Hashitag 13
Hashitag 13
Hashitag 13
grátis R$0
EM BUSCA DO
Hambúrguer
Perfeito
Entrevista exclusiva:
Jun Sakamoto
Conheça um
lado diferente do
renomado sushiman
DOÇURA OCIDENTAL
Yogashi, a leitura oriental
dos doces estrangeiros
Por um fio
Os diferentes tipos
de facas japonesas
usadas pelos chefs
Receitas
Edições anteriores
Conteúdo exclusivo
www.hashitag.com.br
4
#APERITIVO
N
em só de sushi vive a culinária japonesa. Apesar de
ser um dos carros-chefe da culinária nipônica, você
verá nesta o tanto de outras coisas que
podem ser apreciadas em restaurantes japoneses ou
fora deles, deliciosamente preparadas por um grande chef.
É o caso dos incríveis hambúrgueres feitos por Jun Sakamo-
to em sua Hamburgueria Nacional. Renomado chef da culi-
nária japonesa que é referência em sushi, mostramos como
Jun se aventurou no mundo dos hambúrgueres e logo passou
a ser cultuado nele também.
Ainda no mundo das carnes, apresentamos o churrasco japo-
nês. Ainda pouco difundido no Brasil, mostramos onde você
Fale com a gente, pode comer o yakiniku, no qual o bacana é o fato de você
a #hashitag quer ouvir você: mesmo preparar e temperar a sua própria carne.
[twitter][>] @hashitag
:
expediente
Diretor-Presidente: Masakazu Shoji Textos e Revisão de Textos: ADMINISTRATIVO
Vice-Presidente Brasil: Luzia Tsuki Shoji Henrique Minatogawa Gerente: Patricia Tsuruta
Superintendente: Marina Akiko Shoji COMUNICAÇÃO E MARKETING Supervisor: Felipe Brandão Malaspina
Publisher: Júlio Moreno Gerente: Edi Carlos Rodrigues Assistentes: Giliarde Oliveira, Lucas
Assistentes: Caíque Guirao, Vinícius Brandão Malaspina e Thaywan Kovacic
EDITORIAL
Gerente de Conteúdo: Cassius Medauar Galhardo e Rodrigo de Souza Pelaes
Impressão: Silvamarts
Projeto Gráfico e Arte: Jefferson K. Ono COMERCIAL
Texto: Karin Kimura Gerente: Leandro P. Carvalho #HASHITAG é uma publicação
Produção Editorial: Eliana Aragão Francisco Supervisora: Daniele Araújo da Editora JBC
Analista: Gerson Pedrique Calderon R. Loefgreen, 1.291 - 7º andar, Vila
COLABORADORES Mariana, São Paulo - SP, CEP 04040-031.
Consultor de Conteúdo: Jo Takahashi Assistentes: Daílson Almeida, Alexandre
José da Silva e Filipe Andrade de Araújo Tel.: (11) 5904-9286
Fotografia: Rafael Salvador e www.editorajbc.com.br
Henrique Minatogawa (Nikko Fotografia) Assinaturas: Ricardo Kaneshiro
e Natalia Almeida Luciano TIRAGEM DESTA EDIÇÃO:
18.000 EXEMPLARES
#MENUDAEDIÇÃO
O HAMBÚRGUER PERFEITO 24
JOJOSCOPE 06
10 DOIS PALITOS 08
YOGASHI: A VERSÃO
JAPONESA DOS ONDE COMER 15
DOCES OCIDENTAIS
SUSHI: TÉCNICA
E ARTE 20
PERFIL DO CHEF 31
16
A ARTE E A PRECISÃO RECEITA DO CHEF 33
DAS FACAS JAPONESAS
EXPEDIÇÃO IZAKAYA 34
TÁ FRESQUINHO:
HORENSO 36
22 MEU PRIMEIRO
CHURRASCO À
MODA NIPÔNICA
CHIFFON CAKE 38
DICAS ILUSTRADAS:
TIPOS DE CHÁ 40
46
42
ONDE ACHAR
servido em conserva. A omelete japonesa, o O salão VIP do café da manhã é disponibili- Jo Takahashi é consultor de arte
e cultura na Japan
dashimaki tamago, é a prova de fogo da ha- zado mediante consulta e comporta 12 pes- Foundation, onde
bilidade do chef. “Só quem entende sabe o soas para reuniões matinais fechadas. Fica à atuou por 25 anos
como administrador
quanto este prato, tão simples na aparência, é disposição o buffet completo, o ocidental e cultural. Agora, migra
essa experiência
na verdade o mais complicado para se fazer”. o japonês, além de garçons e mimos diferen- para a sua produtora
independente, a
E a omelete do chef de partida Edivaldo Silva, ciados, como o oshibori, a toalhinha úmida Dô Cultural, que Tem muito mais
está aprovada? Com a experiência que o chef para as mãos. propõe um conceito no site oficial
do JoJoscope!
design de formatar
e desenvolver o 2palit.us/
projeto cultural. pLr1LY
Intercontinental São Paulo Alameda Santos, 1123 Jardim Paulista Tel.: (11) 0800 77 00 858
Café da manhã para não hóspedes: R$ 60,00 (incluso o buffet japonês e o ocidental)
8
#FAST FOOD
E aí? Vai encarar?
Sempre inovando no cardápio com
lançamentos sazonais, o Burger King do
Japão lançou os sanduíches pretos. O
“Pérola Negra” (¥480, cerca de R$ 10,30) é
o cheeseburger que tem pão de carvão de
bambu, acompanhado de molho de alho e
Fotos: divulgação
CHOCOLATE
#
Lego de chocolate
Brincar com bloquinhos de Lego agora ganhou um
gostinho a mais com essa criação do artista japonês Akihiro
Mizuuichi. Ele projetou o diagrama de personagens da
série Gundam feitos com as peças do brinquedo e a partir
disto desenvolveu moldes de silicone para reproduzi-las em
chocolate (chocolego). O resultado são peças feitas com
chocolate ao leite, branco, de morango e amargo que juntas
se transformaram nos personagens Acguy, Bear Guy (Gunpla
Builders Beginning G) e o Bear Guy III (inclusive com os detalhes
do laço, da mochila e do gravador nas costas dos robôs).
9
#OBENTÔ
Lanches educativos
No Japão, até a preparação de uma simples
marmita para o lanche pode ser elevada a
um status de arte. E para estimular as crianças
a comerem com gosto, a produção chega a ser
tão minuciosa que existem até instrumentos
especiais para fazer cada detalhe. Pensando em
tornar a marmita (ou “obentô”)
dos filhos mais educativa, a japonesa Maiko Takahashi
resolveu criar uma série com as regiões do Japão. A
cada dia, uma nova surpresa para os filhos e para
os seus seguidores no Twitter (@ejkzmrs). Maiko foi
postando as fotos de cada lanche e chamou a atenção
pela riqueza de detalhes como os mapas de queijo, a
Torre de Tóquio de kanikama, no dia da marmita da
capital, o koinobori de salsicha, no Dia dos Meninos.
[texto] Karin Kimura [fotos] Rafael Salvador
#HASHITAG
A NOVA
confeitaria
oriental
Se você pensou em doces japoneses
e logo associou ao arroz com feijão
doce, esta reportagem é para te
fazer repensar a confeitaria
A
confeitaria japonesa e a coreana
podem ser divididas em duas ver-
tentes principais: a tradicional e a
ocidental. A tradicional tem raízes
históricas vindas principalmente da China.
A ocidental, tem influências das técnicas da
confeitaria europeia.
e ainda é feito com menos açúcar”, explica O chef também lembrou que a sazonalidade
Vivianne Wakuda, chef confeiteira da Sweet dos ingredientes é uma característica muito
Deli Pâtisserie. apreciada na gastronomia oriental. “Fizemos
o bolo de melão para aproveitar a época da
“O choux cream (lê-se “chu cream”), por fruta, entre o inverno e a primavera. É um dos
exemplo, tem origem francesa, mas o creme nossos doces sazonais”, explicou Arakaki.
do recheio é diferente, tende a ser mais sua-
ve. Na França, o doce é coberto com fondant
e tem uma apresentação diferente”, conta a
chef Wakuda.
#HASHITAG
Uma pausa para o café
Os modelos inspirados em cafeterias orien-
tais trazem não só a beleza dos doces, mas
também o conceito de proporcionar um mo-
mento de escape. Pode ser uma pausa para Café com arte para
apreciar o momento
o café ou para um chá. “O mais importante
é oferecer esses momentos de descanso, de
encontros”, analisou Rafael Kim, sócio-pro-
prietário da cafeteria Bellapan. versões tradicional ou com uma casquinha
crocante de amêndoas. O bolo de chocolate
A cafeteria Expresso Kazu, localizada no também atrai pela apresentação impecável e
bairro da Liberdade, traz essa ideia à rua To- o sabor marcante de chocolate belga. E para
más Gonzaga com o salão no primeiro andar os que forem num dia tranquilo durante a se-
do Espaço Kazu. No térreo, funciona o res- mana, pode ser até que o barista Alex Ando
taurante e, no segundo andar, a cafeteria com traga um mimo de latte art no café com leite.
opções de cafés, chás e doces. O choux cream
é um dos carros-chefe da casa e aparece nas Aos que precisarem de alguns minutos de
descanso na Avenida Paulista, a Sweet Deli
Pâtisserie fica escondida na galeria 2001
(próximo à estação Trianon-Masp). O espaço
é ocupado por uma vitrine repleta de doces
e alguns salgados, todos feitos ali mesmo. O
choux também aparece nas versões tradicio-
nal ou com amêndoas, o bolo chiffon (veja a
receita na pág. 38), bem leve e aerado ganha
os sabores de laranja ou de café. Para quem
gosta de chá verde, o bolo de matchá com
mousse de matchá vem com amargor na me-
dida e um recheio de creme generoso.
As influências na Coreia
Entre os doces da confeitaria coreana, a influ-
ência ocidental também é visível já nas vitri-
nes. Ingredientes como chá verde e azuki dão
o toque oriental às preparações.
#HASHITAG
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#ONDECOMER WWW.RESTAURANTESJAPONESES.COM.BR
A
diversidade de formatos e mate- Tradição samurai
riais de facas de cozinha permite Com a restauração Meiji (1868–1912), a pro-
que os chefs possam criar verda- dução de espadas foi restringida apenas para
deiras obras de arte com os alimen- fins militares e, já que a produção diminuiu
tos. Para cada função, foram desenvolvidos drasticamente, muitos artesãos acabaram se
formatos específicos que facilitam o manu- especializando na produção de facas.
seio adequado para cada tipo de alimento.
O artesão que forja facas tem que entender
“Na culinária tradicional japonesa, nós vemos conceitos de siderurgia – proporção de carbo-
que o sabor pode ser controlado apenas com a no e de aço aplicada – para equilibrar a com-
utilização adequada da faca”, explicou o chef posição da faca e definir se ela será mais dura
japonês Masayoshi Kazato, diretor executi- ou menos dura. “Se ela for muito dura, não
vo da All Japan Sushi Association (AJSA). necessariamente será melhor, pois exige mais
“Com uma faca bem afiada, a possibilidade de conhecimento e cuidado de manuseio. Uma
contato com o ar é menor, e esse corte preciso faca mais dura quebra com mais facilidade,
preserva o sabor do alimento”, completou.
#HASHITAG
YA U
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#HASHITAG
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O
sushi chef Masayoshi Kazato é
um mestre que promove a cul-
tura do sushi pelo mundo. Ele é
diretor da AJSA (All Japan Sushi
Association) e dissemina o conhecimento
técnico entre profissionais da área, ensinan-
do detalhes que vão desde as especificidades
das facas japonesas até formas de preparo do
arroz e dos peixes.
Sushi:
TÉCNICA E ARTE
No início do mês de agosto, Kazato esteve
no Brasil para participar de dois eventos
realizados em parceria com o Ministério da
Agricultura, Silvicultura e Pesca do Japão
(MAFF, na sigla em inglês). E aproveitou
para anunciar que, a partir de 2015, a AJSA
terá representatividade também no Brasil,
Chef japonês Masayoshi com a Sushi Skills Brasil, que promoverá
Kazato, apelidado de cursos de atualização dos profissionais da
área, em São Paulo.
‘embaixador do sushi’,
divulga as boas práticas de A cultura da gastronomia
Kazato mostra que tudo na cozinha tem um
produção de sushi no Brasil significado e que as técnicas milenares exis-
tem e se mantêm em prática até hoje por algum
motivo. O chef também destacou que o segre-
do do sushi está em poder aproveitar o sabor
[texto] Karin Kimura natural do alimento, do próprio ingrediente,
[fotos] Henrique Minatogawa sem ter que aplicar muitos condimentos.
#HASHITAG
21
O
churrasco é o principal concor-
rente da feijoada como prato
nacional do Brasil. Especialistas
em culinária japonesa gostam de
dizer que existem mais restaurantes japone-
ses que churrascarias no país.
Sem fumaça
Um dos diferenciais do Takasu 29 é seu siste-
ma de exaustão da fumaça resultante do pre-
paro do yakiniku.
#HASHITAG
O HAMBÚRGUER
[texto] Jo Takahashi
[fotos] Rafael Salvador e
Henrique Minatogawa
perfeito
26
Sushi e Hamburguer
Sushi é arroz e peixe. Hambúrguer é pão e
carne. Para Jun Sakamoto, a fórmula é a mes-
ma. Escolher os ingredientes da melhor quali-
dade para oferecer um produto de excelência.
Esta é uma meta e a razão do negócio existir.
Por causa do processo de aperfeiçoamento
constante, os produtos sofrem substituições
para melhor, sempre. O hambúrguer ofereci-
do hoje na Hamburgueria Nacional é diferen-
te do de uns tempos atrás. Por isso, Jun não
revela as carnes que entram na composição
do seu hambúrguer. Só dá uma dica: nada de
moer a carne. Lá, ela é picada na ponta da
faca (que é só um modo de dizer, pois a carne
é picada com todo o corpo da faca), até virar
uma pasta. Assim, a fibra e o suco da carne
ficam preservados.
O Hamburguer
Na Hamburgueria Nacional, são oferecidos
dois tamanhos: 200 e 350 gramas, moldados
num aro de aço. No início, a composição era
#HASHITAG
27
#HASHITAG
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#HASHITAG
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O cachorro-quente
A mesma obstinação pela perfeição levou
Jun a descobrir a Salsicha Huber, uma mar-
ca tradicional produzida em pequena esca-
la em São Bernardo do Campo, por Issamu
Hob, e que atende quase que exclusivamente
à comunidade alemã. Como a salsicha já é
perfeita, pouco se tem a fazer. O invólucro
firme, feito de tripa de ovino, faz toda a dife-
rença, porque ela não solta o líquido, no qual
se concentra todo o umami da salsicha. Na
Hamburgueria Nacional, o cliente monta seu
cachorro-quente como quiser, combinando
os molhos que estão à disposição no pão de
hot dog desenvolvido por Rogério Shimura.
Complementos
As batatas, incrivelmente crocantes por fora e
macias por dentro, começam a ser preparadas
dois dias antes de chegarem à mesa, estalan-
do de crocantes. As fatias ficam imersas em
solução de água e álcool por um dia inteiro.
Depois, são assadas em forno combinado
com 100% de vapor e são pré-fritas e con-
geladas. No dia seguinte, retornam para a fri-
tura, congeladas. Com o choque térmico, as
batatas ficam com pururucas, que as deixam
mais saborosas. O aipim (ou mandioca), ou-
tro destaque dos complementos, é cozinhado
na pressão antes de ser frito. Chega extrema-
mente macio.
Chef Anderson Flávio Inoue
e o maître Daniel Carlos
#HASHITAG
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Hamburgueria Nacional
ONDE : Rua Leopoldo Couto de
Magalhães Júnior, 822 - Itaim
Bibi, São Paulo - SP, 01451-010
Tartar de filet mignon, sugestão TELEFONE (11) 3073-0428
:
#HASHITAG
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PERFILDOCHEF
JUN SAKAMOTO
CHEF DO JUN SAKAMOTO E
HAMBURGUERIA NACIONAL
[texto] Henrique Minatogawa [fotos] Rafael Salvador
O
dormia. Hoje, não. O cliente reclamou? Tá
que um chef entende do funcio- bom. Por quê? Faz sentido? Se sim, onde está
namento de um hospital? “O o problema? Não quero saber de quem é a
meu maior trunfo é que eu não culpa; quero saber por que o nosso sistema
sei absolutamente nada daquilo. não está funcionando direito”, explica.
Não tenho ideia formada, não trago vícios...
Apenas pergunto muito. Por quê? Como?” é Programa de TV
o que nos conta o chef Jun Sakamoto a res- Esse pragmatismo está relacionado a experi-
peito de sua atuação como diretor voluntário ências do passado. Aos 19 anos, Jun já traba-
no Hospital Santa Cruz, em São Paulo. lhava com sushi, mas ainda sem o objetivo de
se profissionalizar na área.
Esse trabalho começou há cerca de três anos,
após o tsunami que atingiu o nordeste do Ja- Na época, fim dos anos 80, entretanto, arris-
pão em 2011. Na época, o chef organizou jan- cou-se em uma produção de TV. Com um
tares beneficentes e, em seguida, engajou-se amigo, decidiram filmar um programa sobre
nas atividades do hospital. Encontrou uma cultura japonesa. “Uma das coisas que apren-
situação de déficit, problemas estruturais e di com ele é sonhar grande. Descobri também
falta de comunicação. que o valor do ser humano está muito mais no
potencial que no que ele realmente sabe fazer”.
“Eu gosto de entrar no problema”, afirma Jun,
que não se limitou aos eventos. Também par- O projeto, por inexperiência e alto custo, não
ticipa de reuniões, debate custos e ajuda a vingou. “Uma pena, mas aprendi muito. Que
levantar informações sobre o funcionamento para fazer algo bem feito, não precisa estar
do hospital. formado nisso. No Japão, tínhamos que fazer
acontecer de algum jeito. Tudo isso ajudou
“Ficou muito mais fácil administrar minhas a construir a minha maneira de raciocinar e
empresas depois que comecei a ajudar no buscar soluções”, conta.
hospital”, afirma Jun. De fato, durante esta
entrevista, foi muito nítida a fusão do chef Mais tarde, a culinária ganhou mais espaço
com seu lado empresário. em sua rotina e tornou-se, efetivamente, pro-
#HASHITAG
32
Preparo
[1] Refogue a cebola e corte
o bacon como preferir.
[2] Bata o alho no liquidificador e
[dif] Fácil misture com a maionese.
[tempo] Variável
[porcoes] 1 unidade [3] Pique as carnes com a faca, ao invés
do moedor, para preservar as fibras.
Ingredientes Moa até virar uma pasta. Na mistura,
• 120 a 500 g de uma mistura de dois de 25 a 30% deve ser de gordura.
tipos de carne, exceto filé mignon.
[4] Acrescente farinha de rosca.
Sugestão: costela misturada com
maminha, fraldinha, coxão duro, [5] Corte em forma de disco. Se preferir
coxão mole, paleta ou contra-filé mais bem passado, corte fino; mais
• Farinha de rosca a gosto ao ponto, deixe a altura maior.
• Pão de sua preferência [6] Coloque na chapa, frigideira,
• Acompanhamentos a gosto. Sugestão: churrasqueira ou no forno, pelo tempo
maionese, alho, cebola refogada e bacon. de acordo com a preferência do ponto.
Para cheeseburguer, queijo gorgonzola
[7] No caso de um cheeseburguer, quando o
hambúrguer estiver quase pronto, coloque
[dica] PALAVRA DO CHEF o queijo em cima, jogue um pouco de água
"Hambúrguer é o prato típico do planeta Terra. Não
há uma regra definida para ele ficar bom ou não.
e abafe com uma tampa ou campânula. O
Encontre a sua receita, a sua composição. Preparar vapor ajuda a derreter o queijo por igual.
hambúrguer é uma diversão. É um processo. A
cada vez que fizer, melhore alguma coisa. É só [8] Finalize o sanduíche com os
ter metodologia e ir anotando como foi feito."
acompanhamentos sobre o hambúrguer.
Expedição em ação
na Liberdade
Izakaya
EXPEDIÇÃO
[texto] Jo Takahashi
[fotos] Nina Takahashi
P
ara divulgar o livro “Izakaya: Por
Dentro dos Botecos Japoneses”, a
editora Melhoramentos criou uma
estratégia singular: convidar jor-
nalistas e blogueiros especializados em gas-
tronomia para um percurso monitorado por Um peixe abissal assado na
alguns botecos que constam no livro. Esse grelha foi a sugestão do Kabura
percurso apresentou-os às peculiaridades
de cada estabelecimento e introduziu-os ao
universo das comidinhas típicas de bar, com cuidou de toda a logística de envio dos con-
harmonizações de saquês importados das vites e traslados dos convidados, principal-
melhores procedências. Este acontecimen- mente para o retorno seguro e responsável
to foi batizado de “Expedição Izakaya”, até às suas residências, afinal, o percurso incluía
por conta de seu aspecto de desbravamento e degustações de vários tipos de saquês.
descobertas. Coube à Agência Noz-Moscada
contatar os possíveis participantes e montar Coube ao próprio autor sugerir o percurso
o agendamento. A editora Melhoramentos, e falar sobre o conteúdo do livro, a história
através de seu departamento de marketing, dos izakayas e outras curiosidades. Para falar
sobre os saquês, foi convidada a consultora
e sommelière Sonia Yuki Yamane, que sele-
Petiscos do Kintaro, para começar
com o saquê Hakkaisan cionou os saquês que mais se harmonizariam
com o perfil gastronômico de cada estabele-
cimento. Para esta operação, foram convoca-
das todas as importadoras de saquês que dis-
ponibilizaram garrafas das melhores marcas
No Kabura, Jo Takahashi, Bia Marques
(Menu), Olívia Fraga (Casa e Comida), Camila
Dias e Breno Lerner (Melhoramentos)
A ideia era mostrar que mesmo no universo Quem participou, gostou e pediu bis. Até
izakaya, há uma variedade de propostas, tan- porque seria quase impensável percorrer
to gastronômicas como etílicas ou atmosfé- quatro botecos numa noite só, percebendo as
ricas. No Kintaro, por exemplo, é proibido diferenças entre cada casa, com orientações
procurar conforto. Os clientes se equilibram detalhadas sobre os saquês consumidos e as
nos banquinhos altos no balcão ou então se delícias que foram servidas.
instalam na calçada, nas mesas e cadeiras
de fórmica. E há até os habitués que não se Jo Takahashi, Janaina Fidalgo (Valor
importam de ficar horas no balcão, em pé. Econômico), Breno Lerner, Nana Caetano
(Elle), Helena Mattar (Noz-Moscada)
Não importa. A comidinha é boa, caseira e a
cerveja amiga é acolhedora. É só o que basta.
Dona Lyria pilota um fogão de duas bocas,
e com alguma sorte, ela pode estar trazendo
coxinhas quentinhas.
36
#TÁFRESQUINHO!
[texto] [fotos] Henrique Minatogawa
HÔRENSÔ
Espinafre japonês
E
m uma hipotética visita ao Japão, É rico em vitaminas A, B, C e minerais, es-
o marinheiro Popeye certamente pecialmente o ferro – basta notar pela sua cor
pediria hôrensô caso precisasse verde escuro. Ajuda no combate à anemia e
salvar Olívia Palito. Isso porque na redução do colesterol.
esta verdura é conhecida como “espinafre
japonês”. Apesar de proporcionar benefícios para a saú-
de, é recomendável não exagerar no consu-
mo do hôrensô, pois pode ter efeito laxativo
– isso, o Popeye não contou.
Produção e receita: Henrique Minatogawa
RECEITA Pré-preparo
M
uito se fala de shoyu e sake, Vivianne conta que, quando algum cliente
mas outro ingrediente da não conhece o matcha, ela explica sobre o in-
culinária japonesa também grediente em si e como é o sabor. De acordo
vem se fazendo presente em com sua experiência, a maioria que experi-
muitas receitas: o matcha, uma variação do menta, aprova.
chá verde japonês.
Para acompanhar o chiffon cake de matcha,
Nesta edição, a chef pâtissier Vivianne Waku- Vivianne recomenda café, chá preto e o pró-
da, da Sweet Deli, ensina como preparar um prio chá verde. Como cobertura, a dica é usar
chiffon cake de matcha. chantilly ou creme inglês.
#HASHITAG
39
Ingredientes
• 7 ovos
• 154 g de farinha de trigo [1] Preparar dois bowls: um
para a batedeira e outro
• 10 g de macha em pó
para os ingredientes.
• 5 g de fermento
químico em pó
• 85 g de água
• 11 g de óleo
• 200 g de açúcar refinado
Pré-preparo
[1] Preaquecer o [3] No bowl com as gemas,
forno a 200°C.
[2] No bowl da batedeira, misturar o matcha em
[2] Peneirar colocar as claras; no pó, a farinha de trigo,
ingredientes secos. outro, as gemas. o fermento e o óleo.
[4] Bater as claras. Quando [5] Misturar delicadamente [6] Colocar em uma
criar bastante espuma, jogar o de baixo para cima. fôrma de chiffon
açúcar. Quando ficar consistente, cake. A fôrma não
incorporar à mistura no outro bowl. pode ser untada.
:
AAH! O QUE É A ROUPA QUE EU
USO PARA COLHER
É ISSO?! QUE CAMELLIA SINENSIS,
:
ROUPA É SEU BOBÃO!
ÉSSA?!!
C TÁ T
ÃO
RO ROC NEM E ASSIM
T
!
REN ADO
!
DIFE E R
EXAG
PERA. ENTÃO
CHÁ É TUDO
IGUAL?
É CLARO
QUE NÃO!
O PROCESSO DE PRODUÇÃO, A REGIÃO SÓ PARA VOCÊ TER IDEIA, NO JAPÃO
DE PLANTIO E O PREPARO JÁ MUDAM TEM PELO MENOS SETE TIPOS DE CHÁ
COMPLETAMENTE O SABOR, AROMA E VERDE DIFERENTES, FEITOS A PARTIR DAS
COLORAÇÃO DOS CHÁS. FOLHAS CULTIVADAS EM PLANTAÇÕES
COBERTAS OU DESCOBERTAS.
FOLHAS
DE CHÁ SHIZUOKA
UJI
UB O E
GL UB IAD
SAC AZIA!
GL SEM
FIM
ÓTIMO!
TROQUE DE
ROUPA PARA ISSO AÍ!
ALMOÇAR-
MOS! CHÁ É TUDO
DE BOM!
42
Uma introdução
[texto] Karin Kimura [fotos] Rafael Salvador
O
chá verde é a bebida mais consu- A classificação de chás pode ser feita de acor-
mida no Japão. Seja para começar do com o grau de oxidação aplicado às folhas
bem o dia com uma bebida leve, “sobretudo, de seus polifenóis – dos quais o
para acompanhar uma refeição ou grupo mais relevante é o das catequinas, que,
um doce no meio da tarde, ou para tomar antes quando oxidados, conferem cores mais escu-
de dormir, o chá verde está presente em dife- ras aos chás”, explica João Campos, funda-
rentes momentos do cotidiano japonês. dor da Chá Yê – Chás Chineses Especiais. Os
chás podem ser: branco, amarelo, verde, azul,
Especialista em chás e membro da Associa- preto ou escuro.
ção de Instrutores de Chás Japoneses (organi-
zação sem fins lucrativos do Japão), Minako Entre essas categorias, o menos oxidado é o
Uehara conta que na cultura japonesa, há chá verde. Ele tem sabor delicado e depen-
muito tempo, se tem o hábito de tomar chá, dendo do tipo de plantio, da colheira e do
especialmente depois das refeições. “Ajuda a processamento das folhas, acaba adquirindo
evitar dor de barriga ou má digestão porque características únicas.
tem um componente chamado catequina, que
ajuda na digestão e tem ação antioxidante”. O gyokuro, por exemplo, é considerado um
chá mais nobre por causa da complexidade
Os chás em cores e escassez de produção. Três semanas an-
Todo chá é proveniente da mesma espécie tes da colheita, os arbustos são protegidos
de planta, chamada Camellia sinensis. Os da luz direta “para que o chá fique mais
demais “chás” que são feitos com outros in- introspecto”, brinca a especialista Sylvia
gredientes (folhas, frutas, sementes e raízes), Rodrigues, da casa de chás Teakettle. “Isso
na realidade, são chamados de infusões e não garante um sabor mais concentrado e ado-
contêm cafeína (exceto o chá de erva mate). cicado”, completa.
#HASHITAG
43
O matcha é usado
na cerimônia do
chá tradicional
44
SENCHA
É o tipo mais consumido no Japão. Quando feito
com as folhas da primeira colheita, é chamado de shincha
e é de qualidade superior. O sencha tem aroma vegetal
e sabor suave, levemente adstringente e adocicado.
Ele pode ser processado de diversas formas,
com variação de tempo de cozimento,
armazenamento, tipo de secagem etc.
Tempo de infusão: 1-2 min.
Temperatura da água: 70-80ºC
GENMAI
É a variedade de sencha torrado em
frigideira e misturado a grãos de arroz
torrado. Também é conhecido como “chá de
pipoca” porque, durante o processo de torra,
JASMINE PEARL alguns grãos estouram e ficam parecendo
Também chamado de Dragon pipocas misturadas ao chá. Tem um sabor
Pearl ou Phoenix Pearl, o chá é leve e também tem pouca cafeína. É um
enrolado manualmente durante o dos mais populares no Japão, consumido
processo de secagem e aromatizado com principalmente durante as refeições.
flores de jasmim. Por isso, o chá apresenta Tempo de infusão: 1-2 min.
aroma da flor e um sabor suave e adocicado, Temperatura da água: 80-90ºC
levemente adstringente. Tem coloração
clara, com tom pálido de amarelo.
Tempo de infusão: 2-3 min.
Temperatura da água: 70ºC
#HASHITAG
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KUKICHA
É um tipo de blend feito com folhas e
talos que não são usados no processo
de produção do sencha, matcha e até do
gyokuro. Tem um sabor suave, fresco e
levemente adocicado. A delicadeza de sabor
o torna uma ótima bebida para começar o dia.
Tempo de infusão: 2 min.
Temperatura da água: 80ºC
GYOKURO
É considerado o melhor chá verde japonês,
feito a partir de folhas selecionadas da
ponta dos arbustos da primeira colheita.
Três semanas antes da colheita, os arbustos
são protegidos da luz direta, o que garante
um sabor mais concentrado e adocicado
ao chá, com notas vegetais iodadas. O chá
tem coloração verde intensa, e as folhas
são finas, longas e verde-escuras.
Tempo de infusão: 1-2 min.
Temperatura da água: 50-60ºC
#ONDEACHARA#HASHITAG
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UMA PITADA
DE CURRY PARA
ESQUENTAR A VIDA
E VIAJAR NO TEMPO
por Marcos Miura
D
urante um período de minha car-
reira de ator, também trabalhei
como apresentador e repórter
para uma emissora de televisão
que tinha, na sua programação, conteúdo so- e texturas nos alimentos que o remete a mo-
bre cultura japonesa. mentos bons, felizes, e traz uma nostalgia?
Pois é, comigo não é diferente.
Era muito comum fazermos a cobertura dos
eventos que envolviam a comunidade nipo-des- Confesso que durante a gravação daquela
cendente. E quando falamos em festa japonesa, entrevista, bateu uma forte emoção. Parecia
o que não pode faltar? Comida, claro! Culiná- que quem estava ali preparando o karê era
ria japonesa é quase uma unanimidade e parece a minha mãe. Eu não me contive e dei um