-
posição e a forma de contato dos agentes capazes de
causar a insalubridade. Poderá utilizar informações
do pessoal do setor de trabalho do reclamante, ouvir
as testemunhas, verificar documentos, fotografias e
principalmente, inspecionar as instalações, onde o
reclamante desenvolvia suas atividades.

e) Dados obtidos
Todos os dados devem ser especificados de for-
ma clara e objetiva. Incluindo resultado quantitativo,
memória de cálculo, tempo de exposição do agente
analisado, certificados de análises químicas, delimi-
tação de área de risco, croquis, fotografias, tabelas e
gráficos necessários à compreensão do laudo.

f) Respostas aos quesitos formulados pelas partes


Os quesitos são perguntas formuladas pelas
partes ao perito, com finalidade de esclarecer os fa-
tos, são de grande importância, pois o perito deve
estudá-los cuidadosamente antes de realizar a prova
pericial e procurar respondê-los de maneira objetiva
e fundamentada. Deve evitar lacunas nas respostas.
Em muitos casos, os quesitos alertam o perito de
algumas situações que poderiam passar despercebi-
dos durante a diligência, fazendo tudo de maneira
técnica para facilitar o julgamento e a decisão da lide
pelo juiz.

g) Conclusão pericial
Item importante, pois explicará claramente as
atividades analisadas, se foi ou não considera insalu-
bre ou perigosa. Se resultado positivo deverá men-
cionar o grau de insalubridade, ou seja, grau mínimo,
médio ou máximo, em função do agente insalubre,
o período de contrato de trabalho em que foi ca-
racterizada a insalubridade e/ou periculosidade. A
conclusão condicionada a outras provas deverá ser
evitada, a menos que não seja possível durante a dili-
gência, a completa convicção do perito, por diligên-
cias de informação das partes.

4.1. FORMULÁRIO

Observar o anexo que segue nesse livro da POR-


TARIA N.º 3.311, DE 29 DE NOVEMBRO DE
1989 (D.O.U. de 30/11/89 – Seção 1 – pág. 22.008
a 22.011): “Estabelece os princípios norteadores do
programa de desenvolvimento do Sistema Federal de
Inspeção do Trabalho e dá outras providências”.
4.1.1. INSTRUÇÃO PARA A ELABO-
RAÇÃO DO LAUDO PERICIAL DE IN-
SALUBRIADE E PERICULOSIDADE

1- Identificação.
Neste item, deve constar a identificação do lau-
do, como: número do processo, nome e endereço da
empresa, nome do requerente.

2- Identificação do local periciado.


Neste item, devem constar os elementos neces-
sários à identificação do local onde a perícia é reali-
zada, tais como: Divisão de..., Seção..., da fábrica...,
localizada no.

3- Identificação do ambiente de trabalho.


Deve constar elementos necessários à caracte-
rização do ambiente de trabalho, tais como: arranjo
físico, metragem da área física, condições gerais de hi-
giene, ventilação, iluminação, tipo de construção, co-
bertura, paredes, janelas, piso, mobiliário, divisória etc.

4- Análise qualitativa.
4.1. Da função do trabalhador – esclarecer com
verbo no infinitivo todas as tarefas que compõem a
função, por ex.: Auxiliar administrativo – a) datilo-
grafar textos – b) anotar recados – c) atender tele-
fones etc.
4.2. Das etapas do processo operacional – ob-
servando o desenrolar da atividade e/ou do movi-
mento do maquinário, especificar as fases do mé-
todo do trabalho, inclusive questionando a chefia e
outros empregados.
4.3. Dos possíveis riscos ocupacionais – o téc-
nico especializado deve ser capaz e perceber e ava-
liar a intensidade dos riscos presentes no ambiente
de trabalho ou na etapa do processo laborativo – a
qualidade dos riscos a que se submete o trabalhador
durante a sua jornada.
4.4. O tempo de exposição ao risco – essa fase
traduz a quantidade de exposição em tempo (horas,
minutos, segundos) a determinado risco sem pro-
teção, multiplicado pelo número de vezes que essa
exposição ocorre, pois pode ser declarada exposição
eventual ou contínua.

5- Interpretação e análise dos resultados.


5.1. Análise quantitativa é a fase de medição do
risco imediatamente após as considerações qualita-
tivas, com atenção especial à essência do risco e ao
tempo de exposição. Essa fase pericial é possível de
ser realizada quando o técnico tem convicção firma-
da de que o tempo, se somados configuraria situação
intermitente ou contínua, pois a eventualidade não
ampara a concessão do adicional.
5.2. Discriminação da área - tanto o instrumen-
tal quanto a técnica adotados, e até mesmo o método
de amostragem, devem constar por extenso, de for-
ma clara e definida no corpo do laudo.
5.3. Delimitação da área de risco - declaração
dos valores, especificando, inclusive, os tempos ho-
rários inicial e final de cada aferição.
5.4. Interpretação e análise dos resultados - a
interpretação e a consequente análise dos resultados
necessitam estar de acordo com o prescrito no texto
legal, no caso, a Norma Regulamentadora. Caso a
contrarie, será nula de pleno direito.

6- Fundamentação.
6.1. Científica - o fundamento científico com-
preende, então, as vias de absorção e excreção do
agente insalubre, o processo orgânico de metaboli-
zação, o mecanismo de patogenia do agente no or-
ganismo humano e as possíveis lesões.
6.2. Legal - é tudo aquilo estritamente previsto
nas Normas Regulamentadoras de Segurança e Me-
dicina do Trabalho, Portaria MTb n.º 32141/78 e Lei
n.º 6.5141/77.

7 - Proposta técnica para correção.


Neste item, devem constar as propostas para
eliminação da insalubridade através da utilização de
medidas de proteção ambiental.
Propor medidas de proteção ambiental significa
estabelecer um conjunto sistemático de ações técnico-
-científicas eficaz para transformar, a curtos e médios
prazos, um ambiente insalubre em outro salubre.
Entre estas medidas destacam-se: alteração do
método operacional ou de uma das etapas desse mé-
todo, utilização de medidas de proteção coletiva e,
nos casos previstos na NR 6.2, os equipamentos de
proteção individual.

8 - Medidas adotadas pelo órgão regional.


Devem constar as medidas adotadas pelo órgão
regional do MTb, quando ficar caracterizada ativida-
de insalubre ou perigosa - Lei n.º 6.514177, artigo
191, incisos 1 e II, e parágrafo único, Portaria n.º
3.214178, NR 15, subitem 15.4.1.1, e Portaria n.º
12183, NR 9, item 9A, alínea a.

4.2. PROVA PERICIAL

O artigo 420 do CPC estabelece que:

Art. 420 - A prova pericial consiste em exame, visto-


ria ou avaliação.

obs.dji.grau.2: Art. 145, § 1.º, Perito - Órgãos judiciá-


rios e auxiliares da justiça - CPC; Art. 850, Produção
antecipada de provas - Procedimentos cautelares es-
pecíficos – CPC.
obs.dji.grau.3: Art. 33, Despesas e multas - Deveres
das partes e dos seus procuradores - CPC; Art. 95,
Trapicheiros e administradores de armazéns de de-
pósitos - Agentes auxiliares do comércio - Comércio
em geral - Código comercial - L-000.556-1850; Art.
212, V e Art. 229, I, Prova - Fatos Jurídicos - Código
Civil - CC - L-010.406-2002.

obs.dji.grau.4: Honorário do Perito; Prova (s); Prova Pericial.

obs.dji.grau.5: Ação de Indenização em Caso de Ava-


ria - Vistoria Judicial - Súmula nº 261 - STF; Exame
de Livros Comerciais em Ação Judicial - Limitação -
Transações entre os Litigantes - Súmula n.º 260 – STF.

obs.dji.grau.6: Admissibilidade e valor da prova tes-


temunhal - CPC; Atos processuais - CPC; Audiência
- CPC; Confissão - CPC; Cumprimento da Sentença -
CPC; Depoimento pessoal - CPC; Disposições finais
e transitórias - CPC; Exibição de documento ou coisa
- CPC; Formação, suspensão e extinção do processo -
CPC; Inspeção judicial - CPC; Julgamento conforme
o estado do processo - CPC; Jurisdição e ação - CPC;
Liquidação de Sentença - CPC; Ministério Público -
CPC; Órgãos judiciários e auxiliares da justiça - CPC;
Partes e procuradores - CPC; Petição inicial - CPC;
Procedimento ordinário - Processo de conhecimen-
to - CPC; Procedimentos especiais - CPC; Processo
cautelar - CPC; Processo de conhecimento - CPC;
Processo de execução - CPC; Processo e procedi-
mento - CPC; Processo nos Tribunais - CPC; Pro-
dução da prova testemunhal - CPC; Prova documen-
tal - CPC; Prova testemunhal - CPC; Provas - CPC;
Providências preliminares - CPC; Recursos - CPC;
Resposta do réu - CPC; Revelia - CPC; Sentença e
coisa julgada - CPC

Parágrafo único - O juiz indeferirá a perícia quando:


I - a prova do fato não depender do conhecimento
especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.

Quando a prova dos fatos depende de conhe-


cimento técnico específico ou científico, os peritos
serão escolhidos entre profissionais de nível uni-
versitário, devidamente inscrito em órgão de classe
competente devendo comprovar sua especialidade
na matéria sobre a qual, deverá opinar.
Em perícias de insalubridade e periculosidade o
artigo 195 da CLT estabelece:

“Art. 195 - A caracterização e a classificação da insa-


lubridade e da periculosidade, segundo as normas do
Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a
cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Tra-
balho, registrados no Ministério do Trabalho.

§ 1.º - É facultado às empresas e aos sindicatos das


categorias profissionais interessadas requererem ao
Ministério do Trabalho a realização de perícia em
estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de
caracterizar e classificar ou delimitar as atividades in-
salubres ou perigosas.

§ 2.º - Arguida em juízo insalubridade ou periculo-


sidade, seja por empregado, seja por Sindicato em
favor de grupo de associado, o juiz designará perito
habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver,
requisitará perícia ao órgão competente ao Ministério
do Trabalho.

§ 3.º - O disposto nos §§ anteriores não prejudica a


ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho nem a
realização "ex-offício" da perícia.

Neste caso, observamos que para caracteriza-


ção de insalubridade ou periculosidade será imposta
pela norma legal como método obrigatório, não se
aplicando no caso o CPC subsidiariamente, na qual
o juiz poderá dispensar a prova pericial quando as
partes, na inicial ou na contestação, apresentarem as
questões de fato, pareceres técnicos ou documentos
elucidativos (art. 427 CPC).
Quando desativado o local de trabalho, ao peri-
to é facultada a utilização de todos os meios neces-
sários para a conclusão da perícia, obviamente com
base nos conhecimentos técnicos de sua especialida-
de (art. 335, parte final, do CPC).
À empresa incumbe contestar lealmente o pedi-
do sob o pressuposto da desativação e, depois, ofere-
cer impugnação com respaldo em elementos técnicos
que deve possuir, como os laudos a que se refere o
parágrafo do art. 195 da CLT e os documentos obri-
gatórios previstos na Portaria 3.214/78, do Ministé-
rio do Trabalho (TRT-SP 02980218930 RO - Ac. 08.ª
T. 02990196654 - DOE 25/05/1999 - Rel. WILMA
NOGUEIRA DE ARAUJO VAZ DA SILVA).
O laudo técnico para classificação e caracteri-
zação da insalubridade, nos termos do art. 195 da
CLT, pode ser elaborado por médico ou engenheiro
do trabalho, não havendo nenhuma distinção en-
tre ambos (TRT-SP 02980391098 RO - Ac. 03.ª T.
02990312565 - DOE 06/07/1999 - Rel. MARCE-
LO FREIRE GONÇALVES).

4.3. PERÍCIA EXTRAJUDICIAL

O § 1.º do artigo 195 da CLT traz estabelecido


ser facultado às empresas e aos sindicatos fazerem re-
quisição ao MTb para realização de perícia em estabe-
lecimentos ou setores deste, com objetivo de caracte-
rizar e classificar as atividades insalubres ou perigosas.
A Lei atribuiu ao Poder Executivo a competên-
cia para realização de perícia. Na prática, dificilmen-
te isso ocorre, pois o MTb teria prejudicada a sua
função de fiscalização e cumprimento das Normas
de Segurança e Medicina do Trabalho.
O correto seria o MTb credenciar entidades, em-
presas e profissionais da área para executar tal serviço.
Muitas vezes, sindicatos e empresas, através de
acordos, fazem perícia por intermédio de profissio-
nais e empresas terceirizadas. Essa prática, também,
é recomendada para substituir a atribuição conferida
ao MTb pelo artigo 195 da CLT.
Destacamos que também ocorre a perícia a pe-
dido do MTb, quando a empresa faz a perícia ou
contrata serviço de terceiro e, em seguida, submete
o laudo à aprovação do órgão competente do MTb.
Mesmo fora do âmbito judicial, a perícia é im-
prescindível para a determinação da insalubridade
e periculosidade, tanto no aspecto legal, quanto no
prejuízo que poderá trazer às partes, devido o en-
quadramento errôneo ou inadequado das funções/
atividades insalubres ou perigosas.

4.4. PERÍCIAS JUDICIAIS


O § 2.º do artigo 195 da CLT traz estabeleci-
do que quando a insalubridade ou periculosidade
for arguida perante a Justiça, o juiz nomeará perito
habilitado (engenheiro do trabalho ou médico do
trabalho), e, onde não houver, requisitará ao órgão
competente do MTb.
Existia controversa com relação à perícia de pe-
riculosidade ser realizada por engenheiro e a insalubri-
dade por médico. O TST pacificou a matéria na Orien-
tação Jurisprudencial n.º 165 da SDI, ratificando o dis-
posto no artigo 195l, não fazendo qualquer distinção
entre médico e engenheiro para efeito da elaboração
do laudo pericial sobre periculosidade e insalubridade.
A perícia judicial ocorre nas ações trabalhistas
propostas perante a Justiça do Trabalho, visto que
essa é competente para processar e julgar os confli-
tos oriundos das relações de trabalho.
Quando arguida em juízo, a perícia é regida pela
lei processual trabalhista e subsidiariamente pelo
Código de Processo Civil (artigo 769 da CLT).
No processo trabalhista, a perícia tramita com
observações como segue:

“Lei n.º 5.584 de 26 de Junho de 1970 Dispõe sobre


normas de Direito Processual do Trabalho, altera dis-
positivos da Consolidação das Leis do Trabalho, dis-
ciplina a concessão e prestação de assistência judiciá-
ria na Justiça do Trabalho, e dá outras providências.”

Art 3.º. Os exames periciais serão realizados por peri-


to único designado pelo Juiz, que fixará o prazo para
entrega do laudo.
“Parágrafo único. Permitir-se-á a cada parte a indi-
cação de um assistente, cujo laudo terá que ser apre-
sentado no mesmo prazo assinado para o perito, sob
pena de ser desentranhado dos autos.”

Portanto, embora o artigo 433, § único do CPC,


traga que o assistente técnico poderá apresentar o lau-
do em dez dias após a apresentação do laudo, a lei
processual trabalhista fixa o mesmo prazo para os pe-
ritos, prazo este que poderá ser flexibilizado pelo juiz.
Deverá o perito utilizar de todos os meios ne-
cessários para cumprir escrupulosamente o encargo
que lhe foi conferido; ouvindo testemunhas, obten-
do informações, solicitando documentos que este-
jam em poder de parte ou repartições públicas, bem
como instruir o laudo com plantas, desenhos, foto-
grafias e quaisquer outras peça que achar necessário
para o seu cumprimento.
Todos os peritos e assistentes deverão utilizar
formas fixadas em lei, cumprindo com ética e im-
parcialidade o encargo que lhe foi confiado pela jus-
tiça. O fato de o assistente ser de confiança da parte
não significa que ele tenha que omitir ou mascarar a
realidade da situação, especialmente na questão da
insalubridade e periculosidade, pois estão ligadas di-
retamente à saúde do trabalhador.
No passado o artigo 130 do CPC dispunha que
o perito e o assistente técnico, depois da averiguação
individual ou conjunta, debateriam a matéria obje-
to da perícia e, de acordo elaborariam o laudo em
conjunto. Já, o artigo 431 do CPC estabelecia que,
no caso de divergência, cada um emitia seu laudo,
fundamentado com a razão da discordância. Esses
dispositivos foram revogados pela Lei n.º 8.455/92.
Artigo 433 da Lei n.º 5.869 de 11 de Janeiro de
1973, estabelece:

“Art. 433. O perito apresentará o laudo em cartório,


no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias
antes da audiência de instrução e julgamento.” (Reda-
ção dada pela Lei n.º 8.455, de 24.8.1992)

Parágrafo único. Os assistentes técnicos oferece-


rão seus pareceres no prazo comum de 10 (dez)
dias, depois de intimadas as partes da apresentação
do laudo.”(Redação dada pela Lei n.º 10.358, de
27.12.2001).

O juiz nunca fica adstrito ao quanto demons-


trado numa ou noutra prova, ainda que seja o laudo
pericial. O juiz é livre para acolher tal ou qual prova
como melhor lhe soar, desde que sua escolha seja
feita de maneira motivada. (Art. 436 CPC)
Essa situação demonstra a responsabilidade do
perito como colaborador da justiça, pois terá que in-
vestigar e levar aos autos elementos e pareceres téc-
nicos bem fundamentados, de forma a propiciar ao
juiz a decisão mais justa, sem precisar lançar mão de
outros elementos que a lei lhe faculta.
A lei confere ao juiz a faculdade de realizar ins-
peção judicial, de ofício ou requerimento das partes,
em qualquer fase do processo, a fim de esclarecer
tudo sobre fatos do interesse à decisão da causa.
O perito oficial, no caso de necessitar de exa-
mes ou avaliações mais complexas para fundamentar
seu laudo pericial, poderá utilizar serviços de tercei-
ros, desde que tal fato seja informado às partes, an-
tecipadamente, e haja autorização do juiz.
Cabe destacar também, que se a perícia estiver
em local desativado ou que for impossível sua reali-
zação, o julgador poderá utilizar-se de outros meios
de prova, isso é atribuição do juiz e não do perito.
Assim, a prova pericial não poderá presumir a
exposição do agente a insalubridade ou periculosi-
dade, quando não houver dados técnicos registrados
ou situações similares que permitam que o perito
embase seu parecer.
Os honorários do perito na perícia judicial é as-
pecto do artigo 790-b da CLT, acrescentado pela Lei
n.º 10.537/02, que dispõe:

“Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento


dos honorários periciais é da parte sucumbente na
pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de
justiça gratuita.” (Acrescentado pela L-010.537-2002)
obs.dji.grau.4: Custas e Emolumentos)

Sendo assim, não seria justo o perito suportar


esses ônus, visto que a obrigação de patrocinar a
justiça é dever do Estado. Alternativa, seria a parte
economicamente mais forte, arcar com o pagamento
dos honorários.
A solução adotada pelo TST foi de responsa-
bilizar a União pelo pagamento dos honorários dos
peritos, quando a parte sucumbente no objeto da pe-
rícia for beneficiária da assistência judiciária gratuita,
procedimentos dispostos na Resolução n.º 35/2007
do Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
Quanto ao pagamento dos honorários do assis-
tente, a responsabilidade é da parte, conforme Sú-
mula n.º 341 do TST:

Súmula n.º 341 HONORÁRIOS DO ASSISTENTE


TÉCNICO
“A indicação do perito assistente é faculdade da par-
te, a qual deve responder pelos respectivos honorá-
rios, ainda que vencedora no objeto da perícia.” (Res.
44/1995, DJ 22.03.1995)

4.5. A SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL

O Sindicato, autorizado pelo parágrafo 2.º do


artigo 195, da CLT, pode propor ação como substi-
tuto processual de associados, pleiteando adicional
de insalubridade ou periculosidade. A autorização
se limita à propositura da ação, não podendo como
substituto processual transigir sobre direito indivi-
dual do associado. (TRT-SP 02980125193 RO - Ac.
06.ª T. 02990035472 - DOE 26/02/1999 - Rel. SER-
GIO PRADO DE MELLO)
A legislação trabalhista não prevê a exigência
de depósito prévio para garantia dos honorários pe-
riciais, por quaisquer das partes, para que seja ela-
borada perícia técnica para comprovar a eventual
existência de insalubridade no local de trabalho do
empregado, não comportando aplicação subsidiária
dos artigos 19 e 33 do Código de Processo Civil,
mormente considerando o disposto no artigo 790-B
da Consolidação das Leis do Trabalho, sendo certo
que o assunto foi pacificado através da OJ n.º 98 da
SDI-II do Colendo Tribunal Superior do Trabalho.
Ademais, a prova técnica é legalmente necessá-
ria, a teor do que estabelece o artigo 195 da Consoli-
dação das Leis do Trabalho, não podendo ser dispen-
sada para a formação do convencimento do Juízo.
Assim, ao exigir esse pagamento o MM. Juízo im-
petrado negou vigência ao princípio constitucional
do devido processo legal e gerou cerceio do direito
de produzir prova. (TRT/SP - 12752200500002005
- MS01 - Ac. SDI 2007001290 - Rel. VANIA PARA-
NHOS - DOE 29/03/2007)

4.6. AUDITORIA

Podemos iniciar com os questionamentos: O


que é uma Auditoria? O que faz um Auditor Fiscal
do Trabalho?
Importante destacar entre as respostas que den-
tre as funções do cargo de auditor fiscal do trabalho,
estão as de assegurar que em todo o território nacio-
nal se faça o cumprimento de disposições legais e re-
gulamentares, inclusive as relacionadas à Segurança e
à Medicina do Trabalho.
Dentre de suas atribuições inserem-se as de:

a. a verificação dos registros em Carteira de


Trabalho e Previdência Social (CTPS), visando-se à
redução dos índices de informalidade;
b. a verificação do recolhimento do FGTS, ob-
jetivando maximizar os índices de arrecadação; ao
cumprimento de acordos, convenções e contratos
coletivos de trabalho celebrados entre empregados
e empregadores.

Características importantes da Auditoria é tra-


tar de um exame sistemático das atividades desen-
volvidas em determinada empresa ou setor, que tem
o objetivo de averiguar se elas estão de acordo com
as disposições planejadas e/ou estabelecidas previa-
mente, se foram implementadas com eficácia e se
estão adequadas.
Destacado também, na auditoria, é um exame
analítico e pericial que acompanha o desempenho
das operações. Muitas vezes, é usada a expressão au-
ditoria contábil, que serve para descrever a avaliação
de uma empresa em nível de contabilidade.
Os Auditores Fiscais do Trabalho - servidores
públicos que fazem a fiscalização do trabalho – tra-
zem para você trabalhador, importantes informa-
ções sobre os serviços que realizam para assegurar
os seus direitos trabalhistas.
É a Constituição Brasileira quem determina que o
Auditor Fiscal do Trabalho deva fiscalizar se os direitos
trabalhistas estão sendo garantidos e se você está sendo
respeitado como trabalhador e como cidadão.
A Lei Maior, como também é chamada a Cons-
tituição, fala da cidadania, da dignidade da pessoa
humana, dos valores sociais do trabalho, da redução
das desigualdades sociais e regionais e dos direitos
humanos. Todas essas garantias estão diretamente
relacionadas com os direitos trabalhistas.
Esses seus direitos estão no art. 7.º da Consti-
tuição Federal, na CLT e no Acordo ou Convenção
Coletiva de Trabalho assinada entre o Sindicato dos
Trabalhadores e o Sindicato das Empresas.
Sempre que você tiver dúvidas, se você achar
que seus direitos trabalhistas não estão sendo res-
peitados procure um Auditor Fiscal do Trabalho, ele
estará na Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego - SRTE de seu Estado (antiga Delegacia
Regional do Trabalho - DRT).
Se você mora em uma cidade que não seja Ca-
pital de seu Estado, o Auditor Fiscal do Trabalho
estará na Gerência Regional do Trabalho e Empre-
go (antiga Subdelegacia do Trabalho) ou, ainda, nas
Agências de Atendimento.

4.7. AUDITORIA EXTERNA E INTERNA

As auditorias podem ser classificadas em: audi-


toria externa e auditoria interna.
A auditoria externa distribui-se em diversas áre-
as de gestão, como auditoria de sistemas, auditoria
de recursos humanos, auditoria da qualidade, audito-
ria de demonstrações financeiras, auditoria jurídica,
auditoria contábil etc.
A auditoria interna tem como objetivo, avaliar
o processo de gestão, no que se refere a aspectos
como a governança corporativa, gestão de riscos
e procedimentos de aderência às normas, a fim de
apontar eventuais desvios e vulnerabilidade, às quais
a organização está sujeita.
Enquanto o auditor externo é um profissional
que é contratado de fora e tem um tempo limitado
para resolver problemas da empresa, o auditor inter-
no é funcionário da própria empresa, que dispõe de
mais tempo e de conhecimento em relação à empre-
sa em questão.

4.8. TIPOS DE AUDITORIAS

4.8.1. AUDITORIA AMBIENTAL

A auditoria ambiental consiste na investigação


das normas ou parâmetros de uma empresa, em ní-
vel da sua interação com o meio ambiente.
A fiscalização ambiental dependendo do tipo
de atividade econômica, caberá ao Instituto Brasilei-
ro do Meio Ambiente (IBAMA) e/ou órgãos estadu-
ais e municipais, a fiscalização ambiental.
A aplicação da NR 25 deve ser feita a partir da
consulta da legislação federal, estadual e municipal.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Co-
nama), no uso das atribuições que lhe confere a Lei
Federal n.º 6.938 (31/08/81), é o órgão competente
para elaborar as diretrizes técnicas para implementa-
ção da Política Nacional de Meio Ambiente.
Dependendo da competência de cada caso, a
fiscalização ambiental ficará a cargo do IBAMA, Se-
cretarias Estaduais de Meio Ambiente e respectivos
órgãos estaduais de controle ambiental.
Este tipo de auditoria serve para verificar se
uma empresa está cumprindo, regularmente, os dis-
postos pelas leis no âmbito da proteção ambiental.
Em alguns casos, uma empresa pode esquecer a
vertente ambiental e ecológica, para conseguir obter
mais lucros.
A Resolução CONAMA n.º 6/88 apresenta
uma definição mais técnica sobre resíduos, exigindo,
também, a elaboração do inventário para fins de con-
trole e registro junto ao órgão de controle regional
que será encaminhado posteriormente ao IBAMA.
A legislação estadual deve ser consultada para
fins de aplicação dos requisitos de controle ambiental.
Não se deve transformar uma solução ambien-
tal, proveniente do tratamento de resíduos, em um
problema de ordem ocupacional, no momento em
que estes resíduos são lançados sem um tratamento
adequado no ambiente de trabalho, podendo ocasio-
nar efeitos nocivos aos trabalhadores.
A NR 25 não determina parâmetros de con-
troles ambientais, deixando a critério das legislações
federal, estadual e municipal. Vale ressaltar que cada
estado possui um órgão ambiental competente para
emitir licença ambiental, realizar as fiscalizações,
emitir multa e, até mesmo, processar os empregado-
res que desrespeitarem as leis ambientais vigentes.
A Lei Federal n.º 9.605/98 introduz a crimi-
nalidade da conduta do empregador e determina as
penas previstas para as condutas danosas ao patri-
mônio ambiental.

4.8.2. AUDITORIA NA SAÚDE

No âmbito da saúde, existe a auditoria hospita-


lar que pode ser aplicar nas várias áreas de um hos-
pital, como auditoria em enfermagem, por exemplo.
Nestes casos, a auditoria tem como objetivo
averiguar se os serviços disponibilizados têm quali-
dade e cumprem as normas estabelecidas.
A auditoria é uma questão de aprendizagem
e formação, para que todas as pessoas envolvidas
no atendimento dos pacientes possam ter a melhor
prestação possível.

4.8.3. AUDITORIA FINANCEIRA

A auditoria é uma revisão das demonstrações


financeiras, sistema financeiro, registros, transações
e operações de uma entidade ou de um projeto, efe-
tuada por contadores, com a finalidade de assegurar
a fidelidade dos registros e proporcionar credibilida-
de às demonstrações financeiras e outros relatórios
da administração.
A auditoria também identifica deficiências no
sistema de controle interno e no sistema financeiro e
apresenta recomendações para melhorá-los.
As auditorias podem diferir substancialmente,
dependendo de seus objetivos, das atividades, para
os quais se utilizam as auditorias e dos relatórios que
se espera receber dos auditores.

4.8.4. AUDITORIA FISCAL TRABALHISTA

No caso da auditoria fiscal trabalhista, há inte-


resse nas demonstrações da empresa como um todo.
O objetivo geral de uma auditoria trabalhista é
fazer com que o auditor expresse uma opinião sobre
se as demonstrações da empresa ou do ambiente au-
ditado, verificando se estão razoavelmente apresen-
tadas de acordo com os princípios da legislação do
trabalho aceitos.

4.8.5. AUDITORIA DE CUMPRI-


MENTO E OPERACIONAL

A auditoria de cumprimento e a auditoria opera-


cional têm objetivos específicos e podem ou não estar
relacionadas à contabilidade de uma empresa. Normal-
mente, a contabilidade é base destes exames. Daí, sua im-
portância para diferentes usuários e objetivos.
A auditoria de cumprimento engloba a revisão,
comprovação e avaliação dos controles e procedi-
mentos operacionais de uma empresa.
A auditoria operacional é um exame mais am-
plo da administração, recursos técnicos e desempe-
nho de uma empresa ou organização de trabalho. O
propósito desta auditoria é medir o grau em que as
atividades das empresas estão alcançando os limites
estabelecidos em lei.

4.8.6. ATIVIDADES DE AUDITORIA


FISCAL DO TRABALHO

Para exercer o cargo de Auditor Fiscal do Tra-


balho deverá saber que a carreira exige habilidade e
dedicação, pois tal atividade requer sensibilidade nas
questões entre patrões e empregados.
O trabalho da auditoria fiscal trabalhista, dife-
rente da Auditoria da Receita Previdenciária e da Au-
ditoria da Receita Federal, consiste em inserir-se em
relações de âmbito privado, como ocorre nos con-
tratos de trabalho nas relações patrão/empregado.
É diferenciada por não ficar apenas restrita à re-
lação Estado (governo) x Contribuinte, como acon-
tece com as demais carreiras federais de fiscalização.
A função de Auditor Fiscal do Trabalho, chefe
da Seção de Inspeção do Trabalho das Delegacias
Regionais do Trabalho de todos os Estados, pode
ser um exemplo desta atividade tão importante.
Muitas vezes, os patrões e empregados não en-
tendem o papel de um Auditor Fiscal do Trabalho.
Para isto, precisa-se de muita sensibilidade e conhe-
cimento da realidade da empresa fiscalizada, a fim de
fazer valer a legislação trabalhista que é a de prote-
ção ao empregado.

4.8.6.1. Agente Transformador

Para se ter uma ideia, em média de 20 a 30 em-


presas são fiscalizadas mensalmente, em cada Estado,
fora os plantões de atendimento direto ao público e
alguns trabalhos especiais de auditoria, constata-se
que o dia a dia do auditor fiscal do trabalho é intenso.
Essa atividade também envolve conhecimentos
de várias áreas do conhecimento, para contornar as
questões difíceis da relação entre patrões e empregados.
O papel do auditor fiscal do trabalho é prati-
camente de um agente transformador da realidade
social procurando dar soluções nas questões do em-
pregado x patrão e de “conciliador” nos vários con-
flitos originados nesta área.
Em diversas circunstâncias, as empresas têm
dificuldade até mesmo de pagar os salários em dia,
atrasando suas contas. Simplesmente, impor mul-
tas pode ser danoso para a empresa e indiretamen-
te para o trabalhador. Neste momento, o melhor é
buscar uma solução e concluir a fiscalização com a
situação normalizada.
É interessante lembrar, que de cada duas em-
presas fiscalizadas uma é punida, e que também o
fenômeno da terceirização é crescente.
Hoje, a fiscalização trabalhista dentro de uma
empresa deve ser diversificada, porque ali existem
prestações de serviços interpostos e cabe ao auditor
verificar se esta terceirização é legal e se o trabalha-
dor não está sendo prejudicado ou exposto à agente
de riscos de saúde.

4.8.6.2. Identificação

Estabilidade e salário compensador são impor-


tantes, mas a identificação com a carreira também é
fundamental. Sabemos que apesar de ter uma ótima
remuneração e estabilidade pode se tornar frustrante a
atividade, porque não se identificaram com o trabalho.
É necessário identificar a sua vocação para essa
atividade e para ser servidor público tem que haver
compromisso de estar ao lado da população, saber
que problemas nesta área terão que ser solucionados.
Um chefe de inspeção do trabalho do DRT exi-
ge muita dedicação. Haverá espaço para todos, por-
que a sociedade brasileira necessita da atuação deste
profissional para que não ocorra maior perda dos
direitos trabalhistas de funcionários em todo o país.
As vagas oferecidas pelo Ministério do Trabalho
e Emprego – MTE em concurso suprem apenas 10%
das necessidades do MTE. A defasagem nesta área
chega a mais de 3.000 servidores em todo o Brasil.
O número de auditores fiscais do trabalho no
país ainda é metade da necessidade real de trabalha-
dores em todo o território nacional, sem contar que
com o passar de tempo, diversos servidores se apo-
sentam aumentando ainda mais a necessidade.

4.8.6.3. Escalão Máximo

Na estrutura do MTE só existe a carreira téc-


nica administrativa e de auditoria fiscal do trabalho,
sendo que existem algumas funções de profissionais
como administradores e economistas, mas em me-
nor escala.
Quem ingressar na carreira de auditor do tra-
balho dentro do MTE não terá cargo mais elevado a
não ser que venha a ocupar cargos de confiança po-
dendo chegar a responder por delegacias ou secreta-
rias a nível nacional, não existindo uma progressão
para outra carreira dentro do Ministério.
4.8.6.4. Remuneração

O salário inicial para auditor fiscal do trabalho é


de R$ 14.280,00 e através do plano de carreira pode
chegar a muito mais bruto, incluindo benefícios.
(fonte www.pciconcursos.com.br)
Entre as principais reivindicações da categoria
está a melhor estrutura de trabalho. Hoje, ainda exis-
te falta de recursos para que os profissionais da área
possam exercer plenamente o seu trabalho.
Os novos servidores classificados em concur-
so irão preencher vagas primeiramente, em cidades
do interior cumprindo o plano de “interiorização”
da fiscalização do trabalho, ficando no aguardo da
abertura de vagas para outras regiões após o estágio
probatório de dois anos, mas o objetivo principal é
interiorizar o trabalho do Ministério.
A média contratual de trabalho é de 40 horas se-
manais sendo que o fiscal de trabalho deve estar à dispo-
sição do Ministério para ações externas de fiscalização.
O MTE conta com 27 Delegacias Regionais do
Trabalho em todas as capitais dos Estados e no Dis-
trito Federal, além da estrutura central do MTE em
Brasília, da administração de subdelegacias e agências
de atendimento espalhadas pelo interior dos Estados.

4.9. A ESTRUTURA DA INSPEÇÃO


DO TRABALHO NO BRASIL
Nos demais países, a carreira de Estado de Au-
ditor Fiscal do Trabalho, como é geralmente desig-
nada como Inspetor do Trabalho.
Sua origem remonta às lutas do proletariado
inglês no século XIX, por melhores condições de
trabalho nas fábricas (redução da jornada de traba-
lho, proteção de máquinas, restrições ao trabalho de
menores e de mulheres etc.).
A estrutura geral da Inspeção do Trabalho no
Brasil é conhecida como “Sistema Federal de Inspe-
ção do Trabalho” e existe por força da Convenção
n.º 81 da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), da qual o Brasil é signatário.
Esta Convenção é composta em linhas gerais
pela Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) e pe-
las Unidades Descentralizadas, uma em cada unida-
de da Federação.
No Brasil, a Inspeção do Trabalho já foi dividi-
da em áreas de especialização até 2003: - Inspetor ou
Fiscal do Trabalho (fiscalização dos temas ligados ao
contrato de trabalho, tais como: registro, salário, férias);

- Engenheiro do Trabalho (fiscalização dos itens


de segurança do trabalho, tais como: proteção de má-
quinas, instalações elétricas, segurança envolvendo
caldeiras, fornos e vasos de pressão, entre outros);
- Médico do Trabalho (fiscalização dos itens
afetos à saúde do trabalhador, tais como: exames
médicos, desencadeamento e agravamento de casos
de adoecimento ligados ao trabalho);
- Assistente Social do Trabalho (fiscalização do
trabalho infantil e das normas de proteção ao traba-
lho da mulher).
Desde 2001, com o advento da Lei 10.593 e
especificamente em outubro de 2003, com a refor-
mulação do Decreto n.º 4552 – Regulamento da Ins-
peção do Trabalho – as diferentes carreiras ligadas
ao Sistema Federal de Inspeção do Trabalho foram
agrupadas sob a carreira de Auditor Fiscal do Tra-
balho, com atribuições unificadas (Comentaremos
mais adiante essas atribuições).
Todos os Auditores Fiscais do Trabalho são
subordinados tecnicamente à Secretaria da Inspeção
do Trabalho (SIT) e administrativamente à sua Uni-
dade Descentralizada.
A SIT é responsável por determinar as diretrizes
técnicas sob as quais o trabalho dos Auditores Fiscais
do Trabalho será desenvolvido (seja através de comu-
nicações internas, seja pela publicação de Instruções
Normativas que vinculam o trabalho dos Auditores).
A SIT também faz o monitoramento das ativi-
dades dos Auditores Fiscais do Trabalho e das ati-
vidades das Unidades Descentralizadas (conhecidas,
atualmente, como Superintendências Regionais do
Trabalho e Emprego, antigas Delegacias Regionais
do Trabalho, DRT).
Ainda se vê muito o emprego da sigla DRT,
apesar da mudança de nomenclatura, tendo em vista
que esse nome “vigorou” por mais de setenta anos.
Esse monitoramento destina-se a garantir o
adequado cumprimento das metas do Ministério do
Trabalho em relação ao Plano Plurianual (documen-
to de planejamento estratégico do Governo Federal).
A SIT também é responsável pela produção nor-
mativa (no que se refere à alteração ou criação das cha-
madas Normas Regulamentadoras, que estabelecem
as diretrizes de Segurança e Medicina do Trabalho de
observância obrigatória por parte das empresas).
A SIT assessora diretamente o Ministério do
Trabalho no que se refere aos Projetos de Lei envol-
vendo a regulamentação das condições de trabalho
(sejam projetos de alteração da CLT ou de criação
ou alteração de legislação esparsa).
Como cumprimento da Convenção n.º 81 da
OIT, a SIT também elabora relatórios sobre as ativi-
dades do Sistema Federal de Inspeção do Trabalho
e os envia à OIT.
A SIT, ainda, coordena e executa diretamen-
te Projetos de fiscalização de âmbito Nacional, tais
como: o combate ao trabalho escravo e a fiscalização
das grandes obras de infraestrutura (tais como as hi-
drelétricas em atual construção).
As ações ligadas a esses Projetos são realizadas
em conjunto com outros órgãos, tais como: a Procu-
radoria da República, o Ministério Público do Traba-
lho e a Polícia Federal.
Nas unidades da Federação, as ações de fiscali-
zação afetas à inspeção do Trabalho são executadas
no âmbito das Superintendências Regionais do Tra-
balho e Emprego, as SRTE (antigas DRT), sediadas
nas capitais dos Estados.
Essas ações se dão segundo as diretrizes ema-
nadas pela SIT, sendo que existe certo grau de liber-
dade para o ajuste das diretrizes gerais de planeja-
mento às especificidades regionais.
Para maior descentralização e eficiência, o terri-
tório de cada Estado federado é dividido em circuns-
crições administrativas sob a responsabilidade de uma
Gerência Regional do Trabalho e Emprego (GRTE),
que executará as ações de fiscalização nos municípios
integrantes da sua circunscrição administrativa.
A sede das SRTE executa as ações de fiscaliza-
ção nas capitais dos Estados e acompanha as ações
desenvolvidas nas Gerências Regionais.
De forma análoga aos Projetos Nacionais, algu-
mas ações de abrangência estadual são conduzidas di-
retamente pela sede das SRTE, tais como ações ligadas
à fiscalização de Concessionárias de Serviços Púbicos
ou segmentos econômicos expressivos presentes em
mais de uma região econômica do Estado (como o
caso da indústria do petróleo no Rio de Janeiro).
As SRTE também são responsáveis pela análi-
se em primeira instância dos processos relativos aos
Autos de Infração impostos pelos Auditores Fiscais
e imposição das respectivas multas.
Além de todo o trabalho técnico, as SRTE
através do corpo de servidores administrativos e do
Superintendente Regional do Trabalho e Emprego
(representante direto do Ministro do Trabalho nos
Estados) dão suporte logístico ao trabalho dos Au-
ditores Fiscais, responsabilizando-se pela disponi-
bilização dos veículos a serem utilizados nas fisca-
lizações, bem como a estrutura física das sedes que
atendem aos trabalhadores e empresas fiscalizadas.
Os Auditores Fiscais são subordinados sob o pon-
to de vista administrativo ao Superintendente Regional.
Em resumo, o Auditor Fiscal do Trabalho de-
senvolverá suas atividades com lotação na Unidade
Central em Brasília (sede do Ministério do Trabalho)
ou na sede das SRTE ou nas Gerências Regionais.
Os últimos concursos têm priorizado as vagas
ociosas nas Gerências pela maior escassez de pesso-
al no interior dos Estados. O número de Gerências
Regionais varia de Estado para Estado, sendo que
os Estados de São Paulo, Rio grande do Sul, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Bahia são os que possuem o
maior número de Gerências, atualmente.
Conforme tramitação interna do Órgão, Ge-
rências podem ser criadas ou extintas.
4.9.1. E EM RELAÇÃO À SAÚDE E
SEGURANÇA DO TRABALHADOR

O Auditor Fiscal do Trabalho verifica se o local


de trabalho é seguro e saudável para os empregados,
e se as máquinas estão protegidas e os trabalhadores
usam equipamentos de proteção que previnam con-
tra doenças e acidentes.
O AFT pode interditar máquinas e equipamen-
tos e embargar obras, quando estas estiverem come-
tendo alguma irregularidade.
O objetivo é diminuir o alto número de doen-
ças e acidentes do trabalho que mutilam e matam
milhares de brasileiros, deixando tantas famílias de-
samparadas, gerando um enorme custo social.
AFT tem a missão de erradicar o trabalho es-
cravo; resgatar as pessoas que forem encontradas em
condições degradantes e assegurar o recebimento
das verbas trabalhistas.
Fiscalizam documentos básicos como carteira de
trabalho, pagamento do seguro desemprego; recon-
duz trabalhadores aos seus locais de origem e encami-
nha para cursos de qualificação de mão de obra, com
o objetivo de recolocação no mercado de trabalho.
Na luta contra o trabalho escravo, os Auditores
Fiscais do Trabalho enfrentam inúmeras situações e
obstáculos perigosos, quando fiscalizam locais isola-
dos e longínquos e lidam com o descaso e a violência.
Por lei, o AFT tem livre acesso a todas as depen-
dências da empresa. Ele entrevista os empregados e
verifica as condições de trabalho e os documentos
ao encontrar irregularidades, o Auditor Fiscal do
Trabalho lavra o Auto de Infração para aplicação de
multa e notifica o empregador para corrigir a situa-
ção, dentro do prazo da lei.
QUESTÕES – UNIDADE 4

1. O que caracteriza a atividade ou operação insalubre?

2. Que direitos tem quem trabalha em condi-


ções insalubres?

3. Quais os objetivos da Higiene Ocupacional?

4. Quais as condições em que o adicional de


insalubridade pode ser suspenso ou eliminado?

5. O que caracteriza trabalho sob condi-


ções Hiperbáricas?
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Disposições Gerais.
Norma Regulamentadora N.º 02 -
Inspeção Prévia.
Norma Regulamentadora N.º 03 -
Embargo ou Interdição.
Norma Regulamentadora N.º 04 -
Serviços Especializados em Engenharia de Se-
gurança e em Medicina do Trabalho.
Norma Regulamentadora N.º 05 -
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
Norma Regulamentadora N.º 06 -
Equipamentos de Proteção Individual – EPI.
Norma Regulamentadora N.º 07 -
Programas de Controle Médico de Saúde Ocu-
pacional – PCMSO.
Norma Regulamentadora N.º 07 - Despacho
SSST (Nota Técnica).
Norma Regulamentadora N.º 08 -
Edificações.
Norma Regulamentadora N.º 09 -
Programas de Prevenção de Riscos Ambientais.
Norma Regulamentadora N.º 10 -
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.
Norma Regulamentadora N.º 11 -
Transporte, Movimentação, Armazenagem e
Manuseio de Materiais.
Norma Regulamentadora N.º 11 - Anexo I -
Regulamento Técnico de Procedimentos para
Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Cha-
pas de Mármore, Granito e outras Rochas.
Norma Regulamentadora N.º 12 -
Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
Norma Regulamentadora N.º 13 -
Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações.
Norma Regulamentadora N.º 14 -
Fornos.
Norma Regulamentadora N.º 15 -
Atividades e Operações Insalubres.
Norma Regulamentadora N.º 16 -
Atividades e Operações Perigosas.
Norma Regulamentadora N.º 17 -
Ergonomia.
Norma Regulamentadora N.º 17 - Anexo I -
Trabalho dos Operadores de Checkouts.
Norma Regulamentadora N.º 17 - Anexo II -
Trabalho em Teleatendimento / Telemarketing.
Norma Regulamentadora N.º 18 -
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção.
Norma Regulamentadora N.º 19 –
Explosivos.
Norma Regulamentadora N.º 20 -
Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamá-
veis e Combustíveis.
Norma Regulamentadora N.º 21 -
Trabalho a Céu Aberto.
Norma Regulamentadora N.º 22 -
Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração.
Norma Regulamentadora N.º 23 -
Proteção Contra Incêndios.
Norma Regulamentadora N.º 24 -
Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais
de Trabalho.
Norma Regulamentadora N.º 25 -
Resíduos Industriais.
Norma Regulamentadora N.º 26 -
Sinalização de Segurança.
Norma Regulamentadora N.º 27 -
Revogada pela Portaria GM n.º 262,
29/05/2008.
Registro Profissional do Técnico de Segurança
do Trabalho no MTB.
Norma Regulamentadora N.º 28 -
Fiscalização e Penalidades.
Norma Regulamentadora N.º 29 -
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde
no Trabalho Portuário.
Norma Regulamentadora N.º 30 -
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde
no Trabalho Aquaviário.
Norma Regulamentadora N.º 30 - Anexo I -
Pesca Comercial e Industrial.
Norma Regulamentadora N.º 30 - Anexo II -
Plataformas e Instalações de Apoio.
Norma Regulamentadora N.º 31 -
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde
no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura,
Exploração Florestal e Aquicultura.
Norma Regulamentadora N.º 32 -
Segurança e Saúde no Trabalho em Estabeleci-
mentos de Saúde.
Norma Regulamentadora N.º 33 -
Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços
Confinados.
Norma Regulamentadora N.º 34 -
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção e Reparação Naval.
Norma Regulamentadora N.º 35 -
Trabalho em Altura.
Norma Regulamentadora N.º 36 -
Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas
de Abate e Processamento de Carnes e Derivados.

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