Resenha Filosofia e Ética
Resenha Filosofia e Ética
Resenha Filosofia e Ética
br/griot RESENHA
Filosofia, ética e educação: por uma cultura de paz – Viviane Catarini Pain
Everaldo Cescon/Paulo César Nodari (Org.). Filosofia, ética e educação: por uma cultura de paz. São Paulo: Paulinas,
2011.
Filosofia, ética e educação: por uma cultura de paz – Viviane Catarini Pain
Everaldo Cescon/Paulo César Nodari (Org.). Filosofia, ética e educação: por uma cultura de paz. São Paulo: Paulinas,
2011.
são explicitados no quinto artigo: “Luta pela civilização: condições e exigências de uma
educação da humanidade para a paz em Blondel”; combate ao individualismo, à
violência, à destruição da genuína autonomia dos agentes morais, bem como cultivar a
paz (virtude pessoal) estão referenciados no sexto artigo: “A paz como uma virtude?
Algumas reflexões sobre educação e moralidade na filosofia de Alasdair MacIntyre”;
pensar a paz como oposta à guerra, buscar a paz pela e com a política, resolver os
conflitos via diálogo são elementos expostos no sétimo artigo, intitulado “Hannah
Arendt e a questão da paz”.
Já no terceiro bloco da obra, os artigos têm como propósito refletir sobre a
cultura da paz, apresentando, desse modo, alguns modelos e exemplos que podem ser
postos em prática para a efetivação de uma cultura da paz e, assim, desenvolver também
uma educação para a paz. No oitavo artigo da obra, intitulado “Multiculturalismo,
educação e paz”, o autor enfatiza o multiculturalismo, defendido por alguns estudiosos,
como uma doutrina política possível de resolver os conflitos a favor da paz social. Desse
modo, o autor chama a atenção para a educação multicultural inclusiva, que seria uma
forma de incluir membros de grupos minoritários na sociedade, construindo sua história
dentro da história e, dessa maneira, reduzir a discriminação. No nono artigo, nos
deparamos com a relação entre a “Educação para a paz e novas tecnologias”, no qual são
citados vários movimentos existentes no mundo acerca da promoção da paz: “Assim, a
paz é vista como um processo em ação e um grande movimento em curso, muito mais do
que uma meta a ser alcançada.” (p. 250). A obra ressalta que, no momento em que
vivemos, torna-se urgente a promoção de uma cultura da paz. Para tanto, é necessário
uma educação para a paz. E a partir daí, refletir sobre a contribuição das novas
tecnologias para esse contexto no qual estamos vivendo e para esse tipo de educação.
São reforçadas as ideias de Habermas e Arendt ao defender o uso da palavra (ação
comunicativa) como forma de resolver conflitos e, assim, abrir-se para uma perspectiva
de educação para a paz. O autor atenta para alguns métodos de educação para a paz e, a
partir desses elementos metodológicos, compreender como as novas tecnologias podem
contribuir para a paz, no momento em que oportunizam formas de não violência, de
críticas à violência e quando oferecem temas ligados à cultura da paz.
O quarto bloco da obra apresenta algumas críticas e dificuldades que a sociedade
atual enfrenta, principalmente, na fundamentação filosófica dos direitos humanos, sendo
que a sociedade é plural, global e necessita de uma convivência pacífica e de uma
concepção política de justiça, para que os direitos humanos se efetivem. O décimo artigo
nos apresenta uma reflexão acerca da ação humana, nos levando a pensar sobre o poder
do homem sobre a natureza, sobre a manipulação dos recursos naturais, bem como o
consumo desenfreado da população, que gera, cada vez mais, o poder do homem sobre o
meio ambiente. Esse artigo, intitulado “Ética da reconciliação universal como condição
da paz verdadeira”, revela alguns desafios, que ainda temos que superar para alcançar
uma verdadeira condição de paz. O autor defende o desenvolvimento sustentável, ao
Filosofia, ética e educação: por uma cultura de paz – Viviane Catarini Pain
Everaldo Cescon/Paulo César Nodari (Org.). Filosofia, ética e educação: por uma cultura de paz. São Paulo: Paulinas,
2011.
mesmo tempo que enfatiza que, com o crescimento exacerbado do consumo, torna-se
difícil a possibilidade de conciliação entre produção material e respeito aos bens
naturais. Para isso, é essencial uma responsabilidade ética e coletiva, levando em
consideração uma ética universalista.
Já, no artigo, “Fundamentação dos direitos humanos e paz”, outro desafio está
imposto: a divergência entre juristas e filósofos quanto à validade universal dos direitos
humanos. O autor apresenta três modelos de fundamentação (Habermas, K.-O. Apel e
Vittorio Hösle). A partir desses, expõe a relação entre fundamentação e direitos
humanos. Em se tratando de direitos humanos, o décimo terceiro artigo da obra retrata-
os no âmbito da educação. Traz como título “Direitos humanos na educação: superar os
desafios” e reforça a necessidade de educar a sociedade em um processo de
humanização que só é possível via educação, ou seja, a linha norteadora da educação em
direitos humanos visa a “através dos valores humanos, internalizar e solidificar os
princípios de cuidado, zelo e proteção da humanidade do outro”. (p. 373). Entretanto, o
texto indica algumas dificuldades encontradas, principalmente no ambiente escolar, no
qual se presenciam aspectos ideológicos e sectários, que acabam impedindo as
discussões e esclarecimentos a respeito dos direitos humanos. Nesse sentido, defende a
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disciplina de filosofia como promotora do esclarecimento dos indivíduos. O processo
educativo escolar deve propiciar aos jovens a compreensão de conceitos que levem a
ações humanas e justas, ou seja, à compreensão de valores como respeito, tolerância e
paz.
No décimo segundo artigo, nos é apresentada a teoria rawlsiana sobre a justiça.
O artigo intitula-se “Rawls e a prioridade do justo sobre o bem”. Para Rawls, “numa
sociedade democrática o justo e o bem se harmonizam”. (p. 361). Ambos se
complementam, desde que o bem respeite os contornos da justiça, sendo que a melhor
forma de organizar a sociedade democrática é pela teoria política de justiça.
O justo é o que possibilita o cidadão a ser autônomo, por isso, se fala, em
Rawls, de uma autonomia política. O cidadão, contudo, pode desenrolar sua
vida sob uma concepção do bem, mesmo sabendo que o justo é anterior e
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A palavra esclarecimento é utilizada sem um referencial teórico que fundamente este conceito.
Esclarecimento, nesse sentido, dá ideia de esclarecer e viabilizar intelectual e humanamente os sujeitos. (p.
375).
Filosofia, ética e educação: por uma cultura de paz – Viviane Catarini Pain
Everaldo Cescon/Paulo César Nodari (Org.). Filosofia, ética e educação: por uma cultura de paz. São Paulo: Paulinas,
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