Tese Simplificada para Digital Mariana Conti Craveiro
Tese Simplificada para Digital Mariana Conti Craveiro
Tese Simplificada para Digital Mariana Conti Craveiro
AGRADECIMENTOS
A jocosa afirmação de que redigir uma tese acadêmica é um calvário
ganha sentido completo apenas após trilhado o caminho. A travessia, de
fato, não depende apenas do esforço e bom ânimo do pesquisador, mas
muito da colaboração e compreensão de quem, direta ou indiretamente, em
maior ou menor grau, auxilia-o a enfrentar as escarpas.
Em primeiro lugar, agradeço à minha orientadora, Profa. Paula
Andrea Forgioni, e à Universidade de São Paulo pela oportunidade de, uma
vez mais, regressar à velha e sempre nova academia para cumprir o ciclo da
minha formação, sendo despiciendo anotar meu orgulho em cumprir todas
as suas etapas na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco,
esperançosa de que o trabalho que ora se conclui esteja à altura dessa
responsabilidade. À Profa. Paula, em específico, minha gratidão por tudo o
que me ensinou durante mais de doze anos de convivência acadêmica e
profissional. Sua conhecida exigência por qualidade cativou-me desde o
nosso primeiro encontro e sinto-me honrada pela confiança que, desde
aquele dia de 1999, depositou em mim e no meu potencial, estimulando-me
a buscar a realização de meus propósitos.
Ao Professor José Alexandre Tavares Guerreiro pela generosidade em
confiar-me a utilização de sua rica biblioteca e em muito discutir comigo o
tema escolhido, encorajando-me a enfrentá-lo. Ao Professor Francisco
Satiro de Souza Jr., pelas sugestões e críticas que me permitiram melhor
dimensionar o trabalho. Ao Professor Gustavo Saad Diniz, da Faculdade de
Direito da USP de Ribeirão Preto, pelo constante intercâmbio de ideias.
Ao Max-Planck-Institut für ausländisches und internationales
Privatrecht, nas pessoas do Prof. Klaus Hopt e Dr. Jan Peter Schmidt, pela
bolsa de estudos concedida durante o ano de 2010 e pela singular
oportunidade de, em Hamburgo, encontrar as condições ideais para
estruturar esta tese. Aos colegas de instituto, nas pessoas de Elena de
Carvalho Gomes, Catarina Monteiro Pires, Mariana Fontes da Costa,
Margarida Almeida, Victor Hugo Chacon e Gabriel Saad Kik Buschinelli
que me brindaram, durante a estada Alemanha e o período de redação da
4
RESUMO
O fenômeno da contratualização do direito societário tem se
intensificado nos diversos ordenamentos, sobretudo com relação a
sociedades anônimas fechadas – constituidas no âmbito de joint ventures e
aquelas que recebem investimentos de private equity. Nesse cenário, os
acordos celebrados entre acionistas para reger seu relacionamento
societário de maneira complementar e paralela aos atos constitutivos das
sociedades (amplamente designados “shareholders’ agreements”) são
traços característicos. Designados em 1942 por G IO R G IO O P P O como
Contratti Parasociali, sua análise doutrinária, em geral, tem se focado no
exame de sua relação com o contrato ou estatuto social, ocupando-se
principalmente dos acordos incidentes sobre a organização e
funcionamento da companhia (notadamente os acordos de voto) e seus
efeitos societários. Com relação aos pactos relativos a direitos patrimoniais
dos celebrantes, o fato de não produzirem efeitos diretos sobre a companhia
reduz seu exame sob a ótica do direito societário. A tese tem como objetivo
primário, assim, caracterizar esse grupo de contratos assinalando como sua
função econômica a de modelar o relacionamento societário entre as partes.
Verifica-se, pois, que as disposições do pactos em exame não apenas geram
vínculos obrigacionais entre os signatários, mas também gravam o status
de sócio de cada um deles. No Brasil, o estudo dos pactos parassociais é
centrado no exame dos acordos de acionistas previstos no art. 118 da Lei
6.404/76, não tendo sido identificadas obras que avaliem os pactos
parassociais como gênero de que o acordo de acionistas é espécie. Pouco
se explora, sob a perspectiva societária, ajustes com conteúdo patrimonial
ou mesmo aspectos gerais dos pactos parassociais, como sua interpretação
e limites de validade. O escopo principal da tese seria, então, o de
examinar como as peculiares circunstâncias em que se inserem os pactos
parassociais patrimoniais influenciam seu processo de interpretação e
propor elementos para que considerações derivadas da lógica societária
orientem o intérprete, buscando superar argumentos de concepção
individualista, ligados a defesa de ampla liberdade contratual das partes na
celebração de ajustes relativos a seus direitos patrimonais. Com esse
propósito, analisa-se regras consagradas de hermenêutica - notadamente as
relativas à necessidade de exame da função econômica do contrato e da
boa-fé objetiva - e elementos de sustentação da lógica societária, como o
escopo comum, os deveres e direitos dos sócios. Além disso, verifica-se os
principais elementos apontados na doutrina como limitadores da autonomia
contratual no direito societário e, por fim, reflete-se sobre a relação dos
pactos parassociais patrimoniais com os alvos de tutela do direito
societário.
ABSTRACT
RIASSUNTO
Il fenomeno della contrattualizzazione del diritto societario viene sempre
più intensificandosi nei diversi ordinamenti, soprattutto con riferimento
alle società anonime chiuse – quelle costituite nell’ambito di operazioni di
joint ventures e quelle che ricevono investimenti di private equity. In
questo scenario, i patti celebrati tra gli azionisti per regolare il loro
rapporto societario in maniera complementare e parallela agli atti
costitutivi della società (a cui genericamente ci si riferisce col nome di
“shareholders’ agreements”) costituiscono tratti caratteristici di tale
fenomeno. Denominati nel 1942 da G IO R G IO O P P O Contratti Parasociali, la
loro analisi dottrinaria, in generale, si è incentrata sul rapporto che
intercorre tra gli stessi e il contratto o lo statuto societario, approfondendo
in particolar modo i patti incidenti sull’organizzazione e il funzionamento
della società (specialmente gli accordi per il voto) e i loro effetti societari.
Con riferimento ai patti riguardanti i diritti patrimoniali dei soci, il fatto di
non produrre effetti diretti sulla società ne ha limitato l’esame sotto
l’ottica del diritto societario. La tesi ha come obiettivo iniziale, dunque,
quello di caratterizzare questo gruppo di contratti, mettendone in luce come
la loro funzione economica sia quella di modellare il rapporto societario tra
le parti. Si dimostra, poi, come le disposizioni dei patti in esame non solo
generano vincoli obbligazionari tra i firmatari, ma informano anche lo
status di socio di ognuno di questi. In Brasile, lo studio dei patti
parasociali è incentrato sull’esame degli “acordos de acionistas” previsti
nell’art. 118 della Legge 6.404/76, e non sono state trovate opere che
considerano i patti parasociali alla stregua di un genere di cui l’acordo de
acionistas è una specie. Si indagano poco, sotto la prospettiva societaria, i
patti con contenuto patrimoniale egli aspetti generali dei patti parasociali,
come la loro interpretazione e i limiti di validità. Lo scopo principale della
tesi sarebbe, allora, quello di esaminare come le circostanze peculiari in
cui si inseriscono i patti parasociali patrimoniali influiscono sul loro
processo di interpretazione e proporre degli elementi affinché
considerazioni derivate dalla logica societaria orientino l’interprete, al fine
di superare argomenti di concezione individualistica legati alla difesa
dell’ampia libertà contrattuale delle parti nell’esecuzione di contratti
relativi ai loro diritti patrimoniali. Con questo proposito, vengono
analizzate regole consacrate di ermeneutica – specialmente quelle relative
alla necessità di esaminare la funzione economica del contratto e quella
della buona-fede oggettiva – e gli elementi su cui si fonda la logica
societaria, come lo scopo comume, i doveri e diritti dei soci. Si passano al
vaglio, , inoltre, i principali elementi che la dottrina individua come limiti
all’autonomia contrattuale nel diritto societario e, infine, si procede ad una
riflessione sul rapporto dei patti parasociali patrimoniali con gli obiettivi
di tutela del diritto societario.
PRÓLOGO
1
A p r o p ó s ito d a lo c u çã o “p acto p ar a s so ci al” e m l u gar d e “co n tr ato s p ar as so c ia i s”,
o p to u -s e p o r ad o tá -l a e m r esp ei to a se u u so g en er a liz ad o . P o r o utr o lad o , a p ala vr a
“p acto ” tr az e m s i a id e ia d e la ter al, ac es só r io a al go q ue é p r i n cip al e , mu i to e mb o r a
tal v ez sej a e s sa a r a zão p ar a s ua u ti liz ação q u a n to ao s aj us te s e x tr a es ta t ut ár io s, n ão se
te nc io no u e n f at izar e ss e a sp ec to . No t e xto , p o r ta nto , u t il i za r- se - á in d i st in ta men te
“p a c to s ” o u “co n t ra to s ” p a ra s so c ia i s.
2
Se me l h a nte q ue st io na m en to é fe ito p o r A N A F E L I P A L E A L : “O p r o b le ma a a nal i sar é,
as si m o d e sab er se, p a r a alé m d o s l i mi te s g e n ér ico s à a u to no mi a p r i v ad a, o s a co r d o s
p ar a sso cia i s e st ão ai nd a s uj ei to s ao s l i mi te s t íp i co s d o co ntr a to d e so c ie d ad e” ( A lg u ma s
n o ta s so b r e a p a ra s so cia l id a d e n o d i rei to p o rtu g u ês , i n Re v i sta d e Dir e ito d a s
So c ied ad e s, I , p p . 1 5 7 ) . No Cap í t ulo 4 ver - se - á q ue me no s o co n tr a to d e so c ied ad e e
ma i s o r el ac io na me n to p o r ele ger ad o e s ua ló gi ca p r ó p r ia é q ue , o r a se ar g u me n t a,
i mp õ e p ec ul iar id ad es a o p r o ce s so i n ter p r et at i vo a ser s e g uid o q u a nto ao s p acto s
p ar a sso cia i s p a tr i mo n ia i s.
9
3
So b r e a d i sc ip l i na d a n ul id ad e d o co ntr ato d e s o cied ad e e d e a to s so c ie tár io s, co mo a
d elib er aç ão a ss e mb l ear , a lit er a t ur a é va s ta e b e m co n hec id a a p e cu li ar id ad e d a
an u laç ão . C f. o c lá s si co d e J O S E P H H É M AR D , Th éo ri e e t p ra tiq u e d es n u ll ité s d e
so c iét és e t d e s so c ié té s d e fa it, P ar i s, Sir e y, 1 9 2 6 e E R A S M O V A L L A D ÃO A Z E V E D O E
N O V A E S F R A N Ç A , I n va l id a d e d a s d e lib e ra çõ e s d e a s se mb l éia d a s S . A ., S ão P a ulo ,
Mal h eir o s, 1 9 9 9 . P o u c o se fal a, co nt ud o , d a n ul id ad e q ue a ti n g e co n tr a to s o u tr o s
celeb r ad o s en t re só c io s . Ha ver ia ta mb é m co m r e lação a ele s q ue se ma ti zar a s r e gr a s d e
n ul id ad e ( p ar a p r o t eçã o d e t er ce ir o s d e b o a - fé , p o r e x e mp lo ) o u o f ato d e ser e m
celeb r ad o s no co n te x t o d e u m r e lac io na me nto so ci etár io e m n a d a i n f l ue nc ia a
p o s sib ili d ad e d e s ua a n u lação ? D ú v id a s co mo e s sa são a b a se d a te se.
4
A e xe mp lo d a s o b r a s d e H E R B E R T W I E D E M A N N , Ge sel l sch a f t s rech t I – G ru n d la g en
Mü n c he n, B e c k, 1 9 8 0 ; K AR S T E N S C H M I D T , G es ell sch a ft s re ch t. 4 ª ed . , Kö l n, H e y ma n n s,
2 0 0 2 ; A N T Ó N I O M E N E Z E S C O R D E I R O , Ma n u a l d e d i rei to d a s so c i ed a d es . – Da s
so c ied a d e s e m g era l., V o l. 1 , Co i mb r a, Al me d i n a, 2 0 0 4 e Y V E S G U Y O N , Les so c ié té s –
A mén a g e men t s s ta tu ta i re s et co n ven tio n s en t re a sso ci és , i n T ra ité d es Co n t ra t s,
J acq u e s G h es ti n ( co o r d . ) , 5 ª ed . , P ar i s, L G DJ , 2 0 0 0 ; e nt r e o u tr o s .
5
Nes s e p a sso , i nc is i va s as p a la vr as d e M E N E Z E S C O R D E I R O , a r e sp e ito d a ver i fi caç ão d o
me s mo l i mi tad o r , no d ir eito p o r t u g uê s : “[ n] a fi xa ção d e u ma d o g má t ic a d a s so ci ed ad e s
en co ntr a mo s u m d il e ma : d ev e -s e i n si s tir n u ma c o n str u ção d e co n ce ito s ger ai s o u p a s sar
a u ma d e scr iç ão d o s tip o s d e so c ied ad e s, ma i s s i mp le s e d ir ect a? E s ta ú lti ma o p ç ão t e m
sid o p r i v ile g iad a e m e x p o si çõ e s d e car iz mu i to ele me n ta r o u e m t e xto s d ir i g id o s a n ão -
j ur i st as . E la d o mi n a, a i nd a , na l g u ma d o u tr i na p o r t u g ue sa tr ad ic io nal i s ta, q u e t r ab a l ha
co m cla s si f ic açõ e s e le me n tar es e p as s a, d e p o is, a u ma e xe g es e d e ár ea s mai s
co n h ecid a s d a p a r te g e r al d o Có d i go d e So c i ed ad e s Co mer cia i s. Nã o é s at is f ató r ia.
Alé m d o r e tr o c es so ci en tí f ico e c u lt ur al q u e i mp l ic a, e la n ão p o d e a ss e g ur ar u m
p r o gr es so n a Ci ê nci a d o Dir ei to d a s so c ied ad e s. Al é m d is so , ab d i ca d e u ma ver d ad eir a
d i me n são d o utr i nár i a, na tr ad iç ão u n i ver si tár ia d o e n si no d o Dir ei to no Oc id e nt e
Co nt i ne n ta l. A co n s tr u ção ger a l é ma i s a mb i cio sa, se nd o ad o p tad a p elo s mel ho r e s
tr at ad i st a s d a ma tér i a”. ( Ma n u a l d e d i rei to d a s so c ied a d e s – Da s so c ie d a d es em g e ra l,
Vo l. 1 , Co i mb r a, Al me d in a, 2 0 0 4 . p . 1 7 9 ) . G U Y O N ta mb é m e n u nc ia no i níc io d e s u a
o b r a ( Le s so c iét és , ci t., p . 9 ) , q ue ser ia i n út il escr e ver u ma o b r a q ue u ma v ez ma is
10
d esc r e ve s se o r e gi me l eg al d a s so ci ed ad e s, p o is a d o u tr i n a é, d e ste p o n to d e vi st a,
ab u nd a nte .
6
De fa to , co mo e scl ar ec e P AU L A A. F O R G I O N I , a o tr atar d e co n tr ato s e m p r es ar ia i s, “não
há u m e s fo r ço d o g má ti c o p ar a a co mp r ee n são d o meca n i s mo d e f u ncio na me n to co mu m
d es se s ne gó c io s; t a mp o uco , e nco ntr a mo s o d ese n vo l vi me n to d e co nc eito s ap to s p a r a
exp li cá - lo s e m s u a ló g ica p ec u li ar ” ( T eo r ia g era l d o s co n t ra to s e mp r esa r ia i s, S ão
P au lo , RT , 2 0 0 9 , p . 1 7 -2 0 ) . À me s ma co nc l u são c h e ga - se co m r e l ação ao s p a cto s
p ar a sso cia i s, co mo s e ve r á ao lo n go d e st a t es e.
7
G U Y O N ap o n ta me s mo co mo o b j et i vo d e s e u tr ab al ho “a b u sc a d o l u ga r o c up ad o p ela
vo n tad e i nd i vid u al e p ela l ib er d ad e co n tr a t ua l no d ir e ito so ci et ár io ”, o q ue ser ia
co n v e nie n te e mp r e e nd er ta mb é m co m r el ação a o d ir e ito b r as il eir o . E m esp eci al q u a nto
ao s p acto s p ar a s so ci ai s , é p r e ci so a v al iar q u a is p r i nc íp io s d e ve m ser r esp ei tad o s na
r ed ação e e x ec uç ão ( Le s so c ié té s.., ci t., p .9 ) .
8
C ab e m aq ui o s a gr a d eci me n to s, u ma v ez ma i s, à ge n er o s id ad e d o P r o f. J O S É
A L E X A N D R E T A V AR E S G U E R R E I R O p o r p er mi t ir o ace s so à s u a r i ca b ib l io teca , e m q ue fo i
p o s sí ve l co n s u lta r o b r a s -c h a ve p ar a o d es e nr o l ar d a p e sq ui sa .
11
9
No q u e d iz r esp ei to à d o u tr i n a b r a s ile ir a, ho u v e p r eo c up a ção e m r ea li zar u m
p a n o ra ma c ro n o ló g ico d as gr a nd e s o b r a s d o d i r eito co me r c ial p á tr io , d e mo d o a te n tar
id e nt i fi car e m q ue mo me n to h is tó r i co o q u e st io na me n to so b r e p ac t o s p ar as so cia i s
s ur gi u . D es ta fo r ma, e m o r d e m d e p ub l ica çã o , es ta s fo r a m a s o b r a s f u nd a me nt ai s
co n s u ltad as co m es se p r o p ó sito ( o u tr a s e st ão li st ad a s n a s eç ão “r e fer ê nci as
b ib lio g r á fi ca s”) : J O S É D A S I L V A L I S B O A , ( V i s co nd e d e C air u) , P rin c ip io s d e d i re ito
me rca n t il e l ei s d e ma rin h a , 6 ª ed ., Rio d e J an eir o , Acad ê mic a, 1 8 7 4 ; S A L U S T I A N O
O R L A N D O D E A R A Ú J O C O S T A , ( o Co n sel h eir o O r la nd o ) , Co d ig o Co m me rc ia l d o I mp e r io
d o B ra zi l, Rio d e J a n e ir o , La e m mer t, 1 8 6 4 ; D I D I M O A G A P I T O D A V E I G A J U N I O R , A s
so c ied a d e s a n o n y ma s (L ei n . 3 .1 5 0 , d e 4 d e n o v emb ro d e 1 8 8 2 - Co m me n ta r io ), Rio d e
J ane ir o , Na cio n al, 1 8 8 8 ; D I D I M O A G A P I T O D A V E I G A J U N I O R , Co d i g o Co mm er cia l
co mm en ta d o , Rio d e J ane ir o , La e m mer t, 1 8 9 8 ; J O S É D A S I L V A C O S T A , Di re ito
co mm er cia l ma r it imo , R io d e J a ne ir o , J o r na l d o Co m me r c io , 1 8 9 9 ; A N T O N I O B E N T O D E
F AR I A , Co d ig o Co mm e rc ia l b ra z il ei ro , Rio d e J an eir o , R ib eir o d o s Sa nto s, 1 9 0 3 ;
H E R C U L A N O I N G L E Z D E S O U Z A , D i rei to co mme rc ia l (p re le cçõ e s p ro f es sa d a s n a
F a cu ld a d e L iv re d e S c ie n cia s Ju ríd ica s e S o c ia e s d o R io d e Ja n ei ro e c o mp i la d a s p elo
b a ch a re l A lb e rto B io l ch in i ) , S ão P a ulo , E s co la s P r o fi s sio n ae s Sa le sia n as , 1 9 0 6 ;
B R A S I L I O A U G U S T O M A C H AD O D E O L I V E I R A , ( o B ar ão B r as il io Mac h ad o ) , O Co d ig o
Co m me rc ia l d o B ra si l em su a fo rma çã o h i s tó r ica , São P a u lo , S al le s, 1 9 1 0 ; J O S É
X AV I E R C A R V A L H O D E M E N D O N Ç A , T ra ta d o d e d ir ei to co m me rc ia l b ra z ile i ro , Vo l. 1 , 1 ª
ed ., São P a u lo , C ar d o zo Fil ho , 1 9 1 0 ; S A L V A D O R A N T O N I O M O N I Z B AR R E T O D E A R A G Ã O ,
S o cied a d e s a n o n yma s, Rio d e J a ne ir o , Fr a nc i s co Al v es , 1 9 1 4 ; S P E N C E R V AM P R É , Da s
so c ied a d e s a n o n y ma s – co mm en ta rio à co n so l id a çã o d a s l ei s so b re so c ied a d e s
a n o n yma s e e m co mma n d ita p o r a cçõ es (D ec r . n . 4 3 4 d e 4 d e ju lh o d e 1 8 9 1 ), São
P au lo , P o ca i -W e is s, 1 9 1 4 ; D E S C AR T E S D E M A G A L H Ã E S , Cu rso d e d ir eito co m er cia l,
Vo l. 1 , 1 ª ed ., Sal v ad o r , B a hia n a, 1 9 1 9 ; S P E N C E R V AM P R É , T ra ta d o ele men ta r d e
d ir ei to co m me rc ia l , 3 v. , R io d e J a ne ir o , B r i g ui et, 1 9 2 2 ; A L F R E D O D E A L M E I D A R U S S E L ,
Cu rso d e d i re ito co m me rc ia l b r a si leir o , Rio d e J ane ir o , S cie n ti f ic a, 1 9 2 3 ; W A L D E M AR
F E R R E I R A , Cu r so d e d i re ito co mm er cia l, Vo l. 2 ., São P a ulo , Sa ll es Oli v eir a, 1 9 2 7 ;
A L F R E D O D E A L M E I D A R U S S E L , S o c ied a d e s a n o n yma s: th eo ria e p ra t ica , R io d e J a ne ir o ,
L ei te R ib e ir o , 1 9 2 9 ; O C T A V I O M E N D E S , Cu rso d e d ire ito co mme rc ia l ter re s tr e, S ã o
P a u lo , S a ra iva , 1 9 3 0 ; J O S É X A V I E R C AR V A L H O D E M E N D O N Ç A , P ro b lema s d a s
so c ied a d e s a n o n y ma s, São P a ulo , RT , 1 9 3 1 ; G U D E S T E U D E S Á P I R E S , S o ci ed a d e s
a n o n yma s (su b s id io s p a ra a r efo rma d a lei ) , Rio d e J a neir o , J o r n al d o Co m mer cio ,
1 9 3 5 ; T R A J A N O D E M I R A N D A V A L V E R D E , S o c ie d a d es a n o n i ma s, Vo l. 1 , R io d e J a n eir o ,
B o r so i, 1 9 3 7 ; T R A J A N O D E M I R A N D A V A L V E R D E , S o ci ed a d e s p o r a çõ e s ( co men tá r io s a o
Dec re to - Lei n . 2 .6 2 7 , d e 2 6 d e se te mb ro d e 1 9 4 0 ), Vo l. 2 , R io d e J ane ir o , Re v i sta
Fo r e n se, 1 9 4 1 ; G U D E S T E U D E S Á P I R E S , Ma n u a l d a s so cied a d es a n o n ima s, R io d e
J ane ir o , Fr ei ta s B as to s, 1 9 4 2 ; W A L D E M AR F E R R E IR A , I n s ti tu i çõ e s d e d i re ito co m e rcia l,
Vo l. 1 , R io d e J a ne ir o , Fr e ita s B a s to s , 1 9 4 4 ; A N T O N I O B E N T O D E F AR I A , D i rei to
co me rc ia l, Rio d e J a ne ir o , Co e l ho B r a n co , 1 9 4 7 ; W A L D E M AR F E R R E I R A , T ra ta d o d e
d ir ei to co me rc ia l, Vo l. 8 , S ão P a u lo , Sar ai v a,1 9 6 0 -2 ; C A R L O S F U L G Ê N C I O C U N H A
P E I X O T O , S o ci ed a d e s p o r a çõ e s ( co m en tá rio s a o Decre to - l ei n . 2 . 6 2 7 , d e 2 6 d e
se temb ro d e 1 9 4 0 , co m a s a lte ra çõ e s d a Le i n . 4 .7 2 8 , d e 1 4 d e ju lh o d e 1 9 6 5 , Le i d o
Me rca d o d e Ca p ita is ) , Vo l 5 , São P a ulo , Sar a iv a, 1 9 7 2 -3 ; F R A N M AR T I N S , Cu r so d e
d ir ei to co me rc ia l, Cear á, U n i ver si tár ia, 1 9 5 7 ; W I L S O N D E S O U Z A C A M P O S B A T A L H A ,
Co m en tá r io s à Lei d a s S o cied a d e s A n ô n i ma s, Vo l. 2 , Rio d e J a n eir o , Fo r e n se , 1 9 7 7 ;
E GB E R T O L AC E R D A T E I X E IR A e J O S É A L E X A N D R E T AV AR E S G U E R R E I R O , Da s so c ied a d e s
a n ô n ima s n o d i re ito b r a si le iro , Vo l. 2 , São P au lo , B u s hat s k y, 1 9 7 9 ; O S M AR B R I N A
C O R R E A - L I M A , Di re ito d e vo to n a so ci ed a d e a n ô n ima , i n RT 5 3 0 ( d ez. 1 9 7 9 ) , p p . 2 6 -
3 7 ; L U I Z G A S T Ã O P AE S D E B AR R O S L E Ã E S , Co m en tá rio s à Le i d a s S o cie d a d es A n ô n i ma s ,
12
14
As o b r a s c o ns u lt ad a s n ão co nt i n ha m s eção e sp ecí f ica so b r e co n tr a to s en tr e só cio s o u
me s mo aco r d o s d e vo to .
14
E S P ÍN O LA , C A R V A L H O DE M EN D O N Ç A e C LÓ V IS B E V ILA C Q U A 15.
Centrava-se o caso na discussão sobre a validade de acordo de voto
mediante o qual se convencionava a indicação de diretor de
sociedade anônima. As questões fulcrais para sua decisão, contudo,
mais que no exame de validade da vinculação do voto, centraram-se
na validade da indicação e revogação de administradores em acordo
de voto. Com o estudo desse caso, foi possível depreender a
mentalidade do início do século com relação a temas tão
importantes para a teoria ligada aos contratos parassociais, em
específico, os acordos de voto.
15
C f. R e vi sta d e d i rei to c ivi l, co mme r cia l e cr im i n a l 8 7 ( j an. 1 9 2 8 ) , p p . 4 6 0 -5 0 0 ; 5 3 2 -
3 7 ; 6 0 0 -1 0 ; e P a n d e cta s b ra si lei ra s 2 , p t. 2 , p p . 5 1 7 e ss .
16
Co n tra tt i P a ra so c ia l i, Mil a no , Val lar d i, 1 9 4 2 .
15
17
Nes se se n tid o , p er ti n e n te a co nc l us ão d e C A L I X T O S A L O M Ã O F I L H O : “[ a ] d isc u s são e m
to r no d o aco r d o d e ac i o ni s ta s te m se c e ntr ad o no s ú lt i mo s a no s e m to r no d e te ma s
ap li cat i vo s. A p r eo c up ação c e ntr al te m sid o a d i sc u ss ão d o s e fe ito s , ab r a n gê n cia e
co n seq u ê nc ia s d o aco r d o , t ud o na t ur a l me nt e p r eced id o d a tr ad i cio n al e i na fa s tá ve l
an ál is e d e s u a n at ur eza j ur íd i ca” ( A co rd o d e A cio n is ta s co mo in s tâ n cia d a es t ru tu ra
so c ietá r ia , i n O No vo Di re ito S o c ie tá r io , 3 ª e d . r e fo r mu l ad a, São P a ulo , Ma l he ir o s ,
2 0 0 2 , p . 9 4 . O ar t i go d o au to r , a p r o p ó si to , é d o s ú nico s o r ie nt ad o s à a n áli se d o a co r d o
d e acio n is ta s p el a p er sp ect i va d e s ua f u nç ão no d ir eito so c iet ár io – e n ão ap e na s co mo
u m co ntr a to ( “A p r e se n t e d i sc u s são t e m u ma p r o p o st a me to d o ló g ica d i ve r sa. O p o nto d e
p ar tid a é o r acio c í nio te ó r ico so b r e a f u n ção d o aco r d o d e acio n is ta s d e nt r o d o si st e ma
so c iet ár io , p r o p o sta, p o r ta nto , e mi n e nt e me n te te ó r ica ”. I d e m, ib id e m) .
18
P ar a l i sta d a s p r i n cip a i s mo no gr a fia s, c f. no ta # , aci ma.
19
C ab e s al ie nt ar a p e r s p ect i va d o s co n tr ato s p ar a sso cia i s p a r a o t e m a d o p o d er d e
co n tr o l e, ap r es e nt ad a p elo P r o f. F ÁB I O K O N D E R C O M P AR A T O me s mo a nt e s d a Le i n. º
6 .4 0 4 /7 6 , na s p r i me ir a s ed içõ e s d a o b r a O p o d er d e co n t ro le n a s so c ied a d es a n ô n ima s.
16
20
Há, co n t ud o , d ec is õ e s q ue to ca m a sp ec to s r ele va n te s p ar a o e n fo q ue q ue se p r o c ur a
co n f er ir ao p r e se n te tr ab al ho , se nd o n ece s sár i a a a ná li se d a d ec i são d o ST J , RE SP
3 8 8 .4 2 3 - R S, Q uar ta T ur ma , r e l. M i n. S A L V I O D E F I G U E I R E D O T E I X E I R A , j . 1 3 .5 .0 3 , q ue
se e nco ntr a na s eção A N Á L I S E S J U R I S P R U D E N C I A I S , ao f i na l d o t r ab a l ho .
21
Ag r ad e ci me n to s, e m e sp ec ia l, à s co le ga s E le na d e Car va l ho Go me s , Do uto r a e m
Dir e ito Ci v il na U ni v er sid ad e Fed er a l d e M i na s Ger ai s, so b a o r ie n taç ã o d o P r o f. J o ão
B ap ti st a V il le la e na U ni v er sid ad e d e P is a, e Ca tar i na Mo nte ir o P ir es , d o u to r a nd a e m
Dir e ito C i vi l n a U n i ver sid ad e d e L isb o a, so b a o r ie nt ação d o P r o f. Dr . P ed r o P ais d e
Va sco nc elo s, p e lo i nte n so d eb ate i nt el ect u al d o q ua l r e s u lto u a o p ç ão p o r e n fo c ar
ap e na s o s p ac to s p ar a ss o cia is p a t r imo n ia i s ( e n ão o s aj u st es d e vo to ) co mo o b j eto d a
te se.
17
22
Co m gr ata s ur p r e sa, d ep ar o u - se no I n st it u to co m a co leç ão d as no s sa s p r i nc ip a is
r ev i sta s j ur íd i ca s. De s s a ma n eir a fo i p o ss í ve l, ao me n o s co m r e laç ã o a R ev is ta d e
Di re ito Me rca n ti l, r ea li zar o le v a nta me nto p a n o r â mico a q u e ac i ma se r ef er i u , o b te nd o
a f req u ên cia d e p r o d uç ão no te ma d e co nt r ato s p ar a s so c iai s n es sa i mp o r ta n te
p ub lic ação b r a s il eir a . E s se l e va nt a me n to co n f ir mo u o q u e a p e sq ui sa r e al izad a no
B r as il j á ap o n ta va : p r e p o nd er â nc ia d e ar ti go s tr at a nd o d e a sp e cto s esp e cí f ico s d o s
aco r d o s d e ac io ni st as e, ma i s e sp ec ia l me n t e, aco r d o s d e vo to . De fa to , n ão s e
id e nt i fi co u ar t i go s q ue e xa mi n a s se m ( i) o s p ac to s p ar a s so ci ai s co mo gê n er o e/o u ( i i) o s
aco r d o s p ar a s so c ia is ce nt r ad o s e m d ir e ito s i nd i vid u ai s d o s só c io s p elo v ié s d o d i r ei to
so c iet ár io . I n fe liz me nt e , n ão ho u ve te mp o h áb il p a r a r e al izar o me s m o le va n ta me n to
p ano r â mi co co m r e laç ã o à Re v i sta d o s T r ib u na i s, d e sd e se u n ú mer o 1 , o u ai nd a a
Re v i sta Fo r e ns e.
23
Va le r e fer ir a l g u ma s o b r a s co n s ul tad a s, so b r e t ud o fr a n ce sa s e ale mã s, q ue
co n tr ib u ír a m s i g ni f ic at iv a me n te p ar a o r e f i na me n to d o te ma d a te se: F E L I X
C H R I S T O P H E R H E Y , F re ie Ge sta ltu n g in Ge se l ls ch a f ts ve rt rä g en u n d i h re S ch ra n ken ,
Mü n c he n, B ec k , 2 0 0 4 ; J E A N -J AC Q U E S D A I G R E e M O N I Q U E S E N T I L L E S - D U P O N T , P a ct es
d ’ A ct io n n a i re s, P ar i s, J o l y, 1 9 9 5 ; J E A N -P H I L I P P E D O M , L es mo n ta g e s en d ro i t d e s
so c iét és . I n P ra tiq u e d e s a ffa i re s. P ar i s, J o l y, 1 9 9 5 ; C L A U D I O K Ö H L E R , Neb en a b r ed e i m
Gmb H u n d A k ti en rech t – Zu lä s sig ke it u n d Wi r ku n g , Fr a n k f u r t a m M ai n, L a n g, 1 9 9 2 .
24
Le s so cié té s … c it. , p . 3 0 3 , i n ver b is : “L a s o cié té es t a i n si co mp ar ab le à l ’éto il e
maj e ur e d ’ u n neb u le u se co n tr a ct ue ll e”.
25
Vid e, p o r e xe mp lo , C H R I S T O P H W E B E R , P r iva ta u to n o m ie u n d A u ß en ein flu ß im
Ge sel l sch a f t s rech t, T üb i n ge n , Mo hr S ieb e c k, 2 0 0 0 .
18
26
T a mb é m ser ia n ece s s ár io e xa mi n ar a h ip ó te se d e co ntr a to s c el eb r ad o s co m n ã o
só c io s , o s q ua i s p ud e ss e m p r o d u zir e fei to s r el ev a nte s p a r a o d ir e ito so c iet ár io ( p o r
ex e mp lo , aco r d o s d e co o p er ação , aco r d o s co m d ir i ge n te s o u aco r d o s c o m cr ed o r e s) o
q ue a lar g ar i a d e ma is o ca mp o d e i n v es ti g ação e tal v ez d e s vi as s e o fo co d a p r i nc ip al
q ue s tão q ue mo ti vo u a p esq u is a: o s l i mi te s d a a uto n o mia co ntr at u al na co n f i g ur a ção d e
u m r el acio n a me n to so ci etár io .
27
Co mo a s o b r as d e Y V E S G U Y O N , Le s so c ié té s... , cit. ; S O P H I E S C H I L L E R , Le s l im it es d e
la l ib e rt é... c it .; b e m co mo L A U R E N T C O N V E R T , L’ i mp e ra t if et le su p p lét if d a n s l e d ro i t
d es so ci été s, P ar is , L G DJ , 2 0 0 3 e G É R A L D I N E G O F F A U X - C A L L E B A U T , Du co n tra t en
d ro i t d e s so c ié té s, P ar is , L ’H ar ma tta n , 2 0 0 8 .
28
Co n so a n te ser á e xp o sto no it e m 1 .3 , na ge n er a l id ad e d as le g i sla çõ e s co n s ul tad a s, não
se e n co ntr a m d i sp o si çõ es le ga is e sp ec í fi ca s no q ue se r e fer e à va lid a d e d o s co n tr a to s
p ar a sso cia i s o u a p ar â m etr o s p ar a s ua i n ter p r et a ção .
19
29
C f ., a i nd a P AU L A A. F O R G I O N I , A e vo lu çã o d o d i re ito co me rc ia l b ra si lei ro : d a
me rca n c ia a o me rca d o , São P a u lo , RT , 2 0 0 9 . p . 2 1 8 .
30
Ne ss e p o nto , e no r ev er so d a mo ed a, to c a - se o te ma d a p r o d uç ão d e e fe ito s
co n tr a t ua is p er a nt e ter c eir o s. No d ir ei to b r a s il eir o , ne ce ss ár i a a co n s ul ta a L U C I A N O
C AM AR G O P E N T E A D O , E fei to s co n t ra tu a i s p e ra n te te r cei ro s, São P a ulo , Qu ar t ier L ati n ,
2007.
20
31
Ne ste tr ab al ho p e r fi l ha - se a p o s ição d e M E N E Z E S C O R D E IR O ao ad o tar a e xp r e s são d e
es ta d o d e só c io p ar a d es i g nar s ua p o s ição j ur íd ic a, co mo s e ver á no Cap ít u lo 4 . A
r esp eito , a f ir ma B R U N E T T I , ap o iad o e m D A L M A R T E L L O , q ue “se p o d er i a fa lar aq ui d e
‘p o si ção j ur íd ic a d o só cio n a so c ied ad e ’ ma s p ar ece ma i s e f ic az, ta mb é m p o r q u e o
r ela cio na me nto é ger al me n te d e lo n ga d ur aç ão , ma n ter a e xp r es s ão ‘ e st ad o d e só c io ’
co mo aq ue la q ue me l ho r ind ic a o co nj u n to d e d e ver e s e d ir eir o s, d as f u n çõ es e p o d er e s
cab e nt e s ao só cio na s o cied ad e o u p er a n te a so c ied ad e ( “[ s] i p o tr eb b e p ar lar e q ui d i
‘p o si zio ne g i ur id ic a d el so cio n el la so c iet à ’ m a se mb r a p i ù e f fi cace , an c he p er c hè i l
r ap p o r to è g e ner a l me n te d i d u r at a, ma n t e ner e l ’ esp r es s io ne ‘ s tato d i so c io ’ co me q u el la
ch e me g lio i nd ica l i ns ie me d e i d o ver i e d e i d ir i tti , d e ll e f u nz io ni e d ei p o ter i sp et ta n ti
al so c io n el la so cie tà o ver so la so cie tà ”. T ra t ta to d el D i ri tto d el le S o cie tà , 2 ª. E d .
T o mo I , M ila no , G i u f fr é , 1 9 4 8 , p 2 2 1 ) . Co ntr a o u so d a e xp r es s ão , A N Í B A L S A N C H E Z , ao
tr at ar so b r e o s d ir ei to s d e só c io , a f ir ma “q u ed ó así d e ter mi nad o e m tér mi n o s j ur íd ico -
p o si ti vo s el lad o ac ti vo d e lo q ue, co n a l g u na i mp r o p r i ed ad , aco st u mb r a a d es i g nar se
to d a vi a ho y co mo e l s t a tu s so c ii ( .. .) ; u na s it ua ció n q ue , b ie n mi r ad as l a s co s a s, e s
p r e fer ib le c al i fic ar co m o u na c ua lid ad o p o si ci ó n s ub j e ti v a, co mp ue s ta d e to d o u n haz
d e r el ac io ne s j ur íd i ca s. Se tr a ta, e n to d o ca so , d e u na p o s ic ió n co m p lej a y, p o r lo
ge n er a l, no e str ic ta me n t e p er so na l s i no f u n g ib l e , d o tad a d e me no r e stab ilid ad y ma yo r
p o li va le nc ia q ue la q u e d i s ti n g ue a lo s ll a m ad o s fe no me no s d e e st ad o e n s e nt id o
es tr ic to – p o r lo d e má s i g ua l me n te co ntr o ve r t id o s ( p e ns e mo s co mo p ar ad i g ma e n e l
‘e s tad o ci v il ’) La a cc io n y lo s d er ech o s d e l a c cio n i s ta (a rt. 4 7 a 5 0 L S A ) i n R O D R I G O
U R I A , A U R E L I O M E N E N Z E S y M A N U E L O L I V E N C I A ( o r g) . Co m en ta rio a l reg imen leg a l d e
la s so c ied a d es me rca n ti le s, T o mo I V, Vo l. 1 , Mad r id , C i vi ta s, 1 9 9 4 , p . 9 9 . E ntr e nó s
esc lar ece W A L D I R I O B U L G A R E L L I q ue “n ão é p a cí fi ca n a d o ut r i na a ace ita ção d o ter mo
‘ st at u s ’ p ar a q ual i fi car o s d ir ei to s e d e ver e s d o acio n is ta, ter mi n o lo g i a d e fe nd id a p o r
As car e ll i e ac ei ta e m ger a l p e la d o utr i na i tal ia na ” ( A P ro te çã o à s M in o ria s n a
S o cied a d e A n ô n i ma , São P au lo , P io n eir a , 1 9 7 7 , p . 2 8 ) .
21
32
P E G G Y L AR R I E U no t ic i a a a us ê nci a d e e st ud o s, t a mb é m na Fr a n ça, a r esp ei to d a
in ter p r et ação d e p ac to s p ar a sso cia i s, se mp r e ma is co mu n s na p r át ic a so cie tár ia ( “[ o ] r ,
si l a q u es tio n d e l a va lid it é et d e l ’e f f ic a cit é d es p a cte s e xt r a - st at u tair e s, d o n t
l ’ac t ua li té e st to uj o ur s co n s id ér ab le, a ma i n te s fo i s é té t r ai té, e m r e v an c he, c el le d e
leu r in te rp ré ta t io n re s te à ce jo u r in éd i te. P o ur t an t, el le p r é se n te d e s i n tér ê ts p r a tiq u e s
et t héo r iq ue s co n s id ér ab le s”. L’ in te rp ré ta t io n d e s p a c te s ext ra - s ta tu ta i re s, i n R evu e d e s
S o cié té s 4 , o u t. -d e z., 2 0 0 7 , p . 6 9 7 -8 . Gr i fo u - se .) .
22
33
A u ti li zaç ão d o s mé to d o s d a An ál is e E co nô m ica d o D ir e ito d e ve o r i en tar - se p ela
p r ud ê n ci a, co mo i nd ic a P AU L A A. F O R G I O N I e m A E D – P a ra n ó ia o u Mi s tif ica çã o ? , i n
RD M 1 3 9 , p p . 4 2 4 -2 5 0 . E n te nd e -s e co n v e nie n t e i nd i car mat er i al co ns ul tad o , q ue p o d e
vi r a ser v ir e m f u t ur o s e st ud o s d e p ac to s p ar as so cia is so b a ó tic a d e la w a n d eco n o m ic s:
L U C I A N A R Y E B E B C H U K , Li mi tin g Co n t ra c tu a l F re ed o m in Co rp o ra t e La w: Th e
De si ra b l e Co n st ra in t s On Ch a rt er A men d m en t s i n Har v ar d L a w R e v ie w, Vo l. 1 0 2 , No .
8 , ( 1 9 8 9 ) , p p . 1 8 2 0 – 1 8 6 0 ; d o me s mo a uto r , T h e D eb a te o n Co n t ra ct u a l F re ed o m in
Co rp o ra te La w, i n 8 9 Co lu mb ia La w R e vi ew ( 1 9 8 9 ) , p p . 1 3 9 5 -1 4 1 5 ; O L I V E R H AR T ,
Co n t ra ctu a l f reed o m i n co rp o ra t e la w, a rt i cle s a n d co mmen t s: a n eco n o m is t’ s
p er sp e cti ve o n th e th eo ry o f th e fi r m, i n Co l u mb ia L a w R e v ie w 8 9 ( 1 9 8 9 ) , p p . 1 7 5 7 e
s s; B E R N AR D S. B L A C K , I s Co rp o ra t e la w T ri via l? : A P o li ti ca l a n d E co n o mic A n a ly si s,
No r t h we st er n U n i ver si t y L a w Re v ie w Vo l. 8 4 , No . 2 ( 1 9 9 0 ) , p p . 5 4 3 -5 9 3 ; F R A N K H.
E AS T E R B R O O K e D A N I E L R. F I S C H E L . R., Th e E co n o m ic S tru ctu re o f Co rp o ra te La w,
Ca mb r id ge, Har var d U n iv e si t y, 1 9 9 1 ; H E N R Y H AN S M AN N , Co rp o ra tio n a n d Co n tra ct,
L a w W o r k i n g P ap er N °. 6 6 /2 0 0 6 ( mar - 2 0 0 6 ) , E u r o p ea n Co r p o r a te Go ver na n ce I n s ti t ute ,
d isp o n í ve l e m: h ttp :/ / s sr n.co m/ab s tr ac t=8 9 2 8 3 0 ; R E I N I E R R K R A A KM A N . et a l., Th e
a n a to my o f co rp o ra t e la w: a co mp a ra t ive a n d f u n ctio n a l a p p ro a ch , Ne w Yo r k, O x fo r d ,
2 0 0 4 ; R O B E R T A R O M A N O , F o u n d a t io n s o f co rp o ra t e la w, N e w Yo r k, F o u nd a tio n P r e s s,
1 9 9 3 ; J O H N A R M O U R e t al., Th e e s sen tia l e le men t s o f co rp o ra t e la w , La w wo rk in g
p a p er, n.º 1 3 4 , 2 0 0 9 , d i sp o ní v el e m: ht tp : // s sr n. co m/ab s tr ac t=1 4 3 6 5 5 1 ; J O H N C. C O F F E E
J R e A D O L F . A. B E R L E , Th e fu tu re a s h i sto ry: t h e p ro sp ec t s fo r g lo b a l co n ve rg en c e in
co rp o ra t e g o ve rn a n c e a n d its imp li ca t io n s, T h e Ce nt er fo r La w a nd E c o no mi c S t ud i es
Working P ap er , n.º 144, 1999, d is p o n í vel e m:
ht tp : //p ap er s. s sr n.co m/ p ap er .t a f? ab s tr ac t_ id =1 4 2 8 3 3 .
.
23
INTRODUÇÃO
34
M E N E Z E S C O R D E I R O va i a lé m, i nd ica nd o e n tr e o s o b j eti vo s d o d ir ei to so c ie tár io : “a
tu te la d o s só cio s mi no r itár io s; o eq u il íb r io d o s me r cad o s ; a tr a nsp ar ên cia d o s e n te s
co lec ti vo s ; a p r o te cção d e ter ce ir o s , d e si g n ad a me n te cr ed o r es ; o s d ir ei to s e a d i g nid ad e
d as p e s so a s; a co nco r r ê nci a; o s valo r e s b ás ico s d o o r d e na me n t o ; a ac t uaç ão
f is cal iz ad o r a d o E stad o , mo r me n te co m e sc o p o s fi sc ai s” ( Ma n u a l d e d ire ito d a s
so c ied a d e s, Vo l. I , Co i mb r a, Al med i na, 2 0 0 4 , p . 1 6 7 ) . Na me s ma l in h a, H E R B E R T
W I E D E M A N N r e ú n e o s p r in cíp io s v alo r at i vo s li g ad o s a es se s tr ê s al vo s d e p r o teç ão p o r
p ar te d o d ir e ito so c ie tár io no ter cei r o cap í tu lo d e s ua cl ás s ica o b r a: o só c io
ind i vid u al me n t e co ns id er ad o ( I n d iv id u a l sch u t z ) , a mi no r ia ( Min d e r h eit sch u t z) , o s
in v e st id o r e s ( Ka p ita l a n leg e r sch u tz) , a lé m dos i n ter e s se s dos cr ed o r e s
( Glä u b ig e rin te re s sen ) e dos tr ab al ha d o r es ( A rb e itn eh me ri n te re ss en ) . Cf.
Ge sel l sch a f t s rech t, Vo l . I , Mü nc h e n, B ec k, 1 9 8 0 . P ar a u ma v is ão ali n had a ao
mo v i me n to d o la w a n d eco n o mic s, q ue n ão s er á ad o tad a ne st e tr ab a lho , s ub l i n ha m
H E N R Y H A N S M A N N e R E I N I E R K R A A K M A N : “As a no r ma ti v e ma tt er , t h e o ver al l o b j ect i ve
o f co r p o r a te l a w – as o f a n y b r a nc h o f la w – i s p r es u mab l y to ser ve t he i n ter es t s o f
so c iet y a s a wh o le. M o r e p ar ti c ul ar l y, t h e a p p r o p r iat e go al o f co r p o r ate l a w i s to
ad v a nce t he a g g r e ga te we l f ar e o f a fir m’ s s h ar e ho ld er s , e mp lo yee s, s up p l ier s, a nd
cu s to mer s wi t ho ut u nd u e s acr i fi ce – a nd , i f p o s sib le, wi t h b e ne fi t – t o t hir d p ar ti es
s uc h as lo c al co m mu n i tie s a n d b e ne f ic iar ie s o f n at ur a l e n v ir o n me n t . T hi s i s wh a t
eco no mi s ts wo uld c har acte r iz e a s to p ur s u it o f o ver al l so ci al e f f ic i en c y” ( Wh a t i s
co rp o ra t e la w? , i n R E I N I E R K R A A K M A N e t a l., A n a to my o f co rp o ra t e la w : a co mp a ra t ive
a n d fu n ct io n a l a p p ro a ch , Ne w Yo r k , O x fo r d U n i ver s it y, 2 0 0 4 , p . 1 8 ) .
35
E s clar ece , a s si m, S Y L V I O M AR C O N D E S M A C H AD O : “[ a] s so c ied ad es co mer cia i s
fo r ma m- s e, to d as , p o r u ma co nj u nç ão d e cap i ta l e tr ab al ho , mas e x i ge m, p ar a r eal iza ção
d o s e mp r ee nd i me n to s d o co mér cio e d a i nd ú str ia, d i f er e n te s co m b in açõ e s d e ss e s
ele me n to s f u nd a me n t ai s, c ab e nd o à ciê n ci a j ur íd ica a co mp o si çã o d as fó r mu l a s
ne ce s sár i as . A h is tó ria d a s so cied a d es co me rc i a is e stá p re sta a o co n j u n to d o s t ip o s
cr ia d o s , q u e rep r es en ta m a sa t i sfa çã o ju ríd ica d e n e ce ss id a d e s eco n ô mica s” ( E n sa io
so b re a so c ied a d e d e r e sp o n sa b i lid a d e l im ita d a , T ese d e L i vr e - Do cê n ci a, F ac u ld ad e d e
Dir e ito d a U ni ver s id ad e d e S ão P a ulo , S ão P a ulo , 1 9 4 0 , p . 1 3 . De st aco u - se) .
24
original dos tipos societários 36 regras relativas, por exemplo, aos grupos de
sociedades, ao direito concorrencial e ao mercado de capitais – e, assim, o
processo interpretativo passou a considerar esse novo cenário para além
dos problemas intrínsecos às sociedades unitariamente consideradas.
36
Co n fo r me sa li e nta M E N E Z E S C O R D E I R O , “[ o ] d ir ei to d a s so cied ad e s não te ve u ma
evo l ução d o t ip o r ac io n al. E le a nte s ad veio d e u ma p a ul at i na e vo l uç ão . ( ...) O s v ár io s
tip o s d e so c ied ad e s f o r a m s ur g i nd o i so lad a me n te, e xp a nd i nd o -s e e m f u n ção d e
co o r d e nad a s co mp le x as e ap r o xi ma n d o -s e d o ve l ho co nt r ato ( ci v il) d e so c ied ad e”.
Ma n u a l d e d i r eito d a s s o cied a d e s, ci t., p . 2 6 .
37
Ne s se se n tid o , o co n tr ato e mer ge co mo gr a nd e i n str u me nto ut il izad o e r e u ti liz ad o
p ela p r át ic a p ar a a te nd er ao d ir e ito so ci etá r io ( c f. G É R A L D I N E G O F F A U X - C A L L E B AU T :
“[ l] ’ u ti li sa tio n d u co nt r at co m me i n str u me n t d ’ad ap t at io n d u d r o it d es so ci ét és a u x
b eso i ns d e s e ntr ep r i se s et d es a s so c ié s es t u n p hé no mè n e q ui tr o u v e sa so ur c e d an s u ne
p r atiq u e. A c et te ad ap ta tio n, le s p r ac tic ie n s o n t ut il i sé, vo ir e d é to ur né, d es i n str u me n t s
j ur id iq ue s a u ti tr e d e sq u el s se t r o u ve e ss e nci el e me n t le co n tr a t” Du co n tra t en d ro it d e s
so c iét és , ci t., p . 1 6 ) . So b r e a co ntr ib ui ção d a p r áti ca na fo r ma ção d o d i r eito co mer c ia l,
cf . J E A N P A I L L U S S E A U , L’ en ri ch i s se men t d u d ro it et d e la p ra tiq u e p ro f es sio n n el le ( u n
témo ig n a g e ), i n AAV V, Le d ro it d e l’ en t rep ri se d a n s s es re la t io n s ext e rn e s à la f in d u
X X e s iè cle: mé la n g e s e n l’ h o n n eu r d e C la u d e Ch a mp a u d , P ar i s, D al lo z, p p . 4 8 3 -5 0 6 ;
AAV V, T ra va u x d e l’ a s so cia tio n Hen ri Ca p it a n t d es a mi s d e la cu ltu re ju r id iq u e
fra n ça i se – L e rô le d e la p ra tiq u e d a s la fo r ma t io n d u d ro it, t . XXXI V, P ar i s,
E co no mi ca, 1 9 8 3 ; P AU L A A. F O R G I O N I , I n te rp r eta çã o d o s n eg ó cio s e mp r esa r ia i s, i n,
W A N D E R LE Y F E R N A N D E S ( co o r d .) , F u n d a m en to s e p r in cíp io s d o s co n t ra to s
emp re sa r ia i s, S ão P a ulo , Sa r ai v a, 2 0 0 7 , p p . 9 7 - 1 0 7 e RD M 1 3 0 , p p . 7 -3 8 . C f ., a i nd a, a
p o si ção d e L A U R E N T C O N V E R T so b r e a p er sp ect i va fr a nc e sa, no s e nt id o d e q ue, n aq ue le
p aí s, “a le i e s tá e m to d a p ar t e” e , a s si m, d ei xa - s e p o uco e sp aço p ar a a a t uaç ão d o s
ag e nte s ( “L a lo i e st p a r to ut ! E l le ne la i ss e q ue d e s fac u lt e s d e c h o ix mi n i me s a u x
p r ati ci e ns ”. L’ imp é ra ti f et le su p p lét if d a n s le d ro it d e s so c ié té s. É tu d e d e d ro it
co mp a ré A n g le te r re – E sp a g n e - F ra n ce. P ar i s. L GDJ , 2 0 0 3 , p . 2 0 9 ) .
25
38
Ai nd a co m M E N E Z E S C O R D E I R O : “P r o gr e s si v a me n te, d i ver so s a sp ec to s, p e lo s
p r o b le ma s q ue s us ci tar a m, o b t i ver a m d e se n vo l v i me nto s ma i s ele v ad o s. Co m o te mp o e
se mp r e so b as ma i s var iad a s co nt i n gê nc ia s, fo i p o s sí v el p r o ced er a ge ner al iza çõ e s e
d esco b r ir p r i nc íp io s ( .. .) A o r i g e m fr a g me n tá r ia d o D ir e ito d a s so c ied ad e s não é
inó q ua. T e m co n seq uê nc ia s e f ect i va s, q ue a ind a ho j e se f aze m s en tir . Ap e n as a
co n s id er a ção d a e vo l u ção hi stó r ico -d o g mát ic a p er mi te ap r ee nd er a fe no me no lo g ia
ap o n tad a . ( Ma n u a l ..., c i t., p . 4 6 -4 7 ) .
39
So b r e fo r ma ta ção d o me r cad o p e lo D ir e ito , c f. P A U L A A. F O R G I O N I , A evo lu çã o d o
d ir ei to co me rc ia l b ra si l ei ro : d a me rca n c ia a o me rca d o , São P a ulo , RT , 2 0 0 9 , p p . 1 8 7 -
2 4 1 ; e I R T I N A T A L I N O , Teo ria g en e ra le d el d i r i tto e p ro b lema d e l me rc a to , i n L’ o rd in e
g iu r id i co d e l m er ca to , 3 ª ed ., Ro ma , L ate r za, 2 0 0 4 , p p . 5 7 -9 5 .
40
I sso se m f ala r n a te má tic a p r ó p r ia d o d i r ei to d o mer cad o d e c ap i tai s, esp e cia li zaç ão
d o d ir e ito so c ie tár io .
41
E s se a sp ec to ser á ap r o f u nd ad o no Cap ít u lo 4 . De a nt e mão , co n vé m c o mp a r t il har a
liç ão d e M E N E Z E S C O R D E I R O so b r e a i n ser ção d as r e laçõ es e ntr e só c i o s no ca mp o d o
d ir ei to so c iet ár io : “[ o ] mo d er no D ir e ito d as so c ied ad e s tr a ns c end e o l i mi ar
b id i me n s io na l d o s e xc l u si vo s r e la cio na me nto s só c io / so c ied ad e: h á, ai nd a, li g açõ e s
d ir et as e n tr e o s p r ó p r i o s só c io s . P at e nte s no ca so d o s a co r d o s p ar as so c iai s, t ai s
li ga çõ e s o co r r e m, ai nd a, i n str u me n ta l me n te, e m vár io s p la no s. Al é m d is so , c u mp r e
r eco r d ar o s d e ver e s d e l eald ad e, q ue a to d o s u ne m” ( Ma n u a l.. ., c it., 5 1 4 ) .
42
O r a cio c í nio é se g u id o p o r D A L M AR T E L L O ao e xa mi n ar o t e ma d as r el a çõ es i n ter na s à
so c ied ad e, c uj a l ição – p o r s ua r e le vâ n cia p a r a o s a r g u me n to s o r a t r atad o s - va le
tr a n scr e v er i nt e gr a l me n t e, ve r te nd o - a p ar a o p o r tu g u ê s: “o d ir ei to mo d er no d i st i n g ue no
fe nô me no as so cia ti vo u ma o r d e m d úp l ic e d e ma n i fe s taçõ es : d e u m l ad o , o p r o ce s so
j ur íd ico at r a vé s d o q ua l a p l ur a lid ad e d o s só c io s e d e se u s ap o r te s p atr i mo nia i s s e
r ed u z à u nid ad e p e s so al e p atr i mo ni al d o e n te a s so c iat i vo ; d e o u tr o a vid a d e r el ação d o
en tr e as so c ia ti vo , co m o ind i vid u al id ad e o p er an te no mu n d o j ur íd ic o p er a nt e o u tr o s
s u he ito s. N ão se tr at a d e d ua s d i s ti n ta s: d e u m p er ío d o d e fo r ma ção , q u e se s uced e p o r
u m p er ío d o d e v id a o u d e ação . Me s mo q ua n d o o en te é co n s ti t uíd o e p er s e g ue no
co mér c io j ur íd ico a s f i n alid ad e s q ue l h e fo r a m as si n ad a s, at u a e s e d es en vo l ve, a t ra v és
d e u ma co n tín u a r ed e d e rela çõ e s en t re o s co n s ó cio s e en tr e e s se s e o e n te a s so c ia t ivo ,
a o b r a d e co n so lid a ção d a u ni d ad e co r p o r at i va f r en te o s i nd i v íd uo s q u e co n co r r e m p ar a
fo r má - l a: ver i fi ca - se co n st a nte a a ção d e u ma f o r ça ce n tr íp e taq u e as se g ur a a co e são e a
es tab i lid ad e d o i n tei r o en te co le ti vo . T r ata - s e ma i s, p o r t a nto , d e d o is lad o s o u d e d o i s
asp e cto s d o fe nô me n o as so c iat i vo . Me ta fo r ica me n te, ma s r ea li s tic a m en te, a co mu m
26
P .ex t. R e g ul a me n to o u có d i go co m s i g ni f ic ad o e va lo r d e le i o u d e no r ma : e st at u to d a
cr ia n ça e d o ad o le sce n te .
46
So b r e a e xp r es são i n fo r ma O R L A N D O G O M E S q ue “o co ntr ato t e m so b r e o s
co n tr a ta n te s r e al me n te fo r ça o b r i ga tó r i a a t al p o n to q ue s e to r no u a xio má t ica a
d ecla r aç ão d e q ue fa z lei e n tr e as p ar te s ” ( T ra n sfo rma çõ e s Ge ra is d o Di rei to d a s
Ob r ig a çõ e s, RT , São P a ulo , 1 9 8 0 , p .7 7 ) .
47
É co mu m o p a r al elo t r açad o e n tr e a o r ga n iz aç ão d a co mp a n h ia e a o r ga n iza ção d o
E st ad o . P o r to d o s, c f . H E R B E R T W I E D E M A N N , Ge se ll sch a ft s rech t, v o l. I , M ü n c he n,
B ec k, 1 9 8 0 , p . 1 8 .
48
P ar a a p e r sp ect i va i n ter na à so ci ed ad e , f u n d a me nt al a cl á ss ica o b r a d e A R T U R O
D A L M AR T E L L O , I ra p p o r ti g iu r id i ci in t ern i n e ll e so c ie tà co mme r cia li, j á cit ad a.
49
So b r e o p ap el d o est a tu to so cia l, c f. D I E G O C O R A P I , Gl i s ta tu ti d el le so c ie tá p er
a zio n i, Mi la no , Gi u f fr è, 1 9 7 1 , p . 1 0 3 e s s.
50
L A U R E N T C O N V E R T a no ta, so b r e a s d i fer e nte s f u nçõ es d o s e sta t uto s so cia is fr e nte a s
co n v e nçõ e s p ar a s so c ia i s, q u e as úl ti ma s p er me te m ad ap ta ção ma is fac il it ad a d o s
in ter es s es d o s d i ver so s me mb r o s d a so c ied ad e o u gr up o s d e me mb r o s, ao p as so q u e “o
fo r ma l is mo l i gad o a to mad a d e d eci s ão co l et i va i nc it a o s só cio s a ‘ se e nte nd er e m
d ir et a me n te ’” ( “[ l] a r é g le me n ta tio n s tr i ct e d es st at u ts e t le fo r ma li s me q ui e nto ur e la
p r is e d e d éc i sio n co l lec ti ve i n ci te e n co n séq ue n ce le s a sso cié s à ‘ s ’e n te nd r e
d ir ec te me n t ’. Le s p ac te s p er me tt e nt e n o utr e d e mo d u ler la t e ne ur d e s r elat io n s en tr e
le s d i f fér e nt s me mb r e s d e la s tr uct u r e o u e nt r e gr o up e s d e me mb r e s, c e q ue l e r eco ur s
au x st at u ts n e p er me t d e f air e q u e d e ma ni èr e co ll ect i ve, b r u te e t li mi tée ( cr éa tio n d e
caté go r ie s d ’a ctio n s, vo te s ur e l ’i n tér es se me nt d e ch ac u n, var iat io n s d e s d r o it s d e vo t e,
etc) . Le s co n v e nt io ns fa vo r is e nt l ’ad ap ta tio n ”. L ’ imp é ra ti f... ci t., p p . 4 9 6 -9 7 ) .
28
51
T U L L I O A S C AR E L L I r e f er e - se ao fe nô me no ao co n st at ar , j á e m 1 9 5 5 , a “ma g g io r e
i mp o r t a nza c he , n el lo ste s so la vo r o d e ll ’ a v vo c ato , a s s u me l a c.d . as s is te n za
co n tr a tt u ale co n u n ’a tt i vi tà c he a vo l te r i co r d a p iu tto sto q ue lla d e ll ’ ‘ i n ge g n er e ’ i n te sa
a cr ear e ‘ ma cc h i ne ’ gi ur id ic h e, c h e no n q uel la d e l ‘p a tr o no ’ ne l co zzo d i o p p o st e
in ter p r et azio n i” ( No r m a g iu r id i ca e rea l tà s o cia l e, i n P ro b le mi g i u rid ic i, Vo l. 1 ,
Mil a no , G i u f fr è , 1 9 5 9 , p . 1 1 0 ) . I n ter e s sa n te no t ar , ne s se se n tid o , q ue o p r e s ti g iad o
p er ió d i co fr a ncê s B u l l etin Jo ly S o ci été s j á co nt é m se ção d e si g n ad a in g ég n i e rie
fin a n c ié re p ar a tr at ar j ust a me n te d e p r o b l e ma s a fei to s a es sa r eal id ad e . J E A N
P A I L L U S S E A U o b s er va q ue a id e ia d e “e n ge n h ar ia j ur íd ica ” e vo ca a id é ia d e o p er ação
co mp le x a, me s mo q ue o ter mo sej a u m “b ar b ar i s mo ” ( “[ l] a r e c her c h e d e ces mu l t ip le s
tec h n iq ue s e t so l u tio n s é vo q ue nt l ’ id é e “d ’ i n gé n ier ie” j ur id iq u e, si ce n ’ es t cel le
“d ’ i n gé n ier ie j ur id ico - f is calo - f i na n ci èr e” , b a r b ar i s me, cer te s, ma i s Ô co mb ie n
en vo cat e ur ! L e r é s u lt at d ’ e ns e mb l e, s ur to u t s ’ i l e st co mp le xe ( p l u si e u r s so c iét é s, p ar
ex e mp l e so nt co n st it ué es a vec d e mu l tip l e s r ela tio n s e ntr e e lle s) , é vo q ue l ’ id ée d e
‘ mo n ta ge ’ vo ir e d e ‘ mo nt a ge co mp le xe ’ ”. L’ E n ri ch i s sem en t d u d ro it e t d e la th éo ri e
ju r id iq u e p a r la p ra tiq u e p ro f e ss io n e lle (u m t émo ig n a g e ) i n Le D ro it d e l’ E n t rep r i se
d a n s se s re la t io n s e xte r n es à la f in d u X X e S ie cle – Méla g es e m l’ h o n n eu r d e Cla u d e
Ch a mp a u d , P ar i s, Da llo z, 1 9 9 7 , p .5 0 4 ) .
52
No me s mo se n tid o , M E N E Z E S C O R D E IR O a no ta q ue “[ t] a n to na le i co m o n a d o u tr i na ,
cad a n e gó c io co n tr a t ua l s ur ge co mo u m esp aço i n s ul ar e b e m d e li mi t ad o ; ele ap r e se n ta -
se co mo u ma fi g ur a a u t ô no ma e i nt eir a me nt e d es li gad a, q ue r e m ter mo s d e ce leb r a ção ,
q uer no r e g i me, d e q u ai sq uer o utr o s ne gó cio s ci r cu nd a nt es. O t rá f eg o c o me rcia l fa cu lta
u m cen á r io e fec ti vo b a sta n te d if er en te . M u it as v eze s o s co n tr a to s e nc ad eia m- s e, u n s
no s o utr o s, d e ta l mo d o q ue s ur ge to d a u ma sér ie d e i nte r ac çõ e s r el ev a nte s p a r a o
r eg i me ap l icá v el ” ( Ma n u a l d e d ir ei to co me rcia l, Vo l. I , 2 ª ed . , Co i m b r a, Al med i na,
2 0 0 7 , p p . 3 6 6 -6 7 , gr i f a mo s) . So b r e a e str u t ur a ç ão d e u m ar cab o uço co n tr at u al co mp le xo
p ar a d ar vid a a o p er açõ es e co nô mi ca s s i n g ul ar e s, f u nd a me n t al a te se d e J E A N -P H I L I P P E
D O M , Le s mo n ta g es e m d ro it d e s so c iét é s, P ar is, J o l y, 1 9 9 8 . V. ai nd a , p ar a co n tr ato s
co li g ad o s no d ir ei to b r as ile ir o , F R A N C I S C O M AR I N O F I L H O , Co n t ra to s co lig a d o s, São
P au lo , Sar a i va, 2 0 0 9 .
53
No q ue t a n ge à a uto no mi a co ntr at ua l no d ir ei t o so cie tár io , r e fer ê nci a e sp ec ia l d e v e
ser fe ita a M A R C U S L U T T E R e H E R B E R T W I E D E M AN N ( o r g s.) , Ge sta l tu n g s f reih ei t im
Ge sel l sch a f t s rech t. D eu ts ch la n d , E u ro p a u n d US A . 1 1 . ZGR - S ymp o s i u m “2 5 Ja h re
29
ZGR ”, B er l i n, W al ter d e Gr u ye r , 1 9 9 8 ; S O P H I E S C H I L L E R , L es l im it es d e la l ib e rt é
co n t ra ctu el le en d ro it d es s o ci été s: l e s co n n exio n s ra d ica le s, P ar i s , L GDJ , 2 0 0 2 ;
D O M E N IC O G I O R D A N O , Le li mi ta z io n i a l l’ a u to n o mia p ri va ta n el le so c i età d i ca p i ta l i,
Mil a no , Gi u f f r è, 2 0 0 6 ; D A N I E L E S P I N A , La a u to n o m ía p ri va d a en la s so c ied a d e s d e
ca p ita l: p rin cip io s co n f i g u ra d o re s y teo ría g en e ra l, Mad r id , Mar c ia l P o n s, 2 0 0 3 .
54
No d iz er d e Y V E S G U Y O N , “[ l] e d r o it d e s so cié té s e st a i ns i a sso up l i, i n fl éc h i et
enr ic h i p ar d e s co ntr a t s co n cl u s p ar l a so c ié té o u p ar le s a s so c ié s, e ntr e eu x o u a v ec d es
tier s” ( L e s so ci été s. .. c it . p . 9 ) .
55
As d e no mi n açõ es d o s co n tr a to s q u e p o d e m s e r r eco nd uzid o s a e s se t er mo g e nér ico
são as ma is d i v er s a s, e m f u nç ão d a s p e c ul ia r id ad e s d e c ad a o r d e n a me nto . V ár io s
au to r e s tr a ze m a no taçõ es a e ste r e sp ei to . E m r es u mo , L U I G I F AR E N G A e n u nc ia, p o r
ex e mp lo , q u e “a s r a zõ e s d o ap ar e nte d es i nt er e s s e p o r p ar t e d o le g is lad o r e d a d o utr i na
p ar a o s co n tr a to s e m e x a me são o b tid a s es s e nci al me n te n a e x tr e ma het e r o ge n eid ad e d o
fe nô me no q u e se q uer d es i g nar co m a e xp r e s são ‘co nt r ato s p ar a s so c ia is ’ . T al exp r e s são
ta nto é f el iz n a s ua f o r mu laç ão e , a s si m, d e i med ia ta ap r ee n são , s o b r et ud o , p elo s
p r áti co s q u a nto e s co nd e e m s ua s co s ta s u ma r e a lid ad e e m q ue se e n co nt r a m fa t ti sp eci e
d i fic il me nt e r eco nd uz í ve i s a u m f e nô me no ho mo gê n eo e, p o r ta nto , i nid ô n ea a
r ep r e se nt ar u ma ca te go r ia j ur íd ic a ( in ve rb is : “l e r ag io ni d e ll ’ ap p ar e nte d isi n ter es s e d a
p ar te d e l le gi s la to r e e d ell a d o ttr i na p er i co n tr a tt i i n es a me va n no r i cer cat e
es se n zia l me n te n ell a e s tr e ma et er o ge ne it à d e l fe no me no c h e s i v uo le r ic hi a mar e co n
l ’e sp r e s sio ne ‘co n tr a tt i p ar a so c ia li ’. T ale e s p r es sio n e, ta n to è fe l ice nel la s u a
fo r mu l az io ne e , q u i nd i , d i i m med ia ta ap p r e ns io n e so p r a tt u tto d a p ar te d ei p r a tic i, t a nto
na sco nd e a lle s u e sp al le u na r ea ltà i n c u i s i r i sco n tr a no f at ti sp e ci e d i f f ici l me n te
r ico nd uc ib i li ad u n fe no me no o mo ge n eo e , p er ta n to , i nid o n ea a r a p p r es e ntar e u na
cate go r ia g i ur id ica ” ( I co n tra tt i p a ra so c ia l i, Mi la no , Gi u f fr è, 1 9 8 7 , p p . 3 -4 ) .
Co n sid er açõ es se me l h a nt e s são f ei ta s p o r J E A N -J AC Q U E S D A I G R E e M O N I Q U E
S E N T I L L E S - D U P O N T , P a cte s d ’ a ct io n n a i re s, P ar i s, J o l y, 1 9 9 5 p . 3 ; M ÁR I O L E I T E
S A N T O S , Co n tra to s p a r a s so cia i s e a co rd o s d e vo to n a s so c ied a d es a n ó n ima s, L i sb o a,
Co s mo , 1 9 9 6 , p p . 1 4 -1 5 ; G I U S E P P E S A N T O N I , P a t ti p a ra so c ia l i, Nap o li, J o ve n e, 1 9 8 5 , p .
1 2 e ss. ; J OU S SE N , Ge se ll sch a fte ra b sp ra ch en … cit . p . 5 ; e L A U R R I E U ( “Or , to u te l a
d i f fic u lt é co n s is te à d r e s ser u n e t yp o lo gi e d e c es acco r d s p ar t ic u li er s . Da n s l ’ u ni v er s
‘b a r io l é ’, p o ur ne p a s d ir e ‘b ar o q ue ’ d e s p act es e xtr a - sta t ut air es , la gr a nd e d i ver si t é
d es s it u at io ns q u ’i l s o n t p o ur o b j e t d e tr ai ter d o it êtr e so ul i g née , c et te d i ver si té ne
co n n ai s sa nt d ’a u tr e l i mi te q ue ce ll e t e na n t à l ’i ma g i na tio n d e le ur s a ct e ur s ”.
L’ in te rp réta tio n …, cit , p . 6 9 9 ) .
30
56
No ale mão ut il iza - se ma i s co mu me n te N eb en a b red en , o u s ej a, co n ve nçõ es la te ra i s.
P ar a co n v e nçõ e s d e v o to , te m- s e S ti mm ve rb in d u n g . C u mp r e no tar q ue a p r ó p r i a
d i fer e n ça ter mi n o ló g ica d e no ta a d i ver sa p er sp ect i va q u e se te m d e ss es co ntr ato s, j á
q ue no t er mo sh a r eh o ld er s’ a g ree men t a ê n fa se é d ad a ao fato d e o aj u st e se r o aco r d o
d o s só cio s ( = aq ui lo q ue d ef i nir a m p ar a se u r e la cio na me n to ) . No s d ir ei t o s co n ti ne n ta is ,
as e xp r e s sõ e s u sad a s ( p ar a so ci ale ; e x tr a - es ta t ut air e ; N eb e nab r ed e) ap o n ta m p e r fi l ma is
d o g má ti co , vo l tad o à r e lação e ntr e e s se co n tr a t o e o es ta t uto /co nt r ato so c ial . Co mo s e
ver á no d e co r r er d a e x p la naç ão , e s sa e sco l h a se r e f le te na p r o d ução acad ê mi c a e n a
p r ó p r ia co mp r ee n s ão d o f e nô me no , j á q ue q u ase não se e nco n tr a m o b r as – e xc eto
al g u ma s co n tr ib uiçõ es mai s r e ce nt e s – q ue a va nc e m a p ar t ir d o ex a me d a
f u nc io na lid ad e d o s co nt r ato s no fe nô me n o so ci et ár io g lo b al me n te co n sid er ad o ,
s up er a nd o , a s si m, a p er s p ect i va “co ntr at ua li s ta” in a u g ur ad a p o r O P P O .
57
Q ua n to ao mo me n to d e ce leb r ação G I U S E P P E S A N T O N I e scl ar ec e q ue “o s co n tr ato s
p ar a sso cia i s p er mi te m a o s só c io s cr i ar u m ví n c ulo p ur a me nt e o b r i ga tó r io en tr e e le s, o
q ua l p o d e s e r e f er ir q ua lq u er d a s f a se s q ue car a cter iza m a v id a d a so ci ed ad e: t a nto ao
d ese n vo l vi me nto d a at i vid ad e so ci al, q ua nto a s e u i níc io e c e ss ação ” ( “[ i ] co n tr a tt i
p ar a so ci al i co ns e nto no ai so ci d i cr ear e u n vi n co lo p ur a me n te o b b l i ga t o r io fr a d i lo r o ,
il q u ale p uó r i f er ir s i ad u na q ua l u nq ue d el l e fa si c he car a tt er i zza no la v it a d e lla
so c iet à: ta nto al lo s vo l g i me nto d el l ’a tt i vi tà so ci ale, q u a nto a ll ’ i ni zio e all a ce s saz io ne
d i q ue st a”. ( P a t ti p a ra so c ia l i, c it ., p . 4 ) . No me s mo se n tid o , c f. O P P O , Co n t ra t ti
p a ra so cia li , ci t., p . 8 4 .
31
58
E m al g u n s c aso s, p o r é m, a co mp a n hi a é r e fle xa me n t e a fet ad a p e la c o nt r at ação . No
d ir ei to b r as il eir o h á me s mo a s u a e xp r e ss a vi n cu laç ão e m s e tr at a nd o d e d et er mi n ad a s
o co r r ê nc ia s d e a co rd o s d e a cio n i sta s.
59
C f. L A U R E N T C O N V E R T , L’ i mp e ra t if ... c it. p p . 4 9 5 /5 0 1 .
60
C f. J E A N -J AC Q U E S D A I G R E e M O N I Q U E S E N T I L L E S -D U P O N T , P a ct es d ’ A ct io n n a i re s.
cit. p p . 2 -3 e S T E D M A N E J O N E S , S h a reh o l d er s’ A g re emen t s. c it. , p . 1 . Co mo j á
ap o n tad o , a s co n sid er a ç õ es d o p r e se n te tr ab a l h o n ão ab a r ca m o u ni v er so p e c ul iar d as
co mp a n hi as ab er ta s.
61
Na e xp r e s são d e P E G G Y L A R R I E U , “[ l] e ur p o si tio n n e me n t e n me ma r ge d e s st at u ts
so c ia u x d é mo n tr e d ’a il l eur s l ’ i nt e nt io n d e s s i g na ta ir e s d e le s t ai lle r à la me s ur e d e
le ur s i n tér êt s”. ( L’ in t er p ré ta t io n …, ci t. p . 6 9 8 ) .
62
C f. a uto r izad a o p i n ião d e M E N E Z E S C O R D E I R O , Ma n u a l. .., c it. , p . 5 0 7 . Mai s ad ia n te,
no Cap ít u lo 4 , es s e a s p ecto ser á ap r o f u nd ad o e m vi s ta d e o “e s tad o d e só cio ” ser
32
70
G I O R G I O O P P O , 4 5 a no s ap ó s i ntr o d u zir o te r mo “co ntr ato s p ar a sso cia i s ”, na d o u tr i na
ita li a na, r e f let e a r esp eito d o fe nô me no q ue aci ma se ap o nto u, c o n st ata nd o q ue
“a fir mo u - s e, s ej a na n o s sa l iter at ur a q u e n a lit er a t ur a e str a n ge ir a q ue não e x i st ir ia
so c ied ad e d e u m cer to p o r te e m to r no d a q ua l n ão s e cr u ze m aco r d o s d es te tip o , co m a
f u nç ão d e ad eq uar o esq ue ma so c ie tár io ao s i n te r es se s co ncr eto s d a s p ar te s e as si m, d e
al g u m mo d o , d e ‘p er so na li zar ’ a d i sc ip l i na d o i ns ti t uto ” ( “[ s] i è a f fe r mato , s ia ne ll a
no str a le tter at ur a c he ne ll a le tter at t ur a str a n i er a c he no n v i sar eb b e so c iet à d i u n
q ua lc he r il ie vo i nto r no all a q u al e no n s i i nt r ecci no acco r d i d i q u es to tip o , co n la
f u nz io ne d i ad e g u ar e lo sc he ma so ci et ar io a g li i nt er e s si co ncr e ti d el le p ar ti e q ui nd i, i n
q ua lc he mo d o , d i ‘p er so n ali zza r e ’ l a d i sc ip li n a d el l ’ is ti t uto ”) . Le co n ven zio n i
p a ra so cia li t ra d i ri tto d ell e o b b l ig a z io n i e d i r itto d el le so c ietá , i n Ri vi s ta d i Di r i tto
Ci v il e, 6 , 1 9 8 7 , p . 5 1 8 . No me s mo se nt id o , a f ir ma S A N T O N I q ue “a s u a d i f us ão na p r a x e
so c iet ár i a é i nd i sc ut í ve l . Co m ê n f a se, p o d e - se a f ir mar q ue n e n h u ma so c ied ad e p o d er ia
f u nc io nar co m r e g ul ar id ad e se m a i n ter v e nç ão d e tai s t r at at i va s e co mp o ne nt es
ne go cia i s r ea liz ad o s p elo s só c io s fo r a d o s esq ue ma s so c ie tár io s, co m r e la ção à
r eal iza ção d a at i vid ad e co mu m” ( “[ l ] a lo r o d i f f u sio ne n el l ’a mb it o d ell a p r a s si
so c iet ar i a è i nd i sc u s sa . Co n e n f a si, p uò a f f er mar si c he ne s s u na s o cie tà p o t r eb b e
f u nz io nar e co n r e go lar it à se n za l ’i n ter ve n to d i t ali tr a tt at i ve e co mp o ni me n ti ne go z ial i
r ag g i u nt i d a i so c i a l d i f uo r i d e gl i sc he mi so c iet ar i, i n me r i to a ll a r ea li zzaz io ne
d ell ’ at ti v ità co mu n e ”. P a tti p a ra so cia l i, ci t., p . 2 ) .
71
É c lar o q ue n ão se co gi ta d iz er q u e a so ci ed ad e, u ma ve z cr iad a, n ão te n h a se u s
in ter es s es p r ó p r io s o u q ue o utr o s i nte r e ss e s não aco r r a m a el a d ur a n te a s ua e xi s tê nc ia.
A p er sp e ct i va q u e se to ma , aq u i, é a d a s p ar te s q ue se r ela cio n a m e m so c ied ad e e o
mo d o co mo e s tat u to o u co n tr a to p ar as so c ia l i mp acta m e s se r ela cio n a me n to .
35
72
I n ve rb i s : “i n o g ni ca so il co l le ga me n to d el co n tr at to a cce s so r io co l co nt r at to so c ial e
no n è o p p o n ib i le f uo r i d ei r ap p o r t i i m med ia ti c o n la co n tr o p ar te d el p a tto acc e sso r io e
cio è no n è o p p o nib ile ag li a ltr i so ci, a ll a so c iet à e ai t er z i. C iò s i g ni f ic a c he u na
r ip er c u s sio n e r e al e d e ll e vic e nd e d el ne go z io acce s so r io s ull a p o si zi o ne d el le p ar ti
ne ll a so c ie tà è i n p r i nc i p io es cl u sa : u na ta le r i p er c u sio ne p o tr à a ve r s i so lo i n q u alc h e
ip o te s i e p r ec is a me n te i n q u a nto t ut ti i so ci s ia no al te mp o s te s so so g g eti d el r ap p o r to
acce s so r io ” ( Co n t ra tti p a ra so cia li ci t., p . 8 2 ) .
73
P ar a b o a a ná li se d a p o si ção d e O P P O d o p o nto d e v is ta d a co l i gação ne go cia l, c f . a
o b r a d e F R A N C I S C O M AR I N O , Co n t ra to s co l ig a d o s, c it . p p . 5 7 -6 0 .
74
Co n tra tt i..., ci t., p . 4 0 .
36
a) contratos que podem restringir seus efeitos e sua ação somente aos
sócios contratantes e ter eventualmente, para a sociedade e outros
sócios uma repercussão de mero fato, nem favorável, nem
desfavorável 76.
b) contratos que podem ser destinados a gerar para a sociedade vantagens
particulares a cargo dos sócios e que não são previstas no contrato
social, para evitar publicidade 77.
c) contratos que podem incidir diretamente sobre a sociedade ou serem
destinados a influir sobre sua vida e sobre a determinação de sua ação,
ou mesmo invadam juridicamente a esfera de direitos da sociedade e a
competência de seus órgãos 78.
75
E s sa c la s si f ica ção é r e p etid a i n ca n sa v el me n te p elo s a u to r e s q u e s uced er a m O P P O n a
I tál ia e no B r as il , s e m q ue d ela se e xtr aia ma i s q ua lq uer r es u lt ad o teó r i co p ar a o e xa me
d o s p ac to s p ar a s so c i ai s no d ir e ito so cie tár io e vid e nci a nd o - se, ao co ntr ár io ,
car ac ter í st ica s d e u m o u o u tr o t ip o d e p ac to p ar a s so ci al n a d o g má ti ca co nt r at u al.
76
“P o s so no r e s tr i n ge r e i lo r o ef f et ti e l a lo r o a zio ne a i so li so ci st ip u la nt i ed a ver e
ev e nt ua l me n te p er la s o cie tà ( e gl i a lt r i so c i ) u n a r ip er c u s sio n e d i mer o f atto , nè
fa vo r e vo l e, nè s f a vo r e v o le” ( Co n t ra t ti… , c it., p . 7 .)
77
“P o s so no e s ser e d ir e tt i a p r o cur ar e al la so c iet à va n ta g gi p ar ti co l ar i a c ar ico d e i so ci
( e c he no n ve n go no p r e v is ti n el co ntr at to so ci ale p er e v itar e l a p ub b l ic it à) ” ( I d e m, p .9 ) .
78
“P o s so no i nc id er e d i r et ta me n te s u ll a so c iet à o i n q u a nto s ia no d ir et ti ad i n f l uir e s ul la
s ua vi ta e s ul la d e ter mi n az io ne d el la s ua az io n e o i n q ua n to ad d ir itt u r a i n vad a no
gi u r id ica me n t e la s f er a d i d i r i tti d el la so c i età e la co mp e te nz a d ei s uo i o r g a ni
so st it ue nd o a q ue s ti ul ti mi i si n go li so ci o la lo r o so m ma o p er a nt i i n ve ste
ex tr a so c ia le” ( I d e m, p . 1 1 ) .
37
79
P ar ti nd o d a p er sp ect i v a d a d is tin çã o e n tr e co nt r ato so ci al e p ar a so ci al, O P P O ce ntr a
s ua a ná li se no e xa me d a na t ur ez a d a r e laç ão e ntr e o s co ntr ato s e d e cad a co ntr a to
p ar a so ci al ( I d e m, p . 6 7 ) . T o ma nd o a co lig a çã o i g ua l me n te e xi st e nt e e n tr e o s co nt r ato s,
r es alt a a e xi s tê nc ia d e c o n exã o eco n ô mica e a u t o n o mia ju ríd ica ( p . 7 2 ) , ma s r ec h aça a
id ei a d e u m ne gó c io ú ni co e co mp le xo q ue a b ar q u e to d a a fa t ti sp ec ie, e m v is ta d a
ne ce s sár i a d i s tin çã o ( “n o n p uó sb o c car e al la co n f i g ur az io ne d i u m ne go zio co mp le s si vo
ch e a s so r b a l ’ i nt er a fat t isp eci e” I d e m, p . 8 8 ) . C R I S T I N A C E R O N I me n c io na e i g ua l me n te
cr it ic a a te n tat i va d e cr ia ção d e u m “s up er n egó cio ” , se g u i nd o a l i n ha d e a n ál is e
f u nc io na l d a co l i gaç ão e nt r e n eg ó cio s d is tin to s ( S imu la z io n e.. ., c it. , p . 1 .1 1 8 )
38
80
( S i mu la zio n e...., c it. , p . 1 1 1 5 ) . De fat o , se g u n d o a a uto r a , a p er sp e ct i va d o mi n a nt e
no s e s t ud o s d aq ue le p aí s é a d e p e sq ui s a t ip o ló gi ca r el at i va ao s co ntr at o s p ar a sso cia i s
( “[ i] n q ue st a p r o sp e tt i va, c h e è fo nd a me n tal me n te d i r i cer ca tip o l o gi ca, lo st ud io
r ela ti vo ai p a tti p ar aso cia li s i è p o s to i n na nz itt u tto i l p r o b le ma d i elab o r ar e q u ei
‘cr it er i d ’ i nd i v id uaz io n e’ d e i p a tt i med e si mi , e q ue sto a l fi n e d i r i sp o nd er e ad u n
q ue s ito p r el i mi n ar e c he r i g uar d a la p o s s ib i le i d en ti f ic azio n e d i u na a p p o si ta cat e go r i a
co mp r e n si va d i t ut ti q u es ti ac co r d i e, s u q ue s t a b ase, co g li er e e sp eci f icar e la nat ur a
d el r ap p o r to e si s te n te tr a co n tr a tto so cia le e p at ti p ar a so c ia le”. I d e m, ib id e m) . No ta - se,
as si m, q ue o te ma d a i n ter p r e taç ão d o s co ntr ato s p ar as so c ia is o u me s m o a s ua a ná li se
d o p o n to d e vi s ta d a fu n çã o q u e d es emp en h a m n o re la c io n a m en to so cie tá r io não fo r a m
tr at ad o s co m a ê n f as e q ue, ao co n tr ár io , a e le s s e p r et e nd e d ar ne st e tr ab al ho .
81
I co n t ra tti p a ra so cia li, Mil a no , Gi u f fr è, 1 9 8 7
82
P a tt i p a ra so cia li , c it..
83
S in d a ca t i d i vo to e s in d a ca ti d i b lo cco , M ila no , Gi u f fr è, 1 9 9 3 .
84
No d i zer d o a uto r , “s o no i n vec e co n tr a tt i a u to n o mi q u ei co ntr at ti p ar a so ci al i c he
in f l u is co no so lo s u ll e si t uaz io ni i nd i v id ual i d er i va n ti d a l co nt r at to d i so c ie tà e c h e
39
87
I n v er b i s : “I n ver o , no n v ’è d ub b io c h e il ma l i n te so i nt er p r e tat i vo o r a s eg n ala to vad a
r ico nd o t to al l ’ar b itr a r i a a s si mi l azio n e d e i p r o b le mi er me n e ut ic i d e i co n tr a tt i
p ar a so ci al i co n q uel li , sp ec i fi ci e p ar z ial i, d e g li acco r d o d i vo to , co n la co n se g ue n za
ch e t u tt i so no s ta ti ge n er al me n t e r i so l ti d a u na co n so lid a ta co r r e n te gi ur isp r ud e nz ial e
in b a se a lla v al u taz i o ne d el la co n fo r mi tà d ei p a tt i al l ’i n ter es s e so c ia le ( P a tt i
p a ra so cia li , ci t. p . 2 0 ) .
88
So b r e o p r o b l e ma, c f. it e m 5 d e s se cap í t ulo , a s eg u ir .
89
“So r ge co sí l ’ es i ge nz a d i chi ar ir e, p r i ma a n c o r a d ei q u es it i i ner e nt i alla va lid ità e
all a e f fic ac ia d ei co n tr att i p ar a so c ial i, i cr ite r i d i va l ut az io ne al la c ui str e g ua q uei
co n tr a tt i d eb b a no e s ser e es a mi n at i, e, i n p ar t ico l ar e, se l ’i n ter p r e ta zio ne d i q u e sti
ul ti mi vad a e f fe tt u at a i n b as e al le no r me d i d ir i tto so cie tar io o i n ve ce r ico r r e nd o a i
p r i ncip i ge n er a li d et tat i d al no str o o r d i na me nto p er i co ntr a tt i” ( I d e m, p . 1 1 ) .
41
90
Ma is u ma ve z, cab e aq ui r ep r o d u zir a cr ít ica d e C R I S T I N A C E R O N I d e q ue a s so l uçõ e s
co g it ad a s p e la d o u tr i n a so b r e o s p a cto s p ar as so c iai s ap r e se n ta m l ac u na s p e lo se u
d esco mp a sso co m a r ea lid ad e p r á tic a ( “l e ar go me ta zio n i a so s te g no d i o g ni so l uz io ne
av a nza ta, t r o va no q ui nd i u n a lo r o g i u st i fi caz io ne so l a me n te p e n sa nd o d i a f fr o nt ar e e
r iso l ver e la q u es tio n e d ib at t ut ta e n tr o u na lo gi ca me r a me n te as tr a tt a e a v ul sa d al la
r eal tà, me n tr e va l ut a nd o le al la str e g ua d i u m cr it er io c h e te n g a p ar i co n to a nc h e d ei
r is u lt at i gi u r id i ci p r o ve ni e nt i d a ll a p r a ti ca ap p lic azio n e d e l f e no me n o i n q ue s tio n e,
es se s i r i v ela no i nd ub b i a me nt e l ac u no se” . S i mu l a zio n e..., ci t., p . 1 1 2 1 ) .
91
Co mo e x e mp lo , G E O R G E S R I P E R T e G. R O B L O T , T ra it é d e D ro it Co mm erc ia l , at u al.
M I C H A E L G E R M A I N , T . 1 , Vo l. 2 – Le s S o c iet é s Co mm e rcia le s; G É R A L D I N E G O F F A U X -
C A L L E B A U T , Du co n t ra t …, c it. e S O P H I E S C H I L L E R , Le s li mi te s..., ci t..
92
Ne s se p e c ul iar , v al e r e fer ir a b e la no t a d e J O S É M I G U E L E M B I D I R U J O so b r e a vid a e
o b r a d e G u yo n, e m q ue r es sa lt a o êx ito í mp ar q ue a o b r a Le s S o c ié té s – A mén a g e men s
sta tu ta ir e s e t co n ven tio n s en t re a s so c ié s a lc a n ço u na Fr a n ça e no e xt er io r , te nd o s id o
co n te mp lad a co m o p r ê mi o d e mel ho r o b r a d e p r átic a j ur íd ic a p ela Co mp a g n ie d e s
A vo ca t s- Co n se il s d ’ E n t rep ri se s d e P a ri s e t d e l’ Î l e d e F ra n ce. ( Ne cro ló g ica : Y ve s
Gu yo n (1 9 3 4 - 2 0 0 5 ), i n Re v i sta d e Der ec ho Mer ca nt il, nº 2 5 7 , j ul ho – s ete mb r o , 2 0 0 5 ,
p p . 1 6 7 5 -1 6 7 7 ) .
42
93
Na me s ma li n h a, G E O R G E S R I P E R T e G . R O B L O T , M IC H E L G E R M A I N ( a t ua l.) , T ra i té d e
Dro it Co mm er cia l, c it ., p . 3 9 7 .
94
A cl as s i fi cação p r o p o s ta p o r G U Y O N p ar a o s c o nt r ato s e xt r a -e s tat u tár i o s e n glo b a a)
p acto s so b r e a si t uaç ão d o s a sso ci ad o s ; b ) p ac to s so b r e a s it ua ção d o s d ir i ge n te s; c)
p acto s so b r e a s it ua ção d a so ci ed ad e ( nel es i n cl uíd o s o s aco r d o s d e vo t o e a co r d o s p ar a
o fi na n ci a me n to d a so cied ad e) e d ) p acto s c eleb r ad o s p o r o ca si ão d a liq uid ação e
p ar ti l ha ( L e s so c iét és … , ci t.) . No p r e se n te tr ab al ho , al é m d o s aco r d o s d e vo to , não s e
ex a mi n a o s p acto s so b r e a s it u ação d o s d ir i ge n te s p o r e n vo l v er e m t e m as d e d ir e ito d o
tr ab a l ho e, ma i s q u e is so , p o r t r aze r e m à d i sc u s são asp ec to s l i gad o s às p r eo c up açõ e s
co m b o a s p r át ica s d e co r p o ra te g o ve rn a n c e . O s p acto s o r a es t ud ad o s r e fer e m- s e
p r ecip u a me n te a p o s içõ es i n v id id u ai s d o s só c io s, ai nd a q u e e m b e ne f íc io d a so c ied ad e
( co mo aco r d o s p r e ve nd o p r es taç ão a ce ssó r ia) . S O P H I E S C H I L L E R faz le it ur a p ec u li ar d o
fe nô me no , i nd ica nd o a se g u i nte d i v i são d o s p a cto s ( o u “a mé na g e me n t s”) : ( i) aco r d o s
r ela ti vo s à n ece s sid ad e d e u n a gar a nt ia p ar a to d a cr iaç ão d e a ti v id a d e; ( i i) a co r d o s
r ela ti vo s à nec e ss id ad e d e u ma p r o te ção d a g ar a nt ia p ar a to d o o d es en vo l vi me n to d e
u ma a ti v id ad e ; ( ii i) a c o r d o s r ela ti vo s à co n e x ão e nt r e o p o d er e a r esp o n sab il id ad e
en tr e o s a s so c iad o s; ( i v) aco r d o s r el at i vo s à co n ex ão e nt r e o p o d er e a r esp o n sab il id ad e
d o s d ir i ge n te s e ( v) aco r d o s r ela ti vo s à co n e xão e ntr e o p o d e r e a r e sp o n sab il id ad e d o s
as so c iad o s o u d ir i ge n te s p ar a a co ncl u são d e u m co nt r ato d e ca u ção ( Le s li mi te s d e la
lib e r té co n t ra ctu el le.. . c it.) .
43
95
C f. L es so cié té s... ., c it. , p . 3 0 9 .
96
E s sa p o s ição s er á co me nt ad a ad ia n te, no Cap ít u lo 4 .
44
97
C E L S O A L B U Q U E R Q U E B AR R E T O ap r e se nt a o s eg u i nt e r o l d e p r o ib i çõ es ao s p acto s,
d e mo n s tr a nd o , as s i m, p r eo c up aç ão co m se u s e f e ito s so b r e a l vo s d e p r o t eção d o d ir ei to
so c iet ár io : “( a) i nd et er mi n aç ão d e es co p o o u ‘ aco r d o s e m ab er to ’, c ar acte r iz ad o s p el a
in e sp ec i fi cid ad e d o aj u st e, q ua n to à s ma tér ia o u d ir et r iz es d o vo to ” ; ( b ) ce ss ão d o
d ir ei to d e vo to se m tr a n s fer ê nci a d a ti t ul ar id a d e d as a çõ e s; ( c) ne go ciaç ão d o vo to
( cr i me – ar t . 1 7 7 , § 2º d o CP ) ; ( d ) vio l ação d e d ir ei to s e s se nc ia i s d o acio ni st a; ( e)
vio la ção d a l e gi sl ação an ti tr u ste ; ( f) aco r d o d ano so ao s i n ter e s se s d a so c ied ad e; ( g)
aco r d o s q ue t e n ha m p o r o b j eto as d e clar açõ e s d e ver d ad e ( ap r o va ção d e co n ta s etc) ”
( A co rd o s d e a cio n i sta s, cit. , p . 6 4 ) . O a u to r , co n tud o , n ão e xa mi n a co m ma i s va gar c ad a
u m d es s es a sp ec to s .
98
i n O No vo D i re ito S o ci etá rio , 3 ª ed . r e fo r mu l a d a, S ão P a ulo , Ma l he ir o s, 2 0 0 2 .
99
( C A L I X T O S A L O M Ã O F I L H O , A co rd o d e A cio n i sta s..., ci t., p .9 6 )
100
So b r e o s q u ai s o a uto r as se v er a ser e m “[ t] r ad ic io n ai s ele me nto s d e d i s cip l i na d ir e ta
en tr e só cio s, s eq uer co b er to s p e la l ei so cie tár ia ( q u e não p r e v ê d is ci p li na e sp ec í f ica
p ar a p r e fer ê n ci a na ve n d a d e açõ e s e n ão tr az d is cip li na d e co mp r a e ve nd a, e xce to o
li mi te ge n ér i co d o ar t 1 0 9 ) ess as r e gr a s e m nad a a f eta m a r ela çã o o u es tr ut u r a
so c iet ár i a” ( id e m, ib id e m) .
45
101
I d e m, p . 1 0 2 .
102
I d e m, p . 1 0 3 .
103
P r o sse g u e o a uto r : “A r elaç ão fic a mai s e v id e n t e e ne ce s sár ia naq ue le s cao s e m q u e,
an te s q u e na t ur a is , a s co n seq u ê nc ia s d a i n ser ção d o aco r d o n a e s tr ut u r a so c ie tár ia
ger a m p r o b le ma s d o u tr i nár io s. É o q ue o co r r e no q ue r e sp e it a ao s a co r d o s so b r e o
ex er c ício d e vo to ( q ue s ão , d e r es to , o tip o ma i s co mu m) . Aq u i, d e u m lad o , r e s sal ta a
car ac ter í st ica so c iet ár i a ( d e f ato ) d o aco r d o . D e o u tr o , a p o ss ib i lid ad e d e cho q u e e ntr e
as d i sp o s içõ e s so b r e vo t o d o s e s ta t uto s e d a l ei ” ( id e m, ib id e m. Gr i f o u -s e)
46
104
C f. it e m “No t a s d e co m p ar ação le g i sla ti v a” no Cap ít u lo 1 .
105
Alé m d a s o b r as q ue tr a t a m d e aco r d o d e acio n i s ta s e, p o r t a nto e xp li ca m a si st e má ti ca
d o s aco r d o s d e vo to s, cf . G A S T O N E C O T T I N O , Le co n ven zio n i d i vo t o n elle so ci et à
co me rc ia l le, M il a no , Gi u f fr è, 1 9 5 8 ; P I E R G I U S T O J AE G E R e F R AN C O B O N E L L I ( co o r d . ) ,
S in d a ca t i d i vo to e s in d a ca ti d i b lo c co , Mi la no , Gi u f fr è, 1 9 9 3 ; M Á R I O L E I T E S A N T O S ,
Co n t ra to s p a ra s so c ia i s e a co rd o s d e vo to n a s so c ied a d e s a n ó n ima s, L isb o a, Co s mo s,
1 9 9 6 ; H AR T M U T L Ü B B E R T , A b s ti mmu n g sv er ei n b a ru n g en in d en A k ti en - u m G mb H-
R ech t en d e r E WG- S ta a t en , d e r S ch wei z u n d G ro βb r ita n n ien s, B ad e n - B ad e n, No mo s,
1 9 7 1 ; C H A R L E S F R E Y R I A , É tu d e d e la ju r i sp ru d e n ce su r le s co n ven tio n s p o rta n t a tt ein te
a la lib e rté d u vo t e d a n s le s so c ié té s, i n Re v u e tr i me s tr i el le d e d r o it co m mer c ia l, n .º
I V, 1 9 5 1 , p p . 4 1 9 -4 3 7 ; J O AQ U I M G AR R I G U E S , S i n d ica to s d e A ccio n i sta s , i n R e vi st a d e
Der e c ho M er ca n ti l, n .º 5 5 , J a ne ir o – Mar ço , 1 9 5 5 , p p . 9 1 -1 0 7 . G I O R G I O S E M I N O , I l
p ro b l ema d e lla va lid ità d ei s in d a ca ti d i vo to , Mil a no , G i u f fr è, 2 0 0 3 ; R A Ú L V E N T U R A ,
A co rd o s d e vo to : a lg u m a s q u e stõ es d ep o i s d o C ó d ig o d a s S o c ied a d e s C o me rcia i s ( CS C ,
a rt. 1 7 º ), i n E s tu d o s v á rio s so b re so ci ed a d e s a n ô n ima s: co men tá r io s a o Có d ig o d a s
S o cied a d e s Co m e rcia i s, Co i mb r a, Al med i na, 1 9 9 2 , p p . 7 -1 0 1 ; V A S C O D A G AM A L O B O
X AV I E R , A va lid a d e d o s s in d i ca to s d e vo to s n o d i rei to p o r tu g u ê s co n st itu íd o e
co n s ti tu en d o , i n Re v is ta d a Or d e m d o s Ad vo g ad o s P o r t u g u es es 3 ( d ez . 1 9 8 5 ) , p p . 6 3 9 -
5 3 ; AAV V., Tra va u x d e L’ a s so cia tio n Hen r i Ca p ita t p o u r la Cu ltu re Ju r id iq u e
F ra n ça i se, T. X - Le s co n so rt iu m s d 'a c tio n n a ir e s e t la p ro te ct io n d e s m i n o ri té s d a n s le s
so c iét és a n o n y me s (Jo u rn ée d e B e rn e ). V en t e à te mp é ra m en t ( Jo u rn é e d e Neu ch a t el ),
P ar is , Lib r ar i e D al lo z, 1 9 5 6 .
47
Por essa razão, a presente tese tem como objeto de análise, os pactos
parassociais voltados exclusivamente a disciplinar direitos individuais e
patrimoniais de sócios, que ora se convenciona tratar por pactos
parassociais patrimoniais 107 – em oposição, portanto, a contratos
parassociais cujas cláusulas refiram-se a direitos sociais como o voto e
temas correlatos, que afetem a organização da sociedade de forma direta e
imediata 108.
106
C f., p o r e xe mp lo , o § 2 º d o ar t. 1 1 8 d a LS A , q ue d et er mi n a q ue o s “aco r d o s não
p o d er ão ser i n vo c ad o s p ar a e x i mi r o ac io ni st a d e r e sp o n sab il id ad e n o e xer c íc io d o
d ir ei to d e vo to ( ar t. 1 1 5 ) o u d o p o d er d e co n tr o l e ( ar t s. 1 1 6 e 1 1 7 ) ”.
107
Ai nd a q u e a es co l ha ter mi n o ló g ica p o ss a se mo str ar r el at i va me n te i mp e r fe it a, não s e
en co ntr a na d o u tr i na o u tr a d es i g naç ão e sp e cí f ic a p ar a o s ub co nj u nto d e aj u st es q ue se
p r o cu r a e st ud a r , d e ntr o d o a mp lo co nj u n to d o s p acto s p ar a s so c iai s. P o r o utr o l ad o , não
p ar ece nd o i g ua l me n te c o r r eto d ei xar d e i nc l uir o ter mo p a ra s so c ia i s p ar a d e s i g nar o s
co n tr a to s e m e xa me , o p to u -s e p o r q ua li f ic á -l o ut il iza nd o a me s ma d is ti n ção e ntr e
d ir ei to s p o lí tico s e p atr i mo nia i s d e q ue s e va l e a L ei n. 6 .4 0 4 /7 6 p ar a e v id e nc iar a s
d i fer e n te s p r e r r o gat i va s co n f er id as ao s ac io ni s ta s.
108
Co mo ac i ma se ap o n t o u L U I G I F A R E N G A , n a me s ma li n h a, d e si g n a es se gr up o d e
co n tr a to s co mo co n t ra to s p a ra s so c ia i s e xt ra s so c ia i s ( co n tr a tt i p ar a so c ia li e x tr a so c ia li) ,
co n s id er a nd o q ue n ã o g era m efe ito s so b r e a o rg a n i za çã o d a so cied a d e, ma s a p en a s
so b re d ir ei to s in d ivid u a is d o s só cio s, e m o p o si ção àq u el es q ue d e s ig n a m co n t ra to s
p a ra sso cia is st ri cto s e n su , cap a ze s d e p r o d uz ir e fei to s so b r e a o r ga n iz ação d a
so c ied ad e ( aco r d o s d e v o to e d e ad mi n i str a ção , p o r e xe mp lo ) ( I co n t ra tti p a ra so c ia l i,
Mil a no , Gi u f f r è, 1 9 8 7 , p p . 2 2 4 -2 5 ) . Op to u - se p o r não ut il izar a me s ma exp r e s são , p o i s
48
111
É p o s sí ve l a f ir mar , c o m O P P O , q ue o s p ac t o s p ar a s so c ia is são d e mo n st r ação d o
fe nô me no d a t ip i cid ad e so c ia l q ue não p o d e ser d e sco n sid er ad o p el o i nt ér p r e te ( “a
q ue s to p u n to no n è e sa g er ato p ar lar e d i u na c er t a tip ici tà so c ial e d el f e n o me no : t ip i ci tà
ch e no n p uò e ss er e i g no r ata o so tto v al u tat a d al l ’ i nter p r et e” L e co n ven zi o n i p a ra so cia le
tra d i ri tto d e ll e o b b l ig a zio n i e d ir it to d e ll e s o cie tà , c it. , p . 5 1 9 ) . C o n fo r me a s si na la
P A U L A A. F O R G I O N I , co m es có l io e m B O B B I O , “[ a] p r á tic a r e it er ad a e d is se mi nad a d e
ato s d á o r i g e m a co mp o r ta me n to s so cia l me n te s típ i co s o u à “t ip i cid ad e so c ial ” e, ne s se
se n tid o , p o d e - se v is l u mb r ar c er ta “r a cio n al id ad e esp o n tâ n ea” n a fo r maç ão d o
o r d en a me n to j ur íd i co ” ( A evo lu çã o d o d ir ei to co me rcia l... ci t., p p . 2 3 7 -2 3 8 ) .
50
7. Inovação de perspectiva
Talvez por essa razão, em que pese sua relevância na atual vida
empresarial, os pactos parassociais que ora se designa “patrimoniais” não
têm sido estudados de forma sistemática sob a perspectiva da lógica
própria que informa o relacionamento societário, repetindo-se o simples
argumento de que, dizendo respeito a direitos patrimoniais dos sócios e
sendo autônomos do estatuto social, seriam regidos pela teoria geral dos
contratos – o que não implica, entretanto, que estejam como que imunes ao
regramento societário, a salvo da incidência de suas regras cogentes e de
seus princípios.
112
Co n v é m j á r ep r o d uz ir a liç ão d e M E N E Z E S C O R D E I R O q ue mu i to i n f l ue nc ia o s
ar g u me nto s d e st e tr ab al ho , co m r e laç ão à ai nd a fr eq u e nte “i n se n sib il id ad e ” n a
co n s id er a ção d e a sp e c to s co mo a l ea ld a d e na s r el açõ e s e ntr e p ar tic u lar es : “[ o ]
lib er al is mo e a s co d i f ic açõ e s d e le tr ib utá r ia s f o r a m p o uco s e ns í ve i s, n o i ní cio , à id e ia
d e leald ad e. D e r es to , is so s u ced e u, e m ger al, co m o s co n cei to s i nd e ter mi n ad o s q u e
p o st u la va m o r d e na me n t o s al ar gad o s p ar a al é m d o ju s p o si tu m . Ao s cid ad ão s er a m
r eco n hec id o s d i r ei to s q u e el e s e x er cer ia m co mo b e m l h es p ar e ce s se. Ap e na s er a d e vid a
o b ed iê nc ia ao s co nt r ato s li vr e me n te ce leb r ad o s e, na t ur al me nt e, à le i. P ar a alé m d i s so ,
não ha ver ia ma i s “le al d ad es ” e x i gí v ei s” ( A l ea ld a d e n o d i re ito d e so c ied a d e s, i n
Re v i sta d a Or d e m d o s Ad vo gad o s, d ez/2 0 0 6 , p . 2 ) . Ad e ma i s, so b r et ud o e m p aí se s d a
co mmo n la w, o r e sp e ito ao co ntr a to é e x tr e mo e, p o r es sa r a zão q ue e sc a p a à a ná li se d e
ap li cad o r e s d e d i r ei to me no s p r ud e n te s, não é sa l uta r r ep r o d uz ir mi me ti ca me n te o s
p acto s e co n ve n çõ e s id eal izad o s e m a mb ie n te in s ti t uc io nal tão d i s ti nt o d o b r a si le ir o .
C f. ne s se p o nto , L A U R E N T C O N V E R T , L’ i mp e r a tif e t le su p p l ét if … p . 5 0 1 e ss ( “e n
An g le ter r e, l ’i mp er a ti f co r r e sp o nd e n e fe t a u r esp e ct d e la lib er té co nt r act u el le, ta nd is
q ue le s up p lét i f i nté r e ss e l ’ap p li cat io n e f f ec ti v e d e la lo i lé g i fér ée. C’ es t le co n t ra t q u i
es t o b lig a to i r e p lu s q u e la d isp o s it io n lég a le. L es co n vet io n s d o i ve n t êtr e r e sp e ct ée s
p ar l e j u g e e t p a r l e lé g is la te ur . La v ér i ta b le lo i e st e n co n séq ue n ce d ’ es s e nce
co n tr a ct ue ll e p l u s q u e p ar le me n t air e . La f o r ce o b li ga to i r e d e s co n ve n tio n s se p o se e n
co n séq u e nce e n d e s ter me s d i f fér e nt s d e ce u x q ui p r é va le n t s ur l e Co nt i ne n t”. Gr i f o u -
se) .
51
113
Co n s u lto u - se t a mb é m, s e m ê x ito , o s a n uár io s d a I C C ( I nter n at io na l C ha mb er o f
Co m me r ce) d e P ar is , e m q u e d ec i sõ e s ar b itr ai s s ão p ub li cad a s.
114
Os p ar ec er e s co mp il ad o s p e lo P r o f . F A B I O K O N D E R C O M P AR A T O e m N o vo s E n sa io s e
P a re ce re s d e D ir ei to E mp r esa r ia l, c it. , são d a q ue le s p o uco s te x to s e m q ue o me s mo
vi é s é o b ser vad o . Não se e nco n tr o u, p o r é m, o b r a q ue co mp il as se a s co n cl u sõ e s q ue
d ele s p o d e m ser e x tr a íd o s p ar a a teo r ia g er al d o d ir e ito so c ie tár io .
115
I n ser id o p e la L ei n. 1 0 . 3 0 3 /2 0 0 1 .
116
A d esp ei to d a e v id e nt e r el e vâ nc ia d e tai s q ue s tõ e s, i mp o r t a d e sd e j á f r is ar q ue s ua
an ál is e ser á aq u i e mp r e end id a ap e na s d e fo r ma a nci lar , q ua nd o a ss i m se mo s tr ar út il
p ar a o d e se n vo l v i me n to d a te se. O e s fo r ço d e s te e st ud o é, p r ec i sa me n te, l a nçar l uze s
so b r e p r o b le ma q u e e sc ap a àq u ele s t ip ic a me n te ab o r d ad o s p ela d o utr i n a p át r ia no q ue
ta n ge ao s co ntr ato s p ar a s so ci ai s.
52
117
C f. it e m 4 .2 , Cap í t ulo 4 .
118
Na maio r ia d a p r o d uç ão d o utr i nár ia so b r e o as s u nt o , o s j ur i sta s não e sc lar e ce m co mo
o d ir e ito so cie tár io d e v e i nc id i r so b r e co ntr ato s p a r a sso ci ai s, v ale nd o - se d e e xp r e ssõ es
va g as . P o r exe mp lo , vid e a o b ser v ação d e F AB I O K O N D E R C O M P AR A T O : “a va lid ad e d e
tai s n e gó cio s er a, e nt ão ( a nte s d a Le i n. 6 .4 0 4 /7 6 ) , co mo ai nd a é ho j e, s ub met id a às
no r ma s co mu n s d o d ir eito p r i vad o , a p a r d a s reg ra s g e ra i s d o d i r eito so cie tá rio ”
( E fi cá cia d o s a co rd o s d e a cio n is ta s, i n N o vo s en sa io s e p a rec ere s d e d i re ito
emp re sa r ia l , Rio d e J a n eir o , Fo r e n se , 1 9 8 1 , p . 7 6 . Gr i f o u -s e) .
119
Rea li zad a p esq u i sa na j ur i sp r ud ê nc ia p átr ia, ver i fi co u - se a e s ca ss ez d e d eci sõ e s
j ud ic ia is q ue i nd iq u e m a ap li caç ão d o d ir e ito so c iet ár io a co n tr a to s p ar a sso cia i s. O s
j ul gad o s lo ca liz ad o s a p en as ta n ge n ci a m o p r o b le ma, n ão e n fr e n ta nd o clar a me nt e a
q ue s tão . P ar a a s p o u cas e xc eçõ e s, c f. a an ál is e p r e se n te na s eção A N Á L I S E S
J U R I S P R U D E N C I A I S , ao f i na l d o p r es e nte tr ab al ho .
53
8. Plano da Tese
120
E s s a p o si ção é, d e c e r ta fo r ma, r e s ul ta n te d a tr a nsp o s ição e xa g er a d a d e no çõ e s
o b tid a s e m r e g i me s d e c o mmo n la w p ar a a r eal id ad e b r a si le ir a.
54
5 - CONCLUSÕES
121
G I O R G I O O P P O , Co n tra t ti P a ra so c ia l i, c it ., p . 2 .
56
123
Ar t. 1 1 3 d o Có d i go C i v il.
58
124
E x ceç ão ne ce ss ár i a se d ev e fa zer ao acó r d ão d o ST J so b r e o ca so P e tr o p la s tic , e m
q ue e ss a r e laç ão fo i ap o nt ad a.
59
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l’actualité et les évolutions comparées du droit allemand et du droit
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