Direito Ambiental - Caderno de Estudos
Direito Ambiental - Caderno de Estudos
Direito Ambiental - Caderno de Estudos
DIREITO
AMBIENTAL
1
PRINCÍPIOS DO
DIREITO AMBIENTAL
2
1. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro – 16. ed. rev., ampl. e atual. –
São Paulo: Saraiva, 2015, p. 75.
3
entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente
situação de conflito entre valores constitucionais
relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância
não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um
dos mais significativos direitos fundamentais: o direito à
preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso
comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em
favor das presentes e futuras gerações”. (STF-ADI MC
3.540/DF, rel. Min. Celso de Mello, julg. 01/09/2005).
(...)
4
É sabido que toda atividade empresarial gera uma série de impactos
ambientais, o que se busca com este princípio não é obstar o desenvolvimento
econômico nacional, o que se procura é a minimização destes impactos.
3
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente – 10. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Revista dos Tribunais,
2015, p. 260.
5
conduta e do efetivo prejuízo causado à natureza para fins
obrigacionais de recuperação da área degradada. Neste diapasão,
muito se discute acerca, da imprescritibilidade da obrigação de
reparar o meio ambiente degradado. Em que pese entendimentos
doutrinários diversos, tanto a jurisprudência, como a doutrina de
forma majoritária, tem se posicionado favoravelmente à
imprescritibilidade da obrigação de reparar os danos ambientais
porventura causados. Senão, vejamos o entendimento externado do
Excelso Superior Tribunal de Justiça:
6
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.
4
O licenciamento ambiental busca “o controle administrativo preventivo das atividades e
empreendimentos que possam causar danos ao meio ambiente...”. Portanto, é correto afirmar que o
licenciamento ambiental possui um caráter preventivo, no sentido de evitar e mitigar os danos
ambientais.
5
“Reiteramos, portanto que manifestação já realizada que pretender desenvolver no plano
constitucional brasileiro uma diferença entre prevenção e precaução seria, em nossa opinião,
despiciendo”.
6
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro – 16. ed. rev., ampl. e atual. –
São Paulo: Saraiva, 2015, p. 128.
7
“a ausência de certezas científicas não pode ser argumento
utilizado para postergar a adoção de medidas eficazes para
a proteção ambiental. Na dúvida, prevalece a defesa do
meio ambiente.” (REsp 1.285.463-SP, 2ªTurma, Rel. Min.
Humberto Martins, DJe 06/03/2012)
Art.5º.
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social.
(...)
8
Art. 186. A função social é cumprida quando a
propriedade rural atende simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos
seguintes requisitos:
7
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 23ª ed. Rev., ampl. E atual. São Paulo:
Malheiros Editores, 2015.
9
Mesmo havendo direitos em ambos os lados, isto é, o particular
possuindo o direito de propriedade, enquanto a coletividade, o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, o bem comum há de se sobressair sobre
o interesse particular, haja vista o caráter difuso do direito ambiental.
10
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações.
(...)
8
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente – 10. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Revista dos Tribunais,
2015, p. 268.
11
independentemente da existência de culpa, a indenizar
ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público
da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação
de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao
meio ambiente.
9
FERRAZ, Sérgio. Responsabilidade civil por dano ecológico. Revista de Direito Público, São Paulo,
v.49,n.50
10
BENJAMIN, Antonio Herman. O principio do poluidor-pagador, in Dano Ambiental, prevenção,
Reparação e repressão, São Paulo, revista dos Tribunais, 1998.
12
Mas quem vem a ser o poluidor para fins de obrigação de reparação
ambiental? Ora, a resposta encontra-se embutida na já citada Lei de PNMA,
mais precisamente em seu art. 3º, IV:
(...)
13
ambiente, tanto no sentido de PREMIAR os proprietários
que com Reserva Legal devidamente identificada e
conservada, como de incentivar a regularização por parte
daqueles que estão em situação irregular.” RESP
1027051/SC.
1.9 PRINCIPIO DA PARTICIPAÇAO
14
“A melhor maneira de tratar as questões ambientais
é assegurar a participação, no nível apropriado, de
todos os cidadãos interessados. No nível nacional,
cada indivíduo terá acesso adequado às informações
relativas ao meio ambiente de que disponham as
autoridades públicas, inclusive informações acerca de
materiais e atividades perigosas em suas comunidades,
bem como a oportunidade de participar dos processos
decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a
conscientização e a participação popular, colocando as
informações à disposição de todos. Será proporcionado o
acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos,
inclusive no que se refere à compensação e reparação de
danos”.
15
Celso Antonio Pacheco Fiorillo11 assevera que “busca-se com este principio
trazer consciência ecológica ao povo, titular do direito ao meio ambiente, permitindo a
efetivação do principio da participação na salvaguarda desse direito”.
11
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro – 16. ed. rev., ampl. e atual. –
São Paulo: Saraiva, 2015, p. 134.
12
BARROSO, Luís Roberto. O Direito Constitucional e a efetividade de suas normas: limites e
possibilidades da constituição brasileira. 5.ed. Rio de Janeiro : Renovar, 2001. p.158-159
16
conquistados no passado não serão diluídos, destruídos ou
negados pela geração atual ou pelas seguintes”. (REsp
302.906, 2ª Turma, rel. Min. Herman Benjamin, DJe
1/12/2010)
13
A agricultura e o agronegócio no Brasil contribuíram com 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Disponível em: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/participacao-do-agronegocio-no-
pib-e-a-maior-em-13-anos-estima-cna.ghtml
17
18
POLÍTICA
NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE
19
2. POLITICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
14
Espécie específica de um contrato de seguro. Entretanto, ressalta-se que a finalidade do seguro
ambiental é especifica, qual seja a reparação de eventuais danos ambientais causados por determinadas
atividades.
15
Insere-se no contexto da gestão das florestas públicas. Nada mais é do que um mecanismo de gestão
de uma floresta pública em que a administração delega (transfere) essa gestão a um particular.
16
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 5. ed. – São Paulo: Malheiros, 2004, p.158.
20
territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei.
Os espaços territoriais especialmente protegidos subdividem-se em: áreas
de preservação permanente, reserva legal e unidade de conservação.
(...)
21
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural
perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda
da calha do leito regular, em largura mínima de:
22
VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
Como visto acima, os limites das APPs às margens dos cursos d'água
variam entre 30 metros e 500 metros, dependendo da largura de cada um.
Isto significou uma efetiva redução dos limites das APPs às margens
de cursos d'água, uma vez que a nova medida ignora as épocas de cheias dos
rios. Dado que o regime fluvial varia ao longo do ano, a calha será menor nos
meses secos que nos meses chuvosos.
Além das áreas descritas acima, ainda podem ser consideradas nesta
categoria, quando assim declaradas de interesse social por ato do Chefe do
Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação
destinadas à contenção da erosão do solo e mitigação dos riscos de enchentes e
deslizamentos de terra e de rocha; à proteção as restingas ou veredas; à
proteção de várzeas; ao abrigo de exemplares da fauna ou da flora ameaçados
de extinção; proteção de sítios de excepcional beleza ou de valor científico,
23
cultural ou histórico; formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
assegurar condições de bem-estar público; auxiliar a defesa do território
nacional, a critério das autoridades militares; proteger áreas úmidas,
especialmente as de importância internacional conforme reza o art. 6º da nova
legislação florestal.
24
OBJETIVA PELO DANO
AMBIENTAL. OBRIGAÇÃO PROPTER REM.
SÚMULA 83/STJ. FUNDAMENTO AUTÔNOMO
NÃO IMPUGNADO. SÚMULA 283/SF. 1. A Caixa
Econômica Federal sustenta que “as construções
questionadas pelo Ministério Público como causadoras de
danos ambientais não foram realizadas pela Caixa
Econômica Federal, mas sim por terceiros que ocuparam
a área muito antes da área ser transformada em uma
APA- Área de Proteção Ambiental". O STJ possui
entendimento pacífico de que a responsabilidade
civil pela reparação dos danos ambientais adere à
propriedade, como obrigação propter rem, sendo
possível cobrar também do atual
proprietário condutas derivadas de danos
provocados pelos proprietários antigos. (STJ - REsp
1622512/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 22/09/2016,
DJe11/10/2016)
25
parcela representativa do ambiente natural da região onde está inserida e, que
por isso, se torna necessária à manutenção da biodiversidade local.
17
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva
Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os
seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68
desta Lei:
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).
26
CAR. As especificidades para o registro da reserva legal vão depender da
legislação de cada Estado. Uma vez realizado o registro fica proibida a alteração
de sua destinação, nos casos de transmissão ou de desmembramento, com
exceção das hipóteses previstas na Lei (art. 18). Em geral, nas áreas de reserva
legal é proibida a extração de recursos naturais, o corte raso, a alteração do uso
do solo e a exploração comercial exceto nos casos autorizados pelo órgão
ambiental via Plano de Manejo ou, em casos de sistemas agroflorestais e
ecoturismo.
27
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações."
28
uso dos recursos naturais são permitidas, desde que praticadas de uma forma a
manter constantes os recursos ambientais renováveis e processos ecológicos.
29
contato com a natureza e de
turismo ecológico.
Monumento SNUC Objetivam a preservação de
Natural (2000) sítios naturais raros, singulares
ou de grande beleza cênica.
Refúgio de vida SNUC Sua finalidade é a proteção de
silvestre (2000) ambientes naturais que
asseguram condições para a
existência ou reprodução de
espécies ou comunidades da
flora local e da fauna residente
ou migratória.
Uso Área de Relevante SEMA Geralmente de pequena
sustentável Interesse (1984) extensão, são áreas com pouca
Ecológico ou nenhuma ocupação humana,
exibindo características naturais
extraordinárias ou que abrigam
exemplares raros da biota
regional, tendo como objetivo
manter os ecossistemas naturais
de importância regional ou local
e regular o uso admissível
dessas áreas, de modo a
compatibilizá-lo com os
objetivos de conservação da
natureza.
Reserva Particular MMA De posse privada, gravada com
do Patrimônio (1996) perpetuidade, objetivando
Natural conservar a diversidade
biológica.
Área de Proteção SEMA São áreas geralmente extensas,
Ambiental (1981) com certo grau de ocupação
humana, dotadas de atributos
abióticos, bióticos, estéticos ou
culturais especialmente
importantes para a qualidade de
vida e o bem-estar das
30
populações humanas, e tem
como objetivos básicos proteger
a diversidade biológica,
disciplinar o processo de
ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos
recursos naturais.
Floresta Nacional Código É uma área com cobertura
Florestal florestal de espécies
de 1934 predominantemente nativas e
tem como objetivo básico o uso
múltiplo sustentável dos
recursos florestais e a pesquisa
científica, com ênfase em
métodos para exploração
sustentável de florestas nativas.
Reserva de SNUC São áreas naturais que abrigam
Desenvolvimento (2000) populações tradicionais, cuja
Sustentável existência baseia-se em sistemas
sustentáveis de exploração dos
recursos naturais, desenvolvidos
ao longo de gerações, adaptados
às condições ecológicas locais,
que desempenham um papel
fundamental na proteção da
natureza e na manutenção da
diversidade biológica.
Reserva de Fauna Lei de É uma área natural com
Proteção à populações animais de espécies
Fauna nativas, terrestres ou aquáticas,
(1967) - residentes ou migratórias,
sob o adequadas para estudos técnico-
nome de científicos sobre o manejo
Parques econômico sustentável de
de Caça recursos faunísticos.
Reserva SNUC Utilizadas por populações
Extrativista (2000) locais, cuja subsistência baseia-
31
se no extrativismo e,
complementarmente, na
agricultura de subsistência e na
criação de animais de pequeno
porte, áreas dessa categoria tem
como objetivos básicos proteger
os meios de vida e a cultura
dessas populações, e assegurar o
uso sustentável dos recursos
naturais da unidade.
Segundo a legislação vigente, as UCs são criadas por meio de ato do
Poder Público (Poder Executivo e Poder Legislativo) após a realização de
estudos técnicos da importância ecológica dos espaços propostos e, quando
necessário, consulta à população.
32
§2º A limitação ao uso ou exploração da vegetação da
área sob servidão instituída em relação aos recursos
florestais deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para
a reserva legal.
Lei 6.938/81).
33
As áreas que tenham sido instituídas na forma de servidão florestal, nos
termos do art. 44-A da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, passam a ser
consideradas, pelo efeito da Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional
de Meio Ambiente, como de servidão ambiental. (art. 9-A, § 7o - Lei 6.938/81).
Seu fundamento constitucional encontra-se previsto nos arts. 21, XX, que
preceitua caber à União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano,
inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; 30, VIII, que fixa
a competência dos Municípios para promover, no que couber adequado
ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano; e 182 que cuida da politica urbana.
O fundamento legal do zoneamento ambiental é encontrado na PNMA em seu
art. 9º.
18
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro – 16. ed. rev., ampl. e atual. –
São Paulo: Saraiva, 2015, p. 128.
34
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
35
3. LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O licenciamento ambiental é uma exigência legal a que estão sujeitos
todos os empreendimentos ou atividades que empregam recursos naturais ou
que possam causar algum tipo de poluição ou degradação ao meio ambiente. É
um procedimento administrativo pelo qual é autorizada a localização,
instalação, ampliação e operação destes empreendimentos e/ou atividades.
19
O licenciamento ambiental é um instrumento de caráter preventivo de tutela do meio ambiente.
36
Nesta fase, caberá ao empreendedor atender ao art. 225, §1º, IV da
Constituição Federal e da Resolução 001/86 do Conama, elaborando os estudos
ambientais que serão entregues ao Órgão Ambiental para análise e deferimento.
No caso de uma obra de significativo impacto ambiental, na fase da licença
prévia o responsável deve providenciar o Estudo e Relatório de Impacto
Ambiental (EIA/RIMA).
37
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) foi desenvolvido objetivando
acompanhar o impacto da atividade sobre os diversos meios ambientais. O
resultado é um conjunto de estudos realizados por especialistas de diversas
áreas, biólogos, engenheiros, geólogos, com dados técnicos detalhados. O
acesso ao documento final é restrito, e deve ser entregue ao órgão estadual
competente.
38
XVIII. Exploração econômica de madeira ou de lenha em áreas acima de 100 hectares ou
menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de
importância do ponto de vista ambiental;
XIX. Projetos urbanísticos, acima de 100 hectares ou em áreas consideradas de
relevante interesse ambiental a critério do órgão licenciador;
XX. Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares,
em quantidade superior a 10 toneladas por dia;
XXI. Projetos agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 hectares ou
menores, neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos
percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas
de proteção ambiental;
XXII. Qualquer atividade que seja potencialmente lesiva ao patrimônio espeleológico
nacional;
XXIII. Outras atividades ou empreendimentos, a critério do órgão licenciador.
(...)
39
No âmbito do Estado de Minas Gerais, a Deliberação Normativa COPAM
217 estabelece critérios para classificação, segundo o porte e potencial
poluidor, bem como os critérios locacionais a serem utilizados para definição
das modalidades de licenciamento ambiental de empreendimentos e
atividades utilizadores de recursos ambientais no Estado.
40
3.4.2 DOCUMENTAÇÃO RELACIONADA AO
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
41
Frente à necessidade de estabelecer procedimentos simplificados para o
licenciamento ambiental dos empreendimentos com impacto ambiental de
pequeno porte, o CONAMA por meio da Resolução 279/01 estabeleceu o RAS –
Relatório Ambiental Simplificado.
1- DESCRIÇÃO DO PROJETO:
a) Diagnóstico ambiental;
b) Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação
da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de
tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e
critérios para sua identificação, quantificação e interpretação;
c) Caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,
considerando a interação dos diferentes fatores ambientais.
42
3- MEDIDAS DE CONTROLE:
43
O QUE É O PRAD – PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS?
Outra definição: “uma área degradada é aquela que após sofrer um forte
impacto perdeu a capacidade de retornar naturalmente ao estado original ou a
um equilíbrio dinâmico, ou seja, perdeu sua resiliência – (IBAMA, 1990)”.
44
mata ciliar, entorno de nascentes). Sua necessidade está condicionada em
acordo com os critérios do IEF na ocasião de manejo das APP’s.
45
inclinação maior que 45º; e nas áreas em altitude superior a 1.800 metros, com
qualquer cobertura vegetal.
46
OUTORGA PARA
CAPTAÇÃO DE
RECURSOS HÍDRICOS
47
III, do art. 5º da Lei Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Esse instrumento
tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da
água e o efetivo exercício dos direitos de acesso aos recursos hídricos, vejamos:
(...)
48
INFRAÇÕES
ADMINISTRATIVAS
AMBIENTAIS
49
5. INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS
De acordo com o Art. 70 da Lei 9.605, infração administrativa
ambiental:
I – Advertência
II – Multa simples
III – Multa diária
IV – Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da
fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou
veículos de qualquer natureza utilizados na infração
V – Destruição ou inutilização do produto
VI – Suspensão de venda e fabricação e fabricação do
produto
VII – Embargo de obra de atividade
VIII – Demolição de obra
IX – Suspensão parcial ou total de atividade
X – Restritivas de direitos.
50
A participação da Polícia Militar do estado de Minas Gerais – PMMG e
do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais – CBMMG podem
ser delegadas pelos órgãos ambientais responsáveis, mediante convênio e
somente com as competências de fiscalização e aplicação de sanções previstas
para cada entidade.
Advertência;
Multa simples;
51
Multa diária;
Apreensão de equipamentos, produtos ou animais;
Destruição de produto;
Suspensão de venda e fabricação;
Embargo parcial ou total de obras;
Demolição;
Suspensão parcial ou total de atividades;
Restritiva de direitos (fiscais ou administrativos em sua maioria);
São previstos os casos onde a defesa não será reconhecida, que são casos
onde, basicamente, ocorrem erros ao montar a defesa e apresenta-la ao órgão ou
entidade responsável e ao perder o prazo estabelecido de 20 dias.
52
5.4 ORGANOGRAMA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
AMBIENTAL
53
TERMO DE
AJUSTAMENTO DE
CONDUTA
54
6. TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA
55
(e) o compromisso (TAC ou TCA) não tem nenhum
reflexo penal (autonomia das instâncias).
1. INTRODUÇÃO
20NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. São Paulo: RT,
2006.
56
atividades relativas à exploração ambiental, pode haver
reflexo na órbita penal, afetando a prova do dolo ou da
culpa, bem como servindo de obstáculo à propositura da
ação penal, por falta de justa causa. Depende, pois, da
análise do caso concreto”.
57
“Nos crimes ambientais, a assinatura de termo de
compromisso de ajustamento de conduta junto aos órgãos
competentes, antes do oferecimento da denúncia obsta a
propositura da ação penal, tendo em vista a falta de justa
causa para a persecução criminal, ante a desconstituição
da matéria penal. Ordem concedida” (TJ/MG, HC
1.0000.468818-3, rel. Antônio Armando dos
Anjos, DOE 03.04.2008).
58
imprescindível para o êxito de uma política de proteção ao meio ambiente. E
após ressaltar a importância do direito penal não só na proteção do meio
ambiente, mas também como instrumento de reparação, o autor faz uma
indagação, que segundo ele não pode ficar sem resposta: “a reparação do dano
ambiental, antes do oferecimento da denúncia, afasta a tipicidade? Seria uma
causa excludente de antijuridicidade ou de extinção da punibilidade?”.
59
princípio da obrigatoriedade da ação penal, proceda à
adequada conjugação das soluções consagradas em nosso
ordenamento jurídico e a consagrar, preveja como causa de
extinção da punibilidade a reparação integral do dano
ambiental antes do recebimento da denúncia, assim como a
suspensão do prazo prescricional para os casos em que a
reparação do dano demande certo tempo”23.
60
ou administrativa com os agentes públicos competentes e
que assegure a integral recuperação do ambiente
degradado também pode constituir forte argumento para a
improcedência da ação penal, uma vez que nesta hipótese,
a finalidade última dessa esfera de responsabilização
ambiental já terá sido alcançada. Com efeito, o
reconhecimento de causas supralegais de exclusão da
ilicitude, que se excedem ao rol exemplificativo do
artigo 23 do Código Penal, a exemplo da reparação do
dano, viabilizada através de um acordo entre o agente
responsável e o Ministério Público, é um imperativo dos
tempos modernos (...). Em síntese, a legislação ambiental
tem por vocação a prevenção e a reparação do dano, que
são exatamente o objeto do chamado Termo de
Ajustamento de Conduta. Este instrumento, ao estabelecer
condicionantes técnicas e cronograma para a execução de
determinadas obrigações, definidos mediante as
negociações que se realizam entre o órgão ambiental e o
empreendedor, garante a regularização das atividades e, ao
mesmo tempo, a sua continuidade. E a forma legal de
conciliação entre a preservação ambiental e o
desenvolvimento econômico, que se traduz exatamente no
ideal do desenvolvimento sustentável, que busca crescer
sem destruir. Quando essa situação se apresenta, a
conduta tida abstratamente como delituosa perde, no caso
concreto, seu caráter de antijuridicidade”.
61
art. 17 prevê a possibilidade de concessão do sursis especial (art. 78, § 2.º,
do CP) apenas se houver a reparação do dano.
6. NOSSA POSIÇÃO
62
total do compromisso deve ensejar a incidência do princípio da irrelevância da
pena, nos termos do art. 59 do CP (que manda o juiz aplicar a pena somente
quando necessária). Se o meio ambiente foi reparado, não há razão para a
punição criminal.
63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Renovar, 2001.
Tribunais, 1998.
2006.
em 02 abr 2008.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 23ª ed. Rev.,
MILARÉ, Édis. Direito do ambiente – 10. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo:
64
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 5. ed. – São Paulo:
Malheiros, 2004,
65