Constituicoes OCD

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REGRA

CONSTITUIÇÕES
E
NORMAS APLICATIVAS

DOS
IRMÃOS DESCALÇOS DA ORDEM
DA BEM-AVENTURA
DA VIRGEM MARIA
DO MONTE CARMELO

ROMA
CÚRIA GERAL OCD
1986
Edições Carmelo, 2008

Com as devidas licenças

Depósito Legal: 273582/08


ISBN: 978-972-640-109-4

Edições Carmelo
Convento de Avessadas
Apartado 141
4634-909 Marco de Canaveses
Tel.: 255 531 354 Fax: 255 531 359
E-mail: [email protected]
www.carmelo.pt

Impressão e acabamento:
Artipol - Águeda
CASA GENERALIZIA
CARMELITANI SCALZI
CORSO D’ITÁLIA. 38 - 00198 ROMA

Prot. N. 187/2007 DF

O nosso Definitório Geral, depois de ter examinado


atentamente a tradução portuguesa das Constituições e
Normas Aplicativas dos Carmelitas Descalços, aprovou e
autorizou a sua publicação.

P. Luis Aróstegui, OCD


Preposito Generale

P. Silvano Vescovi, OCD


Segretario Generale
DECRETO

Durante a celebração do IV Centenário da morte


de Santa Teresa de Jesus, é colocado nas nossas mãos um
código de vida, a cuja luz a Ordem deve recorrer, no tempo
que nos toca viver o caminho da perfeição evangélica
com renovado entusiasmo, segundo o espírito da sua
Fundadora.
As Constituições e as «Normas» do Carmelo
Teresiano, fruto de longa reflexão e do amoroso e diligente
aprofundamento do nosso carisma, que os Capítulos,
com a colaboração de toda a Ordem, levaram a cabo,
manifestam a vontade de sentir com a Igreja, de avançar
no mundo com a Igreja e de encarnar na vida as directivas
da Igreja, particularmente as propostas no Concílio
Vaticano II. Assim, cada um de nós, há-de chegar a ser
verdadeiramente um legítimo «filho da Igreja» com Teresa
de Jesus, segundo a vocação carmelitana de obsequioso
serviço à Santíssima Virgem Maria, reavivando o afã da
oração e da entrega apostólica.
Estes dois códigos - as Constituições e as «Normas»
- entraram em vigor com carácter experimental no
ano de 1976. Receberam a sua aprovação definitiva no
Capítulo Geral de 1979 e no Definitório Extraordinário
por mandato do mesmo Capítulo. E foram submetidos à
 decreto

análise e ulterior aprovação da Sagrada Congregação


para os Religiosos e os Institutos Seculares. Este
Dicastério sancionou e ratificou as Constituições, depois
de introduzir algumas modificações, por decreto de 7 de
Junho de 1981, solenidade de Pentecostes, oferecendo-as
aos nossos irmãos, «a fim de que se renovem no espírito da
Santa Madre, testemunhem no mundo uma nova fidelidade
teresiana e, como filhos autênticos, tornem presente na
Igreja, pela sua vida contemplativa e apostólica, a sua
Madre inflamada de amores seráficos».
Por isso, o Definitório, na sua sessão 93 do dia
4 de Outubro de 1981, promulga gozosamente as novas
Constituições da Ordem e as suas «Normas Aplicativas»,
revistas de acordo com as observações da dita Sagrada
Congregação, e declara e intima a entrada em vigor dos
dois códigos para toda a Ordem.
Roma, 4 de Outubro de 1981, vésperas da abertura
do IV Centenário da morte da nossa Santa Madre, Teresa
de Jesus.
FREI FELIPE SAINZ DE BARANDA
DA MÃE DE DEUS
Superior Geral
Frei Pedro Zubieta de S. José
Secr. Ger.
SAGRADA CONGREGAÇÃO
PARA OS RELIGIOSOS
E OS INSTITUTOS SECULARES
Prot. n. C. 20 – 1/80

DECRETO

A Ordem dos Irmãos Descalços da Bem-aventurada


Virgem Maria do Monte Carmelo, fazendo suas as nor-
mas do Concílio Vaticano II e outras da Sé Apostólica,
empenhou-se diligentemente na revisão das Constituições,
graças à prolongada tarefa dos Capítulos Gerais e cola-
boração de todas as Províncias. Ao realizar esta empresa
propôs-se, antes de mais, voltar «às fontes de toda a vida
cristã e à inspiração originária do Instituto», reconhecer
e conservar fielmente o espírito, os fins próprios e as sãs
tradições da Regra de Santo Alberto de Jerusalém e dos
Santos Teresa de Jesus e João da Cruz, e adaptar tudo isso
às novas circunstâncias dos tempos (cf. P. C. n 2).
Por isso, empenhou-se em aprofundar o carisma
segundo o espírito dos Santos Padres e os princípios e
costumes da tradição primitiva e iluminá-lo, com o olhar
fixo nos sinais dos tempos desde a perspectiva da fé, sob
a orientação da Igreja, com a finalidade de que o código
primeiro e fundamental da Ordem definisse claramente a
genuína natureza do Carmelo Teresiano, os seus fins e os
seus meios, os apresentasse na nossa época de maneira
10 decreto

acessível e apropriada e os consolidasse adequadamente


com as normas jurídicas precisas.
O Superior Geral, auscultando os desejos do
Capítulo Geral e dos religiosos, apresentou à Santa Sé
este código fundamental, ou Constituições, solicitando
encarecidamente a sua aprovação.
Assim, a Sagrada Congregação para os Religiosos e
os Institutos Seculares, depois de ter submetido o texto ao
exame dos Consultores, após madura reflexão e em vista
do voto favorável da Comissão, aprova-o e confirma-o,
com as modificações introduzidas pela mesma Comissão,
por meio do presente decreto que está conforme ao
exemplar redigido em latim, que se guarda no seu arquivo,
cumpridos todos os requisitos do direito.
A mesma Congregação, por sua vez, em vésperas
do quarto centenário do piedoso trânsito de Santa
Teresa deste mundo para o Pai, aprova de bom grado as
Constituições e oferece-as a todos os religiosos para a
sua observância, a fim de que se renovem no espírito da
Santa Madre, testemunhem no mundo uma nova fidelidade
teresiana e, como filhos autênticos, tornem presente na
Igreja, pela sua vida contemplativa e apostólica, a sua
Madre inflamada de amores seráficos.
Dado em Roma, a 7 de Junho, Solenidade do
Pentecostes, de 1981.
E. CARD. PIRONIO
Pref.
Basil Heiser, ofm
subsecr.
CONGREGAÇÃO PARA OS RELIGIOSOS
E OS INSTITUTOS SECULARES
Prot. n. 20 - 1/86

NOVO DECRETO

O Capítulo Geral da Ordem dos Irmãos Descalços


da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo,
celebrado no ano de 1985, fez a adaptação das
Constituições aprovadas pela Sé Apostólica em 1981
ao novo Direito Canónico, terminado já o tempo de
experiência estabelecido pelo Motu Próprio «Ecclesiae
Sanctae» II, 6. O Superior Geral apresentou à aprovação
da Congregação para os Religiosos e os Institutos
Seculares estas acomodações feitas pelo Capítulo Geral.
A dita Congregação examinou-as com atenção,
aprovou-as e confirmou-as pelo presente decreto, segundo
o texto latino que se conserva no seu arquivo.
Por outro lado, concede as dispensas pedidas dos
cânones 625, parágrafo 3, e 656, 3, para poder assim
observar as normas dos artigos 120. 121. 123. 156. 197,
segundo a determinação do Capítulo Geral.
Cumpra-se também tudo o resto que manda o
direito. Sem que nada obste em contrário.
Roma, 5 de Março de 1986.
FR. JERONIMO CARD. HAMER, O. P.
Prefeito
Vicente Fagiolo
Secret.
CARTA DO SECRETARIADO
DA CONGREGAÇÃO
PARA OS RELIGIOSOS
E OS INSTITUTOS SECULARES

Roma, 7 de Março de 1986

Reverendo Padre Geral:


É com muito gosto que lhe envio junto o decreto
de aprovação da adaptação das Constituições ao novo
Código de direito canónico.
As correcções assinaladas no documento C, e muito
bem justificadas no documento B, que junta ao seu pedido
do dia 11 de Janeiro passado, incluindo a modificação
do artigo 185 das Constituições de acordo com o exposto
a 27 do passado mês de Fevereiro, foram aceites na
generalidade como estando segundo as disposições do
direito canónico.
Com respeito às duas normas contra o direito
(cc. 625, 3; 656, 3) pareceu conveniente conceder a sua
dispensa incluída no próprio decreto de aprovação.
Julgamos oportunas duas observações particulares:
a primeira diz respeito ao n. 91, onde, para se evitarem
mal-entendidos, em vez de «salva dependencia ab Episcopo
14 carta do secretariado

dioecesano», é melhor dizer: «sub auctoritate Episcopi


dioecesani»; a outra refere-se ao número 183, onde,
ao falar das sessões do Definitório geral, a citação ao
fundo da página não se refere ao can. 119, 2, mas antes,
ao can. 127, 1.
Com os melhores sentimentos, fico de V. Paternidade
muito dedicado no Senhor.
VICENTE FAGIOLO
secret.
NOVO DECRETO

É com muita alegria que oferecemos aqui, a toda a


nossa família, o texto das Constituições da nossa Ordem
e das suas Normas Aplicativas, adaptadas às disposições
do novo Direito Canónico e aprovadas pela autoridade
competente.
Com efeito, estes dois textos, que contém o nosso
direito particular, foram revistos e aprovados seguindo os
princípios e as normas do Concílio Vaticano II acerca da
acomodada renovação da vida religiosa. Mais tarde, sob a
autoridade de João Paulo II, promulgou-se o novo Direito
Canónico, que afectou toda a disciplina eclesiástica geral.
Por conseguinte, foi necessário voltar a rever o nosso
direito particular e adaptá-lo às prescrições do direito
universal.
Por esta razão, o Capítulo Geral da nossa Ordem,
celebrado em 1985, seguindo as directivas apropriadas
emanadas da Sé Apostólica, examinou com cuidado as
normas do direito próprio do nosso Instituto, corrigindo-as
em diversos artigos, a fim de adaptá-las ao novo Direito
Canónico no referente à vida consagrada. A seguir, a
Congregação para os Religiosos e os Institutos Seculares,
por meio do Decreto de 5 de Março de 1986, aprovou com
a sua autoridade as correcções propostas pelo mesmo
Capítulo Geral.
16 novo decreto

Finalmente, a 17 de Maio de 1986, na sessão 45, o


Definitório Geral determinou editar estes textos corrigidos
das Constituições e suas Normas Aplicativas, declarando
que entrarão em vigor com força de lei no dia 28 de
Novembro deste ano de 1986, aniversário da reforma
começada entre os frades pela Santa Madre Teresa.
Roma, 17 de Maio de 1986.

FREI FELIPE DE BARANDA


DA MÃE DE DEUS
Superior Geral
Fr. Pedro Zubieta de S. José
Secr. Ger.
SIGLAS

1. Documentos do Concílio Vaticano II

AA = Decreto «Apostolicam Actuositatem» sobre


o Apostolado dos Leigos
AG = Decreto «Ad Gentes» sobre a Actividade
Missionária da Igreja
CD = Decreto «Christus Dominus» sobre o Mú-
nus Pastoral dos Bispos
DV = Constituição Dogmática «Dei Verbum» so-
bre a Revelação Divina
GS = Constituição Pastoral «Gaudium et Spes»
sobre a Igreja no Mundo Actual
LG = Constituição Dogmática «Lumen Gentium»
sobre a Igreja
OE = Decreto «Orientalium Ecclesiarum» sobre
as Igrejas orientais católicas
O = Decreto «Optatam Totius» sobre a formação
sacerdotal
PC = Decreto «Perfectae Caritatis» sobre a reno-
vação da vida religiosa
SC = Constituição «Sacrosanctum Concilium»
sobre a Liturgia
18 SIGLAS

2. Documentos da Santa Sé

Can. = Cânones do Direito Canónico.


ET = Paulo VI, exortação Evangelica Testificatio,
29.6.1971 – AAS 63 (1971) 497-526.
IGLH = Congregação para o Culto Divino, Institu-
tio generalis de Liturgia Horarum, 2.2.1971
(Roma, 1971).
IGMR = Congregação para o Culto Divino, Institutio
generalis Missalis Romani (1969).
Mut. Rel. = Congregações para os Bispos e para os Reli-
giosos e os Institutos Seculares, Mutuae Re-
lationes; orientações para as mútuas relações
entre os Bispos e os Religiosos, 14.5.1978
– AAS 70 (1978) 473-508.
Sac. Coel. = Paulo VI, Encíclica Sacerdotalis coelibatus,
24.6.1976 – AAS 59 (1967) 657-697.

3. Obras de Santa Teresa de Jesus

CP = Caminho de Perfeição (Es = ms. autógr. do


Escorial).
CAD = Conceitos do Amor de Deus.
CT = Carta (Epistolário).
Const = Constituições primitivas das Carmelitas
descalças (ed. Obras, P. Tomás da Cruz,
Burgos, 1977).
Des = Desafio.
F = Fundações.
SIGLAS 19

M = Moradas ou Castelo Interior (antepõe-se o


número da Morada).
MV = Modo de Visitar os Conventos.
R = Relações Espirituais e Mercês de Deus.
V = Livro da Vida.

4. Obras de São João da Cruz


C = Cântico Espiritual.
Ch = Chama de Amor Viva.
N = Noite Escura (antepõe-se o número do livro).
S = Subida do Monte Carmelo (antepõe-se o nú-
mero do livro).

5. Outras obras

AAS = Acta Apostolicae Sedis.


AOCD = Acta Ordinis Carmelitarum Discalceato-
rum.
AnOC = Analecta Ordinis Carmelitarum.
BMC = Biblioteca Mística Carmelitana, 21 vol.,
Burgos 1915-1935.
Bull. Carm = Bullarium Carmelitanum, vol. 1-I2, Roma
1715-1718.
Doc. = De Vita Religiosa Documenta Selecta, ed. P.
Simeón da S. Fam., Roma 1967.
MHCT = Monumenta Historica Carmeli Teresiani, ed.
Inst. Hist. Teresiano, vol. 1-2, Roma 1973.
REGRA «PRIMITIVA»

DA ORDEM DA BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA


DO MONTE CARMELO, DADA POR SANTO ALBERTO,
PATRIARCA DE JERUSALÉM, E CONFIRMADA POR
INOCÊNCIO IV1

[Saudação]
[1] Alberto, pela graça de Deus chamado a ser
Patriarca da Igreja de Jerusalém, aos amados filhos em Cristo,
B[rocardo] e outros eremitas que, sob a sua obediência,
vivem junto da Fonte [de Elias], no Monte Carmelo,
saudações no Senhor e a bênção do Espírito Santo.

[Seguimento de Cristo]
[2] Muitas vezes e de muitos modos (cf. Hb 1,1)
os Santos Padres estabeleceram como cada um – qualquer
que seja o estado de vida a que pertença ou a forma de vida
religiosa que tiver escolhido – deve viver em obséquio de


No Registo Vaticano e nos códices mais antigos encontramos apenas a letra
B., que mais tarde os carmelitas interpretaram como Brocardo.

Também aqui o Registo Vaticano diz somente: “junto à Fonte”. O nome de
Elias é um dado posterior. Há uma nova numeração a partir daqui.
22 REGRA

Jesus Cristo (cf. 2Cor 10,5) e servi-l’O fielmente com


coração puro e recta consciência (cf. 1Tm 1,5).
(3) No entanto, como nos pedis uma fórmula de vida
de acordo com o vosso projecto e à qual deveis permanecer
fiéis no futuro:

[Prior e vínculos sagrados]


[3] (4) Estabelecemos, em primeiro lugar, que
tenhais um de vós como Prior, que há-de ser eleito por
consenso unânime de todos ou, pelo menos, da parte mais
numerosa e madura. A ele prometerão obediência todos os
demais e preocupar-se-ão em manter a promessa na prática
(cf. 1Jo 3,18), juntamente com a castidade e a renúncia à
propriedade.

[Lugares para vossa residência]


[4] (5) Podereis fixar os vossos locais de residência
na solidão, ou onde vos forem doados, desde que sejam
adequados e convenientes ao vosso modo de vida religiosa,
conforme o que parecer mais oportuno ao Prior e aos
irmãos.

[Celas dos irmãos]


[5] (6) Além disso, tendo em conta a situação do
lugar em que tenhais decidido estabelecer-vos, cada um
de vós tenha a sua própria cela separada, conforme lhe
for indicado pelo Prior, com o consentimento dos outros
irmãos ou da parte mais madura.
REGRA 23

[Mesa comum]
[6] (7) Todavia, isto seja feito de modo a que possais
comer num refeitório comum quanto vos seja distribuído,
escutando juntos alguma leitura da Sagrada Escritura, onde
se puder observar sem dificuldade.

[Autoridade do Prior]
[7] (8) A nenhum irmão seja lícito, a não ser
com licença do Prior em exercício, mudar de cela nem
permutá-la com outro.
(9) A cela do Prior esteja junto da entrada do lugar
onde habiteis, de modo que seja ele o primeiro a acolher
aqueles que venham de fora; e depois tudo o que se deva
fazer, faça-se segundo a sua vontade e decisão.

[Oração contínua]
[8] (10) Permaneça cada um na sua cela, ou perto
dela, meditando dia e noite na lei do Senhor (cf. Sl 1,2; Js
1,8) e vigiando em oração (cf. 1Ped 4,7), a não ser que se
deva dedicar a outros justificados afazeres.

[Liturgia das horas]


[9] (11) Os que aprenderam a recitar as horas canónicas
com os clérigos, devem recitá-las conforme estabeleceram
os Santos Padres e segundo os legítimos costumes da Igreja.
Os que não aprenderam, digam vinte e cinco vezes o Pai
nosso durante a oração de Vigília, excepto aos Domingos
e dias de Solenidade, para os quais ordenamos que – na
oração de Vigília – se duplique o número mencionado, de
24 REGRA

modo que o Pai-nosso se diga cinquenta vezes. A mesma


oração deve recitar-se sete vezes na oração de Laudes, e em
cada uma das outras horas, à excepção das Vésperas, em
que se deverá dizer quinze vezes.

[Renúncia à propriedade e comunhão de bens]


[10] (12) Nenhum dos irmãos diga que algo é seu,
mas tudo tereis em comum entre vós (cf. Act 4,32; 2,44), e
a cada um será distribuído aquilo que necessite, pela mão
do Prior – ou seja, por meio do irmão por ele designado
para essa função (Act 4,35) –, tendo em conta a idade e as
necessidades de cada um.

[Lícita posse de alguns bens em comum]


[11] (13) Na medida em que as vossas necessidades
o exijam, podeis ter burros ou mulos, e alguns animais ou
aves para alimentação.

[Oratório para o culto divino]


[12] (14) O oratório, conforme for mais fácil,
construa-se no meio das celas e aí vos devereis reunir
todos os dias pela manhã para participar na celebração
eucarística, quando as circunstâncias o permitam.

[Exposição de um tema espiritual e correcção fraterna]


[13] (15) Aos Domingos, ou noutros dias quando
necessário, reuni-vos para tratar da observância da vida
comum e do bem espiritual das pessoas. Nesta ocasião,
REGRA 25

corrijam-se com caridade as faltas e as culpas que sejam


encontradas em algum dos irmãos.

[Jejum]
[14] (16) Desde a festa da Exaltação da Santa Cruz
até ao Domingo da Ressurreição do Senhor, jejuareis todos
os dias, excepto aos Domingos, a não ser que uma doença,
debilidade física ou outro justo motivo aconselhem a
dispensar o jejum, pois a necessidade não tem lei.

[Abstinência]
[15] (17) Abstei-vos de comer carne, a não ser
que se deva usar como remédio em caso de doença ou
de debilidade física. E como, por causa das viagens, com
frequência tendes de mendigar o sustento, para não serdes
incómodos a quem vos hospeda, podeis, fora das vossas
casas, comer alimentos preparados com carne. Também
durante as viagens por mar podeis comer carne.

[Armas para o combate espiritual]


[16] (18) Uma vez que a vida do homem na terra é um
tempo de tentações (cf. Jb 7,1) e todos aqueles que querem
levar uma vida em Cristo estão sujeitos à perseguição (cf.
2Tm 3,12) e, além disso, o vosso adversário, o diabo, anda
à vossa volta como um leão que ruge, procurando a quem
devorar (cf. 1Ped 5,8), com toda a diligência procurai
revestir-vos com a armadura de Deus, para poderdes
resistir às insídias do inimigo (cf. Ef 6,11).
26 REGRA

(19) Cingi os rins com o cíngulo da castidade (cf. Ef


6,14); fortificai o vosso peito com pensamentos santos,
pois está escrito: «o pensamento santo te protegerá» (Pr
2,11, segundo a versão dos LXX). Revesti-vos da couraça
da justiça (cf. Ef 6,14), para poderdes amar o Senhor vosso
Deus com todo o coração, com toda a alma e com todas as
forças (cf. Dt 6,5) e o próximo como a vós mesmos.
Empunhai sempre o escudo da fé, com o qual
podereis repelir todas as setas incandescentes do inimigo
(cf. Ef 6,16), pois sem fé é impossível agradar a Deus (cf.
Hb 11,6). Colocai na cabeça o elmo da salvação (cf. Ef 6,17),
a fim de esperardes a salvação do único Salvador, que
libertará o povo dos seus pecados (cf. Mt 1,21).
Por fim, a espada do Espírito, que é a Palavra de
Deus (cf. Ef 6,17), habite com toda a sua riqueza (cf. Cl
3,16) na vossa boca e no vosso coração (cf. Rm 10,8). E
tudo o que tiverdes de fazer, fazei-o na Palavra do Senhor
(cf. Cl 3,17; 1Cor 10,31).

[Trabalho]
[17] (20) Deveis fazer algum trabalho, para que o
diabo vos encontre sempre ocupados e, assim, não encontre
nenhuma entrada nas vossas vidas. Seguindo o ensinamento e
exemplo do apóstolo São Paulo, pela boca do qual falava Cristo
(cf. 2Cor 13,3), e que Deus constituiu e deu como pregador e
mestre dos gentios na fé e na verdade (cf. 1Tm 2,7), não vos
podereis enganar: «Vivemos entre vós – diz ele – trabalhando
dia e noite sem descanso, para não sermos pesados a nenhum



Palavras tiradas de São Jerónimo, carta 125 a Rústico: “Para que o diabo te
encontre sempre ocupado, agarra-te a algum trabalho” (ML 22, 1078).
REGRA 27

de vós. Não que não tivéssemos direito, mas para vos darmos
um exemplo a imitar. De facto, quando estávamos entre vós,
repetíamos com insistência: “quem não quiser trabalhar, não
coma”. Ouvimos dizer que alguns de vós levam uma vida
irrequieta, sem nada fazer. A esses pedimos e ordenamos, em
nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem em silêncio e
ganhem o seu próprio pão» (cf. 2Tes 3,7-12). Este caminho é
santo e bom: segui por ele (cf. Is 30,21).

[Prática do silêncio]
[18] (21) O Apóstolo recomenda o silêncio, quando
manda que se trabalhe em silêncio (cf. 2Tes 3,12); do
mesmo modo afirma o profeta: o silêncio fomenta a justiça
(cf. Is 32,17); e ainda: «no silêncio e na esperança está a
vossa força» (Is 30,15). Por isso, determinamos que, após
a recitação das Completas, guardeis silêncio até depois
da conclusão da oração de Prima do dia seguinte. Embora
nas demais horas não tenha de ser observado um silêncio
tão rigoroso, guardai-vos com cuidado do muito falar. De
facto, como está escrito e assim a experiência o ensina, «no
muito falar não falta o pecado» (Pr 10,19); e «quem fala sem
reflectir julgará mal» (Prov 13,3). Do mesmo modo, «quem
fala muito prejudica-se» (Eclo 20,8). Diz ainda o Senhor no
Evangelho: «de toda a palavra inútil que os homens profiram
darão conta no dia do Juízo» (Mt 12,36). Portanto, cada um
de vós pese as suas palavras e ponha freio na boca, para não
escorregar e cair por causa da língua, e a sua queda não se
torne incurável e mortal (cf. Eclo 28,25-26). Vigie sobre a sua
conduta, para não pecar nas suas palavras (cf. Sl 38,2), como
diz o profeta; e procure observar atenta e prudentemente o
silêncio que fomenta a justiça (cf. Is 32,17).
28 REGRA

[Humilde serviço de autoridade]


[19] (22) Tu, irmão B[rocardo], e quem quer que
seja nomeado Prior depois de ti, tende sempre em mente e
ponde em prática aquilo que o Senhor diz no Evangelho:
«Todo aquele que quiser ser o maior entre vós, será vosso
servo, e quem quiser ser o primeiro, será vosso escravo»
(Mt 20,26-27; cf. Mc 10,43-44).

[Obediência prestável ao Prior]


[20] (23) E vós, demais irmãos, honrai humildemente
o vosso Prior pensando, mais que na sua pessoa, em Cristo
que o pôs acima de vós e que aos responsáveis da Igreja
disse: «Quem vos ouve a Mim ouve, quem vos despreza
a Mim despreza» (Lc 10,16). Não sejais condenados por
desprezo mas merecei, pela obediência, o prémio da vida
eterna.

[Conclusão]
[21] (24) Isto vos escrevemos brevemente para vos
dar uma fórmula de vida, segundo a qual deveis viver.
Se alguém fizer mais, o próprio Senhor, quando voltar, o
recompensará. Fazei, porém, uso do discernimento, que é
guia das virtudes.

Também aqui aparece somente um B. no Registo Vaticano (cf. a nota 1).




Provavelmente Alberto depende de João Casiano, Colações, 2,4: “A discrição




é a mãe, guardiã e moderadora de todas as virtudes” (ML 49, 528)


CONSTITUIÇÕES
primeira parte

VIDA

DOS RELIGIOSOS
CAPÍTULO 1

SENTIDO DA NOSSA VOCAÇÃO

I. Origens da nossa vocação

1. Os Irmãos Descalços da Ordem da Bem-aventurada


Virgem Maria do Monte Carmelo fazem parte de uma
família religiosa que, inserida no Povo de Deus e
enriquecida com um carisma próprio, cumpre uma missão
peculiar no Corpo Místico de Cristo.
Esta família, à qual somos chamados por uma
vocação pessoal e na medida em que é como uma expressão
renovada de uma Ordem antiga, alia a fidelidade à tradição
espiritual do Carmelo e um afã de renovação permanente:
duas atitudes que nos legou em herança a nossa Madre
Santa Teresa.
Conscientes disso e dóceis ao chamamento de Deus,
sentimo-nos em sintonia com o genuíno espírito e vida
dos nossos antecessores e testemunhamos a continuidade
e comunhão com a família. Assim, na gesta «dos nossos



F 29, 33: “Por amor de Nosso Senhor lhes peço… que ponham sempre os
olhos na casta donde vimos, daqueles santos profetas”. F 29, 32: “Agora
começamos e procurem ir começando sempre de bem em melhor”. No
referente à fidelidade e à renovação, cf. também F 2, 3; 4, 6-7; 27, 11-12;
28, 20-21; 29, 32-33; V 36, 29; CT 4.10.1578.
34 constituições

antigos Santos Padres», não vemos apenas feitos de um


passado longínquo, mas o esboço e o projecto providencial
da nossa vida na Igreja de hoje.
2. As origens da Ordem, o título de “Irmãos da Bem-
‑aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo», e as mais
antigas e sólidas tradições espirituais demonstram a índole
mariana e bíblica da nossa vocação.
Com efeito, ao eleger a Virgem Maria por mãe e
padroeira da Ordem, vemos na sua vida interior e união
com o mistério de Cristo um modelo admirável da nossa
consagração religiosa.
De entre as veneráveis personagens bíblicas,
prestamos culto especial ao profeta Elias, que contempla
o Deus vivo e se abrasa em zelo pela sua glória, como
o inspirador do Carmelo, e consideramos o seu carisma
profético como o ideal do nosso chamamento à escuta e
proclamação da Palavra de Deus.
3. Encontramos esta «fórmula de vida» originária na
Regra de Santo Alberto de Jerusalém, cujas prescrições
principais nos propõem como norma de conduta:
a) viver «em obséquio» de Jesus Cristo e servi-l’O
com coração puro e boa consciência, esperando só d’Ele
a salvação; prestar obediência ao Superior com espírito de
fé, fixando-nos mais na pessoa de Cristo do que na sua;


CP 11, 4.


No que se refere à inspiração bíblico-mariana da nossa vocação, veja-se em
santa Teresa: 3M 1, 3-4; 5M 1, 2; CP 13, 3; F 29, 33.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 1 35

b) meditar continuamente na lei do Senhor,


cultivando a leitura divina e fortalecendo a alma com
pensamentos santos, a fim de que a Palavra de Deus nos
encha os lábios e o coração com toda a sua riqueza e tudo
se realize pela mesma Palavra do Senhor;
c) celebrar diariamente, em comum, a sagrada Liturgia;
d) revestirmo-nos das armas que Deus nos dá, viver
com maior profundidade a fé, a esperança e a caridade e
seguir, pelo caminho da ascese evangélica, o exemplo do
Apóstolo da entrega alegre ao trabalho;
e) renovar a comunhão de vida com a solicitude
fraterna pela observância comunitária, e a salvação das
almas com a mútua correcção fraterna e a comunicação
de todos os bens sob a autoridade do superior que está à
frente dos religiosos como aquele que serve;
f) cultivar sobretudo a oração assídua num ambiente
de solidão, silêncio e vigilância evangélica;
g) proceder em tudo, mas especialmente nas obras
de arbítrio pessoal, com discrição, já que ela regula a
prática da virtude.
4. A Igreja aceitou e ratificou de maneira oficial esta
forma de vida, que se havia implantado e observado segundo o
modelo eremítico. Depois, ao reconhecer legalmente a Ordem


CP 4, 2; 21, 10; Const. 8.


5M 1, 2: “Este foi o nosso princípio; desta casta vimos, daqueles nossos
santos padres do Monte Carmelo que em tão grande solidão e com tanto
desprezo do mundo buscavam este tesouro, esta preciosa margarida”. - cf.
Gregório IX, Ex officii Nostri, 6.4.1229 (Bull Carm., I, 4-5) e Inocêncio IV,
Paganorum incursus, 26.7.1247 (ibidem, 8).

Cf. Inocêncio IV, Quae honorem Conditoris, 1.10.1247 (Bull. Carm., I, 8-11).
36 constituições

com o título e a condição de Mendicantes, confiou-lhe, com


a sua autoridade, a missão apostólica e ao mesmo tempo
recomendava-lhe fidelidade ao espírito primitivo.

II. Carisma teresiano

5. A origem da nossa família no Carmelo e o sentido


mais profundo da nossa vocação estão estreitamente vin-
culados à vida espiritual e ao carisma de Santa Teresa, e
sobretudo às graças místicas, sob cujo influxo ela conce-
beu o propósito de renovar a Ordem, orientando-a por
completo para a oração e contemplação das coisas divinas,
submetendo-a fielmente ao Evangelho e à Regra «primitiva»,
organizando-a com base em poucos membros, escolhidos
à maneira do pequeno rebanho evangélico e «fundada em
austeridade, oração e estrita pobreza»10.
6. Este projecto renovador desenvolve-se e adquire umas
linhas mais definidas ao longo de sucessivas experiências,


Cf. Inocêncio IV, Quoniam ut ait, 13.6.1245 (Bull. Carm., I, 7) e Sacrosancta
Romana Ecclesia, 2.8.1245 (ibidem, 12-13); Bonifácio VIII, Tenorem
cuiusdam Constitutionis, 5.5.1298 (ibidem, 48-49), interpretando a bula de
Gregório X, Unam ex Constitutionibus, 3.3.1275 (ibidem, 34-35); Bento XII,
Omnis naturae humanae, 4.11.1335 (ibidem, 70-71).

Cf. Inocêncio IV, Devotionis augmentum, 24.8.1254 (Bull. Carm., I, 13).

Cf. Alexandre IV. Paci et tranquillitati, 7.3.1261 (Bull. Carm., I, 20).
10
Quanto à relação entre o carisma da nossa vocação e as graças que recebeu a
Santa Madre, cf. V 32-36 (onde se fala das graças místicas que antecederam
a fundação de S. José, principalmente em V 32, 9. 11-14; 35, 6.8.12; 36,
6.10.12); V 33, 14; 3M 1, 3-4 (onde se trata da Virgem Maria e a Santa); F 1, 7-8
(onde se expõe a relação entre a vocação pessoal de Teresa e as graças que
a impulsionaram a empreender a série das suas fundações); R 34 (e 13-14);
CT 23.12.1561 a Lourenço de Cepeda.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 1 37

em virtude das quais a Santa Madre aprofunda misticamente


e experimenta de algum modo a vida, os sofrimentos
e a nova ruptura da «unidade» da Igreja e sobretudo as
profanações da Eucaristia e do sacerdócio. Teresa, com este
doloroso panorama diante dos olhos, propõe à nova família
do Carmelo um objectivo apostólico, de modo que a oração,
o retiro e a vida toda da primitiva comunidade de monjas, se
ordenem para o serviço da Igreja11.
7. Por fim a vocação do Carmelo renovado define-se
plenamente graças à progressiva experiência eclesial da
Santa Madre. Iluminada por este dom singular, Teresa
fixou a atenção nos povos ainda não cristãos e, daí em
diante, sentiu-se atraída à contemplação do imenso
horizonte missionário12. Tudo isso contribuiu para que a
Santa manifestasse em primeiro lugar a maturidade do seu
espírito apostólico13 e decidisse depois, não só aumentar o
grupo primitivo das descalças, mas também associar à sua
obra frades animados pelo mesmo espírito14.
8. A Santa Madre, ao renovar a família dos frades,
propôs-se assegurar a perseverança e a promoção da
vocação das monjas, valendo-se para isso de religiosos

11
CP 3, 10, onde dirigindo-se às suas monjas lhes diz: “e quando as vossas
orações e desejos e disciplinas e jejuns não se empregarem nisto que
digo, pensai que não fazeis nem cumpris o fim para que vos juntou aqui o
Senhor”. Cf. também V 32, 6 e R 3, 7; R 4, 12; R 5, 9; CP 1, 2; 3; 4, 1-2; F 1. 6;
CT 13.12.1576 ao P. Graciano.
12
Cf. F 1, 7.
13
Cf. Ibidem.
14
Cf. F 2, 4-5; MV passim; CT out. 1578 ao mosteiro de Beas, nov. 1578 a Ana de
Jesus, dez. 1579 a Ana de Santo Alberto, sobre S. João da Cruz; CT 13.12.1576
e 26.10.1581 ao P. Dória; CT 4.10.1578; CT 19.7.1575 a Filipe II.
38 constituições

que partilhassem idênticos ideais, e prestar à Igreja um


variado serviço quer com a oração quer com o apostolado
destes filhos15.
9. Em todas estas iniciativas Teresa pretendeu cuidar
fielmente da continuidade do Carmelo. Deste modo,
transmitiu, com novo alento, à sua família renovada, a
devoção à Santíssima Virgem Maria do Monte Carmelo16.
Legou-lhe a herança espiritual da comunhão com os
modelos bíblicos, profetas e Santos Padres do Carmelo,
como ela a vivia17. Assumiu a Regra no seu espírito
genuíno18 e propô-la para si mesma e para a sua família,
depois de lhe atribuir novas metas apostólicas.
10. A Santa Madre quis marcar a sua Obra com uma
forma e um estilo peculiares de vida: fomentando as virtudes
sociais e outros valores humanos, cultivando a alegria e
suavidade da vida fraterna em cordial ambiente de família,
recomendando a dignidade da pessoa humana e a nobreza de
alma19, elogiando e promovendo a formação dos religiosos
jovens, o estudo e o cultivo das «letras», ordenando a
mortificação e os exercícios ascéticos da comunidade a
uma mais profunda vida teologal e adaptando estas práticas
ao ministério apostólico, alentando a comunhão entre as
diversas casas e a amizade evangélica entre as pessoas.

15
Cf. F 2, 4-5; ibidem, 14; CT 12.12.1576 ao P. Ambrósio Mariano.
16
Cf. V 32, 11; 36, 6; 39, 26; CP Pról.; 3, 5; 1M 2, 12; 3M 1, 3; F 14. 5.
17
Cf. 5M 1, 2; F 14, 4; 29, 33.
18
Cf. V 36, 26; F 14, 5; 27, 11; CP 3, 5; 4, 1-2.
19
Sobre o estilo de levar uma vida com alegria e suavidade, cf. V 35, 10; 36, 29;
CP 41, 7-8; 6M 6, 12; F 18, 5-7; CT 17.1.1577 e 1.2.1580 a Maria de S. José.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 1 39

11. Quando a Santa Madre concretizava o seu projecto,


a divina Providência deu-lhe S. João da Cruz como
colaborador20. Com efeito, logo que Teresa o conheceu e
verificou que estava movido pelos seus mesmos desejos
e preparado pelo Espírito Santo, conquistou-o para o seu
carisma, revelando-lhe a ideia de renovação espiritual
na mesma Ordem da Santíssima Virgem21. Sem perda de
tempo, iniciou-o no estilo de vida que tinha implementado
entre as monjas22. Assim o nosso Santo Padre começou
em Duruelo esta forma de vida em total sintonia com os
critérios e o espírito de Teresa.
Precisamente, a Santa Madre considerou Frei João
como «muito pai da sua alma», enquanto o teve como
director espiritual23. Ele, por sua vez, reconheceu nela a
iniciadora do Carmelo renovado, atribuindo-lhe de bom
grado o carisma que Deus outorga aos fundadores24.
Assim, os dois Santos, pelo facto de impulsionar
toda a Ordem carmelitana, tanto masculina como feminina,
para um novo estilo de vida, «lançaram, de certo modo, os
novos alicerces da Ordem»25.
12. Deus preparou a Santa Madre com uma vida e uma
experiência espiritual que a iriam converter em mestra e

20
Cf. F 13, 5; 3, 17; 10, 4; 13, 1. 4.
21
Cf. F 3, 17.
22
Cf. F 13, 5, onde entre outras coisas se diz: “Havia ocasião para informar ao
Padre Frei João da Cruz acerca de toda a nossa maneira de proceder, para
que levasse bem entendidas todas as coisas, tanto de mortificação como do
estilo de irmandade e recreação em comum”.
23
Cf. CT Out. 1578 ao mosteiro de Beas.
24
Cf. Ch B 2, 9. 12.
25
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Paulo VI, Carmeli Montis, Doc. 974.
40 constituições

insigne modelo da nossa vida. Mas temos de ver a imagem


viva do autêntico carmelita no nosso Pai S. João da Cruz,
o qual nos pode repetir o convite do Apóstolo: «Sede meus
imitadores, como eu o sou de Cristo» (1 Cor 4, 16; 11, 1),
já que na sua vida, a vocação do Carmelo renovado se
manifesta esplendorosa nas suas obras e doutrina.
13. Por conseguinte, a nossa maneira de viver
resplandece perfeitamente na pessoa dos dois Santos e se
expressa e configura nos seus escritos, de modo que os
carismas que eles gozam e o género de vida espiritual que
nos propõem, até no que se refere ao trato mais íntimo
com Deus e à experiência das realidades divinas, não
devem considerar-se estritamente pessoais, mas como
pertencentes ao património e à plenitude da vocação da
nossa Ordem.
14. O Senhor, na Sua bondade, concedeu esta graça
aos membros de toda a Ordem, a fim de que o carisma
carmelitano seja mais profundamente conhecido, frutifique
e se difunda conforme os dons que o Espírito comunica
aos nossos religiosos.

III. Elementos primordiais da nossa vocação

15. Tendo em conta as origens da nossa vocação e


o carisma teresiano, cabe enumerar aqui os seguintes
elementos primordiais da nossa profissão:
a) Abraçamos a vida religiosa «em obséquio de Jesus
Cristo», apoiando-nos no propósito comum, na imitação e no
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 1 41

patrocínio da Santíssima Virgem Maria, cuja vida constitui


para nós um modelo de configuração com Cristo.
b) A nossa vocação é fundamentalmente uma graça
que nos impulsiona, numa comunhão fraterna de vida,
para a «misteriosa união com Deus»26 pelo caminho da
contemplação e da actividade apostólica indissoluvelmente
irmanadas com o serviço da Igreja.
c) Estamos chamados à oração, a qual, alimentada com
a escuta da Palavra de Deus e a liturgia, nos conduz ao trato
de amizade com Deus, não só quando oramos, mas quando
vivemos27. Comprometemo-nos nesta vida de oração, que
se há-de nutrir da fé, da esperança e sobretudo da caridade
divina, a fim de, uma vez purificados os corações, podermos
aprofundar na nossa vocação cristã e dispormo-nos para
uma efusão mais copiosa dos dons do Espírito Santo. Desta
maneira, participamos do carisma teresiano e transmitimos a
inspiração originária do Carmelo, envolvidos pela presença
e o mistério do Deus vivo28.
d) Pertence à identidade do nosso carisma penetrar
de zelo apostólico a oração e toda a vida consagrada29,
trabalhar de muitas maneiras30, no serviço da Igreja e dos
homens, para que verdadeiramente «a acção apostólica
dimane da íntima união com Cristo»31, e, mais ainda, aspirar

26
Cf. Const. Congr. Santo Elias, 1599, pról. 2 (Roma, 1973, p. 41).
27
Cf. V 8, 5; CP 20, 5-6.
28
Cf. 1 R 17. 1; CP 28, 9. 13; 7M 4, 11.
29
Cf. CP 1-3.
30
Cf. F 14,8; 5, 5; CAD 2, 29; R 3, 7; CT 2.3.1578 ao P. Graciano.
31
Cf. PC 8; cf. também número 5.
42 constituições

à sublime forma de apostolado que brota da plenitude do


«estado de união com Deus»32.
e) Pretendemos realizar ambos os serviços,
contemplativo e apostólico, formando uma comunidade
fraterna. Deste modo, fiéis à ideia primitiva de Santa Teresa
de fundar uma pequena família à imagem e semelhança do
pequeno «colégio de Cristo»33, graças à nossa comunhão de
vida baseada na caridade, convertemo-nos em testemunhas
da unidade da Igreja.
f) Por último, esforçamo-nos por edificar a nossa
vida sobre o alicerce da abnegação evangélica, segundo a
Regra e os ensinamentos dos nossos Santos Padres.
16. A Igreja homologou repetidas vezes esta maneira
de viver34 que a Ordem tinha reconhecido e aprovado35, e
exorta-nos, sem descanso, a segui-la com fidelidade. Foi

32
Cf. CB 29, 3; 7M 4, 11-15; 5M 2, 10-14; CAD 7, 5-8.
33
Cf. CP (Es) 20, 1.
34
Cf. Penit. Apostol., Ex parte vestra 5.12.1562 (MHCT I, 22-23); Pio
IV, Cum a nobis, 17.7.1565 (ibidem, 43-47); sobretudo Gregório XIII,
Pia consideratione, 22.6.1580 (MHCT II, 191-199), e Sisto V, Quae
a praedecessoribus, 20.9.1586 (MHCT III, 138-143) e Cum de statu,
10.7.1587 (ibidem, 168-178).
35
Cf. a aprovação de Rubeo: F 2, 3-5, e a carta do mesmo Rubeo de 27.4.1567 a
Santa Teresa (MHCT I, 61-65); carta de 16.5.1567 sobre os mosteiros que vão
ser fundados por Santa Teresa nos reinos de Castela (ibidem, 66-67); patente
de 10.8.1567 para a fundação de dois conventos de frades “contemplativos”
(ibidem, 67-71) e especialmente a carta de 8.1.1569 às descalças de Medina:
“Dou infinitas graças à divina Majestade de tanto favor concedido a esta
religião pela diligência e bondade da nossa reverenda Teresa de Jesus; ela
faz mais proveito à Ordem que todos os frades carmelitas de Espanha”
(BMC 5, 339), e também a carta 15.5.1569 ao P. Alfonso Gonzalez (MHCT I,
76-77). Cf. ainda as Actas do Capítulo de Alcalá, 1581 (MHCT II, 255-281),
cujas Constituições aprova S. João da Cruz e elogia Santa Teresa: F 29, 30-33
e CT 23/24.3.1581 ao P. Graciano.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 1 43

assim que admitiu a nossa família e a declarou clerical


e de direito pontifício, submetendo-a imediatamente
à jurisdição do Papa, em virtude da isenção, para que
prestasse um melhor serviço à mesma Igreja em todo
o mundo e assegurasse mais adequadamente a vida e o
crescimento da própria Ordem36.
17. O Espírito Santo dignou-se conceder uma perene
fecundidade à nossa família – que recebeu a aprovação
oficial da Igreja – quer por meio de frades e monjas de
esclarecida santidade a quem suscitou no Carmelo como
mestres de vida espiritual, quer por meio das famílias
religiosas, nascidas do tronco comum da Ordem e
comprometidas na sua missão, que trabalham na vinha do
Senhor e partilham connosco a vocação e o espírito.
18. Os nossos Santos Padres, desde o princípio,
procuraram com toda a alma que o carisma, do qual
tinham consciência cada vez mais clara, se expressasse
adequadamente numa forma de vida e se consolidasse com
umas leis. Movidos pela mesma razão, nós abraçamos
o seguimento de Cristo proposto no Evangelho como
norma suprema de vida37, e professamos a Regra de Santo
Alberto de Jerusalém aprovada por Inocêncio IV, segundo
as presentes Constituições.

36
Cf. Mut. Rel., 8, 22 e outros documentos ali citados.
37
Cf. PC 2 a.
CAPÍTULO 2

SEGUIMENTO DE CRISTO
E CONSAGRAÇÃO RELIGIOSA

19. Fiéis a Deus que nos chama a viver em plenitude


os conselhos evangélicos38, e guiados pelo Espírito
Santo, queremos seguir a Cristo mais estreitamente
pelos votos públicos de castidade, pobreza e obediência
com o propósito de nos entregarmos de alma e corpo
só a Deus, amado sobre todas as coisas, e de nos
comprometermos totalmente ao seu serviço39. Deste
modo, Deus consagra-nos pela Igreja e confia-nos uma
missão apostólica para a salvação do mundo, tal como o
Pai consagrou e enviou a Cristo (cf. Jo 10, 36).
20. Assim, pois, o amor de Deus, derramado nos nossos
corações pelo Espírito Santo (cf. Rom 5, 5) recebido no
baptismo, ao assemelhar-nos a Cristo, vitaliza e orienta
a prática dos conselhos evangélicos40, dispõe-nos para a
íntima união com Deus e associa-nos de maneira especial
à Igreja e ao seu mistério, habilitando-nos para amar como
Cristo nos amou e se entregou por nós41.

38
Cf. CP 1, 2; V 35, 4.
39
Cf. LG 44; PC 5.
40
Cf. PC 6.
41
Cf. LG 44; PC 1.5; ET 3-4. 7. 10-11.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 2 45

21. Este projecto de vida consagrada exige a plenitude do


amor a Deus e aos irmãos; caridade perfeita que ultrapassa
as fronteiras das leis42 e nos introduz na experiência
radical da abnegação evangélica, instrumento e sinal dessa
mesma caridade. Desta maneira, chegamos a ser, na Igreja,
um sinal vivo das mais sublimes exigências do Evangelho,
para cumprir no mundo a nossa missão profética.

I. Castidade consagrada

22. Com o voto de castidade, professamos a


continência43 perfeita conforme ao celibato pelo Reino
dos céus (cf. Mt 19, 12; 1 Cor 7, 32-34) e, deste modo,
nos entregamos de corpo e alma ao serviço de Deus e dos
homens, à imitação de Cristo virgem e totalmente dedicado
ao serviço do Pai e dos homens44.
A castidade consagrada, ao mesmo tempo que
expressa e partilha de modo eminente e radical a misteriosa
união do Corpo místico com Cristo Cabeça, preanuncia
o Reino futuro45 e habilita-nos para a liberdade de um
coração indiviso, graças à qual entregamos a nossa vida
como ara do amor divino e humano.
23. Procuremos que a castidade, exigência da nossa
imitação da Virgem Maria, manifeste a consagração a
Deus, ame e sirva a pessoa de Cristo, adorne a fidelidade

42
Cf. 1M 2, 17.
43
Cf. PC 12; LG 42; ET 13; Sac. Coel., 20.
44
Cf. LG 46; PC 1.
45
Cf. LG 44.
46 constituições

da Igreja esposa, nos disponha para a misteriosa união com


Deus, testemunhe gozosamente o amor divino, estimule e
revele a sua fecundidade.
24. Porque a castidade é um dom inestimável confiado à
fragilidade humana, apoiados no poder da Palavra de Deus
e alimentados por uma relação de amizade com Cristo e
a Virgem Maria, guardaremos com serenidade o nosso
compromisso de fidelidade a fim de alcançarmos a maturidade
afectiva e humana. Contudo, conscientes da nossa condição
humana, abandonemos toda a presunção e conservemos
o dom de Deus com a humildade, a oração, a guarda dos
sentidos e a vigilância do coração, sem omitir, por outro lado,
os meios naturais que favorecem a saúde mental e corporal,
contribuindo para o equilíbrio psíquico. Tudo isto se preserva
mais eficazmente pela comunhão de vida, baseada na alegria
fraterna do amor e do serviço aos outros46.

II. Pobreza

25. A fim de seguir mais de perto a Cristo pobre,


confiado totalmente à Providência do Pai, professamos o
conselho evangélico da pobreza, que, além de uma vida
real e espiritualmente pobre, baseada no trabalho e na
sobriedade e desprendida das riquezas da terra, inclui a
obediência aos superiores no uso e disposição dos bens47.

46
Cf. PC 12; ET 13.
47
Cf. PC 13; ET 21; Regra, can. 600; V 35, 2-65; 36, 20; F 15, 13-15; CAD
2, 8-10; CP 8 ss.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 2 47

26. Pela profissão temporal, os religiosos conservam


a propriedade dos seus bens e a capacidade para
adquirir outros. Antes da primeira profissão, deixarão a
administração desses bens a quem desejarem e disporão
livremente do uso e usufruto dos mesmos. Antes da
profissão solene, devem fazer a renúncia dos seus bens;
o seu efeito é imediato à profissão, tornando-se também
válida, onde for possível, perante o direito civil48.
27. Além disso, em virtude da profissão solene,
renunciámos à propriedade de bens e à liberdade de os
adquirir e possuir; por conseguinte, serão inválidos os actos
contrários ao voto da pobreza49. As nossas comunidades
viverão da Providência e do trabalho de todos os irmãos.
Aos conventos que sofrerem de maiores necessidades,
o Conselho Provincial poderá permitir rendas moderadas.
28. Tudo quanto o religioso adquire por sua capacidade
ou em atenção ao Instituto, adquire-o para a Ordem.
De igual modo, tudo quanto recebe a título de pensão,
subvenção ou seguro, recebe-o para a Ordem, conforme
às Normas. Este princípio aplica-se também aos bens do
professo solene adquiridos a qualquer outro título50.
29. A pobreza impõe-nos um estilo peculiar de
vida, de modo que, imitando gozosamente a Cristo na
disponibilidade da própria pessoa, no uso humilde e

48
Cf. can. 668, 1 e 4.
49
Cf. can. 668, 5.
50
Cf. can. 668, 3 e 5.
48 constituições

moderado das coisas51, na assídua dedicação ao trabalho52,


na simplicidade das casas53 e no trato caritativo com os
pobres e a promoção dos necessitados, demos ao povo
de Deus testemunho de pobreza evangélica tanto a
nível pessoal como comunitário. Assim, enquanto nos
esforçamos por ser autênticos seguidores, não do mundo,
mas do Evangelho, vamos ganhando e experimentando
cada dia a liberdade dos filhos de Deus e a dignidade do
homem54.
30. Aos filhos de Santa Teresa compete-lhes viver uma
pobreza que os torne livres para as coisas do alto e os ajude
a manter a vida fraterna, também na sua forma exterior,
num ambiente de humildade e simplicidade, alimentando
os ardentes desejos de abnegação pela desnudez espiritual
são joanista, que é ao mesmo tempo exercício e testemunho
da ditosa esperança. Deste modo, com Maria, incluímo-nos
no número dos «pobres de Javé», que esperam tudo só de
Deus e servem com alegria os irmãos55
31. Obedientes à Regra, vivamos com seriedade a lei e
a obrigação do trabalho apostólico, intelectual e manual,
como expressão de pobreza e serviço fraterno, adquirindo,
com diligência, mas sem inquietação, o necessário para
viver. Desta maneira, colaboramos na obra da criação
pelo aperfeiçoamento das coisas e da sociedade, damos

51
Cf. CP 2, 7-8.
52
Cf. Const. 9.24; MV 12; CT 20.9.1576 ao P. Graciano; 12.12.1576 ao P. A. Mariano.
53
Cf. CP 2, 9; Const. 32; MV 14.
54
Cf. CP 19, 4 ss; V 35, 3-6; 7M 2, 7.
55
Cf. LG 55; CP 16, 2.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 2 49

testemunho da presença e da solicitude maternal da Igreja


para com os pobres, associamo-nos à obra redentora de
Cristo e partilhamos os nossos bens com os irmãos,
sobretudo os mais necessitados56, rejeitamos qualquer tipo
de injustiça e defendemos os princípios da justiça social57.
32. As Províncias e as comunidades fomentem entre
si a comunicação de bens temporais e socorram com
generosidade as necessidades da Igreja e dos pobres58.
33. Procurando novas formas de imitar a Cristo pobre, os
nossos esforços unificados hão-de empenhar-se sobretudo
num estilo evangélico e num testemunho de pobreza de
modo que, através da nossa conduta, iluminem um mundo
onde a miséria e a opulência se chocam violentamente.
34. Esta preocupação comum pela vivência da pobreza
há-de ser um assunto frequente de diálogo e reflexão nos
capítulos e reuniões da comunidade.

III. Obediência

35. A fim de imitar, com maior fidelidade, o estilo


de vida que o Filho de Deus abraçou e propôs aos seus
discípulos quando veio ao mundo cumprindo a vontade do
Pai, professamos o conselho evangélico da obediência; por
meio dele comprometemo-nos a submeter a nossa vontade

56
Cf. PC 13; GS 35.39; ET 20-21.
57
Cf. ET 18. 20-21
58
Cf. PC 13.
50 constituições

aos superiores, representantes de Deus, quando mandam


segundo as Constituições. Assim, como sacrifício da
própria pessoa, entregamos a Deus toda a nossa vontade
para nos unirmos, de um modo mais estável e seguro, à sua
vontade salvadora59.
36. Com espírito de fé, e por mediação dos nossos
superiores, submetemo-nos a Deus60 e entregamo-nos ao
serviço de todos os irmãos em Cristo, o Qual, pela sua
obediência ao Pai, veio ao mundo para servir e dar a vida
em resgate de todos (cf. Mt 20, 28; Jo 10, 14-18)61.
Por isso, dóceis à vontade de Deus, e em espírito
de fé e amor, empregamos a nossa inteligência e vontade,
bem como os dons da natureza e da graça, para obedecer
humildemente aos superiores no cumprimento das suas
disposições e nos ofícios encomendados, certos de que
trabalhamos para a edificação do Corpo de Cristo, segundo
o desígnio de Deus62.
37. O ideal da misteriosa união com Deus, proposta
pelos nossos Santos Padres, consiste em conformar
a nossa vontade à vontade divina63, de tal modo que as
duas se transformem numa só: a de Deus64. Isto exige dos

59
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Cf. LG 44; PC 14; can. 601; F 5, 3.10.17; 18, 13; CP 12, 1-4; 18, 7-8.
60
Cf. Regra: Respeito dos irmãos pelo seu Prior; M, Epílogo, 2; F 5, 12; CAD 2, 2;
MV 22; CT 30.5.1582 a Ana de Jesus; CT 31.1.1579 ao mosteiro de Sevilha;
CT 10.6.1579 ao P. Graciano; Caut 2, 2.
61
Cf. PC 14; 7M 4, 8.
62
Cf. PC 14; 3M 2, 12.
63
Cf. 2M 1, 8.
64
Cf. CB 38, 3; ChB 1, 28; 1S 11, 3.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 2 51

superiores, e dos outros religiosos, a busca permanente da


vontade de Deus, tanto a nível pessoal como comunitário,
de modo a vivermos a obediência como adesão ao que
é do agrado do Pai celeste, imitando a Cristo que se fez
obediente ao Pai até à morte na cruz65.
Também contemplamos a Virgem Maria como
modelo da nossa obediência66. Ela, a humilde serva do
Senhor, nunca agiu pela sua vontade de criatura, mas pela
moção do Espírito Santo67.
38. Devemos renovar continuamente o espírito de
obediência. Por ela delimitamos o nosso arbítrio68e
realizamos um projecto peculiar de vida, servindo-nos do
diálogo sincero, num clima de fé e amor, com o superior e
os outros religiosos69; mas, acima de tudo, sabemos que a
obediência evangélica, ao estar, pela sua própria natureza,
fundada no mistério pascal de Cristo, é causa frequente de
verdadeira imolação, tornando-nos participantes da obra
salvadora de Cristo70.
39. Os Superiores, dóceis à vontade de Deus, exerçam a
sua autoridade com espírito de serviço, segundo a Regra, no
seguimento do Evangelho (cf. Mt 20, 26-27), e governem

65
Cf. F 5, 3; Des 28.
66
Cf. CP 13, 3.
67
Cf. 3S 2, 10, onde, entre outras coisas, se diz: “nunca teve (Nossa Senhora)
impressa na sua alma, forma de qualquer criatura, nem por ela se moveu,
mas sempre a sua moção foi pelo Espírito Santo”; CAD 6, 7-8.
68
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Cf. ET 23. 25.27-28; PC 14.
69
Cf. PC 14.
70
Cf. ET 24. 27-29.
52 constituições

os religiosos como filhos de Deus71, com respeito pela


pessoa humana.
40. O voto de obediência obriga gravemente quando se
manda sob preceito formal. A faculdade de impor a cada
religioso este preceito, havendo causa grave, compete
unicamente aos Superiores maiores, dentro dos limites da
sua respectiva jurisdição. O preceito há-de declarar-se por
escrito ou na presença de duas testemunhas.
41. Como filhos da Igreja, aceitamos com docilidade a
doutrina do Magistério da Igreja e assumimos, com obediência
activa e responsável, as determinações da autoridade da
Igreja, sobretudo do Sumo Pontífice, ao qual estamos também
vinculados pelo voto de obediência, segundo o direito72.

IV. Abnegação evangélica

42. Desejosos de viver como bons cristãos, e de aspirar


à intimidade divina que se oferece aos amigos de Jesus
crucificado, abraçamos a doutrina dos nossos Santos
Padres sobre a abnegação e a penitência, praticadas por
amor de Cristo, como norma de vida; de contrário, nem
gozaremos da íntima comunhão com Deus nem daremos
fruto no nosso apostolado.

71
Cf. PC 14; cf. também o testemunho de Francisca de Jesus no Processo da
santa Madre, em Valladolid, 1595: “Quando a santa Madre estava com as
suas monjas, o que lhes dizia era que se amassem muito e tivessem muita
caridade umas com as outras… E à Madre Prioresa dizia que as tratasse por
iguais, que olhasse que eram filhas de Deus” (BMC 19, 35).
72
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Cf. V 25, 12; 33, 5; R 4, 6-7; CIC can. 590.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 2 53

43. Com o fim de encarnar humildemente na vida este


ideal, aceitamos com alegria e coragem a abnegação
inerente à prática dos conselhos evangélicos73. Ajudamo-
‑nos a levar as cargas uns dos outros (cf. Gal 6, 2)
suportando-nos por amor; dedicamo-nos com fidelidade
perseverante à oração e afadigamo-nos na actividade
apostólica em nome de Cristo; realizamos com gosto
qualquer trabalho, por humilde e ingrato que seja, no
serviço dos irmãos74; aceitamos todos os incómodos e
dificuldades da vida75 para completar em nós o que falta à
paixão de Cristo (cf. Col 1, 24).
44. Para alcançar esta meta é preciso dispormo-nos
activa e generosamente, testemunhando o espírito de
abnegação que nos legaram os nossos Santos Padres,
mesmo a nível comunitário.
Portanto, com a austeridade suave e abnegada
do Carmelo Teresiano, queremos praticar as formas de
penitência recomendadas pela Igreja, e prescritas na Regra,
bem como as que surgirem de acordo com as exigências
dos tempos.
45. Desejosos de manter o espírito penitencial,
deliberamos:
a) que os nossos religiosos observem com exactidão,
e sem qualquer substituição da lei eclesiástica geral, o

73
Cf. V 13, 2.7; CP 1-5; 1S 13; 2S 7.
74
Cf. Const. 24, 1; CT 20.9.1576 ao P. Graciano; CT 12.12.1576 ao P. A.
Mariano.
75
Cf. CP 11; 2S 7, 11.
54 constituições

jejum e a abstinência, tendo presentes as normas especiais


para as Igrejas particulares;
b) que as comunidades, várias vezes por semana,
façam algum acto comum de penitência, conforme entender
o Capítulo conventual;
c) que se celebre nas comunidades um dia penitencial,
pelo menos uma vez por semana – na sexta-feira ou no
sábado –, nas vigílias das solenidades da Ordem e nas
principais celebrações litúrgicas da Igreja. Nessa jornada,
além de outros exercícios penitenciais, haverá um jejum
especial determinado pelo Capítulo conventual, de modo
que, o que se retira à nossa mesa, reverta em benefício dos
pobres ou das missões;
d) que este jejum se pratique mais frequentemente
no tempo do Advento e da Quaresma e noutros dias
penitenciais segundo o costume da Igreja.
46. Na mesa comum, tendo em conta a idade e as
necessidades pessoais, hão-de guardar-se a frugalidade e
a temperança. Não se perca de vista esta norma, sobretudo
no referente aos manjares requintados, bebidas alcoólicas
e coisas semelhantes.
CAPÍTULO 3

A VIRGEM MARIA NA NOSSA VIDA

47. Associados, pela graça de Deus, aos «Irmãos da


Bem-aventurada Virgem Maria», estamos inseridos numa
família consagrada ao seu amor e culto, e que, sob o influxo
vital de uma comunhão íntima com a Mãe de Deus, caminha
para a plenitude da caridade. Esta comunhão entranha-se
na vida comum e, com um cunho mariano próprio, marca o
espírito de oração e contemplação, o apostolado em todos
os seus aspectos e a própria abnegação evangélica.
48. A Virgem Maria enche com a sua presença a vida
da Ordem, que tem as suas origens no Monte Carmelo76.
Da capela ali dedicada a Nossa Senhora recebe o nome
e ostenta como sinal de glória o viver, com a aprovação
da Igreja77, em obséquio de Jesus Cristo e de sua Mãe78.
O Carmelo Teresiano experimentou profundamente e
consolidou esta inspiração mariana original, seguindo as
pegadas dos seus Santos Padres que propuseram a Mãe e

76
Cf. Palavras do Prior geral, Pedro Millaud, ano 1282, em Bull. Carm.,
I, 606-607.
77
Cf. Inocêncio IV, Ex parte dilectorum , 13.1.1252, AnOC 2, (1911-1913)
128; Urbano IV, Quoniam ut ait, 20.3.1263 (Bull. Carm., I, 28).
78
Cf. Actas do Capítulo geral de Montpellier de 1287 (Acta Cap. Gen., I,
Roma, 1912, 7).
56 constituições

Senhora da Ordem79 como modelo de oração e abnegação


no caminho da fé80, e como mulher entregue de alma e
coração à escuta e contemplação das palavras do Senhor81,
sempre dócil aos impulsos do Espírito Santo82 e associada
ao mistério Pascal de Cristo pelo amor, a dor e o gozo83.
49. Estas características, ao mesmo tempo que nos
mostram a figura evangélica da Virgem Maria, também
nos oferecem nela o modelo perfeito do espírito da Ordem
e nos estimulam a seguir os seus passos84, para que, como
verdadeiros «pobres de Javé»85, configuremos a nossa vida
à de Nossa Senhora pela contínua meditação da Palavra
divina em fé e multíplice doação de amor, e pela mão
desta Mãe sejamos introduzidos no mistério de Cristo e
da Igreja.
Deste modo encarnamos na vida a nossa profissão
que nos vincula também à Santíssima Virgem Maria e nos
coloca sob a sua especial protecção. Expressámos tudo isto
também com a devoção ao Escapulário de Nossa Senhora
do Carmo. Graças a ele, reconhecemos a nossa pertença a
Maria e, revestidos das suas virtudes86, retratarmos a sua
imagem no mundo.

79
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Cf. F 29. 23.31; 3M 1, 3-4.
80
Cf. 6M 7, 13-14; C 2, 8.
81
Cf. CAD 5, 2; ibidem, 6, 7.
82
Cf. 3S 2, 10.
83
Cf. CP 16, 2; 7M 4, 5; R 15 e 16; CA, 29-30, 7. CB, 20-21.
84
Cf. 3M 1, 3.
85
Cf. LG 55.
86
Cf. Pio XII, Neminem profecto, Doc 904.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 3 57

50. A presença de Maria, ao mesmo tempo que vivifica


a nossa espiritualidade, informa o nosso apostolado. Por
isso, ao estudar a Sagrada Escritura, empenhamo-nos cada
dia em conhecer melhor Nossa Senhora, a fim de que, pelo
amor filial e cumprimento do nosso dever, transmitamos
aos irmãos a autêntica piedade mariana, apresentando a
Virgem Maria como mestra e modelo da comunhão com
Cristo e com a Igreja.
51. Guiados pela fé, celebramos e promovemos com
todo o empenho o culto litúrgico da Mãe de Deus, à luz do
mistério pascal. Este mesmo culto encoraja-nos a praticar,
com sentimentos de fé e de amor, os exercícios de piedade
em honra da Mãe do Senhor87.
52. A nossa família professa o mesmo afecto teologal
para com aqueles que Deus, num mesmo desígnio de amor,
quis associar privilegiadamente ao mistério da Encarnação
do seu Filho. Com efeito, alimentados no espírito de Santa
Teresa, amamos inseparavelmente a Virgem Maria e o seu
esposo S. José, a quem veneramos como humilde servidor
de Cristo e de sua Mãe, como exemplo vivo de comunhão
orante com Jesus, e como protector providencial da nossa
Ordem88.

87
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Cf. Paulo VI, Marialis cultus, 1-23.
88
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Cf. V 6, 6-8; 33, 12.
CAPÍTULO 4

A COMUNHÃO COM DEUS

53. A vocação carmelitana impõe-nos o compromisso


de «viver em obséquio de Jesus Cristo»89, «meditando
dia e noite a lei do Senhor e velando em oração»90. E a
nossa Madre Santa Teresa, na mesma linha da Regra,
apresenta a vida de oração como o centro e a fonte para a
qual convergem e brotam todos os elementos constitutivos
do nosso carisma91. Por isso, a Igreja reconhece-nos
como uma família dedicada de modo especial à prática
da oração, ou seja, uma comunidade que se propõe viver
mais intensamente o mistério da oração cristã e do qual dá
testemunho com a sua própria vida92.
54. Jesus Cristo, o Senhor, elevou a nossa oração até ao
mistério partilhado da sua própria oração, quer dizer, até
ao mistério do colóquio filial com Deus vivo, nosso Pai,
que nos fala em seu Filho primogénito e nos introduz na

89
Cf. Regra.
90
Cf. Ibidem.
91
Cf. CP 4, 2.9; 17, 1; 21, 10; 5M 1, 2; V 35, 12; CT 28.6.1568 a C. Rodríguez
de Moya; Rúbeo, patente 10.8.1567 (MHCT I, 67-71).
92
Cf. Leão XIII, Doc 846; Pio XII, ibidem, 927, 935; João XXIII, ibidem,
945-947. 961; Paulo VI, ibidem, 976.980.982.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 59

vida divina por meio do Espírito Santo. Jesus é o mestre


que, pela confiança filial, nos ensina, por palavras e obras,
a contemplar o Pai na solidão e na acção, rendendo-lhe a
adoração e o louvor, e dirigindo-lhe súplicas e acções de
graças no cumprimento activo da vontade paterna93.
55. Os nossos Santos Padres, mestres de oração,
ensinam-nos, por meio da palavra e do exemplo, que a
oração evangélica deve impregnar a vida inteira. E nós,
unidos pela fé à humanidade de Cristo94, oramos ao Pai pelo
Espírito Santo95 num diálogo filial, e, com sentimentos de
amor, olhamos em tudo para Jesus como amigo96, de modo
a transformar a nossa oração em sinal de vida teologal e
fonte principal do serviço à Igreja97. Na verdade, a oração
conduz-nos à plenitude do amor e faz-nos mergulhar
em profundidade na vida e nos problemas da Igreja e do
mundo98. Por isso, organizamos empenhadamente a nossa
vida de oração de modo a que o carisma do Carmelo se
reflicta tanto nos religiosos individualmente como na
comunidade; procuramos atentamente que o espírito de
oração esteja presente no trabalho apostólico e, por sua
vez, a acção apostólica alimente a oração.
56. A sagrada Liturgia nutre e revela admiravelmente
esta convivência de amizade com Deus, e prolonga-a

93
Cf. CP 24-42; 3S 44, 4.
94
����������������������������������
Cf. V 22; 6M 7; 2S 22; CB 37, 4-6.
95
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Cf. Mt 6, 9-13; Rm 8, 15-16; Gl 4, 6; CP 24ss; 3S 44, 4.
96
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Cf. V 8, 5.
97
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Cf. Mt 7, 21; V 11, 14; 4M 1, 7; 7M 4, 4-5; CB 29,8; CP 1-3.
98
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Cf. SC 2.
60 constituições

durante o dia na oração pessoal. Com efeito, a Liturgia,


como fonte inesgotável da vida espiritual, como a acção
mais excelente e a oração suprema da vida comunitária,
enriquece a oração pessoal; esta, por seu lado, encarna na
vida a acção litúrgica, tornando cada vez mais profunda a
comunhão com os mistérios que celebramos99.
57. Na celebração da Liturgia, a comunidade religiosa,
enquanto expressão de uma Igreja particular, participa do
mistério de Cristo e do seu sacerdócio. Pelos símbolos
sacramentais, sobretudo pela celebração da Eucaristia, pela
proclamação da Palavra de Deus e pelo canto dos louvores
divinos, a nossa vida fraterna edifica-se e renova-se ao
mesmo tempo através de uma actividade que, mais do que
qualquer outra, representa e realiza a comunhão com a
Igreja.
58. As determinações da Regra sublinham a importância
da Liturgia na nossa vida. Também os nossos Santos Padres,
com o seu exemplo e ensinamentos, lhe deram relevo ao
sugerir um estilo peculiar para as nossas celebrações,
fixando-se sobretudo na atitude teologal da participação
activa, na prática cultual do silêncio sagrado100 e numa
forma de celebrar cheia de dignidade, sobriedade e
sentimento da presença do Deus vivo.
59. Cada comunidade, dentro do âmbito das normas
prescritas pela competente autoridade eclesiástica,
determine a ordem e o modo das celebrações litúrgicas,

99
Cf. ES II, 21; PC 6.
100
Cf. Instrução Musicam sacram, 17; IGLH 201-203.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 61

de maneira que, tendo em conta as suas peculiares


necessidades e variedade de ritos, a Liturgia seja viva e
plenamente participada, com uma oportuna participação
dos fiéis.
60. Todos os dias participamos comunitariamente na
Eucaristia, sacrifício e banquete, que estreita os laços
da fraternidade e alimenta a acção apostólica. Seguindo
o exemplo dos nossos antepassados, durante o dia
prolongamos a comunhão com Cristo sacramentado por
meio da adoração e do colóquio de amizade101.
61. Todos os dias rezamos, comunitária e integralmente,
a Liturgia das Horas – Laudes, Ofício de leitura, Hora
intermédia, Vésperas e Completas –. Com elas, estendemos
pelos vários momentos do dia o louvor, a acção de graças,
e a recordação dos mistérios da salvação. Deste modo, em
nome da Igreja e de toda a Humanidade, associamo-nos ao
canto perene de louvor e glorificação de Cristo e exaltamos
e bendizemos o Pai a uma só voz e num mesmo espírito102.
Os religiosos clérigos professos solenes, que não participam
na celebração comunitária da Liturgia das Horas, estão
obrigados a rezá-las em particular.
62. Aproximamo-nos frequentemente do sacramento
da penitência ou reconciliação103. Por meio duma
sentida confissão dos nossos pecados à Igreja, queremos

101
Cf. Sagrada Congregação para o Culto divino, De communione et cultu
Mysterii eucharistici extra Missam, 80-81.
102
Cf. IGLH 12-16.
103
Cf. DC I, 3.
62 constituições

reconciliar-nos com ela, a quem ferimos pelo pecado104,


e, após obter, pelo seu ministério, a misericórdia de Deus,
crescer na amizade divina. Deste modo, esforçamo-nos
por encontrar a pureza do coração com a nossa contínua
conversão a Deus, sem a qual não podemos viver de forma
perseverante a oração e a contemplação.
63. O dever cristão de orar não se esgota na participação
da Liturgia105. Com efeito, os cristãos, chamados à oração
comunitária, têm de entrar também no seu aposento
para rezar ao Pai «em segredo» (cf. Mt 6,6). Mais ainda,
segundo o ensinamento do Apóstolo, estão obrigados a
orar sem cessar (cf. 1 Tes 5, 17). A nossa família, chamada
a imitar de um modo particular a Cristo que, no deserto
se entrega à contemplação106 e faz de toda a sua vida uma
oração, cultiva na solidão a relação de amizade com o Pai,
cujo amor verdadeiramente conhece, como um exercício
contínuo de fé, esperança e caridade107.
É assim que a Igreja nos vê quando nos convida a
procurar com toda a alma a comunhão com Deus por meio
da contemplação, um estilo de oração que assumimos com
alegria e como um compromisso pessoal.
64. A fim de fomentar esta vida de oração, a nossa
Ordem estabeleceu, desde o princípio, duas horas diárias de
oração dedicadas exclusivamente ao colóquio com o Deus
vivo. Portanto, cada comunidade, tendo em conta as suas
próprias circunstâncias e as de cada religioso, escolha duas

104
Cf. LG 11.
105
Cf. SC 12.
106
Cf. LG 46.
107
Cf. V 8, 5; 2S 6; 2N 21.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 63

horas de oração, durante as quais se compromete a manter


e respeitar a oração pessoal de cada um. O religioso que,
por motivos justificados pelo superior, não puder assistir à
oração comunitária, fá-la-á noutro tempo.
65. Para que a frequente convivência de amizade com
Deus seja mais proveitosa, é preciso meditar e conhecer
com o máximo interesse a Palavra de Deus. Por conseguinte,
cada um dos nossos religiosos, trazendo nos lábios e no
coração a Palavra de Deus, como exorta a Regra, dedique-se
particularmente à leitura e à meditação dos Evangelhos e
de toda a sagrada Escritura, a fim de alcançar o sublime
conhecimento de Cristo Jesus (cf. Fil 3,8) 108.
66. Para que a oração impregne a vida toda, procurem
os nossos religiosos andar solícitos na presença de Deus
pela fé, a esperança e a caridade. O exercício da presença
de Deus, por um lado manifesta de modo excelente a
oração contínua, e por outro lado contribui ao máximo
para o desenvolvimento da vida de oração.
67. A fim de que toda a nossa vida nos prepare para a
oração, pratiquemos solicitamente as virtudes evangélicas,
de entre as quais se destacam a humildade, o amor fraterno
e a renúncia de si mesmo em espírito de pobreza109.
68. Devemos guardar com firmeza e solicitude o
silêncio, segundo o espírito da Regra110, para proteger e

108
Cf. DV 25; PC 6; CP 21, 3-4; 2S 22, 5-8.
109
Cf. CP 5, 3; e a explicação de tudo isto, ibidem 4-15.
110
Cf. normas da Regra sobre o silêncio.
64 constituições

alimentar a vida de oração e favorecer o trabalho individual


em solidão. Por isso, devemos harmonizar a convivência
fraterna, o trabalho e tudo o resto com a prática do silêncio,
a fim que os nossos conventos sejam verdadeiras casas de
oração e ofereçam a todos um testemunho da comunhão
com Deus. Cada comunidade fixará e observará os tempos
de silêncio obrigatório.
Os meios de comunicação ocuparão o lugar que
lhes corresponde a fim de cumprirem o fim a que de
facto se destinam e não prejudiquem o espírito de oração
e de silêncio. Sobre isso zelem com especial cuidado os
superiores.
69. No propósito da nossa comunidade ser e aparecer
como «comunidade de orantes», todos e cada um dos
nossos religiosos procurem e utilizem, de mútuo acordo,
os meios e os modos mais oportunos que favoreçam o
espírito e a prática da oração.
70. É nosso desejo que a estrutura e aspecto das casas,
bem como a disposição e a pobreza das celas, ofereçam
um estilo condizente com a nossa vida, a fim de manterem
e desenvolverem o espírito de oração.
Propomo-nos guardar a clausura de acordo com as
normas do nosso direito particular, a fim de expressar e
defender a oração e a vida fraterna; o limite da clausura
deve abranger pelo menos as celas e os anexos de cada
convento111.

111
Cf. can. 667, 1.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 65

71. A Ordem deve conservar e promover com todas


as forças as casas eremíticas dedicadas inteiramente à
vida contemplativa, onde os religiosos, a quem o Espírito
conduz ao «deserto» por um especial impulso, possam
encher-se plenamente de Deus para bem da Igreja universal
e enriquecer com a sua vida o espírito de oração da nossa
família.
CAPÍTULO 5

COMUNHÃO COM OS IRMÃOS

72. A caridade há-de ser a norma suprema da vida


comunitária, porque a comunhão fraterna tem como
fundamento e vínculo o amor de Cristo.
Segundo o mandamento do Senhor (cf. Jo 15, 12; Ef 5,2)
devemos amar-nos uns aos outros com aquela caridade que
o Espírito Santo derramou nos nossos corações (cf. Rom 5,5) e
competindo na estima mútua (cf. Rom 12, 10)112.
73. É preciso que a comunhão fraterna, que nos congrega
numa mesma vocação à maneira do pequeno «colégio de
Cristo»113, se manifeste na vida de oração, na actividade
apostólica e na solicitude do amor por meio da distribuição
dos bens. Cada religioso deverá sentir-se acolhido pelos
outros com afecto sincero. Floresça entre todos uma
autêntica relação familiar. Uns e outros, superando as
dificuldades momentâneas, graças à renúncia evangélica
de si mesmos e perdoando as mútuas ofensas, estabeleçam
entre si um elo de amizade e apreço mútuo, vivendo a
verdade no amor.

112
Cf. V 7, 20-22; 1M 2, 17; CP 4, 5. 7; Const 28.
113
Cf. CP (Es) 20, 1.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 5 67

74. A comunidade fraterna goza da presença de Cristo,


que a vivifica e enriquece por meio do seu Espírito para
que revele o amor de Deus aos homens, seja sinal da
fraternidade universal e testemunhe a eficácia da caridade
evangélica, da justiça e da paz114. Deste modo, também
a comunidade fraterna, com a fé, esperança, caridade
e abnegação, que a edificam e alimentam, condena as
injustiças do mundo e desperta as consciências dos homens
para seguir os caminhos da justiça evangélica.
75. A Eucaristia, sinal de unidade e vínculo de
caridade, é a fonte e expressão de toda a vida fraterna. É
essencialmente isto que os religiosos manifestam através
da sua celebração comunitária. Além disso, convocados em
Cristo e guiados pelo Espírito Santo, louvam e dirigem-se
ao Pai com um coração e uma voz unânimes, celebram a
Liturgia das Horas e entregam-se à oração pessoal.
76. Como membros de uma mesma família, vivemos
juntos na mesma comunidade e sem nos ausentarmos dela,
a não ser com a licença do superior competente, a teor das
Normas aplicativas115.
77. Unidos pelo vínculo da caridade, tomamos,
agradecidos, numa mesa comum, – símbolo da comunhão
fraterna –, as refeições que a divina Providência nos
proporciona, enquanto escutamos a leitura sagrada ou
conversamos amigavelmente com os nossos irmãos.

114
Cf. ET 52; V 32, 11; 33, 14; CP 17, 5-6; 22, 7-8.
115
Cf. can. 665, 1.
68 constituições

78. Participamos no recreio comum, caracterizado


pela alegria e pela simplicidade116, a fim de construir a
comunidade e partilhar com os outros a alegria do coração.
79. Chamados a uma família dedicada à Virgem Maria,
levamos o hábito da sua Ordem como sinal da comum
consagração117.
80. A vida comunitária exige uma ordem estabelecida,
a fim de que, ao juntarmo-nos em determinadas horas,
manifestemos e alimentemos a comunhão fraterna durante
a oração e o trabalho.
Portanto, a comunidade, atendendo às suas
circunstâncias, elabore um horário, que submeterá à
aprovação do Conselho Provincial, de maneira que os
religiosos possam participar ordinariamente nos actos
comuns. Nesse horário, devem constar os seguintes actos:
a celebração da Eucaristia e da Liturgia das Horas, as horas
de oração mental, as horas das refeições e dos recreios, o
Capítulo e as reuniões comunitárias.
81. Como o amor não se fecha nos seus próprios interesses,
mas procura sempre o bem dos outros (cf. 1 Cor 13, 5; Fil 2, 4), é
desejável que todos os religiosos, como verdadeiros irmãos,
se ajudem mutuamente pela oração e as obras, que reine
uma cooperação sincera e eficaz entre as comunidades e as
Províncias118 e, com gosto e generosidade, se favoreçam

116
Cf. F 13, 5.
117
Cf. PC 17; ET 22; can. 669, 1.
118
Cf. PC 13; CT 31.5.1579 ao mosteiro de Valladolid, onde se diz: “Por isso
trazemos todas um hábito, para que nos ajudemos uns aos outros, pois o que
é de um é de todos”.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 5 69

as iniciativas comuns da nossa Família propostas pela


autoridade suprema da Ordem, para que em todas as partes
se logre e manifeste o esforço de todos no cumprimento da
nossa missão ao serviço da Igreja e dos homens.
82. O espírito de família deve resplandecer de modo
particular no amor solícito para com os irmãos frágeis
e doentes. Como é nosso dever, atenda-se aos idosos,
procurando com todo o desvelo que se incorporem
activamente na vida da Província e das comunidades. Todos
os religiosos, mas sobretudo os superiores, lembrando as
Palavras do Senhor: «Estive doente e fostes visitar-me»
(Mt 25, 36), prestem ajuda espiritual e material aos que
sofrem, com delicada solicitude fraterna, conforme o
espírito de Santa Teresa119. Aos religiosos acometidos
de doença grave, sejam-lhes administrados com tempo a
sagrada Unção dos Enfermos e o Viático.
83. Zelosos pela hospitalidade cristã (cf. Rom 12, 9-13),
acolhemos os hóspedes, sobretudo os nossos religiosos, de
tal modo que possam sentir verdadeiramente o amor de
uma família reunida em nome do Senhor.
84. Em comunhão permanente com os nossos irmãos que
morreram em Cristo e, juntamente com eles, aguardando
a promessa da vinda do nosso Salvador (cf. Tit 2, 13),
oferecemos sufrágios fraternos pelas almas dos nossos
defuntos com a oblação do sacrifício eucarístico e a oração.

Cf. Const 23, onde escreve: “As enfermas sejam tratadas com todo o amor,
119

zelo e caridade…. A Madre Prioresa há-de ter muito em conta o seguinte:


mais vale faltar o necessário às que estão com saúde do que alguns mimos
às doentes”; MV 11; R 9, 2.
70 constituições

85. Na vida fraterna, fomentamos a comunhão por


meio do diálogo nos Capítulos conventuais e nas reuniões
comunitárias. Nestes encontros examinamos o modo de
viver a nossa vocação contemplativa e apostólica e, num
clima de sinceridade, ajudamo-nos mutuamente, inclusive
com a correcção fraterna realizada segundo o espírito da
Regra.
86. É necessário renovar constantemente o ideal da
comunhão fraterna. De facto, já somos filhos de Deus e
verdadeiros irmãos, mas, até que se revele a nossa futura
identidade (cf. Jo 3, 2), nunca chegaremos a testemunhar
em plenitude as riquezas da comunhão com Deus e com os
irmãos. Por conseguinte, aspiremos a ser «um» conforme
a oração de Cristo (cf. Jo 17, 11. 21-23), vivendo à altura
do chamamento que recebemos, isto é, com humildade e
simplicidade, suportando-nos uns aos outros com amor
paciente, esforçando-nos por manter a unidade do Espírito
pelo vínculo da paz (cf. Ef 4, 1-4), enquanto que, de algum
modo e em cada dia com maior perfeição, antecipamos a
comunhão da vida celeste até à vinda do Senhor.
CAPÍTULO 6

MISSÃO APOSTÓLICA DA ORDEM

87. Cristo, o enviado do Pai, é fonte e modelo de todo


o apostolado120. Portanto, é necessário viver em Cristo,
revestindo-nos d’Ele no mais profundo do nosso coração
e no nosso modo externo de viver, de maneira que, com
o nosso testemunho de vida, proclamemos com alegria a
mensagem evangélica, sobretudo aos pobres.
88. Por outro lado, a caridade, à qual nos conduz a
prática dos conselhos evangélicos, vincula-nos de maneira
especial à Igreja121, impelindo-nos a partilhar com todos
os homens os bens da vida presente e os da futura; estes
bens oferecem-nos a liberdade com que Cristo nos libertou
(cf. Gal 5,1) até alcançarmos todos a unidade da fé e a
plenitude de Cristo.
89. A nossa Madre Santa Teresa, iluminada por uma ex-
periência mais plena do mistério da Igreja e compelida pelo
zelo da gloria divina, quis que a oração incessante e a abne-
gação evangélica do Carmelo renovado transbordassem de
um ideal apostólico peculiar122. Ao restaurar a Ordem dos

120
Cf. AA 4.
121
Cf. LG 44.
122
Cf. CP 1 Pról. 3; F 1, 7.
72 constituições

frades, sentiu ardentes desejos de que eles, doutos e expe-


rientes nas coisas de Deus, trabalhassem, nos mais diversos
campos ao serviço da Igreja123, mas mais com obras do que
com palavras124. Assim, na esteira dos nossos antepassados,
impregnamos a contemplação de espírito apostólico e es-
forçamo-nos por aprontar e manter continuamente a acção
evangelizadora com a intimidade divina.
90. Sejamos assíduos à leitura e à meditação da Bíblia,
para que, sem a deixar cair das mãos e do coração, e
enriquecidos com o sublime conhecimento de Cristo Jesus
(cf. Fil 3, 8) possamos transmitir aos homens as riquezas da
Palavra de Deus125. Esforçamo-nos também em ler os sinais
dos tempos e interpretá-los à luz da mesma Palavra divina.
Além disso, tratamos de adquirir ensinamento doutrinal e
cultivar as virtudes humanas, tão apreciadas na sociedade.
91. Cada religioso trabalhe, segundo a graça que Deus
lhe concedeu (cf. Rom 12,6), na edificação de todo o Corpo
de Cristo e na promoção do bem das Igrejas particulares.
Todos os nossos religiosos devem colaborar com solicitude
na obra da evangelização, sob a autoridade dos seus
superiores, não só enchendo de caridade apostólica as
tarefas e ocupações da convivência fraterna, mas também
realizando outros ministérios apropriados, sob a autoridade
do bispo diocesano, segundo o direito126.

123
Cf. F 14, 8; R 3, 7; CT 2.3.1578 ao P. Graciano; CT 12.12.1576 ao P. A. Mariano.
124
Cf. os quarto Avisos dados por Santa Teresa aos frades descalços. No último
exorta-os a “que ensinem mais com obras do que com palavras”.
125
Cf. DV 25; V 13, 18.
126
Cf. can. 678. 680-683.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 6 73

92. É preciso que os nossos religiosos estejam preparados


para ir onde as necessidades da Igreja e do mundo os
reclamarem, aceitando a missão que legitimamente os
Pastores lhes confiarem, sem esquecer a cultura e a história
dos povos a quem são enviados127.
93. Lá, onde o bem da Igreja solicitar a colaboração
pessoal dos nossos religiosos, cada religioso deverá prestá-la
em comunhão com os irmãos e o superior. Convém que
todos os compromissos assumidos se impregnem de um
espírito autenticamente carmelitano. É também graças a
ele que as nossas comunidades se sentem continuamente
evangelizadas e evangelizadoras.
94. A evangelização dos povos, que dimana da natureza
íntima da Igreja128 e constitui realmente um admirável
fruto da caridade e da oração, foi sempre uma das obras
predilectas da Ordem129. Com efeito, a nossa Madre Santa
Teresa, acendeu na sua família a chama do zelo missionário
que a abrasava130, e quis que as suas filhas trabalhassem
também na actividade missionária.
Por isso, há-de procurar-se com desvelo que este
entusiasmo missionário se mantenha e se propague na Ordem,
que todos se interessem pela evangelização dos povos e que,
em todos os lados, se promovam as vocações missionárias.

127
Cf. Mut. Rel., 18; GS ��
1.
128
Cf. AG 1-2.
129
Cf. As decisões do Capítulo Geral da Congregação de Santo Elias de 1605,
Acta Cap. Gen., ms. I (1605-1642) fol. 3v; cf. também Cap. Gen. de 1630,
ibidem, fol. 143r.
130
Cf. F 1; Pio XI, Quamquam haud sane, Doc 879-884.
74 constituições

As comunidades e as Províncias apoiarão os nossos


religiosos missionários com o amor, a oração e os recursos
económicos, e, assim, na medida das suas forças, todos
contribuam para vitalizar e aumentar a Ordem, inclusive
nas terras de missão.
95. Compete ao Capitulo Geral e, fora do tempo da sua
celebração, ao Definitório Geral, confiar um território ao
cuidado imediato de uma Província e animar e coordenar,
com normas e meios pertinentes, a actividade missionária
em toda a Ordem.
96. Os missionários procurem viver a comunhão
fraterna, não só para que aumente cada dia o seu espírito
religioso, mas também para que a sua actividade apostólica
se intensifique sem cessar. Em cada missão haverá uma
casa central, onde os missionários se poderão juntar e
conviver periodicamente.
97. Face à exigência da caridade e das necessidades
da Igreja, tendo em conta as circunstâncias dos lugares,
assumimos o ministério paroquial como um serviço ao
povo de Deus. Compete ao Definitório Geral, depois de
ouvir o Conselho Provincial, admitir novas paróquias
na Ordem ou renunciar às já existentes, observando as
prescrições do direito universal131 e o teor do estipulado no
número 100 das presentes Constituições.
98. Trabalhemos, sem descanso, no lugar onde nos foi
confiado a cura de almas, para que as nossas paróquias

131
Cf. can. 520. 682.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 6 75

sejam um reflexo do ministério da Igreja universal,


enquanto procuramos com toda a solicitude que o espírito
do Carmelo Teresiano seja a alma do nosso apostolado
paroquial132.
99. Na hora de prestar o nosso múltiplo serviço à Igreja,
dedicamos o melhor das nossas forças ao exercício do
apostolado peculiar da Ordem que, de algum modo, brota
do mesmo carisma; assim poderemos modelar e expressar
também o testemunho específico e a missão própria numa
Igreja particular133.
100. Os nossos Santos Padres, com a sua vida e doutrina,
gozam na Igreja de um magistério efectivo e reconhecido
como guias dos caminhos que conduzem à íntima união
com Deus. Isso obriga-nos, antes de mais, a participar na
missão salvadora da Igreja com o apostolado da promoção
da vida espiritual. Ao fazê-lo, prestamos um serviço à
Igreja, de acordo com o carisma da Ordem, e actualizamos
a tradição pastoral da nossa família. Por conseguinte,
devemos procurar que as variadas iniciativas apostólicas
de cada Província mantenham essa proporção; que o
testemunho específico e o apostolado próprio da Ordem
conservem sempre o lugar que lhes corresponde.
101. A nossa Família, desde as origens e de muitas
maneiras, exerceu este apostolado peculiar com a palavra
e com a escrita. Ainda mantemos algumas dessas formas,
embora sujeitas a constantes renovações, e procuramos

132
����
Cf. Instructio pro paroeciis Ordinis Nostri, AOCD 16-18 (1971-1973) 162.
133
Cf. Mut. Rel., 22.
76 constituições

outras novas para partilhar generosamente com os outros


o nosso rico património. Portanto, temos de pôr o máximo
empenho em nos prepararmos devidamente pelo estudo
das ciências sagradas e da espiritualidade carmelitana, a
fim de poder, através duma acção individual ou conjunta,
guiar os homens no conhecimento e na experiência da
íntima comunhão com Deus.
102. A nossa solicitude apostólica deverá orientar-se de
um modo particular para os grupos de pessoas que nos são
mais próximas. Portanto, daremos prioridade à formação
dos nossos irmãos, que partilham uma vocação idêntica.
103. A nossa missão específica na Igreja orienta-se
particularmente para a direcção espiritual e formação das
nossas monjas, segundo a ideia da nossa Madre Santa
Teresa ao renovar a família dos frades. Assim, todos se
hão-de interessar pela fraterna assistência espiritual às
carmelitas descalças. Por seu lado, os Superiores, sobretudo
os maiores, fomentem e coordenem da maneira mais
adequada, este ministério na sua própria circunscrição,
observando as normas do direito.
De igual modo, encarregamo-nos fraternalmente
da formação dos membros do Carmelo Secular. Também
oferecemos com alegria a nossa ajuda às famílias religiosas
que partilham connosco a mesma vida e espírito.
SEGUNDA PARTE

MEMBROS DA ORDEM
CAPÍTULO 1

ADMISSÃO E FORMAÇÃO DOS MEMBROS

I. Promoção e selecção das vocações

104. Todos hão-de pôr o máximo empenho na promoção


vocacional da Ordem, recorrendo aos meios mais
adequados, tendo em conta as circunstâncias dos tempos
e lugares.
O chamamento para a vida consagrada a Deus
supõe uma eleição gratuita e amorosa do mesmo Deus
(cf. Dt 7, 7-10; Ef 1, 4; 1 Cor 1, 26), mas exige uma res-
posta e uma adesão livres.(cf. Gn 12, 1-4; Is 6, 8-9; Jer 1, 7).
Por isso, é necessário trabalhar com cuidado para que os
escolhidos, depois de terem conhecimento da sua vocação,
a aceitem e sigam com alegria.
105. Na selecção e teste dos candidatos, tendo em conta
os requisitos que estabelece o direito universal, proceda-se
com o devido rigor e com uma preocupação mais pela
qualidade do que pelo número. Conscientes da importância
da vida familiar, os promotores vocacionais ponderem


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Cf. OT 2; can. 233.

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Cf. can. 597, 1.
80 constituições

bem as circunstâncias que rodearam os candidatos nos


seus primeiros anos na família.
106. O postulantado reveste-se de particular importância.
Todos os aspirantes à Ordem deverão fazê-lo, a não ser que o
Provincial, em casos particulares, decida outra coisa; deste
modo, fica a salvo o que determina o cânone 597 no seu
2º parágrafo sobre a adequada preparação dos candidatos.
O postulantado serve para o candidato conhecer uma vida
nova e permitir aos responsáveis fazer um juízo sobre a
idoneidade do mesmo para a Ordem, verificar o seu nível
de instrução e, se for preciso, completá-la. O postulantado
também se destina a oferecer uma mudança gradual da
vida secular para a do noviciado.
107. Compete ao Provincial, depois de receber informação
pertinente, admitir ao postulantado, bem como determinar
o seu tempo de duração – nem excessivamente curto nem
superior a dois anos –, o seu lugar e modalidade. O
postulante pode desistir livremente. O Provincial, por sua
vez, pode despedi-lo. Contudo, em caso urgente, o Superior
local tem faculdades para o despedir, comunicando-o logo
ao Provincial.

II. Formação

108. A formação dos Religiosos, da qual depende em


grande parte o desenvolvimento e a fecundidade da Ordem,


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Cf. OT 6.

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Cf. RC 12, I–IV.
SEGUNDA PARTE – CAPÍTULO 1 81

orienta-se para formar os candidatos como autênticos


carmelitas.
A formação há-de ser integral, abarcando o homem
no seu todo, para que este, mais seguro do dom de Deus,
alcance «o homem adulto, a medida completa da plenitude
de Cristo». (cf. Ef 4, 13).
109. A formação, por um lado, é uma função vital e
responsável dos candidatos e, por outro lado, um processo
a realizar-se de diversas maneiras com a ajuda e a
colaboração da comunidade, conforme as diversas etapas
do processo educativo.
110. Quando no nosso direito particular se falar do
parecer ou consentimento do grupo de formadores,
subentende-se que se refere àqueles que gozam de voz
activa na comunidade, salvaguardando o número 132
destas Constituições.

III. Noviços

111. O noviciado, com o qual se inicia a vida na Ordem,


está orientado para que o noviço aprofunde mais a vocação
divina, formalmente a própria da Ordem, experimente
o estilo de vida do nosso Instituto e possibilite que se
comprove a sua intenção e aptidões.
Sem prejuízo das disposições do direito universal,
para que o noviciado seja válido exige-se que seja feito


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Cf. can. 646.
82 constituições

numa comunidade escolhida expressamente para este fim,


conforme o direito, e com a duração de doze meses.
112. O noviciado interrompe-se quando o noviço se
ausenta do grupo ou da comunidade do noviciado por mais
de três meses seguidos ou interrompidos. Nesse caso terá
de o repetir integralmente.
A ausência que ultrapasse os quinze dias será
desfeita.
113. O noviciado há-de fazer-se quando o candidato,
dotado de capacidade intelectual e de adequada cultura,
tenha alcançado uma maturidade humana e espiritual que
lhe permita escolher e abraçar a nossa forma de vida com
um conhecimento suficiente e a devida liberdade.
114. Corresponde ao Provincial admitir os candidatos ao
noviciado, com o consentimento da comunidade que os
acompanhou, cumprindo as normas do direito comum.
O candidato, antes de iniciar o noviciado, deve
apresentar, além dos documentos que as Normas aplicativas
prescrevem, uma declaração escrita certificando que não
tem direito a qualquer retribuição por razão de salário
laboral ou por outro título.
115. O Mestre de noviços, cuja nomeação compete ao
Provincial com o voto deliberativo do seu Conselho, será
um professo solene, adornado das devidas qualidades. O


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Cf. can. 647, 2; 648, 1.

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Cf. can. 649, 1.

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Cf. can. 642-644.
SEGUNDA PARTE – CAPÍTULO 1 83

regime do noviciado pertence exclusivamente ao Mestre


sob a autoridade do Provincial. O Provincial, também com
o consentimento do seu Conselho, poderá nomear um ou
vários ajudantes do Mestre, segundo as conveniências, que
dependam dele no referente à direcção do noviciado e ao
plano de formação.
116. Com a finalidade de aperfeiçoar a formação dos
noviços, poderá ser-lhes permitido, a teor das Normas
aplicativas, passar, fora da comunidade do noviciado,
uma ou várias temporadas em actividades apostólicas
conformes à Ordem, consideradas ao aplicar o número 111
das presentes Constituições. Mas permanecerá em vigor
o que o cânone 648, no 3º parágrafo, prescreve sobre a
proibição de prolongar o noviciado mais de dois anos10.
117. Durante o noviciado, o candidato será proposto ao
grupo de formadores, conforme às Normas aplicativas, para
que esses responsáveis avaliem o seu aproveitamento no
plano educativo e a sua idoneidade para a vida carmelita.
118. O noviço pode abandonar livremente a Ordem. Por
sua vez, o Provincial ou, em caso urgente, o Superior local,
informando depois o Provincial, podem despedir o noviço
por causa justa11.


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Cf. can. 650-651.
10
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Cf. can. 648, 2.
11
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Cf. can. 653, 1.
84 constituições

IV. Profissão

119. Em virtude da profissão religiosa, os nossos irmãos


abraçam com voto público os três conselhos evangélicos.
Deste modo, consagram-se a Deus pelo ministério da Igreja
e se incorporam à Ordem com os direitos e as obrigações
que as leis determinam12.
120. No fim do noviciado, pertence ao Provincial, com
o consentimento da comunidade educativa, admitir o
candidato aos votos temporários.
A profissão temporal há-de emitir-se para um período
não inferior a um triénio nem superior a um sexénio13.
É competência dos Capítulos Provinciais ditar
ulteriores disposições, especialmente as que se referem às
modalidades da renovação, tendo em conta as circunstâncias
de cada região.
121. Terminado o tempo dos votos temporários,
proceda-se à renovação dos mesmos ou à profissão
solene. É ao Provincial que concerne o direito de admitir
à renovação, com o voto consultivo da comunidade
educativa, ou se for o caso, da comunidade onde o candidato
tem conventualidade. Compete ao Provincial prorrogar o
período dos votos temporários, conforme o direito14.
122. A profissão solene dos religiosos incorpora-os
plena e definitivamente à Ordem. Portanto, apenas serão

12
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Cf. can. 654.
13
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Cf. can. 655.
14
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Cf. can. 657, 1-2.
SEGUNDA PARTE – CAPÍTULO 1 85

admitidos neste compromisso os que tiverem dado provas


de maturidade humana e espiritual.
O religioso não pode ser admitido validamente à
profissão solene senão depois de, pelo menos, um triénio
completo dos votos temporários. No que se refere a outros
requisitos, observem-se as Normas aplicativas e o direito
universal.
123. Corresponde ao Provincial admitir à profissão
solene, com o consentimento da comunidade à qual o
religioso está agregado como conventual.
124. Não será admitido à profissão solene, o professo
de votos perpétuos, inclusive solenes, que tenha passado
de outro instituto religioso para o nosso, senão depois de
acabado um conveniente período de prova e formação
após o noviciado, em conformidade com as Normas
aplicativas15.

V. Formação para os diversos cargos


e formação permanente

125. Para que os religiosos adquiram uma verdadeira


idoneidade para o desempenho dos cargos e ministérios
que lhes sejam confiados, receberão uma adequada
instrução espiritual, doutrinal, técnica, cultural e apostólica,
profundamente irmanada e coordenada com a formação
religioso-carmelitana.

15
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Cf. can. 684.
86 constituições

A respeito dos estudos que os candidatos às Ordens


sagradas hão-de realizar, cumpram-se as disposições
emanadas da competente autoridade16.
126. A fim de lograr uma renovação permanente, e poder
prestar à Igreja um serviço segundo as necessidades dos
tempos, os nossos religiosos devem completar, de maneira
apropriada e contínua, o conhecimento das realidades
divinas e humanas, e cultivar ao mesmo tempo a vida
interior. Para tal efeito, as Províncias decidam os meios
mais oportunos17.
Para conseguir eficazmente este objectivo,
organizem-se, segundo as determinações do Conselho
Provincial, cursos de renovação durante os quais os
religiosos se dediquem empenhadamente a uma vida mais
intensa de oração e ao aperfeiçoamento dos estudos.

16
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Cf. can. 659.
17
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Cf. can. 661.
CAPÍTULO 2

INCORPORAÇÃO DOS RELIGIOSOS.


DIREITOS E DEVERES

127. A nossa Ordem é composta por religiosos clérigos e


não clérigos. Uns e outros aspiram ao mesmo fim, vivem
a mesma consagração pela profissão dos votos solenes e
partilham um mesmo carisma de maneira diferente, com
iguais direitos e obrigações, excepto os que são próprios
do sacramento da Ordem ou do ofício que cada um
desempenha18.
128. Cada religioso, em virtude da sua profissão, deve ten-
der à perfeição cristã pela prática dos conselhos evangélicos,
transformados em lei de vida à luz da Regra e das Constitui-
ções19. Todos, valorizando ao máximo o dom recebido do Es-
pírito Santo em vista do bem comum (cf. 1 Cor 12, 7. 11), estão
obrigados a colaborar nos trabalhos comuns para que a nossa
Família cumpra a sua missão na Igreja.
129. Aos nossos irmãos correspondem os bens espirituais
e os direitos que provêm da condição religiosa na nossa

18
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Cf. PC 15.
19
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Cf. LG 44; can. 598, 2; 662.
88 constituições

Ordem: a companhia fraterna, a subsistência por obrigação


da vida comum conforme à pobreza que professamos, e o
direito de participar na vida da comunidade, da Província
e da Ordem, conforme as nossas leis determinam.
130. Pela primeira profissão dos votos, cada religioso
fica incorporado à Província de que era noviço, segundo as
leis canónicas e as nossas, e não pode incorporar-se noutra
Província, a não se por um acto formal do Superior Geral.
131. O Superior Geral, ou o Superior Provincial, atribuirá
a cada religioso a conventualidade, pela qual fica agregado
a uma determinada comunidade. Não se pode privar nin-
guém de conventualidade, sem antes lhe assinalar outra.
132. O religioso começa a gozar da conventualidade
numa comunidade por uma acção do Superior maior ou
pela aceitação de um ofício que exige a residência habitual
numa determinada comunidade.
133. O professo de votos temporários, terminado o tempo
da sua emissão, pode livremente abandonar a Ordem20.
Por sua vez, o Provincial, com o parecer da comunidade
educativa, pode, por causas justas, excluí-lo da renovação
dos votos ou da profissão solene21.
A doença física ou psíquica, mesmo contraída
depois de professar, que, a juízo dos peritos, torna o
religioso incapaz de viver na Ordem, é causa suficiente
para negar-lhe a renovação dos votos ou a emissão dos

20
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Cf. can. 688, 1.
21
����������������
Cf. can. 689, 1.
SEGUNDA PARTE – CAPÍTULO 2 89

solenes, a não ser que a doença se tenha originado por


negligência da Ordem ou pelo trabalho realizado nela.
No caso de um religioso perder o juízo durante o período
dos votos temporários, não pode ser despedido da Ordem,
ainda que esteja incapacitado para uma nova profissão22.
134. O Superior Geral, com o consentimento do
Definitório, pode conceder o indulto de saída ao professo
de votos temporários, que, antes de expirar o seu tempo,
quer abandonar a Ordem por causa grave23. Por outro
lado, pode-se expulsar, observando as normas do direito,
o professo de votos temporários por motivos graves que
sucederem por parte da Ordem ou por parte do mesmo
professo24. Compete ao Superior Geral, com o seu
Definitório, enviar o decreto de expulsão25.
135. Pela profissão solene, o religioso adquire todas as
obrigações e direitos do seu estado e goza de voz activa
segundo as normas das Constituições. Relativamente à
concessão do exercício da voz activa em casos especiais,
cumpram-se as Normas aplicativas.
136. Entre nós, carecem de voz activa:
a) O exclaustrado, enquanto estiver de pé o indulto
e durante o prazo prudente que, a partir do dia do seu
regresso, o Conselho Provincial lhe tenha determinado.

22
������������������
Cf. can. 689, 2-3.
23
�����������������
Cf. can. 688, 2 .
24
�����������������
Cf. can. 694-703.
25
����������������
Cf. can. 699, 1.
90 constituições

b) Aquele, cujo pedido de exclaustração ou


secularização tenha sido enviada pelo Provincial ao
Definitório Geral;
c) O que tem licença para viver fora da comunidade
religiosa, enquanto durar o tempo da concessão, a não ser
por motivo de doença, estudos ou apostolado exercido
em nome da Ordem; carecem também de voz activa os
religiosos que, sem licença do Provincial, residam mais de
seis meses fora do convento.
d) O que tiver abandonado ilegalmente a Ordem,
durante o prazo prudente que, a partir do seu regresso,
o Conselho Provincial tenha determinado segundo cada
caso.
CAPÍTULO 3

CORRECÇÃO DOS RELIGIOSOS

137. Os religiosos, solícitos pelo bem dos seus irmãos,


ofereçam a sua ajuda aos que erram, com o apoio da vida
fraterna e com a correcção evangélica (cf. Mt 18, 15. 17). Pela
sua parte, o superior use a provação, a reprimenda e a exortação,
com a máxima compreensão e paciência (cf. 2Tm 4, 2). Mas,
se estes remédios da caridade fraterna não alcançarem
os resultados desejados, apliquem-se também as sanções
penais, procedendo-se com benignidade, sempre que o
religioso mostre sinais de arrependimento.
138. Na aplicação das penas estabelecidas pelo direito
universal, observem-se as prescrições do mesmo direito.
Todas as penas que o nosso direito particular estabelece
são ferendae sententiae, e pode-as impor o Superior Geral
na Ordem e o Provincial na sua Província, cumprindo os
requisitos canónicos. Contudo, se se tratar de um caso que
reclame remédio urgente, o Superior local, consultando
previamente o primeiro Conselheiro, pode impor uma
pena, informando imediatamente o Superior competente.
139. Normalmente o procedimento não será judicial, mas
administrativo. Contudo, é preciso que conste a certeza do
92 constituições

delito segundo a norma do direito e que se conceda sempre


ao religioso a faculdade de se defender.
140. Os Superiores não podem expulsar um professo de
votos solenes, a não ser em caso de incorrigibilidade, depois
de ter usado com ele os cuidados e sanções apropriadas, e
tendo feito antes as admoestações canónicas e realizado
os restantes requisitos do direito. Não é preciso, porém,
proceder judicialmente, basta fazê-lo por via administrativa,
segundo o direito universal26.
Compete ao Superior Geral, com o seu Definitório,
expedir o decreto de expulsão, salvaguardando a
confirmação da Santa Sé segundo a norma do direito. Ao
religioso assiste o direito de recorrer à Santa Sé contra o
decreto de expulsão, conforme as disposições canónicas.
A expulsão não é efectiva enquanto estiver pendente o dito
recurso27.
141. Quando algum professo de votos solenes pede a
exclaustração ou o indulto de saída da Ordem, ou quando
é preciso expulsar da Ordem um religioso de votos
temporários ou solenes, cumpram-se escrupulosamente
em cada caso as prescrições do direito.
142. Os que saem legalmente da Ordem, ou os que forem
expulsos legitimamente dela, não podem exigir-lhe coisa
alguma a título de qualquer trabalho realizado enquanto
foram religiosos da Ordem.

26
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Cf. can. 694-703.
27
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Cf. can. 699-700.
SEGUNDA PARTE – CAPÍTULO 3 93

Porém, todos os religiosos se hão-de mostrar


solícitos no Senhor com os que abandonaram a Ordem.
Além disso, os Superiores, dentro do possível, devem
prestar-lhes ajuda espiritual e material na medida das suas
necessidades, com caridade e equidade28.

28
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Cf. can. 702.
TERCEIRA PARTE

REGULAMENTO
143. Na Igreja, a função de governar é uma acção do
Espírito Santo, subordinada ao dom supremo da caridade
(cf. 1 Cor 12, 28), com o fim de edificar o Corpo de
Cristo em ordem à unidade, de acordo com as exigências
do Evangelho. Movidos por este mesmo Espírito, os
superiores exerçam a autoridade como serviço aos seus
irmãos, de modo a manifestar a caridade com que Deus
os ama, e irmanem o amor com a fortaleza evangélica e
a débil humanidade, promovendo o espírito de família.
Cada um «procure ser amado para que seja obedecido»
e procure unir-se, nos sentimentos e na acção, aos outros
superiores, pois isso é muito importante para a vitalidade
da Ordem.
O nosso sistema de governo tende a reconhecer a co-
responsabilidade de todos os religiosos, salvaguardando
o poder de decisão dos superiores, e a informar
oportunamente todos os religiosos sobre o estado, a vida e
as actividades da Ordem, da Província e da comunidade. Por
seu lado, também os superiores maiores devem respeitar a
correspondente autonomia dos Superiores subalternos.
Finalmente, os superiores e todos os religiosos,
solidários num mesmo e único serviço da Ordem, sempre


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Cf. Regra; Const. 12, 4. ����
6-7.

Cf. Const. 34: “Procure ser amada para ser obedecida”.

Cf. Os quatro Avisos da Santa aos Padres descalços: “A primeira (coisa), que
as cabeças estejam unidas”.

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Cf. PC 14.

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Cf. Ibidem.
98 constituições

que impulsionam o bem de cada circunscrição ou da


comunidade, mostrem um vivo interesse pela unidade,
pelo aperfeiçoamento e pela lealdade que o carisma de
todo o Carmelo Teresiano reclama.
CAPÍTULO 1

CONSTITUIÇÃO ORGÂNICA DA ORDEM

144. A nossa Ordem é composta por Províncias – quer


dizer, as partes mais imediatas da Ordem – devidamente
erectas, com um número de comunidades suficiente para
promover de forma adequada a nossa vida, sob a autoridade
de um mesmo Superior maior, e também para a fazer
presente nalgum lugar, com a convivência comunitária, o
regulamento e as pertinentes iniciativas apostólicas.
145. Compete ao Capítulo Geral e, fora do tempo da sua
celebração, ao Definitório, erigir novas Províncias, unir,
dividir ou delimitar de outra maneira as já existentes, assim
como suprimi-las, se for preciso, depois de ouvidos os
interessados.
146. Para a erecção de uma Província, deve existir
a certeza de que estão reunidos todos os requisitos
indispensáveis para que lhe seja concedido o grau de
autonomia, correspondente a estes lugares segundo as
leis da Ordem. A nova Província há-de estar dotada do
número suficiente de comunidades e religiosos, e há-de


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Cf. can. 621

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Cf. can. 581. 585.
100 constituições

oferecer fundadas esperanças de poder viver segundo a


sua condição, graças à sua situação espiritual e material e
ao incremento das vocações.
147. O Capitulo Geral, ou fora do tempo da sua
celebração, o Definitório, além das Províncias pode erigir
outros territórios autónomos com todos os direitos e
obrigações que se determinem nas Normas aplicativas.
Pode haver também alguns conventos não atribuídos
a qualquer circunscrição, mas sujeitos directamente ao
Definitório
148. Compete ao Superior Geral, com o consentimento
prévio do Definitório e o parecer do Conselho Provincial,
erigir canonicamente as comunidades ou suprimi-las,
cumprindo os requisitos do direito.


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Cf. can. 609, 1; 616, 1.
CAPÍTULO 2

CONSTITUIÇÕES, NORMAS APLICATIVAS E


DETERMINAÇÕES DO CAPÍTULO GERAL

149. As Constituições interpretam e confirmam a Regra,


segundo o espírito e o propósito dos nossos Santos Padres,
e propõem-na aos religiosos para a cumprirem. Por
conseguinte, juntamente com a Regra, elas devem estar
entre as leis fundamentais da Ordem. Porém, não obrigam
sob pecado, a não ser que isso se deduza, por outro lado,
de um voto ou de uma lei divina ou eclesiástica ou de um
preceito dos superiores.
150. É da competência exclusiva da Santa Sé
interpretar autenticamente, anular, modificar ou revogar
as Constituições, depois de ter sido decidido por dois
Capítulos Gerais consecutivos com dois terços dos votos.
O Definitório poderá resolver as dúvidas sobre
algum ponto do texto constitucional com uma declaração
de tipo prático.
151. As Normas aplicativas confirmam e complementam
as Constituições, oferecendo, contudo, disposições gerais,


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Cf. can. 587, 2.
102 constituições

para possibilitar um pluralismo sadio no que se refere


às exigências locais e regionais. Uma vez aprovadas
pelo Capítulo Geral, entram em vigor sem prejuízo das
alterações que eventualmente os sucessivos Capítulos
introduzam.
152. As Determinações do Capitulo Geral, aprovadas
com dois terços de sufrágios, adquirem força legal para
toda a Ordem. Mas também caducam se no próximo
Capítulo ordinário não se ratificam com idêntica maioria
de votos.
153. As Determinações do Capítulo Geral podem
modificar as Normas aplicativas, mas, para a mudança ou
a anulação definitiva de alguma delas, é necessário que
a referida determinação seja aprovada por dois Capítulos
consecutivos com dois terços de sufrágios.
CAPÍTULO 3

OFÍCIOS

154. Ainda que todos os nossos religiosos tenham de


trabalhar unanimemente para o bem da Ordem e da Igreja,
aqueles que assumem a responsabilidade do governo estão
obrigados, por um dever particular, cada um no seu lugar, a
promover o bem comum e o individual, segundo o espírito e as
leis da nossa Família, servindo de coração os seus irmãos10.
155. Sem prejuízo das normas do direito que exigem
outras qualidades, são idóneos para os ofícios todos os
religiosos professos solenes que gozam de voz passiva.
Pesadas todas as circunstâncias, serão escolhidos os mais
capacitados, sem distinção alguma de pessoas11.
156. A nomeação para os ofícios faz-se nos Capítulos,
por meio da eleição canónica e aceitação do eleito. Mas,
no Definitório e nos Conselhos, a eleição pode realizar-se
por boletins ou bolas secretas, sob proposta do presidente.
157. Nas eleições ficará canonicamente eleito o candidato
que no primeiro escrutínio tiver obtido ele só mais sufrágios

10
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Cf. can. 618-619.
11
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Cf. can. 626.
104 constituições

do que todos os outros juntos, excluídos os votos nulos.


Mas, se à primeira vez, ninguém tiver alcançado esta
maioria absoluta, repetir-se-á a votação. E, se acontecer o
mesmo no segundo escrutínio, proceda-se a um terceiro,
no qual terão voz passiva exclusivamente os dois que
tenham conseguido mais votos que os outros, e, entre os
empatados a sufrágios, os mais antigos de profissão e entre
aqueles que professaram no mesmo dia, os mais velhos.
Estes dois candidatos não votarão no dito escrutínio.
Destes dois, aquele que obtiver mais votos que o
seu concorrente, ficará eleito canonicamente; mas, em
caso de empate, a eleição recairá sobre o mais antigo
de profissão; e entre os que professaram no mesmo dia,
sobre o mais velho.
Esta norma há-de observar-se em qualquer outra
eleição.
158. Contudo, quando se trata da eleição do Superior
Geral ou do Provincial, os escrutínios podem chegar a cinco.
Mas, se mesmo no quinto escrutínio nenhum candidato
tiver obtido a maioria absoluta dos votos, proceda-se a um
sexto, no qual terão voz passiva unicamente os dois que
no quinto escrutínio tiverem alcançado mais votos que os
restantes candidatos, e proceda-se conforme o estabelecido
no número precedente.
159. Sempre que acontecer postulação ou reeleição,
requerem-se dois terços dos sufrágios:
a) Se se trata do Superior Geral ou do Provincial, e
o candidato à dita reeleição ou postulação não obtiver no
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 3 105

terceiro escrutínio os votos necessários, ficará excluído desse


ofício, e na eleição para o quarto escrutínio proceder-se-á de
acordo com a norma contemplada no número 158.
b) Mas se se trata de prover outros ofícios, sempre
que no segundo escrutínio o candidato à reeleição ou
postulação não alcançar os votos necessários, ficará
igualmente excluído de tal ofício, e realizar-se-á um
terceiro escrutínio de modo idêntico aos precedentes. Mas,
se também neste o resultado for negativo, serão propostos
para um quarto escrutínio os candidatos que tiverem
obtido no terceiro escrutínio mais sufrágios que os outros,
conforme o estabelecido no número 157.
160. Todos os religiosos estão absolutamente proibidos,
sobretudo os capitulares, de procurar votos, directa ou
indirectamente, para si ou para outros, dentro ou fora do
Capítulo. Desta maneira evitar-se-á que a ambição vicie a
verdadeira natureza da autoridade e prejudique o espírito
de serviço na vida fraterna12. Isto, contudo, não impede que
os eleitores possam trocar entre si pontos de vista sobre a
idoneidade dos candidatos.
161. Todos os ofícios, inclusive os conferidos no tempo
que decorre entre um Capítulo ordinário e outro, são
conferidos até ao seguinte Capítulo ordinário.
162. A quem confere um ofício também lhe compete
admitir ou recusar a renúncia ou a não-aceitação do
mesmo.

12
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Cf. can. 626.
106 constituições

163. Aautoridade competente pode, por causa grave, decidir


a remoção ou transferência de ofício para bem da Ordem, ou
da pessoa do religoso13. Mas, neste caso, o religioso, objecto
desta ou daquela resolução, será oportunamente convidado
a apresentar a renúncia ao cargo.
164. Aos religiosos eleitos ou nomeados para um ofício
ou cargo, também deles os pode destituir quem efectuou a
provisão.
Mas, se se trata dos Superiores locais eleitos no
Capítulo Provincial, compete ao Conselho Provincial privá-
los do ofício; se se trata do Provincial ou dos Conselheiros
Provinciais, pertence ao Definitório ditar a sua remoção,
bem como determinar nesse caso o modo de eleger o novo
Conselheiro.
165. Entre nós, recebem o nome de Superiores maiores e
Ordinários: o Superior Geral, o Provincial, os seus Vigários,
e outros Superiores que gozam de poder ordinário nalgum
lugar, de acordo com o direito14.
166. Aquele que, na qualidade de Vigário, ocupa
interinamente o lugar do Superior ausente ou impedido,
nada deve inovar nem dispor contra a vontade ou ideia do
dito superior.

13
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Cf. can. 624, 3.
14
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Cf. can, 134, 1; 620.
CAPÍTULO 4

REGULAMENTO GERAL

I. Capítulo Geral

167. O Capítulo Geral – órgão ao qual pertence a


autoridade suprema da Ordem15 – celebrar-se-á cada seis
anos, na data e no lugar que o Definitório determinar.
Compete ao Superior Geral convocar o Capítulo pelo
menos seis meses antes da sua celebração.
168. Têm voz activa no Capítulo Geral:
a) O Superior Geral e os Definidores, tanto os que
cessam como os recém-eleitos;
b) Os Superiores provinciais e outros superiores a
eles equiparados segundo as Normas aplicativas, ou, em
caso de legítimo impedimento, os seus Vigários.
c) Um sócio por cada Província eleito no Capítulo
Provincial ou, no caso deste se encontrar legitimamente
impedido, o seu substituto.
d) Os delegados de outros territórios que o Capítulo
Geral, ou o último Definitório extraordinário, tenha
estabelecido.

15
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Cf. can. 631, 1.
108 constituições

169. Compete ao Superior Geral, Presidente nato do


Capítulo, convocar as sessões e propor nelas a ordem
do dia.
170. Compete ao Capítulo Geral:
a) Promover a vitalidade espiritual, a unidade e
progresso da Ordem e zelar pela sua renovação permanente
com a colaboração de todos os religiosos16.
b) Eleger o Superior Geral e os Definidores.
c) Deliberar sobre a oportunidade de dar Constitui-
ções, interpretá-las, modificá-las ou anulá-las segundo a
norma do número 147.
d) Tratar da promulgação ou anulação de Normas
aplicativas para toda a Ordem.
e) Promulgar as Determinações oportunas para o
bem da Ordem.
f) Deliberar sobre o estado, erecção, supressão,
divisão e modificação das Províncias.
g) Ocupar-se da promoção das Missões.
h) Examinar o estado económico da Ordem e a
cooperação entre as Províncias e o Governo central nesta
matéria.
i) Estabelecer normas pelas quais se oriente o mesmo
Capítulo, salvaguardando o direito comum.
171. Se ficar vagante o ofício do Superior Geral durante
o primeiro triénio que segue ao Capítulo Geral ordinário,

16
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Cf. PC 4; can. 631,1.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 109

o Vigário Geral convocará Capítulo Geral extraordinário


para eleger o novo Superior Geral, conforme o prescrito
no número 178. Neste Capítulo Geral extraordinário terão
voz activa todos os mencionados no número 168, excepto
o Superior Geral e os Definidores que cessaram no ofício,
que não participam no Capítulo como tais.
172. Além disso, o Definitório poderá convocar, por
causa urgente, o Capítulo Geral extraordinário, no qual
gozarão de voz activa todos os mencionados no número
precedente.

II. Superior Geral

173. Compete ao Superior Geral governar toda a Ordem,


assegurar o bem comum, promover a vitalidade da nossa
Família e fomentar a colaboração entre as Províncias e o
Governo central.
Para melhor o conseguir, manterá uma comunicação
frequente com as Províncias e fará, por si ou por outro, a
visita pastoral durante o sexénio.
174. Eleja-se para este ofício um sacerdote com especiais
dotes pastorais e humanos, que esteja profundamente
penetrado do espírito da Ordem e conheça a fundo a sua
história e vida na Igreja; que tenha cumprido cinco anos de
profissão solene e quarenta de idade.
175. O Superior Geral permanecerá no seu ofício seis
anos e poderá ser reeleito com dois terços dos sufrágios
para outro sexénio imediato, mas não para um terceiro.
110 constituições

176. Como supremo Moderador da Ordem, o Superior


Geral tem autoridade directa sobre todas as Províncias,
conventos e religiosos17.
Igualmente pode despachar, por si e ante si, todos os
assuntos não reservados ao Capítulo Geral ou ao Definitório.
Escute os Definidores e peça o seu consentimento nos
casos prescritos pelo direito, e mantenha-os devidamente
informados sobre o estado da Ordem e os seus assuntos.
Utilize também os serviços dos Definidores no momento
de resolver as várias questões e de promover a união entre
o Governo central e as Provincias18.
Poderá despachar os assuntos reservados ao Capítulo
ou ao Conselho Provincial, quando a necessidade o exija,
com o consentimento do Definitório.
O Superior Geral está facultado para dispensar
apenas e no referente à disciplina religiosa, desde que o
direito não lho proíba.
177. O primeiro Definidor desempenha o cargo de
Vigário Geral:
a) Quando, por qualquer motivo, o ofício do Superior
Geral fica vagante.
b) Quando o Superior Geral se encontrar limitado
por uma doença que, a seu parecer ou a juízo unânime dos
Definidores, o impossibilite de tomar conta da Ordem.

17
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Cf. can. 622.
18
Cf. CT 1.9.1582 ao P. Graciano.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 111

c) Quando o Superior Geral estiver fora de Roma


uma semana, ou se prevê esta ausência, ou quando se
encontra fora de Itália.
Neste caso, se o primeiro Definidor se encontrar
ausente ou impedido, os outros Definidores, pela ordem
de eleição, exercerão o cargo de Pró-Vigário.
178. Se ficar vagante o ofício de Superior Geral dentro
do primeiro triénio que segue ao Capítulo Geral ordinário,
o Vigário está obrigado a convocar o Capítulo Geral
extraordinário no espaço de três meses no lugar e data
fixados pelo Definitório.
Mas se o ofício do Superior Geral cessar depois
de meio sexénio, o Vigário Geral assumirá o governo da
Ordem até ao próximo Capítulo Geral ordinário.

III. Definitório

179. O Definitório integra o Superior Geral e pelo menos


quatro Definidores. A este corpo corresponde a autoridade
máxima da Ordem fora do tempo do Capítulo Geral, de
acordo com as presentes Constituições e Normas aplicativas.
180. Aos Definidores compete prestar ajuda ao Superior
Geral no seu ofício e desempenhar, sob a autoridade do
mesmo Superior Geral ou do próprio Definitório, outras
funções que se lhes tenham confiado, de maneira que
todos, unindo esforços, cooperem no bem da Ordem.
181. Para Definidores elejam-se religiosos de toda a
Ordem, os quais pela sua prudência, pelo seu interesse
112 constituições

pelo bem comum e pela sua preparação intelectual


estejam capacitados para o desempenho do seu cargo,
observando-se as Normas aplicativas.
182. Os Definidores permanecerão no seu ofício um
sexénio, no fim do qual apenas um deles poderá ser reeleito
em eleição ordinária para um outro sexénio imediato; os
outros precisam de dois terços dos votos. No entanto, no
caso do Superior Geral ser reeleito ou um dos Definidores
aceder a esse ofício supremo, então serão requeridas as
duas terças partes dos sufrágios para a reeleição de todos
os Definidores. Nenhum deles, porém, poderá ser reeleito
para um terceiro sexénio consecutivo.
183. O Superior Geral está obrigado a convocar
Definitório:
a) Imediatamente depois de terminado o Capítulo
Geral;
b) Para despachar assuntos da competência do
Definitório;
c) Quando o peça a maior parte dos Definidores;
Porém, nunca poderá celebrar-se o Definitório sem
a presença da maioria dos Definidores19.
184. O Definitório deve estar completo:
a) Para a sessão que segue imediatamente ao
Capítulo Geral;

19
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Cf. can. 127, 1.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 113

b) Pelo menos quatro vezes ao ano para abordar os


assuntos mais importantes;
c) Sempre que o disponham as Normas aplicativas.
185. O Superior Geral executará as decisões do Definitório
como este pensou.
186. Quando o Superior Geral se encontra fora de Roma,
conforme a norma do número 177 c), o Vigário Geral pode
convocar o Definitório, nos casos mais urgentes, para
deferir os assuntos exclusivamente ordinários, observando
as Normas aplicativas. O Vigário informará o Superior
Geral do que se decidiu no Definitório.
187. Com o fim de fomentar a comunicação recíproca
entre as Províncias e a Cúria Geral e promover a
colaboração entre todas as Províncias da Ordem, celebrar-
se-á um Definitório extraordinário onde se abordarão
os problemas mais graves da Ordem, de acordo com as
Normas aplicativas.
O Definitório extraordinário, que o Superior Geral
deve convocar duas vezes durante o sexénio, em data e
lugar determinados pelo Definitório, é integrado pelo
mesmo Superior Geral, os Definidores e os Provinciais,
bem como alguns delegados de outros territórios, conforme
a determinação do Definitório Geral.
188. Pertence ao Definitório extraordinário, com as
duas partes dos votos, aceitar a renúncia do Superior
Geral e emitir opinião sobre a sua incapacidade para o
desempenho do cargo. Igualmente concerne ao Definitório
114 constituições

extraordinário impor a pena de privação de ofício ao


mesmo Superior Geral, se – não o queira Deus – incorrer
nalgum delito que leve à dita sanção.

IV. Oficiais maiores

189. Entre nós, são Oficiais maiores com eleição do


Definitório: o Procurador Geral, o Secretário Geral e o
Ecónomo Geral.
190. Compete ao Procurador Geral tramitar os negócios
da Ordem diante da Santa Sé, sob a dependência do
Superior Geral ou do Definitório, segundo o exija a índole
da matéria.
191. Corresponde ao Secretário Geral fazer o papel de
notário no Definitório, guardar os dados estatísticos e os
documentos relativos ao governo da Ordem, deixando-os
correctamente ordenados num arquivo especial e prontos
para serem usados, bem como prestar os seus serviços ao
Superior Geral e aos Definidores, conforme as instruções
que eles lhe tiverem dado.
192. Pertence ao Ecónomo Geral administrar os bens
da Ordem, de acordo com as normas que se encerram no
Capítulo 7 da parte III destas Constituições.
CAPÍTULO 5

REGULAMENTO PROVINCIAL

I. Capítulo Provincial

193. O Capítulo Provincial celebrar-se-á cada três anos, no


tempo e lugar que o Conselho Provincial marcar, depois de
auscultar a Província. Corresponde ao Provincial convocar
o Capítulo e comunicar quanto antes ao Definitório o
tempo e o lugar da sua celebração.
194. Terão voz activa no Capítulo Provincial:
a) O Provincial e os Conselheiros, tanto os recém-
eleitos como os que cessam o ofício;
b) Os Superiores locais em conformidade com as
Normas aplicativas;
c) Os delegados eleitos pelos religiosos que não
participam no Capítulo em virtude do seu ofício, segundo a
determinação que a este respeito adoptar o Capítulo Provincial
precedente de acordo com as Normas aplicativas.
195. Compete ao Capítulo Provincial:
a) Olhar pelo estado espiritual e temporal da
Província e prescrever as oportunas Determinações dentro
da sua própria competência e notificá-las ao Definitório.
116 constituições

b) Eleger o Provincial, os Conselheiros Provinciais,


o sócio e seu substituto ao Capítulo Geral.
c) Eleger os Superiores que são da sua competência,
segundo as Normas aplicativas.
196. As Determinações do Capítulo só entrarão em
vigor, se forem aprovadas com dois terços dos votos, e
pela mesma razão caducam se não forem ratificadas no
Capítulo ordinário seguinte com a mesma maioria de
votos.
197. O mesmo Capítulo efectuará a eleição do Provincial,
depois de ter feito a consulta aos religiosos da Província,
segundo as Normas aplicativas.
Onde circunstâncias especiais o aconselharem, o
Capítulo Provincial poderá estabelecer outra forma de
eleger o Provincial, sujeita à ratificação do Definitório.
198. Se, por qualquer motivo, o Ofício de Provincial
ficar vagante no espaço dos dezoito meses seguintes à sua
eleição, o Vigário Provincial, num espaço de três meses,
convocará um Capítulo extraordinário para eleger o novo
Provincial. Neste Capítulo gozam de voz activa todos os
que gozam dela no Capítulo Provincial ordinário, com
a única excepção do Provincial e os Conselheiros que
cessaram no seu ofício, os quais, em quanto tais, não
participam no Capítulo.
Mas, se o ofício de Provincial fica vagante durante a
celebração do Capítulo Geral, compete ao Definitório, uma
vez ouvido o Conselho Provincial, determinar o modo de
prover ao cargo.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 5 117

II. Superior Provincial

199. Compete ao Provincial o governo imediato da


Província, conforme as Constituições. Também lhe
correspondem as faculdades que o direito atribui ao
Superior maior ou ao Ordinário.
200. O candidato a Provincial será um sacerdote, com
cinco anos de profissão solene e trinta e cinco de idade, e
que esteja dotado das qualidades necessárias para o devido
desempenho do cargo.
201. O Provincial, como animador e coordenador da vida
e actividade da Província, trabalhe com empenho para
que todos os religiosos, cada qual no seu lugar, vivam e
colaborem em comunhão de amor.
O Provincial, a fim de promover o estilo de vida
fraterna e o bem espiritual de cada comunidade,
mantenha-se em contacto com as comunidades e faça a
visita pastoral a todos os conventos da Província, pelo
menos uma vez durante o triénio.
Com empenho, fomente a união entre a Província
e o Governo central e procure secundar, com alma e
coração, as iniciativas do Superior Geral e do Definitório
no interesse de toda a Ordem. Favoreça também o espírito
de união e cooperação com os Ordinários do lugar.
202. O Provincial é eleito para um triénio, no fim do qual
pode ser reeleito para um segundo triénio consecutivo com
dois terços dos votos, mas não para um terceiro.
118 constituições

203. Quando o Ofício de Provincial vagar por qualquer


causa, o primeiro Conselheiro governará a Província com
plenos poderes e chamar-se-á Vigário Provincial, sem
afectar o determinado no número 195.
O mesmo Conselheiro será igualmente Vigário
Provincial, com a faculdade de expedir os assuntos
ordinários, quando o Provincial estiver por mais de um
mês fora da Província ou nalguma Delegação ou Missão
encomendada à Província. Na falta do primeiro, os outros
Conselheiros, exercerão, por ordem de eleição, o cargo de
Vigário, salvaguardando o direito comum. Nestes casos não
se pode convocar o Conselho senão com o assentimento
do Provincial.

III. Conselho Provincial

204. O Conselho Provincial é formado pelo Provincial


e os quatro Conselheiros. A este corpo corresponde a
suprema autoridade da Província fora do tempo do Capítulo
Provincial, de acordo com as presentes Constituições.
205. Quanto à idade e outras qualidades dos Conselheiros,
observem-se as Normas aplicativas. Os Conselheiros
podem ser reeleitos para um segundo triénio consecutivo,
mas não para um terceiro.
206. Compete aos Conselheiros Provinciais ajudar
o Provincial, com o seu conselho e colaboração, no
desenvolvimento da vida e actividade da Província.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 5 119

207. O Provincial está obrigado a convocar o Conselho:


a) Imediatamente a seguir ao Capítulo Provincial.
b) Pelo menos duas vezes por ano, em data
comunicada oportunamente a toda a Província.
c) Para deferir os assuntos que determina o direito.
d) Quando o peçam três Conselheiros.
208. O Conselho Provincial deve estar completo para
discutir os assuntos de maior importância, segundo as
Normas aplicativas. O Conselho não se poderá celebrar
sem a presença de três dos seus titulares.
209. A fim de promover a mútua comunicação e
cooperação entre as comunidades da Província e a
vitalidade de toda a Província, os Capítulos Provinciais
podem constituir, de acordo com as Normas aplicativas,
o Conselho Plenário para toda a Província ou para algum
sector da mesma.
CAPÍTULO 6

REGULAMENTO LOCAL

I. O Superior local e seu Conselho

210. Concerne ao Superior local o cuidado imediato


pela comunidade e cada um dos religiosos, a promoção
do espírito de família e a orientação da vida fraterna e
apostólica para o serviço da caridade.

211. Para que um religioso possa aceder ao ofício de


Superior local, é necessário que seja sacerdote, com as
concernentes qualidades humanas e pastorais, e que tenha
cumprido trinta anos de idade e três de profissão solene,
observadas as disposições do direito universal.

212. Por motivo justo, o Superior pode conceder-se licença


a si mesmo e aos se-us súbditos no tocante à disciplina da
vida diária. Mas, se se trata de dispensar a comunidade
inteira dos actos da vida regular, faça-o rara vez e por
causa grave.

213. Se ficar vagante o ofício do Superior, ou na sua


ausência da comunidade, o Vigário governará integralmente
a casa, de acordo com as Normas aplicativas.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 6 121

214. No caso de o Superior e o primeiro Conselheiro


tiverem de ir ao Capítulo Provincial, o Capítulo do
convento elegerá um Vigário que exerça o governo até que
o novo Superior, ou faltando este, o primeiro Conselheiro
local tome posse do cargo.
215. Cada comunidade tenha o seu Conselho. Fazem
parte deste corpo: o Superior e dois Conselheiros, sem
prejuízo do que determinam as Normas aplicativas.
Compete aos Conselheiros ajudar o Superior no governo
da comunidade, com uma colaboração activa e responsável
e o prudente conselho.

II. Capítulo conventual

216. Compõem o Capítulo conventual o Superior e os


conventuais de profissão solene, que gozam pelo menos
de voz activa.
217. Pertence ao Capítulo conventual deliberar sobre os
assuntos mais importantes do convento e decidir sobre
eles, de acordo com as Normas aplicativas.
218. O Superior deve convocar o Capítulo:
a) Sempre que o exija a necessidade ou um motivo
razoável.
b) A pedido dos Conselheiros locais ou da maioria
dos capitulares.
CAPÍTULO 7

ADMINISTRAÇÃO DE BENS

219. Os encarregados da administração, na sua gestão


zelosa, atendendo aos imperativos da caridade e da justiça,
bem como ao espírito de pobreza peculiar da Ordem,
afastem de si toda a preocupação desmedida e entreguem-se
confiadamente à Providência do Pai celestial. Além disso,
evitem com sumo cuidado qualquer aparência de luxo,
lucro imoderado e acumulação de bens20.
220. A Ordem, a Província, e as Comunidades, sempre
que dotadas de personalidade jurídica pelo direito próprio,
gozam da capacidade de adquirir, possuir, administrar e
alienar bens temporais de acordo com o direito, a fim de
prover à honesta manutenção dos religiosos e de recolher
os recursos convenientes para as suas próprias obras
de apostolado, culto, caridade, e educação. O mesmo
se aplica a outras entidades jurídicas que o Definitório
ou o Conselho Provincial erija. O Superior Geral, o
Provincial, os Superiores locais e os seus Ecónomos,
como representantes, podem realizar actos inclusive de
administração civil, conforme o direito21.

20
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Cf. can. 634, 2; 635, 2.
21
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Cf. can. 634, 1.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 7 123

221. Os bens temporais da Ordem, na sua qualidade


de eclesiásticos, estão sujeitos às prescrições do direito
universal da Igreja que se referem aos bens temporais e às
disposições do direito próprio do nosso instituto22.
222. Aos Superiores e aos seus Conselhos se atribui o
direito e o dever de administrar os bens temporais, conforme
às disposições do direito. Sob a autoridade dos mesmos, os
Ecónomos executam a administração imediata, exercendo
o cargo em serviço dos seus irmãos23.
223. Tanto os Superiores como os Ecónomos, ou
outros encarregados que a autoridade competente tenha
designado para esse efeito, podem, com a licença pelo
menos tácita do Superior, realizar validamente os actos
de administração ordinária. Por outro lado, para a
validade dos actos de administração extraordinária, é
necessário sempre a autorização expressa do Superior,
conforme o direito24.
224. Corresponde ao Definitório, depois de ouvidos
os Conselhos Provinciais, e conforme se apresente o
caso em cada nação ou região, determinar as faculdades
dos Superiores, tanto maiores como locais, no referente
aos gastos extraordinários, à contracção de dívidas e à
alienação de bens, sem prejuízo da obrigação de recorrer à
Santa Sé em conformidade com as disposições canónicas.

22
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Cf. can. 635, 1.
23
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Cf. can. 636, 1.
24
Cf. can. 638, 2.
124 constituições

225. Pertence ao Definitório e ao Conselho Provincial


determinar respectivamente as faculdades do Superior
Geral e do Provincial no referente aos gastos ordinários. E
corresponde ao Conselho Provincial fixar as faculdades dos
Superiores locais no que se refere às dispensas ordinárias.
226. No caso de uma Província se dividir ou suprimir,
pertence ao Definitório dispor dos bens temporais,
observando os requisitos do direito. Quando se trata
da supressão de um convento, a disposição de bens
corresponde ao Conselho Provincial.
227. Compete ao Ecónomo Geral, sob a autoridade
do Superior Geral e do Definitório, encarregar-se da
administração dos bens da Ordem.
228. Corresponde ao Ecónomo Provincial, sob a
autoridade do Provincial e do seu Conselho, administrar os
bens da Província e coordenar a administração dos mesmos
bens, de maneira que todos os conventos cooperem,
proporcional e equitativamente, com os gastos comuns
da Província, e assim se logre entre as comunidades uma
autêntica comunhão de bens temporais.
229. Compete ao Ecónomo do convento, sob a autoridade
do Superior, administrar os bens da comunidade e prover
com generosidade aos religiosos, na medida das suas
atribuições, tendo em conta a idade e as necessidades
pessoais.
EPÍLOGO

Com generosidade, levemos à prática este ideal de


vida, que as leis de algum modo manifestam. Fiéis à graça
com que Deus nos chamou e continua a chamar sem cessar
ao Carmelo Teresiano, estudemos em profundidade, tanto
a nível pessoal como comunitário, a doutrina e as normas
aqui propostas, para, com espírito Evangélico, ajustar às
mesmas a maneira de pensar e de proceder.
O empenho e o interesse por acomodar a vida às
exigências do carisma, ao mesmo tempo que vão extin-
guindo pouco a pouco o nosso egoísmo, conduzir-nos-ão à
liberdade dos filhos de Deus, que se encontra na plenitude
do amor.
Respeitadores das nossas leis como é devido, mas
livres da escravidão da letra, não apaguemos o Espírito
(cf. 1 Tes 5, 19); procuremos antes servir o Povo de Deus
para que o mesmo Espírito se manifeste através da fideli-
dade ao nosso carisma.
Enquanto aguardamos com fé e ditosa esperança, a
vinda do Senhor (cf. Tit 2, 13), mantenhamos acima de
tudo a caridade, vínculo da unidade consumada (cf. Col 3, 14),
até que, no fim da meta, recebamos a coroa das mãos do
Senhor, justo juiz (cf. 2 Tim 4, 6-8), o qual ao entardecer
nos examinará no amor25.

25
Cf. Ditos de luz e amor de S. João da Cruz: “No entardecer examinar-te-ão no amor.
Aprende a amar como Deus quer ser amado, e não olhes à tua condição” (n. 59).
APÊNDICE

Fórmula da Profissão

Aprovada pela Sagrada Congregação para os Religiosos


e os Institutos Seculares, no dia 26 de Fevereiro de 1975.
Eu, frei N. N.,
Com o desejo de viver fielmente
em obséquio de Jesus Cristo,
imitando a Virgem Maria,
na presença dos irmãos aqui reunidos,
e nas vossas mãos, frei N. N.,
prometo a Deus omnipotente
castidade, pobreza e obediência
por um ano (por três anos 26, por toda a vida)
segundo a Regra e as Constituições
da Ordem dos Irmãos Descalços
da bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.
Entrego-me de todo o coração
a esta família fundada por Santa Teresa,
para, com a ajuda do Espírito Santo
e o auxílio da Mãe de Deus,
alcançar a caridade perfeita
ao serviço da Igreja Mãe
pela oração constante e a actividade apostólica,
glorificando assim, eternamente
a Santíssima Trindade.

26
Cf. Constituições, n. 120.
NORMAS APLICATIVAS
PRIMEIRA PARTE

VIDA DOS RELIGIOSOS


CAPÍTULO 1

SEGUIMENTO DE CRISTO
E CONSAGRAÇÃO RELIGIOSA

I. Pobreza

1. Uma das funções dos Capítulos Provinciais consiste


em determinar formas concretas de pobreza, para assegurar
a sobriedade da nossa vida e dar um verdadeiro testemunho
evangélico.
Tendo em conta as circunstâncias de cada região, os
Capítulos conventuais estabelecerão o modo dos religiosos
usarem o dinheiro para custear os pequenos gastos que as
circunstâncias da vida actual obrigam, excluindo sempre
qualquer pecúlio pessoal.
2. É necessária a licença do Superior Provincial para
modificar a cessão da administração, uso ou usufruto dos
bens, de que trata o número 26 das Constituições.
3. Onde o direito civil não reconheça a força legal da
renúncia absoluta de bens, a que se refere o número 26
das Constituições, os nossos religiosos poderão outorgar,


Cf. can. 668, 2.
132 NORMAS

antes da profissão solene, testamento civilmente válido,


sem prejuízo dos efeitos tanto espirituais como jurídicos
da renúncia obrigada.
4. Tudo o que o religioso adquire pela sua própria
capacidade ou em atenção à Ordem, adquire-o para o
convento no qual está inserido. Quando se trata de bens
imóveis, de uma herança em atenção à Ordem, ou de
qualquer herança depois da profissão solene, corresponde
ao Conselho Provincial decidir sobre o seu destino.
Tudo o que o religioso recebe a título de pensão,
subvenção ou seguro, sob qualquer título, recebe-o para o
convento de onde é conventual.
5. No uso das coisas, nas despesas, nas viagens e
noutras circunstâncias, em consciência recai sobre cada
religioso a obrigação de viver verdadeiramente a pobreza
a exemplo de Cristo e dar testemunho diante do povo de
Deus.
6. Na notificação do preceito de obediência, hão-de
observar-se pontualmente os cânones 49-52, 55-56.

II. Abnegação evangélica

7. Renove-se o espírito de conversão, não só através do


Sacramento da Reconciliação, mas também da leitura da
palavra de Deus, da oração e das celebrações penitenciais
apropriadas. Portanto, organizem-se tais celebrações,


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Cf. can. 668, 3.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 1 133

principalmente nos tempos litúrgicos destinados a suscitar


mais intensamente a conversão e durante os retiros
espirituais.
8. Os nossos religiosos façam o exame de consciência
em comum para se arrependerem diante do Senhor, durante
um determinado tempo, duas vezes ao dia, quer dizer,
antes da refeição do meio-dia e no início de completas.
Quem não puder participar neste acto comunitário fá-lo-á
em privado.
9. Além do assinalado nas Constituições, cada
comunidade determinará mais em concreto as normas
penitenciais de jejum e abstinência recomendadas
pelo espírito da Regra, bem como os novos modos de
penitência que se devem introduzir de acordo com as
particularidades de cada lugar e de cada convento, de
modo a que os religiosos cultivem mais intensamente o
espírito penitencial.
CAPÍTULO 2

A VIRGEM MARIA NA NOSSA VIDA

10. Na organização da nossa vida litúrgica, a Ordem


deve pôr em relevo a sua índole mariana, de acordo com
as normas estabelecidas pela Igreja. Por conseguinte:
a) Hão-de celebrar-se dignamente os dias dedicados
à bem-aventurada Virgem Maria, segundo o grau de
solenidade. Fomente-se o seu culto nas nossas Igrejas, e
nelas ocupe um lugar verdadeiramente digno a imagem da
Mãe de Deus.
b) A solenidade de Nossa Senhora do Carmo, nossa
Mãe e Rainha, há-de considerar-se como a principal entre
as solenidades próprias da Ordem;
c) Nos sábados do tempo comum, nos quais não existe
memória obrigatória, tanto na celebração da Eucaristia
como na Liturgia das Horas, utilize-se habitualmente o
Comum de Nossa Senhora.
d) Nos sábados, bem como nas solenidades e festas da
Virgem Maria, ou nas suas vigílias, há-de cantar-se a Salve.
11. Uma vez que trazemos o Escapulário como
hábito da Ordem, em sinal da nossa especial devoção e
consagração a Nossa Senhora e da sua maternal protecção,
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 2 135

devemos usá-lo sempre e honrá-lo com um espírito devoto


e agradecido.
12. A fim de fomentar e manifestar uma profunda
piedade mariana, procurem os nossos religiosos honrar a
Santíssima Virgem Maria com algum acto quotidiano e os
exercícios de piedade recomendados pela Igreja, como são:
o terço, o Angelus, as ladainhas, etc. Com este objectivo,
cada comunidade fará em cada dia um acto mariano.
13. a) Esforcem-se os religiosos por realizar um
apostolado mariano multiforme, especialmente com o
testemunho da sua própria vida e com a pregação.
b) O nosso apostolado mariano concretiza-se
sobretudo na apresentação da experiência e doutrina
que os Santos do Carmelo nos legaram sobre a Virgem
Maria; deste modo, seja Nossa Senhora apresentada como
modelo de oração e de comunhão com Cristo, e a sua vida
evangélica como caminho para o cristão que peregrina
na fé, na esperança e no amor. É o que pretendemos e
expressamos também com o Escapulário da Ordem, pelo
qual testemunhamos a nossa consagração a Maria e o gozo
da sua maternal protecção.
14. a) Durante todo o tempo da formação há-de dar-se
aos nossos religiosos uma educação mariana, de tal modo
que, tendo em conta a sua idade, evolução psicológica e
cultura, enraíze na sua fé o culto à Virgem Maria e modele
toda a sua vida por meio dos exercícios de piedade e um
estudo sério sobre os dogmas marianos, sem descuidar em
nada os aspectos positivos e autênticos da nossa tradição.
136 NORMAS

b) Cultivem os estudos mariológicos, a fim de termos


verdadeiros especialistas na matéria que possam fomentar
genuinamente e com toda a eficácia o conhecimento e o
culto da Virgem Maria.
15. a) Com especial honra, a Ordem distinguirá a
basílica, a casa e o próprio lugar do Monte Carmelo e
conservá-los-á sempre com diligência.
b) Para tal fim, e de acordo com aquilo que as
circunstancias permitirem, promovam-se lá iniciativas
conformes às tradições e à memória mariana e eliana da
Ordem.
CAPÍTULO 3

COMUNHÃO COM DEUS

16. É muito importante que as nossas comunidades


sejam na Igreja verdadeiras casas de oração. Deste modo,
seremos fiéis aos princípios recebidos da nossa tradição e
às exigências dos tempos.
17. A nossa família aprecia todos os ritos da Igreja.
E promove-os e aceita-os segundo as necessidades das
Igrejas particulares: o mesmo se diga das outras tradições
litúrgicas legitimamente recebidas ou das introduzidas nos
últimos tempos, sobretudo em terras de Missão.
18. Recomenda-se a concelebração, segundo o pensar da
Igreja, na Missa comunitária celebrada diariamente, para
que, através da manifestação da unidade entre o sacrifício
e o sacerdócio, a mesma comunidade religiosa cresça e se
consolide em ordem à unidade do Povo de Deus.
Os religiosos que celebrem para o bem pastoral dos
fiéis, podem concelebrar também no mesmo dia a Missa da
comunidade, que entre nós ocupa um lugar de primazia.


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Cf. OE 6.

Cf. SC 97; Instr. Eucharisticum Mysterium, 47; IGMR, 153.
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Cf. Declaração C. para o Culto Divino, 7.8.1972.
138 NORMAS

19. Os nossos religiosos sacerdotes procurem celebrar a


Missa todos os dias.
20. Os religiosos devem visitar diariamente o Santíssimo
Sacramento e fomentar com renovado espírito os usos e
costumes tradicionais do culto eucarístico.
21. Se alguma comunidade não puder cumprir
comunitariamente a obrigação de celebrar integramente
a Liturgia das Horas, o Definitório, com o parecer do
Conselho Provincial, pode dispensá-la neste caso. Mas,
mesmo que tal dispensa seja concedida, celebrem-se
sempre em comum as Laudes e as Vésperas, que se hão-de
considerar como as Horas principais.
22. a) Recomenda-se, sobretudo aos Domingos e dias
de festa, a celebração cantada da Liturgia das Horas,
sobretudo de Laudes e Vésperas, sempre que houver um
número suficiente de religiosos.
b) Na celebração cantada da Liturgia das Horas,
respeitando a legislação vigente, pode-se aplicar o princípio
da «solenidade progressiva», de modo que se cantem
aquelas partes que, pela sua natureza, estão destinadas
mais directamente ao canto, como são os diálogos, hinos,
cânticos e versículos, recitando o resto.


Cf. Paulo VI, Mysterium fidei, 3.9.1965, AAS 57 (1965) 761-762.

Congr. para o Culto Divino, Decr. Eucharistiae Sacramentum,
21.6.1973, n. 81.

SC 99, Congr dos Ritos, Instr. Musicam Sacram, 37.

Ibidem, 38.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 3 139

23. Os religiosos não clérigos, sendo possível, rezem


com os clérigos pelo menos as partes principais da Liturgia
das Horas, ou rezem-nas em privado. Os que rezarem
Laudes e Vésperas não são obrigados a rezar as orações
prescritas pela Regra em substituição das restantes Horas.
24. Procurem os nossos religiosos aproximar-se
frequentemente, isto é, duas vezes por mês, do Sacramento
da Reconciliação10.
25. a) Os nossos Superiores, pela razão do seu ofício,
gozam em todo o lado da faculdade de ouvir as confissões
dos seus súbditos e de outras pessoas que moram em casa dia
e noite. Porém, não confessarão os seus súbditos a não ser
quando estes o pedirem por sua livre vontade. Os Superiores
gozam dessa faculdade por direito próprio em relação a
todos os nossos religiosos e outras pessoas que vivem dia e
noite nas nossas casas, e exercem-na licitamente, a não ser
que algum Superior maior não lho permitisse nalgum caso
particular em relação aos seus súbditos.
b) Os nossos Superiores podem conceder a qualquer
sacerdote a faculdade de ouvir as confissões dos seus
súbditos e de outras pessoas que moram dia e noite na casa,
mas somente quando souber da idoneidade do mesmo, a
teor do direito.
c) Os nossos sacerdotes, que têm a licença de
confessar por concessão do Superior competente, podem,
pelo direito próprio, exercer em qualquer parte a dita

10
Cf. can. 664.
140 NORMAS

faculdade em serviço dos nossos religiosos e de outras


pessoas que moram dia e noite numa casa da Ordem11.
26. Recomendam-se as celebrações da Palavra de Deus,
inclusive com a participação do povo crente, pois elas
aumentam o sentido de uma mesma fé que congrega os
cristãos num só Povo de Deus, proclamam a história da
salvação, e robustecem a comunhão fraterna12.
27. Por determinação do Capítulo local, pratiquem-se em
cada comunidade os exercícios de piedade que se destinam
especialmente a venerar os nossos Santos.
28. Com a finalidade de manifestar, inclusive
liturgicamente, a união entre o baptismo e a profissão
religiosa, renovaremos os votos na Vigília Pascal ou dentro
da oitava da Páscoa. As nossas comunidades poderão
renová-los também noutras ocasiões, a fim de consolidar o
compromisso da vida fraterna.
29. Cada comunidade, com a aprovação do Conselho
Provincial, designará no próprio horário o lugar e os
tempos de oração, tendo em conta as circunstâncias e
ocupações dos religiosos, procurando, no entanto, que se
cumpra o exercício da oração e apareça de modo concreto
o testemunho de uma comunidade orante.
30. Todos os religiosos façam diariamente a leitura
espiritual para alimentar a sua oração. Nela, depois da

11
Cf. can. 967, 3; 968, 2; 969, 2; 970.
12
SC 35, 4; Congr. dos Ritos, Instr. Inter oecumenici. 26.9.1964, ��������������
números 37-39.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 3 141

Sagrada Escritura, dêem preferência aos escritos dos


Padres da Igreja, dos nossos Santos Padres e de outros
autores espirituais13.
31. Para chegar à renovação sincera e fraterna do
espírito de oração, sobretudo da mental, é desejável
que cada comunidade utilize com confiança os métodos
pedagógicos e as novas experiências, como são: a revisão
de vida, as celebrações litúrgicas da Palavra, as vigílias
penitenciais, os retiros, as leituras e os encontros de
experiências pastorais. Tudo isto se realizará do modo
mais adequado no âmbito do Capítulo conventual ou das
reuniões comunitárias.
32. Fomentem-se os retiros espirituais periódicos. Cada
comunidade determine, segundo as suas conveniências, o
dia e o modo de fazer o retiro mensal.
33. Todos os religiosos farão o retiro anual. Recomenda-se
a oportunidade de o realizarem juntos, a fim de fomentar,
por seu intermédio e de um modo mais eficaz, a vida de
oração, a comunhão fraterna e o apostolado, inspirando-se
na doutrina dos nossos Santos.
34. Além dos desertos, que se hão-de manter na Ordem,
erijam-se em cada Província, dentro do possível, casas de
oração destinadas a promover de modo particular a sua
prática e o seu testemunho juntamente com o apostolado
específico da vida espiritual.

13
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DV 25; PC 6.
CAPÍTULO 4

COMUNHÃO COM OS IRMÃOS

35. a) Todos os religiosos favoreçam com amor fraterno


os projectos e os métodos comunitários pelos quais se
torna realidade a participação dos bens.
b) A verdadeira fraternidade na pobreza exige que
não usemos coisa alguma como própria e que cuidemos
dos bens comuns, sentindo-nos zelosos do bem dos outros,
vivendo autenticamente como os pobres, emprestando os
objectos que usamos ou desprendendo-nos deles.
36. A distribuição dos actos da vida comunitária há-de
considerar-se como o modo concreto de realizar a nossa
vocação e de procurar o bem comum e pessoal. O que
neles se faz pretende ter esta dupla finalidade. Por isso,
de vez em quando será preciso fazer uma revisão da vida
comunitária, sobretudo nos Capítulos conventuais e nas
reuniões comunitárias, a fim de que não se esfumem os
elementos necessários.
37. a) O próprio Capítulo deve submeter-se a uma
adequada renovação, conforme ao espírito da Regra e ao
sentido da fraternidade evangélica.
b) No Capítulo da comunidade, que se celebrará
pelo menos uma vez por mês, depois de uma exortação, em
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 143

diálogo fraterno e sob a direcção do Superior, trate-se de tudo


o que afecta a vida da comunidade, como por exemplo:
– o modo concreto de fazer comunidade na Igreja,
a colaboração mútua entre a nossa vocação contemplativa
e apostólica;
– a correcção fraterna para uma ajuda recíproca,
realizada de modo familiar, salvaguardando o direito do
Superior admoestar a comunidade ou algum religioso;
– a administração dos bens, pelo menos de vez em
quando, e o andamento da casa, a fim de que a comunidade
esteja informada e possa manifestar a sua opinião sem
negar o direito dos responsáveis nomeados.
38. Cada comunidade, atendendo às suas próprias
circunstâncias, tomará uma decisão sobre a observância do
silêncio durante as refeições, ficando em vigor o número
77 das Constituições acerca da leitura da Bíblia.
39. Cada comunidade tomará as devidas disposições no
que se refere às orações para antes e depois das refeições.
40. O bem da vida comunitária exige a cooperação de
todos entre si e com o Superior. Ao planificar o trabalho,
compete-lhe ordenar tudo para o bem comum, segundo as
capacidades e aptidão de cada um. Todos cumprirão o que
foi acordado em comunidade, dando conta ao Superior das
suas próprias actividades e saídas do convento.
41. O hábito da Ordem é de cor castanha e consta de
uma veste talar com correia, de escapulário e capucho; a
estas peças, e em certas circunstâncias, junta-se a capa e o
capucho de cor branca.
144 NORMAS

É da competência do Capítulo Provincial emanar


normas oportunas no referente ao uso do hábito religioso,
salvaguardando as disposições da autoridade legítima.
42. Mantendo-se em vigor o que o número 70 das
Constituições prescreve sobre a observância da clausura,
compete ao Superior maior determinar em cada convento
os limites da mesma, a qual, além dos quartos dos
religiosos e seus anexos, abrangerá também os outros
lugares destinados ao serviço da comunidade, a não ser
que a necessidade exija que algum deles fique fora da
clausura. Ao mesmo Superior compete ainda dispensar
da lei de clausura; o Superior local poderá fazê-lo nos
casos mais urgentes.
43. a) Tanto para efectuar viagens como para permanecer
fora do convento, os nossos religiosos necessitam da
licença do Superior competente. Esta licença poderá ser
geral para algumas circunstâncias.
b) Mantendo-se em vigor o que o número 76 das
Constituições prescreve para o caso de uma ausência
prolongada, o Superior Provincial, com o consentimento
do seu Conselho, por justa causa, poderá conceder a um
súbdito licença até um ano para viver fora da casa religiosa,
excepto nos casos de doença, de estudos, ou no exercício
do apostolado em nome do Instituto.
c) Compete aos Capítulos Provinciais estabelecer
as normas relativas às viagens, normas que terão de ser
notificadas ao Definitório14.

14
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Cf. can. 665, 1.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 145

d) Quando um religioso tiver de permanecer durante


algum tempo no território de outra Província, avisar-se-á
previamente o Superior Provincial da mesma.
e) Na concessão de licenças, os Superiores
tenham presentes as exigências da vida comunitária de
cada convento e o bem de cada religioso, assim como
o testemunho de recolhimento espiritual e de pobreza
evangélica; procurem que os seus irmãos não estejam
muito tempo privados da ajuda da vida comunitária15.
44. A fim de que os religiosos doentes e idosos possam
ser atendidos com a mais delicada caridade, tomem-se, no
âmbito de toda a Província ou região, as medidas oportunas
– como os seguros de doença e velhice – dentro do espírito
de pobreza.
45. Movidos pela caridade para com os nossos irmãos
que adormeceram em Cristo, logo que falecer algum
religioso, mesmo noviço, o Superior local informará
o Provincial e este, o Superior de cada convento da sua
Província e o Superior Geral, o qual, por sua parte, o
comunicará imediatamente a toda a Ordem, para que se
apliquem pelo defunto os sufrágios estabelecidos.
a) Recebida a notícia da morte de um religioso nosso,
inclusive de um Prelado da Ordem, faça-se memória dele
na Missa comunitária, pronunciando o nome do defunto em
voz alta dentro do Cânon, segundo as rubricas, e diga-se
também o seu nome nas preces de Vésperas. Aplique-se
por sua alma uma Missa nos conventos de toda a Ordem.

15
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Cf. can. 665, 1.
146 NORMAS

b) Pelo Superior Geral e pelos Definidores,


celebre-se uma Missa comunitária em todas as comunidades
da Ordem, de acordo com as normas litúrgicas, aplicando
cada sacerdote uma Missa por eles.
c) Celebre-se uma Missa comunitária pelo Papa e
pelo Bispo local.
d) Todas as Missas do dia da Comemoração
dos Defuntos da Ordem serão celebradas pelos nossos
defuntos.
e) Além disso, uma vez por mês, num dia em as
rubricas permitam a celebração de um ofício votivo16,
excepto no Advento, Quaresma e Páscoa, as nossas
comunidades celebrarão uma Missa e um Ofício de
Defuntos em sufrágio de todos os nossos defuntos, parentes
e benfeitores.
f) O Capítulo Provincial determinará os sufrágios
por todos os membros da Província, pelo pai e pela mãe dos
religiosos, e pelas monjas sob jurisdição da Província.
46. a) Em cada comunidade haverá um livro para anotar
os defuntos da Ordem.
b) Além disso, em todas as comunidades, haverá um
livro dos defuntos da comunidade, onde se escreverá uma
nota necrológica de cada um. A dita nota enviar-se-á ao
arquivo provincial e far-se-á chegar também ao Superior
Geral.

16
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IGMR 245.
CAPÍTULO 5

MISSÃO APOSTÓLICA DA ORDEM

47. Compete aos Conselhos Provinciais, em colaboração


com as Conferências de Superiores, determinar os modos
concretos em ordem a uma formação apostólica mais
eficaz.
48. Fomente-se a coordenação do apostolado dentro da
Ordem, principalmente:
a) Através da informação a todos os religiosos sobre
a actividade apostólica dos irmãos da mesma comunidade,
da Província e da Ordem. Para consegui-lo, edite-se,
sendo possível, algum órgão informativo à escala de toda
a Ordem, sob a responsabilidade dos Superiores maiores.
b) Com a planificação, a fim de que o apostolado
não se torne individualista e disperso, mas seja feito em
conjunto e participado pelos religiosos da comunidade, da
Província e da Ordem. Este princípio recomenda-se de um
modo especial à hora de erigir novas fundações, às quais
se há-de atribuir uma função específica no apostolado da
Ordem, segundo as necessidades da Igreja.
c) Recomenda-se encarecidamente o método de
realizar o trabalho nos seus diversos aspectos, não de
maneira isolada, mas com o esforço comum dos religiosos
148 NORMAS

que se ocupam na mesma tarefa, com o objectivo de que


o trabalho seja mais frutuoso e se dê um testemunho
evangélico de unidade.
49. Para que a cooperação apostólica se expanda
também fora do âmbito da Ordem:
a) Os nossos religiosos porão o máximo empenho
em participar nas conferências diocesanas de coordenação
apostólica, colaborando com o Ordinário do lugar17.
b) Fomente-se a cooperação no trabalho apostólico
com outras famílias religiosas, participando de boa vontade
nas conferências orientadas para a união dos diferentes
religiosos da mesma zona.
c) Organize-se uma verdadeira colaboração com
os leigos, buscando, através do diálogo oportuno, os
métodos para um maior rendimento da acção apostólica
e estimulando o espírito de unidade e co-responsabilidade
entre todos.
50. O Superior Geral e o seu Definitório terão o cuidado
de coordenar a actividade apostólica de toda a Ordem com
os meios adequados. Os Superiores provinciais e locais
farão o mesmo nas Províncias e nas casas, bem como as
Conferências de Superiores nos seus territórios.
51. É competência e responsabilidade dos Provinciais
promover nas suas respectivas Províncias os métodos
mais aptos para impulsionar a actividade apostólica e
coordená-la segundo os próprios meios e necessidades.

17
�������������
Cf. can. 680.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 5 149

Para consegui-lo com mais eficácia, os Provinciais e os


seus Conselhos terão presente quanto segue:
a) Estudem por si ou por outros (por exemplo,
uma comissão provincial de apostolado) as peculiares
necessidades pastorais, para lhes responder com eficácia.
b) Procurem que os religiosos adquiram a adequada
competência, segundo as últimas normas da Igreja, nos
diferentes ministérios aos quais hão-de ser destinados.
c) Haja em cada convento um número suficiente de
religiosos, segundo as necessidades pastorais, a fim de não
se prejudicar o espírito de oração e a vida comunitária.
d) Se a algum dos nossos religiosos, cumpridos os
requisitos legais, se lhe encomenda uma missão apostólica
especial, procurará que seja verdadeiramente idóneo para
tal encargo e que esteja dotado das qualidades humanas e
pastorais correspondentes.
e) Tenham especial solicitude pelas necessidades
espirituais e materiais dos religiosos dedicados ao serviço
de todos os homens, aconselhando-os e visitando-os frater-
nalmente, para que permaneçam fiéis ao espírito da Ordem
enquanto realizam o seu trabalho ao serviço da Igreja.
52. Corresponde ao Superior Geral, com o seu
Definitório, e ao Provincial, com o seu Conselho, velar
pelo equilíbrio dos vários projectos e actividades, de modo
a assegurar a vocação própria da Ordem em benefício da
mesma Igreja18, conservando o nosso património espiritual

18
Cf. CD
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35, 1; PC 2, b).
150 NORMAS

e desempenhando com eficácia o apostolado especial que


a Igreja nos confiou.
53. A nossa Ordem, com o máximo empenho, promova
o apostolado da vida espiritual em todos os campos e entre
todos os homens; por sua vez, os Superiores procurem
que os religiosos, cada um à sua maneira, servindo-se
dos meios adequados, se apliquem no conhecimento da
espiritualidade, e se exercitem e aperfeiçoem gradualmente
na sua prática.
54. Cultivemos o apostolado doutrinal, dedicando-nos
antes de tudo à difusão dos escritos dos nossos Santos
Padres, adaptados à mentalidade de hoje, inclusive através
dos meios de comunicação social:
a) com a divulgação de livros, revistas e conferências,
a fim de que o conhecimento da oração e da vida espiritual
chegue aos diferentes sectores da sociedade;
b) fomentando em toda a Ordem a coordenação
e a associação mútua das nossas publicações, para que,
com economia de meios, por exemplo com as traduções a
outras línguas, possa colher abundantes frutos.
55. Sendo possível, estabeleçam-se nas nossas casas
algumas formas do nosso apostolado peculiar, como sejam
as escolas de oração, onde se ensine de modo adequado
aos presentes tudo o que diz respeito à vida interior e ao
exercício da oração. Ao realizar esta actividade apostólica
preocupem-se os nossos religiosos especialmente com os
jovens, visando mesmo a promoção vocacional. Do mesmo
modo recomenda-se que em cada Província haja uma casa
aberta para retiros espirituais.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 5 151

56. Para estimular o apostolado entre os membros da


nossa Ordem secular:
a) crie-se a Ordem secular em todos os nossos
conventos, onde for possível;
b) os nossos religiosos amparem a Ordem secular
com a oração e o testemunho de uma vida mais fervorosa,
fomentem as vocações à mesma e atendam espiritualmente
os seus membros;
c) forme-se com especial cuidado os carmelitas
seculares encarregados do governo dos seus irmãos;
d) nos países onde houver várias províncias da
Ordem, os Provinciais promovam a coordenação de
actividades da Ordem secular.
O cuidado da confraria do Carmo, cujos membros
pertencem como nós à mesma família da Santíssima
Mãe19. há-de contar-se entre as obras apostólicas mais
conformes ao carisma da Ordem.
57. Com o afã da oração e o entusiasmo da acção, temos
de estar atentos aos movimentos e iniciativas pelas quais o
Espírito Santo renova constantemente a vida da Igreja, para
que uma apresentação da doutrina dos santos do Carmelo,
actualizada por religiosos competentes, lhes sirva de apoio
enriquecedor.
58. Para que a nossa família possa realizar devidamente
a sua tarefa missionária, hão-de tomar-se e acolher
favoravelmente em cada Província as oportunas iniciativas

19
Cf. Pio XII, Carta Neminem profecto, Doc. 904.
152 NORMAS

encaminhadas para o florescimento e incremento da


vocação missionária.
59. a) Os nossos missionários devem levar a cabo,
sobretudo com o seu testemunho de vida, o anúncio do
Evangelho e a inserção da Igreja nos povos e grupos onde
ainda não se enraizou20.
b) E, dado que a Missão não é uma instituição
permanente mas temporal, os nossos missionários devem
esforçar-se activamente para suscitar e formar comunidades
cristãs que possam prover às suas próprias necessidades.
Devem, portanto, fomentar principalmente as vocações
sacerdotais e religiosas, de modo que as Igrejas jovens
possam dar o seu contributo à Igreja universal21.
c) São dignas de especial menção as iniciativas
realizadas para a implantação da vida contemplativa.
Portanto, a nossa Ordem há-de procurar instaurar o nosso
género de vida em países de rica tradição ascética e mística,
em consonância com os seus costumes genuinamente
religiosos e culturais22.
60. Recomenda-se encarecidamente que em todas
as nossas casas ou albergues missionários residam
habitualmente vários religiosos, que, quanto possível,
tenham vida fraterna e comunitária, inclusive para a
planificação e o exercício ministerial.

20
Cf. Paulo VI, Exort. Ap. Evangelii nuntiandi, 8.12.1975, n. 21. 41.
21
Cf. AG
������
16.
22
�����������
Ibidem, 18.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 5 153

61. Com o objectivo de fomentar a cooperação fraterna


e a comunhão dos missionários, promovam-se reuniões
inter-regionais para as Missões limítrofes ou de uma
determinada zona, segundo o aconselhem as circunstâncias
e de acordo com as normas do Definitório.
62. Salvaguardando as necessidades da Missão, cada
missionário, depois de terminarem os anos que o Conselho
Provincial lhe fixou para essa actividade, tem o direito e
a obrigação de viver numa comunidade fora da Missão,
durante um período de tempo razoável indicado pelos
Superiores Provinciais, para se renovar e comunicar aos
outros a sua experiência missionária.
63. a) O Secretário das Missões da Ordem será designado
pelo Definitório e residirá em Roma; contudo, o seu
mandato deve ser confirmado pela Sagrada Congregação
para a Evangelização dos Povos.
b) Compete-lhe zelar pelas Missões e resolver os
assuntos relacionados com as mesmas sob a direcção e
dependência do Superior Geral e do Definitório.
64. O Provincial, com o voto deliberativo do seu
Conselho, nomeará em cada Província e Semiprovíncia,
para um triénio, um zelador das Missões. Sob a direcção
do Provincial, fomentará a união entre a Província e as
Missões, promoverá o espírito missionário e recolherá
recursos humanos e outras ajudas para as nossas Missões.
65. Todas as Províncias e comunidades ponham o máximo
empenho em oferecer a generosa colaboração, inclusive
económica, dos seus próprios bens, à obra missionária.
154 NORMAS

66. a) Corresponde ao Provincial, ouvido o seu


Conselho, apresentar ao Ordinário do lugar um religioso
idóneo para o ofício de Pároco23.
b) Também compete ao mesmo Provincial, na
visita pastoral, indagar diligentemente acerca do fiel
cumprimento das obrigações pastorais, bem como da
conservação e promoção do espírito da Ordem24.
67. a) Perante a oferta de uma nova paróquia por parte
do Ordinário do lugar, compete ao Conselho Provincial
tratar da sua conveniência e das suas condições e, deixando
tudo em suspenso, informar o Definitório e acatar a sua
decisão.
b) Ao Conselho Provincial pertence também julgar,
segundo cada caso, sobre a conveniência ou não de que
seja o mesmo religioso a desempenhar o múnus de Pároco
e Superior local, e preocupar-se pela continuidade pastoral
de cada paróquia.
c) Por último, de forma mais pormenorizada, o
Conselho Provincial deve determinar quais os direitos e
os deveres do ofício de Superior e Pároco, salvaguardando
sempre o direito comum e o nosso, bem como o convénio
com o Ordinário do lugar25.
68. Certos de que uma preocupação solícita pelo
movimento ecuménico caracteriza hoje a maneira de
pensar e agir da Igreja, e sabendo nós que isso afecta

23
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Cf. can. 682, 1.
24
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Cf. can. 678, 2; 681, 1.
25
����������������������������������������������������������
Cf. Instr. pro paroeciis O.N., AOCD 16-17 (1971-1973) 167.
PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULO 5 155

especialmente a nossa família teresiana devido ao ardente


interesse dos irmãos de outras confissões religiosas pelos
ensinamentos dos nossos Santos Padres, é necessário
que os nossos religiosos prestem atenção à actividade
apostólica do ecumenismo com uma preparação e
solicitude convenientes, estimulando e fomentando essa
mesma preocupação entre os fiéis.
SEGUNDA PARTE

MEMBROS DA ORDEM
CAPÍTULO 1

ADMISSÃO E FORMAÇÃO DOS MEMBROS

I. Promoção e discernimento das vocações

69. A promoção vocacional deve ser feita com a


mútua colaboração de projectos de âmbito provincial e
interprovincial, diocesano e nacional.
70. Esta promoção vocacional pode realizar-se de
diferentes maneiras:
a) pela oração e o testemunho de vida, juntamente
com uma propaganda oportuna, para que os fiéis conheçam
a vocação religiosa;
b) procurando estar eficazmente presentes em grupos
juvenis e realizando principalmente o nosso apostolado
específico, tratando de fomentar a vida cristã nas famílias,
que são o primeiro seminário das vocações;
c) por meio dos seminários preparatórios, que
nalgumas zonas, continuam a ser o meio normal de
promover as vocações;


Cf. �������
PC 24.

Cf. �����
OT 2.
160 NORMAS

d) atendendo cuidadosamente às vocações adultas,


em especial às que provêm de centros universitários ou
culturais; sendo possível, elejam-se para esta finalidade
alguns religiosos dotados de qualidades apropriadas; os
nossos conventos ofereçam a estas pessoas adultas uma
orientação vocacional e a possibilidade de convivência;
eleja-se também uma casa para a sua iniciação à vida
religiosa;
e) participando activamente nos programas
vocacionais diocesanos e regionais.

II. Formação

71. a) Permanecendo em vigor tudo o que se afirma no


número seguinte, bem como tudo o que o direito universal
e o nosso determinam acerca do Superior local, este tem
o direito e a obrigação de procurar que cada um trabalhe
activa, ordenada e proveitosamente dentro dos limites da
sua competência.
b) Os Superiores escolham cuidadosamente os
formadores de entre os religiosos melhores e com mais
experiência. Libertá-los-ão de ocupações incompatíveis
com o seu trabalho formativo e, se alcançarem bom
resultado no seu cumprimento, mantê-los-ão nessa função
o maior tempo possível.
72. Considerada a oportunidade do caso, compete
ao Conselho Provincial determinar os que constituem a
comunidade educativa e os que hão-de avaliar os alunos,
nos casos previstos pela nossa lei.
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 1 161

a) Se toda a comunidade local é declarada


comunidade educativa, a todos os religiosos incumbe o
trabalho formativo, no qual colaborarão com esmero e
harmonia, sob a direcção imediata do Superior local e do
Mestre espiritual.
b) Se, no parecer do Conselho Provincial, as
circunstâncias aconselham outra coisa, o mesmo Conselho
pode constituir um grupo especial de formadores, a quem
se encomendará directamente o trabalho formativo e serão
eles a emitir o parecer sobre os alunos.
73. Entre nós chama-se Mestre de espírito ao religioso
que tem o encargo imediato de cuidar e formar os nossos
irmãos ao longo do seu período formativo. Portanto,
deve estar livre de todos os cargos ou compromissos que
impeçam a sua dedicação aos alunos.
74. a) Os Superiores procurem que nas comunidades
formativas haja um número suficiente de confessores
idóneos para a formação espiritual dos alunos,
salvaguardando sempre a liberdade da cada religioso.
b) Tanto na administração do Sacramento da
Reconciliação como na direcção espiritual, procurem
os confessores comportar-se de modo a completarem e
aperfeiçoarem a obra do Mestre de espírito.
c) Os Mestres de noviços e de estudantes e os
formadores adjuntos não devem ouvir os seus alunos
em confissão sacramental, a não ser que estes o peçam
espontaneamente.


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Can. 630,3.
162 NORMAS

d) Os confessores tenham bem presente e apliquem


tudo quanto a Santa Sé prescreveu acerca da idoneidade para a
vida religiosa e clerical, sobretudo no referente à castidade.
75. No campo da formação tenha-se em conta a
participação adequada dos alunos, responsáveis pela sua
própria formação, para que trabalhem activamente nela.
a) Compete ao Conselho Provincial, ou à Conferência
de Superiores, no caso de centros interprovinciais, depois
de ouvir o parecer da comunidade formativa, determinar
os modos desta participação prática dos alunos no trabalho
formativo.
b) Os alunos hão-de não só promover o diálogo
entre eles, como abrir-se também espontaneamente aos
formadores e abordar, na confiança para com eles, os
problemas da sua vida.
76. Sem lesar o que determina o número 84 destas
Normas, nenhuma casa de formação se pode erigir, mudar,
transferir ou suprimir sem o consentimento do Conselho
Provincial, ouvido o Conselho Plenário, se existir; e se for
uma casa interprovincial precisa do parecer da Conferência
de Superiores; em qualquer dos casos é sempre necessária
a autorização do Definitório.
77. Além de se cumprir os requisitos que se enumerarão
mais à frente, ao falar do Noviciado, deve-se indagar
com especial cuidado se o candidato goza de boa saúde
e de carácter idóneo, e se, por outro lado, alcançou já


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Sac. Coel.; Congr. para a Educ. Catól., Orientamenti educativi per la
formazione al celibato sacerdotale, 1.4.1974.
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 1 163

a maturidade humana e afectiva própria da sua idade


e oferece esperanças de chegar oportunamente a uma
maturidade mais plena; saúde, carácter e maturidade que
deverão comprovar-se ainda com a ajuda de peritos, quando
for necessário, sem prejuízo do cânon 220 do Código de
Direito Canónico. O desejo de ingressar na nossa Ordem,
há-de colocar-se mais na firmeza de vontade que no afecto
sensível. Deve-se inquirir se se encontra nos aspirantes
uma aptidão especial para a vida de oração, irmanada com
o espírito comunitário e apostólico.

III. Noviços

78. Os candidatos, antes da sua entrada no Noviciado,


devem apresentar os seguintes documentos:
a) a certidão do baptismo e da confirmação, assim
como a certidão de estado livre;
b) a certidão do Ordinário do lugar ou do respectivo
Superior maior do Instituto ou sociedade, ou do Reitor do
Seminário, se se trata de admitir clérigos ou os que foram
admitidos antes noutro Instituto de vida consagrada ou
numa sociedade de vida apostólica ou no Seminário.
Os Superiores podem pedir, se assim o julgarem
necessário, outras informações, mesmo secretas.
79. Além dos requisitos que o direito universal prescreve
nos cânones 597 e 643-644 para a admissão ao noviciado,


�������������
Cf. can. 642.

��������������
Cf. can. 645.
164 NORMAS

é preciso também que o candidato tenha normalmente


dezoito anos de idade.
80. Antes de começar o noviciado, os postulantes farão
um retiro de, pelo menos, cinco dias completos.
81. Haverá no noviciado um livro, onde se anotarão os
nomes dos Noviços, com o dia, o mês e o ano do início do
noviciado.
82. Tendo em conta as circunstâncias de cada lugar, o
Capítulo Provincial determinará a veste dos noviços.
83. Conservem-se os bens que são pertença do noviço,
o qual não poderá dispor deles sem licença do Superior.
Se sair da Ordem antes da profissão, devolva-se-lhe tudo o
que trouxe.
84. a) Corresponde ao Superior Geral, com o
consentimento do Definitório e o parecer do Conselho
Provincial interessado, erigir, mudar ou suprimir a sede
do noviciado; decisão que se adoptará por meio de decreto
escrito.
b) Para responder melhor a certas necessidades
da formação dos noviços, o Superior Provincial poderá
permitir que o grupo viva, durante algumas temporadas,
noutra casa da Ordem que ele designar.
c) Em casos particulares, e a título excepcional,
o Superior Geral tem faculdades para conceder, com o
consentimento do Definitório, que um candidato efectue
validamente o Noviciado noutra casa da nossa Ordem, sob
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 1 165

a direcção de um religioso experiente que faça as vezes do


Mestre de noviços.
85. a) O plano de vida do noviciado há-de adequar-se ao
plano dos alunos das outras casas de formação.
b) Convém que os noviços, sob a direcção do
Mestre, aprofundem a sua formação espiritual carmelitana
com a ajuda de especialistas nas diversas disciplinas.
Frequentem, além disso, alguns estudos que sirvam para a
sua instrução; estudos que hão-de ser orientados em ordem
ao conhecimento amoroso de Deus e ao desenvolvimento
da vida de fé. Não se ocupem os noviços com estudos
ou trabalhos que não contribuam directamente para a
formação propriamente dita.
86. Os formadores do noviciado, imbuídos de um desejo
de comunhão orante com Cristo, de amor à Ordem e de
zelo apostólico, sejam sempre para os noviços um exemplo
de simplicidade evangélica, de amizade benévola e de
respeito para com cada um deles, assim como um estímulo
no cumprimento dos trabalhos e iniciativas, convidando-os
a cooperar com obediência activa e responsável.
87. É preciso instruir os noviços em tudo o que se
refere à profissão dos conselhos evangélicos e à natureza
e espírito, fim e organização, história e vida da Ordem.
Devem ser formados com sumo cuidado nas exigências
ascéticas da união íntima com Deus e da comunhão com os
irmãos, a fim de procurarem acima de tudo e unicamente


�������������
Cf. can. 647.

�����������������
Cf. can. 652, 5.
166 NORMAS

a Deus, e ardam de zelo pela salvação dos homens; deve-


‑se-lhes ensinar a contemplar o mistério da salvação e a ler
e meditar a Sagrada Escritura; devem-se familiarizar com
a participação activa na vida litúrgica e com a devoção
filial à Santíssima Virgem Maria; deve-se incutir neles o
amor à Igreja e infundir, por meio da educação, o espírito
apostólico da Ordem.
Dê-se aos noviços uma esmerada formação na vida
de oração, utilizando a doutrina e o método pedagógico
dos nossos Santos Padres, que se terá de adaptar e em certo
modo recriar, conforme a índole de cada aluno.
88. Esta formação aperfeiçoa-se com as disposições
interiores que fomentam o sentido da responsabilidade
pessoal e do amor à própria vocação, ao mesmo tempo que
dão vida à observância externa. Ainda que no noviciado
se devam cultivar as virtudes humanas, religiosas e
carmelitanas, convém que o seu ensinamento seja
progressivo e acomodado a cada noviço, tendo em conta
as suas condições psicológicas e espirituais e o serviço
específico, que a seu devido tempo prestará à Ordem. Este
programa exige um ambiente de verdadeira fraternidade,
tanto entre os noviços como entre os formadores, para
conseguir a necessária convergência de critérios e
pareceres10.
89. Poderão ter-se as temporadas de actividades
formativas, referidas no número 116 das Constituições,


�������������
Cf. can. 652.
10
����������
Rc 32, I.
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 1 167

fora da comunidade do noviciado, quando se considerem


úteis, a juízo do Mestre de noviços e com o consentimento
do Conselho Provincial. A este mesmo Conselho compete
determinar as condições relativas a ditas práticas,
observando as normas do direito universal.
90. Durante o tempo de noviciado, o noviço será
proposto três vezes à comunidade educativa para que
esta examine o seu aproveitamento na formação e a sua
idoneidade para a vida Carmelitana, havendo entre cada
uma delas um espaço de tempo prudente.
Se na primeira e na segunda vez a maior parte da
comunidade educativa aprova o noviço ou pelo menos os
votos são iguais, o noviço prosseguirá a prova canónica;
mas se for reprovado, será despedido com o consentimento
do Provincial.
Se à terceira for reprovado, será despedido, avisando
o Provincial. Se os votos são iguais, notifique-se o
resultado ao Provincial. Ele pode decidir uma espera
até ao fim do noviciado, ou também, uma vez ouvida a
comunidade educativa, que se prorrogue o noviciado, mas
não por mais de seis meses.
Mas se à terceira vez, ou em caso de prorrogação,
depois de uma nova proposta à comunidade educativa,
fosse aprovado, o Provincial pode admiti-lo à profissão
temporal. Se não o admite, será despedido. A última
votação da comunidade educativa para a primeira profissão
é deliberativa.
91. a) No caso de escândalo grave, o noviço será
despedido com o consentimento da comunidade educativa,
168 NORMAS

avisando-se o Provincial. Além disso, se depois da sua


aprovação, mesmo a última, o noviço cometer algum acto
que o torna indigno de continuar o noviciado ou de fazer
a profissão, será proposto à comunidade educativa; se for
reprovado, proceder-se-á ao seu despedimento.
b) Se se trata de uma culpa que não pode ser revelada
à comunidade educativa sem difamação, o Superior trate
prudentemente o assunto com o Mestre e outro padre,
notificando o Provincial, dentro dos limites da caridade.
c) Não se devem revelar aos de fora as causas do
despedimento dum noviço, olhando cuidadosamente ao
seu bom nome.
92. Não se receberá por segunda vez um noviço
despedido da Ordem, a não ser que tivessem desaparecido
os motivos da sua demissão, a juízo do Conselho Provincial.
Mas, se saiu pela sua própria vontade e se, a juízo do
Provincial e da comunidade educativa, há certeza moral
da sua verdadeira vocação, pode ser recebido novamente.
93. Comunique-se a tempo, ao noviço, a sua admissão
à profissão para que se possa preparar para ela, deferir
os seus assuntos, segundo as normas jurídicas, ceder a
administração dos seus bens e dispor livremente do uso e
usufruto dos mesmos.

IV. Profissão

94. Os noviços, antes de emitir a profissão temporal, farão


um retiro espiritual de, pelo menos, cinco dias completos.
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 1 169

95. Para que a profissão temporal seja válida exige-se


ao professando:
a) que tenha pelo menos dezoito anos de idade
completos;
b) que tenha feito validamente o noviciado;
c) que seja admitido livremente pelo Superior
Provincial, com o consentimento da comunidade
educativa;
d) que realize a dita profissão de forma expressa e
sem violência, medo ou dolo;
e) que seja recebido na profissão pelo Superior
Provincial, pessoalmente ou pelo seu delegado11.
96. A profissão temporal far-se-á segundo a fórmula
estabelecida pela Ordem, excluída toda a solenidade, que
se reserva para a profissão solene.
97. O Provincial pode permitir que a profissão temporal
se antecipe, mas não por mais de quinze dias12.
98. O Provincial tem a faculdade de autorizar, com
justa causa, que a renovação de votos se adiante por algum
tempo, mas não por mais de um mês.
99. Ao Provincial compete prorrogar o tempo da
primeira profissão, mas sem que o período da prova
ultrapasse os nove anos consecutivos13.

11
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Cf. can. 656.
12
����������������
Cf. can. 649, 2.
13
�����������������
Cf. can. 657, 2.
170 NORMAS

100. Um professo de votos perpétuos, mesmo solenes,


que passe de outro instituto religioso para o nosso, não
será admitido à profissão solene sem completar um triénio
de formação e prova, uma vez concluído o noviciado.
Corresponde ao Conselho Provincial determinar o modo
da dita prova14.
101. Durante todo o tempo dos votos temporários, os
religiosos serão propostos anualmente à comunidade
educativa, em tempo oportuno, para avaliar o seu progresso
na formação carmelitana.
102. Para que a profissão solene seja válida,
requerem-se, além do que se contempla no cânon 656, 3, 4
e 5, as seguintes condições:
1.ª que tenha, pelo menos, vinte e um anos de idade
completos;
2.ª a prévia profissão temporal, ao menos por um
triénio, sem prejuízo do disposto no cânon 657, 315.
103. Os religiosos não serão admitidos à profissão
solene senão depois de completar os vinte e cinco anos de
idade, salvaguardando as normas dos números 120 e 122
das Constituições. Corresponde ao Conselho Provincial
dispensar dos requisitos de idade e tempo por causas
especiais, sem prejuízo do direito universal. O Provincial
receberá a profissão pessoalmente ou por delegação. A
profissão solene pode-se antecipar com justa causa, mas
não por mais de três meses16.
14
��������������
Cf. can. 684.
15
�������������
Cf. can. 658.
16
�����������������
Cf. can. 657, 3.
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 1 171

104. O consentimento de que trata o número 123 das


Constituições refere-se à comunidade onde o candidato
tenha sido conventual durante os seis meses precedentes.
105. Os nossos irmãos, antes da sua profissão solene,
dedicarão um trimestre à reflexão e à preparação espiritual,
tempo que se considerará como um segundo noviciado. O
Conselho provincial, contudo, pode, por razões especiais,
reduzir o prazo.
106. a) Se algum membro que abandonou legitimamente
a Ordem ao fim do noviciado, ou depois da profissão,
solicita a sua nova admissão no nosso Instituto, o Superior
Geral, com o consentimento do seu Definitório, ouvido
o parecer do Conselho da Província à qual o requerente
esteve incorporado, poderá readmiti-lo, sem a obrigação
de repetir o noviciado.
b) Corresponderá ao mesmo Superior Geral
determinar, para o caso, um conveniente tempo de prova.
Decorrido esse tempo, o candidato é admitido aos votos
temporários pelo tempo que o Superior Geral determine;
será um período que durará até à profissão solene, nem
inferior ao triénio, nem superior ao sexénio, permanecendo
em vigor o cânon 655 e o 65717.
107. Cada acta de profissão deve ser assinada pelo
Superior que recebe os votos, pelo Mestre de espírito ou
pelo padre mais antigo que assista ao acto, e pelo mesmo
professo. Guarde-se o documento no arquivo conventual.

17
����������������
Cf. can. 690, 1.
172 NORMAS

E se se trata de um professo solene, notifique-se o facto à


paróquia, onde o professo foi baptizado18.
108. Se se trata de alunos, que embora tenham emitido
votos solenes, ainda não terminaram os estudos, o Capítulo
Provincial poderá dar normas pertinentes que limitem a
sua voz activa no referente ao governo, à administração,
à vida da mesma casa de formação ou à aprovação dos
candidatos para a profissão ou para as ordens sagradas,
ficando sempre a salvo os seus direitos nos outros casos
onde os professos solenes têm voz activa, segundo as
Constituições.

V. Religiosos chamados às Ordens Sagradas

109. Compete ao Conselho Provincial, ou à Conferência


de Superiores, encarregar-se de elaborar em cada região
um plano especial de estudos que acomode as normas
gerais da Igreja e da Ordem às circunstâncias concretas
de cada lugar. Este plano, aprovado pelo Definitório, será
revisto periodicamente a fim de que a formação científica
dos nossos estudantes responda sempre às exigências
apostólicas das distintas zonas ou nações.
110. Os estudos dos nossos alunos devem organizar-se
de tal forma que possam ser reconhecidos juridicamente
pela autoridade eclesiástica ou civil competente e possam
completar-se sem dificuldade, se houver mudança do
estado de vida.

18
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Cf. can. 535, 2.
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 1 173

Por isso, os nossos alunos antes de começar os estudos


propriamente eclesiásticos, devem possuir a formação
humanística e científica equivalente à que possuem os
jovens da sua nação ao começar os estudos superiores19.
Procure-se também com grande empenho, que os
nossos centros de estudos sejam reconhecidos juridicamente,
tendo em conta, contudo, as distintas condições regionais
e as normas das Conferências Episcopais.
111. A nossa Faculdade Teológica e o Instituto de
Espiritualidade de Roma devem ser o centro de promoção
da vida intelectual da Ordem e de especialização na
doutrina espiritual. As Províncias devem colaborar com
todos os meios possíveis para que a competência e a
eficácia formativas deste Centro se multipliquem sem
cessar em proveito da Ordem.
112. Para que a formação dos nossos alunos seja mais
perfeita, fomentem-se as relações mútuas entre as distintas
Províncias da Ordem, e entre as Províncias e a nossa
Faculdade Teológica de Roma:
a) intercâmbio de professores e formadores;
b) erigindo sedes interprovinciais, a diferentes níveis
de formação, sem exceptuar o noviciado, salvaguardando
sempre o direito de cada Província a ter centros próprios.
113. Os nossos religiosos que estudam em Seminários ou
outros Centros eclesiásticos devem estudar em casa aquelas
matérias que os Conselhos Provinciais, ou as Conferências

19
Cf. OT
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13; can. 234, 2.
174 NORMAS

de Superiores, considerem necessárias e essenciais para


completar a sua formação religiosa e carmelitana.
114. Compete ao Prefeito Provincial de Estudos, sob a
imediata autoridade do Provincial, coordenar os trabalhos
dos professores e alunos, velando cuidadosamente para
que se ponha em prática tudo o que está mandado acerca
da formação.
115. Em cada Centro de estudos haverá um Prefeito
local, que deverá apresentar à comunidade educativa
o calendário, os programas de estudos, os horários e a
distribuição das aulas, e mandá-los ao Prefeito Provincial
de Estudos, depois de elaborados definitivamente de
comum acordo, e velar pelo seu cumprimento.
116. Adquiram os professores os títulos académicos
exigidos pelo direito universal e pelo nosso, em
Universidades eclesiásticas e civis. Só o Superior Geral
pode autorizar o ensino a quem, não tendo título, está
realmente preparado.
117. Assim como se deseja que os professores estejam
bem preparados para dar aulas, deve-se-lhes também
proporcionar a ajuda necessária para a investigação por meio
de livros, instrumentos, congressos e tempo conveniente.
118. Deixa-se ao juízo de cada Capítulo Provincial a
oportunidade dos Seminários preparatórios.
119. Nos Seminários preparatórios deve seguir-se
integralmente o programa aprovado pela autoridade civil de
cada Nação ou zona para os equivalentes graus de ensino.
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 1 175

Além disso, há-de ensinar-se aos nossos alunos o latim


suficiente para que possam estudar, de maneira adequada,
os estudos eclesiásticos. Deve ser-lhes facilitada também
a aprendizagem de outras línguas, cujo conhecimento
seja necessário ou útil para a sua formação e exercício do
ministério pastoral20.
120. Nos cursos de Filosofia e Teologia serão estudadas
as disciplinas prescritas pelas normas do Código de Direito
Canónico e o Estatuto de formação para toda a Igreja, e
as disposições das Conferências Episcopais em relação
a ditos cursos. Estudem os nossos alunos com especial
dedicação a Mariologia, a Teologia Espiritual, a Teologia
da Vida Religiosa, a Espiritualidade Bíblica e Litúrgica e a
Doutrina dos nossos Santos Padres21.
121. Durante toda a carreira eclesiástica, os alunos
receberão informação sobre a situação da humanidade e
dos tempos, assim como das necessidades da Igreja, para
que, examinando sabiamente à luz da fé os acontecimentos
do mundo, possam a seu devido tempo ajudar com mais
eficácia os homens.
122. O Mestre de espírito dirija e coordene com prudência
o uso dos meios de comunicação social, a fim de que os
alunos possam adquirir um conhecimento mais preciso da
evolução da mesma sociedade e dos seus problemas.

20
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Cf. can. 249.
21
Cf. Congr. para a educ. Catól., Ratio fundamentalis Institut. sacerdotalis,
Roma 1970, 70-85.
176 NORMAS

123. Durante todo o período de formação, os alunos


trabalhem com afinco por adquirir e aumentar o espírito
de oração, o cultivo da intimidade divina e a vida de
generosa abnegação. Fomentem, além disso, uma
devoção assídua a Cristo presente entre nós na Eucaristia,
e venerem a Santíssima Virgem com sentimento filial e
confiança firme.
Os nossos jovens receberão, conforme o programa
elaborado pelos peritos, uma formação espiritual baseada
nos nossos autores, e adaptada ao período de formação em
que se encontrem.
124. Durante o tempo de estudos, sobretudo teológicos,
os nossos alunos iniciar-se-ão gradualmente na prática do
apostolado sob a cuidadosa vigilância dos formadores.
125. Se o Conselho Provincial julgar necessário e
oportuno, poderá determinar alguma interrupção dos
estudos a fim de que:
a) se realize mais adequadamente a prova dos
candidatos;
b) se iniciem os alunos, como é devido, no
apostolado.
126. O Provincial, ouvido o Capítulo conventual ou a
comunidade educativa e, guardando o direito universal,
poderá admitir os religiosos aos ministérios de Leitorado e
Acolitado com o rito litúrgico próprio22.

22
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Cf. Paulo VI, Carta Ap. Ministeria quaedam, 15.8.1972, AAS (1972) 529-534.
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 1 177

127. Uma vez concluída a carreira eclesiástica, os


alunos, antes da sua promoção ao presbiterado, participem
na actividade pastoral durante o tempo conveniente
que determine o Conselho Provincial, exercendo o
diaconado23.
128. Todos os nossos religiosos presbíteros dediquem um
ano ao estudo e à prática da Teologia pastoral, tanto a geral
como a da Ordem, para que possam exercer plenamente a
sua função ministerial. Os Superiores maiores raramente
dispensarão desta obrigação, mesmo quando os alunos
sigam estudos especiais. Compete aos Conselhos
Provinciais determinar o modo concreto de realizar esta
formação pastoral, com a cooperação da Conferência de
Superiores, se existir.
Se os alunos fazem os seus estudos pastorais em
Centros externos, deverão completar a formação apostólica
própria da Ordem nalguma das nossas casas.
129. Os nossos religiosos, a juízo do Conselho Provincial
e com o parecer do Prefeito Provincial de Estudos, serão
enviados a especializar-se na nossa Faculdade Teológica
de Roma ou noutras Faculdades, mesmo civis, ressalvando
sempre o espírito e a disciplina religiosa.
130. Fomente-se, ao mesmo tempo, a assistência a
diversas reuniões culturais e apostólicas, sobretudo as que
nas suas actividades mantêm uma relação mais estreita
com a Ordem e com a Igreja.

23
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Cf. can. 1032, 2.
178 NORMAS

Os Conselhos Provinciais, incluída a colaboração


das Conferências de Superiores, tomarão as medidas
necessárias, por meio de oportunas disposições ou
iniciativas, a fim de que os religiosos, depois de terem
chegado ao presbiterado, recebam aulas de pastoral
e utilizem outros meios, com os quais se formem de
maneira permanente em ordem ao bom desempenho dos
ministérios sacerdotais, tanto os gerais como os próprios
da nossa Ordem24.
131. Nos Centros de formação haverá bibliotecas
suficientemente dotadas de livros, a fim de que o trabalho
formativo seja mais eficaz. Sendo possível, em cada
Província, ou ao menos em cada nação, haverá uma
biblioteca sortida de livros mais estreitamente relacionados
com a nossa vida e apostolado, dando primazia aos que
tratam da nossa Madre santa Teresa, do nosso Pai São João
da Cruz, de Santa Teresa do Menino Jesus e de Teologia
Espiritual.
132. O Provincial, com o consentimento da comunidade
educativa, pode admitir os religiosos ao Diaconado ou
ao Presbiterado, depois da profissão solene e uma vez
que tenham terminado os estudos, segundo as normas da
Igreja25.
133. O Provincial, com o consentimento do Capítulo
conventual ou da comunidade educativa, poderá promover
ao Diaconado Permanente os religiosos dotados de especial

24
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Cf. can. 279.
25
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Cf. can. 1019, 1; 1032.
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 1 179

vocação e aptidão, salvaguardando as normas emanadas


da legítima autoridade eclesiástica26.
134. Os religiosos recebidos na Ordem na qualidade
de não clérigos poderão, a juízo do Conselho Provincial,
aceder ao Presbiterado, se o solicitam por iniciativa
própria, desde que se cumpram todos os outros requisitos
do direito.

26
Paulo VI, Carta Ap. Sacrum diaconatus ordinem, 18.6.1967, AAS 59 (1970)
697-704; S. Congr. para a educação cat., Carta do 16.7.1969.
CAPÍTULO 2

INCORPORAÇÃO DOS RELIGIOSOS

135. Os religiosos pertencentes a alguma comunidade


de uma Província à qual não estão incorporados, ou a um
convento sujeito directamente ao Definitório:
a) gozam de voz passiva em qualquer eleição
que se faça no Capítulo Provincial, e no Conselho da
própria Província, salvaguardando-se sempre o direito do
Definitório invalidar dita eleição pelo bem da Ordem, se se
trata de um religioso dependente directamente dele;
b) gozam de voz activa e passiva na Província a
que pertence o convento onde são conventuais; mas não
poderão assumir cargos nela sem o consentimento do
próprio Provincial.
136. Os religiosos podem servir outra Província diferente
da sua, ou por iniciativa do Superior Geral ou por mútuo
consentimento dos Provinciais interessados, com a prévia
autorização do Superior Geral.
137. Aos religiosos enviados para o serviço de outra
Província ou para uma comunidade directamente sujeita
ao Definitório, ser-lhes-á atribuída conventualidade, se
tiverem de permanecer ali, pelo menos seis meses, a não
SEGUNADA PARTE – CAPÍTULO 2 181

ser que o Superior Geral disponha outra coisa em casos


particulares.
138. No caso em que os Delegados ao Capítulo Provincial
são eleitos por toda a Província e não pela comunidade, o
Superior Geral ou o Provincial, nos seis meses precedentes
ao Capítulo Provincial, não deve mudar os religiosos de
conventualidade, porque a comunidade poderia elegê-los
como Delegados ao Capítulo, a não ser que eles próprios o
peçam; e, mesmo assim, é necessário o consentimento do
primeiro Definidor ou do primeiro Conselheiro Provincial
respectivamente; mas se os interessados não o pedem, é
necessário o consentimento de dois Definidores ou de dois
Conselheiros respectivamente.
139. Não se pode mudar a conventualidade do primeiro
Conselheiro local, a não ser que ele próprio o pedisse ou
tivesse o consentimento do Definitório, ou do Conselho
Provincial, que o elegeu.
140. O Superior Geral, com o voto deliberativo do
Definitório, pode, por causa grave, conceder a um professo
solene o indulto de exclaustração, mas não por mais de três
anos, prévio o consentimento do Ordinário do lugar onde
deverá residir o exclaustrado, se se trata de um clérigo.
Compete exclusivamente à Santa Sé prorrogar o indulto
ou concedê-lo por mais de um triénio, em conformidade
com o direito.
O religioso exclaustrado fica livre das suas
obrigações incompatíveis com a sua nova condição de vida,
mas não com as restantes. E continua sob a dependência e
182 NORMAS

o cuidado dos seus Superiores e também do Ordinário do


lugar, sobretudo se se trata de um clérigo. Mas carece de
voz activa e passiva27.
141. Mantendo-se em vigor as disposições dos números
133 e 134 das Constituições, quando um religioso de votos
solenes, por causas gravíssimas ponderadas diante de Deus,
solicitar o indulto de saída da Ordem ou secularização, o
Superior Provincial enviará o pedido, juntamente com o seu
voto e o do Conselho Provincial, e com outras informações
que possam contribuir para o esclarecimento da petição,
ao Superior Geral, o qual o remeterá à Santa Sé segundo
a norma do direito. No caso de um religioso clérigo, é
preciso que encontre primeiro um Bispo benévolo que o
incardine na Diocese ou ao menos o receba para prova.
O indulto de saída, legitimamente concedido e
notificado ao solicitante, se não for rejeitado no acto da
intimação, comporta pelo próprio direito a dispensa dos
votos e das outras obrigações derivadas da profissão28.

27
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Cf. can. 686-687.
28
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Cf. can. 691-693.
CAPÍTULO 3

CORRECÇÃO DOS RELIGIOSOS

142. Todos os Superiores maiores e locais, bem como os


Mestres de noviços ou de estudantes no caso dos religiosos
a eles recomendados, podem corrigir as transgressões às
leis, que não sejam de delito propriamente dito. Tendo em
conta a gravidade da falta, deixa-se ao prudente critério do
Superior determinar a sua sanção; mas, se esta for notória,
o Superior local consultará o seu primeiro Conselheiro, e
os Mestres de noviços ou de estudantes actuarão depois de
dialogar com o Superior.
143. Privar-se-á de voz activa e passiva por seis meses
a quem, propositadamente, atrasar ou abrir as cartas
procedentes de qualquer Superior, Definidor ou Conselheiro
Provincial ou as remetidas a eles, ou, de qualquer forma,
violar gravemente o segredo de ofício do Superior.
144. A quem fizer despesas que excedam os limites
legítimos, será castigado segundo a gravidade da culpa,
mesmo com a suspensão do seu ofício por um ano.
145. Se alguém danificar gravemente o próximo na sua
fama, carecerá de voz activa e passiva e não exercerá nenhum
ofício durante o tempo que o Superior competente designar.
184 NORMAS

146. O Superior que violar manifesta e gravosamente


algum voto religioso será privado do seu ofício. O mesmo
se diga do Superior que se enredar em negócios até chegar
ao ponto de não poder cumprir o seu ofício, ou actuar com
grande negligência e dano para os religiosos e a disciplina,
se, admoestado duas vezes, não se corrigir.
147. Será privado do seu ofício qualquer Superior que,
sem o consentimento do seu Capítulo ou do seu Conselho,
resolver pessoalmente, por três vezes, aqueles assuntos
que competem ao mesmo Capítulo ou ao Conselho
respectivamente.
148. O Superior que, conscientemente, admitir alguém
ao noviciado, ou à profissão, contra as normas do direito,
será privado do seu ofício.
149. O Superior maior removerá de qualquer ofício
o religioso que solicitar da autoridade competente a
declaração de nulidade da sua profissão, ou o indulto
de secularização, ou de exclaustração, ou de redução ao
estado laical.
150. Os Superiores procurem com solicitude e ajudem a
regressar e a perseverar na vocação o súbdito que se tenha
ausentado ilegitimamente da comunidade religiosa para
não se sujeitar à sua autoridade29.

29
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Cf. can. 665,2.
TERCEIRA PARTE

REGULAMENTO
CAPÍTULO 1

CONSTITUIÇÃO ORGÂNICA DA ORDEM

151. Corresponde ao Capítulo Geral, ou ao Definitório,


segundo os casos, julgar sobre o número de comunidades
e religiosos, bem como as outras condições indicadas
nas Constituições, à hora de erigir, mudar ou suprimir
uma Província ou outros territórios autónomos, depois de
ouvidos os religiosos interessados.
152. Quando, por qualquer razão, se mude a situação
jurídica de uma Província fora do tempo do Capítulo
Provincial, os Superiores e outros nomeados permanecerão
nos seus postos até ao próximo Capítulo, a não ser que o
Definitório disponha outra coisa.
153. Erigida uma Província:
O Superior Geral convocará o Capítulo Provincial
extraordinário, onde se farão as eleições tal como no
ordinário.
O Superior Geral, ou o seu Delegado, presidirá ao
dito Capítulo, mas sem voz activa.
154. O que se diz das Províncias também é válido para as
Semiprovíncias, excepto o que segue:
188 NORMAS

a) Em lugar de quatro Conselheiros, só se elegem dois.


b) Não se elege Sócio para o Capítulo Geral.
155. Em ordem à expansão da Ordem, poder-se-ão
fundar casas directamente sujeitas ao Definitório. E se
existem várias delas num mesmo território, o Definitório
poderá uni-las formando um Comissariado, presidido por
um Comissário, que, se for possível, será eleito de entre os
religiosos nele residentes.
156. Antes de proceder à erecção de uma nova Província
ou Semiprovíncia, o Definitório poderá assumir o
governo directo desse território por um tempo prudente,
com a categoria de Comissariado, até se verificarem
todos os requisitos para formar uma nova Província ou
Semiprovíncia.
157. O Comissariado terá um regime similar às
Semiprovíncias, sem prejuízo dos estatutos próprios
aprovados pelo Definitório.
158. a) Onde razões especiais o aconselhem, o Capítulo
Provincial poderá agrupar as diversas casas de uma região
ou território distante do centro da Província formando um
Vicariato regional, em conformidade com as normas dadas
pelo Definitório. Este Vicariato reger-se-á pelas citadas
normas e um estatuto particular redigido pelo Capítulo
Provincial com o parecer dos religiosos de dito território e
com a aprovação do Definitório.
b) O Vicariato regional é parte da Província da qual
depende. O Provincial é o Superior maior e também o
Ordinário próprio dos religiosos do Vicariato. Um Vigário
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 1 189

regional encarregar-se-á do governo imediato do Vicariato,


segundo as atribuições dadas pelo Capítulo Provincial. Será
eleito por um triénio no Congresso especial do Vicariato,
que há-de celebrar-se sob a presidência do Provincial, ou
de um seu Delegado, onde se fará também a provisão dos
outros cargos do Vicariato.
c) Tudo quanto se refere à adscrição dos religiosos
a um Vicariato regional ou à sua mudança para outras
comunidades da Província, será decidido através dum
diálogo mútuo entre o Provincial e o Vigário regional,
sendo também consultados os interessados.
d) O Vigário regional e um delegado eleito pelos
religiosos do Vicariato representarão o mesmo no Capítulo
Provincial.
e) O Vigário regional e o delegado têm voz activa
somente na eleição do Provincial, dos Conselheiros e do
Delegado ao Capítulo Geral, bem como noutros assuntos
que o Capítulo há-de resolver.
159. Para a erecção canónica das casas, é necessário o
consentimento por escrito do Bispo Diocesano, segundo
o direito. De igual modo é preciso o beneplácito do Bispo
Diocesano para que uma casa religiosa possa ser destinada
a obras apostólicas diferentes daquelas para que se fundou.
Não se pode suprimir uma casa legitimamente eregida sem
prévia consulta ao Bispo Diocesano .
160. Corresponde ao Capítulo Provincial decidir sobre
a distinção das casas em Prioratos e residências com os


Cf. can. 609, 1; 612; 616, 1.
190 NORMAS

seus correspondentes requisitos, ficando a salvo o número


seguinte.
161. Não se mantenham nem se fundem novas casas na
Ordem se não podem dotar-se de um número suficiente
de religiosos para organizar devidamente a nossa forma
particular de vida e realizar a missão apostólica da Ordem,
tendo também em conta as necessidades da Igreja e a
conveniente expansão da Ordem .
162. Sempre que se trate de uma nova construção, o
Conselho Provincial aprovará os planos e enviará quanto
antes uma cópia dos mesmos ao Definitório para seu
conhecimento e inspecção. Uma vez aprovados, ninguém
poderá alterá-los sem uma licença por escrito do Conselho
Provincial.
Salvaguardando o número 224 das Constituições,
também é necessária a aprovação do Conselho Provincial
para introduzir qualquer mudança significativa no edifício
já construído.
163. Os conventos sujeitos imediatamente por qualquer
motivo ao Definitório equiparar-se-ão às casas de idêntica
categoria existentes nas Províncias no tocante à vida
religiosa e ao governo, mas com a obrigação de recorrer
ao Superior Geral ou ao Definitório quando nas Províncias
se recorre ao Provincial ou ao Conselho Provincial.
O Superior Geral ou o Definitório, segundo os
casos, proverá às eleições ou nomeações, que em outros


Cf. can. 610.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 1 191

casos competem ao Capítulo, ao Conselho ou ao Superior


Provincial, depois de consultar, se for possível, as
comunidades interessadas.
164. O convento do santo Monte Carmelo e o Colégio
Internacional não podem incorporar-se em nenhuma
Província, pois estarão sob a imediata jurisdição do
Definitório.
CAPÍTULO 2

OFÍCIOS

165. Os Superiores e os Capítulos gozam, na nossa


Ordem, de autoridade eclesiástica de regime, tanto para
o foro interno como para o externo, conforme o direito
universal e o próprio.
166. Os Superiores exercem a autoridade com espírito
de serviço. Dóceis à vontade de Deus, governem os seus
súbditos como a filhos de Deus e, solícitos em fomentar
neles a obediência voluntária à pessoa humana,
escutem-nos de bom grado e promovam a sua colaboração
no bem do instituto e da Igreja.
167. Os Superiores desempenhem o seu ofício com
dedicação diligente e, em união com os religiosos que
lhes foram confiados, procurem edificar uma comunidade
fraterna em Cristo; fortaleçam esses seus irmãos com a
palavra de Deus e estimulem-nos à celebração da sagrada
liturgia; dêem-lhes exemplo no exercício das virtudes e na
observância das leis e tradições da nossa Ordem; visitem
com solicitude os enfermos.


Cf. can. 596.

Cf. can. 618.

Cf. can. 619.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 2 193

168. A fim de fomentar uma comunhão mais estreita com


a Santa Sé, os Superiores promovam o conhecimento dos
documentos da mesma que se referem aos religiosos que
estão ao seu cuidado e procurem o seu cumprimento.
169. Os Superiores deixem aos religiosos a devida
liberdade no que respeita ao sacramento da Reconciliação
e à direcção espiritual, mas sem prejuízo da disciplina
do Instituto. Procurem que não faltem aos seus súbditos
confessores idóneos com quem se possam confessar
frequentemente.
170. Os Superiores maiores não se intrometam nos ofícios
dos Superiores subalternos, a não ser por impedimento
destes ou por razões de prudência nalgum caso particular.
171. Os Superiores estão obrigados a viver na comunidade
e não tomarão compromissos que prejudiquem o
desempenho do seu cargo.
172. Na visita pastoral, os visitadores busquem de forma
positiva o bem da Ordem, dialogando sinceramente com
todos os irmãos, de modo que se intensifique a vida religiosa
e se corrijam com caridade as faltas, se as houver.
Em casos particulares, se o julgarem oportuno, poderão
impor preceito de obediência segundo a fórmula usual.
Os religiosos dialoguem familiarmente com o
visitador e respondam-lhe com caridade, segundo a


Cf. can. 592, 2.

Cf. can. 630.

Cf. can. 629.
194 NORMAS

verdade, quando interrogar por direito. A ninguém lhe


está permitido retrair, da maneira que seja, os religiosos
desta obrigação ou impedir de outro modo o objectivo da
visita.
173. A ninguém se atribuirão ofícios incompatíveis, que,
entre nós, são:
a) O ofício de Definidor com o de Secretário Geral.
b) O ofício de Provincial com qualquer outro ofício
na Província.
174. Quando em casos particulares, numa eleição, seja
preciso emitir o voto por correio, o Definitório aprovará o
modo adequado de proceder em cada caso10.
175. A postulação só se pode admitir num caso
extraordinário a teor do direito canónico. Para admitir uma
postulação, é necessário recorrer à Santa Sé, não apenas
quando se trata de um impedimento de direito comum,
mas também de uma postulação feita no Capítulo Geral.
Nos outros casos, basta recorrer ao Definitório.
176. Há-de-se evitar, se uma causa grave não aconselhar
o contrário, que o mesmo religioso permaneça demasiado
tempo nos lugares de governo sem interrupção 11.
177. Recebido um ofício, o predecessor continua
exercendo o cargo até que o sucessor tome posse do mesmo,


Cf. can. 628, 3.
10
Cf. can. 180-183.
11
Cf. can. 624,2.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 2 195

a não ser que aquele tenha aceite outro ofício incompatível


ou se determine outra coisa no direito.
178. Os Capítulos, o Definitório e os Conselhos têm o
direito, sob juramento, de impor segredo aos seus membros,
quando se julgar oportuno nalgum caso.
CAPÍTULO 3

REGULAMENTO GERAL

I. Capítulo geral

179. Há-de preparar-se cuidadosamente o Capítulo sob a


direcção do Definitório, sem prejuízo do referido na alínea b)
do número 200 das presentes Normas, dando oportunidade
não só às Províncias e comunidades, mas também a cada
religioso para lhe expor os seus desejos e sugestões12 .
180. No próprio dia do início do Capítulo, se as rubricas
o permitirem, os capitulares celebrem a Missa do Espírito
Santo, que se concelebrará segundo a conveniência,
acrescentando preces apropriadas na oração dos fiéis.
Na primeira sessão capitular, o Superior Geral ou
o Vigário Geral declare aberto o Capítulo e sejam lidos
publicamente os nomes dos que nele têm voz activa. Se
surgir alguma dúvida sobre o direito de voto de algum
capitular, o Definitório resolverá a questão.
181. Corresponde ao Presidente do Capítulo convocar as
sessões, propor a ordem do dia e moderar os debates, a não

12
Cf. can. 631, 3.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 3 197

ser que o mesmo Capítulo escolha outro moderador. Se o


Presidente omite alguma proposta que se julgue oportuna,
poderá apresentá-la qualquer Definidor. O mesmo se fará
se quatro capitulares o solicitarem por escrito.
Compete também ao Presidente procurar que
todos os capitulares manifestem o seu parecer com total
liberdade e sinceridade, e assim, através do diálogo e da
deliberação comum, se possam resolver os assuntos com
maior maturidade.
182. Pertence ao Capítulo Geral, se o julgar oportuno,
criar um Conselho de Presidência, designando-lhe as
atribuições concernentes.
183. a) O Capítulo elegerá um Secretário, a quem compete
transcrever fielmente as actas capitulares e encarregar-se
de tudo o que diz respeito à secretaria. O Capítulo, por
proposta do Presidente, designará outros religiosos como
ajudantes do Secretário.
b) Compete ao Presidente e aos dois Capitulares que
ocupam os lugares imediatos fazer de escrutinadores.
184. a) Capitulares são os religiosos que gozam de
voz activa no Capítulo, a teor do número 168 das
Constituições.
b) Todo o Capitular tem direito a ser convocado. Se
algum for preterido, pode recorrer segundo a norma13. Uma
vez aberto o Capítulo, não se espere por nenhum ausente,

13
Cf. can. 166.
198 NORMAS

excepto o Superior Geral ou o Vigário Geral, e desde que


o capítulo assim o entenda.
c) Os Capitulares, legitimamente convocados,
devem assistir, a não ser que se encontrem legitimamente
impedidos.
d) Todos os Capitulares estão obrigados a examinar
com a devida diligência os assuntos, a emitir o seu voto e a
cooperar com generosidade para o êxito do Capítulo.
185. a) O Capítulo decidirá os assuntos através de
votação secreta, a não ser que se trate de coisas de pouca
importância ou daquelas que se podem resolver por
unânime aclamação a juízo do Capítulo.
b) Se não se determina outra coisa no nosso direito,
é necessário e basta a maioria dos votos para resolver as
questões.
c) Se surgir alguma controvérsia sobre os votos, o
Presidente do Capítulo juntamente com os Definidores, ou
o Conselho da Presidência, se assim parecer ao Capítulo,
decidirá no caso por maioria de votos. Mas se as dúvidas
recaem sobre outros assuntos, todo o Capítulo as resolverá
também com a maioria de votos.
d) Se se apresenta um assunto de resolução
obrigatória e se dá o empate a votos, o Presidente e os
quatro Capitulares que ocupam os primeiros lugares
decidirão a questão por meio de votação secreta.
186. As eleições do Superior Geral e dos Definidores
terão lugar nos dias que o Presidente, com o parecer do
Capítulo, indicar.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 3 199

187. Antes de proceder à eleição do novo Superior Geral,


o Presidente do Capítulo apresentará uma informação
aprovada pelo Definitório sobre a vida da Ordem durante
o sexénio e sobre a situação económica.
188. No dia assinalado para a eleição do Superior Geral,
celebrar-se-á a Missa do Espírito Santo, se as rubricas o
permitirem, ou outra celebração apropriada, para implorar
a ajuda do Espírito.
189. Feitas as eleições devidamente e manifestada a
aceitação por parte dos eleitos, o Presidente, ou quem
ocupa o lugar imediato, os proclamará. A seguir, farão a
profissão de fé segundo a fórmula aprovada pela Igreja.
190. Se o Superior Geral recém-eleito está ausente,
deve ser-lhe notificada imediatamente a sua eleição,
pedindo-lhe que manifeste a sua aceitação. Caso aceite,
espera-se por ele o tempo que determine o mesmo
Capítulo. De contrário, poder-se-á continuar a celebração
do Capítulo. Mas se o ausente for um Definidor, o Capítulo
decidirá se se espera por ele ou não.
191. As Actas capitulares serão escritas em dois livros
e assinadas por todos os Capitulares. Um desses livros de
Actas será guardado no Arquivo Geral da Ordem em Roma
e o outro no convento de Santa Ana em Génova.

II. Superior Geral

192. A fim de promover o bem de toda a Ordem, o


Superior Geral manterá comunicação com as Províncias,
200 NORMAS

enviará cartas pastorais a toda a Ordem e procurará uma


divulgação das notícias de interesse para toda a Ordem.
193. O Superior Geral usa o título de Prior do santo
Monte Carmelo. O Superior deste convento chamar-se-á
Vigário, e no seu governo terá as mesmas atribuições e a
mesma autoridade que os outros Superiores locais.
194. Compete ao Superior Geral, com o consentimento
do Definitório, agregar à nossa Ordem, conforme o direito,
os institutos de vida consagrada, que devidamente o
solicitem14.
195. De nenhuma maneira se pode mudar ou retocar o
escudo da Ordem, cujo modelo aparece ao princípio do
livro das Constituições.

III. Definitório

196. É preciso que o candidato a Definidor, além de ter as


qualidades exigidas pelas Constituições, seja sacerdote, tenha
cumprido trinta anos de idade e cinco de profissão solene.
197. Pertence essencialmente ao Definitório:
a) esclarecer as dúvidas acerca das Constituições
através duma declaração prática;
b) interpretar autenticamente outras leis da Ordem,
à excepção das Constituições;

14
Cf. can. 580.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 3 201

c) determinar instruções e outras disposições para


toda a Ordem, desde que não contradigam a Regra ou as
Constituições ou outras normas do Capítulo Geral;
d) admitir a renúncia dos Definidores fora do tempo
do Capítulo Geral e prover o cargo vagante de Definidor;
e) admitir, fora do Capítulo Provincial e ouvido o
Conselho Provincial, a renúncia dos Provinciais, Sócios e
Substitutos ao Capítulo Geral, assim como a dos Delegados
de territórios não provinciais que têm representação no
Capítulo Geral;
f) privar ou suspender do ofício os Definidores e
os Superiores Provinciais; do mesmo modo, remover do
ofício o Procurador Geral, notificando-o à Santa Sé.
g) admitir ou suprimir as fundações dos nossos
religiosos;
h) impor quotas a toda a Ordem para os gastos que
exige o bem comum, em conformidade com as normas
estabelecidas pelo Capítulo Geral, ouvidos os Conselhos
Provinciais;
i) conceder dispensa a um ou mais conventos no que
se refere à disciplina religiosa por mais de três meses e até
ao próximo Capítulo Geral;
j) dispensar das Constituições em matéria de
regulamento provincial ou local, mas só em casos
particulares;
k) despachar todos os assuntos reservados ao
Capítulo Geral fora do tempo da sua celebração;
202 NORMAS

l) convocar o Capítulo Geral extraordinário a teor


do número 172 das Constituições;
m) fazer de tribunal supremo da Ordem;
n) eleger os Oficiais maiores da Cúria Geral;
o) autorizar os centros de ensino destinados a
alunos externos;
p) com respeito às casas sujeitas directamente ao
Definitório, prover tudo o que está reservado ao Capítulo
Provincial ou ao Conselho respectivamente.
198. Nos casos particulares e temporariamente, o
Definitório pode delegar as suas faculdades no Superior
Geral segundo as normas do direito. O Superior Geral dará
conta do uso destas faculdades ao Definitório.

IV. Definitório extraordinário

199. O Definitório prepare a tempo e comunique aos


Provinciais a agenda do Definitório extraordinário. As
Conferências de Superiores e os Conselhos Provinciais têm
direito a propor questões, que se tratarão no Definitório
extraordinário.
200. Além das competências indicadas no número 188
das Constituições, pertence ao Definitório extraordinário:
a) por proposta do Definitório, tomar decisões e dar
normas, válidas até ao próximo Capítulo Geral, desde que
não estejam em contradição com as nossas leis nem com
as normas do Capítulo Geral;
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 3 203

b) preparar, com cuidado, o Capítulo Geral sob a


direcção do Definitório.

V. Oficiais da Cúria geral

201. Além dos mencionados no número 186 das


Constituições, na Cúria Geral haverá os seguintes Oficiais,
nomeados pelo Superior Geral com o voto deliberativo do
Definitório:
a) o Vice-secretário geral;
b) o Secretário de Informação e Estatística;
c) o Secretário de Formação, que actuará a teor com
o que dizem as nossas leis;
d) o Secretário das Missões;
e) o Secretário para as nossas monjas;
f) o Secretário para o Apostolado e a Ordem
Secular;
g) o Postulador geral;
h) o Arquivista geral.
202. Corresponde ao Postulador Geral, cujo mandato
deve ser aceite pela Congregação para as causas dos
Santos, tomar a seu cargo e promover com licença do
Capítulo Geral ou do Definitório as causas de beatificação
e canonização dos Servos de Deus da Ordem, a teor das
normas jurídicas. Duas vezes por ano apresentará ao
Definitório a relação de ingressos e gastos.
204 NORMAS

O Definitório determinará o contributo semestral de


cada comunidade para os gastos destas causas.
203. Todos os Oficiais agem no seu cargo sob a direcção
do Superior Geral e do Definitório, conforme as respectivas
instruções que este lhes der.
204. Para o regulamento da Casa Geral, o Definitório
nomeará algum padre que, à maneira de Superior local
e dependendo do Superior Geral, terá o cuidado dos
religiosos destinados ao serviço da Cúria Geral.
205. Na Casa Geral haverá um Arquivo da Ordem,
onde se conservarão cuidadosamente classificados todos
os documentos da Santa Sé e da Ordem, assim como os
escritos de toda a procedência referentes à nossa história.
Na devida proporção, este princípio vale também para os
Arquivos provinciais e locais.
CAPÍTULO 4

REGULAMENTO PROVINCIAL

I. Capítulo provincial

206. a) Segundo as normas das Constituições, o Capítulo


Provincial celebrar-se-á dentro dos dois meses anteriores
ou posteriores à conclusão do triénio, mas nunca após o
mês de Julho. Compete ao Provincial convocar o Capítulo
pelo menos seis meses antes da sua abertura.
b) Os triénios serão ordenados de tal modo que
os Capítulos Provinciais se celebrem dentro do ano que
precede imediatamente o Capítulo Geral.
207. O Conselho Provincial prepare cuidadosamente
a celebração capitular, dando oportunidade a todos
os religiosos de apresentar planos e sugestões à sua
consideração. Dê-se muita importância à preparação
espiritual e em cada comunidade façam-se orações
especiais durante o Capítulo segundo as determinações do
Capítulo Provincial.
208. Compete ao Capítulo Provincial determinar o
número de Superiores locais e delegados que hão-de
participar na dita assembleia, de maneira que se guarde
uma adequada proporção entre os assistentes por direito
206 NORMAS

e os delegados eleitos. O mesmo Capítulo determinará o


modo e o tempo de eleger os delegados.
209. Com as necessárias adaptações, tudo quanto se disse
sobre o Capítulo Geral também é válido para o Capítulo
Provincial.
210. O Provincial é o presidente do Capítulo e a ele compete
organizar as sessões, assim como propor a ordem do dia,
respeitando o direito de proposta que assiste aos capitulares.
Antes de proceder à eleição do novo Provincial,
o Presidente do Capítulo apresentará uma informação
aprovada pelo Conselho Provincial sobre a vida da
Província e a sua situação económica.
211. Corresponde também ao Presidente fazer de moderador
nos debates, de modo que todos os Capitulares possam
manifestar o seu parecer com inteira liberdade e sinceridade,
a fim de que, através do diálogo e do parecer de todos, se
possam resolver as questões com maior maturidade.
É competência do Presidente, consultado o Capítulo,
determinar o dia e a sessão para proceder à eleição do
Provincial e dos Superiores.
212. À hora de tomar decisões sobre os assuntos,
guardem-se as normas estabelecidas na Instrução Prática
para a celebração do Capítulo Provincial.
213. A consulta aos religiosos que têm voz activa, a
teor do número 197 das Constituições, terá lugar no mês
anterior ao início do Capítulo, e no dia estabelecido pelo
Conselho Provincial.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 207

O Capítulo Provincial, com a aprovação do Definitório,


determinará o modo de fazer essa consulta, assim como os seus
efeitos jurídicos com respeito aos candidatos a Provincial.
214. Tendo em conta o determinado no número 132 das
Normas sobre a voz passiva, e excluídos o Superior Geral
e os Definidores, os religiosos conventuais de uma casa
submetida directamente ao Definitório, ou de um convento
interprovincial, terão direito a voto na consulta prévia da
sua Província para a eleição do Provincial.
215. Em atenção às circunstâncias especiais de algum
determinado lugar, os Capítulos Provinciais poderão pedir
ao Definitório que a eleição do Provincial se possa fazer
por todos os religiosos que têm voz activa na Província.
Neste caso deve ater-se ao modo de eleição aprovado pelo
Capítulo e pelo Definitório, guardando o direito comum.
216. a) No Capítulo Provincial, depois de se eleger o
Provincial e os Conselheiros, e tendo em conta a futura
designação do Mestre de noviços e de estudantes, proceder-
‑se-á à eleição daqueles Superiores que, por decisão do
mesmo Capítulo, lhe corresponde eleger.
b) Para poder tratar com mais eficácia os assuntos da
Província, o Capítulo poderá chamar, uma vez concluídas
as eleições, se o julgar oportuno, os Superiores locais
recém-eleitos, que terão voz activa na decisão dos restantes
assuntos.
217. Tudo o resto que se refere à forma de proceder no
Capítulo Provincial vem determinado na Instrução Prática
aprovada pelo Definitório.
208 NORMAS

II. Superior provincial

218. O Provincial ponha todo o seu empenho na


realização da visita pastoral. E, uma vez efectuada, não
deixe de informar o Superior Geral sobre a situação da
Província.
Convém também que visite por si mesmo todos os
conventos, especialmente as comunidades de formação,
partilhando a sua vida comunitária durante alguns dias.
219. Corresponde ao Provincial o governo dos mosteiros
das nossas monjas sujeitos à sua jurisdição, a teor do direito
universal e das Constituições das Carmelitas Descalças.
Quanto aos mosteiros que dependem do Bispo
diocesano, procure manifestar-lhes com amor fraterno as
atenções oportunas15 .
220. a) O Provincial não pode delegar habitualmente toda
a sua autoridade, a não ser que a Província tenha vários
conventos nalgum território afastado do centro. Nesse caso,
o Provincial, por consideração à diversidade de regiões e
prévia consulta ao Conselho, poderá pôr à frente de ditas
casas um religioso idóneo e delegar-lhe habitualmente
toda a sua autoridade, se o julgar oportuno, sem prejuízo
do direito de limitá-la sempre com discrição.
b) Neste caso, o referido Padre chamar-se-á Delegado
provincial e, em todo o território a ele sujeito, gozará do
direito de precedência e presidência, à semelhança do
Provincial a quem representa.

15
Cf. can. 614. 615.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 209

c) O Provincial, uma vez consultado o seu Conselho,


designar-lhe-á dois Conselheiros que o ajudem à maneira
dos Conselheiros das Semiprovíncias.
O Conselho Provincial poderá também delegar
algumas atribuições a este Delegado juntamente com os
seus Conselheiros.
d) O Provincial comunicará ao Superior Geral a
criação e a nomeação do referido Delegado.
221. Compete ao Provincial, depois de consultar o
Superior da Missão e informar o Ordinário do lugar, enviar
religiosos para essa Missão ou retirá-los dela.
222. O Superior religioso da Missão exerce o governo
imediato dos religiosos que ali trabalham, salvaguardando
os direitos do Ordinário do lugar.
223. Corresponde ao Provincial conceder aos seus
religiosos a licença para publicar livros ou outros escritos,
com o prévio juízo por escrito dos censores e observadas
as outras formalidades do caso16 .

III. Conselho provincial

224. Para ser candidato a Conselheiro provincial é


necessário:
a) que tenha feito trinta anos de idade e três de
profissão solene;

16
Cf. can. 832.
210 NORMAS

b) e que seja sacerdote, se for ocupar o lugar de


primeiro Conselheiro.
225. É necessário o voto deliberativo do Conselho
Provincial para nomear:
a) os Superiores locais não eleitos no Capítulo
Provincial;
b) o Superior religioso de uma Missão confiada à
Província, a não ser que o Capítulo decida outra coisa;
c) o Mestre de noviços ou de estudantes;
d) os primeiros Conselheiros locais, depois de ouvir,
se for possível, os respectivos Superiores;
e) o ecónomo provincial;
f) os Directores dos colégios preparatórios;
g) o Prefeito provincial e local de estudos;
h) os Professores dos colégios;
i) o Zelador das Missões;
j) os Directores e Administradores de Revistas.
226. Também corresponde ao Conselho Provincial:
a) designar os noviciados e os outros centros de
formação, sem prejuízo da aprovação da autoridade
superior competente;
b) dispensar em matéria disciplinar algum ou outro
convento, mas não por mais de três meses;
c) aceitar a renúncia de um ofício, cuja provisão
corresponde ao mesmo Conselho ou ao Capítulo, fora da
celebração deste, excepto a do Provincial, do Sócio e do
Substituto ao Capítulo Geral;
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 4 211

d) eleger ou nomear os sucessores para estes ofícios,


se ficarem vagos;
e) eleger os Superiores de uma nova fundação;
f) transferir de um convento para outro os Superiores
locais por exigências do bem comum da Província, a teor
do número 161 das Constituições;
g) destituir os Superiores, o Mestre de noviços e os
primeiros Conselheiros locais segundo o direito;
h) apresentar ao Definitório o colaborador do
Postulador geral;
i) autorizar os nossos religiosos para ensinar nos
centros públicos e para assumir uma ocupação habitual fora
das nossas casas, salvaguardando sempre as exigências da
vida comunitária.
227. O Conselho Provincial deve estar completo quando
se trata da designação, remoção ou privação de um ofício.
228. Os Conselhos podem decidir os assuntos por meio
do voto oral, a não ser que para alguma resolução se exija,
no nosso direito, a votação secreta ou um Conselheiro a
reclame. Nos casos mais urgentes, ou quando se trata de
matérias de menor importância e se torna difícil convocar
os Conselheiros, poderão estes emitir o seu voto por correio
ou telefone, mas só se for consultivo17 .
229. O Provincial, com o voto deliberativo do Conselho,
nomeará um Secretário que redija as actas, fiel e
cuidadosamente, num livro apropriado.

17
Cf. can. 127.
212 NORMAS

230. O Provincial, ouvido o seu Conselho, convocará


o Conselho Plenário, constituído segundo a norma do
número 209 das Constituições, no lugar e dia oportunos.
Observem-se as Determinações do Capítulo Provincial
respeitantes à sua frequência, objectivo da reunião e direito
de assistência. O Conselho Provincial preparará a tempo
e comunicará aos participantes a ordem do dia. Assiste a
todos os religiosos o direito de apresentar sugestões.

IV. Conferências de Superiores

231. Para fomentar a mútua comunicação entre Províncias


e outros territórios da Ordem, o Definitório constituirá as
Conferências de Superiores, depois de ouvir os religiosos
interessados.
232. As Conferências reger-se-ão por estatutos próprios
aprovados pelo Definitório.
233. As Conferências, com o consentimento do Definitório,
podem determinar normas obrigatórias apenas para as
casas e projectos interprovinciais.
234. O Superior Geral poderá convocar as Conferências e
presidir às mesmas pessoalmante ou nomear um delegado.
Além disso, importa muito que o Superior Geral e os
Definidores assistam de vez em quando a essas reuniões.
Convém também que o Superior Geral e o Definitório
escutem de bom grado as Conferências de Superiores nos
assuntos que lhes dizem respeito.
CAPÍTULO 5

REGULAMENTO LOCAL

I. O Superior local e o seu Conselho

235. O Superior local é eleito para um triénio. Poderá


ser reeleito, por eleição ordinária e para a mesma
comunidade, para um segundo triénio consecutivo, mas
não para um terceiro no mesmo convento, ficando, contudo,
salvaguardada a faculdade que assiste ao Definitório de
conceder a postulação.

236. O Superior deve tomar quanto antes posse pessoal


do seu cargo. Se não o fizer no prazo de dois meses úteis
a partir da notificação oficial da sua eleição, o Conselho
Provincial proverá oportunamente.

237. Para fomentar melhor o espírito de família, o


Superior informará devidamente o seu Capítulo sobre a
vida e a actividade do convento, e, por seu lado, ouvi-lo-á
nos assuntos mais importantes.

238. Quando o Superior e o seu primeiro Conselheiro


estiverem ausentes ou impedidos, ficará à frente da
comunidade o Conselheiro Provincial, se o houver, ou, em
214 NORMAS

caso negativo, o padre mais antigo de profissão, a não ser


que neste caso o Superior disponha de outro modo.
239. a) Haverá nos conventos um Conselho, que
normalmente será formado pelo Superior e dois
Conselheiros.
b) Se nalgum convento houver mais de dez religiosos
capitulares, o Conselho Provincial, se for conveniente,
poderá aumentar o número de Conselheiros locais, mas
nunca para mais de quatro.
c) Nas comunidades onde não houver pelo menos
quatro religiosos de votos solenes com voz activa e passiva,
excluído o Superior, não se nomearão Conselheiros, pois o
Capítulo local fará também as vezes de Conselho, a não ser
que por razões especiais o Conselho Provincial determine
outra coisa.
240. Se o direito requer o consentimento ou o parecer dos
Conselheiros, o Superior tem obrigação de os convocar.

II. Capítulo conventual

241. Pertence ao Capítulo conventual principalmente:


a) tratar da promoção espiritual e apostólica da
comunidade, respeitando os direitos do Superior.
b) eleger os Conselheiros locais, excepto o primeiro,
e o Ecónomo em conformidade com a lei.
c) decidir sobre a administração dos bens temporais
dentro dos limites da sua competência.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 5 215

242. a) O Capítulo conventual deve eleger um Secretário


que redija fielmente as actas capitulares, que deverão ser
assinadas pelo Superior e pelo mesmo Secretário.
b) Farão de escrutinadores o Presidente e os dois
que ocupam os postos imediatos.
243. Além do prescrito por direito, tenha-se em conta
quanto segue:
a) se a nossa lei não estabelece outra coisa, para
decidir os assuntos é necessária a maioria de votos;
b) se surgem dúvidas acerca de algumas matérias, o
Capítulo resolvê-las-á por maioria de votos;
c) em caso de empate, o Presidente pode desfazê-lo
com o seu voto, a não ser que se trate de eleições ou se
estabeleça outra coisa na nossa legislação.
244. a) Todos os Capitulares têm direito a ser convocados
para o Capítulo conventual. E se algum se vê excluído,
pode recorrer segundo as normas canónicas18 .
b) O Superior procure que não falte nenhum vogal
quando se vai propor algo importante.
c) Os capitulares convocados devem assistir ao
Capítulo, se não estiverem legitimamente impedidos.

18
Cf. can. 166.
CAPÍTULO 6

ADMINISTRAÇÃO DE BENS

245. Na altura de administrar os bens, fomente-se com


empenho o espírito de colaboração fraterna.
a) Para que floresça na prática o espírito de comunhão
e participação, o Definitório e os Conselhos Provinciais
poderão prescrever o modo como as Províncias deverão
cooperar com a economia da Ordem, e as comunidades
com a Província, cumprindo as normas dadas pelo Capítulo
Geral ou Provincial.
b) A fim de fomentar entre nós o espírito de mútua
confiança, procurem os Superiores informar oportunamente
os religiosos sobre a situação económica e a administração
dos bens nas comunidades, nas Províncias e na Ordem.
c) Os Superiores e os Conselhos oiçam os
Ecónomos na hora de tomar decisões referentes à
administração de bens.
246. Os Superiores e os seus Conselhos têm o direito e
o dever de examinar e indagar cuidadosamente tudo o que
se refere à administração de bens, inclusive as cadernetas
bancárias e outros documentos e títulos similares.
247. Os Ecónomos procurarão com todo o empenho:
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 6 217

a) cuidar de que os bens a seu cargo não se acabem de


modo nenhum, mas assegurá-los, quanto necessário, com
a autorização daquele a quem de direito corresponde;
b) pôr a resguardo a propriedade dos bens através de
instrumentos civilmente válidos;
c) elaborar com diligência e actualizar
periodicamente o inventário dos bens, móveis e imóveis,
que estão confiados à sua administração;
d) ter os livros de entradas e saídas devidamente
organizados; guardar no arquivo os documentos e escrituras
que legitimam os direitos de propriedade e outros relativos
à administração de bens;
e) receber no devido tempo os rendimentos dos bens
e as rendas; pagar nas datas fixadas os juros que se devam
pagar pelo empréstimo ou por outra operação, e fazer o
possível para repor oportunamente o capital;
f) ter presente e observar escrupulosamente as
disposições tanto do direito canónico como do civil,
referentes à administração dos bens19.
248. Os Superiores Maiores e os seus Conselhos não
contraiam dívidas nem permitam contraí-las, se não há
garantias certas de poder pagar os juros com as entradas
ordinárias e de recuperar o capital através da legítima
amortização num tempo prudente.
249. Para a validade de uma alienação ou de outra operação
qualquer em que a condição patrimonial da pessoa jurídica

19
Cf. can. 1284
218 NORMAS

possa sofrer prejuízo, é necessário a licença do Superior


competente dada por escrito, com o consentimento do seu
Conselho. Mas se se trata de uma operação que exceda a
soma determinada pela Santa Sé para cada região, ou de
ex-votos doados à Igreja, ou de objectos preciosos pelo
seu valor artístico ou histórico, é necessário também a
licença da Santa Sé20 .
250. Quando se exige a licença ou o consentimento
de uma autoridade superior, é necessário ser precedido
do consentimento de outros organismos inferiores
(Capítulo local, Conselho Provincial); da obtenção
deste consentimento, se lavrará uma acta autêntica para
apresentá-la à autoridade superior, juntamente com a
solicitação do caso.
251. a) Se a pessoa jurídica contrai dívidas e obrigações,
mesmo com a licença do Superior, está obrigada a responder
pelas mesmas.
b) Se as contrai um religioso sobre os seus próprios
bens, mesmo com a autorização do Superior, esse
responderá pessoalmente; mas se realizou um negócio da
comunidade, da Província ou da Ordem por mandato dos
Superiores, hão-de responder a comunidade, a Província
ou a Ordem respectivamente.
c) Se as contrai um religioso sem licença alguma
dos Superiores, responderá ele mesmo e não a pessoa
jurídica.

20
Cf. can. 638, 3.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 6 219

d) Mas fique claro que se pode sempre estabelecer


uma acção contra aquele que aumentou o seu património
em virtude do contrato realizado21.
252. Ponha-se em nome da Ordem, da Província ou da
comunidade respectivamente o dinheiro depositado em
entidades bancárias, com as assinaturas de dois religiosos, a
saber, do Ecónomo e do Superior, ou outro religioso designado
por este. E, se nalgum país isso não for possível, compete ao
Conselho Provincial tomar as medidas oportunas.

I. Administração geral

253. a) Procure-se, com a colaboração de todas as


Províncias, que o Definitório tenha os meios económicos
suficientes para atender adequadamente às necessidades
da Cúria Geral, do Colégio Internacional e da promoção
do bem comum, assim como a expansão da Ordem.
b) Compete ao Definitório, em vista da situação
económica de cada Província e com o parecer do Conselho
Provincial, determinar a parte de ajudas com que cada
Província há-de contribuir anualmente para custear as
despesas gerais da Ordem, guardada uma equitativa
proporção.
254. O Definitório socorra com os bens da Ordem, na medida
das suas possibilidades e segundo os casos, as necessidades
daquelas Províncias que padecem penúria ou empreendem

21
Cf. can. 639, 1-4.
220 NORMAS

obras que requerem ajuda especial. Procure também que uma


parte dos rendimentos se destine às Missões.
255. As Províncias, cuja situação económica o permita,
contribuam com agrado e espírito de solidariedade fraterna
para o bem comum da Ordem, mesmo acima da tabela
designada pelo Definitório.
256. Será oportuno criar um fundo central de ajuda para
os conventos pobres das nossas irmãs, com contributos
voluntários de toda a Ordem. Anualmente será dada
informação oportuna, tanto às Províncias como aos
conventos, acerca da situação de dito fundo e das
quantidades distribuídas.
257. a) Corresponde ao Ecónomo Geral solicitar a
situação das contas das Províncias para apresentá-la ao
Definitório.
b) Cada semestre apresentará ao Definitório a
relação do balanço económico da Ordem.
c) Outro tanto fará por ocasião do Definitório
extraordinário.

II. Administração provincial

258. A fim de coordenar a administração dos bens no


interesse de toda a Província, corresponde ao Conselho
Provincial:
a) impor aos conventos quotas destinadas a sustentar
as casas de formação e a sanar gastos comuns da Província,
guardando a equitativa proporção;
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 6 221

b) transferir os bens móveis de um convento para


outro, quantas vezes o requeira o bem comum, depois de
ouvir o Capítulo conventual de que procedem;
c) com o parecer do Capítulo conventual, receber as
rendas supérfluas de alguma casa e inclusive a propriedade
dos bens imóveis, e utilizá-las para o bem da Província;
d) promover iniciativas de ajuda às Missões, quer
sejam da Província quer de toda a Ordem;
e) prescrever normas particulares para a
administração das revistas, as associações radicadas nos
nossos conventos e Igrejas, etc., salvaguardando o direito
comum e as determinações do Definitório nesta matéria.
259. a) O Ecónomo provincial procure entender-se com
os Ecónomos locais de modo que, trocando opiniões e
unindo esforços, promova com mais eficácia tanto o bem
da Província como o de cada comunidade;
b) Faça com que os Ecónomos locais preparem com
diligência os inventários e os renovem periodicamente, e
lhe enviem a tempo as relações periódicas.
260. a) Cada seis meses o Ecónomo provincial apresentará
ao Conselho uma relação sobre a administração a ele
confiada, com os comprovativos; cada ano, por outra parte,
informará oportunamente as comunidades acerca da situação
económica da Província, com anuência do Conselho.
b) No início do Capítulo Provincial, será apresentada
aos Capitulares uma síntese sobre a situação económica
da Província, preparada pelo Ecónomo e aprovada pelo
Conselho.
222 NORMAS

c) Cada três anos se enviará também ao Ecónomo


Geral a situação de contas da Província, já apresentada
anteriormente ao Capitulo Provincial.

III. Administração local

261. O Ecónomo local, proposto pelo Superior, é eleito


pela comunidade. Mas se se trata de conventos que em
grande parte se sustentam com dinheiros da Província, o
Ecónomo será nomeado pelo Conselho Provincial, depois
de ouvir a comunidade.
262. Os principais actos de administração ordinária são:
a) os gastos da alimentação, vestuário, viagens e
honesto passatempo dos religiosos;
b) os gastos de conservação do edifício e da Igreja;
c) os gastos de conservação dos bens móveis e
imóveis;
d) os actos em ordem à receita dos rendimentos de
bens e lucros, excepto quando se trata de litígio;
e) os gastos ocasionados pelos justos salários dos
empregados;
f) o pagamento dos impostos, contribuições, etc.;
g) os orçamentos daquelas obras e actividades que o
Conselho Provincial considere ordinárias, tendo em conta
a finalidade da casa.
263. a) Não se comece a construção de um edifício nem
se modifique estruturalmente, sem contar antes com o
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 6 223

conselho e o projecto de um arquitecto, mesmo no referente


aos custos da obra, e sem submetê-lo oportunamente ao
exame de três religiosos peritos e de outros peritos de
fora, designados pelo Superior maior. Os membros desta
equipa pericial serão nomeados pelo Conselho Provincial
ou pelo Definitório, caso se trate de edifícios dependentes
da autoridade respectiva.
b) Para se efectuar alterações de alguma monta
no edifício do convento ou da igreja, é necessário o
consentimento do Conselho Provincial, com a obrigação
de recorrer aos Superiores competentes segundo a quantia
dos gastos e a envergadura da alteração.
264. Compete ao Capítulo conventual fixar a quantidade
destinada à biblioteca comum e a parte de rendimentos que
se hão-de aplicar nas obras de caridade e empreendimentos
apostólicos. Isto não impede que o Superior possa fazer,
dentro dos limites da sua competência, as esmolas
oportunas para a ajuda dos pobres e para outros fins quando
haja causa legítima, segundo o costume dos lugares.
265. O Ecónomo local fará o inventário dos bens, pelo
menos em dupla cópia, uma para guardar no arquivo
conventual e outra para mandar ao Ecónomo provincial.
Tenha também muito cuidado em recolher e guardar no
arquivo todas as escrituras e todos os documentos relativos
ao direito de propriedade, às obrigações anexas às fundações
e a tudo o que se relaciona com a administração dos bens.
266. Com respeito ao salário dos empregados dos nossos
conventos, hão-de guardar-se não só as normas do direito
civil, mas também as exigências da justiça e da caridade.
224 NORMAS

267. a) O Ecónomo local apresentará mensalmente ao


Conselho conventual um relatório dos gastos e entradas,
com os seus comprovativos.
b) Duas vezes ao ano, o Ecónomo informará o Capítulo
conventual sobre a situação económica da comunidade.
c) Cada ano, enviará ao Ecónomo provincial um
relatório, seguindo o formulário aprovado pelo Conselho
Provincial.
268. Nos casos de litígio para defesa ou em demanda
dos próprios direitos, é necessário a licença do Conselho
Provincial. No caso de litígio de jurisdição civil, recorra-se
sempre aos serviços de um advogado leigo.

IV. Obrigações e esmolas de missas

269. Todos os encarregados da celebração de missas,


guardem fielmente as normas do direito comum. Tenham
devidamente ordenados os livros das obrigações e
satisfações de missas22.
270. O Ecónomo local tem a seu cargo os livros de
missas da comunidade, a não ser que o Superior, por
razões especiais, encarregue outro religioso. Na Província
e na Cúria Geral, esta função corresponde ao Ecónomo
provincial ou geral respectivamente.
271. O Conselho conventual examinará mensalmente os
livros de missas. Por sua vez, os Ecónomos, provincial

22
Cf. can. 945-958.
TERCEIRA PARTE – CAPÍTULO 6 225

e geral, apresentá-los-ão cada seis meses ao exame do


Conselho Provincial ou do Definitório respectivamente.
272. Para aceitar fundações de missas é necessário o
consentimento do Capítulo conventual e a licença do
Provincial por escrito. Proceda-se com muita cautela na
aceitação destas fundações, pondo sempre no documento
fundacional esta ou parecida cláusula expressa: «Se não se
obtêm integralmente os lucros sem nossa culpa, estamos
obrigados a celebrar somente as missas correspondentes
aos lucros recebidos, e nenhuma, se nada se obtém; além
disso o Superior Provincial tem faculdades para reduzir o
número de missas conforme o estipêndio legitimamente
estabelecido no lugar».
273. As missas de fundação anotar-se-ão num livro à
parte e cumprir-se-ão fielmente as suas obrigações.
274. Aos Superiores maiores corresponde o direito e a
obrigação de velar com diligência para que se cumpram
devidamente os encargos de missas que se recebem em
cada comunidade ou Província. Compete-lhes também o
direito e a obrigação de rever pessoalmente, ou por meio
de outro, cada ano e por ocasião da visita pastoral, os livros
das missas recebidas e das celebradas23 .
275. O Definitório poderá determinar que as missas
sobrantes dos conventos, se enviem ao Ecónomo provincial,
e este, por sua parte, ao Ecónomo geral, a fim de que
também estes estipêndios se distribuam equitativamente

23
Cf. can. 957 e 958, 2.
226 NORMAS

entre os conventos e as Províncias e revertam em benefício


de toda a Ordem.
276. Evite-se toda a aparência de negócio na aquisição
ou encomenda dos estipêndios de missas24 .

24
Cf. can. 947.
EPÍLOGO

As Constituições e as Normas aplicativas devem


consolidar o projecto da nossa vida, infundindo-nos sempre
uma força renovadora no nosso caminhar diário para a
meta do amor. Esforcemo-nos, pois, por conhecê-las,
meditá-las e torná-las objecto de diálogo fraterno nas
reuniões comunitárias, para podermos ajustar a nossa vida
com elas.
Os Conselhos Provinciais oferecerão aos nossos
religiosos o modo concreto de conhecer e levar à prática
as Constituições e as Normas aplicativas com o maior
proveito possível; de maneira que, juntamente com a
Regra, se leiam em comum ao menos uma vez cada ano.
PROFISSÃO DE FÉ

(a emitir pelos superiores diante do Capítulo ou diante


do superior, ou seu delegado, de quem receberam a
nomeação)
Eu N.
Creio e professo firmemente
todas e cada uma das verdades contidas
no símbolo da fé, a saber:
Creio em um só Deus,
Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigénito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens,
e para nossa salvação desceu dos Céus.
E encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e Se fez homem.
PROFISSÃO DE FÉ 229

Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;


padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras;
e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Professo um só baptismo para a remissão dos pecados.
Espero a ressurreição dos mortos,
e a vida do mundo que há-de vir.
Com a mesma firmeza aceito e mantenho
todas e cada umas das verdades
pertencentes à fé ou à tradição,
que a Igreja definiu de maneira solene
ou afirmou e declarou no seu magistério ordinário,
conforme ela as propõe,
especialmente as relativas
ao mistério da santa Igreja de Cristo
e seus Sacramentos,
o Sacrifício da Missa
e o Primado do Romano Pontífice.
(AAS 69 [1967] 1058)
APÊNDICES

CONSELHOS SEMI-PROVINCIAIS

(Declaração prática)

Por ocasião do passado Capítulo Geral (1985)


surgiu nalguns interessados a dúvida de como se podem
levar a cabo nas Semi-províncias os números 207, d) e
208 das Constituições. Neles se diz que o Provincial está
obrigado a convocar o Conselho «quando o peçam três
Conselheiros», e se acrescenta que em todo o Conselho
reunido tem que haver ao menos três membros.
O Definitório na sessão 36, de 13 de Janeiro de
1986, depois de examinar atentamente este assunto e
tendo em conta tudo o que foi determinado anteriormente
a esse respeito, julgou oportuno responder da seguinte
maneira, em conformidade com o número 197 das Normas
aplicativas.
1. Conforme ao estabelecido no número 207, a-c das
Constituições, o Superior provincial das Semi-províncias
está obrigado a convocar o seu Conselho sempre que o
pedirem dois Conselheiros.
2. Uma vez convocado o dito Conselho, não será
substituído o Conselheiro legitimamente impedido, a não
APÊNDICES 231

ser nas Semi-províncias, para completar o trio de membros,


exigida pelo número 208 das Constituições. Para completar
o dito trio se chamará, nesse caso, o Superior da casa, ou
quem o substitua, onde se celebre o Conselho.
Esta norma é também válida para os Conselhos dos
Comissariados, das Delegações gerais e dos Vicariatos
regionais.
ACTA ORDINIS 31 (1986) 214
ESTATUTO DOS IRMÃOS SECULARES

NB. – Este Estatuto para os irmãos seculares


(chamados antes de «terceiros»), que querem viver nalguma
das nossas comunidades, foi aprovado pelo Definitório no
dia 13 de Janeiro de 1986.
1. Conforme é costume, os nossos irmãos seculares,
clérigos ou leigos, que desejam viver mais em profundidade
a nossa comunhão fraterna, podem ser admitidos à vida
comunitária nos nossos conventos. Se se trata de clérigos,
serão tidas em conta as leis da incardinação.
2. Obtidas as convenientes informações, o Capítulo
conventual, com o consentimento do Provincial, poderá
admiti-los à vida comunitária, se os julgar idóneos.
3. Com o acto de admissão, começa o seu período de
prova, que durará dois anos.
4. Ao fim de cada ano, o candidato será proposto ao
Capítulo conventual. Se em ambas as ocasiões for aprovado,
o Provincial poderá admiti-lo como irmão secular para
participar da nossa vida comunitária. Se o referido irmão já
pertencesse à nossa Ordem Secular, renovará as promessas
ou os votos, prometendo cumprir as obrigações relativas à
sua participação na vida comunitária segundo o presente
Estatuto. Mas se antes não pertencia à nossa Ordem
ESTATUTOS DOS IRMÃOS SECULARES 233

Secular, será admitido às promessas em conformidade com


as normas da Ordem Secular, acrescentando a obrigação
da vida comunitária, para um triénio.
5. Acabados os três anos, de novo será proposto ao
Capítulo conventual. Se for aprovado, o Provincial
admiti-lo-á definitivamente, a não ser que, depois de
consultar a comunidade, julgar conveniente um adiamento
temporal. Depois da admissão definitiva por parte do
Provincial, se anteriormente não fez votos na Ordem
Secular, emitirá os de castidade e obediência segundo
a fórmula da mesma Ordem Secular, acrescentando a
promessa da vida comunitária.
6. Durante todo o tempo de provação e posteriormente,
se parecer conveniente, o irmão secular estará ao cuidado
do Superior ou de outro religioso designado por ele para
receber uma adequada formação na vida da Ordem, na sua
espiritualidade e em tudo o que se refere à vida comunitária.
7. O irmão secular participa dos bens da fraternidade
e da vida comunitária, excepto da voz activa e passiva no
Capítulo conventual. Estará também sujeito às obrigações
próprias da vida comunitária.
8. Prestará obediência tanto às nossas leis como às
ordens dos Superiores em tudo o que se refere à vida
comunitária e regular.
9. Mesmo que não tenham emitido o voto de pobreza,
tudo o que estes irmãos adquirirem por sua própria arte ou
em consideração ao Instituto, adquirem-no para a Ordem.
234 ESTATUTOS DOS IRMÃOS SECULARES

Por outro lado, o Superior cuidará de tudo o que lhes seja


necessário, tendo em conta a sua idade e a sua situação.
10. Os irmãos seculares podem conservar a propriedade
e as rendas dos seus bens, dispondo livremente deles, de
acordo com o Provincial, sempre que não forem em prejuízo
da vida comunitária ou regular. Ao ser admitidos ao período
de prova, subscrevem um acordo sobre os seus bens, que
será aprovado pelo Provincial depois de ouvir o Superior
da comunidade. Ser-lhes-á pedida também uma declaração
escrita certificando que não pedirão qualquer retribuição
à Ordem por motivos de trabalho ou serviços prestados à
comunidade durante a sua permanência na comunidade.
11. Os irmãos seculares podem levar o hábito da
Ordem, tanto fora como dentro de casa, segundo o critério
do Conselho Provincial.
12. Mesmo que regularmente os irmãos seculares estejam
incardinados a uma determinada comunidade, por razões
particulares o Provincial poderá mudá-los de um convento para
outro, depois de ouvir as duas comunidades e o interessado.
13. Por causas graves e razoáveis o Provincial pode
despedir o irmão secular, depois de ouvir a comunidade.
Do mesmo modo, o irmão secular pode abandonar
livremente a comunidade por justas causas, mesmo depois
da sua admissão definitiva, consultando o Provincial.
14. Por um irmão secular, na comunidade onde falecer,
far-se-ão os mesmos sufrágios que se fazem por um
conventual. Nas outras comunidades da Província far-se-ão
os sufrágios que o Conselho Provincial determinar.
FÓRMULAS

A) Para os Irmãos Seculares que já tenham feito


promessas ou votos na Ordem Secular:
«Eu… renovo os votos de castidade e obediência
(ou: a promessa de viver segundo o espírito dos conselhos
evangélicos e as bem-aventuranças), feitos (as) na Ordem
Secular dos Carmelitas Descalços. Além disso, com o desejo
de participar mais plenamente nos actos da fraternidade
do Carmelo Teresiano, proponho-me por três anos (para
toda a vida) cumprir os deveres da vida comunitária, de
acordo com os Estatutos dos Irmãos Seculares admitidos
nos conventos da Ordem dos Carmelitas Descalços».
B) Fórmula de promessa para quem não a tenha feito:
“Eu… movido pela graça do Espírito Santo
e respondendo ao chamamento de Deus, prometo
sinceramente aos Superiores da Ordem do Carmelo
Teresiano e a vós, irmãos, tender à perfeição evangélica
no espírito dos conselhos evangélicos de castidade,
pobreza e obediência, e das bem-aventuranças, segundo
a Regra de Vida da Ordem Secular dos Carmelitas
Descalços. Além disso proponho-me cumprir os deveres
da vida comunitária, de acordo com os Estatutos dos
Irmãos Seculares admitidos nos conventos da Ordem dos
Carmelitas Descalços».
236 FÓRMULAS

C) Fórmula de votos para aqueles que não os emitiram


anteriormente:
«Eu… para viver fielmente em união com a Virgem
Maria em obséquio de Jesus Cristo, faço a Deus todo-
‑poderoso votos de castidade e obediência nas tuas mãos,
Padre Provincial (Delegado Provincial) para toda a minha
vida, segundo a Regra de Vida da Ordem Secular do
Carmelo Teresiano.
Além disso proponho-me cumprir os deveres
da vida comunitária, de acordo com os Estatutos dos
Irmãos Seculares admitidos nos conventos da Ordem dos
Carmelitas Descalços».
ACTA ORDINIS 31 (1986) 214-217
ÍNDICE ANALÍTICO

C = Constituições
N = Normas aplicativas
ABNEGAÇÃO evangélica: necessidade C 42; ajuda à
oração e ao apostolado C 42; manifestações C 43, N 7;
comunitária C 44-45, N 9; jejum e abstinência C 45;
formação dos jovens N 123.
ABSTINÊNCIA: de carnes N 9.
ACEPÇÃO de pessoas: nas eleições C 155.
ACEITAÇÃO: Ver OFÍCIOS.
ACTAS: do Capítulo Geral N 191; do Conselho Provincial
N 229; do Capítulo conventual N 242a; para toda a
Ordem N 197c
ACTOS COMUNS: no horário C 80; Eucaristia C 75;
Liturgia das Horas C 75; refeições C 77; recreio C 78;
Capítulos e reuniões comunitárias C 80; exame de
consciência N 8.
ACTOS PENITENCIAIS: durante a semana C 45;
determinados pela comunidade N 9; diversidade de
modos C 45.
ADMINISTRAÇÃO de bens temporais: com que
espírito C 219; administradores natos C 222;
administradores imediatos C 222; actos civis
238 ÍNDICE ANALÍTICO

de administração C 220; administração ordinária C


223, N 262; gastos ordinários C 225; licença para os
extraordinários C 223, 224; normas de administração
C 221, 227, N 247, 257b; administração provincial
C 228, N 258-260; administração local C 229, N 161-
‑168; alienações C 224, N 249; dívidas C 224, N 248;
doações N 264; aplicação de dinheiro N 252; bens de
uma Província ou casa suprimida ou de uma Província
dividida C 226; contribuição para os gastos da Ordem N 253;
da Província C 228, N 258ª; bens de um convento a
outro N 258b-c; pleitos N 268; fundações e esmolas de
Missas N 269-276; durante o noviciado N 83; cedência
antes da profissão C 26, N 2; depois da profissão solene
C 28, N 4; bens da Missão N 64-65, 258d; revistas
N 258e; livros da administração N 246b, 257b, 260a,
267; relação administrativa N 245b; os superiores
escutem os ecónomos N 245c. Ver ALIENAÇÃO,
DISPOSIÇÃO DE BENS, CONTRIBUIÇÃO OU
TAXAS, MISSAS, DEFINITÓRIO, CONSELHO
PROVINCIAL, CONSELHEIROS, ECÓNOMOS,
SECRETARIADO DAS MISSÕES, POSTULADOR.
ADMISSÃO: ao noviciado C 114, N 78, 79; à profissão
temporal C 120, N 90; à renovação dos votos C 121; à
profissão solene C 123; ao Leitorado e Acolitado N 126;
ao Diaconado e Presbiterado N 132.
ADSCRIÇÃO: Ver CONVENTUALIDADE, INCORPO-
RAÇÃO
AGREGAÇÃO: de um instituto à Ordem N 194
AJUDA mútua: nos Capítulos pela correcção fraterna C 85;
entre conventos e Províncias C 81. Ver COOPERAÇÃO.
ÍNDICE ANALÍTICO 239

ALIENAR bens: quando intervém o Definitório C 224;


recurso à Sé Apostólica C 224, N 249.
ALUNOS: Ver FORMAÇÃO
AMBIÇÃO: evite-se nos Capítulos C 160
ANCIÃOS: o seu cuidado C 82
ANTIGUIDADE: de profissão temporal nas eleições
C 157; no governo local N 238; para testemunhar a
profissão religiosa N 107.
APOSTOLADO: pertence à Ordem C 7,15, 55, 91; seu
exercício C 89, 90; virtudes Apostólicas C 87, 88, 90;
meios C 90; coordenação N 48, 49, 50; específico:
promoção da vida espiritual C 100, 101, N 53; suas
formas C 101, N 54-55; destinatários C 102, 103;
formação e prática C 90, N 53, 125; mariano C 50, N 13,
56; ecuménico N 68; Ordem secular N 56; colaboração
fora da Ordem N 49; Assistência a conferências N 49.
Ver PARÓQUIAS, MISSÕES APROVAÇÃO: Ver
NOVIÇOS, PROFESSOS, FORMAÇÃO
ARQUIVISTA geral: nomeação N 201h.
ARQUIVO: da Ordem em Roma N 205; seus conteúdos
N 191, 205; local N 107, 247d, 265.
ASCESE: conforme à Regra C 3, 15, 42, 43, 44.
ASSOCIAÇÕES: normas por parte do Conselho Provincial
N 258e.
ASSUNTOS: a tratar no Capítulo Geral N 181; por votação
secreta N 185; no Capítulo Provincial N 210, 212.
AUSENTES: no Capítulo Geral N 184b; ausência do
Superior Geral e do Vigário Geral N 184b; o Superior
240 ÍNDICE ANALÍTICO

Geral recém-eleito N 190; Definidor recém-eleito:


decide o Capítulo N 190; na ausência do superior da
casa, quem governa C 213; do primeiro Conselheiro N 238;
ausência da casa religiosa C 136, N 43b, 150.
AUTORIDADE: seu exercício C 39; função na Igreja C 143,
N 166-167
BIBLIA: meditação contínua C 65, N 30; celebrações
N 31; para renovar o espírito Penitencial N 7; para o
apostolado C 90; leitura nas refeições C 77, N 38.
BIBLIOTECA: sobretudo nas casas de formação N 131;
fundo económico N 264.
BEM COMUM: a procurar pelos superiores C 143; pelo
Geral C 173; pelo Provincial C 201; exige cooperação
com o superior N 40; sua promoção por actos comuns
N 36; da Ordem em assuntos económicos N 255.
BENS TEMPORAIS: A Ordem, a Província, a Casa podem
adquiri-los, possuí-los, aliená-los C 220; cooperação
interprovincial N 253; seu cuidado N 35; bens do
professo C 26, 27; renúncia C 26; adquiri-los depois
da profissão C 28, N 4. Ver ADMINISTRAÇÃO,
ECÓNOMO.
BISPO DIOCESANO: apostolado sob a sua direcção ou
autoridade C 91.
BOLAS: na provisão de ofícios C 156.
CADERNETAS BANCÁRIAS: N 246.
CÂMBIO: Ver REMOÇÃO, MUDANÇA, PENAS.
CANDIDATOS: Ver NOVIÇOS, VOZ PASSIVA.
ÍNDICE ANALÍTICO 241

CANTO: na Liturgia N 22.


CAPÍTULO:
– Geral ordinário: preparação N 179; tempo e lugar
C 167; capitulares C 168, N 184; convocatória C 167;
leitura dos nomes dos participantes N 180; eleição
dos Secretários N 183; Presidente do Capítulo C 169;
relação da situação económica e da vida da Ordem N 187;
convocatória das sessões C 169, N 181; apresentação da
agenda C 169, N 181; eleição do Superior Geral C 170b,
174; qualidades C 174; eleição dos Definidores C 170b,
181; profissão de fé dos eleitos N 189; escrutinadores
N 183b; como tratar os assuntos N 185; Conselho
de Presidência N 182; juramento de segredo N 178;
assuntos a tratar C 170; erecção, união, divisão,
supressão, novas circunscrições das Províncias C 145,
170f; as Missões C 170g; as Constituições C 150, 170c;
as Normas aplicativas C 151, 170d; as determinações
capitulares C 153, 170e; decisões em caso de dúvida
C 150, N 184c; em caso de empate N 184d; assuntos
fora do Capítulo C 176, N 197k;
– Geral extraordinário: convocatória C 171, 172;
capitulares C 179, 172; sua finalidade C 171.
– Provincial ordinário: preparação N 207; tempo e lugar
C 193, N 206; capitulares C 194, N 208; convocatória
N 206; orações N 207; presidente N 210, 211; relação
da situação económica e da vida da Província N 210;
consulta para a eleição do Provincial C 197, N 213,
214; eleição do Provincial C 195b, 187, 198; eleição
directa em algumas circunstâncias especiais N 215;
242 ÍNDICE ANALÍTICO

qualidades do Provincial C 200; outras eleições C 195,


N 216; eleição do Sócio e do Substituto para o Capítulo
Geral C 195; Instrução capitular N 217; assuntos N 216;
viagens N 43c; uso do hábito N 41; bem espiritual e
material da Província C 195a; declaração de Prioratos
e Residências N 160; Vicariatos regionais N 158;
Conselho Plenário C 209; determinações capitulares
C 196; Colégio preparatório N 118; sufrágios pelos pais
dos religiosos e pelas religiosas N 45; dia da eleição do
Provincial e dos Superiores N 211.
– Provincial extraordinário: quando e sua convocatória C 198,
N 153; presidência e eleições N 153.
– Conventual ou local: estabelecido pela Regra C 3;
favorece a comunhão fraterna C 85; estabelecido
no horário C 80; ao menos uma vez por mês N 37;
componentes C 216; convocatória C 218, N 244;
obrigação de assistir N 244; secretário N 242; Redacção
de actas N 242; escrutinadores N 242; método C 85;
correcção de culpas C 85, N 37; sobre a pobreza C 34;
promoção espiritual e apostólica N 241a; informação
da casa N 237; seu consentimento para admitir
noviços C 114; para professar C 120, 123; diaconado e
presbiterado N 132; seu conselho para renovar a profissão
C 121; para o Leitorado e Acolitado N 126; estabelece
o horário C 80; os actos penitenciais semanais C 45; o
acto mariano diário N 12; os exercícios de piedade C 27;
fundo para a biblioteca N 264; administração de bens
N 241; elege Conselheiros menos o primeiro N 241;
quando substitui o conselho local N 239.
ÍNDICE ANALÍTICO 243

CARIDADE: fundamento da comunhão fraterna C 72,


N 35; com os enfermos C 82, N 44; hóspedes C 83;
defuntos C 84, N 45; os que saíram da Ordem C 142;
trabalhadores N 266.
CARMELO, Monte Carmelo: basílica e convento N 15;
não pode pertencer a nenhuma Província N 164; berço
dos nossos Pais C 1; herdamos o seu carisma C 2-4.
CARNES: Ver ABSTINÊNCIA.
CARREIRA ECLESIÁSTICA: para o diaconado e
presbiterado N 132.
CARTAS: castigo por abri-las N 143; pastorais do Geral
N 192; assuntos a resolver por correio N 228; eleição
por correio N 174.
CASAS: erecção C 148, N 159; requisitos N 161; distinção
N 160; Casa Geral ou Cúria Geral: oficiais C 189-192,
N 201-204; seu Superior N 204; lugar do arquivo geral
N 205; de formação: erecção, mudança, transferência,
supressão N 76; visitada frequentemente pelo
Provincial N 218; contribuição para a sua manutenção
N 258; interprovincial N 112, 75-76; deserto C 71;
de oração N 34; casa de missão: ver MISSÕES;
religioso fora de casa C 136, N 150. Ver CONVENTO,
COMUNIDADE.
CASTIDADE: excelência C 22, 23; efeitos C 23; como
guardá-la C 24; confessores N 74.
CASTIGOS: Ver PENAS.
CELAS dos religiosos: C 70; pobreza e simplicidade C 70.
CELEBRAÇÕES: penitenciais N 7; da Palavra de Deus N 26.
244 ÍNDICE ANALÍTICO

CENSORES DE LIVROS: ver LIVROS.


CESSÃO da administração: noviços e professos
temporários C 26, N 2.
CLAUSURA: guardá-la C 70; limites C 70, N42; sua
determinação C 70; sua dispensa N 42.
CLÉRIGOS ou chamados às Ordens sagradas: N 109-134;
admissão ao ministério de leitor e de acólito N 126; ao
diaconado e ao presbiterado N 134. Ver FORMAÇÃO.
COLÉGIOS: preparatório: sua utilidade para promover
vocações N 70c; sua oportunidade N 118; programa
N 119; estudo do latim e outras línguas N 119; o Director
do colégio N 225f; de filosofia e teologia: conteúdos
a transmitir N 120. Ver MESTRE ESPIRITUAL,
FORMAÇÃO. Internacional: não se incorpore a
nenhuma Província N 164; sob o Definitório Geral
N 164; sustentado pelas Províncias N 111.
COLÓQUIO: Ver DIÁLOGO
COMISSARIADO: criação N 155; sob o Definitório N 155;
nomeação do Comissário N 149; seu regime N 157;
passagem a Província ou Semi-província N 156.
COMPLETAS: fazer o exame de consciência N 8.
COMUNHÃO FRATERNA: fundamento e norma C 72;
manifestações C 73, 75; goza da presença de Cristo
C 74; a Eucaristia é um seu sinal C 75; meios que a
favorecem C 77-85; em contínua renovação C 86;
alicerçada na Palavra de Deus N 31.
ÍNDICE ANALÍTICO 245

COMUNICAÇÃO: de bens, louvável C 32; entre


Províncias N 231; entre conventos da Província C 228;
entre o Geral e os Provinciais N 192.
COMUNIDADE: determina duas horas de oração mental
C 64, N 29; meios e formas de Orar C 69; retiro mensal
N 32; renovação dos votos N 28; admissão de noviços
C 114; profissão solene C 123; diaconado permanente
N 133; eleição do Ecónomo N 261. Ver CAPÍTULO
CONVENTUAL, VIDA COMUM.
COMUNIDADE EDUCATIVA: formação N 72; juízo sobre
candidatos N 72; seu consentimento para admitir noviços
C 114; aprovação de noviços C 117, N 90; admissão à
profissão temporal C 120; ao diaconado e presbiterado
N 132; readmissão ao noviciado N 92; para renovar os
votos C 121; para o leitorado e acolitado N 126.
CONCELEBRAÇÃO: recomenda-se N 18.
CONFERÊNCIA EPISCOPAL: no que se refere a estudos
eclesiásticos N 120.
CONFERÊNCIA DE SUPERIORES: criação e finalidade
N 231; estatutos N 232; presidência N 234; convocatória
N 234; autoridade N 233; pode propor temas para
Definitório extraordinário N 199; modos de formação
apostólica N 47; programa de estudos N 109; formação
pastoral N 128; formação carmelitana N 113.
CONFESSORES: licenças dos Superiores N 25a;
concessão de licenças a outros Presbíteros idóneos
N 25b; extensão desta faculdade N 25c; nas casas de
246 ÍNDICE ANALÍTICO

formação N 74a-b; Mestre de noviços e estudantes N 74c;


o tema da castidade N 74d.
CONFISSÃO SACRAMENTAL: frequente C 62, N 24;
com quem N 74.
CONFRARIA do Carmo: N 56.
CONGREGAÇÃO: para os Santos: postulador geral N 202;
evangelização: secretário para as Missões N 63.
CONGRESSO do Vicariato regional: presidência N 158b;
eleição do Vigário N 158b; outras eleições N 158b.
CONSAGRAÇÃO: religiosa: desde o baptismo ao mistério
da Igreja C 20; na profissão Religiosa C 119.
CONSELHEIROS: provinciais: qualidades C 205, N 224;
eleição C 195; duração e reeleição C 205; funções
C 204; podem pedir votação secreta N 228; são
capitulares C 194; substituem o Superior local em
segunda instância N 238; privação do ofício C 164;
consentimento do primeiro conselheiro para troca de
conventualidade N 138; conselheiros do Delegado
provincial: N 220c; locais: C 215; eleição do primeiro
N 225; dos outros N 241; o primeiro quando governa a
casa C 213, 214; consultado para reduzir um castigo
C 138; ou para impor um significativo N 142.
CONSELHO: de presidência no Capítulo Geral: criação e
funções N 182.
– Plenário: criação, funções e autoridade C 209, N 230;
deve ser ouvido para erigir, trocar, mudar, ou suprimir
uma casa de formação N 76.
ÍNDICE ANALÍTICO 247

– Provincial: de quantos consta C 204; convocatória


C 207; ao menos três C 208; declaração prática no
apêndice final; completo C 208, N 227; funções
C 206; nomeações: Superiores de algumas casas
N 225a; da Missão, Mestre de noviços, Mestre de
estudantes, primeiros conselheiros locais, Ecónomo
provincial, director colégio preparatório, prefeito de
estudos, professores, zelador das missões, directores
e administradores de revistas, ajudante do Mestre de
noviços, peritos para construções C 115, N 225, 263;
superior local ao não tomar posse o anterior N 236;
sucessores de ofícios vagantes N 226d; superior de uma
nova casa N 226e; determina: atribuições económicas
do Provincial C 225; formação da comunidade
educativa N 72; participação dos formandos N 75;
exercício do diaconado N 127; modos concretos de
formação pastoral N 128; quem há-de emitir opinião
sobre os formandos N 72; formação apostólica N 47;
relação entre Superior e Pároco N 67; cooperação com
a economia da Ordem N 245; privação de voz para
quem abandonou a Ordem C 136; designa: convento
do noviciado N 226; aprova: o tempo e o lugar para a
oração em cada convento N 29; relação da situação da
Província N 210; planos de um novo convento N 162;
formação carmelitana dos estudantes N 113; cessação
dos motivos de demissão de um noviço N 92; enviar
a estudar nas Faculdades N 129; oportunidade de
promover um religioso não clérigo para o presbiterado
N 134; coordenacão apostólica na Província N 51;
aceitar paróquias C 97, N 67; formação permanente
C 126; interrupção de estudos N 125; mudanças de
248 ÍNDICE ANALÍTICO

planos N 162; pleitos, litígios N 268; ensino em centros


públicos N 226i; dispensas na disciplina conventual
N 226b; idade para a profissão solene N 103; seu
consentimento para erigir, trocar, mudar, suprimir uma
casa de formação N 76; para a actividade formativa fora
do noviciado N 89; para a mudança de conventualidade
do primeiro conselheiro local N 139; deve ser ouvido:
para aceitação ou abandono de uma paróquia C 97;
fora do Capítulo Provincial, para aceitar a renúncia do
Provincial, do Sócio e do Substituto ao Capítulo Geral
N 197e; para os gastos extraordinários, aplicação do
dinheiro, contrair dívidas, alienar bens C 224; determinar
que partes dos juros se podem destinar para os gastos
da Ordem N 253; para erigir, mudar o noviciado N 84a;
na nomeação dos conselheiros do Delegado provincial
N 220; na apresentação do pároco N 66; obrigações:
procurar programar os estudos N 109; apostolado
na Província N 51; ouvir o ecónomo N 245; rever as
contas administrativas N 246; preparação do Capítulo
Provincial N 207; nomeação do Superior se não toma
posse N 236; outros direitos N 226.
– Local nos conventos C 215, N 239; número de
conselheiros C 215, N 239; competências C 215;
convocatória N 240; o ecónomo apresenta-lhe uma
relação económica N 267. Para Semi-províncias,
Delegações gerais, Comissariados, Vicariatos regionais,
ver Declaração prática do apêndice final.
CONSENTIMENTO: como se manifesta no Conselho
Provincial N 228; por correio ou telefone N 228.
ÍNDICE ANALÍTICO 249

CONSTITUIÇÕES: por elas se rege a Ordem C 149;


interpretam a Regra C 149; cabe à Sé Apostólica a sua
alteração e interpretação autêntica C 150, 170c; normas
para a sua aplicação e execução C 151; resposta às
dúvidas C 150; seu conhecimento e leitura: epílogo das
Normas Aplicativas.
CONSULTA: para a eleição de Provincial. Ver CAPÍTULO
PROVINCIAL.
CONTRIBUIÇÃO: Ver ADMINISTRAÇÃO.
CONVENTO: constituição N 161; erecção C 148;
declaração de priorato ou residência N 160; número de
casas para formar Província N 151; para uma Semi-
‑província N 154; Livro de defuntos da Ordem e da
casa N 46; visita provincial C 201; Ver NOVICIADO,
COLÉGIOS, CASA DE FORMAÇÃO.
– Sujeito ao Definitório Geral: o caso C 147, N 164;
conventualidade dos religiosos N 137; eleições
e nomeações N 163; regime N 163; passagem a
Comissariado N 155; aprovação dos livros oficiais
N 271; Monte Carmelo: digno de honra especial
N 15; a cargo do Definitório Geral N 164; o seu Prior
é o Superior Geral N 193; governo imediato N 164;
autoridade do Vigário N 193; fomento de iniciativas
marianas N 15.
CONVENTUALIDADE: atribuição e modo C 131, 132;
de quem está ao serviço de outra Província ou de uma
casa a cargo do Definitório N 137; mudança pré-capitular
N 138; mudança do primeiro conselheiro local N 139.
250 ÍNDICE ANALÍTICO

COOPERAÇÃO: com os ordinários do lugar C 201, N 49;


das Províncias para o bem da Ordem N 253; entre
Províncias C 209; entre as Províncias e Faculdade de
Teologia N 111-112; súbditos e Superiores N 40; no
apostolado N 48-49; na promoção vocacional N 69; no
trabalho missionário N 61; na administração N 245;
dos formandos N 75.
CORRECÇÃO: C 137-142, N 142-150. Ver CAPÍTULO
CONVENTUAL.
CORREIO: Ver CARTAS.
CORRESPONSABILIDADE: Princípio C 140. Ver
COOPERAÇÃO.
CUIDADO DE ALMAS: Ver PARÓQUIA e PÁROCO
CÚRIA GERAL: oficiais maiores C 189; eleição C 189;
outros oficiais N 201-203; seu proceder N 203; regime
N 204; arquivo geral N 205; cooperação das Províncias
nos gastos N 253.
CURSO DE ESTUDOS: Ver CARREIRA ECLESIÁSTICA
e ESTUDOS.
DECRETOS: Ver NORMAS, INSTRUÇÕES,
ORDENAÇÕES.
DEFINIDORES GERAIS: qualidades C 181, N 196;
eleição C 170; duração do ofício C 182; reeleição C
182; incompatibilidade N 173; funções C 180, N 197;
direitos: voz no Capítulo Geral C 168; no Definitório
extraordinário C 187; como podem propor temas no
Capítulo Geral N 181; quem admite a sua renúncia N 197d;
privação de ofícios N 197f; Primeiro Definidor: quando
ÍNDICE ANALÍTICO 251

exerce como Vigário C 177; quando pode convocar o


Definitório C 186; obrigação de informar o Superior
Geral C 186; seu consentimento para mudança
pré-capitular de conventualidade N 138, 139. Ver
DEFINITÓRIO GERAL, VIGÁRIO GERAL.
DEFINITÓRIO
– Ordinário: participantes C 179; requisitos C 183;
pós-capitular C 183; convocatória N C 183, 186;
competências C 180, N 97; comunicar-lhe data e
lugar do Capítulo Provincial C 193; intercâmbio com
as Conferências N 234; autoridade N 197; designa os
oficiais da Cúria Geral C 189, N 201; superior da casa
geral N 204; conselho de peritos N 263; anular uma
eleição N 135; aceitação de paróquias C 97; aprovação
dos estatutos das Conferências N 232; da Instrução
prática dos Capítulos Provinciais N 217; do programa
de estudos N 209; do modo de eleger o Provincial N 215;
constituição das Conferências N 231; Vicariato regional
N 158; convocatória do Capítulo Geral extraordinário
C 178; resposta às dúvidas de voz activa no Capítulo
Geral N 180; das Constituições C 150; conhecimento
dos planos de construção N 162; direito de propor
instruções e outros documentos para toda a Ordem
N 197c; transferência de Missas N 275; competências
sobre Missões C 95; sobre Conferência de Superiores
N 231-234; sobre as Províncias C 145; sobre a Liturgia
das Horas N 21; sobre a preparação do Capítulo Geral
N 179, 200; sobre o Definitório extraordinário N 199;
sobre casas a cargo do Definitório N 163; demissão de
religiosos C 134, 140; renúncias e privações N 197;
252 ÍNDICE ANALÍTICO

bens temporais C 222-227, N 245-246; consentimento


requerido: para que o Geral despache assuntos
reservados ao Capítulo ou Conselho Provincial C 176;
erigir ou suprimir casas C 148; para erigir ou mudar o
noviciado N 84; trocar a conventualidade do primeiro
conselhereiro N 139; para fazer noviciado fora da casa
designada N 84c; para admitir quem saiu da Ordem
N 106; para dispensar de votos temporários C 134;
para despedir um professo de votos temporários C 134;
de votos solenes C 140; executar as decisões C 185.
DEFINITÓRIO EXTRAORDINÁRIO: componentes
C 187; competências C 188, N 200; convocatória
C 187; direitos: propor temas a tratar N 199; relação
económica por parte do Ecónomo Geral N 257c.
DEFUNTOS: ajudá-los com a Eucaristia e a oração C 84.
Ver SUFRÁGIOS.
DELEGAÇÃO PROVINCIAL: em territórios longínquos
N 220.
DELEGADO: para o Capítulo Provincial: eleição C 194, N 208;
modo de eleição e competências N 208; de territórios
que não são Províncias ou Semi-províncias: voz no
Capítulo Geral C 168; no Definitório extraordinário
C 187; provincial: designação, autoridade, auxiliares
N 220; Delegado do Geral no Capítulo de uma nova
Província N 153. Ver SÓCIO.
DEMISSÃO: Ver DESPEDIMENTO
DESERTOS: sua necessidade C 71, N 34; finalidade C 71.
ÍNDICE ANALÍTICO 253

DESPEDIMENTO: de um postulante C 107; de um noviço


C 118, N 90-91; professo temporal C 134; professo
solene C 140.
DEVOÇÃO: eucarística durante a formação N 123;
escapulário NC 49, N 11. Ver MARIA.
DIACONADO: requisitos N 132; exercício N 127;
permanente N 133.
DIÁLOGO: nos Capítulos e reuniões conventuais C 85; No
Capítulo Geral N 181; Provincial N 211; na formação
N 75.
DINHEIRO: gastá-lo com sentido de pobreza N 5; para
coisas pequenas N 1; depósitos no banco N 252.
DIREITO CIVIL: conhecimento e aplicação pelos
Ecónomos N 247f; nos temas laborais N 266.
DIREITO UNIVERSAL: nos certificados para o noviciado
N 78; para admitir noviços C 114, N 79; para a profissão
C 122, N 95, 102; para o leitorado e acolitado N 126;
diaconado permanente N 133; nas penas de direito
universal C 138; exclaustração e demissão C 141;
postulação N 175; encargo de Missas N 269; poderes
dos Superiores C 165.
DISPENSA: do Geral C 176; do Definitório N 197i-j; do
Conselho Provincial N 226b.
DISPOSIÇÕES DE BENS: uso e usufruto antes da
profissão temporária C 26, N 93; mudança N 2; de
uma Província suprimida ou extinta ou de um território
dividido C 226.
254 ÍNDICE ANALÍTICO

DISTRIBUIÇÃO DE ENCARGOS: para ofícios da Ordem


N 197h; causas de Santos N 202; fundo para as freiras
N 256; casas de formação N 258.
DÍVIDAS: como contraí-las N 248; quando recorrer ao
Definitório C 224; quem responde pelas dívidas e as
obrigações N 251.
DOAÇÕES: do Superior N 264.
DOCUMENTOS: da Santa Sé e da Ordem no Arquivo
Geral N 205; promover a sua observância N 168: da
profissão N 107; do Superior inferior para pedir algo ao
superior N 250. Ver LIVRO.
DÚVIDAS: no Capítulo Geral ou Provincial: N 180,
209, 217.
ECONOMIA: Ver ADMINISTRAÇÃO.
ECÓNOMO GERAL: ofício C 192, 227; eleição C 189;
relação económica ao Definitório Geral N 257;
enviam-lhe uma relação, os ecónomos provinciais
N 260; cuida das Missas da Ordem N 270; dá relação
delas ao Definitório N 271.
ECÓNOMO PROVINCIAL: nomeação N 225e; ofício
C 228; pode realizar actos de Administração civil
C 220; inventários N 247; Missas da Província N 270;
livro de Missas para exame do Conselho Provincial
N 274; relação económica ao Conselho, ao Capítulo, ao
Ecónomo Geral N 260; deve ser ouvido pelo Superior
em temas administrativos N 245c.
ÍNDICE ANALÍTICO 255

ECÓNOMO LOCAL: eleição N 261; ofício C 229; pode


realizar actos civis de administração C 220; inventário
de bens N 247b, 265; livros de entradas e saídas
N 247d; Missas N 270; relação económica N 267; deve
ser ouvido pelo Superior em temas administrativos
N 245c; firma documentos bancários para movimentos
de dinheiro N 252.
EDIFÍCIOS: requisitos para começá-los ou modificá-los
N 263.
ELEIÇÕES: onde e quando C 156; eleição canónica C 157;
empate C 157; Geral C 158, 170, N 186; Definidores
C 170, N 186; Provincial C 158, 197, N 213-215;
Conselheiros Provinciais C 195; de religiosos que
vivem noutra Província ou em casa que depende do
Definitório Geral N 214.
ELEITORES: Ver VOZ ACTIVA
ELIAS: Inspirador e modelo da vida carmelitana C 2, 9;
favorecer o elianismo no Monte Carmelo N 15.
ENFERMIDADE: seu cuidado C 82, N 44; unção e
viático C 82.
ENFERMOS: cuidados N 44.
ESCAPULÁRIO: parte do hábito da Ordem N 41;
significado C 49, N 8; levá-lo sempre N 11; difusão da
sua devoção N 13.
ESCOLAS: para os externos N 197o; licença para ensinar
nas públicas N 226i; escolas de oração N 55.
ESCRITURA SANTA: Ver BÍBLIA.
256 ÍNDICE ANALÍTICO

ESCRUTINADORES: Capítulo Geral N 183b; Capítulo


conventual N 242.
ESCRUTÍNIOS: nas eleições em geral C 157; do Superior
Geral e Provincial C 158.
ESCUDO da Ordem: não se modifique N 195.
ESMOLAS: Ver DOAÇÕES.
ESPERANÇA na pobreza: C 30.
ESPÍRITO de conversão: N 7.
ESTATUTOS: das Conferências de Superiores, aprovados
pelo Definitório N 232; dos Vicariatos Regionais N 158.
ESTUDANTES: conheçam as necessidades da Igreja
N 121; uso dos meios de comunicação social N 122;
paulatina iniciação no apostolado N 124; se estudam
fora, em casa dar-lhes formação carmelitana N 128.
ESTUDOS: fazer um programa N 109; com valor jurídico
N 110; de humanidades antes dos eclesiásticos N 110;
matérias N 119-120; coordenador N 114; programa de
estudos N 115, 119, 120; calendário N 115; em Roma
N 111; no noviciado N 85; interrupção N 125.
EUCARISTIA: momento e celebração C 60, 75; sinal de
comunhão fraterna C 75; formas de culto N 20. Ver MISSA.
EVANGELHO: orar com ele C 65.
EXAME de consciência: duas vezes ao dia N 8.
EXCLAUSTRAÇÃO: concedida pelo Superior Geral
para um triénio N 140; pela Santa Sé C 141; condição
do exclaustrado N 140; efeitos na voz activa C 136;
remoção de ofício N 149.
ÍNDICE ANALÍTICO 257

EXERCÍCIOS DE PIEDADE: Santos N 27. Ver


EUCARISTIA, MARIA.
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS: anuais N 33; em comum
N 33; antes do noviciado N 80; antes da profissão
temporária N 94; casas de exercícios N 55.
EXORTAÇÃO: no Capítulo conventual N 37.
FACULDADE TEOLÓGICA romana: sua função N 111;
colaboração das Províncias N 111; relação com as
Províncias N 112.
FILIAÇÃO a uma Província: Ver INCORPORAÇÃO.
FILOSOFIA: Ver ESTUDOS, FORMAÇÃO.
FORMAÇÃO: necessidade e campos C 108; casas N 76;
comunidade educativa N 72; formadores N 71; direcção
da formação N 71; aprovações N 101; programa de
formação espiritual N 123; formação apostólica C 116,
N 47, 124; marianismo N 14; colaboração dos alunos
N 75; formação escolar N 110, 112, 119; permanente
C 126, N 130.
FRADES: Ver IRMÃOS.
FRATERNIDADE: nota do carisma teresiano C 10, 15b,
73; entre noviços e educadores N 88.
FRUGALIDADE: na mesa C 46.
FUGITIVO: já não existe esta «figura». Ver em geral N 150.
FUNDAÇÃO de conventos: aprovação dos planos N 162;
número de religiosos N 161. Ver CONVENTO, CASA.
GASTOS: ver ADMINISTRAÇÃO.
258 ÍNDICE ANALÍTICO

HÁBITO da Ordem: sinal de consagração C 79; composição


N 41; uso C 79, N 41.
HERANÇA: depois da profissão solene N 4.
HORÁRIO: C 80; de aulas nos colégios N 109. Ver ACTOS
COMUNS.
HOSPITALIDADE: C 83.
HUMILDADE: ajuda para guardar a castidade C 24 e para
orar C 67.
IDADE: para o noviciado N 79; profissão solene N 103;
Superior Geral C 174; Definidor N 196; Provincial C 220;
Superior local C 211; Conselheiro Provincial N 224a.
IGREJA: aprova o nosso estilo de vida, o título da Ordem
e a condição de mendicantes C 4, 16; ajudar no
apostolado N 52; também com os bens materiais C 32;
aspecto teresiano eclesial do carisma carmelitano
C 6, 8; reconhece na nossa família o carisma oracional
como algo peculiar C 53, 63.
INCORPORAÇÃO: dos religiosos a uma Província pela
profissão temporária ou primeira C 130; por um acto
formal do Superior Geral C 130.
INFORMAÇÃO: acerca da actividade apostólica dos
religiosos N 48; sobre a situação da Ordem N 187; da
Província N 210, 260; sobre o fundo de ajuda para as
freiras N 256.
INSTITUTOS: agregados à Ordem: apostolado com eles
C 103; agregação à Ordem N 194.
INSTITUTO DE ESPIRITUALIDADE: de Roma N 111.
ÍNDICE ANALÍTICO 259

INSTRUÇÕES: do Definitório N 197c; para os oficiais da


Casa Generalícia N 203.
INTERPRETAÇÃO das Constituições C 150.
INVENTÁRIO: feito pelo Ecónomo N 247c; também o
Ecónomo local N 259; dupla cópia N 265.
IRMANDADE: Ver FRATERNIDADE, CONFRARIA.
IRMÃOS: unidade e distinção C 127; projecto de vida
C 8; obrigações C 128; direitos principais C 129;
conventualidade C 131-132; formação permanente
C 126; seus meios C 126; Clérigos: formação C 125,
N 109-132; admissão ao leitorado e acólitado N 126;
ao diaconado e presbiterado N 132; ao diaconado
permanente N 133; Ver FORMAÇÃO. Não clérigos:
com respeito à Liturgia das Horas N 23; os que pedem
o presbiterado N 134.
ISENÇÃO: de facto e sua razão C 16.
JEJUM: quando jejuar C 45, N 9; a determinar pelo Capítulo
local C 45; a favor das Missões e dos pobres C 45.
JESUS CRISTO: a vida carmelitana em seu obséquio C 3,
15,20; exemplo de pobreza C 25; obediência C 35;
mestre de oração C 54-55; exemplo de apostolado C 87;
seu seguimento C 18-19; castidade por seu amor C 22-23.
JOÃO DA CRUZ, São: sua vida e seus escritos são
expressão do espírito do Carmelo C 11, 12; seguidor
e colaborador de Santa Teresa C 11; louvado por ela
C 11; mestre de oração C 55; seus escritos pertencem
à vocação da Ordem C 13; seus escritos na biblioteca
260 ÍNDICE ANALÍTICO

N 131; recomenda a desnudez do espírito C 30; seu


marianismo C 48; exercícios piedosos em sua honra N 27.
JORNAIS: Ver REVISTAS.
JOSÉ, São: honrado no Carmelo C 52.
JURAMENTO: de segredo nos Capítulos, Definitórios e
Conselhos N 178.
LADAÍNHAS: da Virgem Maria N 12.
LEIGOS: Ver IRMÃOS NÃO CLÉRIGOS.
LEITURA espiritual: estabelecida pela Regra C 3; útil
para a oração C 65, N 30; quotidiana N 30; nas refeições
C 77, N 38.
LÍNGUA: o latim e outras línguas no colégio
preparatório N 119.
LITÍGIO: quando instaurá-los N 268; com um especialista
ou advogado leigo em casos civis N 268.
LITURGIA: excelência da vida litúrgica C 57, 58; sua
importância na nossa vida C 58; aceitamos todos os ritos
da Igreja N 17; carácter mariano da Ordem na liturgia
N 10 Ver OFÍCIO DIVINO, MISSA, Sacramento da
Reconciliação.
LITURGIA DAS HORAS: seu sentido C 61; celebrá-la na
sua integridade C 61; em comum C 61; quando cantada
N 22; seu lugar no horário C 80; dispensa N 21; os
irmãos não clérigos N 23; de defuntos em vez da do
dia N 45c.
LIVRO: de Actas capitulares gerais N 191; do Conselho
Provincial N 229; dos noviços N 81; entradas e saídas
ÍNDICE ANALÍTICO 261

N 247d; de Missas N 269; Missas de fundações N 273;


defuntos N 46.
LIVROS: licença do Provincial para imprimi-los N 223.
MARIA VIRGEM: Titular da Ordem C 2; mãe e padroeira
C 9; modelo de vocação carmelitana C 15, 49; sua
relação com o Carmelo C 47-48; conhecimento mariano
C 50; estudos mariológicos N 14; exercícios de piedade
quotidianos N 12; entregamo-nos a Ela pela profissão
C 49; castidade imitando-a e com a sua ajuda C 23, 24;
formação mariana durante a formação religiosa N 14,
123; culto litúrgico e extra-litúrgico C 51, N 10-12; nas
nossas igrejas N 10; Missa sabatina e Salve N 10; trazer
o seu escapulário N 11; sua Basílica no Monte Carmelo
N 15; sua imagem nas nossas igrejas N 10; apostolado
mariano N 13. Ver CONFRARIA, ROSÁRIO.
MARIOLOGIA: seu estudo N 14.
MEDITAÇÃO: Ver ORAÇÃO MENTAL.
MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL: no apostolado
N 54; nos colégios N 122; sem prejuízo da vida de
oração e do silêncio C 68.
MESA: frugalidade C 48.
MESTRE DE ESPÍRITO: eleição e tempo N 225;
competência N 73; ao seu critério os meios de
comunicação N 122; firma o certificado ou documento
da profissão N 107; confissões de seus alunos N 74c.
MESTRE DE ESTUDANTES: nomeação N 225; correcção
de transgressões, como N 142.
262 ÍNDICE ANALÍTICO

MESTRE DE NOVIÇOS: designação C 115; seu ofício C 115;


sua actuação N 85-88; corrige os noviços N 142; dá
a sua opinião sobre o trabalho formativo dos noviços
fora do noviciado N 89; ajudantes C 115.
MISSIONÁRIOS: ofício e actividade C 94, N 59; em
número suficiente N 60; casa central para eles C 96,
N 60; colaboração mútua C 96; com as autoridades
locais N 221-222; missão e renovação da missão N 221;
tempo fora da Missão N 62; assistência a congressos
missionários N 61.
MISSÕES: noção N 59; dentro da vocação carmelitana
C 94; aceitação, mudança, renúncia C 95; papel
do Definitório C 95; iniciativas missionárias nas
Províncias N 58; o papel do Provincial N 221; do
Superior religioso da Missão N 221-222; Secretariado
para as Missões N 63; Zelador das Missões N 64, 225i;
cooperação missionária C 94, N 64-65.
MONJAS: nossas: sob jurisdição do Provincial N 219; sob
jurisdição do Ordinário N 219; apostolado próprio com
elas C 8, 103; fundo de ajuda para elas N 256.
MONTE CARMELO: seu Prior é o Superior Geral N 193;
há um Vigário com competências próprias N 193; sob a
autoridade do Definitório N 164.
MORTIFICAÇÃO: segundo o estilo teresiano de vida C 10;
para guardar castidade C 24.
NECROLOGIA: Ver LIVRO DE DEFUNTOS.
NORMAS APLICATIVAS das Constituições: quais são
e como se aprovam C 151; mudanças e revogações
ÍNDICE ANALÍTICO 263

C 153; seu conhecimento, Epílogo das Normas.


Normas gerais: podem ser feitas pelo Definitório
Extraordinário N 200; para os Vicariatos Regionais
N 158. Ver ORDENAÇÕES.
NOVICIADO: finalidade C 111; erecção N 84; mudança
N 84; interprovincial N 112; fora da casa designada
N 84c; o grupo de noviciado pode viver algum tempo
noutra casa N 84b; tempo C 111; prolongação N 90;
interrupção C 112; educadores C 114; castigo por uma
admissão indevida ao noviciado N 148.
NOVIÇOS: qualidades C 113; idade N 79; certificados
N 78; admissão de quem vem de outro instituto N 100;
exercícios espirituais prévios N 80; Mestre de noviços
C 115; formação que se há-de dar N 85-88; que estudos
N 85b; trabalho formativo fora de casa C 116, N 89;
aprovação C 117, N 90; demissão C 118, N 90-91;
readmissão N 92; normas sobre a administração dos
seus bens C 26, N 2.
NÚMERO: de religiosos para as exigências de um convento
N 51c, 161; nas missões N 60; de conventos para criar
uma Província ou Semi-província N 151.
OBEDIÊNCIA: sentido e excelência C 35-37; relação com
a autoridade C 38; imposição de preceito C 40, N 6;
activa e responsável N 86.
OBSERVÂNCIA: a externa ajuda à atitude interior N 88.
OFÍCIOS: requisitos C 155; ofícios incompatíveis N 173; entre
nós quem são os Ordinários C 165; busca do bem comum
C 154; provisão C 156; aceitação C 156; aceitação do Geral
ausente N 190; duração C 161; postulação N 175; exclusão
264 ÍNDICE ANALÍTICO

C 159; necessária interrupção nos ofícios N 176; renúncia


C 162; remoção ou mudança C 163; privação. Ver PENA.
OFÍCIO DIVINO: Ver LITURGIA DAS HORAS.
ORAÇÃO: na Regra C 3, 53; a favor da Igreja C 8, 15;
ajuda para o apostolado C 89; para a castidade C 24;
alimentada pela leitura espiritual N 30; característica
da oração carmelitana C 53; ensiná-la é uma tarefa da
Ordem C 101, N 54; criação de escolas de oração N 55;
casas de oração em cada Província N 34; litúrgica e
pessoal C 56; mental: importância C 63; tempo C 64,
N 29; no horário C 80; meios que a favorecem C 65-71;
formação dos religiosos para a oração N 87, 123.
ORDEM DO CARMO: noção C 1; características C 1,4,7;
reconhecida pela Igreja C 4, 16; formada por Províncias
e conventos C 144-148; com um Superior Geral C 173,
176; hábito C 79, N 41; sua missão é propagar a vida de
oração C 101, N 54. Ver BENS TEMPORAIS.
ORDEM SECULAR: há-de constituir-se em cada convento
N 56a; ajudada pelos religiosos N 56b; coordenação
entre as Províncias da mesma zona N 56d; cuidado
especial cf. C 103. Ver Apêndice final.
ORDENAÇÕES: do Capítulo Geral: seus requisitos
C 152-153; quem pode fazê-las para toda a Ordem
C 152; do Capítulo Provincial C 195a; seus requisitos
C 196; duração e confirmação C 196; suspensão C 196;
notificação ao Definitório Geral C 195a.
ORDINÁRIOS: entre nós quem são C 162.
PADRES DA IGREJA: leitura das suas obras N 30.
ÍNDICE ANALÍTICO 265

PADRES DO CARMELO: o carisma da Ordem C 11-13;


pobreza C 30; obediência C 37; abnegação C 42; Virgem
Maria C 48; mestres de oração C 55; mestres na Igreja
nos caminhos de oração de união com Deus C 100;
sua experiência pertence à plenitude da nossa vocação
C 11-13; honrá-los N 27; leitura dos seus escritos N 30;
divulgá-los N 54; em tempo de formação inicial N 87,
120; nos exercícios espirituais N 33.
PAIS DOS RELIGIOSOS: sufrágios por eles N 45e.
PAPA: a Ordem está sujeita a ele C 16; por voto de
obediência N 41; sufrágios N 45c.
PAPÉIS: nas eleições C 156.
PARENTES: sufrágios mensais N 45e.
PÁROCO: apresentação N 66; relação com o Superior
local N 67; está sujeito à visita pastoral provincial N 66;
avisar o pároco do baptismo, no caso de uma profissão
solene N 107.
PÁRÓQUIA: aceitação C 97, N 67; gestão C 98; direitos
do Conselho Provincial N 67.
PASTORAL: estudo e prática N 128, 130.
PECÚLIO: proibido N 1.
PENA: sua utilização C 137; quem a decreta e impõe
C 138, N 142; seguir o direito Universal C 138; as
nossas são «ferendae sententiae» C 138; modo de
proceder C 138-139; Privação de ofício: competência C
164; quem a impõe N 146, 147; de remoção N 145, 149;
suspensão de ofício N 144; de voz C 136, N 143, 145.
266 ÍNDICE ANALÍTICO

PENITÊNCIA: C 42; prática C 43; em comunidade C 44-46,


N 7-9. Ver CONFISSÃO SACRAMENTAL.
PENSÃO: é para o convento C 28.
PERITOS: para começar a construir um convento ou
restaurar N 263; sua nomeação N 263; para redigir o
programa de formação espiritual N 123; para discernir a
idoneidade de um candidato em formação C 133, N 77.
PERMANÊNCIA: fora do convento C 136, N 43b; ao
serviço de outra Província N 135, 136, 137.
PERSONALIDADE JURÍDICA: da Ordem, das
Províncias, dos Conventos C 220.
PLANOS DE CONSTRUÇÃO: aprovação N 162, 263;
enviar um exemplar ao Definitório N 162.
POBRES: ajudá-los C 31-32; com os nossos jejuns C 45;
aproximação e promoção C 29; ajudas ou doações do
Superior N 264.
POBREZA: sua excelência C 25, 30; testemunho individual
e comunitário C 29-31, 33, N 1, 5; finalidade C 30; sua
influência na oração C 30, 67; novas formas C 33; sua
apreciação nos Capítulos C 34, N 1; o trabalho como
forma de pobreza C 31.
POSTULAÇÃO: como e quando N 175; a quem se dirige
N 175; requisitos C 159, N 175; exclusão C 159.
POSTULADOR GERAL: nomeação N 201; beneplácito da
Congregação N 202; competência N 202; ajudantes N
226h; relação de entradas e saídas N 202; contribuição
de todas as casas N 202.
ÍNDICE ANALÍTICO 267

POSTULANTADO: importância, necessidade e finalidade


C 106; tempo e lugar C 107; sem exigências laborais
C 114.
POSTULANTE: Ver POSTULANTADO.
PRECEITO: quem o impõe e quando C 40, N 6; na visita
pastoral N 172.
PREFEITO de estudos: Provincial: nomeação N 225g;
ofício N 114; escutá-lo para enviar estudantes à
Faculdade N 129; Local: nomeação N 225g; ofício N 115.
PRELADO: sufrágios por um prelado eclesiástico que foi
da Ordem N 45. Ver SUPERIORES, BISPO.
PRESBITERADO: requisito N 132, 134. Ver ESTUDOS,
FORMAÇÃO.
PRESBÍTERO: celebre a Eucaristia todos os dias a poder
ser N 19; pelos defuntos: Superior Geral e Definidores
N 45; estudo de teologia pastoral N 128.
PRESENÇA DE DEUS: cultivá-la C 66.
PRESIDENTE: do Capítulo Geral: quem C 169; relação
da Ordem e sua economia N 187; convoca sessões
e apresenta a agenda, faz de moderador, garante a
liberdade de expressão C 169, N 181; marca o dia das
eleições N 186; decide com outros em caso de empate
N 185; propõe os secretários colaboradores N 183;
faz de escrutinador N 183. Ver SUPERIOR GERAL,
VIGÁRIO GERAL.
268 ÍNDICE ANALÍTICO

– Capítulo Provincial: quem N 210; relação da Província


e da sua economia N 210; faz de moderador N 211;
marca as sessões para as eleições N 211.
– Conselho Provincial: nomeia o Secretário N 229.
– Capítulo conventual: faz de escrutinador N 242; em
caso de empate N 243.
PRIORADO: quem decide se uma casa é Priorado N 160.
PROCURADOR GERAL: ofício C 190; eleição C 189;
remoção N 197f.
PROCURADOR PROVINCIAL: Ver ECÓNOMO
PROVINCIAL.
PROCURADOR LOCAL: Ver ECÓNOMO LOCAL.
PROFESSORES: nomeação N 225h; títulos convenientes
N 116; material exigido para sua ajuda N 117; trocas
N 112.
PROFISSÃO DE FÉ: no Capítulo Geral e Provincial N
189, 209, 217.
PROFISSÃOTEMPORÁRIA: admissão C 120, N 90, 106;
requisitos C 120, N 95; comunicá-la ao noviço N 93;
exercícios espirituais prévios N 94; fórmula N 96;
certificado ou documento N 107; antecipação N 97;
renovação C 120, 121, N 98; prolongação N 99;
efeitos C 119. Ver ADMINISTRAÇÃO DE BENS,
POBREZA.
PROFISSÃO SOLENE: admissão C 123, N 104; negação
C 133; requisitos C 122, N 102-103; preparação N 105;
prévia renúncia de bens C 26; efeitos C 122, 135;
ÍNDICE ANALÍTICO 269

imprescindível para a voz activa C 135; e para ser eleito


para ofícios C 155; notificação ao pároco de baptismo
N 107.
PROJECTO: para começar e modificar uma construção
N 263. Ver PLANOS.
PROPRIEDADE: de bens no professo temporal C 26;
renúncia antes da profissão solene C 26, 27; da
Ordem, da Província, do Convento C 220. Ver BENS
TEMPORAIS, ADMINISTRAÇÃO.
PRO-VIGÁRIO GERAL: quem se chama assim e suas
funções C 177.
PROVÍNCIA: noção C 144; a Ordem forma-se delas
C 144; erecção, união, divisão, nova circunscrição,
supressão C 144, 107f, 226; requisitos para a erecção
C 146; incorporação dos religiosos C 130; informação
ao Superior Geral N 218; pode possuir bens temporais
C 220; intercomunicação de bens com outras Províncias
C 32, N 255.
PROVINCIAL: é o Superior maior C 165; qualidades
requeridas C 200; consulta prévia para a sua eleição
C 197, N 213-214; eleição C 195, 197-198,
N 215; duração do ofício C 202; reeleição C 159,
202; postulação C 159; seu ofício em geral C 199;
autoridade em referência aos postulantes C 106-107;
admissão dos noviços C 114, N 92; prolongação do
noviciado N 90; admissão à profissão temporal C 120;
sua antecipação 97; renovação e prolongação dos votos
temporais C 121, 133, N 98-99; admissão à profissão
solene C 123, N 104; ao leitorado e acolitado N 126;
270 ÍNDICE ANALÍTICO

diaconado e presbiterado N 132; acerca dos párocos N 66;


conventualidades C 131-‑132, N 137; nas missões N 62,
66, 221; para publicar livros N 223; visita pastoral
C 201, N 218; monjas N 219; administração de bens
C 220; fundações de missas N 272; delegação da sua
autoridade N 220; união da Província com o centro da
Ordem C 201; colaboração com os Ordinários do lugar
C 201; coordenação apostólica na Província N 51;
assiste ao Capítulo Geral C 168; Capitulo Provincial
C 194; Conselho Provincial C 206; convoca Capítulo
e Conselho Provincial C 193, N 207; preside ao
congresso do Vicariato Regional N 158; ofício vagante
C 203; privação de ofício N 197f. Ver SUPERIOR
MAIOR, VISITADOR, CAPÍTULO PROVINCIAL,
CONSELHO PROVINCIAL.
QUARESMA: jejum C 45; Liturgia de Defuntos N 45e.
RECREIO: comum C 78, 80.
RECURSO: contra decreto de expulsão C 140; de capitular
não convocado N 187, 209
REELEIÇÃO: do Superior Geral C 175; do Definidor
Geral C 182; do Provincial C 202; dos Conselheiros
Provinciais C 205; do Superior local N 235; exclusão
do candidato C 159.
REFEIÇÃO: no horário C 80; orações N 39; silêncio N 38;
leitura e conversação C 77; sobriedade C 46.
REGULAMENTO: razão e ordem C 149.
REGRA: fundamento básico da Ordem C 5, 18, 149; seu
autor C 3, 18; conteúdos principais C 3; relação ao
ÍNDICE ANALÍTICO 271

carisma teresiano C 5, 9; explica o sentido da Ordem


C 15; recomenda orar C 53; e praticar a penitência C 44,
N 9; Liturgia C 58; silêncio C 68; a Palavra de Deus C 65;
correcção fraterna C 85; autoridade como serviço C 143; o
Pai Nosso para os não clérigos N 23; Capítulo conventual
N 37; é interpretada pelas Constituições C 149.
RELAÇÃO: do presidente do Capítulo Geral sobre
a vida e a economia da Ordem N 187; o mesmo no
Capítulo Provincial N 210; do Provincial ao Superior
Geral no final da visita pastoral N 218; do Ecónomo
Geral ao Definitório Geral e ao extraordinário N 257;
do Ecónomo Provincial ao Conselho Provincial e ao
Ecónomo Geral N 260; do Ecónomo local ao Conselho
local e ao Ecónomo Provincial N 267.
RELIGIOSOS: Ver IRMÃOS.
REMOÇÃO: do ofício: quem o faz C 163, N 149; a quem
N 146-149. Ver PENAS.
RENDAS DE BENS: o Conselho Provincial pode conceder
possuí-las C 27; pode tirar as supérfluas N 258c.
RENOVAÇÃO: contínua na vocação do Carmelo C 1; promove
o Capítulo Geral C 170a; dos votos na comunidade N 28;
antecipação N 98; exclusão da renovação de votos
C 133. Ver PROFISSÃO TEMPORAL.
RENUNCIA: de bens: antes da profissão solene C 26, N 3;
dos ofícios: aceitação ou recusa em geral C 162; em
concreto: do Superior Geral C 188; do Definidor
fora do Capítulo N 197d; do Provincial, do Sócio
e do Substituto ao Capítulo Geral fora do Capítulo
272 ÍNDICE ANALÍTICO

Provincial N 197e; dos Delegados de outros territórios


que não são Províncias N 197e; de ofícios designados
no Capítulo Provincial N 226c.
RETIRO: Ver SOLIDÃO.
RETIRO ESPIRITUAL: ajuda para a oração N 31;
mensal N 32.
REUNIÕES: da comunidade C 85; de formação pastoral N 130.
Ver CAPÍTULO CONVENTUAL, FORMAÇÃO,
APOSTOLADO, ESTUDOS.
REVISTAS: haverá um órgão informativo da Ordem N 48;
para a promoção das vocações e da vida espiritual
N 54, 70; nomeação do Director N 225j; normas para
a sua administração N 258e.
ROSÁRIO: recomendado N 12.
SACERDOTES: Ver PRESBÍTEROS.
SACRAMENTO dos enfermos C 82.
SAÍDAS: ausência de casa: C 136, N 43b, 40; da Ordem
C 141-142; N 150.
SALVE REGINA: quando se canta N 10.
SECRETÁRIO: do Capítulo Geral: eleição e ofício N 183;
do Conselho Provincial: Nomeação e ofício N 229; do
Capítulo Provincial: eleição e ofício N 242.
– Geral: eleição C 189; incompatibilidade N 173; ofício
C 191.
– Informação: sua nomeação N 201. Formação: sua
nomeação, N 201. Missões: nomeação N 201;
ÍNDICE ANALÍTICO 273

competências e residência N 63. Para as monjas N 201;


para o apostolado e a Ordem secular N 201.
SECULARIZAÇÃO: quem a pede carece de voz activa
C 136; é retirado de outros ofícios N 149.
SEGUIMENTO DE CRISTO: pelos votos religiosos C 19.
SELO: da Ordem N 195.
SEMI-PROVÍNCIA: em muitos aspectos assemelha-se à
Província N 154; o Comissariado assemelha-se à Semi-
‑província N 157.
SERVIÇO: prestado aos irmãos pelos que têm algum
ofício C 143, N 166.
SILÊNCIO: na Liturgia C 58; o prescrito pela Regra C 68;
é ajuda útil para a vida de oração C 68; durante as
refeições N 38.
SÓCIO: para o Capítulo Geral C 168, 195; não nas Semi-
‑províncias N 154; ao Capítulo Provincial: eleição
C 194; seu número N 208. Ver DELEGADO AO
CAPÍTULO PROVINCIAL.
SOLIDÃO: mandato da Regra C 3; aspecto eclesial C 5.
SUBSTITUTO: do Capítulo Geral C 168, 195.
SUBVENÇÃO: é para o convento C 28.
SUFRÁGIO: Ver VOTO.
SUFRÁGIOS pelos defuntos: em geral N 45; em toda a
Ordem pelo Superior Geral, Definidor, Papa, Prelado
da Ordem, religiosos da província, pais dos religiosos,
freiras N 45.
274 ÍNDICE ANALÍTICO

SUPERIOR (principalmente local): qualidades C 211;


mudança N 226f; busca o bem da comunidade C 143;
ofício C 210; governa por direito N 165; em espírito
de serviço fraterno N 166; preocupação com os irmãos
N 167; coordena o apostolado N 50; autoridade:
dispensa C 212; corrige C 137, N 142; em casos
urgentes C 138; concede licenças para confessar N 25;
viagens e ausências N 43; deve saber das saídas de casa
N 40; demissão de um postulante C 107 e do noviço
em casos urgentes C 118; pode actuar civilmente
na administração C 220; necessita de licença para
administração extraordinária C 223; ouças os ecónomos
C 245c; pode dar esmolas N 264; obrigações: residência
N 171; não admita ocupações que dificultem o seu
ofício N 171; procure que todos cumpram bem as suas
tarefas N 71; que haja confessores suficientes N 74; que
os meios de comunicação não prejudiquem o espírito
de oração C 68; remoção do seu ofício N 146-148.
SUPERIOR da casa de formação: N 71.
SUPERIOR GERAL: tem o título de Prior do Monte
Carmelo N 193; é o Superior Maior C 165; eleição
C 170, N 186; qualidades C 174; duração do ofício
C 175; reeleição C 175; competências C 173; ouça o
Definitório C 176; comunicação com os Provinciais
C 173, N 192; autoridade em geral C 176; pode despachar
assuntos reservados aos Capítulos Provínciais ou aos
seus Conselhos C 176; pode dar conventualidade
C 131; eleições e nomeações em casas que dependem
do Definitório N 169; convocatória do Capítulo Geral
C 167; e o Capítulo Provincial extraordinário N 153;
ÍNDICE ANALÍTICO 275

preside ao Capítulo Geral C 169 e ao Capítulo Provincial


extraordinário N 169; à Conferência de Superiores
N 234; erecção e mudança do noviciado N 84a; dá
licença para fazer o noviciado noutra casa N 84c;
readmissão de um religioso na Ordem N 106; dispensa
de votos temporários C 134; decreto de expulsão de um
professo solene C 140; indulto de exclaustração para
três anos n 140; envio de um religioso para o serviço de
outra Província N 136; incardinação a uma Província
C 130; atribuição de uma conventualidade C 131;
actos de administração C 220; obrigação de executar o
decidido no Definitório C 185; enviar cartas pastorais à
Ordem N 192; inter-comunicação de notícias da Ordem
N 192; visita pastoral C 173; renúncia C 188; ofício
vagante C 171, 177a; sufrágios N 45. Ver SUPERIORES
MAIORES, PRESIDENTE DO CAPÍTULO GERAL.
SUPERIORES GERAIS: carecem de voz na sua Província
N 214.
SUPERIORES MAIORES: quem são entre nós C 165;
deixem a autonomia devida aos inferiores C 143;
preocupem-se dos que têm apostolado N 51; dão
conventualidades C 131-132; certificado na aceitação
de noviços provenientes de outros institutos N 78;
podem dispensar no estudo de teologia pastoral N 128;
não contraiam dívidas N 248. Ver PROVINCIAL.
SUPRESSÃO: de uma Província no Capítulo Geral C 145;
de um convento C 148.
TAXAS: Ver ADMINISTRAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO.
TELEFONE: no Conselho Provincial N 228.
276 ÍNDICE ANALÍTICO

TEMPERANÇA: nas refeições C 46.


TEOLOGIA: Ver ESTUDOS, FORMAÇÃO.
TERCEIROS: Ver ORDEM SECULAR.
TERESA de Jesus, santa: a sua vida é exemplo de vocação
carmelitana C 5-6; evolução do seu carisma C 5-7;
mestra de oração C 55; convida a seguir os exemplos
de Maria C 9 e dos Padres santos passados C 1, 4, 9;
e de S. José C 52; ensina a fazer apostolado pela
oração C 89; aspecto missionário C 94; seus escritos
devem estar nas bibliotecas N 131; para ser lidos N 30;
exercícios piedosos em sua honra N 27; o seu desejo de
ajudar os enfermos C 82 e as freiras da Ordem C 103.
TERESA DO MENINO JESUS, santa: as suas obras
deverão estar nas bibliotecas N 131.
TESTAMENTO: há-de fazer-se em algumas circunstân-
cias N 3.
TÍTULO: da Ordem C 1-2; títulos civis nas universidades
N 116.
TRABALHO: é uma norma da Regra C 3; diversas formas
C 31; expressão de pobreza C 29; mútua relação C 29;
é também uma forma de abnegação evangélica e de
penitência C 43; em silêncio C 68; imbuído de espírito
de oração C 55; declaração laboral por escrito no
começo do noviciado C 114.
TRANSEUNTES: ou provenientes de outras famílias
religiosas N 100.
TRANSGRESSÕES: noção N 142; correcção N 142.
ÍNDICE ANALÍTICO 277

MUDANÇA: Ver REMOÇÃO.


UNÇÃO DOS ENFERMOS: a tempo C 82.
UNIDADE: favorecê-la C 143.
UNIÃO: entre o centro e a periferia da Ordem favorecida
pelo Geral C 176; pelos Provinciais C 201; com os
Bispos C 201.
UNIVERSIDADES CIVIS: assistência e envio de
estudantes N 129.
USO E USUFRUTO dos bens temporais: o noviço antes
da profissão C 26, N 2; sob a dependência do Superior
C 25; colaboração C 32.
VAGATURA de ofícios: Superior Geral C 171; Provincial
C 198; seus sucessores C 203; governo do convento na
ausência do Superior C 213.
VIAGENS: licença correlativa N 43; modo de viajar
N 5; normas N 43; maneira de conceder as licenças
necessárias N 43.
VICARIATO REGIONAL: criação N 158a; superior
maior N 158b; regime imediato N 158b; incardinação e
mudança de religiosos N 158c; representação capitular
N 158d-c.
VIGÁRIO DA CASA: quem e quando C 213; durante o
Capítulo C 214.
VIGÁRIO GERAL: é Superior Maior e Ordinário C 165;
quando é o primeiro Definidor C 177; convocatória do
Capítulo Geral C 171, 178; declara aberto o Capítulo
278 ÍNDICE ANALÍTICO

Geral N 180; seu ofício. Ver PRESIDENTE DO


CAPÍTULO GERAL.
VIGÁRIO PROVINCIAL: é Superior Maior C 165; quem
C 203; autoridade C 203; convocatória do Capítulo
Provincial C 198; pode convocar o Conselho Provincial
C 203.
VIGÁRIO REGIONAL: eleição e duração N 158b; preside
o Vicariato regional N 158b; tem voz no Capítulo
Provincial N 158d-e.
VICE-POSTULADOR: N 226h.
VICE-SECRETÁRIO GERAL: N 201a.
VIDA COMUM: sua base C 72-73; sentido dos actos
comuns N 36; na Liturgia segundo a Regra C 3; tema de
reuniões comunitárias N 37; examiná-la N 36; tenha-se
em conta o seu valor à hora de conceder licenças de
permanência fora do convento N 43e; apoiada por um
número suficiente de religiosos N 51c.
VISITA PASTORAL: do Superior Geral C 173; do
Provincial C 201, N 218; das paróquias N 66; modo de
fazê-la N 172.
VISITADOR: pode impor preceito N 172. Ver VISITA.
VOCAÇÃO: necessária para a vida religiosa C 104;
pessoal à Ordem C 1; baseada no carisma teresiano
e sãojoanista C 11-12; elementos da vocação
carmelitana C 15.
VOCAÇÕES: fomentá-las C 104, N 60-70; meios e
selecção C 105, N 69-70; adultas N 70d; promotores
ÍNDICE ANALÍTICO 279

vocacionais N 70d; colaboração com outros


promotores N 69.
VOTOS capitulares: proibido dá-los a si mesmo C 160;
obrigação de votar N 184; para resolver questões ou
assuntos N 185, 243; dúvidas a respeito deles N 185;
em caso de empate N 185; requeridos para mudar
as Constituições C 150; para suprimir algum artigo
constitucional C 149; para impor determinações C 152;
para as reeleições C 156, 175, 202, N 235; para destituir
o Superior Geral C 188; para a aprovação de noviços
N 90.
VOTOS RELIGIOSOS: renovação devocional N 28;
do professo de votos temporários C 120, 121, N 98.
Ver PROFISSÃO TEMPORÁRIA, PROFISSÃO
SOLENE.
VOZ ACTIVA: requisitos C 135; limitação durante os
estudos eclesiásticos N 108; necessária para ser capitular
local C 216; dos religiosos a cargo do Definitório ou
de outra Província N 135; no Capítulo Geral C 168;
no Capítulo Provincial C 194; carecem dela C 136;
dúvidas acerca dela no Capítulo Geral ou Provincial
N 180, 209, 217.
VOZ PASSIVA: requisitos C 155; dos religiosos a cargo
do Definitório ou em outra Província N 135; quem a
tem no terceiro ou sexto escrutínio C 157, 158. Ver
PENA de privação de voz activa e passiva.
ZELADOR DAS MISSÕES: nas Províncias e Semi-províncias
N 64; nomeação N 264, 225; o seu ofício N 64.
ÍNDICE

Decreto.............................................................................. 7
Sagrada Congregação – Decreto . .................................... 9
Congregação para os Religiosos – Novo decreto........... 11
Carta do secretariado da congregação
para os religiosos e os institutos seculares............ 13
Novo decreto................................................................... 15
Siglas............................................................................... 17
Regra «primitiva»........................................................... 21

Constituições

Primeira parte – Vida dos religiosos.................31

Capítulo 1: Sentido da nossa vocação........................... 33


I. Origens da nossa vocação.......................... 33
II. Carisma teresiano....................................... 36
III. Elementos primordiais da nossa vocação... 40
Capítulo 2: Seguimento de Cristo e
consagração religiosa................................. 44
I. Castidade consagrada................................. 45
Ii. Pobreza....................................................... 46
Iii. Obediência.................................................. 49
Iv. Abnegação evangélica................................ 52
Capítulo 3: A Virgem Maria na nossa vida................... 55
282 ÍNDICE GERAL

Capítulo 4: A comunhão com Deus.............................. 58


Capítulo 5: Comunhão com os irmãos.......................... 66
Capítulo 6: Missão apostólica da Ordem...................... 71

Segunda parte – Membros da ordem................ 77

Capítulo 1: Admissão e formação dos membros........... 79


I. Promoção e selecção das vocações............ 79
II. Formação.................................................... 80
III. Noviços....................................................... 81
Iv. Profissão..................................................... 84
V. Formação para os diversos cargos
e formação permanente.............................. 85
Capítulo 2: Incorporação dos religiosos.
Direitos e deveres....................................... 87
Capítulo 3: Correcção dos religiosos............................ 91

terceira parte – Regulamento............................ 95

Capítulo 1: Constituição orgânica da Ordem................ 99


Capítulo 2: Constituições, normas aplicativas
e determinações do capítulo geral............ 101
Capítulo 3: Ofícios...................................................... 103
Capítulo 4: Regulamento geral.................................... 107
I. Capítulo geral........................................... 107
Ii. Superior geral........................................... 109
Iii. Definitório.................................................111
Iv. Oficiais maiores........................................ 114
Capítulo 5: Regulamento provincial........................... 115
ÍNDICE GERAL 283

I. Capítulo Provincial................................... 115


II. Superior Provincial................................... 117
Iii. Conselho provincial.................................. 118
Capítulo 6: Regulamento local.................................... 120
I. O superior local e seu conselho................ 120
Ii. Capítulo conventual.................................. 121
Capítulo 7: Administração de bens............................. 122
Epílogo..................................................................... 125
Apêndice................................................................... 126
Fórmula da profissão.......................................... 126

Normas aplicativas

Primeira parte – Vida dos religiosos.............. 129

Capítulo 1: Seguimento de Cristo


e consagração religiosa............................. 131
I. Pobreza..................................................... 131
Ii. Abnegação evangélica.............................. 132
Capítulo 2: A Virgem Maria na nossa vida................. 134
Capítulo 3: Comunhão com Deus............................... 137
Capítulo 4: Comunhão com os irmãos........................ 142
Capítulo 5: Missão apostólica da Ordem.................... 147

Segunda parte – Membros da ordem................ 157

Capítulo 1: Admissão e formação dos membros......... 159


I. Promoção e discernimento das vocações 159
284 ÍNDICE GERAL

Ii. Formação.................................................. 160


Iii. Noviços..................................................... 163
Iv. Profissão................................................... 168
V. Religiosos chamados às ordens sagradas 172
Capítulo 2: Incorporação dos religiosos...................... 180
Capítulo 3: Correcção dos religiosos.......................... 183

Terceira parte – Regulamento....................... 185

Capítulo 1: Constituição orgânica da Ordem.............. 187


Capítulo 2: Ofícios...................................................... 192
Capítulo 3: Regulamento geral.................................... 196
I. Capítulo geral........................................... 196
II. Superior Geral.......................................... 199
III. Definitório................................................ 200
IV. Definitório extraordinário......................... 202
V. Oficiais da Cúria geral.............................. 203
Capítulo 4: Regulamento provincial........................... 205
I. Capítulo provincial................................... 205
II. Superior provincial................................... 208
III. Conselho provincial.................................. 209
IV. Conferências de Superiores...................... 212
Capítulo 5: Regulamento local.................................... 213
I. O superior local e o seu conselho............. 213
Ii. Capítulo conventual.................................. 214
Capítulo 6: Administração de bens............................. 216
I. Administração geral................................. 219
Ii. Administração provincial......................... 220
Iii. Administração local.................................. 222
Iv. Obrigações e esmolas de missas............... 224
ÍNDICE GERAL 285

Epílogo..................................................................... 227
Profissão de fé..................................................... 228
Apêndices................................................................ 230
Conselhos semi-provinciais . ............................. 230
Estatuto dos irmãos seculares............................. 232
Fórmulas................................................................. 235
Índice analítico.................................................. 237

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