Pediatria
Pediatria
Pediatria
Conceitos
Pediatria:
Enfermagem pediátrica:
Neonatologia:
Puericultura:
Hebiatria:
Alojamento conjunto:
Método canguru:
Ser experiente e convicto: profissionais que passaram pela experiência incutem mais confiança nas
jovens mães e nos jovens pais e têm algo diferente para transmitirem aos outros.
Ter facilidade de relacionamento: é imprescindível uma perfeita integração da enfermagem com os
demais profissionais da saúde materno-infantil, de maneira que todos falando a mesma linguagem,
estabeleçam através de uma única diretriz a segurança necessária para o atendimento da mulher e da criança.
Ter atitude de apoio: deve estar disposto e capacitado para reduzir o temor e tranquilizar tanto a
gestante, parturiente, puérpera, lactente como os familiares.
Ser reencorajador: a mãe dependerá corretamente e adquirirá segurança no desempenho de suas
ações e cuidados com o filho e com a amamentação.
Ser comunicativo e gostar de ensinar, ter perseverança, coragem, ousadia, garra.
Ser prestativo: atender a mãe, os familiares e a comunidade sempre que estes solicitarem,
demostrarem insegurança ou medo.
Ser compreensivo: levar em consideração os sentimentos pessoais, sabendo que a individualidade
mãe-filho não se repete na mesma com outros filhos. Para cada mãe deve-se solucionar as situações que
obstacularizam o aleitamento, eliminar os fatores que são negativos e promover os facilitadores.
Ser perseverante e paciente: confiar na capacidade da mãe em amamentar o seu filho, ao mesmo
tempo em que ensina e orienta como proceder, ajuda a mãe a diminuir os temores e ansiedades que podem
prejudicar a amamentação, tantas vezes, quantas forem necessárias.
Brinquedo Terapêutico: Filme: Doutores da Alegria – Realizar a análise do filme, e relacionar o
mesmo com a Importância da brincadeira para a criança, tendo como base o texto abaixo.
LUDOTERAPIA
Na sala de ludo terapia, é a criança que conduz a brincadeira, quando quer e como quer, escolhendo
os brinquedos. Não se parte do princípio de que se vai transformar a criança ou fazer coisas para ela. O ludo
terapeuta está com a criança plenamente, utilizando os seus conhecimentos e técnicas para compreender a
criança, através do seu próprio olhar. Será como perguntar: “Como sente as coisas aquela criança?” Não
tentará resolver os seus problemas, mas sim compreender a criança. Assim, podemos encarar a ludo terapia
para as crianças como a psicoterapia para os adultos.
As crianças poderão sentir dificuldades na expressão das suas emoções e em compreender o impacto
que estas têm na sua vida. É frequente não saberem o que sentem nem como as controlar, uma vez que ainda
não estão suficientemente desenvolvidas ao nível emocional, cognitivo e linguístico. No entanto, estando na
presença de um adulto que as tenta compreender de forma empática, proporcionando segurança e utilizando
brinquedos selecionados e que possibilitam a sua expressão emocional criativa, dá-se um passo para a
expressão e exploração do seu self – sentimentos, pensamentos, experiências, comportamentos, dificuldades,
que vão potenciar a mudança terapêutica.
Nesta exploração, a criança enfrenta os seus sentimentos de frustração, agressividade, medo,
insegurança, confusão, entre tantos outros, aprendendo a controlá-los ou a abandoná-los, ao mesmo tempo
que vai percebendo que é uma pessoa autónoma e com direito a sentir todas essas emoções. Assim, o brincar
é a forma natural de a criança se expressar, tal como falar é a forma natural de o adulto se expressar. Na sala
dos brinquedos, estes são usados como palavras e o brincar é a linguagem da criança. Percebemos a
importância do brincar para a criança, não só pela sua utilização num contexto terapêutico, mas também pela
importância da brincadeira em todas as dimensões da vida da criança. Mas em que consiste, de fato, o
brincar? Uma ideia difundida popularmente limita o ato de brincar a um simples passatempo, sem funções
mais importantes que entreter uma criança com atividades divertidas. Sabe-se atualmente que esta ideia está
completamente errada.
Bergman (1998) afirma que o brincar é uma forma de linguagem. A maior parte das características
desta linguagem pode ser constatada logo nos primeiros contatos das crianças com os seus pais ou com
aqueles que cuidam delas. As mães ou as pessoas responsáveis pelos cuidados dos bebés ajudam-nos a
brincar, desde muito pequenos, quando interagem com eles. Através de uma atitude e de uma linguagem
segura, esses adultos estabelecem com os bebés laços de confiança que possibilitam o início do brincar.
Este é considerado como uma linguagem, uma vez que permite às crianças comunicar com as outras
pessoas e iniciar a compreensão, desde muito cedo, de que podem suportar e representar a ausência
temporária das pessoas que amam, substituindo-as pelas primeiras brincadeiras. O processo do brincar é
apreciado tal como é pela criança e o produto final do brincar não é o mais importante desta atividade. A
maioria dos adultos é capaz de expressar sob a forma verbal os seus sentimentos, frustrações e angústias; no
entanto, a criança, por ainda não ter facilidade cognitiva e verbal, utiliza os brinquedos como palavras.
Podemos mesmo dizer que quando a criança brinca, o seu ser está totalmente presente. Entende-se então que
o brincar é realmente uma forma de atividade complexa, que envolve a criança física, mental, social e
emocionalmente, revelando os seus sentimentos, experiências e reações a essas mesmas experiências
(desejos, receios, percepção de si própria, entre outros).
Através do brincar, a criança conhece o Mundo, e com ele, conhece as pessoas, as relações e regras
sociais; pode imitar o adulto, expressando conflitos, além de, ao brincar, serem transmitidos conhecimentos
educacionais e este ser igualmente um indicativo do desenvolvimento da criança: as brincadeiras duma
criança podem ser indicativas de alguma dificuldade ou desenvolvimento tardio em determinado aspecto,
visível aos pais e outros adultos que contatam diariamente com a criança. O brincar está muito presente no
dia-a-dia de uma educadora de infância. É o instrumento principal pelo qual as crianças aprendem coisas
novas e crescem a cada dia, a todos os níveis: cognitivo, emocional, linguístico, social e motor.
É imprescindível haver este espaço para que as crianças se possam desenvolver. Além de fonte de
lazer, o brincar é simultaneamente fonte de conhecimento. É esta dupla natureza que nos leva a considerar o
brincar como parte integrante da atividade educativa, sobretudo no pré-escolar. Infelizmente, a brincadeira
começa a ganhar cada vez menos importância, à medida que as crianças crescem, começando a haver cada
vez mais exigências a nível intelectual. No dia-a-dia da sala de aula, o brincar, para além de possibilitar o
exercício daquilo que é próprio no processo de desenvolvimento e aprendizagem, possibilita situações em
que a criança constitui significados, sendo uma forma de assimilação dos papéis sociais e de compreensão
das relações afetivas que ocorrem no seu meio, assim como para a construção do conhecimento.
O jogo e a brincadeira são sempre situações em que a criança realiza, constrói e se apropria de
conhecimentos das mais diversas ordens. Eles possibilitam, igualmente, a construção de categorias e a
ampliação dos conceitos das várias áreas do conhecimento. Num contexto de creche (neste caso, 2 e 3 anos),
as crianças brincam imenso ao longo do dia, tanto mais quanto lhes for dado espaço para isso. É também
curioso perceber que, num grupo alargado de crianças, há algumas que procuram bastante a atenção do
adulto e brincar com ele, enquanto outras se envolvem completamente nas brincadeiras, individualmente e
em grupo. Cabe ao educador mediar estas situações, aproveitando para interagir e transmitir conhecimentos
através da brincadeira que ali se desenrola, uma vez que o lúdico possibilita uma das atividades mais
significativas para a aprendizagem. Diríamos até a mais significativa!
Nesta faixa etária, as crianças já desenvolveram capacidades emocionais e cognitivas para incluir
outras pessoas nas suas brincadeiras. Anteriormente, brincavam ao lado do outro, mas não com o outro. E é
percebendo a presença do outro que começam a ser criadas e respeitadas as regras. Conviver com outra
pessoa exige que se respeitem limites: os limites impostos pelo outro. Surgem por isso alguns conflitos,
sendo que é nesta fase que cresce nas famílias a preocupação com a possibilidade de o seu filho ser uma
criança violenta.
Normalmente não há motivo para preocupação, as crianças estão apenas a crescer e a aprender cada
vez mais sobre o comportamento humano! A imaginação começa a dominar e brincam muito o faz-de-conta.
Representam papéis, recriam situações, agradáveis ou não. Quando a criança recria estas situações, faz de
uma forma que ela é capaz de suportar, não correndo riscos reais. É comum ver, por exemplo, uma criança
que é a “mãe” ralhar com o bebê – “Senta na cadeira! E come a papa toda!” –, à semelhança do que ela
experimenta na realidade. Através do faz-de-conta, a criança traz para perto de si uma situação vivida,
adaptando-a à sua realidade e necessidades emocionais. Percebemos então a importância das brincadeiras na
casinha e na garagem, como os “pais e as mães”, o “médico”, o “supermercado”, “a oficina”, entre tantas
outras.
Portanto, a brincadeira e as situações de jogos são fundamentais para a vida saudável da criança e,
por que não dizê-lo, para o adulto também. Pode-se em relação a isto acrescentar que, envolvidos em
brincadeiras com as crianças, os adultos sentem-se igualmente divertidos, mais descontraídos e felizes, o que
é benéfico para o clima e ambiente na sala, onde deve existir cumplicidade e harmonia. E é igualmente
benéfico para os adultos como pessoas, se pensarmos no conceito de playfulness, associado, entre outros, ao
bom humor, capacidade lúdica e descontração. Algo que deveríamos manter como seres humanos depois da
infância! Como forma de conclusão, é importante salientar mais uma vez a importância do brincar e do
lúdico, que começam a ter cada vez mais relevância, apesar de ainda haver um grande caminho a percorrer.
Não só educadores e outros profissionais que trabalham com crianças, mas também os pais ajudariam
bastante os seus filhos ao serem esclarecidos e orientados sobre a necessidade de brincar com as crianças.
Como educadores de infância, é importante contribuirmos para esta mudança, alertando os pais e os
outros profissionais sobre estas questões, começando a construir um caminho para que, cada vez mais, as
crianças possam ser compreendidas da forma que elas melhor são capazes de se expressar: através do brincar.
Alojamento Conjunto’
Primeiro passo é por questionário para implantar o hospital amigo da criança, é o enfermeiro que
implanta o projeto juntamente com a direção. Passa pela regional de saúde e depois pelo ministério da saúde.
Portaria 1016 de 26 de agosto de 1993: foi criado para incentivar o aleitamento materno e diminuir
o risco de infecção hospitalar, evitar complicações maternas e do RN, integrar as equipes multidisciplinar nas
diversas áreas ou níveis.
Para implantar o hospital amigo da criança: o dialogo no hospital tem que ser o mesmo: se o bebê
não mama deve-se colocar o leite materno no copinho para que o bebê sugue, o hospital inteiro deve dar a
mesma orientação.
Portaria: considerando o estatuto da criança e do adolescente no capitulo 1º, artigo 10, inciso 5, os
hospitais e demais estabelecimentos de atenção a saúde de gestantes, públicos e particulares são obrigados a
manter alojamento conjunto possibilitando ao neonato a permanência junto a mãe.
Unidade neonatal: é apenas para bebês patológicos, não existe mais berçário. E o pai deve
acompanhar o parto, pré parto e pós parto.
Alojamento Conjunto: é o sistema hospitalar em que o RN sadio, logo após o nascimento, permanece
ao lado da mãe, 24 h/dia, num mesmo ambiente até a alta hospitalar.
Normas Gerais
MÉTODO CANGURÚ
Posição canguru: manter o recém-nascido de baixo peso em contato pele a pele, na posição vertical,
junto ao peito da mãe, pai ou de outros familiares.
Equipe de saúde: treinada para orientar de maneira segura os pais a realizar a posição canguru.
O bebê prematuro é colocado em contato pele a pele com sua mãe ou com seu pai. Isto ocorre de
forma gradativa. Inicialmente os pais tocam seu filho, para depois colocá-lo na posição canguru. Este contato
do recém-nascido com os seus pais inicia de forma precoce e crescente, por livre escolha da família, pelo
tempo que os pais se sentirem confortáveis.
Permite que os pais tenham uma maior participação nos cuidados neonatais. Ocorre em três etapas:
Primeira etapa: inicia no pré-natal na gestação de alto risco, e, após, na internação do recém-
nascido prematuro na Unidade Neonatal. Os pais devem ser acolhidos na Unidade Neonatal, receber
informações sobre as condições de saúde do seu filho, os cuidados dispensados, as rotinas, o funcionamento
da unidade e a equipe que cuidará de seu filho. Os pais devem ter livre acesso à Unidade e serem encorajados
a tocar no bebê. A participação do pai é muito importante. Ele deve ser estimulado a participar em todas as
atividades desenvolvidas na unidade. Os estímulos ambientais prejudiciais da unidade neonatal, como ruídos,
iluminação e odores devem ser atenuados.
Segunda etapa: o bebê permanece de maneira contínua com sua mãe e a posição canguru deve ser
realizada o maior tempo possível. A mãe participa ativamente dos cuidados do prematuro, e deve estar apta
para colocar o bebê na posição canguru.
Terceira etapa: o bebê vai para casa e é acompanhado, juntamente com sua família, no ambulatório
e/ou em casa até atingir o peso de 2.500 g.
A transferência para a terceira etapa exige alguns critérios:
A mãe deve estar segura, motivada, orientada e os familiares conscientes dos cuidados necessários
para o bebê em casa;
A mãe e a família devem assumir o compromisso de realizar a posição canguru pelo maior tempo
possível;
O peso mínimo é de 1.600 g;
O acompanhamento ambulatorial deve ser assegurado até o peso de 2.500 g;
O ganho de peso deve estar adequado durante três dias antes da alta;
O bebê deve estar em amamentação exclusiva no seio materno ou, em situações especiais, a mãe e a
família devem estar habilitados a realizar a complementação;
Após a alta, a primeira consulta deve ser realizada em até 48h, e as demais no mínimo uma vez por
semana;
O atendimento na unidade hospitalar de origem deve ser garantido até a alta da terceira etapa.
Benefícios
Método Canguru quando comparado ao Método de Incubadora, favorece o ganho de peso do recém-
nascido, estimula a formação dos laços afetivos entre o bebê e a mãe.
Cuidado humanizado que reúne estratégias de intervenção biopsicossocial
Estimula o aleitamento materno: O volume de leite diário é maior nas mães que realizam o contato
pele a pele com seu bebê. É sabido, também, que as mães que fazem o contato pele a pele mantêm a
amamentação de seus bebês por mais tempo.
Favorece um melhor desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo do recém-nascido de
baixo peso e causa estimulação sensorial adequada do recém-nascido;
Reduz o estresse e a dor do recém-nascido de baixo peso;
Proporciona um melhor relacionamento da família com a equipe de saúde;
Possibilita maior competência e confiança dos pais no cuidado com seu filho.
Mostrar o Método Canguru na Prática
PUERICULTURA
A Puericultura trata de um conjunto de ações básica de saúde, ou seja, de meios que visam assegurar
o perfeito desenvolvimento físico, mental e moral da criança e a integridade na assistência prestada à criança,
no seu processo de crescimento e desenvolvimento de 0 a 18 meses de idade por uma equipe
multiprofissional de saúde contendo médico, enfermeira, nutricionista, psicólogo, assistente social, técnico
de enfermagem e dentista. A puericultura ocupa-se da infância normal, da promoção da saúde e prevenção da
doença na criança. Relaciona a evolução da criança, nos aspectos físicos, sociais e psíquicos, com o ambiente
onde ela está inserida e com o comportamento das pessoas que lhe prestam os cuidados nas etapas de seu
desenvolvimento.
Abrange ainda a educação dos pais, pois se os diretamente responsáveis pela criança não forem
instruídos a respeito dos riscos a que a criança está exposta e dos meios que tem à sua disposição para
protege-la, todo o restante será inútil.
Objetivos Gerais
Objetivos Específicos
Normatização
Toda a equipe de profissionais atuante em hospitais, unidades sanitários e agentes de saúde, deverão
incentivar os responsáveis para a inscrição neste atendimento;
As crianças de risco deverão ser inscritas na puericultura, mesmo após os 9 meses de idade;
A inscrição da criança na puericultura poderá ser feita pelo técnico de enfermagem ou agente de
saúde, que agendará a consulta de rotina o mais breve;
Os atendimentos de puericultura, individuais às crianças inscritas, serão realizadas pelo médico e/ou
enfermeiro. Caso não haja estes profissionais à disposição durante as 8 h diárias o atendimento poderá ser
realizado pelo técnico de enfermagem ou agente de saúde;
Quando detectado alterações de saúde ou por solicitação da mãe, deverão também receber
atendimento médico.
Ações de promoção da saúde tais como higiene, alimentação e estímulo ao desenvolvimento e ações
de prevenção de agravos como, vacinação, higiene pessoal e ambiental, cuidado com acidentes no lar,
identificação e tratamento precoce dos problemas de saúde da criança, fazem parte da competência técnica
dos profissionais que realizam a puericultura.
O Agente de Saúde, durante as visitas domiciliares observa e avalia a dinâmica familiar, as atitudes
dos membros da família que possam interferir na produção da saúde da criança; identifica situações de risco
ambiental ou familiar; acompanha prioritariamente as famílias em maior risco; verifica a situação das
crianças conforme definição anterior; orienta condutas pertinentes; refere e encaminha para atendimento em
Unidade de Saúde.
O Médico generalista faz o atendimento da criança recém-nascida, da criança que vem encaminhada
pela enfermeira que acompanha a evolução da mesma no ambiente domiciliar, familiar, comunitário e em
Unidade do Sistema de Saúde, identifica e trata algum agravo a saúde da mesma.
O enfermeiro é o profissional que, juntamente com o técnico de enfermagem, monitoriza a evolução
da criança, apoia e orienta a família interagindo com a mesma, compreendendo e lidando com os efeitos de
determinantes culturais, sociais e ambientais, intervindo de forma apropriada para manter saudável esse
pequenino ser.
O odontólogo realiza procedimentos para recuperar a saúde bucal e, principalmente, junto com os
auxiliares específicos, faz orientações para prevenção da cárie dental e outros agravos a saúde bucal.
A consulta de puericultura deve ser realizada segundo o calendário de atendimento da criança. Tem o
objetivo principal de promover a saúde da criança através de acompanhamento de seu desenvolvimento,
vacinação e orientações às mães sobre as condutas mais adequadas para o desenvolvimento infantil. Outro
objetivo da consulta de puericultura é identificar doenças e/ou sinais de alarme para tratamento e/ou
encaminhamento adequado das crianças para atenção apropriada.
A equipe de saúde tem entre as suas atribuições realizar o seguimento das crianças saudáveis, sendo
o profissional de enfermagem o organizador principal responsável por esta atividade.
Passos da Consulta
Calendário de Atendimento
128 / 7
-14 21
008
- 7
1 = 21 semanas e 1 dia
Monitoramento do Crescimento das Crianças: o monitoramento tem sido uma estratégia usada
em programas nacionais, em busca de melhor qualidade de vida e saúde para a criança. Não há dúvida de que
simplesmente pesar uma criança não vai fazê-la crescer, no entanto, o acompanhamento do crescimento
através do peso pode sinalizar precocemente a necessidade de ações corretivas que poderão evitar grande
número de desnutridos. Mais importante do que monitorar é promover o crescimento para evitar a
desnutrição infantil. A tomada sistemática de peso tem sido utilizada para identificar precocemente crianças
com risco de deficiência nutricional. Desta forma é importante que as crianças sejam acompanhadas nas
UBS através das consultas de puericultura. As crianças que apresentam fatores de risco para o seu
crescimento, desvios na curva de crescimento, deverão receber atendimento conforme planejado para a
necessidade incluindo atendimento médico e visitas domiciliares específicas. Será planejada também
alimentação mais rica de nutrientes o que inclui a administração de óleo cru (soja, girassol ou milho) a 5%
em cada alimentação da criança.
A seleção das crianças, baseada em critérios de risco, será feita através de dados constantes no
cadastro ou coletados especificamente para esse fim, possibilitando o preenchimento da ficha anteriormente
apresentada e serão analisados conjuntamente pela equipe com cada agente de saúde, para identificação de
crianças com necessidades específicas. Após a identificação, estas crianças deverão ser acompanhadas
sistematicamente na Unidade de Saúde.
Perímetro cefálico (PC): deverá ser a maior medida da circunferência craniana. É cerca de 2 cm
maior na apresentação pélvica. Até 32 semanas é maior que o perímetro abdominal, de 32 a 36 semanas são
aproximadamente iguais, e após 36 semanas será menor. Medida principalmente durante o 1º ano de vida,
uma circunferência que cresce mais rapidamente que o esperado, deve ser investigada, para uma hidrocefalia
enquanto que nenhum ou pouco crescimento pode indicar microcefalia. Lembrar sempre de Classificar o RN
conforme a idade gestacional.
Temperatura: a temperatura corporal normal representa uma estabilidade entre o calor produzido e
o perdido pelo corpo, sendo influenciado pelos meios físicos e químicos e também de estimulação do sistema
nervoso. Valores normais comparados com os do adulto:
Criança Adulto
Oral 36,4 a 37,4 ºC 37 ºC
Retal 36,2 a 37, 8 ºC 37, 5 ºC
Axilar 36,5 a 37,2 ºC 36, 7 ºC
Frequência Respiratória (FR): é o número de movimentos respiratórios determinados num espaço
de tempo. Existem dois tipos principais de movimentos respiratórios: torácico ou costa e abdominal ou
diafragmática.
Frequência Cardíaca (FC): é o número de batimentos cardíacos em um espaço de tempo, medidos em
batimentos por minuto.
DIREITOS DA CRIANÇA:
O Estatuto da criança e do adolescente foi legalizado em 1990, pela Lei Federal nº 8.069. Ao prestar sua
assistência, os técnicos e os auxiliares de enfermagem, assim como os demais profissionais de saúde,
deverão considerar os direitos prescritos por esse Estatuto, sob pena de serem acionados judicialmente. No
Brasil, com relação à saúde, as crianças e os adolescentes têm os seguintes direitos:
Art.7º. A criança e o adolescente têm direito à proteção, à vida e a saúde, mediante a efetivação de
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições
dignas de existência.
Art. 8º. É assegurado à gestante, através do SUS, o atendimento pré e perinatal.
Art 9º. O Poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao
aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
Art 10º. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e
particulares, são obrigados a: I- manter registro das atividades desenvolvidas pelo prazo de 18 anos; II-
Identificar o recém-nascido; III- Proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades
no metabolismo do recém-nascido, bem como, a orientação aos pais; IV- Fornecer declaração de nascimento
onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento de neonato.
Art 11º. È assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através do SUS, garantindo o
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde.
Art 12º. Os estabelecimentos de atendimentos á saúde deverão proporcionar condições para a
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou
adolescente.
Art 13º. Os casos de suspeita ou maus tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade.
Art 14º. O SUS promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das
enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais,
educadores e alunos.
Parágrafo único: É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades
sanitária (MS, 2001).
VACINAÇÃO
BCG
Composição: Bacilo Calmette-Guérin liofilizado, obtido por atenuação do M. bovis, cepa Mooron-
Rio.
Idade: a partir do nascimento e revacinação quando não houver cicatriz vacinal.
Indicação: em especial nas crianças menores de 5 anos e preferencialmente nos menores de 1 ano. O
mais precocemente em crianças HIV positivas assintonáticas.
Dosagem e via de administração: 0,1ml ID na inserção inferior do deltóide.
Agulha: 13x3,8
Tempo de validade após aberto o frasco: 06 horas.
Eventos adversos: formação de abscesso e/ou ulceração (axilar).
Contra-indicação: imunodeficiência congênita ou adquirida; HIV sintomático; < 2000g, afecções
dermatológicas extensas (escabiose, impetigo= adiamento).
Conservação: +2 + 8ºC inativada quando exposta à luz artificial.
HEPATITE B
Composição: Há 2 tipos : 1 partícula viral tratada com formol (2 recombinação do RNA viral através
de engenharia genética).
Idade: nas primeiras 12 horas de vida.
Esquema: 0,1,6 meses – 1ª dose para 2ª dose intervalo de 30 dias e da 1ª dose para 3ª dose um
intervalo de 6 meses.
Dosagem e via de administração: 0,5 ml ou de acordo com o fabricante, IM profunda no Vasto
Lateral da Coxa (VLC) em crianças até 2 anos e deltóide em crianças maiores.
Agulha: 20x5,5 (menores de 2 anos) 25x6 ou 25x7 (maiores de 2 anos).
Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco.
Eventos adversos: dor no local da injeção e febre baixa.
Contra-indicação: reação anafilática sistêmica na dose anterior.
Conservação: + 2º+ 8º, congelamento inativa.
TETRAVALENTE
Composição: vacina que contém toxidóide diftérico, tetânico e Bordetella pertussis, além de
polissacarídeo capsulares (Poliribosol-ribtol-fosfato- PRP) do Haemophilus influenza conjugada com uma
proteína carreadora tetânica.
Idade: até 11 meses e 29 dias.
Via de administração: IM ou VLC.
Esquema: 3 doses de 0,5ml a partir dos 2 meses de idade, com intervalo entre as doses de 60 dias e
no mínimo 30 dias.
Agulha: 20x5,5.
Tempo de validade após aberto o frasco: 05 dias.
OBS: Não administrar em crianças maiores de 1 ano. Caso, o esquema não esteja completo,
completar com DTP.
Eventos adversos: dor, vermelhidão, febre, mal-estar e irritabilidade nas 24-48h.
Contra-indicação: crinaças que desencadeiam reação anafilática não administrar dose seguinte.
Conservação: +2 +8ºC.
Composição: a vacina tríplice DTP contém toxóide diftérico, toxóide tetânico e Bordetella pertussis
inativada em suspensão, tendo como adjuvante hidóxido ou fosfato de alumínio.
Idade: 1º primeiro reforço aos 15 meses e o 2º reforço entre 4-6 anos. Idade mínima aos 12 meses.
Esquema: 2 doses de 0,5 mal a partir dos 15 meses de idade.
Via de administração: IM profunda no VLC e em crianças maiores de 2 anos administrar no deltóide.
Agulha: 20x5,5 (menores de 2 anos) 25x6 ou 27x7 (maiores de 2 anos).
Tempo de validade após aberto o frasco: até o final do frasco.
Evento adversos: dor, vermelhidão, febre, mal-estar geral e irritabilidade nas primeiras 24 a 48 horas.
Contra-indicações: a aplicação da vacina tríplice DTP é contra-indicada em crianças que tenham
apresentado após a aplicação da dose anterior – reação anafilática.
TRÍPLICE VIRAL
Composição: vacina combinada do vírus vivo atenuado, liofilizado contra sarampo a rubéola e
caxumba.
Idade: a partir dos 12 meses de idade, recomenda-se aos 15 meses para coincidir com o reforço da
DTP e pólio.
Via de administração: SC.
Esquema: 0,5 ml dose única e reforço entre 4 – 6 anos de idade.
Agulha: 13x4,5 .
Tempo de validade após aberto o frasco: 8 horas.
Efeitos adversos: febre e erupções de curta duração, entre o 5º e o 10º dia de pós-vacina, artralgia e
artrite, mais freqüentemente em mulheres adultas.
Contra-indicação: reação sistêmica ao ovo de galinha (urticária, edema da glote, dificuldade
respiratória, hipotensão ou choque), gravidez.
Conservação: +2+8ºC.
FEBRE AMARELA
Composição: vacina derivada da cepa 17, vírus da febre amarela, Sacarose 8 mg e 3 mg de glutamato
de sódio.
Idade: a partir dos 9 meses.
Indicação: contra a febre amarela.
Via de administração: SC no deltóide.
Esquema: 1ª dose aos 9 meses e reforço a cada 10 anos.
Agulha: 13x 4,5.
Tempo de validade após aberto o frasco: 4 horas.
Eventos adversos: dor local, cefaléia e febre.
Contra-indicação: crianças menores de 6 meses; portadores de imunodeficiência (congênita ou
adquirida), neoplasias malignas e pacientes HIV+ sintomáticos; uso de corticoesteróides em doses elevadas;
pessoas com história de reação anafilática após consumo de ovo.
Conservação: +2+8ºC, quando congelada inativa.
ROTAVÍRUS
Composição: é uma vacina elaborada com vírus isolados de humanos e atenuados para manter a
capacidade imunogênica, porém não patogênica.
Idade: mínima 1 m e 15 dias e idade máxima 5 meses 15 dias.
Indicação: gastroenterite provocada pelo vírus rotavírus.
Vias de administração: Cada dose corresponde a 1 ml (exclusivamente oral).
Tempo de validade após aberto o frasco: 24 horas após a preparação da vacina.
Esquema: 2 doses; 2 meses e 4 meses, com intervalo entre as doses de 60 dias e no mínimo 30 dias.
Eventos adversos: reação sistêmica grave até 2 h após a administração; presença de sangue nas fezes
até 42 dias após vacinação; internação por abdome agudo até 42 após a dose da vacina.
Justificativas para a sua inclusão no calendário vacinal infantil:
1.Os rotavírus constituem a principal causa de gastroenterites em crianças, sendo responsável por
mais de 400.000 óbitos por ano em países em desenvolvimento.
2.A maior incidência das infecções por rotavírus se concentra na faixa etária de 6 a 24 meses, com o
quadro clínico clássico caracterizado-se por diarréia precedida de febre e vômitos, evoluindo rapidamente
para desidratação.
VACINA PENTAVALENTE
Composição: são compostas por toxóides de difteria e tétano, suspensão celular inativada de
Bordetella pertussis, antígeno de superfície de hepatite B (HBs-Ag), oligossacarídeos conjugados de
Haemophilus influenzae do tipo b)
Idade: é indicada para imunização ativa de crianças a partir de doismeses de idade contra difteria,
tétano, coqueluche, hepatite B e doenças causadas porHaemophilus influenzae tipo b.
Esquema: A vacinação básica consiste na aplicação de 3 doses, com intervalo de 60 dias (mínimo de
30 dias), a partir de 2 meses de idade.Os dois reforços necessários serão realizados com a vacina DTP
(difteria, tétano e pertussis). O primeiro reforço aos de 15 meses de e o segundo reforço aos 4 anos. A idade
máxima para aplicação da DTP é de 6 anos 11meses e 29 dias.Ressalta-se também que fará parte deste
esquema, para os recém-nascidos, a primeira dose nas primeiras 24 horas, preferencialmente nas primeiras
12 horas, com a vacina hepatite B(recombinante).
Dose e Via de Administração: Administrar dose de 0,5 mL da vacina DTP/HB/Hib por via
intramuscular, no vasto lateral da coxa, em crianças menores de 2 anos de idade e na região deltóide nas
crianças acima de dois anos de idade.
VACINA MENINGOCÓCICA
Composição : A vacina inativada poliomielite (VIP) foi desenvolvida em 1955 pelo Dr. Jonas Salk.
Também chamado de "vacina Salk", a VIP é constituída por cepas inativadas (mortas) dos três tipos (1, 2 e 3)
de poliovírus e produz anticorpos contra todos eles.
Esquema Vacinal : O esquema vacinal será sequencial (VIP/VOP) de quatro doses para crianças
menores de 1 ano de idade que estiverem iniciando o esquema vacinal. A VIP deverá ser administrada aos 2
meses (1ª dose) e 4 meses (2ª dose) de idade, e a VOP aos 6 meses (3ª dose) e 15 meses de idade (reforço). A
preferência para a administração da VIP aos 2 e 4 meses de idade tem a finalidade de evitar o risco, que é
raríssimo, de evento adverso pós-vacinação.
Dose e via de administração: A via de administração preferencial da VIP é a intramuscular,
entretanto, a via subcutânea também pode ser usada, mas em situações especiais (casos de discrasias
sanguíneas). O local de aplicação preferencial para injeção intramuscular em bebês é o músculo vasto-lateral
da coxa ou região ventroglútea e para crianças maiores o músculo deltóide.
Ao lidar com crianças é necessário considerar as necessidades biológicas fundamentais: sede, desejo
de urinar, respirar, evacuar, movimentar-se ou não, de sentir um desconforto térmico, além de considerar
também as necessidades afetivas. Dentre as necessidades básicas da criança hospitalizada podemos
encontrar: higiene; sono e repouso; eliminações; hidratação;alimentação; medidas de segurança e proteção
(física, terapêutica e psicológica) e recreação.
HIGIENE
Desde pequena, a criança sente conforto ao ter seu corpo limpo. De 2 a 6 anos a criança desenvolve a
capacidade de controlar os esfíncteres, o que deve ser ensinado com carinho e sem castigo, além de ser
estimulada a lavar as mãos antes e após as refeições e escovar os dentes. O banho é um procedimento
exclusivo da enfermagem, devendo o enfermeiro prescrevê-lo, indicando o tipo de banho e o melhor horário
de acordo com o estado geral da criança e , sempre que possível, respeitando os hábitos e costumes da
mesma.
Na higienização da criança, o técnico de enfermagem deve seguir os seguintes procedimentos:
1. Respeitar sua individualidade, procurando realizar a higiene da criança maior em ambiente
privado.
2. Cortar as unhas da criança sempre que necessário ( para evitar lesões de pele)
3. Lavar os cabelos da criança em dias alternados de acordo com as condições higiênicas do couro
cabeludo.
4. Fechar a porta ou as janelas durante o banho, evitando-se correntes de ar.
5. Sempre que possível deixar a mãe ou acompanhante participar dos cuidados de higiene do seu
filho.
Objetivo: promover e proteger a saúde da criança.
TIPOS DE HIGIENE:
Tipos de Banho:
Banho de chuveiro: Normalmente é indicado para crianças na faixa etária préescolar, escolar e
adolescente, que consigam deambular, sem exceder sua capacidade em situação de dor.
- Incentivar a criança a banhar-se sob supervisão ou, em caso de adolescente, que queiram
privacidade, permitir que tome banho sozinho.
- Quando for possível, ao término, verificar a limpeza da região atrás do pavilhão auditivo,mãos, pés
e genitais.
Banho de imersão (banheira): É indicado para lactentes e pré-escolares que estejam impossibilitados
de ir ao banheiro. Sua escolha dependerá do estado geral da criança.
- No caso de crianças em uso de oxigênio, verificar a possibilidade de outro profissional para segurar
a fonte de oxigênio durante o banho.
- Sempre que possível estimular a mãe ou acompanhante a participar do procedimento.
- É necessário que durante o procedimento se converse e explique para a criança, independentemente
da faixa etária, tudo o que está sendo feito, em tom de voz baixo e tranqüilo.
Banho no Leito: Refere-se ao banho da criança acamada (escolar e adolescente), sem condições de
receber o banho de imersão, seguindo todos os procedimentos anteriores.
-Deve-se lavar os cabelos antes de lavar o corpo ( evita que a criança fique com corpo exposto
durante muito tempo).
Banho Medicamentoso: É usado para limpeza de pele, servindo também para alívio do prurido que
acompanha algumas dermatites ( banho com permanganato de potássio, banho de luz, banho de sol etc.).
Banho do Couro Cabeludo: Deve ser feita de preferência durante o banho, em dias alternados, e de
acordo com as condições de higiene da criança.
- Lavar o couro cabeludo com as pontas dos dedos e não com as unhas, para evitar machucar a
criança, massageando delicadamente.
- Além da lavagem do couro cabeludo com água e sabão, é importante pentear os cabelos, o que dará
melhor aspecto à criança, sendo também uma oportunidade para detectar lesões ou presença de pediculose.
Higiene das mãos: Muitas infecções e doenças são transmitidas através das mãos, mas o ciclo pode
ser facilmente interrompido pela higiene adequada tanto das pessoas que cuidam das crianças, quanto delas
próprias, além de lembrar o indispensável cuidado com as unhas que devem ser mantidas curtas ( diminuem
o risco de lesões de pele).
Higiene Oral: É a limpeza adequada da boca da criança, tendo como objetivo obter uma dentição
permanente, equilibrada e intacta. É indicada nas crianças menores e/ou nas que apresentam lesões da
mucosa oral, após vômitos, crianças com sonda nasogástrica (SNG) ou em jejum.
-Nos lactentes sem dentes, deve ser realizada a limpeza da gengiva e da língua uma vez por dia, com
água filtrada e gaze.
-Nos lactentes com dentes, pré-escolares, escolares e adolescentes, deverá ser realizada com auxílio
de dentifrício ( preparado que serve para limpar os dentes) com flúor e escova com cerdas macias, realizando
movimentos circulares em todos os dentes, individualmente, e por último a língua, em movimento único de
dentro para fora.
Higiene do Coto Umbilical: Tem como objetivo prevenir infecções e hemorragias, além de acelerar
o processo de cicatrização.
-Manter o coto posicionado para cima, evitando contato com fezes e urina; efetuar higiene na
inserção e em toda extensão do coto umbilical, evitando que o excesso de álcool escorra pelo abdômen.
-Fazer curativo com álcool a 70% até a queda do coto umbilical ou de acordo coma rotina da
unidade.
-Observar e registrar as condições do coto ( presença de secreção ou sangramento) e região
periumbilical ( hiperemia e calor).
Higiene Perineal: É um procedimento importante que permite observar o aspecto e a consistência das
eliminações da criança e as condições da pele da criança. A criança hospitalizada necessita, na maioria das
vezes, de controle de diurese, sendo assim, a fralda descartável tem maior utilidade, pois além de oferecer
menos riscos de assadura, é mais fidedigno, porque a urina fica armazenada, ocorrendo menos vazamento.
- Para trocar a criança após evacuação, é necessário lavar a região glútea ( anal) com água e sabonete
com PH neutro.
Obs 1: nas meninas deve-se afastar os grandes lábios e limpar com movimentos longitudinais únicos
e sentido ântero-posterior.
Obs2: nos meninos, quando for possível, deve-se retrair a glande delicadamente.
Obs3: é importante que depois da limpeza a criança esteja com os glúteos, a virilha e os genitais
externos secos para colocação da fralda limpa. - O uso de hidratante é aconselhado para manter a resistência
da pele.
-Quando a criança pode deambular, supervisionar a higienização dos genitais e região anal após
micção e evacuação.
- A criança acamada com controle esficteriano deve ser orientada quanto ao uso de papagaio e/ou
comadre.
Higiene Nasal: É a remoção de muco acumulado nas narinas com o objetivo de facilitar a respiração
da criança.
-Fazer higiene com cotonete embebido em SF 0,9% ou água destilada, observar e registrar o aspecto
de secreção retirada.
Vestuário: Fazer uma seleção da roupa adequada à temperatura ambiente, evitando frio,
superaquecimento ou sudorese excessiva. A mesma não deve provocar irritações cutâneas.
SONO E REPOUSO
ALIMENTAÇÃO
Alimentação natural: O leite materno é o alimento mais perfeito e ideal para o RN, tanto do ponto de
vista nutritivo quanto afetivo e imunológico. Contém as quantidades suficientes de todos os componentes
essenciais para sua alimentação (água, proteínas totais, caseína, aminoácidos, lactoalbumina, gorduras, sais
minerais e vitaminas). O aleitamento materno previne o aparecimento de várias doenças na vida adulta.
Vantagens da Amamentação:
- Mais cômodo
- Menos trabalhosa;
-Mais econômico
-Temperatura adequada;
-Fácil digestão;
- Maior aproximação entre mãe e filho;
-Maior imunidade
- Mais inteligência;
-Sem risco de infecção ou contaminação para criança;
Colostro: Leite materno que contém células linfóides vivas e funcionais, com capacidade
imunológica e de produção de anticorpos e de colonialização adequada, evitando invasão de bactérias, como
a Escherischia coli.
Assistência de Enfermagem:
- Orientar a mãe a lavar as mãos antes de amamentar e lavar as mamas somente durante o banho;
- Orientar a mãe a fazer uma dieta balanceada (sobre a orientação do nutricionista) para evitar que o
bebê apresente cólicas;
- Amamentar em local calmo e agradável;
- A criança deve estar acordada, limpa e vestida de modo adequado, antes de iniciar a amamentação;
- Deixar a criança mamar até sentir-se satisfeita; - Orientar a mãe para fazer a criança eructar durante
e após as mamadas;
Após a mamada deitar a criança em decúbito lateral direito e um pouco elevado (facilitando o
esvaziamento do estômago e diminuindo o risco de regurgitação)
- Orientar a mãe a oferecer as duas mamas em cada mamada. Só passar para a seguinte quando a
primeira estiver vazia, e que sempre deve-se começar pela última mama que foi oferecida na mamada
anterior ( permite maior produção d leite e a criança recebe a quantidade adequada de gorduras em todas as
mamadas)
Alimentação Especial:
HIDRATAÇÃO
Tipos de Hidratação:
a) Oral: (boca, sonda nasogátrica (SNG), sonda orogástrica(SOG).É a via preferível nos casos de
desidratação leve.
TRO – (terapia de reidratação oral)
Objetivos:
Reduzir a morbidade e a mortalidade pela diarréia;
Reduzir custos das hidratações em massa;
Reduzir as internações;
Corrigir as perdas de águas e eletrólitos.
b) Parenteral: Via utilizada nas doenças severas com vômitos graves, diarréia, desidratação grave,
perda de sangue e perda da consciência.
* Certificar-se dos líquidos prescritos para serem administrados pelas vias oral e parenteral;
* Orientar a mãe ou acompanhante para oferecer líquidos prescritos ( água ou chá) a criança nos
intervalos da alimentação;
*Administrar os líquidos via parenteral no tempo prescrito;
* Controlar rigorosamente o gotejamento do soro;
* Anotar toda a administração de líquidos pelas vias parenteral e oral;
* Anotar as eliminações de urina, fezes, vômitos, drenagens etc, descrevendo a quantidade e o
aspecto.
ELIMINAÇÕES
As eliminações são feitas através da pele (suor), pulmões (ar) e principalmente através dos aparelhos
urinários (urina) e intestinal (fezes). O controle das eliminações é um cuidado importante de enfermagem –
indica o funcionamento dos sistemas excretores da criança e auxiliam no seu diagnóstico.
Objetivos: Livrar o organismo dos restos de materiais em excesso para as necessidades orgânicas e
eliminar os resíduos de substâncias tóxicas do corpo para manter seu funcionamento normal
Eliminação Urinária: O sistema urinário desempenha papel importante na eliminação de resíduos e
no equilíbrio hidroeletrolítico do organismo. Algumas doenças de baixo volume urinário (oligúria) deixam a
urina mais concentrada e de cor mais escura. Algumas medicações e o aumento da ingesta líquida provocam
o maior volume de urina tornando-a mais líquida e clara. Alguns alimentos e drogas alteram o odor e o
aspecto da urina.
Eliminação Instestinal: O aparelho intestinal elimina as substâncias , que não são mais aproveitadas
pelo organismo através das fezes que são compostas, principalmente, por resíduos alimentares e água ( 60 a
80%).
Assistência de Enfermagem:
* A equipe de enfermagem é responsável direta pela obtenção dos dados relacionados às eliminações.
A precisão e objetividade destas informações. Muitas vezes permitem identificar a causa do choro e da
inquietação da criança.
* A observação e o registro preciso do aspecto das eliminações urinárias e intestinais auxiliam a
enfermeira a avaliar o funcionamento do aparelho intestinal, assim como ao médico a formular um
diagnóstico.
* Caso não haja contra-indicações, o técnico de enfermagem deve estimular, fornecer e administrar
líquidos a criança.
* A cada eliminação deve ser feita à anotação sobre as características seja vômito, fezes ou urina.
Comunicando as anormalidades e observando as características.
Todos os elementos das equipes de saúde e hospitalar (desde o porteiro, funcionários da limpeza,
copeiros etc) são responsáveis pela segurança e bem-estar da criança hospitalizada. Os pequenos acidentes
podem ser considerados, até certo ponto, como um acontecimento normal dentro da evolução da criança.
Eles auxiliam no desenvolvimento de sua auto – segurança e autoconfiança. São pequenas experiências
traumáticas que, de alguma forma, tornam a pessoa mais capaz de enfrentar, evitar ou proteger-se dos riscos
e dificuldades da vida. Nossa preocupação deve ser, portanto, a de evitar os acidentes maiores e trágicos que
colocam em risco a saúde e a vida da criança. No hospital, a equipe de enfermagem é a maior responsável
por prevenir acidentes à criança hospitalizada, pois permanece as 24 horas do dia junto a ela. As repercussões
da negligência na proteção e segurança física, terapêutica e psicológica da criança hospitalizada, tem
dimensões morais e sociais desastrosas.
Medicação:
Observar e seguir rotinas de preparo, diluição e administração;
Verificar rigorosamente o nome e a dose correta – antes de administrar a medicação;
Evitar ultrapassar junto à criança enquanto ele ingere medicamentos orais;
Controlar rigorosamente o gotejamento do soro ( volumes excessivos em curtos períodos podem
provocar sérios distúrbios circulatórios, hepáticos e renais)
Procedimentos terapêuticos:
Oxigênio com alta concentração ao recém-nascido na incubadora por longo tempo pode ocorrer
retrofibroplasialental( cegueira);
Aspiração naso ou orotraqueal deve ser feita rapidamente e com intervalos (se demoram provocam
obstrução das VVSS);
Proteger os olhos da criança nas aplicações quentes e frias (bolsa revestida com toalha);
Uma simples administração incorreta da mamadeira pode resultar em aspiração, deixando a criança
com broncopneumonia (BCP), pneumonia e parada – cardiorrespiratória.
Exames:
Exames em jejum ( choro e desespero) – dar cuidado especial como : higiene, segurança, conforto e
carinho.
Cirurgias:
Nas cirurgias os riscos maiores, podem ocorrer secção de órgão, queimaduras e choques de origens
diversas.
Recreação:
Recrear é utilizar o tempo disponível da maneira mais agradável: brincando, lendo, jogando,
bordando, ouvindo música, etc.
O brinquedo é uma necessidade inata da criança. Representa a oportunidade para o aprendizado e
desenvolvimento de suas habilidades. A recreação funciona para criança como um apoio em suas novas
relações humanas, além de ajudá-las a lidar com o medo e a ansiedade causados pela hospitalização.
Brinquedos: Os brinquedos não precisam ser caros, devem ser simples, inofensivos, atraentes e
duráveis; O adulto precisa encarar o brinquedo com simpatia e seriedade A brincadeira não deve ser
interrompida até o desinteresse final da criança; Ao término, a criança deverá ser convidada a ajudar a
organizar o ambiente.