Programa MULTI
Programa MULTI
Programa MULTI
29 out 2010
Manual de Treinamento Prático - Voo Multimotor MLTE 2
29 out 2010
ÍNDICE
MANUAL DE PADRONIZAÇÃO/MANOBRAS 29
1 - Verificação do livro de bordo/Equipamento de voo 29
2 - Peso e balanceamento da aeronave 29
3 - Conhecimentos técnicos da aeronave 29
4 - Planejamento do voo 29
5 - Consulta à meteorologia 30
6 - Inspeção Pré Voo 30
7 - Preparação da cabine 31
8 - Briefing de decolagem / Briefing de emergência 31
10 - Fraseologia 32
11 - Táxi 35
12 - Cheque pré-decolagem 35
13 - Decolagem 36
14 - Decolagem com vento de través 36
15 - Saída do circuito de tráfego 37
16 - Voo em subida / Subida para a área de instrução 38
CONSIDERAÇÕES FINAIS 57
ANOTAÇÕES58
Páginas Data
01- 60 29 out 2010
1. COMPOSIÇÃO DO CURSO.
A parte Prática do Curso de MLTE é composta de duas partes:
NÍVEIS DE APRENDIZAGEM:
- Memorização (M)
O aluno tem informações sobre o exercício e memoriza os procedimentos
para iniciar o treinamento em duplo comando.
- Compreensão (C)
O aluno demonstra perfeita compreensão do exercício e o pratica com o au-
xílio do instrutor.
- Aplicação (A)
O aluno demonstra compreender o exercício, mas comete erros normais du-
rante a prática. Dependendo da fase da prática de voo, poderá treinar solo.
- Execução (E)
O aluno executa os exercícios segundo padrões aceitáveis, levando-se em
conta a maior ou menor dificuldade oferecida pelo equipamento utilizado.
Após a execução de todas as fases com grau satisfatório, o mesmo será sub-
metido a uma avaliação segundo os critérios estabelecidos pela ANAC, tendo
por finalidade a obtenção de licença de aeronaves multimotoras.
Caso o aluno esteja em treinamento MLTE/VFR, deverá desconsiderar a fase
III (IFR) e completar as horas restantes com manobras previstas para as fa-
ses I e II. A fase III é destinada a pilotos que já voaram horas IFR em aerona-
ves monomotoras e desejam obter as licenças MLTE/IFR.
Manobras Lições/Níveis
AD AD AD AD AD
01 02 03 04 05
Documentos / Equipamentos de voo C A E E E
Peso e balanceamento da aeronave M C A E E
Conhecimentos técnicos da aeronave M C A E E
Inspeções M C A E E
Preparação da cabine M C A E E
Briefings de decolagem / Emergência M C A E E
Partida M C A E E
Cheques M C A E E
Fraseologia M C A E E
Táxi M C A E E
Decolagem M C A E E
Saída do tráfego M C A E E
Subida para a área de instrução M C A E E
Nivelamento M C A E E
Identificação da área de instrução M C A E E
Uso dos motores M C A E E
Uso dos compensadores A E
Atitudes de voo A E
Curvas A E
Estóis com e sem flap A E
Assimetria de potência A E
Falha do motor em voo A E
Corte do motor em voo / embandeiramento A E
Acionamento do motor em voo A E
Técnicas de operação monomotora A E E
Ajuste de potência / Passo de hélice A E
Operação da alimentação cruzada A E
Operação do sistema alternado do trem de pouso A E
Coordenação Potência/Velocidade/Atitude (CAP) A E
Demonstração da Vmca C
Técnicas de rampa de aproximação A E
Técnicas de rampa de aproximação monomotora A E
Circuito de tráfego A A E E E
Circuito de tráfego monomotor A E
Arremetida no ar A E
Arremetida no ar monomotor A E
Subida na Vyse (Blue Line) e Vxse A E
Pouso normal M C A E E
Pouso sem flap A E
Pouso monomotor A E
Procedimentos após o pouso M C A E E
Parada dos motores M C A E E
Cheque de abandono M C A E E
Iniciativa
Correções E E E E E
Interesse na instrução
Progresso na instrução
DURAÇÃO DO VOO 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0
EMERGÊNCIAS
Fogo no motor na partida
Fogo no motor em voo
Trepidação do motor em voo
Eliminação de fumaça em voo
Observações:
- As manobras de emergência deverão ser somente comentadas e demonstradas ao aluno.
Manobras Lições/Níveis
NAV NAV
01 02
Documentos / Equipamentos de voo E E
Peso e balanceamento da aeronave A E
Planejamento do voo A E
Consulta a meteorologia E E
Inspeções E E
Preparação da cabine A E
Briefings de decolagem / Emergência E E
Partida E E
Cheques E E
Fraseologia E E
Táxi E E
Decolagem normal E E
Saída do tráfego E E
Subida em rota A E
Uso dos equipamentos de navegação A E
Nivelamento E E
Estabelecimento do regime de cruzeiro A E
Voo de cruzeiro A E
Navegação estimada A E
Navegação por contato A E
Falha do motor em cruzeiro C E
Determinação do aeródromo de alternativa C E
Comunicação com os órgãos ATC C E
"Drift down” C C
Balanceamento de combustível C E
Entrada no tráfego E E
Circuito de tráfego E E
Pouso normal E E
Procedimentos após o pouso E E
Parada dos motores E E
Cheque de abandono E E
Iniciativa
Correções E E
Interesse na instrução
Progresso na instrução
DURAÇÃO DO VOO 2.5 2.5
Manobras Lições/Níveis
IFR IFR IFR
01 02 03
Documentos / Equipamentos de voo E E E
Peso e balanceamento da aeronave E E E
Planejamento do voo C A E
Consulta a meteorologia E E E
Inspeções E E E
Preparação da cabine E E E
Briefings de decolagem / Emergência E E E
Partida E E E
Cheques E E E
Fraseologia E E E
Táxi E E E
Decolagem normal E E E
Saída do tráfego E E E
Exercícios de subida / descida / curvas A E
Curvas cronometradas A E
Subida em rota A E
Uso dos equipamentos de navegação A E
Cheque cruzado dos instrumentos A E E
Estabelecimento do regime de cruzeiro E E
Voo de cruzeiro E E
Determinação de posição E E
Briefing de descida E E
Procedimento de chegada (STAR) E
Procedimentos de descida IFR (NDB, VOR, ILS) E
Procedimentos de descida IFR monomotor A E
Procedimentos de aproximação perdida IFR A E
Procedimentos de aprox. perdida IFR monomotor A E
Pouso normal E E E
Pouso monomotor E E E
Procedimentos após o pouso E E E
Parada dos motores E E E
Cheque de abandono E E E
Iniciativa
Correções E E E
Interesse na instrução
Progresso na instrução
DURAÇÃO DO VOO 1.5 1.5 2.0
Observações:
- A FASE III é destinada a pilotos que já voaram horas IFR em aeronaves monomotoras. Para treinamento MLTE/VFR,
completar as horas restantes com manobras previstas para as fases I e II.
Adaptação | Lição AD 01
Duração: 01:00 - Tipo: DC
3 - DEFINIÇÕES DE VELOCIDADES
Ao voar sob condição de monomotor, a indicação mais importante a ser se-
guida é a de Velocidade Indicada (Vi). Segue abaixo as definições de veloci-
dades adotadas nas operações de aeronaves multimotoras leves:
- Vsse: Abaixo dessa velocidade, não se deve cortar um motor para fins de
treinamento de piloto. Leva em conta um tempo de reação do piloto e a perda
de velocidade decorrente do tempo de intervenção nos comandos.
Imagem: Guinada de uma aeronave com falha de motor direito e efeito no turn coordinator
7 - MOTOR CRÍTICO
Motor crítico só existirá para aeronaves cujas hélices giram na mesma direção.
Uma definição simples de motor crítico é aquele cuja falha acarretará em
maior efeito negativo para a manutenção do voo com o motor remanescente.
Em termos de forças, o motor crítico é aquele que traz melhor efeito sobre
as superfícies aerodinâmicas, sobretudo para o leme. Ao falhar, ficamos com
um motor que tende a soprar “para fora” do centro da fuselagem. Com menos
fluxo de ar no leme, teremos menos resposta de comando no pedal. Pode-
mos verificar a teoria na figura abaixo:
12 - FINAL ESTABILIZADA
O conceito de Final Estabilizada foi determinado pela constatação de que a
maior parte dos acidentes em pouso decorrem de aproximações com velo-
cidades muito acima de VRef, fora da configuração de pouso, em trajetória
curva, desestabilizada, etc.
Por definição adotaremos o conceito de Final Estabilizada como o que se segue:
13 - ARREMETIDA MONOMOTOR
A melhor situação no caso de aproximação monomotor é escolher uma pista
adequada e, no caso de IFR, a que estiver com os melhores mínimos e pos-
suir melhor precisão (ILS, por exemplo), de modo a se evitar ao máximo a
arremetida monomotor.
Conforme definido, aeronaves multimotoras leves poderão não apresentar
razão positiva monomotor, e isso é uma verdade para as arremetidas.
Em condições de temperatura, altitude e peso adequadas, a aeronave mul-
timotora poderá conseguir arremetida monomotor com pequena razão as-
cencional, sendo o ideal que seja iniciada na configuração lisa. Neste caso
avança-se o manete do motor bom todo à frente, calçando o pedal de acordo
para compensar o maior diferencial de tração, e busca-se a velocidade de
Vyse (Blue Line) ou Vxse de modo a produzir razão positiva no climb.
Já uma arremetida monomotor a partir da configuração de pouso (trem e flap) é
uma manobra extremamente delicada e não é recomendada, só será feita em
casos extremos e mesmo assim sem garantias de subida. Na prática significa
que o julgamento do abaixamento do trem e flap foi errôneo. Neste caso é
necessário avançar o manete do motor bom ao máximo, recolher flap pra con-
figuração intermediária, recolher o trem de pouso e após recolher todo o flap.
4 - PLANEJAMENTO DO VOO
Um bom voo inicia-se com um bom planejamento. Portanto, antes de entrar
na aeronave, devemos ter em mente a rota que iremos percorrer, bem como
estimados para fixos, níveis de voo disponíveis, autonomia da aeronave, con-
dições climáticas, aeródromos para alternativa, NOTAMs, entre outros fato-
res. Quanto maior for o pacote de informações disponíveis, mais seguro será
o voo. Vale ressaltar que toda informação é bem vinda, porém não hesite em
procurá-las!
5 - CONSULTA À METEOROLOGIA
Este item está diretamente ligado ao planejamento de voo descrito anterior-
mente. A consulta à meteorologia é de suma importância para realizarmos
um voo seguro, visto que podemos encontrar situações adversas em rota
que podem causar acidentes. Para voos de navegação é obrigatória a con-
sulta de mensagens como METARES, SPECI (quando houver), TAFs, cartas
SIGWX, cartas de vento ao nível de cruzeiro, imagens de satélite e, durante
o voo, ainda o VOLMET, que pode ser consultado em uma frequência rádio
disponível no checklist branco da aeronave. Todas essas informações pode-
rão ser obtidas através da Redemet, a rede de meteorologia do Comando da
Aeronáutica, através do site HTTP://www.redemet.aer.mil.br.
- Voo IFR
AD de destino: Visual especial: 3000m e 1000ft (somente duplo comando)
AD de alternativa: VMC 5000m de visibilidade e 1500ft de teto
Cotejamento parcial:
Uma boa técnica quando não conseguir copiar toda a mensagem, é cotejar a
parte que foi entendida e pedir confirmação do restante. Exemplo:
- APP: Coteje RDL.
- Piloto: Proa 070, descendo para 5000ft, confirme o ajuste de altímetro?
Mensagens condicionais:
São aquelas cuja autorização exige que o piloto coteje que entendeu a con-
dição para seu cumprimento. Exemplo:
- TWR: PT-RDL, visual com o Airbus na final para pouso?
- Piloto: RDL visual com a aeronave.
- TWR: Após a passagem da mesma, alinhe e mantenha a posição.
- Piloto: RDL: Após a passagem da aeronave, alinha e mantém.
- Pensar antes de transmitir: o piloto deve saber exatamente o que pretende dizer
antes de apertar o botão do microfone. Se o texto for longo ou difícil, escreva-o;
12 - CHEQUE PRÉ-DECOLAGEM
Os cheques pré-decolagem são executados a fim de encontrar alguma anor-
malidade nos instrumentos do motor, assim como para testar o governador
da hélice e a função de embandeiramento.
Para este cheque, a aeronave deverá ter o freio de estacionamento aplicado.
Após, aplica-se potência de modo a atingir 1900RPM no tacômetro e então che-
cam-se os magnetos, desligando inicialmente os esquerdos de ambos os moto-
res. A queda máxima prevista para os motores do Seneca é de 175RPM. Após,
ligam-se os magnetos novamente e repete-se o ciclo, agora com os magnetos
direitos. O diferencial máximo previsto entre os dois é de 50RPM. Ainda com
a mesma rotação, reduzir os manetes de passo para cerca de 80%, de modo
a lubrificar o governador das hélices e retornar à posição inicial. Verificar se a
indicação do amperímetro, sucção da bomba de vácuo e instrumentos do motor
encontram-se no arco verde. Após esta série de cheques, reduzir a potência
para 1000RPM, com a finalidade de testar o embandeiramento das hélices. Com
a potência já ajustada, reduzir os manetes de passo de forma a esperar queda
de 300RPM, quando então retornar as mesmas para passo mínimo. Para este
teste, os manetes deverão ser levados à frente um de cada vez. Nesta etapa,
também deverão ser observadas as pernas do circuito de tráfego, de modo que o
piloto mantenha-se atento à movimentação de aeronaves nas redondezas.
É recomendada atenção para não ultrapassar a linha do ponto de espera. O
aluno deve estar ciente de que os aviões que estiverem pousando têm prio-
ridade em relação aos que estiver decolando, por isto, fazer o check de área
em todas as direções antes de ingressar na pista em uso.
Caso alguma anomalia seja detectada, o responsável pela manutenção de-
verá ser consultado. Quando o motor estiver em lenta, ou seja, todo reduzido,
a RPM deve estar entre 600 e 800RPM.
Manual de Treinamento Prático - Voo Multimotor MLTE 35
29 out 2010
13 - DECOLAGEM
Antes de ingressar na pista verifica-se a direção do vento, pois as decolagens
devem sempre ser efetuadas com vento predominantemente de proa.
Efetuar o clear for take-off checklist alinhado na cabeceira.
O uso dos cintos de segurança abdominal e transversal é compulsório na
decolagem até o nivelamento e também ao iniciar a descida para o pouso.
23 - MUDANÇAS DE ATITUDE
O treinamento de mudanças de atitude permite ao aluno conhecer as ca-
racterísticas do avião, assim como coordenar potência e atitude. Todas as
mudanças de atitude (exceto passagem de voo nivelado para descendente)
seguem a sequência: Atitude - Potência - Compensador
Já para mudar de voo nivelado para descendente deve-se seguir a sequên-
cia: Potência - Atitude - Compensador
24 - CURVAS
O objetivo desta manobra é mudar a proa da aeronave, mantendo altitude cons-
tante. Existem três tipos de curvas quanto ao ângulo de inclinação das asas:
26 - ASSIMETRIA DE POTÊNCIA
Durante o voo, o aluno deverá aplicar potência de forma simétrica, mantendo
os motores sempre com a mesma indicação. A não configuração deste item
acarretará em guinadas para o lado do motor com menor potência aplicada,
causando tendências ao voo. Poderemos utilizar potências diferenciais em
solo para facilitar a execução de curvas.
36 - DRIFT DOWN
Assuma que você está voando na altitude ideal de cruzeiro e de repente
depara-se com uma pane monomotora. Você está acima da altitude máxima
permitida para operação monomotora, e seu aeródromo de alternativa encon-
tra-se a uma grande distância do ponto atual. A melhor forma de agir nessa
situação é utilizar a potência máxima contínua da aeronave, de modo a des-
cer com a menor razão de descida possível, melhor velocidade, até atingir o
nível ideal de operação monomotora. Pode ser considerado como um regime
long range em descida, ou seja, de máximo alcance. A importância da execu-
ção do drift down é grande, pois quando executado corretamente, não deixa
a aeronave em extrema dependência do motor para manter um voo seguro.
Erros comuns:
- Não esquecer de fazer cheque de área antes de qualquer curva.
Erros comuns:
- Não compensar o vento, deixando o curso da final à sua direita ou à sua
esquerda;
41 - PROCEDIMENTOS NDB/VOR
Todos os procedimentos do tipo não-precisão têm em comum a característica
de não contarem com uma trajetória de planeio controlada por auxílios eletrô-
nicos de precisão. Incluem-se também, nesta categoria, os procedimentos
do tipo “localizador” (LOC), que nada mais são do que procedimentos ILS
com o glide slope fora do ar.
Nos casos acima, caberá ao piloto administrar as variáveis (razão de descida,
tempo, distância, altitude e velocidade) para colocar o avião em posição ideal
para que, uma vez atingidas condições visuais, possa prosseguir na aproxi-
mação para pouso sem mudanças significativas na configuração (velocidade,
potência, razão de descida, flaps, etc.).
Em alguns procedimentos de não-precisão, o ponto de arremetida (Missed
Approach Point – MAPT) fica tão próximo da cabeceira que é muito difícil
prosseguir para pouso em função da necessidade de grandes mudanças de
configuração e/ou atitude.
Para evitar esta situação, o piloto deverá, ao iniciar a aproximação final, ajus-
tar a razão de descida de modo que a MDA seja atingida antes do MAPT.
Esta antecipação fará com que, quando o fator meteorológico limitante for
teto, a pista seja avistada num ponto a partir do qual fica mais fácil prosseguir
para o pouso numa aproximação relativamente estabilizada. Em algumas
cartas publicadas pela Jeppesen é assinalado um ponto como o VDP (Visual
Descent Point).
Uma vez estando na distância adequada da cabeceira da pista, será neces-
sário, para descrever uma rampa de 3 graus durante a reta final, manter
uma razão de descida proporcional à velocidade (ground speed estimada
ou a TAS, se o vento for calmo). Para calcular a razão de descida, utilizar
o seguinte método: TAS (ou ground speed) x 5 = razão de descida a ser
empregada.
43 - PROCEDIMENTOS ILS
Um procedimento ILS será considerado de precisão quando todos os seus
componentes indicados na carta de aproximação estiverem em funcionamen-
to normal.
É necessário também algum tipo de auxílio - que pode ser um NDB, VOR ou
uma vetoração radar - que permita ao piloto interceptar o localizador, num
ângulo não maior do que 45° e a cerca de 3 a 5 milhas do marcador externo.
Nem todos os procedimentos ILS possuem um NDB no mesmo local onde se
localiza o marcador externo. Quando houver um NDB neste local, ele será
chamado de Locator Outer Marker (LOM).
No caso de haver um NDB ou VOR, em geral o procedimento ILS será ini-
ciado pelo bloqueio deste auxílio, podendo ter uma órbita com afastamento
e curva de procedimento ou reversão, para interceptar o localizador a uma
distância adequada. Normalmente, nesta posição, a aeronave deverá estar
numa altitude inferior à do glide slope, de modo que a interceptação do glide
slope ocorra por baixo.
Deve-se ter um cuidado especial ao interpretar uma carta de descida, princi-
palmente as de aproximação de precisão. Algumas vezes - na mesma carta
- são mostrados traçados diferentes, para representar trajetórias de aproxi-
mação diferentes: de precisão ou “full ILS” (com linha cheia) ou não-precisão,
seja NDB, VOR ou LOC com glide slope inoperante, (com linha tracejada).
Diferentemente da interceptação de radiais, a interceptação do localizador,
para ser corretamente executada, necessita que certos parâmetros estejam
dentro de certos limites. Estes parâmetros são: distância do marcador exter-
no (que na realidade traduz a distância do transmissor) entre 3 e 5 milhas e
ângulo de interceptação de 45°.
Todos estes valores irão influir na velocidade relativa com que a course de-
viation bar se desloca no HSI. Estes parâmetros terão importância maior
quando se efetua interceptação com Flight Director e/ou Piloto Automático.
Manual de Treinamento Prático - Voo Multimotor MLTE 49
29 out 2010
43.1 - Execução:
Ao aproximar-se do auxílio-rádio básico do procedimento ILS (NDB ou VOR),
ajustar o course indicator para o rumo da perna de aproximação da órbita
(se for executá-la) ou direto para o rumo do localizador. Se for efetuado um
bloqueio com entrada deslocada, afastar aproximadamente 1 minuto após o
bloqueio (ou conforme o especificado na carta), num ângulo entre 35° e 45°
de abertura em relação à perna de afastamento da órbita (o ideal seria 30°,
conforme mostrado no item “Curvas de Reversão”) ajustando devidamente o
HDG bug.
Um pouco antes de iniciar a curva de procedimento, ajustar o HDG bug por
etapas, até a proa de interceptação que deve ser, à princípio, de 45° em rela-
ção ao rumo do ILS inbound course.
Com localizer alive, iniciar uma curva padrão na direção do inbound course.
Estando os três parâmetros (ângulo de interceptação, distância do externo
e TAS ou G/S) em condição ideal de interceptação, a course deviation bar
deverá estar centrada ao atingir o rumo do inbound course. Ajustar o HDG
bug para a proa do localizador.
Esta curva na direção do inbound course deve ser, sempre, de razão de giro
padrão. Eventualmente a curva será iniciada muito próxima do localizador
(por influência do vento ou outra razão qualquer) e, no final dela, a aeronave
terá ultrapassado o mesmo (overshoot). Mesmo que o piloto possa identificar
esta situação com antecedência, não é recomendável aumentar a inclinação.
Deve-se deixar passar o localizador e efetuar a correção posteriormente.
45 - ARREMETIDAS
A arremetida é um procedimento executado durante o pouso ou fase de apro-
ximação final, com a intenção de abandonar o mesmo em um determinado
instante. Também conhecido como procedimento de aproximação perdida
(quando em voo), deve ser executado sempre que a aeronave não se apre-
sentar estabilizada para o pouso, quando as condições meteorológicas não
forem propícias para o toque em uma localidade ou qualquer outro empecilho
verificado pelo comandante.
Há 3 tipos de arremetida: no ar, na final e no solo.
A arremetida no ar é realizada quando a aeronave chega demasiadamente alto
na pista e não se encontra em condições para pouso. A arremetida na final é
realizada quando a aeronave aproxima-se na rampa ideal, porém devido a algum
obstáculo ou aeronave que bloqueia a pista, necessita iniciar uma aproximação
perdida. Por fim, a arremetida no solo é realizada após a aeronave ter tocado o
mesmo com intenções de realizar a decolagem na sequência. Esta última pode
ser realizada quando não houver pista suficiente à frente, por exemplo.
Erros comuns:
- Limpar todas as posições de flap de uma vez só;
- Não aplicar potência de decolagem;
- Esquecer de realizar o checklist pós-decolagem.
48 - POUSOS
A aproximação para o pouso deve ser realizada com a velocidade apropriada
de acordo com o flap utilizado. O piloto deve sempre observar a rampa de
descida, pois é importante o seu julgamento para determinar se aeronave en-
contra-se acima ou abaixo da mesma. Sobre a pista, ainda em voo planado, o
piloto deve manter o avião alinhado com o eixo e a velocidade de aproximação
até a pista (aproximadamente 1m sobre a mesma) e ir cabrando a aeronave
para reduzir a velocidade sem deixar o avião tocar o solo. Trazer até a atitude
de pouso e esperar o avião perder a sustentação e tocar a pista. Pelo fato de
o Seneca ser uma aeronave pesada, a aproximação deverá ser feita até a
hora do toque com potência aplicada. Sempre que a aproximação estiver de-
sestabilizada (aeronave acima da rampa ou desalinhada com a pista), o piloto
deve tomar a iniciativa de arremeter e fazer nova aproximação. No través da
cabeceira em uso, deve-se efetuar o landing checklist (cheque para o pouso).
50 - POUSO MONOMOTOR
A boa técnica de pouso monomotor é aquela na qual o piloto vai configurando
trem e posições de flap de modo a, na curta final, ir gradativamente reduzindo
o motor bom e eliminando a tração assimétrica, de modo que o pouso torna-
-se um pouso normal.
Erros comuns:
- Não manter a atenção e perder o eixo após o pouso.
52 - ESTACIONAMENTO DA AERONAVE
A escolha correta do local de estacionamento da aeronave permite uma me-
lhor coordenação do tráfego no solo, agilizando assim o sistema. A idéia é
cooperar com as demais aeronaves e calçar devidamente o equipamento
para que não venha a causar acidentes. Se necessário, usar estacas para
fixá-lo ao solo. Quando possível, estacioná-las aproando o vento, sempre
com o trem do nariz alinhado para que não haja nenhuma deflexão no leme.
54 - CHEQUE DE ABANDONO
A fim de não deixar de fazer o correto fechamento e abandono da aeronave,
assim como esquecer equipamentos ligados, este procedimento deverá ser
feito de acordo com o checklist da aeronave. O mesmo garantirá que a aero-
nave estará em ordem para um próximo voo. Todas as chaves deverão estar
desligadas e as portas, fechadas.
Uma boa navegação começa com um bom planejamento. Para isto, o aluno
deve ter em mãos todo o material necessário:
- Cartas;
- Ficha de navegação;
- Computador de voo;
- Transferidor;
- ROTAER;
- AIP-BRASIL;
- Lápis;
- Borracha;
- Régua.
ATUALIZAÇÕES E CORREÇÕES
Para atualizações ou correções neste manual,
encaminhe um e-mail para [email protected].
Sua colaboração é muito importante para nós.
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
______________________________________
_____________________________________
______________________________________
_____________________________________
______________________________________
_____________________________________
______________________________________
_____________________________________
______________________________________
_____________________________________
______________________________________
_____________________________________
______________________________________
_____________________________________